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1. Introdução O ano de 2017 foi um tempo muito significativo para o Instituto Marista que, além de celebrar o seu bicentenário, vivenciou o XXII Capítulo Geral e a eleição do novo Superior Geral, Ir. Ernesto Sánchez. Dentro de todo o simbolismo que um Capítulo Geral traz em si mesmo, um aspecto é muito peculiar nesta última edição: o local escolhido para sede - Rionegro, na Colômbia! É a primeira vez que um Capítulo Geral é realizado fora do solo europeu e em terras latino-americanas. Trata-se de uma opção clara por um deslocamento como sinal de “novo começo” e “revela uma saída do centro do poder e da religião para as margens” (BONOMO; DONIZETE, 2017, p.29). Ainda, para nós, herdeiros/as de Champagnat, “é forte o simbolismo que perpassa a Colômbia, pois se trata do chão que primeiro acolheu a missão Marista na América Latina” (BONOMO; DONIZETE, 2017, p.29). Assim, a Colômbia é lugar significativo por natureza, pois, além de ser o retrato das periferias do mundo, é também lugar profético, completando, neste ano de 2018, 50 anos da Conferência de Medellín (1968). Com o objetivo de colocar em prática as importantes mudanças trazidas pelo Concílio Vaticano II, a Conferência de Medellín foi uma verdadeira “sacudida” na Igreja Católica da América Latina, chamando a todo/as os batizados/as a serem uma Igreja pobre e samaritana, dando testemunho de solidariedade com a situação e a causa dos empobrecidos. Foi em Medellín que bradou forte o grito por uma “opção preferencial pelos pobres”. É um grito profético que brota da fé, mas, é também nossa luta contra toda a injustiça, opressão e exclusão, provocadas pelas estruturas sociais, políticas, religiosas e econômicas que nos oprimem, escravizam, isolam e alienam. Nesse sentido, Medellín continua atual e viva, ainda mais nos dias de hoje, nos quais presenciamos momentos tão tenebrosos na história do Brasil, em meio ao esfacelamento da democracia e de diretos sociais fundamentais. Assim, é neste panorama que a Semana Pastoral Marista de 2018 (SPM) vem nos orientar para converter o coração e para reascender a chama da profecia e da esperança. Também, este tempo poderá nos ajudar a entender que fazer nascer o novo começo não é realizar as mesmas coisas, sempre do mesmo jeito e nem inventar novidades desconectadas da realidade. Com maior profundidade, a Semana Pastoral deseja iluminar o nosso olhar sobre o chão em que pisam os nossos pés, de forma a nos questionar: como a intuição fundacional pode transformar esta realidade? E se não tivéssemos nada além da esperança, como seria a nossa pastoral? Texto Base Mova-se O novo começo é agora!

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1. Introdução

O ano de 2017 foi um tempo muito significativo para o Instituto Marista que, além de celebrar o seu

bicentenário, vivenciou o XXII Capítulo Geral e a eleição do novo Superior Geral, Ir. Ernesto Sánchez.

Dentro de todo o simbolismo que um Capítulo Geral traz em si mesmo, um aspecto é muito peculiar nesta

última edição: o local escolhido para sede - Rionegro, na Colômbia! É a primeira vez que um Capítulo Geral é

realizado fora do solo europeu e em terras latino-americanas. Trata-se de uma opção clara por um deslocamento

como sinal de “novo começo” e “revela uma saída do centro do poder e da religião para as margens” (BONOMO;

DONIZETE, 2017, p.29). Ainda, para nós, herdeiros/as de Champagnat, “é forte o simbolismo que perpassa a

Colômbia, pois se trata do chão que primeiro acolheu a missão Marista na América Latina” (BONOMO; DONIZETE,

2017, p.29). Assim, a Colômbia é lugar significativo por

natureza, pois, além de ser o retrato das periferias do mundo,

é também lugar profético, completando, neste ano de 2018,

50 anos da Conferência de Medellín (1968).

Com o objetivo de colocar em prática as importantes

mudanças trazidas pelo Concílio Vaticano II, a Conferência de

Medellín foi uma verdadeira “sacudida” na Igreja Católica da

América Latina, chamando a todo/as os batizados/as a serem

uma Igreja pobre e samaritana, dando testemunho de solidariedade com a situação e a causa dos empobrecidos.

Foi em Medellín que bradou forte o grito por uma “opção preferencial pelos pobres”. É um grito profético que

brota da fé, mas, é também nossa luta contra toda a injustiça, opressão e exclusão, provocadas pelas estruturas

sociais, políticas, religiosas e econômicas que nos oprimem, escravizam, isolam e alienam.

Nesse sentido, Medellín continua atual e viva, ainda mais nos dias de hoje, nos quais presenciamos

momentos tão tenebrosos na história do Brasil, em meio ao esfacelamento da democracia e de diretos sociais

fundamentais.

Assim, é neste panorama que a Semana Pastoral Marista de 2018 (SPM) vem nos orientar para converter

o coração e para reascender a chama da profecia e da esperança. Também, este tempo poderá nos ajudar a

entender que fazer nascer o novo começo não é realizar as mesmas coisas, sempre do mesmo jeito e nem

inventar novidades desconectadas da realidade. Com maior profundidade, a Semana Pastoral deseja iluminar o

nosso olhar sobre o chão em que pisam os nossos pés, de forma a nos questionar: como a intuição fundacional

pode transformar esta realidade? E se não tivéssemos nada além da esperança, como seria a nossa pastoral?

Texto Base

Mova-se O novo começo é agora!

O mundo e suas realidades esperam dos maristas de Champagnat uma postura proativa, disponível e

corajosa para provocar alguns movimentos de mudança. Diante disso, a SPM de 2018 traz para iluminar as nossas

oração, reflexão e ação o tema “Mova-se” e o lema “O novo começo é agora”. Com o desejo de sermos profetas

da esperança - vendo, escutando e sentindo as necessidades da vida humana - é que iniciamos este novo tempo

de evangelização, nos movendo para construirmos o novo começo, agora!

2. “Mova-se”: o cientista e o conhecimento!

“Dê-me uma alavanca que moverei o mundo.” (Arquimedes)

Um dos principais cientistas da Antiguidade Clássica, Arquimedes de Siracusa (287-212 a.C.) foi

matemático, físico, engenheiro, inventor e astrônomo grego. Filho do astrônomo Fídeas, Arquimedes estudou em

Alexandria (Egito) e viveu na cidade portuária de Siracusa, situada na ilha da Sicília (hoje, sul da Itália) que, na

ocasião, era uma colônia grega com um autogoverno. Neste período, os romanos faziam grandes investidas

militares tentando assumir o controle da ilha e das cidades, nela, existentes.

Foi por causa deste contexto que o cientista ficou muito

famoso com as suas revolucionárias invenções. O Parafuso de

Arquimedes, utilizado para elevar água, e as catapultas, armas

de guerra, são exemplos de criações desenvolvidas pelo físico.

Outro importante invento do estudioso foi o uso das alavancas

para mover cargas pesadas, sem muito esforço. A respeito

disso, ele próprio acabou dizendo: “Deem-me um ponto de

apoio e uma alavanca e eu moverei o mundo”.

Com esta última frase, Arquimedes quis mostrar que a ideia básica da alavanca é a de movimentar um

corpo por meio de uma força menor que o peso dele. Ou seja, o uso do princípio da alavanca (multiplicar um

esforço) requer um suporte (a alavanca), um ponto de apoio (alicerce rígido) e uma força aplicada à distância

adequada que possibilite movimentar a carga com menor esforço que o peso dela. Assim, a alavanca gera uma

vantagem mecânica, pois com uma força menor é possível deslocar algo mais pesado, poupando esforço por um

lado e multiplicando o esforço disponível por outro.

Diante disso, a alavanca nos possibilita fazer algo que não conseguiríamos realizar apenas com a força

diretamente aplicada ao objeto que se pretende deslocar. Ou então, ela auxilia mover um objeto que,

individualmente, não seria possível.

Assim, as possibilidades de movimento da alavanca nos faz pensar que, na aglutinação dos esforços entre

evangelização e educação, conseguiremos ter uma transformação muito maior. Isto é, por meio da multiplicação

de pequenas atitudes da pastoral, das famílias, dos/as estudantes, das escolas, do pedagógico, dos/as

colaboradores/as, dos/as docentes, das pessoas referenciais, dos religiosos, dos movimentos sociais, das igrejas,

da política, dentre outros, é que ações serão geradas. Portanto, não é uma única vertente que realizará tudo

sozinha, mas sim a combinação de várias realidades que possibilitará a ação transformadora.

Mas a alavanca precisa de um apoio para exercer sua função, sem o qual não consegue mover nada.

Desta forma, podemos nos perguntar: como denominamos os apoios da nossa vida pessoal e comunitária? Quem

nos ajuda na transformação como indivíduos e como cidadãos?

Arquimedes não ficou parado diante dos grandes desafios de seu tempo e da necessidade de seu povo.

Utilizando seu conhecimento científico a serviço do bem, da vida e da comunidade, o cientista moveu barreiras e

alavancou a sua realidade, deixando um legado imprescindível para toda a humanidade. Assim como ele, houve, e

ainda há, muitas pessoas que contribuem com a mudança social: Jesus de Nazaré, Marcelino Champagnat, Martin

Luther King, Dorothy Stang, Nelson Mandela, Irmã Dulce, Betinho, Zilda Arns, Malala Yousafzai, Chico Mendes,

Pedro Casaldáliga, e você! Diante disso, quem são as pessoas referenciais que ajudam a construir um novo mundo

em você, na sua família, na sua comunidade, no seu país e no mundo?

O “mova-se” de Arquimedes só fez aumentar, ainda mais, o movimento de evolução da ciência e da

pessoa humana. É com esse desejo de nos movimentarmos, sairmos de nós mesmos, unirmos nossas forças e

irmos ao encontro dos/as outros/as em suas realidades que queremos alavancar o mundo!

Por isso, a trajetória científica de Arquimedes nos abre para a compreensão do movimento em uma

perspectiva mais geográfica e espacial. Desta maneira, nos projetamos para a compreensão de um outro nível de

movimento, o deslocamento subjetivo, que atinge a mudança de pensamento, de sentimentos, da relação com a

fé e com a visão de mundo.

O mundo está, constantemente, em movimento orbital, as pessoas se deslocam de um lado para outro,

migram por distintas razões até encontrarem um lugar que lhes pareça seguro. Mas devemos nos perguntar, de

fato, quais são os elementos que proporcionam uma certa mobilidade interior dentro das pessoas, das

instituições e da sociedade? Como inspirar as crianças, adolescentes e jovens, das nossas comunidades educativas

maristas, a viverem um movimento interior capaz de provocar mudanças?

3. Subjetividade em Movimento

Nossa interioridade é fruto da identidade construída/reconstruída ao longo de nossa vida. Dela faz brotar

quem somos, de onde viemos, para onde queremos ir e de que maneira queremos construir o caminho para

chegar no nosso propósito. A constante busca pela identidade e, consequentemente, pela espiritualidade e

experiência pessoal com Deus se traduz na busca pela segurança no entendimento de quem somos. Essas

atitudes de constante busca, na visão de Bauman (2005), fruto da modernidade líquida, são construídas e

sustentadas a partir de referências comuns de nossa identidade que está em constante movimento.

Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu filho (Gl 4,6), isso significa que o Espírito divino age em

nós, colabora conosco, convoca-nos a conversão e nos permite desmascarar as realidades de injustiça no mundo.

A presença do Espírito garante a lucidez necessária para olhar e atuar no mundo com liberdade, pois “onde está o

Espírito do Senhor, aí está a liberdade” (2Cor 3,17b). Esta presença do Espírito não nos poupa o esforço pessoal,

mas nos retira da passividade e do quietismo. A espiritualidade, portanto, abarca toda a vida da pessoa “não

somente seu ‘espírito’, mas também seu corpo; não somente sua individualidade, mas também suas relações

sociais e públicas, sua condição de membro da Igreja e de cidadão do mundo” (CASTILLO, 2012, p.17). Este

movimento acontece porque é o Espírito de Cristo que age em nossa interioridade.

A dinâmica de se descobrir, entender e agir diante disso nos é apresentada como um tipo de liberdade:

liberdade de autodefinição e de autoafirmação. A subjetividade passa pelos conceitos da liberdade de escolha e

da segurança oferecida pelo pertencimento. Assim, estamos em constante movimento subjetivo para entender a

força interna da teia de significados da nossa existência, que envolve a dimensão transcendente (experiência de

Deus nos nossos signos e símbolos) e a dimensão mística da espiritualidade.

É justamente essa força interna, que brota da experiência pessoal com o Deus da vida, que nos faz ser

capazes de nos movermos e de agirmos com maior equidade e verdade. Para Madalena (2013) “o pertencimento

e a identidade não possuem a solidez perpétua, mas sim a finitude de um mecanismo que exerce um poder de

transformação contínua. As identidades estão em constante trânsito, provenientes de diversas fontes, que são

aquelas disponibilizadas por terceiros ou acessíveis por meio de nossas próprias escolhas. Este fenômeno humano

se fortalece pela centralidade que o homem e a mulher assumem como indivíduos considerados portadores de

cultura, inteligentes e, biologicamente, maduros e ligados a outros seres humanos na ação e no sentimento

coletivo” (MADALENA, 2013, p.5).

Movimentar-se faz parte da dinâmica de construção desse caminho que é íntimo, mas, que está em

constante relação com o coletivo a nossa volta, a partir da liberdade que nos foi oferecida ao longo da nossa vida.

“Deus trabalha, mas o homem é quem atua” (CODINA, 2010): atua na significativa reconstrução do “ser” que

movimenta e faz movimentar quem opta por caminhar junto na relação consigo mesmo, com o outro e com Deus.

4. Infância e Juventudes em movimento

Com frequência, falamos das crianças, adolescentes e jovens somente como pergunta, e isso não propicia

necessariamente um encontro próximo e genuíno, pois, esses sujeitos, não são apenas pergunta, mas resposta

resultante da realidade em que vivemos. Eles/as nos oferecem um diagnóstico do mundo de hoje, são uma

espécie de termômetro da sociedade. Considerando, então, que a infância e juventude são construções social e

cultural, é fundamental que consideremos as principais características do contexto atual.1

O modo de ser criança, adolescente e jovem no mundo contemporâneo já não é o mesmo de décadas

passadas, isso provoca crise no interior de nossas instituições porque resistimos em acompanhar as

transformações da cultura infanto-juvenil.

Portadores de uma série de artefatos extensores do corpo (iPhone/Blackberry, iPad/Tablet, iPod, notebooks, e-books etc), conhecedores e criadores de inúmeros sites e aplicativos (Facebook, Orkut, My Space, Flickr, Twitter, You tube, Quarter life...), os compulseiros nasceram no berço digital, familiarizaram-se com a lógica e não foram exigidos para dominar as máquinas. Vantagem comparativa perante pais e chefes, muitos dos quais passam a ter os filhos e os subordinados relações de dependência conceitual e operacional, ao delimitar as distâncias entre nativos e os migrantes digitais [...] (OLIVEIRA; MORI, 2012, p. 218)

1 Adaptado do documento Evangelizadores entre os Jovens.

Precisamos enxergar a diversidade infanto-juvenil como uma alavanca que nos permitirá mover o mundo

para uma consciência menos preconceituosa, xenofóbica, racista, elitista e sem relação com o transcendente.

A geração plugada é sensível a discursos do politicamente correto, como foi dito anteriormente. Sua noção de política implica uma naturalização do direito à diferença como expressão cidadã. Decorre daí, então, a simpatia e/ou envolvimento com as causas LGBT, orientação sexual pregada. Uma crise de autoridade se instala ao pretender impor preceitos, que não cabem no horizonte cultural dos jovens. (OLIVEIRA; MORI, 2012, p.225)

Nosso Instituto, assim como a Igreja ou a família, não tem condições de controlar as subjetividades e as

relações de intersubjetividade que pertencem à cultura infanto-juvenil, que vão alterando o modo como ele/as

vivem e fazem suas opções - “a infância não será vivenciada por todas as crianças do mesmo jeito, mas de formas

e em contextos diferentes, o que irá influenciar os modos de ser criança e viver a infância” (UMBRASIL, 2016, p.

20). As questões relativas às redes sociais, os relacionamentos afetivos e o desatrelamento das tutelas,

excessivamente, moralizantes são provas de que essas categorias sociais têm encontrado maneiras outras de

formar a própria subjetividade, que não é fixa e rígida, mas mutante, em constante movimento.

Para compreender as mudanças que acontecem no interior da cultura infanto-juvenil é fundamental

aprender a caminhar com eles/as, obedecendo o ritmo, sendo ponderado na fala, para evitar a mania dos

discursos da “voz da experiência”. Fazer caminho na dinâmica de Jesus de Nazaré, na experiência pós pascal de

Emaús, sabendo chegar e entender o que se passa. Sem “ir onde as crianças e jovens estão” é impossível mover o

mundo, sobretudo porque uma das principais alavancas de mudança estão nas mãos desses sujeitos.

Para ir ao encontro dos jovens onde eles estão não é suficiente “estar com” eles, mas o que importa é o “como estamos” com eles. Para ir ao encontro dos jovens é recomendável estar em sintonia com a experiência da nossa própria juventude, para que os entendamos diferentemente de nós nesse momento e que possamos colocar-nos em seu lugar. Somos convocados para ir ao encontro dos jovens desde o segredo do recolhimento, pelo caráter sagrado do encontro; desde a contemplação, porque se trata de olhá-los não somente com os nossos olhos, mas com a nossa mente e, sobretudo, com o coração; buscando a união, não a que amontoa, mas a que, na diversidade, nos torna um. (INSTITUTO DO IRMÃOS MARISTAS, 2011, p.30)

Conseguir olhar o mundo, com os olhos das crianças, adolescentes e jovens, é se despir das bagagens

estigmatizadas que carregamos ao longo da vida, que a mídia contribui para se tornarem frequentes nas nossas

falas e em nosso modo de agir. O movimento de “ir ao encontro” desses sujeitos é dinamizado a partir de uma

acolhida constante, de uma abertura de coração às demandas por eles/as apresentadas, de dar as mãos aos seus

desafios e de celebrar junto com eles/as as alegrias constantes dos seus caminhos. “Para muitos jovens, o

encontro com os pares, e o grupo de pares, constitui um dos lugares no qual se sentem mais reconhecidos e

aceitos. É um espaço de socialização fundamental: tornou-se, de fato, o lugar básico onde constroem a sua

identidade” (INSTITUTO DOS IRMÃOS MARISTAS, 2011, p. 13).

Se acreditamos que a educação e a evangelização de crianças, adolescentes e jovens é uma graça para

nosso tempo, devemos responder de maneira idônea a esta convocação. Além de acompanhar e ir ao encontro

desses sujeitos devemos realizar o movimento de estudar e conhecer tal fenômeno. Nosso carisma exige que

estejamos atentos/as aos apelos de nosso tempo, às aspirações e preocupações das pessoas, especialmente das

crianças, adolescentes e jovens.

Assim, sentimos a necessidade de revisar nossas percepções com respeito a estas categorias, evitando

diagnósticos simplistas e fazendo uma leitura científica e crente destes espaços de encontro com Deus. São

“lugares teológicos” da nossa missão; assim foi para Marcelino e assim continua sendo hoje para muitos de seus

seguidores.

5. Fé em movimento

A fé se constitui em uma experiência itinerante, que vai se ampliando na medida em que caminhamos. Ela

é o ponto de partida que permite atitudes audaciosas. A Carta aos Hebreus nos revela que “a fé é um modo de já

possuir aquilo que se espera” (Hb 11,1). Isso significa que crer está relacionado com esperar, esperança. O

escritor Rubem Alves dizia: “Sabe o que é fé? É estar no avião com um paraquedas nas costas e de repente dar

um salto no abismo, acreditando que o paraquedas vai abrir”. Podemos e devemos ajudar as crianças e os/as

jovens a experimentarem essa aventura de crer, de ter fé, de se moverem pela fé.

A fé provoca movimento, é um constante mover-se. Foi pela fé que os personagens da literatura bíblica

conquistaram reinos, implantaram a justiça, apagaram a violência, extraindo força da própria fraqueza (Hb 11, 32-

33). Isso nos aponta para a dimensão pessoal da fé, que é capaz de transformar a interioridade e encorajar as

pessoas a ousar, amar, perdoar e lutar. A experiência pessoal de crer é estruturante na vida humana, mas não

deve se limitar à dimensão individualista, pois a fé cristã implica uma dimensão social e ética.

A fé nos dias atuais, sobretudo entre um significativo número de jovens, corre o risco de ser uma fé muito

individualizada, intimista e presa a normas eclesiais. Ou corre o risco também de ser uma fé que se estrutura a

partir do próprio eu, onde cada um “constrói sua própria religião, colocando-se a serviço do culto ao eu”

(LIBANIO; MURAD, 2011, p. 56). Como ajudar crianças, adolescentes, jovens, educadores/as, pastoralistas e

famílias a romperem com a dimensão íntima e subjetiva da fé, e acolherem uma dimensão mais aberta e

comunitária, inclusiva e comprometida com os/as outros/as e o mundo?

Para Jesus, o jovem carpinteiro e esperançoso de Nazaré, a fé, por menor que seja, é capaz de provocar

grandes movimentos: “Eu garanto a vocês: se vocês tiverem fé do tamanho de uma semente de mostarda, podem

dizer a esta montanha: ‘Vá daqui para lá’, e ela irá. E nada será impossível para vocês” (Mt 17,20). Crer, portanto,

não é uma realidade distante do universo juvenil, mas extremamente presente, pois se a fé dos/as jovens não se

configura como religiosa, pelo menos ela é antropológica, está no nível das crenças humanas, das coisas mais

rotineiras como entrar na universidade, ter um grande amor, acreditar em um mundo melhor. Por isso, a reflexão

sobre a fé não pode se afastar da realidade das nossas escolas maristas, mas pelo contrário, deve ser entendida

nas suas mais variadas formas de expressão.

Numa escola não preocupada com a fé, a pedagogia pode até brotar do mero exercício consciente de atividades educativas. Num contexto cristão, o referencial é a acolhida do Reino. Deste referencial brotam as práticas educativas. Educar é sob o ponto de vista da fé, acatar, integrar e propagar o Reino de Deus, fazendo da convivência uma conversão. Cada comunidade cristã é para o mundo presença do Reino. (MOSER; CALIMAM; CUNHA, 1982, p.92-93)

Imersos em uma sociedade onde as nossas relações são muitas vezes polarizadas por ideias

fundamentalistas, influenciadas pela cultura midiática e pela ignorância do senso comum, necessitamos de

jovens, educadores/as e pastoralistas crentes, que se transformem em agentes de paz e compreensão,

estimulando a vivência de uma fé madura e tolerante com a crença do/a outro/a.

6. Educação em Movimento

O mundo contemporâneo tem estimulado cada vez mais uma educação que esteja em constante

mobilidade, para corresponder aos anseios das novas gerações de estudantes. Tal mobilidade educativa implica

um movimento das dimensões subjetiva, existencial, espiritual e cognitiva. Um movimento não externo a cada um

de nós, mas que deve acontecer no interior do/a docente, do/a gestor/a ou dos/as pastoralistas que se propõem

a oferecer uma educação evangelizadora, centrada nos valores cristãos e maristas.

Para responder a essa mobilidade educativa é fundamental um retorno às fontes de nossa pedagogia e

espiritualidade marista, pois segundo Hannah Arendt “o passado é visto como uma força, e não, como em

praticamente todas as nossas metáforas, como um fardo [...] além do mais, estirando-se por todo seu trajeto de

volta à origem, ao invés de puxar para trás, empurra para frente, e, ao contrário do que seria de esperar, é o

futuro que nos impele de volta ao passado” (ARENDT, 2009, p.37).

Sem a humildade de retornar as nossas origens não seremos capazes de fazer releituras para tornar a

educação marista uma proposta alternativa de educação, que vincule fé, cultura e vida. Em tempos de muita

informação e pouca formação, o/a educador/a marista não pode se desresponsabilizar pela tarefa de formar

estudantes para duas importantes dimensões, constitutivamente, humanas: transcendência e imanência. Ambas

são um desdobramento do nosso intuito de “formar bons cristãos e virtuosos cidadãos”.

No campo da transcendência está a revelação do rosto de Deus, apresentado por Jesus. Uma divindade

que se faz homem, disposta a experimentar nossa condição para acolhê-la com amor, solidariedade e negação de

toda forma de injustiça. O transcendente revelado em Jesus está despojado de todo preconceito, legalismo,

hierarquia e preceitos religiosos. Estas são questões das religiões e não da mensagem de Jesus. Uma relação

saudável com o Deus de Jesus nos permite formar bons cristãos.

No campo da imanência se situam as áreas do conhecimento, a dimensão ética, estética, esportiva, os

direitos humanos e os distintos valores necessários para a sociabilidade e as relações de alteridade. Aqui

cumprimos nossa outra tarefa que é de “formar virtuosos cidadãos”, jovens capazes de traduzir no mundo tudo

aquilo que aprenderam nos bancos de nossas escolas maristas. O que garante sentido a nossa educação e ao

nosso fazer pastoral, no interior das escolas, é essa relação entre transcendência e imanência.

Além do retorno às origens maristas, é fundamental que os/as professores/as e pastoralistas assumam a

missão de apresentar o mundo às crianças, adolescentes e jovens. Que mundo é esse que precisa ser movido?

Que realidades exigem ser alavancadas? Para isso, o processo educativo e pastoral precisa romper o amadorismo

e o improviso por meio de uma qualificação adequada: “A qualificação do professor consiste em conhecer o

mundo e ser capaz de instruir os outros a cerca deste, porém, sua autoridade se assenta na responsabilidade por

este mundo. Face a criança, é como se ele fosse um representante de todos os habitantes adultos, apontando os

detalhes e dizendo à criança: --- Isso é o nosso mundo” (ARENDT, 2009, p.239).

Por isso que, “nenhum mestre educa sem saber para que educa e em que direção o faz” (JULIATTO, 2012,

p.23). É nesse sentido que a educação precisa abrir os olhos da mente e os do coração, para que os/as estudantes

contemplem a vida em sua totalidade. É a formação integral, tão buscada em nossas unidades, que possibilitará a

construção de um horizonte mais amplo e iluminado, por parte dos/as educadores/as, na vida dos/as jovens. Já é

certo que o ambiente escolar é lugar propício para a apropriação do conhecimento historicamente acumulado,

mas, a escola também é espaço “apropriado para aprender lições de vida, isto é, para cultivar o espírito, a

transcendência, a busca do sentido da vida e das coisas. E isso não está muito claro para todos ainda” (JULIATTO,

2012, p.20).

Essa clareza é fundamental para os/as docentes e pastoralistas maristas, pois “há um número ilimitado de

ciências diferentes; porém, sem uma ciência básica, isto é, qual o significado da vida e do que é bom para a

humanidade, todas as outras formas de conhecimento tornam-se diversão inútil e danosa” (JULIATTO, 2012,

p.24). O mesmo nos diz Paulo, o apóstolo, em sua célebre carta ao amor, “[...] mesmo que tivesse toda a fé, a

ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada” (1 Cor 13, 2b).

É em torno desse movimento de olhar o passado, de se qualificar perante o presente, em busca de uma

educação mais integrada para as crianças, adolescentes e jovens, que todos/as os/as educadores/as maristas

precisam mover-se, ir além e apontar, com as suas ciências, sabedoria e vida, o essencial: o amor que dá sentido à

existência humana.

7. Evangelização em movimento

A evangelização constitui a missão essencial da Igreja e do Instituto Marista, tarefa cada vez mais exigente

frente às constantes transformações sociais e as ameaças aos direitos humanos. Nossa identidade está marcada

pelo modo de evangelizar de Jesus de Nazaré, homem que subverteu todas as regras religiosas, políticas e sociais

do seu tempo, sendo imagem do rosto de Deus e com uma proposta de vida e de mundo gerador de paz e justiça.

Em Jesus encontramos o modelo de evangelização marista, não preocupada com a doutrina ou regras, mas com

as pessoas, suas alegrias, tristezas e esperanças.

Evangelizar é um imperativo para todo/a educador/a e pastoralista marista, pois visa “modificar, pela

força do Evangelho, os critérios de julgar, os valores que contam, os centros de interesse, as linhas de

pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade, que se apresentam em contraste com a

Palavra de Deus e com o desígnio da salvação” (EN, 1975, p.19). Portanto, a evangelização tem estreita relação

com nossos processos educativos, com as opções curriculares que assumimos e com os posicionamentos

institucionais frente ao mundo contemporâneo e suas principais questões.

Ao celebrar os cinquenta anos da Conferência de Medellín, vale trazer a intuição fundante, deste

importante acontecimento, que estimula a Igreja da América Latina e, também, as escolas católicas, a realizarem

uma “reevangelização”, sobretudo das classes sociais com maior poder aquisitivo. Despertar nossos estudantes

para a consciência crítica e para a sensibilização com as causas das pessoas oprimidas é um dos estímulos que a

Semana Pastoral pode fazer ao apresentar aos estudantes as possibilidades de atuação nos grupos de Fé e

Política, Voluntariado, Missão Marista de Solidariedade, Trabalho de Ação Solidária (TAS) e Trabalho Apostólico

Concreto (TAC).

Para atualizar a força profética e evangelizadora da Conferência de Medellín, vale destacar algumas tarefas

pastorais que ainda se apresentam atuais e necessárias ao nosso tempo, se quisermos assumir, realmente, o

compromisso de evangelizar com as crianças, adolescentes e jovens:

1. Despertar nos homens e nos povos, principalmente através dos meios de comunicação social, uma viva

consciência de justiça, inspirando-lhes um sentido dinâmico de responsabilidade e solidariedade;

2. Defender, segundo o mandato evangélico, o direito dos pobres e oprimidos, urgindo aos nossos governos e

classes dirigentes que eliminem tudo quanto destrói a paz social: injustiça, inércia, venalidade,

insensibilidade;

3. Denunciar, energicamente, os abusos e as injustiças, consequências das desigualdades excessivas entre ricos

e pobres, entre poderosos e fracos, favorecendo a integração;

4. Fazer com que nossa pregação, catequese e liturgia tenham em conta a dimensão social e comunitária do

cristianismo, formando seres humanos comprometidos com a construção de um mundo de paz;

5. Incentivar os nossos colégios e universidades a formar um sadio espírito crítico da situação social para que se

fomente a vocação do serviço;

6. Convidar também as diversas confissões e comunidades cristas e não-cristãs a colaborarem nesta

fundamental tarefa de nossos tempos;

7. Encorajar e favorecer todos os esforços do povo para criar e desenvolver suas próprias organizações de base,

para a reivindicação e consolidação de seus direitos na busca de uma verdadeira justiça;

8. Empenhar-se para que em muitos de nossos países se detenha e reveja a atual política armamentista, que

constitui às vezes uma carga, excessivamente, desproporcional face às legítimas exigências do bem comum,

em detrimento de urgentes necessidades sociais. A luta contra a miséria é a verdadeira guerra que devem

travar nossas nações;

9. Alentar e aplaudir as iniciativas e trabalhos de todos aqueles que, nos diversos setores da ação, contribuem

para a criação de uma ordem nova que assegure a paz no seio de nossos povos.

O convite da Semana Pastoral é Mova-se, portanto não podemos ficar inertes e considerar que a ação

pastoral de uma escola marista significa apenas número de estudantes engajados nos grupos. Não! Vai além,

muito além! Quer provocar uma profunda mudança no pensamento e nas posturas daqueles que são educados

por nós. Queremos contribuir com a criação de uma nova sociedade e com o desenvolvimento integral do ser

humano, ajudando a sociedade a realizar um movimento de “passagem das condições menos humanas para as

condições mais humanas” (MEDELLÍN, 1968, p.2) - este é o novo nome da paz.

8. Instituto Marista em movimento

Desde sua gênese, o Instituto Marista é uma obra em movimento, realizando, ao longo da história,

constantes releituras que o permitiram se consolidar, com uma proposta educativa inovadora e conectada com a

realidade. O carisma fundacional, deixado por Marcelino Champagnat, foi se enriquecendo no tempo com a

presença dos Irmãos e de tantos leigos e leigas, homens e mulheres que ousaram sonhar conosco que é possível

evangelizar, tendo a educação como meio privilegiado. O mundo atual, pela acelerada transformação, exige mais

do que nunca que sejamos capazes de acompanhar o movimento de transformação e os interrogantes que

surgem no campo da educação e da evangelização.

Atualizar o carisma marista no mundo não é tarefa fácil, exige abertura dialogal com as novas realidades,

urgência na tomada de posicionamentos e inteligência na fé. A situação de vulnerabilidade social e existencial em

que se encontram as crianças e jovens, a onda crescente de migrações, a ameaça do retorno de regimes

totalitários, o endurecimento do discurso contra as distintas formas de diversidade política, religiosa ou sexual,

exigem uma resposta à “altura do evangelho de Cristo” (Fl 1,27).

O último Capítulo Geral do Instituto Marista convoca-nos a tomar consciência de que precisamos

“caminhar como família global”, estabelecendo pontes e redes. Fomos convocados a estar atentos/as a cincos

chamados fundamentais: 1) Família carismática global, farol de esperança neste mundo turbulento; 2) Ser o rosto

e as mãos de tua terna misericórdia; 3) Inspira nossa criatividade para sermos construtores de pontes; 4) Para

caminhar com as crianças e jovens marginalizados pela vida; 5) Responder com audácia às necessidades

emergentes.

Para responder a esses chamados, no contexto de nossas escolas maristas, convidamos a todos/as os/as

educadores/as e pastoralistas a estarem atentos a três principais dimensões: palavras acompanhadas de

testemunho, abandono do ego e certeza da presença da graça de Deus. A primeira das dimensões nos remete a

Marcelino Champagnat, que nos convoca a ultrapassar o nível discursivo e caminhar para o nível da ação, pois

para ele a “palavra humana pode agradar e até converter os corações. Não há dúvida [...], mas estaríamos muito

enganados, porém, se julgássemos ser isto bastante para realizar o bem” (FURET, 1999, p. 261). A segunda

dimensão passa pela humildade de que, mesmo estando num espaço marcado pelo encontro dos muitos saberes

e diferentes habilidades, não podemos ficar centrados em nós mesmos, alimentando teorias e acumulando

conhecimento sem colocá-los a serviço; o convite é “abandonar a cultura dos egos e promover os ecos (ecologia,

ecossistema, economia solidária...) que reduzem o escândalo da

indiferença e das desigualdades” (INSTITUTO DOS IRMÃOS MARISTAS,

2017, p.5).

Por fim, a terceira dimensão é um convite a reconhecer a

presença criativa, atuante e motivadora da graça de Deus que age em

cada um de nós. Sem Deus não somos nada. Por isso, Champagnat

insistia constantemente com os Irmãos: “Que vale a habilidade do jardineiro ou do lavrador, se Deus não lhes

abençoa os trabalhos e não dá crescimento às plantas? Cuidemos de jamais nos apoiar em nossos talentos; são

nulos para o bem: perderíamos o tempo e nos cansaríamos inutilmente, se Deus não estivesse conosco” (FURET,

1999, p. 261). Para o Fundador “não é pelo estrondo que o canhão derruba as muralhas e incendeia os edifícios,

mas é pelo tamanho da bala. O homem pode fazer barulho, mas é a graça, figurada pelo tamanho da bala, que

muda os corações, abrasa no amor divino. Só Deus pode concedê-la” (FURET, 1999, p. 261).

9. Mover o mundo: o novo começo é agora

O novo começo é agora - eis o lema que deve fazer parte das nossas orações, reflexões e ações, como

maristas, nos próximos anos que virão. Não basta esperar que o novo venha, exclusivamente, de uma iniciativa

institucional ou de fora, devemos assumir uma postura nova. Por isso, precisamos nos perguntar a cada dia: em

que eu escolho ser novo/a?

Numa Instituição bicentenária como a nossa, corremos o risco de ficar, constantemente, recordando as

situações antigas, de tempos que não voltarão mais. A Província caminhou, se redesenhou e exige de nós uma

nova postura neste momento da história. Pode ser que as práticas pastorais antigas não valham mais, pelo menos

de maneira integral. É bom recordar, mas não se deixar bloquear pelo saudosismo do passado. A isso nos provoca

o profeta: “não fiqueis a lembrar as coisas passadas. Não vos preocupeis com os acontecimentos antigos. Eis que

vou fazer coisa nova” (Is 43,19).

As experiências passadas devem nos abrir horizontes para construir “o novo começo” que almejamos. Por

isso, as interrogações precisam fazer parte do nosso cotidiano. Quais são os esforços/forças que movem o

mundo, a sociedade e o nosso agir? De que alavancadas o mundo e a nossa realidade local necessitam? Onde nos

apoiamos para exercer a força capaz de alavancar a nossa vida pessoal, nossa família, nossa sociedade e o nosso

planeta? Como ser um Arquimedes e um Champagnat na contemporaneidade?

“É agora”! Essa expressão nos situa no tempo e nos faz compreender que “agora é o momento favorável.

É agora o dia da salvação” (2 Cor 6,2). O hoje, o tempo presente, exige de nós urgência nos gestos, nas palavras e

nas atitudes. Não podemos projetar para o futuro o bem que podemos realizar desde agora. Isso significa que o

novo exige posicionamento e resposta urgentes, ainda mais diante dos contextos sociais e educacionais das

nossas unidades Maristas que nos interpelam e nos desafiam de muitos modos.

Por isso, todos nós, maristas (estudantes, educadores/as, leigos, religiosos, familiares), somos

constantemente chamados/as a colaborarmos para que uma nova sociedade se mova, passando das situações de

morte para a uma realidade de vida e esperança. São muitos os indicativos de que não podemos ficar parados se

queremos, de fato, continuar humanizando o mundo:

1. A corrupção escancarada, em todos os níveis governamentais;

2. O extermínio e criminalização da juventude negra periférica;

3. O crescimento, principalmente entre os jovens, de ideologias políticas fomentadoras de práticas

violentas, preconceituosas e contrárias à vida;

4. As novas formas de capitalismo (principalmente o simbólico) que promove o consumismo exacerbado, a

desigualdade social, a alienação e a “coisificação” das pessoas;

5. Aumento de casos de depressão e suicídio entre crianças, adolescentes e jovens;

6. Mídia dominante manipuladora, corrupta e pouco interessada no bem-comum;

7. Crescimento de conflitos entre latifundiários e as populações tradicionais, elevando o número de

assassinatos da população indígena e camponesa;

8. Expressões religiosas fundamentalistas, pouco ecumênicas, contribuindo para a disseminação do ódio e

preconceito com as diferenças;

9. Intensificação dos índices de violência e assassinatos das populações Lésbicas, Gays, Bissexuais,

Transexuais e Intersexuais (LGBTI);

10. Sucateamento e privatização de instituições públicas;

11. Recuo nas políticas de proteção ambiental e entrega de nossas riquezas naturais ao capital estrangeiro.

Assim, mergulhando fundo nessas realidades e nos horizontes desafiadores, recordamos as palavras do

Papa Francisco aos jovens: “Vocês são os profetas da esperança!” (PAPA FRANSCISCO, 2015, p.1). Ser profeta da

esperança é construir um novo começo, agora. É fincar os pés no chão da nossa realidade, das nossas

necessidades emergentes e, ao mesmo tempo, sonhar de forma revolucionária e criativa. Nossa missão marista é

“esperançar” o mundo, acendendo a chama da profecia. Nas palavras da Comunidade Paulina: “Que o Deus da

esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo

poder do Espírito Santo” (Rm 15,13).

Nesse sentido, a frase “Dê-me uma alavanca que eu moverei o mundo” também contribui para este novo

a ser construído, pois, com os princípios da alavanca e do movimento, somos convidados/as a sair da nossa

inércia pessoal e, em conjunto com os demais, unirmos nossas forças para alavancarmos e movimentarmos

nossas realidades. Desta forma, a Semana Pastoral deste ano nos ajudará a rezar a nossa missão, vocação e nos

instiga a sonhar e a agir na construção de um novo começo, agora!

10. Dimensões elementares para nossa atuação na Semana Pastoral

1. Encantamento: permitir que a comunidade educativa se sinta envolvida, deslumbrada, admirada com o

que se vê, ouve e percebe. Esta dimensão está profundamente vinculada com a espiritualidade, com o

que há de mais profundo no modo de fazer pastoral.

2. Mística: relação com o Espírito de Deus, é a alma da espiritualidade. É o que nos permite testemunhar a

esperança, a solidariedade, o amor e a paz. Embora seja dom, a mística precisa ser buscada, comida,

estudada, celebrada. Ela está dentro e fora de nós2. Sem mística não é possível haver profecia e novidade

em nossas ações pastorais.

3. Criatividade: a criatividade, aliada à ousadia, rompe com o pré-definido e com os estereótipos pastorais,

abrindo-se a uma nova linguagem para se transmitir a fé. Ousar e criar são verbos da própria ação divina

no mundo, de um Deus que trouxe a novidade, que cria e recria constantemente. Requer um trabalho

articulado com as diferentes linguagens artísticas e esportivas presentes na unidade.

4. Planejamento: é importante reunir com a Equipe de Pastoral, Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP), Vice

Direção Educacional (VDE) e demais educadores/as para definir as atividades, horários e

responsabilidades sobre a realização da Semana. Depois, montar uma programação de atividades, para

evitar atropelos de última hora. Ao planejar é fundamental que se prime pelo espírito evangelizador e que

as atividades sejam oportunidades de vivência para todos/as os/as participantes.

5. Motivação: a evangelização é pilar da educação Marista e a comunidade educativa tem que se motivar

para assumir essa dimensão do carisma. Despertar o desejo de participar é fundamental para que a

Pastoral cresça e se desenvolva.

6. Mobilização: é preciso buscar o envolvimento de educandos/as, professores/as, técnicos, área

pedagógica e demais serviços na preparação das atividades.

2 UNIÃO MARISTA DO BRASIL. Caminho da Educação e Amadurecimento na fé: a mística da Pastoral Juvenil Marista. São Paulo: FTD, 2008. Coleção da PJM, p. 25-26.

7. Divulgação: a comunidade educativa tem que ficar sabendo da Semana. Podem-se preparar cartazes,

distribuir folders no pátio e nas salas de aula, montar estandes com material de divulgação, fazer

chamadas pelo sistema de som, aproveitar os espaços dos murais. É preciso incluir os/as estudantes na

divulgação, pois as atividades, em sua maioria, são pensadas para eles. Assim, é importante que façamos

a divulgação com eles.

8. Ambientação: o cuidado com a ambientação é uma forma de motivar a participação. Preparar o ambiente

com bandeiras, painéis, fotos, cartazes, banner, faixas com frases, camisetas, velas, imagens, móbiles etc.

Variar a ambientação de acordo com a atividade. Inovar na ambientação para que as pessoas percebam

que esta Semana tem um tom diferente para a unidade.

A unidade pode tentar, com o auxílio dos professores de Física, construir uma alavanca que mova algo

pesado, conforme a ilustração. Este material poderia ficar em algum lugar de destaque, onde as crianças

e adolescentes tivessem acesso e pudessem, de fato, vivenciar essa ação. No objeto a ser movido, podem

ter frases, palavras de situações que precisam ser transformadas, movidas por cada um de nós.

9. Documentação: segundo Clarice Lispector “escrevo porque à medida que escrevo vou me entendendo e

entendendo o que quero dizer, entendo o que posso fazer. Escrevo porque sinto necessidade de

aprofundar as coisas, de vê-las como realmente são”. Registrar os momentos vividos (fotografias, vídeos,

etc), revisar os materiais que foram utilizados durante a Semana, na perspectiva de aprofundar o que foi

realizado, e até mesmo propor para o ano seguinte mudanças de percurso.

11. Identidade Visual da Semana Pastoral

Impulsionados pelo Espírito da novidade, que nos convoca a atualizar constantemente a

linguagem evangelizadora, sem perder de vista o horizonte de sentido e conteúdo da fé, é que

repensamos a identidade visual para a Semana Pastoral. Ela nos convoca a um fazer pastoral na

dinâmica da comunhão, da circularidade, da convergência entre as pessoas e processos.

Os símbolos da nova identidade visual apontam para dimensões significativas para nós:

1. Virtudes Maristas (violetas): humildade, simplicidade e modéstia nos

vinculam ao modo de viver a espiritualidade marista; o sentido de

pertença ao carisma e a postura que devemos assumir na missão de

educar e evangelizar do jeito de Champagnat.

2. Fraternidade (pessoas): o elemento fundamental da nossa

espiritualidade é a relação com Deus e com as pessoas, sobretudo com

as crianças, adolescentes e jovens por meio da pedagogia da presença.

Nossas relações como educadores e pastoralistas revelam nosso modo

de ser.

3. Iluminação (fé, ecumenismo): a lucidez é constitutiva para a dinâmica

evangelizadora, uma vez que nos permite olhar com clareza para os

sinais dos tempos, interpretando-os à luz da fé, dos valores do Reino e

da espiritualidade marista.

4. Mistério Pascal (cruz): a cruz nos recorda o compromisso com Jesus Cristo

em sua vida, morte e ressurreição. Somos convidados a viver na alegria do

Ressuscitado que se revela na comunidade dos discípulos. Nos processos

de educação na fé devemos conduzir as crianças, adolescentes e jovens a

Jesus.

5. Espírito Santo (paz): no Espírito de Jesus Cristo que vivemos a liberdade, a

leveza e a serenidade que nos confirmam no apostolado e na missão. Os

raios nos indicam horizontes de mais (+) oportunidades e sonhos para os

próximos 200 anos de história do Instituto, que construímos hoje.

12. Propostas de Atividades Pastorais-Pedagógicas

1. Infâncias

Teatro / Quebra-Cabeça

Para o trabalho com as crianças da Educação Infantil e Ensino Fundamental I (EFI), é possível utilizar as

histórias do Arquimedes como ponto de partida para a mística e a evangelização. O espaço-tempo para esse

momento pode ser o AMAR, vivenciado por muitas unidades e, o qual, converge com a proposta.

O início pode se dar com uma das músicas criadas para a SPM, ensinando a letra, o refrão e cantando com

as crianças.

A biografia do cientista (links abaixo) mostra pequenas anedotas que contam os feitos de sua vida, sendo

os principais: a coroa de ouro (Eureka), o raio de calor, a garra de Arquimedes e o Siracusa. A primeira, da coroa, é

a anedota mais famosa e com um teor cômico (link do desenho animado). Assim, sugerimos que seja feito um

teatro ou uma contação de histórias, com esses fatos da vida de Arquimedes. A parceria com o Serviço de Arte e

Cultura (SEAC), bibliotecárias, professores/as é muito enriquecedor.

A história - que pode ser contada, também, por meio de fantoches - pode ter um narrador, bem

caracterizado, sendo o próprio físico, um outro personagem, ou, Marcelino Champagnat, que vai contando as

anedotas, de forma lúdica, não deixando de abordar a frase “Dê-me uma alavanca que moverei o mundo” e,

enfatizando, no final, o bem realizado pelo cientista em prol da sua comunidade. Assim como ele, há tantas

outras pessoas que têm boas atitudes e nós, hoje, devemos contribuir para que a sociedade sempre se

transforme para melhor.

Ao final do teatro, o narrador diz que tem uma grande surpresa para entregar às crianças (quebra-

cabeça). Neste momento, elas podem ficar em pequenos grupos e a educação infantil pode ter o auxílio da

professora regente e dos demais membros da equipe. Os quebra-cabeças podem estar dentro de uma grande

caixa ou de um saco de presente, contanto que seja algo diferente e desperte a curiosidade delas. O narrador vai

aguçando as crianças com algumas perguntas, como: O que vocês acham que tem dentro dessa caixa? Escutem o

barulho (mexer a caixa) ... O que deve ser?

À medida que as crianças forem recebendo os quebra-cabeças, pode-se cantar as músicas da SPM e ir

reforçando o clima de curiosidade: O que será que é isso? Que imagem iremos formar?

Com o quebra-cabeça montado, sugerimos que seja feita a leitura plástica da imagem formada, ou seja,

explorar o que a imagem diz, por meio de perguntas.

Qual imagem foi formada?

Quem é a pessoa que aparece no quebra-cabeça?

O que ele está fazendo?

Quem pode ler o que está escrito? Pedir para que todos leiam juntos. Quando as crianças não são

alfabetizadas, localizar a parte escrita e ler para elas.

Champagnat está usando o que para mover o mundo?

Quem sabe o que é uma alavanca? Em que ela nos ajuda?

Que boas atitudes nós devemos ter para mover a nossa realidade?

Quais realidades que não são tão legais e que precisamos mudar?

Com quais pessoas podemos contar para irmos transformando essas realidades?

O encerramento desse momento de mística pode ser com a retomada das músicas da SPM, com um

momento de oração e com um gesto concreto a ser vivenciado pelas crianças, que pode ser retomado no próximo

AMAR, ou em outro momento propício para isso.

Links com a biografia de Arquimedes

https://pt.wikipedia.org/wiki/Arquimedes

https://www.infoescola.com/biografias/arquimedes

https://educacao.uol.com.br/biografias/arquimedes.htm

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/arquimedes.htm

Catapulta

Utilizando o princípio da alavanca, a catapulta também pode ser uma atividade a ser desenvolvida com os

estudantes. De forma simples e prática, usando materiais de fácil acesso, os links abaixo são tutoriais de como

construir pequenas catapultas. Desta forma, por meio de materiais concretos que auxiliam na compreensão e dão

significado a ação, o construir em conjunto é uma possibilidade de desenvolvimento da mística da SPM.

https://www.youtube.com/watch?v=1tzxbWT0qu4

https://www.youtube.com/watch?v=2biFo5h5knc

2. Adolescentes e jovens

Desenho animado

O link abaixo se refere a um desenho animado que conta a história de Arquimedes “A coroa e o rei”. O

desenho pode ser utilizado com adolescente e jovens, como parte introdutória do trabalho com eles/as.

https://www.youtube.com/watch?v=wyGhTgZyTLI

Catapulta

Utilizando o princípio da alavanca, a catapulta também pode ser uma atividade a ser desenvolvida com os

estudantes. De forma simples e prática, usando materiais de fácil acesso, os links abaixo são tutoriais de como

construir pequenas catapultas. Desta forma, por meio de materiais concretos que auxiliam na compreensão e dão

significado a ação, o construir em conjunto, é uma possibilidade de desenvolvimento da mística da SPM.

https://www.youtube.com/watch?v=1tzxbWT0qu4

https://www.youtube.com/watch?v=2biFo5h5knc

Músicas Populares

Considerando a importância da dimensão musical na vida humana, pois

A música sempre esteve presente na cultura da humanidade e (...) é reconhecida por muitos pesquisadores como uma modalidade que desenvolve a mente humana, promove o equilíbrio, proporcionando um estado agradável de bem-estar, facilitando a concentração e o desenvolvimento do raciocínio, em especial em questões reflexivas voltadas para o pensamento (FERREIRA).

Colocamos algumas sugestões de músicas populares para serem trabalhadas.

Canção da Esperança – Flávia Wenceslau

https://www.youtube.com/watch?v=PsOS76erCl4

O mesmo rosto – Jorge Trevisol

https://www.youtube.com/watch?v=i0Sgm2mXdC4

Começo, meio e fim – Roupa Nova

https://www.youtube.com/watch?v=Rp-9LP2Iheo

Gente Nova – Reginaldo Veloso

https://www.youtube.com/watch?v=M7FFmnjmd-Q

Versão em espanhol

https://www.youtube.com/watch?v=nk6Vv9FVbVQ

No começo – Infâncias

https://www.youtube.com/watch?v=oN7A7pW9E9I

Grão de Mostarda – Salvador – Infâncias

https://www.youtube.com/watch?v=NZPGfUPyLEI

New Beginning – Tracy Chapman

https://www.youtube.com/watch?v=72PkUgZ651k

Alegria, Alegria - Caetano Veloso

https://www.youtube.com/watch?v=hmK9GylXRh0

Andar com Fé - Gilberto Gil

https://www.youtube.com/watch?v=cH65dRyJ_Ys

Enquanto Houver Sol – Titãs

https://www.youtube.com/watch?v=bSR1V4IxCF4

Dias Melhores - Jota Quest

https://www.youtube.com/watch?v=odmnz4I2MGQ

Admirável gado novo – Zé Ramalho

https://www.youtube.com/watch?v=I_YpzKwB-EM

Tocando em frente – Renato Teixeira / Almir Sater

https://www.youtube.com/watch?v=g1KEltvsD5s

3. Áreas do conhecimento

Pensando na perspectiva da alavanca e das atitudes que precisamos ter para mover as realidades, pode-se

fazer um trabalho conjunto com as seguintes disciplinas:

Física e Matemática: fazer alusão à temática da SPM nas séries em que forem trabalhados os princípios

de Arquimedes.

Ciências: reforçar a temática da SPM por meio da atividade da catapulta sugerida, como experimentos.

História: fazer alusão à temática da SPM nas séries que for trabalhado o assunto sobre Antiguidade

Clássica, período em que viveu Arquimedes. Vincular também com o contexto em que viveu Champagnat

e suas atitudes.

Filosofia, Ensino Religioso, Sociologia: a partir da temática da SPM, aprofundar os referenciais (pessoas

próximas e personalidades), instituições, organismos que são ponto de apoio à vida pessoal e

comunitária. Quais as realidades que precisam ser movidas, mudadas, transformadas? Quais atitudes,

pessoais e, em conjunto, são necessárias ter para a transformação? Quem são as pessoas, de ontem e de

hoje, que colocaram seus dons em prol da melhoria e mudança da sociedade?

Educação Física: no corpo humano, há vários membros que funcionam como uma alavanca. A partir disso,

é possível trabalhar a temática da SPM, com jogos interativos.

Redação: trabalhar a temática da SPM por meio de produções textuais.

13. Músicas Autorais SPM

SOU MARISTA, E VOCÊ?!

Compositora: Glauciene Dias de Araújo Intérpretes: Jeferson Vieira Soares e Maria Carvalho Coimbra Rocha

Toda forma de canção

Todo abraço irmão.

E o jeito de acolher.

Todo erro tem perdão

E não é em vão

E nem vai se perder.

Mova-se e você vai ver.

O começo passa por você,

O “agora” vai surpreender!

EU SOU MARISTA, E VOCÊ?!

Aperte agora minha mão.

Procure no horizonte

Escute o coração.

Risque e rabisque

Dê a volta ao mundo,

Esse sonho pode acontecer!

Escreva a história,

Reviva memorias.

Não permita-se esmorecer.

Fé e força

Coragem e sonho.

Mova-se atrás desse sonho.

O novo começo é agora.

EU SOU MARISTA, E VOCÊ?!

MOVA-SE

Compositor: Jeferson Vieira Soares Intérpretes: Jeferson Vieira Soares e Laura Fernandes Barbosa

Mova-se, o sonho não pode parar,

Mova-se seguindo os passos de Champagnat,

Mova-se, construamos uma nova história,

Confiantes no Senhor,

O novo começo é agora!

200 anos se passaram, a história não pode parar,

Pois, o nosso fundador Champagnat,

Prometeu a Boa Mãe um lindo sonho realizar,

Todas as crianças e jovens do mundo

Educar e evangelizar... Por isso...

Mova-se, o sonho não pode parar,

Mova-se seguindo os passos de Champagnat,

Mova-se, construamos uma nova história,

Confiantes no Senhor,

O novo começo é agora!

É Jesus que nos inspira,

No nosso jeito de caminhar,

Sendo profetas da esperança e do amor,

Semeando nosso carisma onde Cristo nos enviar,

Fazendo parte de histórias e vidas,

Somos maristas de Champagnat! Por isso...

Mova-se o sonho não pode parar,

Mova-se seguindo os passos de Champagnat,

Mova-se construamos uma nova história,

Confiantes no Senhor,

O novo começo é agora!

14. Agradecimentos

Edigar Barraqui – coordenador de Pastoral da Escola Marista Champagnat de Terra Vermelha / Vila Velha – ES Glauciene Dias de Araújo – agente de Pastoral do Colégio Marista Champagnat / Taguatinga – DF

Jeferson Vieira Soares – agente de Pastoral do Colégio Marista São José / Montes Claros – MG João Barbosa de Lima Neto – agente de Pastoral do Colégio Marista Pio XII / Surubim – PE Josiene Alves Rosa – agente de Pastoral do Colégio Marista Nossa Senhora da Penha / Vila Velha – ES Julyana Nunes – agente de Pastoral da Escola Marista Sagrado Coração / Fortaleza – CE Fernanda Tolomei – agente de Pastoral do Colégio Marista São José / Rio de Janeiro – RJ Jadir Ramos de Almeida Júnior – coordenador de Pastoral do Colégio Marista Nossa Senhora de Nazaré / Belém - PA Alexandre Vazze – professor do Colégio Marista de Varginha – MG e assessor da área da Ciências da Natureza da gerência socioeducacional

15. Referências bibliográficas

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FURET, Jean-Baptiste. Vida de São Marcelino José Bento Champagnat. São Paulo: Loyola, 1999. INSTITUTO DOS IRMÃOS MARISTAS. Evangelizadores entre os jovens. São Paulo: FTD, 2011. INSTITUTO DOS IRMÃOS MARISTAS. Mensagem do XXII Capítulo Geral: Caminhemos como família global. Disponível em: < http://www.champagnat.org/400.php?a=6&n=4566 >. Acesso em: 13 dez. 2017. JULIATTO, Clemente Ivo. Ciência e transcendência: duas lições a aprender. Curitiba: Champagnat, 2012. LIBANIO, João B.; MURAD, Afonso. Introdução à Teologia: perfil, enfoques, tarefa. São Paulo: Edições Loyola, 2011. MADALENA, Juliano. Resenha a “Identidade”, de Zygmunt Bauman. Civilistica.com. Rio de Janeiro, a. 2, n. 4, out.-dez./2013. Disponível em: <http://civilistica.com/wp-content/uploads/2015/02/Madalena-civlistica.com-a.2.n.4.2013.pdf>. Acesso em: 5 dez. 2017. MOSER, Antonio; CALIMAN, Cleto; CUNHA, Rogério Ignácio de Almeida. Libertar: desafio da educação. Rio de Janeiro: CRB, 1982. OLIVEIRA, Pedro A. Ribeiro de; MORI, Geraldo. Mobilidade religiosa: linguagem, juventude, política. São Paulo: Paulinas, 2012. PAPA FRANCISCO. Fala do Papa Francisco em sua carta ao Encontro Nacional da Pastoral da Juventude, em Manaus - AM. Disponível em: <http://www.pj.org.br/wp-content/uploads/2015/01/Mestre-onde-moras.pdf> Acesso em: 10 out. 2017. PAPA PAULO VI. Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, ao clero e aos fiéis de toda a Igreja sobre a evangelização no mundo contemporâneo. Brasília, edições CNBB, 1975. UMBRASIL. Evangelização com as infâncias: no Brasil Marista. 2016.

Grupo de Trabalho das Semanas Temáticas

Coordenação de Evangelização