texto sobre evolução da cartografia

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  • 8/6/2019 Texto sobre Evoluo da Cartografia

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    O DESENVOLVIMENTO DA CARTOGRAFIA

    O homem constri sua prpria histria, ou melhor, fez e continua fazendo sua

    histria sobre esse planeta desse sistema solar, dessa galxia, onde as novas idias

    associadas tecnologia tentam atender s necessidades que so inerentes ao ser

    humano. possvel definir o carter da sociedade em um determinado perodo

    histrico quando se faz a anlise das idias predominantes e a tecnologia domi-

    nante ao longo do tempo. As mudanas de pensamento, de vida e de trabalho, de

    laser e de comunicao aparecem fortemente refletidas em uma forma de repre-

    sentao grfica criada pelo homem e que leva o nome de MAPA. Ao estudarmos a

    histria da humanidade de suas conquistas, dominaes e religies, encontrare-

    mos os mapas mostrando domnios sobre o territrio.

    As revolues cientficas trouxeram novos aparatos tecnolgicos, e as novas idias

    e necessidades da sociedade exigiram maior rigor nas representaes, tanto em

    termos geomtricos quanto no contedo que os mapas veiculavam. Nesse senti-

    do, as principais fases da histria da cartografia resumida a seguir tendo como

    base o captulo do livro Elements of Cartoghrafy de Robinson et al (1995).

    PRIMEIROS MAPAS

    A diversidade de mapas que conhecemos hoje emergiu em um longo processo de

    revoluo e evoluo. Ele precede historicamente escrita. De fato, os PRIMEIROS

    MAPAS eram esquemticos e figurativos e utilizados em sua maioria em rituais ou

    cerimnias religiosas. Alguns poderiam ter alguma utilizao prtica como aquele

    das ilhas polinsias, que representam caractersticas essenciais a sobrevivncia

    como os padres de predominncia de correntes ocenicas e ventos. O mapa mais

    antigo que se tem conhecimento vem da Babilnia, cerca de 2.500 anos a.C.

    Representa o lado setentrional da mesopotmia, cruzado pelo Eufrates, at suadesembocadura duas fileiras de montanhas.

    VE OLUCAO DA

    ICARTOGRAF A

    G SP

    N

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    A tbua de argila descoberta na

    cidade de Nuzi, pertence po-

    ca do Segundo Imprio babilni-co. considerado o mapa mais

    antigo do mundo. Trata-se de

    uma placa de barro cozido, com

    inscries em caracteres cunei-

    formes, cuja origem provavel-

    mente remonta ao ano de 2500

    a. C. Representam o lado seten-

    trional da mesopotmia, cruza-

    do pelo Eufrates, at sua desem-bocadura duas fileiras de mon-

    tanhas em forma de escama de

    peixe. Os pontos cardeais esto

    indicados por crculos com des-

    cries. Esta relquia cartogrfi-

    ca, que abrange o espao em

    que se desenvolvem estas civili-

    zaes, deve-se aos sumerianos.

    2

    EVOLUCAO DA cartografia GPS

    S

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    A tbua de argila descoberta na cidade de Nuzi, pertence

    poca do Segundo Imprio babilnico. considerado o

    mapa mais antigo do mundo. Fonte: AGUILAR, Jos. Histria

    da Cartografia. Georama, Ed. Codex, Rio de Janeiro 1967. 239 p.

    Mapas confeccionadas com bambus entrecruzados, aos

    quais se prendiam pedras de vrios tamanhos. Fonte:AGUILAR, Jos. Histria da Cartografia. Georama, Ed. Codex, Rio de

    Janeiro 1967. 239 p.

    Uma das mostras mais interes-

    santes da cartografia primitiva

    foram os mapas construdos

    pelos aborgenes das ilhas

    Marshall. Estas cartas marinhas

    so muito originais e simples.

    Eram confeccionadas com

    bambus entrecruzados, aos

    quais se prendiam pedras de

    vrios tamanhos. O simbolismo

    que encerram muito peculiar:

    as varetas representam a direo

    das ondas nas vizinhanas do

    arquiplago, fenmeno de

    grande influencia na navegao

    entre diversas ilhas, cuja posio

    est por sua vez representadanas mencionadas pedras.

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    EVOLUCAODA cartografia GPS

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    O mapa confeccionado em pele de bfalo, procedentede Rio Colorado, EUA. Est no Museu da Amrica emMadri. Fonte: AGUILAR, Jos. Histria da Cartografia.

    Georama, Ed. Codex, Rio de Janeiro 1967. 239 p.

    Os ndios norte americanos, obrigados por seu nomadismo a um contnuo contato com a

    natureza, representaram, de forma esquemtica e, em geral com duas cores, as zonas de

    caa e pastagem, necessrias para sua subsistncia. O mapa da figura foi confeccionado empele de bfalo, procedente de Rio Colorado, EUA. Est no Museu da Amrica em Madri.

    Mapa Mundi babilnico desenhado sobre uma t-

    bua de barro cozido (cerca de 500 a.C); com inscri-

    es em caracteres cuneiformes. Na parte inferior

    do espao circular, que divide o Eufrates e circunda

    o mar, eleva-se Babilnia, a lendria cidade das

    cem portas. Museu britnico, departamento de

    Antiguidades Asiticas. Fonte: AGUILAR, Jos. Histriada Cartografia. Georama, Ed. Codex, Rio de Janeiro 1967.

    239 p.

    Tbua de argila com restos de levantamento docadastro de Babilnia.Fonte: AGUILAR, Jos. Histriada Cartografia. Georama, Ed. Codex, Rio de Janeiro

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    MAPAS ANTIGOS

    Com o desenvolvimento de conceitos geomtricos, novos instrumentos de medira superfcie terrestre foram desenvolvidos. Os egpcios (cerca de 1300 a.C.) inven-

    taram o cvado, um instrumento utilizado para demarcar terras, pois era preciso

    saber quanto de terras do fara produziam. Os gregos usaram as teorias da geo-

    metria para inferir que a forma da terra seu tamanho e os conceitos de latitude e

    longitude para demarcar as posies relativas de distintas feies (cidades, ilhas,

    montanhas). O matemtico grego Pitgoras estabeleceu uma escola filosfica em

    Crotona (hoje Calbria), e criou a hiptese de que a Terra era redonda, a partir da

    observao de sua sombra na lua e da altura das estrelas. Eratstenes (220.A.C.)

    foi quem calculou o raio da Terra atravs de observaes ao Sol.

    Apesar de os antigos chineses terem um sistema bem definido para o mapeamen-

    to, a Cartografia atual vem das tcnicas e conhecimentos estabelecidos pelos

    gregos onde se dava nfase as relaes espaciais e, desde ento, os mapas torna-

    ram-se instrumentos deste tipo de anlise. Os romanos herdaram e ampliaram

    esse conhecimento, aplicando-os na construo dos seus mapas, deixando-nos

    um legado de mapas clssicos.

    Reconstruo do mapa de Eratstenes feito por A. Forbiger, 1775. Eratstenes, o gegrafo de Cirene,concebeu o mundo habitado como uma ilha Europa, sia e frica e antecipou a possibilidade da rota dapennsula Ibrica s ndias margeando o continente africano, que Vasco da Gama depois percorreria.Fonte: AGUILAR, Jos. Histria da Cartografia. Georama, Ed. Codex, Rio de Janeiro 1967. 239 p.

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    Mapa Mundi de atlas

    coreano annimo que

    teve grande circulao

    e cuja origem

    remonta ao sculo XI,

    apesar do atlas ser

    posterior ao sculo XV

    , sem dvida de

    procedncia chinesa.

    A China ocupa o

    centro e o seu redor

    gira um continente

    em forma de anel.Numerosos pases e

    ilhas nele assinalados

    so nomes de lugares

    fictcios mencionados

    no Shan-haiChing

    O mapa Universal de El-Edrici, ou TbuaRogeriana, do sculo XII, conforme a composiogeral de todas suas cartas, por Konrad Miller. Nele possvel ver uma retcula formada por dezmeridianos e oito paralelos, que determinam ascorrespondentes zonas climticas. Dentro do tomcorreto da carta, clara a deformao da pennsulaitaliana, e dos mares Negro e Cspio. A frica est

    desenhada conforme o esquema dos mapas dePtolomeu. A viso de El-Edrici completa, e semdvida muito mais atinada que a de todos os mapasocidentais da mesma poca, pelo acerto eobjetividade das formas, e abundncia detopnimos includos. Fonte: AGUILAR, Jos.Histria da Cartografia. Georama, Ed. Codex, Rio deJaneiro 1967. 239 p.

    (livro das montanhas e dos mares), um clssico chins das tradies geogrficas antigas. O mapa foi

    talhado em madeira; o original sem data pertence coleo da Prof. Nanba, de Nishinomiya

    (Japo). Fonte: AGUILAR, Jos. Histria da Cartografia. Georama, Ed. Codex, Rio de Janeiro 1967. 239 p.

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    Tbua de PeutinguerO documento parece

    vir do sculo IV. Trata-

    se de um mapa de

    caminhos e estradas,

    comprido, onde so

    realadas as vias de

    comunicao, povoa-

    es principais por

    onde estas passam,

    pontos de cruzamento

    de rios e canais impor-tantes e alguns deta-

    lhes sobre termos e

    mananciais populares.Na tbua Peutingeria-

    na Roma o centro do

    orbe, eqidistante de

    Cdiz e Antiquia. O Portus Augusti chega capitania martima do Mediterrneo, Mare Nos-

    trum que quer dizer mas da civilizao. Desta capital do universo latino cristo partem 12 vias de

    comunicao, entre as quais se destacam a Via Appia, a Via Triburtina e a Via Flaminia. A

    primeira estao da Via Triunphalis, a oeste da cidade, est representada no mapa pela

    inscrio crist Ad Sm. Petrum, smbolo do novo esprito romano. Fonte: AGUILAR, Jos. Histria daCartografia. Georama, Ed. Codex, Rio de Janeiro 1967. 239 p.

    Plano Minas de ouro da

    Nbia Planos de minas de

    ouro da Nbia, na qual se

    destacam os caminhos de

    acesso aos poos aurferos,

    os escombros e as habitaes

    dos mineiros, realizado no

    tempo de Ramss II.Museu Egpcio de Turim. Fonte:

    AGUILAR, Jos. Histria da Cartografia.Georama, Ed. Codex, Rio de Janeiro

    1967. 239 p.

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    Mapa rabe

    O Mapa pertence ao Atlas de

    Istakjar, representa o Oceano

    ndico; o leste para cima. Ao

    norte, de leste para oeste, a

    Prsia, os montes Zagros

    (representados com uma

    montanha), os rios da

    Mesopotmia, a Arbia e o

    mar Vermelho.

    Fonte: AGUILAR, Jos. Histria da

    Cartografia. Georama, Ed. Codex, Rio de

    Janeiro 1967. 239 p.

    Astrolbio

    O astrolbio foi recolhido pelos rabes

    das obras ptolemaicas, e propagado pelo

    Ocidente. No sculo IX, sua utilizao foi

    geral pelos astrnomos da corte do califa

    Al-Mamun. Atravs dos cientistas

    hispano-rabes ficou conhecido naEuropa, convertendo-se, at nos

    princpios da Idade Moderna, num

    companheiro inseparvel dos viajantes

    das distncias ocenicas, que com ele

    mediram a altura das estrelas. Afonso X

    rendeu tributo em sua obra a esta

    contribuio islmica. O astrolbio da

    ilustrao foi construdo no sculo X e se

    acha na Biblioteca Nacional de Paris.

    Fonte: AGUILAR, Jos. Histria da Cartografia.Georama, Ed. Codex, Rio de Janeiro 1967. 239 p.

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    V L C O A carto a aE O U A D gr fi SGP

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    O mapa mundi de Ricardo de

    Haldingham est conservado

    na Catedral de Hereford, onde

    faz parte do retbulo de um

    altar. Seu formato clssico

    dos cartogramas circulares

    medievais. Seu valor artstico

    contrasta com a incorrelao

    das formas geogrficas quedescreve, provavelmente

    devido ao mapa romano que

    serviu de modelo ao artista.

    Trata-se de um original tardio

    do sculo XIII, foi chamado o

    maior e mais interessante

    exemplar sobrevivente dos

    mapas medievais.

    Fonte: AGUILAR, Jos. Histria da Cartografia.

    Georama, Ed. Codex, Rio de Janeiro 1967. 239 p.

    MAPAS MEDIEVAIS

    Sabemos que a Idade Mdia foimarcada pelo retrocesso ou estagna-

    o das cincias e o domnio da

    religio no mundo ocidental (idade

    da trevas ou seja da ignorncia). Isso

    aparece marcado nos mapas mos-

    trando que o conhecimento geogrfi-

    co e os dogmas da igreja no se

    reconciliavam. Como resultadoverifica-se uma regresso no mapea-

    mento que volta a mostrar mapas

    figurativos, isto , a fidelidade geo-

    grfica foi totalmente esquecida. So

    dessa poca os mapas T-O conforme

    esse exemplar.

    Mapa Mundi Ricardo de Haldingham. conservado

    na Catedral de Hereford .Fonte: AGUILAR, Jos. Histria daCartografia. Georama, Ed. Codex, Rio de Janeiro 1967. 239 p.

    Mapa T O.

    Ed. CODEX S.A.

    Fonte: Histria da Cartografia, 1967.

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    As cartas Portulanas

    As cartas portulanas, devido a sua

    condio geomtrica, souberam har-

    monizar desde o incio esta caracters-

    tica com uma qualidade pictrica rara.

    No marco das prprias rosas-dos-

    ventos, despertava ateno a diversi-

    dade policrmica, da qual nasciam os

    rumos. Mas essa preocupao est-

    tica se acentua no decorrer do sculo

    XV, quando os mapas nuticos se

    despojam de sua austera simplicidadeinicial, e generaliza-se a incluso de

    elementos decorativos, que represen-

    tam smbolos e mitologias, escudos e

    brases, momentos artsticos e

    urbanos, crtes ou sedes reais esplen-

    didas, fauna e flora das regies. Na

    figurao de um portulano tardio, a

    pennsula Ibrica, na qual a figura de

    um monarca ocupa o centro, um

    claro testemunho desta dimensoornamental. (Fonte: Histria da

    Cartografia, 1967. Ed. CODEX S.A.)

    Cartas Portulanas.Cartografia. Georama, Ed. Codex, Rio de Janeiro 1967. 239 p.

    Fonte: AGUILAR, Jos. Histria da

    A carta portulana de Angelino Dulcet

    uma das mais notveis da escola maior-

    quina. Para os que atribuem a este a

    personalidade de Dalorto bastaria reparar

    na frase que o mapa inclui: Esta obra foirealizada por Angelino Dulcet no ms de

    Agosto do ano de 1339, na cidade dos

    maiorquinos. Inclui os cursos dos mais

    importantes rios e anota as principais

    cadeias de montanhas. O mapa de

    grandes dimenses (145 x 75 cm) e sua

    toponmia est escrita em idioma catalo.

    O original, em excelente estado de

    conservao, encontra-se na Biblioteca

    Nacional de Paris.

    Fonte: AGUILAR, Jos. Histria da Cartografia.Georama, Ed. Codex, Rio de Janeiro 1967. 239 p.

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    MAPAS DOS DESCOBRIMENTOS

    A tecnologia manual, associada tecnologia magntica, representada

    pela Bssola (que foi inventada pelos

    chineses s) foram utilizadas para criar

    as cartas celestes e a Cartas de Marear,

    que serviam para as navegaes

    martimas na poca dos denominados

    Grandes Descobrimentos. Os portu-

    gueses tiveram grande importncia nodesenvolvimento da cartografia nessa

    poca, criando a famosa Escola de

    Sagres onde era ensinado ao mesmo

    tempo, a navegar e a desenhar cartas

    de navegao. Nos sculos XIV e XV a

    demanda por cartas de navegao era

    enorme, por causa do comrcio entre o

    ocidente e o oriente e as navegaes

    at as terras recm conquistadas. Os

    mapas tornaram-se to importantes

    que eram considerados segredos do

    reino, pois mostravam os lugares

    conquistados e como chegar l. Foi

    criada nessa poca a profisso de

    cartgrafo - aquele que faz (desenha)

    mapas. Os nomes mais expoentes

    dessa poca foram Mercator e

    Ortelius, devido elaborao do

    primeiro Atlas Geogrfico que se tem

    notcias no mundo ocidental.

    Com o perodo histrico denominado

    Renascimento (sculos XV e XVI, que

    quer dizer renascer, voltar luz oconhecimento, as cincias, as artes, a

    cultura de forma geral, o homemcomea um perodo de colonizao das

    terras descobertas. A explorao

    global e o comrcio entre o Ocidente e

    o Oriente precisavam de mapas para a

    navegao. As Cartas Portulanas,

    estabelecidas desde o final da Idade

    Mdia, como Cartas de Marear,

    reapareceram agora mais corretas,com a definio dos rumos atravs das

    rosas dos ventos entrelaadas. A

    tecnologia tica com o invento de

    lentes e telescpios aumentou e

    realou a acuidade visual aplicada a

    coleta de dados do meio ambiente. A

    tecnologia mecnica e foto-qumica

    para a impresso foi utilizada para a

    reproduo de mapas que at ento

    eram copiados manualmente, fato que

    requeria especialistas nas artes e

    tempo para essa reproduo. Os custos

    foram reduzidos e aumentou a veloci-

    dade e eficincia no processo de

    mapeamento, alm de tornar os

    mapas acessveis a uma grande cama-

    da da populao, at ento, somente a

    nobreza tinha acesso aos mapas

    quando de sua educao; a plebe s os

    conhecia em tapetes decorativos. Os

    mapas produzidos manualmente por

    especialistas eram depois reproduzi-

    dos utilizando a litografia. Alguns

    exemplares desse perodo so podem

    ser vistos aqui.

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    EV L C O A carto a aO U A D gr fi GPS

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    EV L C O A carto raf aO U A D g i SGP

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    Nas Cartas Portulanas, nas rosas-dos-ventos nasciam os rumos.

    Verificamos a diversidadepolicrmica com preocupaes

    acentuadas com a esttica. Essapreocupao se acentua no decorrer

    do sculo XV, quando os mapasnuticos se despojam de sua austerasimplicidade inicial, e generaliza-se a

    incluso de elementos decorativos,que representam smbolos e

    mitologias, escudos e brases,momentos artsticos e urbanos,

    crtes ou sedes reais esplendidas,fauna e flora das regies. Na

    figurao de um portulano tardio, apennsula Ibrica, na qual a figura de

    um monarca ocupa o centro, umclaro testemunho desta dimenso

    ornamental.

    Lopo Homem deixou relquias como este planisfrio de 1554, assinado embaixo por ele, que constitui uma

    carta nutica com dez rosas-dos-ventos. Dois meridianos graduados marcam o curso da linha de delimita-

    o do Tratado de Tordesilhas, deixando grande parte da atual Argentina sob domnio de Portugal. Nas

    costas do Pacfico aparece a Califrnia, j desenhada como pennsula. As origens do Nilo, to prximas dotrpico de Capricrnio, demonstram a influncia ptolomaica. O original est guardado no Museu Florentino

    da histria e da Cincia .Fonte: AGUILAR, Jos. Histria da Cartografia. Georama, Ed. Codex, Rio de Janeiro 1967. 239

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    EVOLUCAO A cartograf aD i GPS

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    O mapa das Amricas data de 1550 mostra ainda as rosas dos ventos para

    marcar o incio dos rumos. H uma definio da costa da Amrica do Sul noOceano Atlntico e o nome de lugares em toda essa costa e uma abundncia

    de figuras decorativas tentado mostrar o que conheciam ou supunham ter

    nessa nova terra. Fez parte da exposio Brasil, 500 anos.

    A influncia de Mercator

    perdurou no sculo XVI

    e nos sculos seguintes

    e, apoiado nas suaspranchetas, os impres-

    sores holandeses

    publicaram inmeras

    edies durante o

    sculo XVII. Este vistoso

    mapa mundi mercatori-

    ano pertence edio

    de Hndio e Jansnio,

    com data de 1641.

  • 8/6/2019 Texto sobre Evoluo da Cartografia

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    O mapa abaixo, mostrando a diviso poltica das Amricas, data de 1645 e foi

    mostrado na exposio Brasil, 500 anos. Observa-se nesse mapa a influncia deMercator.

    13

    EVOLUCAO DA cartografia GPS

    S

    O

    Os tratados polticos

    das delimitaes de

    fronteiras contribu-

    ram para o desenvolvi-

    mento da cartografia,

    num sculo de carac-

    tersticas puramente

    blicas. O mapa de

    Thomas Jefferys tem

    como objetivo indicar

    as limitaes assinala-das por vrios trata-

    dos, entre eles o de

    Utrecht.

  • 8/6/2019 Texto sobre Evoluo da Cartografia

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    EVOLUCAO DA cartografia SGP

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    MAPEAMENTO MODERNO

    No mapeamento moderno o foco o lugar, tratado nos mapas de referncia geral

    para a localizao de feies com a exatido permitida pela escala; feies como

    linhas de costa, rios e cidades. No sculo XVIII foram institudas as academias

    cientficas, e a sistematizao dos diferentes ramos de estudo aconteceram com a

    diviso do trabalho cientfico no incio do sculo XIX, marcando o incio da cincia

    cartogrfica moderna. O astrnomo francs Csar Fracois Thury (1714-1784)

    elaborou a primeira srie sistemtica de mapas topogrficos da Frana. Mudanas

    de idias sobre o que acontece no planeta; os interesses so mais abrangentes

    necessitando de mapeamentos temticos como o do uso do solo. As representa-

    es dos fenmenos geogrficos como clima, vegetao, uso do solo, densidade

    populacional, por exemplo, deu origem aos mapas temticos no sculo XVIII.

    Antonio Zatta um representante do sculo XVIII da cartografia italiana. Em 1784

    publica, em Veneza, um Atlante Novisimo, com numerosos mapas. A ele pertence o

    mapa da Amrica Setentrional, elaborado em 1776, que, em sua projeo, anloga de

    Bonne, apresenta novos descobrimentos do dinamarqus Behring e do russo Tchirikov(1741) no Norte.

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    EVOLUCAO DA cartografia PSG

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    O

    O desenvolvimento humano requer

    cada vez mais exatido nas medidas e

    o pensamento ecolgico e a teoria dos

    sistemas aparece forte na metade do

    sculo XX. A contaminao do meio

    ambiente, as espcies em extino,

    sustentabilidade econmica, aqueci-

    mento global apontam o prevaleci-mento de sistemas globais de pensa-

    mento. O ambiente precisa ser enten-

    dido e administrado como um sistema

    de processos inter-relacionados. A

    complexidade do mundo atual exige

    mapas especializados e rigorosos, pois

    a informao uma ferramenta

    poderosa nas questes de inventrio e

    manejo de nosso planeta. Estamos na

    era da Informao, e a tecnologia na

    produo de mapas a digital. A partir

    da dcada de 1960 o mapeamento por

    computador passa a ser operacional

    tanto na produo dos mapas de base(elaborados por fotogrametria) quan-

    to dos mapas temticos com a anlise

    matemtica e a estatstica de massa de

    dados espacializados em programas

    computacionais denominados de

    Sistemas de Informao Geogrfica.

    MAPEAMENTO NA ERA DA INFORMACAO

    Fonte: Nascimento, 2005

    ~

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    V L O A carto aE O UCA D grafi GPS

    S

    O

    Tecnologia Manual: Tecnologia manual pode ser entendida como a arte de

    construir algo manualmente com auxlio de equipamentos simples, manuseados

    pelo seu criador. No caso dos mapas usavam-se equipamentos manuais de dese-nho como, a pena molhada na tinta, para fazer mapas sobre pergaminhos, couro

    ou papel, a broca para marcar o metal, ou outros equipamentos de corte para

    esculpir na argila. A construo de um mapa era de forma artesanal exigindo

    conhecimentos especficos e artsticos.

    Tecnologia MagnEtica: possvel que a bssola magntica seja o mais

    antigo meio seguro de navegao que se conhece. Inventada pelos chineses por

    volta do ano 1200 DC, causou uma revoluo to grande nos sistemas de navega-

    o na poca equivalente ao impacto que tem causado o GPS nos dias atuais. Por

    centenas de anos a bssola foi o principal meio de navegao e obrigatrio o seu

    uso at os dias atuais. O funcionamento da bssola chinesa se baseia na sua

    sensibilidade em captar o campo magntico terrestre e apontar sempre para o

    norte magntico.

    Tecnologia MecAnica:A tecnologia mecnica marcada pelo invento da

    imprensa, as mquinas movidas a vapor, por equipamentos que usam o princpio

    da mecnica. Esses equipamentos aproveitam o movimento e as condies deequilbrio dos corpos, sejam eles slidos, lquidos, ou gases.

    Tecnologia Optica : tica parte da fsica que estuda o comportamento e

    as propriedades da luz e a sua interao com a matria. A origem das tecnologias

    pticas pode ser explicada a partir da existncia de dois modelos complementares:

    a ptica clssica, com origens na Grcia antiga, com produtos como lentes, pris-

    mas, binculos, culos, microscpios, lunetas, cmera fotogrfica; e a ptica

    moderna criada em 1920, com os produtos como CDs, DVDs, LCDs, cmerasdigitais, lasers, etc.

    Tecnologia FotoquImica:A tecnologia fotoqumica baseia-se nos efeitos

    provocados pela luz em determinada substncia qumica, mediante procedimen-

    tos pertencentes a fenmenos fsicos, como o caso da fotografia. O ano que

    marca o surgimento da fotografia 1939, quando Louis Jacques Mande Daguerre

    inventa um mtodo de fixar as imagens em uma chapa fotogrfica. Embora o

    princpio de captao da imagem j por projeo j era conhecido desde o sculo

    XV.

    ^

  • 8/6/2019 Texto sobre Evoluo da Cartografia

    17/17

    V L O A carto aE O UCA D grafi GPS

    S

    O

    Tecnologia Digital:Hoje aps vrias evolues tecnolgicas a cartografia

    precisa e conta com a tecnologia digital atravs de inmeros recursos como ima-

    gens orbitais, sistema de posicionamento por satlites, programas e computado-res que facilitam as atividades cartogrficas e tambm proporcionam uma rpida

    divulgao de informaes e utilizao.

    A tecnologia digital funciona atravs de um dispositivo analgico ou digital. O

    analgico funciona por meio de comparao ou por proporo, como por exem-

    plo, no caso de um termmetro. Varia a temperatura, varia a dilatao do mercrio

    ou da corrente eltrica. No dispositivo digital, se trabalha com grandezas discretas

    e absolutas: 0s e 1s, que significa ligado ou desligado, com corrente ou sem

    corrente. Esse o princpio utilizado nos computadores, e leva o nome de Bit(Binary Digit), que a menor unidade de informao, que pode assumir um entre

    dois estados. J um Byte o conjunto de 8 bits, capaz de identificar um caractere

    do alfabeto. Dessa forma, os dados captados por um computador so decodifica-

    dos e transmitidos em forma de informao ao usurio. Funciona como, por

    exemplo, uma msica. Toda msica possui as 7 notas musicais e atravs de apenas

    7 notas possvel se criar vrias msicas distintas.

    A idia de coleo de mapas, sistematica-

    mente selecionados e arranjados em

    folhas de papel de tamanho uniforme,

    com layout padronizado e representa-

    o cartogrfica uniforme, geralmente

    reunidos na forma de um livro, compe o

    que designamos de Atlas. Eles podem

    tratar do globo terrestre, ou somente de

    um pas, ou mesmo partes de um pas

    (regies).

    O termo Atlas tem origem na mitologia

    grega, representando um gigante que

    carregava o mundo em seus ombros. A

    transferncia deste termo para a

    Cartografia foi feita pelo cartgrafo

    holands Gehardd Krmer Mercatorquando publicou uma coleo de mapas

    do mundo em 1595. Ele colocou essa

    figura mitolgica na capa de sua coleo

    de mapas e escreveu a palavra Atlas,

    tambm com a inteno de relembrar o

    nome de um rei marroquino, renomado

    por seus estudos em Geografia e

    Astronomia. Por isso, a denominao Atlas

    est intimamente ligado Cartografia e

    Geografia.

    Um Atlas consiste de um conjunto de

    mapas, textos explanatrios, grficos,

    esquemas, diagramas e fotografias, que

    na era digital recebem a adio de sons e

    vdeos. Portanto, o termo Atlas, atualmen-

    te, continua sendo utilizado no sentido

    original, recebendo uma complementa-

    o para designar que no impresso:Atlas eletrnico (se disposto na www) ou

    Atlas digital (se disposto em CD-ROM).

    Atlas