teste lusiadas

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1 TESTE DE AVALIAÇÃO DE PORTUGUÊS/CEF AF 2 ANO LETIVO: 2014/ 2015 GRUPO I - Leitura/Escrita (ponderação 25%) PARTE A A Nau Nossa Senhora dos Mártires A nau Nossa Senhora dos Mártires é um caso paradigmático, pois possui um tesouro fantástico de que não fazem parte metais preciosos. Esta nau saíra de Lisboa rumo à Índia, em março de 1605, para comerciar, sobretudo, pimenta. Na volta, zarpou de Cochim, em fevereiro de 1606, a par com outra nau, a Nossa Senhora da Salvação. Tanto quanto se sabe, a viagem correu bem quase até ao fim. Mas, quando chegaram a Cascais, rebentou uma tempestade pavorosa com ventos de sudoeste muito adversos à navegação na zona. O capitão da nau Nossa Senhora da Salvação decidiu não tentar atingir Lisboa. Varou a Cascais, encalhou, perdeu-se o navio, mas salvou-se toda a gente que vinha a bordo e salvou-se também a carga. O capitão da nau Nossa Senhora dos Mártires – Manuel Barreto Rolim – quis, por força, entrar na barra do Tejo e o resultado foi catastrófico. O navio desgovernado embateu nos penedos junto ao Forte de S. Julião da Barra e naufragou com grande perda de bens, e pior do que tudo, com grande perda de vidas humanas. Os despojos deste naufrágio foram juntar-se ao espólio de muitos outros naufrágios, ocorridos ao longo de quinhentos anos, naquele local fatídico. Em 1994, Francisco Alves, acompanhado por um grupo de mergulhadores amadores, tinha promovido uma operação de prospeção e registo, sem escavação, junto ao Forte de S. Julião, ou seja, uma operação sem recolha de bens arqueológicos. Os mergulhadores limitaram-se a registar o que viram. O relatório final foi muito encorajador. Em outubro de 1996, deu-se início à escavação subaquática destinada a recolher objetos para expor no Pavilhão de Portugal. A pesquisa começou pela divisão do local em cinco zonas. Nas zonas 1 e 2, vieram a encontrar peças que correspondem ao período do naufrágio da nau Nossa Senhora dos Mártires e ao tipo de carga que, na época, vinha da Índia. Considera-se, pois, que se pode atribuir com bastante segurança esta carga a este navio. Os arqueólogos consideram que o achado mais importante foi o fragmento do fundo do casco do navio, cujas peças vão fornecer informações sobre as técnicas de construção naval ibérica do princípio do século XVII. E também vão permitir que se saiba quais as verdadeiras dimensões desta nau da carreira da Índia – que era realmente enorme – e qual a verdadeira espessura do casco – que era fantasticamente grosso. Mas estas madeiras não serão todas trazidas para a superfície. O estudo decorrerá, em parte, no fundo do mar. Quanto às peças recolhidas, depois de classificadas e trabalhadas para que se conservem em bom estado, serão expostas no segundo núcleo do Pavilhão de Portugal e, depois, em museus. Ana Maria Magalhães, Tesouros no Fundo do Mar Português, Grupo de Trabalho do Ministério da Educação para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1998 (adaptado)

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Page 1: Teste Lusiadas

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TESTE DE AVALIAÇÃO DE PORTUGUÊS/CEF AF 2 ANO LETIVO: 2014/ 2015

GRUPO I - Leitura/Escrita (ponderação 25%)

PARTE A

A Nau Nossa Senhora dos Mártires

A nau Nossa Senhora dos Mártires é um caso paradigmático, pois possui um tesouro fantástico de que não fazem

parte metais preciosos.

Esta nau saíra de Lisboa rumo à Índia, em março de 1605, para comerciar, sobretudo, pimenta. Na volta, zarpou

de Cochim, em fevereiro de 1606, a par com outra nau, a Nossa Senhora da Salvação. Tanto quanto se sabe, a

viagem correu bem quase até ao fim. Mas, quando chegaram a Cascais, rebentou uma tempestade pavorosa com

ventos de sudoeste muito adversos à navegação na zona.

O capitão da nau Nossa Senhora da Salvação decidiu não tentar atingir Lisboa. Varou a Cascais, encalhou,

perdeu-se o navio, mas salvou-se toda a gente que vinha a bordo e salvou-se também a carga.

O capitão da nau Nossa Senhora dos Mártires – Manuel Barreto Rolim – quis, por força, entrar na barra do Tejo e

o resultado foi catastrófico. O navio desgovernado embateu nos penedos junto ao Forte de S. Julião da Barra e

naufragou com grande perda de bens, e pior do que tudo, com grande perda de vidas humanas.

Os despojos deste naufrágio foram juntar-se ao espólio de muitos outros naufrágios, ocorridos ao longo de

quinhentos anos, naquele local fatídico.

Em 1994, Francisco Alves, acompanhado por um grupo de mergulhadores amadores, tinha promovido uma

operação de prospeção e registo, sem escavação, junto ao Forte de S. Julião, ou seja, uma operação sem recolha de

bens arqueológicos. Os mergulhadores limitaram-se a registar o que viram. O relatório final foi muito encorajador.

Em outubro de 1996, deu-se início à escavação subaquática destinada a recolher objetos para expor no Pavilhão

de Portugal. A pesquisa começou pela divisão do local em cinco zonas. Nas zonas 1 e 2, vieram a encontrar peças

que correspondem ao período do naufrágio da nau Nossa Senhora dos Mártires e ao tipo de carga que, na época,

vinha da Índia. Considera-se, pois, que se pode atribuir com bastante segurança esta carga a este navio.

Os arqueólogos consideram que o achado mais importante foi o fragmento do fundo do casco do navio, cujas

peças vão fornecer informações sobre as técnicas de construção naval ibérica do princípio do século XVII. E também

vão permitir que se saiba quais as verdadeiras dimensões desta nau da carreira da Índia – que era realmente enorme

– e qual a verdadeira espessura do casco – que era fantasticamente grosso. Mas estas madeiras não serão todas

trazidas para a superfície. O estudo decorrerá, em parte, no fundo do mar.

Quanto às peças recolhidas, depois de classificadas e trabalhadas para que se conservem em bom estado, serão

expostas no segundo núcleo do Pavilhão de Portugal e, depois, em museus.

Ana Maria Magalhães, Tesouros no Fundo do Mar Português, Grupo de Trabalho do Ministério da Educação para as

Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1998 (adaptado)

Page 2: Teste Lusiadas

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Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. Assinala as afirmações que, segundo o sentido do texto, são verdadeiras.

Duas naus partiram de Cochim, rumo a Lisboa, em 1606.

A nau que se afundou ao largo de S. Julião da Barra foi a nau Nossa Senhora da Salvação.

Da nau encalhada, conseguiu-se ainda salvar a mercadoria e a tripulação.

Numa primeira etapa da arqueologia submarina, os mergulhadores registaram o que viram e

trouxeram amostras.

Durante as escavações subaquáticas, os mergulhadores descobriram sacos de especiarias e

metais preciosos.

Os objetos encontrados no fundo do mar serão exibidos na exposição do Pavilhão de Portugal e

em museus.

2. Para cada item que se segue (2.1. a 2.3.), assinala a opção que permite obter uma afirmação

adequada ao sentido do texto.

2.1. Na frase “A nau Nossa Senhora dos Mártires é um caso paradigmático”, a palavra sublinhada

pode ser substituída por…

a. isolado. c. paradisíaco.

b. exemplar. d. paranormal.

2.2.Cochim, o local de onde partiram as naus, situa-se…

c. no Japão. e. na Índia.

d. na costa da África ocidental. f. no Brasil.

2.3. A expressão “Varou a Cascais” significa…

a. pôs varas na nau para chegar a Cascais.

b. alcançou Cascais.

c. afastou-se de Cascais.

d. atravessou Cascais de lado a lado.

3.Substitui as palavras sublinhadas na frase seguinte por outras de sentido equivalente.

Os despojos deste naufrágio foram juntar-se ao espólio de muitos outros naufrágios ocorridos ao longo de quinhentos anos naquele local fatídico. (ll. 17-18)

Page 3: Teste Lusiadas

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PARTE B 1. Os Lusíadas são:

um romance.

uma peça de teatro.

uma epopeia.

um poema dramático.

2. Os Lusíadas são constituídos por:

dez cantos.

oito cantos.

cinco cantos.

onze cantos.

3. O herói d’Os Lusíadas é:

Vasco da Gama.

Luís de Camões.

D. Sebastião.

o povo português.

4. As estrofes n’Os Lusíadas têm:

um número variado de versos.

sempre oito versos.

sempre dez versos.

ora oito ora dez versos.

5. Na Proposição, Camões:

explica o propósito da sua obra.

dedica a obra a D. Sebastião.

invoca as ninfas.

narra o Consílio dos Deuses.

6. Na Invocação, Camões pede inspiração:

a Clio, musa da Antiguidade.

a Vénus, deusa do Amor.

às Tágides, ninfas do Tejo.

a Calíope, musa da Antiguidade.

Page 4: Teste Lusiadas

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7. N’Os Lusíadas, a Narração propriamente dita começa com:

os primórdios da História de Portugal.

a partida das naus da Praia do Restelo.

o episódio do Adamastor.

a armada já em pleno Oceano Índico.

8. Em relação à viagem de Vasco da Gama:

Vénus é inimiga dos portugueses.

Baco e Vénus defendem posições opostas.

Baco e Vénus defendem as mesmas posições.

Baco protege os portugueses.

PARTE C

Lê o texto com atenção e responde às questões com frases completas:

PROPOSIÇÃO As armas1, e os barões assinalados2 Que, da Ocidental praia Lusitana, Por mares nunca dantes navegados, Passaram ainda além da Taprobana3, Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino4, que tanto sublimaram5; E também as memórias gloriosas Daqueles Reis que foram dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas6 De África e de Ásia andaram devastando7; E aqueles que por obras valerosas8 Se vão da lei da Morte9 libertando: Cantando espalharei por toda a parte, Se a tanto me ajudar o engenho10 e arte. Cessem11 do sábio Grego12 e do Troiano13 As navegações grandes que fizeram; Cale-se de Alexandro14 e de Trajano15 A fama das vitórias que tiveram; Que eu canto o peito ilustre Lusitano, A quem Neptuno16 e Marte17 obedeceram. Cesse tudo o que a Musa antiga18 canta, Que outro valor mais alto se alevanta.

1feitos de armas;

2. homens ilustres;

3. ilha

de Ceilão; 4.

o Império português do Oriente;

5. engrandeceram;

6. não cristãs;

7. percorrendo, descobrindo;

8. valorosas;

9. esquecimento;

10. criatividade;

11. deixe

de se falar; 12.

Ulisses; 13.

Eneias; 14.

Alexandre Magno, conquistador de um império imenso que abarcava Grécia, Ásia Menor, Pérsia, Egipto e parte da Índia;

15. imperador Romano que realizou

grandes conquistas na Ásia; 16.

deus do Mar;

17. deus da Guerra;

18. poesia da

antiguidade greco-romana

Canto I (estr. 1-3)

Page 5: Teste Lusiadas

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As três primeiras estrofes d’Os Lusíadas constituem a parte da epopeia designada por “Proposição”.

Nela o poeta enuncia o que se propõe fazer. 1. Identifica os protagonistas do "canto" que o poeta pretende espalhar por toda a parte. 2. Pela leitura da Proposição d’Os Lusíadas fica claro que o assunto da epopeia é de carácter histórico.

Mas, o propósito do poeta não é apenas o de divulgar factos históricos, é também, e sobretudo, o de os enaltecer, glorificar. 2.1. Cita palavras ou expressões que, nas duas primeiras estrofes, comprovem essa intenção de

mostrar a grandeza dos feitos e seus protagonistas. 2.2. Na terceira estrofe, essa intenção torna-se ainda mais evidente. Explica como as referências

a Ulisses e Eneias, Alexandre e Trajano engrandecem os feitos que o poeta irá "cantar". 3. “Que eu canto o peito ilustre Lusitano, /A quem Neptuno e Marte obedeceram." Estes dois versos

constituem uma síntese fundamental da Proposição. 3.1. Retira do texto a expressão que nomeia o herói do poema. 3.2. Refere a(s) ação(ões) em que se distinguiu, interpretando as referências a Neptuno e Marte.

Grupo II (ponderação 15%)

1. Diz qual é o sujeito das frases seguintes:

a) Camões escreveu Os Lusíadas. b) Os Lusíadas são uma epopeia. c) O herói d’Os Lusíadas é o povo português. d) A narração começa “in medias res”. e) Os Lusíadas são compostos por dez cantos.

2. Diz qual é o predicado nas frases que se seguem:

a) O autor d’Os Lusíadas é Luís Vaz de Camões. b) Camões viveu no séc. XVI. c) Os Lusíadas foram publicados em 1572. d) A obra é dedicada a D. Sebastião. e) O primeiro Consílio dos Deuses realizou-se no Olimpo.

3. Passa para a voz passiva as frases abaixo:

a) Camões escreveu Os Lusíadas.

b) Os alunos estudaram uma epopeia.

c) Em 1572, Camões publicou Os Lusíadas.

d) Júpiter ajudou os portugueses.

e) Baco prejudicou os portugueses.

Page 6: Teste Lusiadas

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GRUPO III - Escrita (ponderação 25%)

Os marinheiros, no século XV, realizaram perigosas viagens rumo ao desconhecido, enfrentando os

seus medos, personalizados sob a forma de monstros. Escreve um texto narrativo, correto e bem estruturado,

com um mínimo de 100 e um máximo de 150 palavras, em que relates uma viagem rumo ao desconhecido.

BOM TRABALHO!