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TH 2 T AJ MAHAL AS CIDADES MUÇULMANAS Profª. Ana Paula Zimmermann Pontifícia Universidade Católica de Goiás Escola de Artes e Arquitetura Curso de Arquitetura e Urbanismo

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TH 2

TAJ MAHAL

AS CIDADES MUÇULMANAS

Profª. Ana Paula Zimmermann

Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Escola de Artes e Arquitetura

Curso de Arquitetura e Urbanismo

TAJ MAHAL

Monumento funerário – Agra, India

Um dos mais sofisticados exemplos da arquitetura mongol.

Construído pelo Imperador Shah Jahan em homenagem a sua esposa favorita, Mumtaz Mahal (a joia do palacio).

É um complexo de prédios e jardins que cobre mais de 22 hectares.

A construção foi iniciada em 1632, na margem sul do Rio Yamuna, e terminada em 1653.

Área em frente a

esplanada principal,

antigo bazar. Hoje

composta por uma

área residencial.

Esplanada principal tem uma arcada em arenito

vermelho que, na sua criação, continha 128 lojas

PORTAL

Com quase 50 metros

de largura por 30

metros de altura, o

portal é a entrada

para o monumento

A caligrafia foi usada

como decoração com

versos do Corão.

Piscina central do Taj Mahal representando a

“piscina celestial da fartura”

ÁREA EXTERIOR

Casca interna Casca externa

Teto falso

O Taj Mahal esta situado numa plataforma elevada

(6m)

O tumulo fica na parte inferior

O ponto mais alto do palácio atinge 60m.

O tumulo no Mausoleu

A camara principal abriga o

falso sarcófago de Mumtaz

Mahal e Shah Jahan.

Os tumulos verdadeiros

ficam num nível inferior.

Considerado como uma das mais importantes

construções da História da Humanidade, foi tombado

como patrimônio histórico mundial.

Construído em memoria de Mumtaz Mahal, ou seja, “a

eleita do palácio”, que não sobreviveu ao parto de seu

décimo quarto filho.

O Taj Mahal deveria abrigar o corpo de sua amada

Mumtaz e, ao mesmo tempo, simbolizar o amor do rei à

sua falecida esposa.

Nos vinte e dois anos seguintes à morte de Mumtaz

Mahal, o rei não poupou esforços para que sua

homenagem póstuma fosse devidamente concluída.

Durante vinte e dois anos, mais de 20 mil trabalhadores

foram empregados na construção do Taj Mahal, nome

dado à construção, que significa “a coroa do lugar”.

materiais empregados na construção: blocos de mármore

da Índia, ametistas persas, safiras do Ceilão, cristal e jade

chineses, pedra turquesa tibetana e o Lápis - Lazuli do

Afeganistão.

Em 1657, apenas cinco anos antes do palácio ser

finalmente concluído, o imperador Shah Jahan adoeceu e

perdeu seu posto imperial para seu filho Aurangzeb.

Com a sua morte, em 1666, o antigo monarca foi enterrado

ao lado de sua esposa predileta.

Sua impressionante simetria arquitetônica marca a

construção de seus portões, jardins e os túmulos que

abrigam os corpos de Mumtaz e Shah.

Relatos ainda sugerem que, na verdade, Shah construiria

um Taj Mahal Negro ao lado do mausoléu em mármore

branco de sua esposa.

Patrimonio Mundial - Uma das 7 maravilhas do mundo moderno

TRAÇADO URBANO MEDIEVAL E A

CIDADE MUÇULMANA

CIDADES EM PORTUGAL

São as características da ocupação espacial e da

organização de cidades desenvolvidas em Portugal

que vão definir o traçado dos primeiros núcleos

urbanos no Brasil.

As influencias da dominação árabe vão deixar

profundos sinais em todos os segmentos da cultura

lusitana, da culinária às técnicas construtivas.

Chegada dos Mouros na Peninsula Ibérica – 711 –

acarreta um avanço cultural e tecnológico.

O URBANISMO ISLÂMICO

A cidade islâmica

O URBANISMO ISLÂMICO

As cidades desenvolvidas pelos árabes ao longo do tempo

apresentam-se de forma bem mais simplificada do que

aquelas edificadas sob influência das culturas helenística

e romana.

Ao incorporarem uma nova região ao seu império, os

muçulmanos utilizavam uma política de tolerância,

respeitando os usos, os costumes, a cultura, as línguas

regionais, os métodos administrativos e até mesmo a

estrutura religiosa, de onde tiravam o conhecimento

necessário à sua própria organização.

Somente em um segundo momento preocupavam-se em

transmitir seus conhecimentos, tanto de idioma como

religiosos, que passaram a ser a grande característica

unificadora do império.

Sendo um povo nômade os árabes desconheciam os

processos de organização urbana.

Os núcleos populacionais da Península Arábica

estavam restritos aos acampamentos implantados junto

aos oásis, com o intuito de oferecer apoio às caravanas

de mercadores.

Meca

Yatrib – ano 600

Samarra: Capital do

Império Abássida

(883 d.C)

O URBANISMO ISLÂMICO

As cidades fundadas (Bagdá

762; Tunísia 670; Cairo 969) ou

transformadas pelos árabes

(Alexandria, Damasco,

Jerusalém) são muito

semelhantes entre si e

conservaram sua estrutura

original até a idade moderna.

As casas, palácios e edifícios

públicos formam recintos e as

partes internas da construção

se debruçam sobre eles.

O modelo de cidade implantado pelos muçulmanos

na Península Ibérica representa o traçado

característico desenvolvido por esse povo ao longo

do tempo, baseado principalmente em sua

orientação religiosa, associada a conhecimentos

adquiridos no contato com civilizações de

organização cultural estabelecida e que foram

dominados e incorporados ao Império Islâmico.

A simplicidade do modo de vida prescrito no

Alcorão produz uma redução nas relações

sociais.

As cidades helenísticas conquistadas perdem

complexidade: não há foros, basílicas, teatros,

anfiteatros, estádios, ginásio; apenas casas e dois

tipos de edifícios públicos: banhos e mesquitas.

A forma como os povos islâmicos encaravam os

núcleos urbanos tinha por base três parâmetros

fundamentais: a defesa, o clima e a religião.

A cidade se apresenta com suas características ruas

estreitas, que não obedecem a um sentido regular

de direção, provocando o surgimento de um

emaranhado de ruas, que no mais das vezes termina

em becos sem saída.

Córdoba,

Espanha

Este tipo de planta

urbana, de traçado

irregular, é uma

característica comum

a praticamente todas

as cidades e vilas

desenvolvidas no

período medieval,

com ênfase especial

às mediterrânicas.

A tradição muçul-

mana acentua tal

tendência, dando à

cidade de fundação

islâmica um traçado

peculiar.

Cidade de Gardaia (Argélia), 1035

Tunísia: Kairouan (Grande

Mesquita - 670 d.C)

A cidade islâmica

Possuía núcleo

central

amuralhado

(medina), em cujo

interior se

situavam os

edifícios

religiosos, as ruas

comercias e o

souk (mercado)

souk (mercado)

Ao redor da medina se

distribuíam os bairros em que

a população se concentrava

em função de sua profissão ou

crença religiosa, nos quais se

misturavam as casas, as

mesquitas, os mercados e os

banhos, separados entre si por

ruas muito estreitas e de

traçado irregular.

Na medina se encontravam

os principais edifícios

públicos, tanto políticos como

religiosos, entre os quais a

mesquita principal da cidade.

A cidade, ou o núcleo urbano, não tinha para o

muçulmano o mesmo sentido que aí encontravam os

grupos ocidentais.

Para eles, a cidade significava o local onde era

possível cumprir, em toda a sua plenitude, os

deveres religiosos, morais e sociais, um local onde

se pudesse adorar o Deus Supremo, onde,

cumprindo todas as exigências, se pudesse ler em

paz o seu livro sagrado e, principalmente, onde as

ordens de Alá pudessem ser cumpridas.

Objetivo único a que se restringe o programa da

cidade islâmica, motivo pelo qual elementos urbanos

como teatros, auditórios, estádios, praças (no sentido

da ágora), fundamentais nas cidades europeias, aí

praticamente inexistem.

Tunísia: KalaaSghriaA

A regularidade hipodâmica

da cidade helenística e

romana é quebrada e não

existe uma administração

municipal para impô-la.

As casas são quase sempre

de um só andar e a cidade

é um agregado de casas que

não revelam do exterior sua

forma e importância.

As lojas não são agrupadas em

uma praça, mas alinhadas em

uma ou mais ruas, cobertas ou

descobertas, formando o bazar.

As ruas são

estreitas (sete pés,

como diz uma regra

de Maomé –

aproximadamente

2,5m) e formam um

labirinto de

passagens

tortuosas e às

vezes cobertas,

que não permitem

uma orientação e

visão do conjunto.

Suas raízes estão nas ancestrais cidades da

Mesopotâmia e da Pérsia, com suas ruas estreitas

e seus edifícios, construídos em terra (taipa e

adobe), desenvolvidos em torno de pátios internos

que suavizam os exageros do clima dessa região.

A cidade é um organismo compacto, fechado por

uma ou mais voltas de muros, que a diferenciam

em vários recintos. Cada grupo étnico religioso tem

seu bairro e o príncipe reside na periferia

(maghzen), longe do tumulto.

O islão interrompe o processo de aculturação

greco-romana no Oriente Médio e Mediterrâneo e

retoma valores da antiguidade.

MODELOS DE CIDADE ISLÂMICA

A cidade islâmica subdivide-se em vários modelos,

dependendo da região de influência onde se

estabelece.

Os principais modelos seriam o árabe-aramaico, no

qual prevalecem as influências originárias da Arábia,

do Egito e da Ásia Menor;

o pérsico-índico, desenvolvido a partir das influências

originárias da Pérsia e da Índia muçulmana;

o modelo turco-mongol com influências da Turquia, do

Turquestão e da Ásia Central;

e finalmente o modelo hamita, que é o tipo de cidade

encontrado no norte da África e na Península Ibérica.

A cidade que segue a topografia.

CIDADE DE MODELO HAMITA

Entre as principais características da cidade hamita

(modelo pensínsula ibérica) está o fato de sua

localização ser, sempre que possível, junto a um

monte, próximo do litoral ou às margens de um rio,

o que torna possível sua organização em cidade

alta (a qasbah),

amuralhada e situada na

parte mais alta do

terreno, destinada à

população mais

aristocrática,

A cidade que segue a topografia.

e cidade baixa, que é a parte espraiada pela encosta,

destinada basicamente à população de baixa renda,

além de servir de apoio ao comércio marítimo ou fluvial,

quando é o caso.

Outra característica da cidade hamita é a forma que o

núcleo assume,

geralmente

triangular ou

trapezoidal, com

a muralha

incorporando a

parte baixa ao

topo da cidade

alta.

Um dos principais elementos diferenciadores da

cidade islâmica em relação à cidade ocidental é o fato

de que essa é organizada de fora para dentro, ou

seja, da rua, do espaço coletivo, para o doméstico, no

caso a habitação, enquanto aquela (islâmica) se

organiza de dentro para fora, fazendo com que a rua

perca por completo seu valor estrutural.

Em alguns casos, chegam mesmo, os muçulmanos, a

privatizar grande parte do espaço público, com a

criação de adarves (é um caminho no topo dos muros

de uma fortificação), o que, no geral, contribui para

dar um aspecto intimista à rua, o que se harmoniza

grandemente com o caráter secreto que este povo dá

à cidade como um todo.

Ruas estreitas protegendo contra o sol

A cidade muçulmana se

organiza a partir da

implantação de ruas estreitas,

irregulares, no mais das

vezes criando curvas e

cotovelos que impedem a

visão de perspectiva e de

continuidade encontradas em

cidades de traçado regular.

Essa forma de estruturação

proporciona o surgimento de

um sentido intimista que,

associado a uma série de

questões tanto culturais

quanto religiosas, confere ao

traçado urbano um caráter

secreto.

No geral, essa introspecção

representa também uma

resposta à situação

climática, tendo em vista

estar o Império Muçulmano

incrustado, em toda a sua

extensão, dentro de uma

mesma faixa de clima,

situada logo acima da Linha

do Equador.

Calor e luz solar intensas

requerem ruas estreitas e

tortuosas, e estas também

representam uma orientação

de Maomé, e são

características das cidades

pré-islãmicas da Pérsia e da

Mesopotâmia.

Bagdad, reconstrução da cidade

original construída por Al-Mansur

em 762.

Bagdad, fundada segundo um ambicioso plano

urbanístico circular, com mais de dois quilômetros e

meio de diâmetro, destruída pelos mongois em

1258 e reconstruída no mesmo lugar sem

reproduzir a originária regularidade , teve mais de

um milhão de habitantes.

O núcleo da cidade de

Bagdá tem uma forma

circular, com uma

muralha dupla de adobe

que protegia as

edificações distribuídas

concentricamente e

quatro portas abertas

que correspondem aos

pontos cardeais.

No centro da praça estão

o palácio do califa e a

mesquita. Esta estrutura

recorda vagamente o

modelo de cidade

proposto por Vitruvio.

PRÓXIMAS

AULAS:

A formação do Estado Português e as influências

islâmicas na região