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1. Conhecimento empírico, científico, filosófico e teológico A realidade é tão complexa que o homem, para apropriar-se dela, teve de aceitar diferentes tipos de conhecimento. Desde a Antiguidade, até os dias de hoje, um lavrador, mesmo iletrado e/ou desprovido de outros conhecimentos, sabe o momento certo da semeadura, a época da colheita, tipo de solo adequado para diferentes culturas. Todos são exemplos do conhecimento que é acumulado pelo homem, na sua interação com a natureza. O Conhecimento faz do ser humano um ser diverso dos demais, na medida em que lhe possibilita fugir da submissão à natureza. A ação dos animais na natureza é biologicamente determinada, por mais sofisticadas que possam ser, por exemplo, a casa do joão-de-barro ou a organização de uma colméia, isso leva em conta apenas a sobrevivência da espécie. O homem atua na natureza não somente em relação às necessidades de sobrevivência, (ou apenas de forma biologicamente determinada) mas se dá principalmente pela incorporação de experiências e conhecimentos produzidos e transmitidos de geração a geração, através da educação e da cultura, isso permite que a nova geração não volte ao ponto de partida da que a precedeu. Ao atuar o homem imprime sua marca na natureza, torna-a humanizada. E à medida que a domina e transforma, também amplia ou desenvolve suas próprias necessidades. Um dos melhores exemplos desta atuação são as cidades. O Conhecimento só é perceptível através da existência de três elementos: o sujeito cognoscente (que conhece) o objeto (conhecido) e a imagem. O sujeito é quem irá deter o conhecimento o objeto é aquilo que será conhecido, e a imagem é a interpretação do objeto pelo sujeito. Neste momento, o sujeito apropria-se, de certo modo do objeto. “O conhecimento apresenta-se como uma transferência das propriedades do objeto para o sujeito”. (Ruiz, João. Metodologia científica). O conhecimento leva o homem a apropriar-se da realidade e, ao mesmo tempo a penetrar nela, essa posse confere-nos a grande vantagem de nos tornar mais aptos para a ação consciente. A ignorância tolhe as possibilidades de avanço para melhor, mantém-nos prisioneiros das circunstâncias. O conhecimento tem o poder de transformar a opacidade da realidade em caminho iluminada, de tal forma que nos permite agir com certeza, segurança e precisão, com menos riscos e menos perigos. Mas a realidade não se deixa revelar facilmente. Ela é constituída de numerosos níveis e estruturas, de um mesmo objeto podemos obter conhecimento da realidade em diversos níveis distintos. Utilizando-se do exemplo de Cervo & Bervian no livro Metodologia Científica, “com relação ao homem”, pode-se considerá-lo em seu aspecto eterno e aparente e dizer uma série de coisas que o bom senso dita ou a experiência cotidiana ensinou; pode-se, também, estudá-lo com espírito mais sério, investigando experimentalmente as relações existentes entre certos órgãos e suas funções; pode-se, ainda, questioná-lo quanto à sua origem, sua realidade e destino e, finalmente, investigar o que dele foi dito por Deus através dos profetas e de seu Enviado Jesus Cristo.Em outras palavras, a realidade é tão complexa que o homem, para apropriar-se dela, teve de aceitar diferentes tipos de conhecimento.

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  • 1. Conhecimento emprico, cientfico, filosfico e teolgico

    A realidade to complexa que o homem, para apropriar-se dela, teve de aceitar

    diferentes tipos de conhecimento. Desde a Antiguidade, at os dias de hoje, um lavrador,

    mesmo iletrado e/ou desprovido de outros conhecimentos, sabe o momento certo da

    semeadura, a poca da colheita, tipo de solo adequado para diferentes culturas. Todos so

    exemplos do conhecimento que acumulado pelo homem, na sua interao com a

    natureza.

    O Conhecimento faz do ser humano um ser diverso dos demais, na medida em que

    lhe possibilita fugir da submisso natureza. A ao dos animais na natureza

    biologicamente determinada, por mais sofisticadas que possam ser, por exemplo, a casa do

    joo-de-barro ou a organizao de uma colmia, isso leva em conta apenas a sobrevivncia

    da espcie.

    O homem atua na natureza no somente em relao s necessidades de

    sobrevivncia, (ou apenas de forma biologicamente determinada) mas se d principalmente

    pela incorporao de experincias e conhecimentos produzidos e transmitidos de gerao a

    gerao, atravs da educao e da cultura, isso permite que a nova gerao no volte ao

    ponto de partida da que a precedeu. Ao atuar o homem imprime sua marca na natureza,

    torna-a humanizada. E medida que a domina e transforma, tambm amplia ou desenvolve

    suas prprias necessidades. Um dos melhores exemplos desta atuao so as cidades.

    O Conhecimento s perceptvel atravs da existncia de trs elementos: o sujeito

    cognoscente (que conhece) o objeto (conhecido) e a imagem. O sujeito quem ir deter o

    conhecimento o objeto aquilo que ser conhecido, e a imagem a interpretao do objeto

    pelo sujeito. Neste momento, o sujeito apropria-se, de certo modo do objeto. O

    conhecimento apresenta-se como uma transferncia das propriedades do objeto para o

    sujeito. (Ruiz, Joo. Metodologia cientfica).

    O conhecimento leva o homem a apropriar-se da realidade e, ao mesmo tempo a

    penetrar nela, essa posse confere-nos a grande vantagem de nos tornar mais aptos para a

    ao consciente. A ignorncia tolhe as possibilidades de avano para melhor, mantm-nos

    prisioneiros das circunstncias. O conhecimento tem o poder de transformar a opacidade da

    realidade em caminho iluminada, de tal forma que nos permite agir com certeza, segurana

    e preciso, com menos riscos e menos perigos.

    Mas a realidade no se deixa revelar facilmente. Ela constituda de numerosos

    nveis e estruturas, de um mesmo objeto podemos obter conhecimento da realidade em

    diversos nveis distintos. Utilizando-se do exemplo de Cervo & Bervian no livro Metodologia

    Cientfica, com relao ao homem, pode-se consider-lo em seu aspecto eterno e

    aparente e dizer uma srie de coisas que o bom senso dita ou a experincia cotidiana

    ensinou; pode-se, tambm, estud-lo com esprito mais srio, investigando

    experimentalmente as relaes existentes entre certos rgos e suas funes; pode-se,

    ainda, question-lo quanto sua origem, sua realidade e destino e, finalmente, investigar o

    que dele foi dito por Deus atravs dos profetas e de seu Enviado Jesus Cristo.Em outras

    palavras, a realidade to complexa que o homem, para apropriar-se dela, teve de aceitar

    diferentes tipos de conhecimento.

  • Tem-se, ento, os diferentes tipos de conhecimento:

    Conhecimento Emprico.

    Conhecimento Cientfico.

    Conhecimento Filosfico.

    Conhecimento Teolgico.

    1.1. Conhecimento Emprico

    Popular ou vulgar o modo comum, corrente e espontneo de conhecer, que se

    adquire no trato direto com as coisas e os seres humanos, as informaes so assimiladas

    por tradio, experincias causais, ingnuas, caracterizado pela aceitao passiva, sendo

    mais sujeito ao erro nas dedues e prognsticos. o saber que preenche nossa vida

    diria e que se possui sem o haver procurado, sem aplicao de mtodo e sem se haver

    refletido sobre algo(Babini, 1957:21).O homem, ciente de suas aes e do seu contexto,

    apropria-se de experincias prprias e alheias acumuladas no decorrer do tempo, obtendo

    concluses sobre a razo de ser das coisas. , portanto superficial, sensitivo, subjetivo,

    sistemtico e acrtico.

    1.2 Conhecimento Cientfico

    O conhecimento cientfico vai alm da viso emprica, preocupa-se no s com os

    efeitos, mas principalmente com as causas e leis que o motivaram, esta nova percepo do

    conhecimento se deu de forma lenta e gradual, evoluindo de um conceito que era entendido

    como um sistema de proposies rigorosamente demonstradas e imutveis, para um

    processo contnuo de construo, onde no existe o pronto e o definitivo, uma busca

    constante de explicaes e solues e a reavaliao de seus resultados.

    Este conceito ganhou fora a partir do sculo XVI com Coprnico, Bacon, Galileu,

    Descartes e outros. No seu conceito terico, tratado como um saber ordenado e lgico

    que possibilita a formao de idias, num processo complexo de pesquisa, anlise e

    sntese, de maneira que as afirmaes que no podem ser comprovadas so descartadas

    do mbito da cincia. Este conhecimento privilgio de especialistas das diversas reas

    das cincias.

    1.3 Conhecimento Filosfico

    o conhecimento que se baseia no filosofar, na interrogao como instrumento para

    decifrar elementos imperceptveis aos sentidos, uma busca partindo do material para o

    universal, exige um mtodo racional, diferente do mtodo experimental (cientfico), levando

    em conta os diferentes objetos de estudo. Emergente da experincia, suas hipteses assim

    como seus postulados, no podero ser submetidos ao decisivo teste da observao. O

    objeto de anlise da filosofia so idias, relaes conceptuais, exigncias lgicas que no

    so redutveis a realidades materiais e, por essa razo, no so passveis de observao

    sensorial direta ou indireta (por instrumentos), como a que exigida pelo conhecimento

  • cientfico. Hoje, os filsofos, alm das questes metafsicas tradicionais, formulam novas

    questes: A maquina substituir quase totalmente o homem? A clonagem humana ser uma

    prtica aceita universalmente? O conhecimento tecnolgico um benefcio para o homem?

    Quando chegar a vez do combate fome e misria? Etc.

    1.4 Conhecimento Teolgico

    Conhecimento adquirido a partir da aceitao de axiomas da f teolgica, fruto da

    revelao da divindade, por meio de indivduos inspirados que apresentam respostas aos

    mistrios que permeiam a mente humana, pode ser dados da vida futura, da natureza e da

    existncia do absoluto.

    A incumbncia do Telogo provar a existncia de Deus e que os textos Bblicos

    foram escritos mediante inspirao Divina, devendo por isso ser realmente aceitos como

    verdades absolutas e incontestveis. Hoje diferentemente do passado histrico, a cincia

    no se permite ser subjugada a influncias de doutrinas da f: e quem est procurando

    rever seus dogmas e reformul-los para no se opor a mentalidade cientfica do homem

    contemporneo a Teologia. (Joo Ruiz). Isso, porm discutvel, pois no h nada mais

    perfeito que a harmonia e o equilbrio do UNIVERSO, que de qualquer modo est no

    conhecimento da humanidade, embora esta no tenham mos que possa apalp-lo ou olhos

    que possam divisar seu horizonte infinito... A f no cega baseia-se em experincias

    espirituais, histricas, arqueolgicas e coletivas que lhes d sustentao.

    1.5 Sobre conhecimento

    O conhecimento pode Ter funo de libertao ou de opresso. O conhecimento

    pode ser libertador no s de indivduos como de grupos humanos. Nos dias atuais, a

    deteno do conhecimento um tipo de poder disputado entre as naes. Contudo o

    conhecimento pode ser usado como mecanismo de opresso. Quantas pessoas e naes

    se utilizam do conhecimento que detm para oprimir?

    O questionamento sempre foi alavanca crucial do conhecimento, sendo que para

    mudar alguma coisa imprescindvel desfaz-la em parte ou, com parmetros, desfaz-la

    totalmente. A lgica do questionar leva a uma coerncia temerria de a tudo desfazer para

    inovar. Como exemplo a informtica, onde cada computador novo feito para ser jogado

    fora, literalmente morre de vspera e no sendo possvel imaginar um computador final,

    eterno. E neste foco que se nos apegarmos instagnao, tambm iremos para o lixo.

    Podemos ento afirmar a reconstruo provisria dentro do ponto de vista desconstrutivo,

    pois tudo que existe hoje ser objeto de questionamento, e quem sabe mudanas. O

    questionamento assim passvel de ser questionado, quando cria um ambiente

    desfavorvel ao homem e natureza.

    importante conciliarmos o conhecimento com outras virtudes essenciais para o

    saber humano, como a sensibilidade popular, bom senso, sabedoria, experincia de vida,

    tica etc. Conhecer comunicar-se, interagir com diferentes perspectivas e modos de

    compreenso, inovando e modificando a realidade. A relao entre conhecimento e

    democracia, modernamente, caracteriza-se como uma relao intrnseca, o poder do

    conhecimento se impe atravs de varias formas de dominao: econmica, poltica, social

    etc. A diferena entre pobres e ricos, determinada pelo fato de se deter ou no

  • conhecimento, j que o acesso renda define as chances das pessoas e sociedades, cada

    vez mais, estas chances sero definidas pelo acesso ao conhecimento. Convencionou-se

    que em liderana poltica indispensvel nvel superior. E no topo da pirmide social

    encontramos o conhecimento como o fator diferencial.

    inimaginvel o progresso tcnico que o conhecimento pode nos proporcionar,

    como facilmente imaginvel o risco da destruio total. Para equalizar esta distoro, o

    preo maior a dificuldade de arrumar a felicidade que, parceira da sabedoria e do bom

    senso muitas vezes desestabilizada pela soberba do conhecimento.

    De forma geral podemos dizer que o conhecimento o distintivo principal do ser

    humano, so virtude e mtodo central de anlise e interveno da realidade. Tambm

    ideologia com base cientfica a servio da elite e/ ou da corporao dos cientistas, quando

    isenta de valores. E finalmente pode ser a perversidade do ser humano, quando feito e

    usado para fins de destruio.

    http://www.coladaweb.com/filosofia/conhecimento-empirico,-cientifico,-filosofico-e-teologico

    2. Conhecimento Cientfico e Senso Comum

    O conhecimento cientfico uma conquista relativamente recente da humanidade.

    A revoluo cientfica do sculo XVII marca a autonomia da cincia, a partir do momento

    que ela busca seu prprio mtodo desligado da reflexo filosfica. O exemplo clssico de

    procedimento cientfico das cincias experimentais nos mostra o seguinte: inicialmente h

    um problema que desafia a inteligncia humana, o cientista elabora uma hiptese e

    estabelece as condies para seu controle, a fim de confirm-la ou no, porm nem sempre

    a concluso imediata sendo necessrio repetir as experincias ou alterar inmeras vezes

    s hipteses. A concluso ento generalizada, ou seja, considerada vlida no s para

    aquela situao, mas para outras similares.

    Assim, a cincia, de acordo com o pensamento do senso comum, busca

    compreender a realidade de maneira racional, descobrindo relaes universais e

    necessrias entre os fenmenos, o que permite prever acontecimentos e,

    conseqentemente tambm agir sobre a natureza. Para tanto, a cincia utiliza mtodos

    rigorosos e atinge um tipo de conhecimento sistemtico, preciso e objetivo. Nos primrdios

    da civilizao os gregos foram os primeiros a desenvolver um tipo de conhecimento racional

    mais desligado do mito, porm, foi o pensamento laico, no religioso, que logo se tornou

    rigoroso e conceitual fazendo nascer a filosofia no sculo VI a.C.

    Nas colnias gregas da Jnia e Magna Grcia, surgiu os primeiros filsofos, e sua

    principal preocupao eraa cosmologia, ou estudo da natureza. Buscavam o principio

    explicativo de todas as coisas (arch), cuja unidade resumiria a extrema multiplicidade da

    natureza. As respostas eram as mais variadas, mas a teoria que permaneceu por mais

    tempo foi a de Empdocles, para quem o mundo fsico constitudo de quatro elementos:

    terra, gua, ar e fogo. Muitos desses filsofos, tais como Tales e Pitgoras no sculo VI a.C.

    e Euclides no sculo III a.C. ocupavam-se com astronomia e geometria, mas,

    diferentemente dos egpcios e babilnios, desligavam-se de preocupaes religiosas e

    prticas, voltando-se para questes mais tericas.

  • Alguns princpios fundamentais da mecnica foram estabelecidos por Arquimedes no

    sculo III a.C. visto por Galileu como nico cientista grego no sentido moderno da palavra

    devido utilizao de medidas e enunciao do resultado sob a forma de lei geral. Dentre

    os filsofos antigos, Arquimedes constitui uma exceo, j que a cincia grega era mais

    voltada para a especulao racional e desligada da tcnica e das preocupaes prticas.

    2.1 O auge do pensamento grego

    O auge do pensamento grego se deu nos sculos V e IV a.C. perodo em que

    viveram Scrates, Plato e Aristteles.

    Plato ope de maneira vigorosa os sentidos e a razo, e considera que os primeiros

    levam a opinio (doxa), forma imprecisa, subjetiva e mutvel de conhecer. Por isso preciso

    buscar a cincia (episteme), que consiste no conhecimento racional das essncias, das

    idias imutveis, objetivas e universais. As cincias como a matemtica, a geometria, a

    astronomia so passos necessrios a serem percorridos pelo pensador, at atingir as

    culminncias da reflexo filosfica.

    Aristteles atenua o idealismo platnico, e seu olhar sem duvida mais realista, no

    desvalorizando tanto os sentidos. Filho de mdico herdou o gosto pela observao e deu

    grande contribuio a biologia, mas, como todo grego, Aristteles tambm procura apenas

    conhecer, estando suas reflexes desligadas da tcnica e das preocupaes utilitrias. Alm

    disso, persiste a concepo esttica do mundo, pela quais os gregos costumam associar a

    perfeio ao repouso, a ausncia de movimento.

    Embora Aristarco de Samos tenha proposto um modelo heliocntrico, a tradio que

    recebemos dos gregos a partir de Eudoxo, confirmada por Aristteles e mais tarde por

    Ptolomeu, baseia-se no modelo geocntrico: a Terra se acha imvel no centro do universo e

    em torno dela giram as esferas onde esto cravadas a Lua, os cinco planetas e o Sol.

    Nesse sentido, para Aristteles, a fsica a parte da filosofia que busca compreender

    a essncia das coisas naturais constitudas pelos quatros elementos e que se encontra em

    constante movimento retilneo em direo ao centro da Terra ou em sentido contrrio a ele.

    Isso porque os corpos pesados como a terra e a gua tendem para baixo, pois este o seu

    lugar natural. J os corpos leves como o ar e o fogo tendem para cima. O movimento ento

    compreendido como a transio do corpo que busca o estado de repouso, no seu lugar

    natural. A fsica aristotlica parte, portanto, das definies das essncias e da anlise das

    qualidades intrnsecas dos corpos. A partir deste breve esboo, podemos conferir a cincia

    grega as seguintes caractersticas:

    Encontra-se ligada filosofia, cujo mtodo orienta o tipo de abordagem dos

    problemas;

    qualitativa, porque a argumentao se baseia na anlise das propriedades

    intrnsecas dos corpos;

    No experimental, e se acha desligada da tcnica;

    contemplativa, porque busca o saber pelo saber, e no a aplicao prtica do

    conhecimento;

    Baseia-se em uma concepo esttica do mundo.

  • 2.2 Idade mdia V at XV

    A Idade Mdia, perodo compreendido do sculo V at o sculo XV, recebe a

    herana grego-latina e mantm a mesma concepo de cincia. Apesar das diferenas

    evidentes, possvel compreender essa continuidade, devido ao fato de o sistema de

    servido tambm se caracterizar pelo desprezo a tcnica e a qualquer atividade manual.

    Fora algumas excees como as experimentaes de Roger Bacon e a fecunda

    contribuio dos rabes -, a cincia herdada da tradio grega se vincula aos interesses

    religiosos e se subordina aos critrios da revelao, pois, na Idade mdia, a razo humana

    devia se submeter ao testemunho da f.

    A partir do sculo XIV, a Escolstica principal escola filosfica e teolgica

    medieval entra em decadncia. Esse perodo foi muito prejudicial ao desenvolvimento da

    cincia porque novas idias fermentavam nas cidades, mas os guardies da velha ordem

    resistiam s mudanas de forma dogmtica. Esterilizados pelo princpio da autoridade,

    aferravam-se s verdades dos velhos livros, fossem eles a Bblia, Aristteles ou Ptolomeu.

    Tais resistncias no se restringiam apenas ao campo intelectual, mas resultavam

    muitas vezes em processos e perseguies. O Santo oficio, ou Inquisio, ao controlar toda

    produo, fazia a censura prvia das idias que podiam ser divulgadas ou no. Giordano

    Bruno foi queimado vivo no sculo XVI porque sua teoria do cosmos infinito era considerada

    pantesta, uma vez que a infinitude era atributo exclusivo de Deus.

    2.3 Mtodo cientifico XVII

    O mtodo cientfico, como ns o conhecemos hoje, surge na Idade Moderna, no

    sculo XVII. O Renascimento Cientfico no constituiu uma simples evoluo do

    pensamento cientfico, mas verdadeira ruptura que supe nova concepo de saber.

    preciso examinar o contexto histrico onde ocorreram transformaes to radicais,

    a fim de perceber que elas no se desligam de outros acontecimentos igualmente

    marcantes: emergncia da nova classe dos burgueses, desenvolvimento da economia

    capitalista, revoluo comercial, renascimento das artes, as letras e da filosofia. Tudo isso

    indica o surgimento de um novo homem, confiante na razo e no poder de transformar o

    mundo.

    Os novos tempos foram marcados pelo racionalismo, que se caracterizou pela

    valorizao da razo enquanto instrumento de conhecimento que dispensa o critrio da

    autoridade e da revelao. Chamamos de secularizao ou laicizaro do pensamento a

    preocupao em se desligar das justificativas feitas pela religio, que exigem adeso pela

    crena, para s aceitar as verdades resultantes da investigao da razo mediante

    demonstrao. Da a intensa preocupao com o mtodo, ponto de partida para a reflexo

    de inmeros pensadores do sculo XVII: Descartes, Spinoza, Francis Bacon, Galileu, entre

    outros.

    Outra caracterstica dos novos tempos o saber ativo, em oposio ao saber

    contemplativo. No s o saber visa transformao da realidade, como tambm passa ele

    prprio a ser adquirido pela experincia, devido aliana entre a cincia e a tcnica.

    O mtodo cientfico inicialmente ocorre do seguinte modo: h um problema que

    desafia a inteligncia; o cientista elabora uma hiptese estabelece as condies para seu

    controle, a fim de confirm-la ou no. A concluso ento generalizada, ou seja,

    considerada vlida no s para aquela situao, mas para outras similares. Alm disso,

    quase nunca se trata de um trabalho solitrio do cientista, pois, hoje em dia, cada vez mais

  • as pesquisas so objeto de ateno de grupos especializados ligados, s universidades, as

    empresas ou ao Estado. De qualquer forma, a objetividade da cincia resulta do julgamento

    feito pelos membros da comunidade cientfica que avaliam criticamente os procedimentos

    utilizados e as concluses, divulgadas em revistas especializadas e congressos.

    Assim, dentro da viso do senso comum (isto , um vasto conjunto de concepes

    geralmente aceita como verdadeiras num determinado meio social. Repetidas

    irrefletidamente no cotidiano, algumas dessas noes escondem idias falsas, parciais ou

    preconceituosas. uma falta de fundamentao, tratando-se de um conhecimento adquirido

    sem base crtica, precisa, coerente e sistemtica), a cincia busca compreender a realidade

    de maneira racional, descobrindo relaes universais e necessrias entre os fenmenos, o

    que permite prever os acontecimentos e, conseqentemente, tambm agir sobre a natureza.

    Para tanto, a cincia utiliza mtodos rigorosos e atinge um tipo de conhecimento

    sistemtico, preciso e objetivo. Entretanto, apesar do rigor do mtodo, no conveniente

    pensar que a cincia um conhecimento certo e definitivo, pois ela avana em contnuo

    processo de investigao que supe alteraes medida que surgem fatos novos, ou

    quando so inventados novos instrumentos.

    Por exemplo, nos sculos XVIII e XIX, as leis de Newton foram reformuladas por

    diversos matemticos que desenvolveram tcnicas para aplic-las de maneira mais precisa.

    No sculo XX, a teoria da relatividade de Einstein desmentiu a concepo clssica que a luz

    se propaga em linha reta. Isso serve para mostrar o carter provisrio do conhecimento

    cientfico sem, no entanto, desmerecer a seriedade e o rigor do mtodo e dos resultados. Ou

    seja, as leis e as teorias continuam sendo de fato hipteses com diversos graus de

    confirmao e verifica a habilidade, podendo ser aperfeioadas ou superadas.

    A partir da explanao feita acima ser que podemos afirmar que existe um mtodo

    universal? Ser que os mtodos universais devem ser considerados vlidos para situaes

    diversas? E tendo situaes diferentes podemos qualific-las como universais? Como

    descrever relaes universais atravs de mtodos individuais? Ser que esse tipo de

    mtodo realmente vlido universalmente? Ser que podemos nomear o mtodo como

    sendo universal?

    Segundo Alan Chalmers, em sua obra A Fabricao da cincia, a generalidade e o

    grau de aplicabilidade de leis e teorias esto sujeitos a um constante

    aperfeioamento. A partir dessa afirmao podemos concluir que o mtodo universal, na

    realidade, no to genrico assim, ou melhor, no to absoluto, pois est sujeito a uma

    substituio constante. Para Chalmers no existe nenhum mtodo universal ou conjunto de

    padro universal, entretanto, permanecem modelos a - histricos ocasionais subentendidos

    nas atividades bem-sucedidas, porm, isso no significa que vale tudo na rea

    epistemolgica.

    Diante disso tudo que foi visto, do conhecimento cientfico e senso comum,

    podemos, pelo menos, fundamentar que a cincia tem por objetivo estabelecer

    generalizaes aplicveis ao mundo, pois desde a poca da revoluo estamos em posio

    de saber que essas generalizaes cientficas no podem ser estabelecidas a priori; temos

    que aceitar que a exigncia de certeza mera utopia. Entretanto, a exigncia de que nosso

    conhecimento esteja sempre sendo transformado, aperfeioado e ampliado pura

    realidade.

    http://www.coladaweb.com/filosofia/conhecimento-cientifico-e-senso-comum

  • 3. Gesto do Conhecimento: em busca da excelncia organizacional

    notvel nos dias de hoje, que a gesto do conhecimento se transforma em um

    valioso recurso estratgico para a vida das pessoas e das empresas. No de hoje que o

    conhecimento desempenha papel fundamental na histria.

    Sua aquisio e aplicao sempre representaram estmulo para as conquistas de

    inmeras civilizaes. No entanto, apenas "saber muito" sobre alguma coisa no

    proporciona, por si s, maior poder de competio para uma organizao. quando aliado a

    sua gesto que ele faz diferena.

    A criao e a implantao de processos que gerem, armazenem, gerenciem e

    disseminem o conhecimento representam o mais novo desafio a ser enfrentado pelas

    empresas. Termos como "capital intelectual", "capital humano", "capacidade inovadora",

    "ativos intangveis" ou "inteligncia empresarial" j fazem parte do dia-a-dia de muitos

    executivos.

    Assim podemos afirmar que estas organizaes que realmente valorizam o

    conhecimento possuem em geral uma percepo razovel da importncia da gesto do

    conhecimento para suas organizaes e esta gesto deve ser entendida como prtica

    necessria para a diferenciao em relao concorrncia e para a sobrevivncia

    sustentvel, e no apenas como recurso de modelagem de processos, como conjunto de

    polticas e cultura organizacional ou como tecnologia.

    3.1 Gesto do conhecimento nas empresas

    Segundo o artigo de Knowledge Management, cada vez mais as organizaes

    entendem a funo da tecnologia como um meio para o sucesso, entretanto, tambm

    admitem a necessidade do alinhamento da tecnologia com as questes relativas a pessoas.

    Isso fica evidente no envolvimento da tecnologia a gesto do conhecimento. O papel do

    conhecimento dar suporte tecnologia. Seu desafio identificar e/ou desenvolver e

    implantar tecnologias e sistemas de informao que dem apoio comunicao empresarial

    e troca de idias e experincias. Isso facilita e incentiva as pessoas a se unirem, a tomar

    parte de grupos e a se renovar com troca de conhecimento, alm de compartilhar

    problemas, perspectivas, idias e solues em seu dia-a-dia profissional.

    Peter Drucker (1993) j indicava a importncia do trabalhador intelectual. A partir de

    1994, atravs de diversos autores, como Thomas Stewart, Leif Edvinsson, Larry Kahaner,

    Thomas Davenport, Laurence Prusak, Dorothy Leonard, Peter Senge, Anthony DiBella,

    Edwin Nevis, Debra Amidon, entre muitos outros, a abordagem da Gesto do Conhecimento

    vem ganhando fora no mercado e no meio acadmico.

    Esta nova sociedade pressupe uma mudana de cultura refletindo nas

    organizaes, temos como exemplo Bill Gates considerado um dos homens mais rico do

    mundo, e o que vende? Capital intelectual, no sendo mente fabril.

    Cabe aos executivos e aos superiores das organizaes desempenhar este papel

    inovador de integrar as pessoas dentro das empresas. Alguns autores sugerem, nesta linha,

    que a tarefa mais bsica dos lderes corporativos liberar o esprito humano, que torna

    possvel a iniciativa, a criatividade e o empreendorismo (Bartlett & Ghoshal, 1995).

  • BIBLIOGRAFIA

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