textos literários - eliana

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TEXTOS LITERÁRIOS 1 E O ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: 2 PROPOSTA DE ATIVIDADES 3 Eliana Aparecida Prado Verneque Soares (UEMS) 4 [email protected] 5 6 RESUMO 7 O ensino de uma língua estrangeira costuma limitar-se a memorização e assimila- 8 ção de formas prontas de modo que o aprendiz possa simplesmente repeti-las para ser 9 compreendido em uma situação de comunicação real. Esse modelo de ensino tem se 10 mostrado ineficaz na aquisição de outra língua. Sabe-se que a língua é um processo de 11 manifestação cultural e que falantes nativos usam em sua prática diária de comunica- 12 ção, elementos linguísticos particulares à sua cultura e expressões como figuras de lin- 13 guagem, regionalismos, gírias, coloquialismos e entre tantas outras coisas que não são 14 encontradas em manuais de gramática, mas que podem estar dentro de um texto lite- 15 rário. Pensando em melhorar as práticas de sala de aula, este trabalho irá propor al- 16 gumas atividades com uso de textos literários que possam diferenciar as aulas de lín- 17 gua estrangeira e auxiliar o aprendiz na aquisição de vocabulário. Para realização 18 deste artigo buscou-se aporte teórico em outros trabalhos já publicados em relação ao 19 assunto bem como sugestões de uso de textos literários. Inserir estes textos na sala de 20 aula pode ser um rico material no ensino e aprendizagem da competência comunicati- 21 va, pois, quanto mais se amplia o vocabulário do aprendiz, mais esse aprendiz se sente 22 confiante no desenvolvimento da língua, além de poder conhecer também as formas e 23 expressões de outra cultura. 24 Palavras Chave: Textos literários. Língua estrangeira. Ensino. 25 26 1. Introdução 27 Literatura era inicialmente utilizada como principal recurso para 28 as aulas de ensino de línguas na era do método gramática/tradução e ser- 29 via como matéria-prima da compreensão, identificação de estruturas 30 gramaticais e tradução, sem haver um diálogo mais aprofundado entre 31 leitor e obra e sem dar a devida importância ao conteúdo. 32 Este uso mostrou-se limitado no processo de interação lei- 33 tor/texto, restringindo em muito a apropriação da língua de acordo com 34 as afirmações de (PARO, 1998). Com o advento do estruturalismo e o 35 método audiolingual, a literatura foi minimizada e descartada e de acordo 36 com (COLLIE & SLATER, 1987, p. 2), mais atenção era dada ao diálo- 37 go e conversação, os quais eram métodos mais práticos e visíveis em si- 38 tuações reais. Diante destas mudanças, faltavam pesquisas confirmando 39

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Page 1: Textos Literários - ELIANA

TEXTOS LITERÁRIOS 1 E O ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: 2

PROPOSTA DE ATIVIDADES 3

Eliana Aparecida Prado Verneque Soares (UEMS) 4 [email protected] 5

6

RESUMO 7

O ensino de uma língua estrangeira costuma limitar-se a memorização e assimila-8 ção de formas prontas de modo que o aprendiz possa simplesmente repeti-las para ser 9 compreendido em uma situação de comunicação real. Esse modelo de ensino tem se 10 mostrado ineficaz na aquisição de outra língua. Sabe-se que a língua é um processo de 11 manifestação cultural e que falantes nativos usam em sua prática diária de comunica-12 ção, elementos linguísticos particulares à sua cultura e expressões como figuras de lin-13 guagem, regionalismos, gírias, coloquialismos e entre tantas outras coisas que não são 14 encontradas em manuais de gramática, mas que podem estar dentro de um texto lite-15 rário. Pensando em melhorar as práticas de sala de aula, este trabalho irá propor al-16 gumas atividades com uso de textos literários que possam diferenciar as aulas de lín-17 gua estrangeira e auxiliar o aprendiz na aquisição de vocabulário. Para realização 18 deste artigo buscou-se aporte teórico em outros trabalhos já publicados em relação ao 19 assunto bem como sugestões de uso de textos literários. Inserir estes textos na sala de 20 aula pode ser um rico material no ensino e aprendizagem da competência comunicati-21 va, pois, quanto mais se amplia o vocabulário do aprendiz, mais esse aprendiz se sente 22 confiante no desenvolvimento da língua, além de poder conhecer também as formas e 23 expressões de outra cultura. 24

Palavras Chave: Textos literários. Língua estrangeira. Ensino. 25

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1. Introdução 27

Literatura era inicialmente utilizada como principal recurso para 28 as aulas de ensino de línguas na era do método gramática/tradução e ser-29 via como matéria-prima da compreensão, identificação de estruturas 30 gramaticais e tradução, sem haver um diálogo mais aprofundado entre 31 leitor e obra e sem dar a devida importância ao conteúdo. 32

Este uso mostrou-se limitado no processo de interação lei-33 tor/texto, restringindo em muito a apropriação da língua de acordo com 34 as afirmações de (PARO, 1998). Com o advento do estruturalismo e o 35 método audiolingual, a literatura foi minimizada e descartada e de acordo 36 com (COLLIE & SLATER, 1987, p. 2), mais atenção era dada ao diálo-37 go e conversação, os quais eram métodos mais práticos e visíveis em si-38 tuações reais. Diante destas mudanças, faltavam pesquisas confirmando 39

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que o uso de literatura em ensino de línguas poderia ser um input signifi-1 cante e positivo conforme argumenta (MALEY, 1989), uma das figuras 2 mais influentes neste campo. Observando todos esses usos desfavoráveis, 3 em meados dos anos de 1980, ressurge a pesquisa do uso da literatura no 4 aprendizado de línguas, depois de um longo período sendo negligenciada 5 e que continua até os dias atuais. 6

Questionava-se então que se a língua constitui-se em recurso pri-7 vilegiado de comunicação, também é estratégia de apropriação de um 8 conhecimento mais complexo que envolve valores culturais, visões de 9 mundo e sensibilidades individuais e coletivas. Como resultado passou a 10 se revelar como meio de entendimento do homem e da sociedade, poden-11 do ser pensada como dispositivo de análise crítica da ampliação da capa-12 cidade de análise dos mecanismos da existência, tanto no passado quanto 13 no presente. 14

Perante deste entendimento, o uso do texto literário – termo que 15 usarei para me referir a contos, poemas, romances ou peças – como re-16 curso no ensino de línguas ganhou uma nova função, não apenas como 17 pretexto para a aquisição de estruturas gramaticais, mas também como 18 forma de elemento constitutivo de um saber mais amplo. 19

O trabalho com textos literários além de fornecer material adicio-20 nal de práticas gramaticais, auxilia na aquisição de vocabulário conforme 21 aponta (LIAW, 2001) e o contato com esses tipos textuais fornecem ain-22 da ao aprendiz não apenas palavras e sentenças, mas significados que só 23 podem ser apreendidos através de um campo semântico mais amplo, sen-24 do necessária uma interação positiva, na qual as ligações culturais de 25 uma época demonstrem importância vital na compreensão das palavras e 26 das estruturas do discurso. 27

Considerando que o ensino de uma língua estrangeira costuma li-28 mitar-se a memorização e assimilação de formas prontas de modo que o 29 aprendiz possa simplesmente repeti-las para ser compreendido em uma 30 situação de comunicação real, e que esse modelo de ensino tem se mos-31 trado ineficaz na aquisição de outra língua, alguns questionamentos per-32 tinentes ao uso de textos literários no desenvolvimento dessa língua fa-33 zem-se necessário: Qual é o papel do texto literário na formação do lei-34 tor? Que textos devem ser usados? Quais alternativas são propostas para 35 que o uso destes textos possa auxiliar o aprendiz na aquisição de vocabu-36 lário? 37

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Sabemos que a língua é um processo de manifestação cultural e 1 que falantes nativos usam em sua prática diária de comunicação, elemen-2 tos linguísticos particulares à sua cultura e expressões como figuras de 3 linguagem, regionalismos, gírias, coloquialismos e entre tantas outras 4 coisas que não são encontradas em manuais de gramática, mas que po-5 dem estar dentro de um texto literário. Em favor do uso do texto literário 6 como um recurso importante para estimular as atividades com a língua, 7 (DEFF & MALLEY, 2003) consideraram que literatura é material autên-8 tico, uma vez que não é produzida artificialmente para fins pedagógicos. 9

O ensino de uma língua estrangeira deve proporcionar ao educan-10 do inclusão social, de modo que o aluno seja capaz de interagir em várias 11 comunidades e conhecimento segundo as Diretrizes Curriculares Nacio-12 nais e que ainda de acordo com (CANDIDO, 2003) a literatura deve ser 13 reconhecida não apenas como fonte de prazer e lazer, mas sim, como pa-14 pel socializador e transformador, uma função humanizadora que atua no 15 processo de formação do indivíduo e que amplia perspectivas de relação 16 do homem com o homem e do homem com o mundo. Seria este então o 17 papel do uso dos textos literários no ensino de língua estrangeira. 18

O objetivo deste trabalho é refletir sobre o uso de textos literários 19 no ensino de língua estrangeira e oferecer algumas propostas de ativida-20 des que possam auxiliar o professor no desenvolvimento de suas aulas de 21 leitura bem como ajudar na ampliação do vocabulário do aprendiz. 22

Ao justificar-se a necessidade de promover mudanças e melhora 23 no nível de ensino de línguas estrangeiras, a literatura pode proporcionar 24 ao professor novas dimensões e caminhos para que se incluam questões 25 culturais e não apenas estruturais e gramaticais. 26

A metodologia utilizada neste estudo foi um levantamento biblio-27 gráfico, pois oferece meios que auxiliam na definição do tema e que se-28 jam analisados sob novo enfoque produzindo novas conclusões. 29

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2. Qual é o papel de textos literários na formação do leitor? 31

Ampliar o conhecimento linguístico dos alunos é parte fundamen-32 tal da aquisição de uma língua e conforme afirma (POVEY, 1972), o 33 contato com textos literários corrobora também para essa ampliação além 34 de contribuir com a extensão de uso da língua. Outra vantagem, de acor-35 do com o autor, é de que o uso destes textos em sala de aula ajuda na 36 promoção da linguagem e na comunicação, já que os estudantes poderão 37

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discutir na língua alvo, questionamentos em relação às leituras realiza-1 das. 2

Motivações e afetividades também podem ser contribuições valio-3 sas para o aprendizado conforme declara (MCKAY, 1982), visto que, 4 contextos sociais são levados em consideração em textos literários. A to-5 lerância em diferentes culturas e a promoção da criatividade será encora-6 jada pelos estudantes na visão deste autor. 7

Universalmente todas as línguas têm sua literatura e os temas 8 convergem no que geralmente atrai os leitores: amor, morte, separação, 9 natureza, traição etc., que são comuns a todas as culturas e por todo o 10 mundo a literatura segue convenções e gêneros conforme aponta (MA-11 LEY, 2001). 12

Existem inúmeras razões pelas quais o uso de textos literários po-13 de promover o ensino de uma língua estrangeira. Três dados que podem 14 colaborar para que essa promoção aconteça são mencionados por (AR-15 THUR, 1968). O primeiro é um grande repertório vocabular que é usado 16 na literatura comparado com a fala. O segundo é um modelo sintático 17 único que só é encontrado especialmente na literatura escrita. Como 18 exemplo o autor menciona a voz passiva e as orações subordinadas que 19 aparecem com certa frequência nos textos. O terceiro benefício é que es-20 tes textos levam os alunos a entenderem outras sociedades e culturas e 21 percebem que personagens e eventos ocorrem de acordo com normas es-22 pecíficas destes grupos. 23

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3. Que textos devem ser usados? 25

Estudos na área apontam certa dificuldade entre professores e alu-26 nos em se trabalhar com textos literários atribuídos à falta de competên-27 cia linguística para ler literatura fora da língua materna. As estratégias de 28 leitura também não são conhecidas pelos docentes de modo que eles não 29 podem ensiná-las aos alunos. Neste sentido, a escolha dos textos literá-30 rios é fator crucial, pois o aluno poderá desenvolver o gosto pela leitura 31 como também poderá não ser encorajado para tal se não gostar do texto 32 ou se a linguagem nele descrita for muito além da capacidade linguística 33 do aprendiz. 34

Algumas sugestões dadas por (ARTHUR, 1968) podem ajudar o 35 professor na escolha dos textos: não selecionar textos que envolvam um 36 vocabulário e itens de estruturas gramaticais muito difíceis, pois isto de-37

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sencorajará os alunos que não conseguirão fazer sentido do texto porque 1 o nível de proficiência deles não será ainda suficiente para uma análise 2 de uma estrutura vocabular e gramatical que eles ainda não conhecem. 3 Assunções de culturas não familiares a eles também devem ser evitadas 4 de modo que ainda podem estar no estágio inicial de aprendizado da lin-5 guagem. Existem algumas histórias familiares em todos os países e cultu-6 ras. 7

O professor poderá então selecionar uma dessas histórias e tradu-8 zi-las para a língua nativa do aluno, porém valores literários da história 9 devem ser mantidos durante o processo da tradução. Recursos não ver-10 bais apresentados no texto também são fatores importantes que contribu-11 em para leitura como figuras, efeitos de sons, tonalidade da voz do pro-12 fessor no momento da leitura. Outro aspecto a ser considerado é a rele-13 vância do tema para a vida do aluno, isto é, ter em mente os seus interes-14 ses, hobbies, maturidade intelectual. O ambiente também deve ser consi-15 derado de acordo com as sugestões de (ARTHUR, 1968), Um ambiente 16 silencioso, calmo e relaxante contribui melhor para que a leitura aconte-17 ça. 18

O professor deverá criar situações em que os alunos percebam as 19 mudanças linguísticas que ocorrem, já que línguas são mutáveis ao longo 20 dos tempos, principalmente quando a obra pertence a períodos bem anti-21 gos e distantes dos leitores, quando se tem nas mãos, autores consagrados 22 como Chaucer e Shakespeare. 23

As técnicas de estratégias de leitura também devem ser ensinadas 24 criando mecanismos para que o aluno aprenda o funcionamento da lin-25 guagem literária e poética para inter-relação e apropriação do código lin-26 guístico. Quando surgidas dificuldades de interferência no processo de 27 leitura, o docente de línguas deve promover atividades que envolvam o 28 desenvolvimento de estratégias de inferência lexical e contextual. 29

Dizer que o léxico não se configura em aspecto relevante no ensi-30 no-aprendizagem de língua é uma concepção um tanto simplista, já que, 31 não se é favorável a uma prática isolada e centrada na questão lexical, 32 mas sim que o vocabulário é peça fundamental na interação leitor/texto e 33 cabe ao professor desenvolver atividades criativas e contextualizadas em 34 relação à apropriação e entendimento, do que os alunos geralmente defi-35 nem como “palavras desconhecidas” e que causam desânimo e desinte-36 resse no aprendiz no processo de leitura de textos literários estrangeiros. 37

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O professor de línguas estrangeiras deve estimular o interesse dos 1 alunos na leitura de obras literárias, verificando se eles já tiveram algum 2 tipo de contato com a obra impressa e em caso negativo, comentar alguns 3 aspectos e características do texto selecionado. É fundamental que o pro-4 fessor mostre aos alunos o porquê da escolha do texto, a necessidade da 5 leitura da obra literária na formação do profissional principalmente de 6 línguas. 7

Várias técnicas podem ser trabalhadas como o funcionamento da 8 linguagem poética como metáfora, constituindo um recurso prático-dis-9 cursivo muito comum entre os escritores. Como se pode perceber inúme-10 ras são as utilidades do uso de textos literários no processo do ensino de 11 línguas: aquisição de vocabulário, inferências-linguisticas, períodos his-12 tóricos culturais de uma sociedade, interação do texto leitor/escritor, vi-13 são de pensamentos e sentimentos. 14

No ensino da linguagem, o texto deve ser usado como exemplo de 15 certos tipos de modelos textuais e estruturas que podem ajudar estudantes 16 a se tornarem mais independentes quanto à produção dos mesmos, ter um 17 melhor crescimento pessoal, desenvolvimento emocional e uma gama de 18 conhecimentos e informações. 19

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4. Proposta de Atividades 21

4.1. Textos: Poema 22

Com o poema I Wondered Lonely as a Cloud, de Willian 23 Wordsworth, a sugestão apresentada é que o professor retire a última pa-24 lavra de cada verso e peça aos alunos que o completem fazendo sentido. 25 Dê alguns minutos para que a atividade seja feita em grupo. Depois, en-26 tregue o original para fazerem a comparação do que escreveram ou se 27 chegaram pelo menos próximos das palavras reais. 28

Para o poema The Solitary Reaper, também de Willian Words-29 worth, o professor deve entregar o poema para que os alunos trabalhem 30 em grupos, sem a separação dos versos, ou seja, apresente o poema como 31 se fosse um texto em prosa e solicite aos alunos que o refaçam dividindo-32 o em versos. Dê alguns minutos para a atividade e entregue a cópia do 33 original para a comparação. 34

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4.2. Texto narrativo 1

4.2.1. Livro: Bridge to Terabithia, escrito por Katherine Pa-2 terson. O livro é composto por treze capítulos. O professor poderá solici-3 tar aos alunos como tarefa, que a cada aula leiam um capítulo do livro e 4 propor diversas atividades como: elaboração de algumas perguntas rela-5 cionadas ao capítulo lido e na próxima aula fazer uma correção coletiva 6 com os alunos. Solicitar que preparem algumas sentenças com vocabulá-7 rios desconhecidos encontrados no capítulo substituindo-os por outro 8 com o mesmo significado e fazer com que os alunos adivinhem o sentido 9 no texto. Representar um capítulo lido em forma de role play. Escrever 10 um sumary de um capítulo. Retirar da leitura realizada, expressões de 11 sentimentos como dor, felicidade, mágoa etc. 12

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4.2.2. Conto: The Canterville Ghost de Oscal Wilde. O conto 14 é escrito no gênero gótico. O professor poderá explorar esse tipo de tex-15 to, apresentando as características do estilo gótico, bem como elaborar 16 diversas atividades, divididas por capítulos, como palavras cruzadas, pa-17 lavras tiradas do contexto, lista de figuras, resumos dos capítulos e solici-18 tar que os alunos criem vídeos ressignificando a história a partir da cena 19 que mais gostou. Várias são as alternativas para exploração do conto. 20

Enfim, inúmeras são as propostas para uso de textos literários em 21 sala de aula. Caberá ao professor o uso de sua criatividade na elaboração 22 de seu planejamento quando do uso desses textos. 23

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5. Considerações finais 25

A educação literária se faz necessária, pois segundo Howard 26 (1974, apud HEATH, 1982), ela nos permite compreender o mundo ao 27 nosso redor além de nos possibilitar compreender também o que nos tor-28 namos e como nos tornamos. 29

O uso de textos literários no ensino e aprendizado de uma língua 30 estrangeira é um rico material que poderá fornecer situações autênticas 31 no ensino da língua alvo bem como promover o prazer neste aprendizado 32 através de histórias interessantes. Os alunos poderão ainda estender o co-33 nhecimento e experiências de mundo através destes textos que mostram a 34 eles novas formas de ver o mundo e construir significados. 35

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É necessário também que o professor de línguas inicie o quanto 1 antes possível, a interação dos alunos com textos literários para que os 2 mesmos aos poucos se familiarizem com um novo material de aprendi-3 zado. 4

O docente de línguas deve então promover a prática de leitura 5 destes textos e comprometer-se com o desenvolvimento em sala de ativi-6 dades que promovam a inferência lexical e especificar estratégias de lei-7 tura que favoreçam a contextualização dos textos, tanto no que se refere 8 ao momento de produção textual quanto empenhar-se na discussão com-9 parativa entre as questões sociais tratadas no texto estudado e a proble-10 mática contemporânea da sociedade. 11

O contato com textos literários irá prover o aprendiz de um input 12 no aprendizado de línguas bem como um amplo conhecimento de mundo 13 através da leitura. 14

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 16

BRADFORD, A. Reading literature and learning a second. Language 17 and Learning, p. 199-210. 18

COLLIE, J. & SLATER, S. Literature in the Language Classroom. 19 Cambridge: OUP, 1987. 20

CANDIDO, A. Literatura e sociedade. 7. ed. São Paulo: Cia. Ed. Nacio-21 nal, 1985. 22

DUFF, A; MALEY, A. Literature. Foreign Language Annals. Oxford: 23 Oxford University Press, 2003, p. 35-44. 24

HEATH, S.B. What no Bedtime Story Means: Narrative Skills at Home 25 and School. Language in Society, 11, p. 49-76, 1982. 26

IBRHIM, Alisson Yamakawa. Ensino de língua inglesa: o papel do texto 27 literário na formação do leitor. In: I Encontro de Diálogos Literários: 28 Um Olhar para Além das Fronteiras. 2013, p. 172-193. Disponível em: 29 <http://dialogosliterarios.files.wordpress.com/2013/03/45.pdf>. Acesso 30 em: 23-09-2013. 31

LIAW, M. L. Exploring Literacy Responses in a EFL Classroom. 32

MALEY, A. A comeback for literature? Practical English Teacher, vol. 33 10, n. 59. 34

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McKAY, S. Literature in the ESL Classroom. TESOL Quarterly, p. 529-1 536, 1982. 2

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PATERSON, K. Bridge to Terabithia. Impress by Harper Collins Chil-6 dren’s book. USA, 1987. 7

POVEY, J. F. Literature in TESOL Programs: The Language and the cul-8 ture. TESOL Quarterly, p. 40-46, 2013?. 9

WILDE O. The Canterville Ghost and other stories. Oxford: Heinemann 10 Guide Readers. 1993. 11

WORDSWORTH, W. Poesias selecionadas. Edição bilíngue. São Paulo: 12 Mandacaru, 1988. 13