teste literatura do nosso tempo

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7/21/2019 Teste Literatura Do Nosso Tempo http://slidepdf.com/reader/full/teste-literatura-do-nosso-tempo 1/6 FICHA DE AVALIAÇÃO PRÁTICA Acção: x UFCD: x Formand o: N.: Da!a: C"a##$%cação: Formador : An!&# d& $n$c$ar&# a r&#o"'ção do !&#!& "( !oda a $n)ormação *'& + d$#,on$-$"$ada. /& $d&n!$%car&# a"0'ma #$!'ação *'& #& !& ,ar&ça m&no# c"ara1 o' #& %car&# com d23$da# a,4# a $n!&r3&nção $n$c$a" do )ormador1 #o"$c$!a &#c"ar&c$m&n!o d& $m&d$a!o. A L&$!'ra & com,r&&n#ão do T&x!o Uma Esplanada sobre o Mar (...) - Nunca reparaste que há certas coisas que nós já vimos muitas vezes e que de vez em quando é como se fosse a primeira? - Nunca reparei - disse a rapariga. - Nunca ficaste a olhar o mar muito tempo? - im! já fiquei. - "u o lume de um fog#o? - disse o rapaz. - $ que queres dizer com isso? - "u uma flor. "u ouvir um pássaro cantar. - im! sim. - N#o há nada mais igual do que o mar ou o lume ou uma flor. "u um pássaro. $ a gente n#o se cansa de os ver ou ouvir. ó é preciso que se esteja disposto para achar diferen%a nessa igualdade. &osso olhar o mar e n#o reparar nele! porque já o vi. 'as posso estar horas a olhar e n#o me cansar da sua monotonia. " rapaz tinha o olhar asorto na etens#o das águas e permaneceu calado algum tempo. *s águas rilhavam com o refleo do sol na agita%#o reve das ondas. * rapariga calava-se tamém! fitando o rapaz! porque perceia que ele n#o acaara de falar. 'as o rapaz calou- se como se n#o tivesse mais nada a dizer e ela perguntou+ - 'as que é que querias dizer-me? - 'esmo as coisas mais anais s#o diferentes se alguma coisa importante se passou em nós. - e alguma coisa importante se passou em nós! n#o reparamos nas coisas - disse a rapariga! acendendo um cigarro. - e é coisa mesmo importante! tudo se nos transfigura - disse o rapaz! de olhar alheado no horizonte. - ,ue coisa importante? - perguntou a rapariga. 'as ele n#o respondeu e ela perguntou outra vez+ - ,ue coisa importante? - N#o sei. ma coisa importante. e te morresse o pai e a m#e e ficasses suitamente sozinha! o mundo transfigurava-se. e tivesses tentado o suicdio e te salvassem! mesmo as pedras e os c#es come%avam a ser diferentes. $stavas farta de conhecer os c#es e as pedras! mas eles eram diferentes porque os olhavas com outros olhos. R'$ Cra3o – 5675 7

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7/21/2019 Teste Literatura Do Nosso Tempo

http://slidepdf.com/reader/full/teste-literatura-do-nosso-tempo 1/6

FICHA DE AVALIAÇÃO PRÁTICA

Acção: x 

UFCD: xFormando: N.:

Da!a: C"a##$%cação:Formador:

An!&# d& $n$c$ar&# a r&#o"'ção do !&#!& "( !oda a $n)ormação *'& + d$#,on$-$"$ada. /& $d&n!$%car&# a"0'ma #$!'ação *'& #& !& ,ar&ça m&no# c"ara1 o' #& %car&# com d23$da# a,4# a

$n!&r3&nção $n$c$a" do )ormador1 #o"$c$!a &#c"ar&c$m&n!o d& $m&d$a!o.

A

L&$!'ra & com,r&&n#ão do T&x!o

Uma Esplanada sobre o Mar

(...)- Nunca reparaste que há certas coisas que nós já vimos muitas vezes e que de vez em

quando é como se fosse a primeira?- Nunca reparei - disse a rapariga.- Nunca ficaste a olhar o mar muito tempo?- im! já fiquei.- "u o lume de um fog#o? - disse o rapaz.- $ que queres dizer com isso?- "u uma flor. "u ouvir um pássaro cantar.- im! sim.- N#o há nada mais igual do que o mar ou o lume ou uma flor. "u um pássaro. $ a gente n#ose cansa de os ver ou ouvir. ó é preciso que se esteja disposto para achar diferen%a nessaigualdade. &osso olhar o mar e n#o reparar nele! porque já o vi. 'as posso estar horas aolhar e n#o me cansar da sua monotonia.

" rapaz tinha o olhar asorto na etens#o das águas e permaneceu calado algum tempo. *ságuas rilhavam com o refleo do sol na agita%#o reve das ondas. * rapariga calava-setamém! fitando o rapaz! porque perceia que ele n#o acaara de falar. 'as o rapaz calou-se como se n#o tivesse mais nada a dizer e ela perguntou+- 'as que é que querias dizer-me?- 'esmo as coisas mais anais s#o diferentes se alguma coisa importante se passou em nós.- e alguma coisa importante se passou em nós! n#o reparamos nas coisas - disse a rapariga!acendendo um cigarro.- e é coisa mesmo importante! tudo se nos transfigura - disse o rapaz! de olhar alheado nohorizonte.- ,ue coisa importante? - perguntou a rapariga.'as ele n#o respondeu e ela perguntou outra vez+- ,ue coisa importante?- N#o sei. ma coisa importante. e te morresse o pai e a m#e e ficasses suitamentesozinha! o mundo transfigurava-se. e tivesses tentado o suicdio e te salvassem! mesmo aspedras e os c#es come%avam a ser diferentes. $stavas farta de conhecer os c#es e as pedras!mas eles eram diferentes porque os olhavas com outros olhos.R'$ Cra3o – 5675 7

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$ de novo se calou. 'as agora tamém a rapariga se calava na indistinta amea%a de n#osaia o qu/. " sol rodara um pouco! apanhava agora a cae%a do rapaz! incendiando-lhe ocaelo tomado para a testa. 0evantou-se! tentou fazer girar o guarda-sol azul no pé deferro articulado! seguro com um gancho recurvo e uma pequena corrente. entou-se de novomas verificou que ficava ela agora com uma mancha de sol que lhe apanhava um omro e ora%o e uma pequena zona da face. 1eeu um pouco de refresco! olhou distraidamente alinha longnqua do limite do mar. 2avia no rapaz uma notcia a dar! mas a rapariga n#o saiacomo fazer a pergunta certa para estar certa com a resposta que queria ouvir.

3erglio 4erreira! 5ma $splanada sore o 'ar5! in Contos

I6. 7elimita as sequ/ncias narrativas do ecerto do conto.6.6. intetiza o conte8do de cada uma delas.6.9. :omenta o desfecho do conto.

9. ;efere a import<ncia do espa%o fsico no canto.

=. >ndica a maneira possvel! segundo o rapaz! de querar a monotonia do quotidiano.

. :lassifica o narrador! justificando com epress@es do teto.

A. Numa composi%#o cuidada! desenvolve a afirma%#o seguinte+Bó damos valor Cs coisas simples! só vemos com olhos de ver! quando somos confrontadoscom situa%@es limite.D.

E. >dentifica as personagens! classificando-as quanto ao relevo.

1

Prod'ção &#cr$!a

6. &roduza o resumo do conto &asseio Nocturno de ;uen 4onseca.

9. Fendo em considera%#o a leitura que fez do conto+ G* 3iagemH de ophia de 'ello1reIner! comenta entre 6A a 9J linhas a seguinte cita%#o! atentando os seus aspectosprincipais.

“O conto “A Viagem” confgura-se precisamente como uma alegoria da vidahumana e do modo como as pessoas têm de escolher um caminho, ou melhor,como têm de FAZER elas prprias o seu caminho! Atrav"s de uma #el$ssimaalegoria %ophia apresenta-nos todos estes pro#lemas no seu conto A viagem! &'(

)ois temas dominantes se degladiam neste conto* o a#surdo e a esperan+a!o fnal, vence claramente a esperan+a! )este modo, este conto cont"m umali+o so#re como lidar com o A.%/R)O da vida * pressup0e a atitude do crente, de

1uem acredita 1ue e2iste algu"m depois da morte, mas tam#"m demonstra a1uilo1ue %arte di3ia* “no " necess4rio ter esperan+as para 5a3er”, para criar!

Rui Cravo 2012 2

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6esmo perante a 5alta de sentido com 1ue a vida muitas ve3es nosgalanteia, o homem tem de inventar a si prprio, tem de criar o seu caminho 7tem de inventar o amor por1ue no h4 amor 84 5eito!

Eis por1ue " 5undamental essa outra ideia-chave do e2istencialismo 1ue " aac+o!” 

C

FICHA DE VERIFICAÇÃO DE LEITURACONTO 8 O dia em que explodiu Mabata-Bata

R&0$#!& a 3&rdad& (V) o' a )a"#$dad&(F)da# a%rmaç9&#:  V / F

9 O autor do conto " 6ia :osta!; a1uele dia estava ca$a muita chuva!< A3arias " dono da manda!= Raul tra#alhava para A3arias!> A3arias tra#alhava com o tio!? 6a#ata-.ata 5oi atingido por um raio!@ O rapa3 nunca tinha ido escola!B O conto " curto, segue as caracter$sticas 5undamentais deste

tipo de narrativa!C O tio era casado!

9D

O nmero de personagens deste conto " e2tenso!

99

 A av representa a fgura 1ue tra3 con5uso!

9;

O #oi estava prometido como lo#olo do tio!

9<

 A av convence o rapa3 a voltar a casa!

9=

O 8ovem pastor " or5o!

9>

O sonho de A3arias era partir em viagem!

9?

O espa+o social do conto " po#re!

9@

O 8ovem pastor, apesar do sucedido, consegue 8untar todos os#ois da manada!

9B

O narrador deste conto " no participante!

9C

O tio 5oi in5ormado da morte do #oi pelos militares!

;

D

O rapa3 5a3 um pedido ao tio, o 1ual " imediatamente recusado!

;9

O ndlati " uma esp"cie de ave 1ue ha#ita a regio!

; A noite tra3 a tempestade!

Rui Cravo 2012 3

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;

;<

O espa+o 5$sico desta narrativa remete-nos para um am#ientecitadino!

;=

O autor do conto " de nacionalidade angolana!

;>

O tio revela-se um homem verdadeiro ao mostrar 1ue cumpre o prometido!

;?

Este conto " um conto de autor!

;@

O autor s utili3a dois modos de representa+o do discurso!

;B

O rapa3 morre 1uando " atingido por um raio!

;C

Este conto " uma narrativa 5echada!

<D

O conto apresenta um fnal in5eli3!

D

COPREEN/ÃO DE TE;TOCONTO 8 Natal na Barca de Lygia Fagundes Telles

6. 0/! atentamente! o ecerto apresentado e responde ao seguinte questionário+

N#o quero nem devo lemrar aqui por que me encontrava naquela arca. ó sei que emredor tudo era sil/ncio e treva. $ que me sentia em naquela solid#o. Na emarca%#odesconfortável! tosca! apenas quatro passageiros. ma lanterna nos iluminava com sua luzvacilante+ um velho! uma mulher com uma crian%a e eu.

" velho! um /ado esfarrapado! deitara-se de comprido no anco! dirigira palavras amenasa um vizinho invisvel e agora dormia. * mulher estava sentada entre nós! apertando nosra%os a crian%a enrolada em panos. $ra uma mulher jovem e pálida. " longo manto escuroque lhe coria a cae%a dava-lhe o aspecto de uma figura antiga.

&ensei em falar-lhe assim que entrei na arca. 'as já devamos estar quase no fim daviagem e até aquele instante n#o me ocorrera dizer-lhe qualquer palavra. Nem cominavamesmo com uma arca t#o despojada! t#o sem artifcios! a ociosidade de um diálogo.$stávamos sós. $ o melhor ainda era n#o fazer nada! n#o dizer nada! apenas olhar o sulconegro que a emarca%#o ia fazendo no rio.

7erucei-me na grade de madeira carcomida. *cendi um cigarro. *li estávamos os quatro!

silenciosos como mortos num antigo arco de mortos deslizando na escurid#o. :ontudo!estávamos vivos. $ era Natal.

* caia de fósforos escapou-me das m#os e quase resvalou para o. rio. *gachei-me paraapanhá-la. entindo ent#o alguns respingos no rosto! inclinei-me mais até mergulhar asRui Cravo 2012 4

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pontas dos dedos na água.

K F#o gelada K estranhei! enugando a m#o.

K 'as de manh# é quente.

3oltei-me para a mulher que emalava a crian%a e me oservava com um meio sorriso.entei-me no anco ao seu lado. Finha elos olhos claros! etraordinariamente rilhantes.;eparei que suas roupas (pores roupas pudas) tinham muito carácter! revestidas de uma

certa dignidade.

K 7e manh# esse rio é quente K insistiu ela! me encarando.

K ,uente?

K ,uente e verde! t#o verde que a primeira vez que lavei nele uma pe%a de roupa penseique a roupa fosse sair esverdeada. L a primeira vez que vem por estas andas?

7esviei o olhar para o ch#o de largas táuas gastas. $ respondi com uma outra pergunta+

K 'as a senhora mora aqui perto?

K $m 0ucena. Má tomei esta arca n#o sei quantas vezes! mas n#o esperava que justamentehoje...

9.9.6. >dentifica o espa%o e o tempo em que a ac%#o decorre.9.9.:aracteriza o espa%o fsico.

=. >dentifica as personagens do conto! agrupando-as segundo o papel que desempenham naac%#o.

. :aracteriza o narrador quanto C sua presen%a.

A. >dentifica os modos de representa%#o do discurso presentes no ecerto.

E< F'nc$onam&n!o da "=n0'a

2. $NF>7" 7$N"F*F>3" " :"N"F*F>3"?

6- $ste ano! se eu n#o estudar! é certo que chumo

9- " pássaro foi atingido por um chumo.

=- $sta atata n#o tem om saorO

- ;epara naquele atata! que nem falar saeO

A- $u leio sempre o jornal diário.

E- 0eio nos teus olhos que n#o estás felizO

E

Rui Cravo 2012 5

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0>F$;*F;* ";*0 $ F;*7>:>"N*0

6. :lassifica como 3erdadeiras ou 4alsas as seguintes afirma%@es.

6. Da !rad$ção ora" )a&m ,ar!& o# ,ro3+r-$o#1 ,ara a"+m da# ad$3$n>a#1 da# *'adra#,o,'"ar&# & do# con!o# !rad$c$ona$#.

5. O# !&x!o# da !rad$ção ora" #ão !ran#m$!$do# a!ra3+# da &#cr$!a.

?. Ad$3$n>a#1 con!o# ,o,'"ar&# & ,ro3+r-$o# !(m #&m,r& 'm a'!or *'& + $d&n!$%cado.

@. Uma da# )'nç9&# d&#!&# !&x!o# + o &n!r&!&n$m&n!o1 d'ran!& o con3=3$o &n!r& ,&##oa#d& d$)&r&n!&# 0&raç9&#.

. A !ran#m$##ão d&#!&# !&x!o# dB or$0&m ,rod'ção d& 3ar$an!&#1 ,o$# cada &m$##or1!&ndo #$do B 'm r&c&,!or1 a"!&ra o d$#c'r#o *'& o'3$'1 acr&#c&n!ando o' om$!$ndo,orm&nor&#.

 BOM TRBL!O"O Formador 

Rui :ravo

Rui Cravo 2012 6