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TESES XXII CONFASUBRA 2015

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confasubra

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  • TESES XXII CONFASUBRA

    2015

  • SUMRIO

    Sumrio

    Coletivo Tribo ___________________________________ 1

    Tese do Coletivo Vamos Luta! _______________ 41

    CTB - na construo de uma FASUBRA unitria

    classista e de luta _____________________________ 97

    Unificar os que lutam para derrotar o ajuste

    econmico de Dilma / Levy ___________________ 109

    PSLivre ______________________________________ 118

    Movimento Ressignificar a FASUBRA plea

    Base ________________________________________ 137

    Tese do grupo independente na FASUBRA ___ 146

    Tese do Coletivo Base e Independente ... ao XXII

    CONFASUBRA ______________________________ 160

    Regimento CONFASUBRA ___________________ 181

    Estatuto _____________________________________ 191

  • COLETIVO TRIBO

    P gin 1

    Coletivo Tribo

    UMA PLATAFORMA CUTISTA PARA RESGATAR A FASUBRA

    LUTAR PELOS DIREITOS CONTRA A DIREITA

    "Que os meus ideais sejam tanto mais fortes quanto maiores forem os desafios, mesmo que precise transpor obstculos aparentemente intransponveis. Porque metade de mim feita de sonhos e a outra metade de lutas." Vladimir Maiakvski

    O coletivo TRIBO, organizado na FASUBRA-Sindical se constitui em uma rede de interlocuo poltica, suprapartidria, atuando no movimento social e sindical, congregando trabalhadores(as) em educao tcnico-administrativos das Instituies de Ensino Superior.

    Somos CUTISTAS, por definio poltica e ideolgica, e somos FASUBRA comprometidos com a defesa dos interesses da categoria e do patrimnio construdo pelos (as) trabalhadores (as).

    O XXII CONFASUBRA ocorre num momento de turbulncia poltica, exigindo dos trabalhadores definio clara do seu papel nessa conjuntura, no se deixando envolver pelo falso discurso moralista da direita, cuja finalidade a ameaa democracia. Denncias e reivindicaes cabem perfeitamente numa democracia consolidada, papel do movimento sindical. Porm, o GOLPE orquestrado pela direita, j exposto na imprensa burguesa, deve ser combatido com o mesmo vigor pelo movimento sindical.

    Apresentamos ao conjunto da categoria nossos princpios estruturados nos pilares da democratizao das relaes do movimento sindical, a construo do socialismo, a defesa da Universidade Pblica, Democrtica e referenciada socialmente. Nossas ideias e prticas so manifestadas atravs do exerccio da democracia sindical, garantia do direito divergncia e ao contraditrio, tendo como princpios:

    Solidariedade entre os povos e a classe trabalhadora;

    Crena na democracia dos trabalhadores(as) rumo ao socialismo;

    A luta contra o neoliberalismo, as reformas neo-liberais, as privatizaes, precarizao dos empregos e a retirada dos direitos dos trabalhadores(as);

    Proporcionalidade qualificada em todas as instncias;

    Defesa da tica em todos os nveis;

    Defesa da organizao dos trabalhadores por ramo de atividade; e

    Posio contrria ao centralismo democrtico, partidarizao e ao aparelhamento das entidades sindicais.

    Coerente com estes princpios, no compactuaremos com nenhuma disputa fratricida, nem responderemos no mesmo tom aos processos de calunias e difamao que tentaram impor como mtodo de disputa no cotidiano da Federao. Mantemos nossa forma de atuar, nos inspirando em Kalil Gibran, ao afirmar que Divergncia de opinio jamais deve ser motivo para hostilidade e ainda que O que precisamos matar no opositor o seu desejo de matar conforme nos ensinou Gandhi.

    Assim, nos dispomos a participar do XXII CONFASUBRA, esperando que os desafios da conjuntura nos alimente a priorizar com sabedoria o que nos une. Os milhares de trabalhadores tcnico-dministrativos aguardam uma postura pr-ativa da FASUBRA, com a construo um Plano de Lutas que aponte alternativas para ampliaes de nossas conquistas.

    Apresentamos uma Plataforma cutista para o debate, buscando a construo coletiva. Esperamos que os demais coletivos tambm apresentem suas proposies de lutas, para que possamos, acima das vaidades, nos debruar na construo de proposies unificadas de lutas.

    A Unidade Possvel, desde que se preservem princpios bsicos, como a democracia, a tolerncia com a diferena, e a tica na convivncia cotidiana.

    INTRODUO

    " O correr da vida embrulha tudo. A vida assim: esquenta e

    esfria, aperta e da afrouxa, sossega e depois desinquieta. O

    que ela quer da gente coragem." Guimares Rosa

    A FASUBRA Sindical, ao longo de sua histria, tem se

    apresentado como um importante instrumento de interlocuo

    dos trabalhadores(as) Tcnico-Administrativos em Educao

    com a sociedade civil organizada e o Estado. Nossa Categoria,

    que outrora operou uma poltica de contestao combinada

    apresentao de alternativas embasadas nos reclames e

    projetos da classe trabalhadora, passa ultimamente por um

    perodo estranho a sua tradio, resultante da ausncia de uma

    poltica com rumos definidos segundo os reais anseios de seus

    integrantes. Tal ausncia de poltica levou-a ao isolamento no

    movimento nacional, transformando-a numa entidade ilhada. A

    colocao da FASUBRA Sindical neste mundo parte serviu

    to somente aos propsitos de empoderamento de interesses

    individuais e partidrios, em detrimento dos projetos coletivos.

    Assim, o XXII CONFASUBRA se estabelece como um espao

    privilegiado para a nossa Categoria, com vistas ao debate

    necessrio correo de rumos e, principalmente, ao

    estabelecimento de polticas que privilegiem uma agenda

    propositiva, capaz de nos incluir, como outrora, no cenrio

    http://pensador.uol.com.br/autor/guimaraes_rosa/

  • COLETIVO TRIBO

    P gin 2

    nacional, reabilitando-nos ao debate sindical e disputa de

    projetos. Na perspectiva de reorganizao do movimento e

    visando atender s demandas da Categoria dos Tcnico-

    Administrativos em Educao como um todo, apresentamos

    nossa anlise, bem como um conjunto de propostas,

    aliceradas numa plataforma CUTista, orientadora da defesa

    dos programas da classe trabalhadora, que esto em disputa

    numa conjuntura adversa, sabidamente desfavorvel, porm

    que no nos intimida.

    O XXII CONFASUBRA se realiza num momento desafiador

    para o conjunto dos trabalhadores. Em anlises anteriores da

    conjuntura, j havamos identificado que o ano de 2015, devido

    ampliao das alianas do segundo governo Dilma, que

    cedeu espao aos setores conservadores, alm do perfil

    reacionrio do novo Congresso Nacional sob a batuta de

    Eduardo Cunha, trar novas batalhas ao movimento sindical e

    a necessidade de rever suas estratgias de luta para resistir e

    se contrapor retirada de direitos.

    As lutas pela ampliao das polticas de desenvolvimento com

    distribuio de renda e incluso social permanecem e no

    podem sofrer refluxo. Por isso os trabalhadores devem manter

    a cobrana da continuidade das mudanas que o pas

    necessita, como forma de superar a realidade desigual

    culturalmente instituda na sociedade brasileira, que

    compromete o grande esforo para aumentar a justia social,

    devido principalmente grande injustia tributria.

    CONJUNTURA INTERNACIONAL GLOBALIZAR A

    SOLIDARIEDADE DOS TRABALHADORES

    A crise iniciada em 2008 definiu as mudanas no s na

    economia, mas principalmente na governana poltica em todo

    o mundo, permitindo o restabelecimento dos governos de

    direita na Europa, o avano dos conservadores no parlamento

    norte-americano, porm sem o mesmo efeito na Amrica

    Latina. Nesta reacomodao poltico-ideolgica na Europa

    alguns aspectos devem ser analisados mais amide, pois

    apesar das manifestaes do povo nas ruas com protestos em

    defesa de direitos trabalhistas e sociais, este mesmo povo,

    descrente da poltica e desiludido com a democracia

    representativa, em virtude de j terem experimentado tambm

    governos social-democratas que somente gerenciaram a

    agenda neoliberal, eleva ao poder a extrema direita, dignos

    representantes deste modelo que condenam nas ruas.

    Entretanto, novos ventos comeam a soprar: a Grcia acaba de

    eleger um novo governo, de coalizao partidria de esquerda,

    que se apresentou ao povo grego com um receiturio poltico

    contrrio radicalmente s polticas neoliberais impostas pela

    Troika e implementadas pelo governo anterior, de direita. A

    Espanha, tambm em crise, e bem prxima de realizar o

    mesmo com os partidrios de um novo partido, o Podemos.

    Assim, o mapa poltico europeu comea a demonstrar

    pequenos sinais de mudana.

    Nos Estados Unidos, aquilo que de inicio parecia uma

    diferenciao no enfrentamento da crise no campo das polticas

    sociais, sofre um retrocesso com a renovao do parlamento

    americano com o empoderamento do conservadorismo,

    acompanhando o quadro poltico instalado na Europa. A

    configurao desse novo parlamento anuncia o realinhamento

    de foras em nvel global, como forma de sustentao

    hegemnica da poltica norte-americana de transferncia da

    conta da crise para os chamados pases perifricos. Neste

    cenrio, h que se destacar o papel dos BRICS, cujos pases

    integrantes apresentam uma postura diferenciada no

    enfrentamento da crise econmica, se articulando em torno de

    uma proposta comum de relao poltico-econmica, buscando

    diminuir um pouco a dependncia da poltica dos chamados

    pases de primeiro mundo.

    Essa combinao apresenta mundialmente uma faceta danosa

    do capitalismo: o enfraquecimento do movimento sindical, o

    aumento da pobreza e da desigualdade social e,

    paradoxalmente, a concentrao de riquezas. As polticas que

    vem sendo adotadas pelos Estados Unidos e Unio Europeia

    de enfrentamento aos efeitos da crise internacional so

    baseadas em medidas neoliberais de austeridade e corte de

    gastos ineficazes, pois no estancam seus efeitos e, ao

    contrrio, promovem a recesso e reduzem os gastos do

    Estado na rea social, deteriorando as condies de vida

    dos/as trabalhadores/as.

    Dados estatsticos comprovam que a Amrica Latina, uma das

    regies mais desiguais do mundo, foi a nica a conseguir

    reduzir a desigualdade social na dcada passada. Entre 2002

    e 2011, a desigualdade de renda diminuiu em 14 dos 17 pases

    sobre os quais h dados comparveis. No perodo, cerca de 50

    milhes de pessoas deixaram a pobreza extrema na regio.

    Nos ltimos 20 anos, o gasto social em relao ao Produto

    Interno Bruto (PIB) teve um incremento de 66%. Mesmo com

    esse avano, permanecem diferenas significativas entre os

    pases da Amrica Latina. H um esforo dos pases Brasil,

    Venezuela, Argentina, Uruguai, Bolvia e Equador, nos ltimos

    10 anos em busca de constituio de espaos de integrao

  • COLETIVO TRIBO

    P gin 3

    poltica, econmica e social. Essas aes resultaram na

    UNASUL (Unio de Naes Sul Americanas) e a CELAC

    (Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos).

    Esse esforo ainda no homogneo, pois pases como o

    Mxico, Colmbia e Paraguai ainda se rendem aos EUA. Esses

    aspectos polticos da crise internacional tem sua dimenso

    econmica que afetam os pases que possuem maior

    dependncia frente ao comrcio internacional e maior

    vulnerabilidade cambial e taxas de juros mais altas.

    Ao olharmos para outros continentes, nos deparamos com os

    mtodos de enfrentamento crise do capital que se

    concentraram nas velhas receitas neoliberais de Reagan e

    Thatcher (1982), totalmente centradas na diminuio do

    tamanho e papel do Estado, tendo como consequncias as

    desobrigaes para com a populao, principalmente no

    mbito da seguridade social e na retirada de direitos dos

    trabalhadores. Esses aspectos polticos da crise internacional

    tem uma dimenso econmica que afeta os pases que

    possuem maior dependncia frente ao comrcio internacional,

    maior vulnerabilidade cambial e taxas de juros mais altas. Em

    que pese a crise econmica e a viso negativa de setores do

    grande empresariado e da grande mdia, a economia brasileira

    atual bem mais slida do que no final dos anos noventa,

    quando foi duramente afetada pela crise internacional.

    Inegavelmente, com a ascenso da direita e a tomada de

    alguns Estados pelas megaempresas, na Europa, e o processo

    de globalizao, no h como a Amrica Latina ficar isenta das

    consequncias desta crise.

    Em resposta crise econmica e para salvar bancos e

    corporaes as polticas adotadas pelos Estados Europeus tem

    agravado a crise social. O corte de gastos pblicos, para

    minimizar as consequncias do rombo monetrio deixado pelo

    socorro bilionrio s instituies financeiras privadas e o

    cumprir com as normas da Unio Europeia levaram o aumento

    de impostos, arrocho salarial e altas taxas de desemprego. As

    polticas de austeridade fiscal implantadas tambm

    desencadearam medidas governamentais contra sindicatos,

    especialmente dos servidores pblicos e populaes

    imigrantes, sobretudo, em pases como Grcia, Espanha,

    Portugal, Itlia e Frana. Tais aes foram acompanhadas pelo

    aumento do autoritarismo estatal.Essa combinao apresenta

    mundialmente uma faceta danosa do capitalismo: o

    enfraquecimento do movimento sindical, o aumento da pobreza

    e da desigualdade social e, paradoxalmente, concentrao

    de riquezas. As polticas que vem sendo adotadas pelos

    Estados Unidos e Unio Europeia de enfrentamento aos efeitos

    da crise internacional so baseadas em medidas neoliberais de

    austeridade fiscal e corte de gastos que no so eficazes, pois

    no estancam seus efeitos, ao contrrio promovem a recesso

    e reduzem os gastos do Estado na rea social, deteriorando as

    condies de vida dos/as trabalhadores/as. O esforo em

    busca da austeridade fiscal corta direitos sociais e garante a

    remunerao s instituies financeiras, rentistas do capital.

    Internacionalmente, so disponibilizados recursos pblicos

    para salvar os verdadeiros responsveis pela crise, o sistema

    financeiro e as corporaes transnacionais. Com o desemprego

    crescente, aumentam a discriminao e a xenofobia contra

    trabalhadores/as imigrantes, j submetidos/as a condies

    precrias de trabalho, e na carona os movimentos fascista.

    Esses aspectos polticos da crise internacional tem sua

    dimenso econmica que afetam os pases que possuem maior

    dependncia frente ao comrcio internacional e maior

    vulnerabilidade cambial e taxas de juros mais altas.

    Em que pese a crise econmica e a viso negativa de setores

    do grande empresariado e da grande mdia, a economia

    brasileira atual bem mais slida do que foi no final dos anos

    noventa, quando foi duramente afetada pela crise internacional.

    A luta dos trabalhadores em mbito internacional necessria,

    pois para combatermos a globalizao do capital necessrio

    globalizarmos a solidariedade entre os trabalhadores. Qualquer

    ao estratgica que tenha como objetivo central a ruptura com

    o atual sistema capitalista de relaes sociais, est na aliana

    internacional com a classe trabalhadora. A busca deve ser

    permanente rumo a outro modelo de relaes sociais, que

    tenha como base a democracia e o socialismo, pautado no

    respeito autodeterminao dos povos.

    A ao estratgica internacional da CUT no fica limitada a

    atuao nacional, ela se compromete com a luta pelo

    fortalecimento da posio e da atuao da Central no

    movimento sindical internacional.

    A atuao da CUT nas organizaes internacionais, intervindo

    nos espaos multilaterais onde so definidas polticas de

    interesse da classe trabalhadora, tem ampliado o espao de

    disputa hegemnica, alm de ampliar sua ao solidria ao

    movimento sindical e aos/s trabalhadores/as de pases menos

    desenvolvidos, em especial, na Amrica Central, Caribe e

    frica.

  • COLETIVO TRIBO

    P gin 4

    A FASUBRA tem atuao na CONTUA, ISP e CEA, mas precisa

    consolidar essa posio, com investimento em programas que

    ampliem a compreenso dos dirigentes sindicais sobre o

    cenrio poltico e a luta internacional dos trabalhadores. Por

    isso necessrio o

    investimento em formao sobre poltica internacional e

    sindicalismo, participando de espaos e fruns que debatam o

    tema, como os promovidos pela CUT e a Universidade Global

    dos Trabalhadores.

    O enfrentamento da crise mundial no Brasil tem que ser

    pautado pela luta contra as polticas recessivas geradas pela

    crise internacional do capitalismo, que ampliam a explorao

    do capital e violam direitos humanos dos/as trabalhadores/as,

    criminalizando a organizao sindical de trabalhadores/as em

    vrias regies do mundo.

    CONJUNTURA NACIONAL

    Neste processo, o Brasil tomou um caminho diferente no

    enfrentamento crise. As medidas adotadas, diferentemente

    dos governos europeus e norte-americano, voltaram-se para o

    fortalecimento do mercado interno, de grandes investimentos

    em infraestrutura e incentivo ao consumo interno, que

    proporcionaram a gerao de renda e emprego, e que permitiu

    ao Estado um flego econmico maior. Entretanto, a no

    recuperao do mercado externo com a retrao nas

    importaes dos parceiros comerciais, impacta fortemente no

    crescimento do nosso PIB, ocasionando assim medidas que

    ameaam as conquistas dos trabalhadores brasileiros obtidas

    nestes ltimos perodos.

    O Brasil enfrenta hoje desafios nas dimenses econmica,

    poltica, social, urbana, entre outras. Pragmaticamente, nesse

    inicio de governo, o que se tem assistido, so aes

    controversas, com ajustes e reformas priorizando o rentismo

    em detrimento as polticas sociais. O segundo mandato do

    governo Dilma teve uma ampliao de alianas demarcada por

    interesses divergentes. Dentro de um nico espectro poltico, a

    agenda dos trabalhadores secundarizada, impondo classe

    trabalhadora a busca da unidade e ampliao da mobilizao e

    de disputa de suas bandeiras de lutas. Essa tarefa prioritria

    nesse perodo.

    Assim como o empresariado tenta se resguardar interferindo

    nas polticas de governo, os trabalhadores tambm se

    mobilizam na defesa de seus interesses e, neste aspecto, a

    atuao da Central nica dos Trabalhadores CUT -, tem

    destaque no cenrio de movimentao social. O capital

    conseguiu influenciar e ampliar sua participao no segundo

    governo da presidenta Dilma, demandando assim uma

    responsabilidade ainda maior dos trabalhadores, com a

    ampliao de sua mobilizao. O aumento da taxa Selic e a

    composio do novo ministrio, com a entrega do comando da

    rea econmica a Joaquim Lvy, um economista de formao

    neoliberal, contrrio ao desenvolvimentismo e crtico contumaz

    das polticas de valorizao do salrio mnimo, e a uma

    representante-mor do agronegcio, que simboliza o latifndio

    mais retrgrado, para o comando do Ministrio da Agricultura,

    so decises definidoras da participao forte do capital no

    governo.

    O modelo de governana vigente deu exemplos claros do perfil

    conservador na composio do novo ministrio. O expressivo

    espao ocupado por quadros conservadores e integrantes do

    agronegcio, empresariado e banqueiros, bem como a

    apresentao unilateral, pelo governo, de medidas que levam

    reduo de diversos direitos trabalhistas, repudiados pela

    CUT, mostram claramente que, na correlao de foras, o

    mercado/capital esta levando vantagem. Alm disso, a prpria

    presidenta Dilma Rousseff j deixou claro que no se dispe a

    liderar o processo de mudana de estratgia para alterao

    dessa correlao de foras.

    Iniciando seu novo mandato, a presidenta DILMA anuncia

    medidas que alteram as regras da seguridade e seguro

    desemprego e outros benefcios sociais. De imediato a CUT

    protesta conclamando os trabalhadores s marchas que

    ocorreram em todo o pas no dia 28 de janeiro, Dia Nacional de

    Lutas por Emprego e Direitos. Estas manifestaes fazem parte

    de um conjunto de aes j anunciadas pela Direo da CUT

    para o inicio deste ano. Uma jornada de lutas agregando todos

    os setores incluindo movimentos sociais, ser implementada

    neste momento tendo como centro: Respeito aos direitos

    trabalhistas; Ratificao da Conveno 158 da OIT (cobe

    demisses imotivadas); Regulamentao da Conveno 151

    da OIT (direito negociao coletiva dos servidores pblicos);

    Fim do Fator Previdencirio; Jornada de 40 horas semanais,

    sem reduo salarial; Correo da tabela do IR na fonte; Fim

    do Projeto de Lei 4.330, que amplia a terceirizao; Reajuste

    digno para os aposentados; Mais investimentos em sade,

    educao e segurana; Transporte pblico de qualidade;

    Reforma Agrria; Igualdade de oportunidades entre homens e

    mulheres.

  • COLETIVO TRIBO

    P gin 5

    Praticamente todas as organizaes sindicais encamparam

    esta jornada de lutas. Nossa categoria participou em parte por

    iniciativa prpria dos sindicatos de base da Federao, visto

    que no h referncia alguma no sitio eletrnico da FASUBRA

    dessa mobilizao. Neste CONFASUBRA preciso reafirmar a

    insero da FASUBRA no movimento nacional com uma pauta

    definida pela categoria e que incorpore no s nossas

    bandeiras, mas tambm bandeiras gerais que se contraponham

    ao projeto neoliberal que a direita tenta resgatar e impor a

    sociedade.

    Se os movimentos sociais querem mudanas no devero

    esperar que o pontap inicial parta dos governantes. Caber a

    esses protagonizarem a mudana da correlao de foras na

    sociedade e a disputa dos rumos do governo. Por isso, h a

    necessidade urgente de melhorar a capacidade de

    organizao, mobilizao e comunicao estratgica dos

    grupos sociais, dentre os quais este no qual nos inserimos: o

    movimento dos trabalhadores tcnico-administrativos em

    Educao das instituies de ensino superior pblicas

    brasileiras.

    O movimento sindical precisa entender que as contradies so

    inerentes ao regime democrtico. Essas existem em

    contraponto a modelos autoritrios de frente nica de

    pensamento, exigindo cada vez mais dos trabalhadores o

    aprimoramento das ferramentas de lutas na disputa do projeto

    poltico da classe, na resistncia a ao da direita que continua

    impondo suas agendas polticas. Essa reflexo impe classe

    trabalhadora e aos movimentos sociais a construo da

    unidade na diversidade. Para tanto, a possibilidade de avano

    nas negociaes gerais e setoriais articulada a programas de

    mudanas na vida de cada cidado e cidad desse pas tarefa

    urgente para o movimento sindical. Nesse contexto, as disputas

    fratricidas e individuais, motivadas por divergncias partidrias,

    vaidades, e pela conquista do aparelho sindical devem ser

    suplantadas pelo interesse maior, que a transformao social

    e a defesa das pautas da categoria.

    Nessa disputa preciso reconhecer o significado das aes

    desenvolvidas pelo governo no combate a pobreza extrema nos

    ltimos anos. Os dados comprovam que o Brasil saiu do Mapa

    Mundial da Fome, mas a misria e a excluso social ainda

    permanecem. Por isso preciso avanar. Mudanas estruturais

    devem ser implementadas atravs das reformas poltica e

    tributria, regulamentao dos meios de comunicao,

    combate corrupo e na tributao daqueles que acumularam

    riquezas a custo do sacrifcio da maioria do povo brasileiro, que

    ainda no tem acesso aos direitos da cidadania.

    O povo brasileiro reelegeu a presidenta Dilma, em funo do

    seu compromisso com a ampliao das conquistas dos

    trabalhadores. O incio do governo tem demonstrado que as

    promessas da campanha no esto sendo cumpridas.

    Assim necessrio que a classe se mantenha alerta,

    combatendo qualquer iniciativa governamental que represente

    retirada de direitos, ao mesmo tempo ampliando a disputa com

    a direita conservadora, mantendo-se em alerta contra golpes

    a democracia. Qualquer iniciativa de setores de esquerda que,

    em vez de dirigir suas energias no combate s ameaas s

    conquistas dos trabalhadores, utilizam essas para caluniar e

    difamar seus pares na luta deve ser denunciado. O momento

    requer aos trabalhadores que lutam no cotidiano o exerccio da

    palavra de ordem to cantada no movimento sindical:

    solidariedade, tolerncia, respeito e unidade entre os

    trabalhadores! Unidade respeitando as diferenas!

    A LUTA PELOS DIREITOS E CONTRA A DIREITA

    A reeleio de Dilma s foi possvel em funo do compromisso

    da Presidenta com a ampliao das conquistas dos

    trabalhadores. necessrio que a classe se mantenha alerta,

    combatendo qualquer iniciativa que represente retirada de

    direitos, ao mesmo tempo, ampliando a disputa com a direita

    conservadora, mantendo-se em alerta contra golpes a

    democracia. Qualquer iniciativa de setores de esquerda, que

    ao invs de dirigir suas energias no combate as ameaas as

    conquistas dos trabalhadores, utilizam esforos para caluniar e

    difamar seus pares,deve ser denunciado. O momento requer

    aos trabalhadores que lutam no cotidiano, o exerccio das

    palavras de ordem to expressadas no movimento sindical:

    solidariedade, tolerncia, respeito e unidade entre os

    trabalhadores! Unidade respeitando as diferenas!

    A crise mundial e seus efeitos no Brasil mais uma vez coloca

    na Agenda Nacional a palavra de ordem dos trabalhadores:

    No pagaremos essa conta! A CUT e as demais centrais

    sindicais protestaram contra as medidas do governo, que

    oneram somente os trabalhadores, editadas atravs das

    Medidas Provisrias 664 e 665 e do Pacote econmico Levy.

    A exigncia de revogao dessas MPs (retrocesso aos direitos

    dos trabalhadores) e a retomada das aes de massa, com a

    MANIFESTAO NACIONAL do Dia 28 de janeiro demonstrou

  • COLETIVO TRIBO

    P gin 6

    ao governo que os trabalhadores no aceitaro nenhuma

    retirada de direitos. A luta pelos direitos e contra a direita.

    est na agenda da nossa Central.

    Esta manifestao faz parte de um conjunto de aes j

    anunciadas pela Direo da CUT para o inicio deste ano. Uma

    jornada de lutas agregando todos os setores incluindo

    movimentos sociais ser implementada neste momento tendo

    como centro: Respeito aos direitos trabalhistas; Ratificao da

    Conveno 158 da OIT (cobe demisses imotivadas);

    Regulamentao da Conveno 151 da OIT (direito

    negociao coletiva dos servidores pblicos); Fim do Fator

    Previdencirio; Jornada de 40 horas semanais, sem reduo

    salarial; Correo da tabela do IR na fonte; Fim do Projeto de

    Lei 4.330, que amplia a terceirizao; Reajuste digno para os

    aposentados; Mais investimentos em sade, educao e

    segurana; Transporte pblico de qualidade; Reforma Agrria;

    Igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.

    As discrepncias contidas nessas MPs, a comear pela

    fragilidade da justificativa do governo, de reduo da

    corrupo na cesso de seguro desemprego no foi acatada

    pelos trabalhadores. O combate a corrupo em todos os

    setores deve ser permanente, mas no com retirada de

    direitos, penalizando e ofendendo os trabalhadores, como se

    os mesmos fossem os algozes e fraudadores do seguro

    desemprego. O debate com as centrais sindicais, com dados

    comprobatrios na mesa, para que, se comprovado aes

    fraudulentas apliquem aes que penalizem os fraudadores

    funo do gestor. Alternativa ao pacote Levy a a Reforma

    Tributria, taxando o lucro, no o consumo.

    necessrio, ainda, a construo de polticas alternativas para

    combater a rotatividade, com a ratificao da Conveno 158,

    que cobe demisso imotivada. Para isso, temos que construir

    uma ofensiva no Congresso Nacional, ainda mais conservador

    nesse novo mandato, com um Presidente que defende o que

    h de mais sujo na prtica parlamentar.

    A LUTA PELA SUPERAO DA DITADURA DO

    SUPERVIT PRIMRIO.

    A CUT, em conjunto com as demais Centrais, ao rejeitaram o

    pacote Levy, demonstram sociedade necessidade de superar

    o propsito do superavit em 2015 no patamar de 1,2% do PIB,

    que induziu o governo na elevao dos impostos, casada ao

    aumento do IOF Imposto sobre Operaes Financeiras para

    os emprstimos s pessoas fsicas. Alm disso, a elevao da

    taxa bsica de juros (Selic), responde aos anseios do setor

    rentista em contraponto com o dos trabalhadores. Essas aes

    apresentam ameaas de desemprego e desacelerao do

    desenvolvimento do Pas. Por isso necessrio, alm da

    denncia e do protesto construir parcerias com os movimentos

    sociais e com as Centrais Sindicais, para ampliar a cobrana

    de coerncia da Presidenta Dilma, mantendo o seu discurso,

    vencedor nas eleies de que o ajuste nas contas publicas

    ocorreria com o menor sacrifcio possvel.

    Os trabalhadores, alm de suas bandeiras corporativas devem

    fazer campanhas de denncias da atual taxa Selic, que realizou

    o sonho do mercado financeiro e do PIG (imprensa

    conservadora) que tem elogiado a iniciativa! Esses setores

    preferem conviver com o aumento dos impostos, do que com a

    taxao das fortunas, das heranas e do lucro da especulao

    financeira. O movimento sindical deve utilizar suas mdias

    denunciando essa concentrao de renda, em prol de uma

    minoria detentora dos ttulos pblicos da dvida interna

    brasileira. Est em jogo o crescimento do pas, com mais

    empregos, polticos pblicas e salrios justos, sem penalizar a

    classe trabalhadora. O Pacote est na contramo do processo

    de mudana que o Brasil necessita na lgica da incluso social.

    Para combater as medidas impopulares temos que demonstrar

    que o aumento da Selic significa passar o custo da conta da

    crise para a classe trabalhadora. A frmula que est sendo

    adotada j nossa velha conhecida e foi rechaada no incio

    do governo Lula, pois sabemos que com os juros altos o

    consumo cai, a produo diminui e o desemprego aumenta; a

    desigualdade social cresce, o desenvolvimento cessa e o Pas

    retrocede. No Brasil deve haver equalizao das contas,

    superando a ditadura do supervit primrio e a economia no

    deve se render ao pagamento aos rentistas.

    A AGENDA DERROTADA TEM QUE SER

    COMBATIDA

    incontestvel que o Brasil mudou nesses 12 anos e estamos

    cientes de que a herana colonialista no seria suplantada em

    uma dcada. Muito ainda h que ser feito e para que as

    mudanas continuem preciso combater a opo inicial do

    governo Dilma nesse segundo mandato, ao priorizar, no campo

    macroeconmico a agenda da direita derrotada nas eleies.

    No podemos admitir recuo nas conquistas desses ltimos

    anos. Temos que enaltec-las e defend-las, buscando a

  • COLETIVO TRIBO

    P gin 7

    ampliao das mesmas e a derrota daquelas que reforam a

    viso neoliberal de estado.

    CONGRESSO NACIONAL: MAIORIA

    REPRESENTA O RENTISMO E

    CONSERVADORISMO

    O espao de disputa da agenda da classe trabalhadora se d

    nas ruas, nos espaos institucionais e no Congresso Nacional

    que aprova legislaes que asseguram ou retiram direitos.

    Esse espao que deve ter uma atuao dos trabalhadores na

    defesa de seus projetos.

    Nessas eleies os movimentos sociais sofreram uma inflexo,

    ao diminuir o seu espao representativo no Congresso

    Nacional. Dados do DIAP, demonstram que o espectro do

    Congresso Nacional o mais conservador desde a

    redemocratizao. Esse desenho demonstra que a disputa

    naquela casa ser mais renhida. O perfil conservador do atual

    Congresso Nacional ao final da legislatura anterior, demonstrou

    o seu des-compromisso com a democracia participativa, ao

    derrotar o Decreto n. 8.243, que criava a Poltica Nacional de

    Participao Social. Esse tema deve ser retomado na agenda

    dos trabalhadores.

    O SISTEMA DEMOCRTICO E A DISPUTA

    PERMANENTE EM DEFESA DA AGENDA DOS

    TRABALHADORES

    A disputa na vida e num regime democrtico permanente, nos

    espaos em que se organizam, na famlia e no trabalho. Todos

    possuem um projeto e uma viso de mundo. No diferente

    no governo. Por isso reafirmamos que esse governo continua

    em disputa. Alguns momentos tende mais a direita, em outros

    a esquerda. Esse o modelo democrtico que sustenta o nosso

    pas e que com todas as suas contradies muito caro para o

    povo brasileiro e dele no abrimos mo.

    A cobrana da prtica do princpio da Democracia participativa,

    que no se restringe as eleies majoritrias, deve ser

    constante. A luta pela ocupao de espaos de formulao de

    polticas pblicas sempre foi defendida pela FASUBRA, pois

    nesses espaos que os trabalhadores disputam sua viso de

    educao e de sade, e consequentemente de concepo de

    estado. A participao da FASUBRA na CONAES Conselho

    Nacional de Avaliao da Educao Superior, FNE-Frum

    Nacional da Educao, CNS Conselho Nacional de Sade,

    tem proporcionado a disputa de nossas teses, bem como a

    denncias a projetos que comprometem a viso defendida de

    Universidade. A nossa atuao no CNS contra o modelo de

    gesto dos HUs, com a aprovao da Lei que criou a EBSERH

    tem sido marca da importncia dessa ao. Da mesma forma a

    nossa atuao no FNE, dando nfase a viso da Federao

    com relao a modelos de educao e de Universidade e

    quanto ao papel do Trabalhador Tcnico-Administrativo em

    Educao e na CONAES, com referncia avaliao e

    credenciamento das IFES.

    Essa participao deve se dar em todos os nveis da sociedade,

    seja Federal, Estadual e Municipal, e tambm no ambiente

    universitrio, com a nossa atuao nos rgos colegiados

    superiores e nas congregaes acadmicas das

    Universidades. O entendimento da necessidade da ocupao e

    disputa desses espaos est intrinsecamente ligada

    compreenso de que o governo no propriedade de um

    partido ou de uma classe. um governo de coalizo ampla, em

    disputa constante para atender os interesses de todos os

    setores que o compem. Os movimentos sociais devem

    compreender a dimenso do seu papel nesse contexto na luta

    pela prtica do princpio que originou a criao do Partido dos

    Trabalhadores que compem a coalizo do governo Dilma - a

    participao social. preciso agir em defesa desse princpio,

    pois a maioria da populao brasileira que garantiu a vitria no

    segundo turno da Presidenta Dilma cobra a manuteno de

    canal de dilogo e de negociao com os trabalhadores.

    QUAL A AGENDA DOS TRABALHADORES

    TCNICO-ADMINISTRATIVOS EM EDUCAO?

    A pauta de reivindicaes da nossa Categoria deve ser

    redimensionada. Separar o que estratgico do prioritrio, bem

    como dar visibilidade agenda com temas que extrapolem as

    questes corporativas e que dialoguem com as proposies

    das mudanas que o Brasil necessita para que, de fato, ela

    seja uma ptria educadora. Essa frase da Presidenta Dilma,

    no deve ficar na retrica, pois ela representa um governo que

    exercita o poder de incluso, de participao e de

    transformao. Crescimento s possvel com incluso e

    participao social.

    A FASUBRA deve ampliar a sua agenda, que no pode ficar

    limitada a demandas dos Grupos de Trabalho, institudos com

    o Acordo da Greve de 2012. tarefa urgente, pensar polticas

    para os novos trabalhadores ingressantes na Universidade ps

    reforma da previdncia. A Universidade e o perfil dos

    trabalhadores que ingressaram desde 2003 mudou.

  • COLETIVO TRIBO

    P gin 8

    Convivemos com modelos diferenciados de direitos, mesmo

    para os estatutrios, por isso a FASUBRA deve sair da

    trincheira, voltar a formular polticas, atualizar a sua pauta e

    ter coragem para disput-la.

    As Centrais Sindicais tem atuado corretamente, ao cobrar da

    Presidente Dilma o seu compromisso com os trabalhadores. A

    rejeio s medidas impopulares e antidemocrticas de

    retiradas de direitos deve unir a classe trabalhadora, ampliar a

    mobilizao e resistncia, bem como dar visibilidade a

    proposies com relao superao do fator previdencirio,

    a manuteno da Poltica de Valorizao do Salrio Mnimo, a

    regulamentao da Conveno 151 (Negociao Coletiva no

    Servio Pblico), a correo da tabela do imposto de renda, a

    reforma poltica, tributria, democratizao da mdia, agrria e

    as polticas de fortalecimento da agricultura familiar.

    O PAPEL DA FASUBRA SINDICAL

    A FASUBRA sempre teve um papel estratgico na luta setorial

    e geral. Por isso deve levantar a bandeira da unidade na luta.

    O que nos divide natural, mas devemos potencializar o que

    nos une. A classe trabalhadora sempre o alvo da viso

    ortodoxa da economia. Temos que nos questionar

    cotidianamente: qual a real insero da FASUBRA nos

    diversos espaos de disputa? Tal indagao deve ser

    respondida considerando-se a anlise da atuao da

    Federao nesse ltimo perodo demarcado por uma

    significativa mudana nas lideranas polticas frente da

    FASUBRA.

    A prtica pblica de setores da Federao divulgado nas redes

    sociais, reivindicando para si todas as conquistas obtidas

    nesse perodo demonstra um narcisismo absurdo, que

    convence apenas a alguns, pois de conhecimento dos

    trabalhadores que as conquistas no so propriedades

    privadas. Se as conquistas da categoria forem reduzidas

    cara e cor da camisa de quaisquer dirigentes, onde fica o

    princpio democrtico do exerccio da proporcionalidade?

    Infelizmente, essa foi a marca da atuao da entidade nos

    ltimos trs anos. Uma postura arrogante e inbil do ponto de

    vista poltico nos diferencia e demarca a forma de leitura da

    conjuntura e das tarefas do movimento. Para ns, a fortaleza

    da FASUBRA justamente a sua diversidade. Respeitamos a

    todos (as), inclusive aqueles que nos agridem. Para esses,

    preciso expurgar os diferentes como nica forma de construir a

    Luta! Alis, uma prtica utilizada nos regimes totalitrios, e na

    contramo da histria dessa Federao, que um exemplo no

    exerccio da democracia. Isto demonstra que a nica

    preocupao de alguns grupos/pessoas, sem generalizaes,

    no interior da entidade a disputa pelo aparelho sindical,

    colocando, inclusive, em risco o exerccio da proporcionalidade.

    A FASUBRA muito mais do que isso! A essa postura

    respondemos com o nosso compromisso com a Luta, de forma

    coerente e respeitando as diferenas.

    A avaliao inicial e a autocrtica do Coletivo Tribo de que a

    atual gesto apresentou inmeras dificuldades, dentre as quais

    a falta de definio de polticas claras que norteassem a prtica

    coletiva da Federao; a falta de unidade do Bloco Majoritrio,

    desde o incio da gesto, exposto em debates em redes sociais;

    a ausncia de estratgias, a insegurana nos processos de

    negociao frente ao governo, e a carncia de informao

    institucionalizada. Ressalte-se que essa avaliao atinge a

    todos os 25 diretores da entidade, sem distino de grupos

    polticos. Poderamos pontuar a ausncia de membros da

    direo, que, pela estratgia de sua funo, fragilizou ainda

    mais a conduo poltica da entidade, mas no o faremos, pois

    respeitamos as particulares de cada coletivo.

    A EXPOSIO PBLICA DA FASUBRA NAS

    REDES SOCIAIS.

    As disputas internas do Bloco Majoritrio (FRENTE BASE e

    VAL), expostas nas redes sociais, fragilizaram a ao da

    FASUBRA nesse perodo. A Greve de 2012, com seu resultado

    final afirmado num acordo de trs anos, defendido de forma

    incisiva pela maioria dos integrantes do Bloco Majoritrio, teve

    a contribuio de todos, na tentativa de minimizar os desgastes

    com a Categoria. Sabamos que o acordo era rebaixado, mas

    em nome da unidade, concordamos com a sua assinatura. A

    desqualificao pblica da direo da FASUBRA por diretores

    integrantes do Bloco Majoritrio demonstrou novamente a

    fragilidade dessa direo e mais uma vez contribuiu com a

    prtica da difamao e do deboche.

    A ARROGNCIA POLTICA E A

    DESLEGITIMIZAO DOS DEMAIS

    Todas as foras polticas e o conjunto da categoria, em cada

    Universidade, tiveram um papel importante na histria da

    FASUBRA nesses 34 anos de Luta. bvio que a estrutura da

    FASUBRA cobra uma ao maior da direo majoritria, com

    dois coordenadores gerais, que tem a obrigao poltica de dar

    direo Luta, o que de fato no ocorreu nesse perodo. A falta

  • COLETIVO TRIBO

    P gin 9

    de respeito com companheiros da direo e de orientao

    uma marca nessa gesto.

    Outro dado a ser registrado a contradio entre a prtica e o

    discurso de alguns grupos. A FASUBRA buscou (oficialmente)

    o apoio das centrais sindicais CUT e CTB, nos movimentos

    grevistas e processos negociais para contribuir na Luta.

    Inclusive o Acordo de Greve de 2007 foi assinado pela CUT na

    pessoa do seu Presidente Artur que sempre esteve presente,

    quando demandada, independente da filiao. Mesmo assim os

    setores majoritrios optaram por um ataque sistemtico e a

    desqualificao dessas Centrais. Para alm da crtica,

    pertinente em alguns momentos, optou-se por um processo de

    desconstruo da CUT e CTB buscando alavancar outras

    centrais. Perda de energia que podia estar direcionada para a

    luta e formulao de estratgias. Certamente nenhuma central

    sozinha conseguir fazer a revoluo.

    Diante desse diagnstico, da forma de atuao da FASUBRA e

    sua relao com as Centrais, achamos importante aprofundar

    a reflexo coletiva nesse CONFASUBRA: se a FASUBRA deve

    ou no filiar a uma Central, vez que sempre conclama o apoio

    das Centrais.

    UM HISTRICO DE LUTAS

    A FASUBRA uma entidade reconhecida historicamente por

    sua capacidade de mobilizao e pela contribuio poltica nas

    disputas dos espaos sociais. Ao longo da sua histria,

    diversos atores das foras polticas organizadas na Federao

    contriburam significativamente para essa condio,

    empenhando-se na elaborao de orientaes polticas sobre

    os mais diversos assuntos; na concepo de projetos

    educacionais; na definio de estratgias de mobilizao; na

    realizao de estudos sobre a Categoria; nas elaboraes de

    propostas para a disputa com os agentes governamentais.

    Estas aes sem dvida foram fundamentais para a

    implementao de polticas pblicas essenciais para a rea da

    educao, mesmo que muitas vezes tenham sido necessrias

    a utilizao de atividades radicalizadas de organizao e

    mobilizao, tais como memorveis greves, que resultaram no

    somente em benefcios para os Tcnico-Administrativos, como

    tambm para as comunidades universitrias, para o servio

    pblico e para sociedade. Foram tambm responsveis por

    consolidar o protagonismo da FASUBRA nas lutas por um

    modelo de educao que seja indutor da transformao social.

    A Federao, estrategicamente, buscando a afirmao da

    identidade da classe que representa - trabalhadores tcnico-

    administrativos em educao - foi protagonista na luta contra-

    hegemnica, atuando efetivamente em todos os fruns de

    disputa da viso desse segmento de trabalhadores sobre

    modelos de estado, de universidade e de relaes de trabalho.

    Nos ltimos anos a FASUBRA, coordenada pelo Bloco

    Majoritrio, com duas coordenaes gerais (VAL e BASE),

    desperdiou suas energias no combate e desqualificao de

    companheiro (as) da direo, priorizando a disputa do

    aparelho FASUBRA. A luta real e o interesse da categoria foi

    secundarizado. Em vez de se investir na busca de anlise de

    cenrios internos e externos, de instrumentos que

    possibilitassem avanos nas conquistas, priorizou-se o

    exerccio da demonizao das foras polticas que no

    integram o bloco majoritrio, da prepotncia poltica (publicada

    em vrios textos), do enaltecimento pessoal, reivindicando para

    si a ao poltica da FASUBRA nesses trs ltimos anos.

    Desqualificaram-se todas as foras que compem a direo da

    Federao, inclusive de agrupamentos polticos que somaram

    na composio do bloco majoritrio do ltimo CONFASUBRA.

    Essa opo poltica tem levado a Federao ao descrdito,

    derrotas polticas e a falta de unidade.

    A forma de atuao histrica da FASUBRA nos ltimos anos foi

    reduzida, cedendo significativo espao para uma nova forma de

    militncia, a das redes sociais virtuais, cuja principal

    caracterstica a interpretao de fatos, a utilizao de um

    discurso fcil de oposio e o uso da estrutura sindical para o

    aparelhamento partidrio. Essa pseudoao camuflada pelo

    exerccio da crtica pela crtica. Concordamos que a crtica

    precisa ser feita, mas que ela deve servir para ajudar a

    aprimorar os instrumentos da luta social, convertendo-se em

    prtica poltica e social, sob pena de se perder tudo o que foi

    construdo coletivamente ao longo dos anos. Desde 2012,

    foram produzidos pouqussimos materiais formativos pela

    FASUBRA; no h qualquer novo projeto em disputa no

    Congresso Nacional ou na base da categoria; no h estudos

    sobre as demandas e especificidades da Categoria; e as

    informaes produzidas, de forma geral, no so

    institucionalizadas. Vive-se, atualmente, na corda bamba de

    sombrinha.

  • COLETIVO TRIBO

    P gin 10

    Com relao informao veiculada nas redes sociais, esta

    operacionalizada conforme a convenincia e vaidade do

    diretor que dela dispe, refletindo somente o seu lado. A

    FASUBRA instituio se cala, no tem voz! Alm disso, os

    veculos utilizados no so o site e as pginas oficiais da

    Federao, mas sim grupos informais das redes sociais. Em

    vez de se utilizar a informao como um mecanismo de

    orientao da Categoria e, consequentemente, fortalecer a

    Federao enquanto fonte sria e confivel, os dados so

    tratados a partir do interesse e da viso do coordenador,

    banalizando e rebaixando, em muitos casos, a prpria entidade.

    Por causa da disputa interna de grupos polticos, perde-se a

    oportunidade de se usar as novas mdias, decorrentes das

    inovaes tecnolgicas que democratizaram a comunicao,

    para formar e informar. A palavra de ordem desqualificar o

    diferente e usar a crtica para jogar por terra qualquer esforo

    de busca da construo unitria, que sempre representou a

    melhor tradio da FASUBRA: a unidade na diversidade, a

    unificao dos esforos e o investimento nos consenso das

    aes.

    OBJETIVO PRINCIPAL DO CONFASUBRA: ARMAR

    A CATEGORIA PARA A LUTA!

    Nesse CONFASUBRA mais uma vez necessrio debater

    sobre qual a FASUBRA que queremos. Para ns a prioridade

    tem que ser a construo da Luta e o fortalecimento da

    FASUBRA. Aqueles que querem debater ideias, pensar formas

    de combate e de luta, e que sempre estiveram nas disputas

    convidamos a realizarem o exerccio da avaliao dos rumos

    que adotaremos para a entidade e, consequentemente, para a

    Categoria.

    Os inmeros desafios, com o final das parcelas remuneratrias

    do Acordo de Greve no ms de maro, exigir uma atuao

    firme e precisa da direo da entidade. No adianta ficar

    atirando para todos os lados, ou pior, atirando para os

    companheiros de luta!

    A maioria da base, milhares de trabalhadores(as), acreditam e

    esperam que a Federao tenha protagonismo na Luta, que

    saia da trincheira do denuncismo, da arrogncia, da vaidade

    poltica, e das disputas fratricidas, e que no fique reboque

    de outras entidades nacionais.

    Conclamamos o conjunto da Categoria ao debate poltico

    quanto avaliao da conjuntura e qual o papel do trabalhador

    nesse contexto. Somos contrrios utilizao de quaisquer

    espaos, em especial os virtuais, para desqualificao das

    foras polticas que integram a Federao. Cientes da

    necessidade da Unidade na Luta e de que setores da direita

    tm acesso aos debates dos trabalhadores, principalmente

    porque so amplamente acessveis em mdias virtuais, no

    rebaixaremos a nossa interveno poltica. A utilizao da

    desinformao generalizada e a informao banalizada, em

    nome da FASUBRA, tem desconstrudo aes polticas e o pior,

    tem fragmentado a luta dos trabalhadores. O momento requer

    o enfrentamento do grande desafio de converter as crticas em

    ideias, que ajudem a criar novas estratgias de luta, de

    organizao, mobilizao e comunicao e, principalmente,

    represente um novo comportamento dos dirigentes dessa

    Federao.

    A PETROBRAS NOSSA!!!

    A PETROBRS, maior estatal do Pas, responsvel por

    milhares de empregos e que representa 13% do PIB Nacional,

    nunca esteve to ameaada como agora, em face da guerra

    especulativa que vem sofrendo, orquestrada por setores

    polticos e econmicos que a querem privatizada, como

    ocorreu, em passado recente, com a Vale do Rio Doce, vendida

    a preo muito inferior ao que realmente valia.

    Em meio a essa guerra reacende-se a necessidade de

    resgate do projeto de lei construdo pela FUP e movimentos

    sociais, a fim de transformar a estatal em empresa 100%

    pblica, que foi apresentado ao Congresso Nacional em 2009

    e tramitou em conjunto com os projetos que estabeleceram o

    novo marco regulatrio do pr-sal. Essa proposta (PLS

    531/2009) encontra-se parada na Comisso de Constituio,

    Justia e Cidadania do Senado, onde aguarda distribuio.

    Nunca foi to necessrio que o Estado brasileiro aumente sua

    participao no controle acionrio da Petrobrs e resgate a

    empresa do capital especulativo afirmou o coordenador da

    FUP, lembrando que o mercado nunca desistiu de pautar a

    empresa e o governo, submetendo-a a interesses escusos.

    O movimento sindical no pode ficar a reboque do que vem

    pautando a mdia, que distorce fatos e omite dados e

    informaes sobre a realidade da empresa, no que tange a

    avanos e investimentos, conquistados e realizados nos

    ltimos anos. Deve se posicionar contrrio aos ataques, que

    visam depreciar o valor da Petrobrs e desqualificar a

    capacidade administrativa dos tcnicos brasileiros para, em

    seguida, entregarem esse importante patrimnio da populao

    na mos dos especuladores internacionais.

  • COLETIVO TRIBO

    P gin 11

    Deve-se, com veemncia, exigir que todas as irregularidades

    sejam devidamente apuradas e seus responsveis punidos, na

    forma da Lei como j vem ocorrendo. No entanto, no pode

    perder de vista o ressurgimento de ameaas, do tipo da que foi

    implementada no perodo de FHC (entre 1995 e 2002), quando

    tentaram transform-la em Petrobrax, com o objetivo claro de

    entreg-la para as produtoras petrolferas norte-americanas,

    quando 36% das aes da estatal foram entregues, atravs das

    bolsas de Nova Iorque, aos especuladores internacionais.

    Defender a Petrobrs significa defender o maior patrimnio do

    povo brasileiro! E isso requer que se faa justia, sobretudo em

    relao aos que dependem diretamente dela seus milhares

    de trabalhadores/as, que precisam serem ouvidos e

    valorizados, nesse momento de crise.

    A FUP Federao nica dos Petroleiros, reage as ameaas

    de privatizao da Petrobrs,se posicionando sobre a crise

    vivenciada pela estatal. Reproduzimos, abaixo, parte da Nota

    Nacional divulgada pela Federao, concordando com a

    mesma.

    (...)No vamos abrir mo de esclarecer todas as denncias,

    de exigir o julgamento e a punio dos responsveis; mas no

    temos o direito de ser ingnuos nessa hora: h poderosos

    interesses contrariados pelo crescimento da Petrobrs, vidos

    por se apossar da empresa, de seu mercado, suas

    encomendas e das imensas jazidas de petrleo e gs do Brasil.

    Historicamente, tais interesses encontram porta-vozes

    influentes na mdia e nas instituies. A Petrobrs j nasceu

    sob o ataque de inimigos externos e predadores internos,

    como destacou a presidncia da Repblica. - Contra a criao

    da empresa, em 1953, chegaram a afirmar que no havia

    petrleo no Brasil.

    So os mesmos que sabotaram a Petrobrs para tentar

    privatiz-la, no governo do PSDB, e que combateram a

    legislao do Pr-Sal.

    Os objetivos desses setores so bem claros:

    - Imobilizar a Petrobrs e depreciar a empresa para facilitar sua

    captura por interesses privados, nacionais e estrangeiros;

    - Fragilizar o setor brasileiro de leo e Gs e a poltica de

    contedo local; favorecendo fornecedores estrangeiros;

    - Revogar a nova Lei do Petrleo, o sistema de partilha e a

    soberania brasileira sobre as imensas jazidas do Pr-Sal.

    Para alcanar seu intento, os predadores apresentam a

    Petrobrs como uma empresa arruinada, o que est longe da

    verdade, e escondem do pblico os xitos operacionais. Por

    isso essencial divulgar o que de fato aconteceu na Petrobrs

    em 2014:

    - A produo de petrleo e gs alcanou a marca histrica de

    2,670 milhes de barris equivalentes/dia (no Brasil e exterior);

    - O Pr-Sal produziu em mdia 666 mil barris de petrleo/dia;

    - A produo de gs natural alcanou 84,5 milhes de metros

    cbicos/dia;

    - A capacidade de processamento de leo aumentou em 500

    mil barris/dia, com a operao de quatro novas unidades;

    - A produo de etanol pela Petrobrs Biocombustveis cresceu

    17%, para 1,3 bilho de litros.

    E, para coroar esses recordes, em setembro de 2014 a

    Petrobrs tornou-se a maior produtora mundial de petrleo

    entre as empresas de capital aberto, superando a ExxonMobil

    (Esso).

    O crescente sucesso operacional da Petrobrs traduz a

    realidade de uma empresa capaz de enfrentar e superar seus

    problemas, e que continua sendo motivo de orgulho dos

    brasileiros.

    Os inimigos da Petrobrs tambm omitem o fato que est na

    raiz da atual vulnerabilidade da empresa especulao de

    mercado: a venda, a preo vil, de 108 milhes de aes da

    estatal na Bolsa de Nova Iorque, em agosto de 2000, pelo

    governo do PSDB.

    No podemos nos omitir. A atuao do movimento sindical e,

    em especial dos TAEs, frente a essa questo, deve ser de total

    combate, desconfiana e defesa:

    Combate s aes que vm sendo orquestradas pela mdia

    especulativa, que bombardeia a empresa, diariamente, para

    reduzir sua importncia, mascarando dados e informaes

    sobre sua real situao econmica, a fim de reduzir seu valor e

    sua importncia;

    Desconfiana diante dos atores que esto se apresentando

    como salvadores da estatal e que, em passado recente,

    esboaram entreg-la ao mercado internacional, sob a

    roupagem de Petrobrax, quando derramaram 180 milhes de

  • COLETIVO TRIBO

    P gin 12

    aes da estatal, das quais 60% foram parar nas mos de

    investidores estrangeiros;

    Defesa do PLS 531/2009, que alm de defender a

    transformao da empresa em 100% pblica, visa a

    constituio do Fundo Social Soberano, para que todos os

    recursos excedentes do petrleo sejam destinados s polticas

    pblicas de ateno s necessidades do povo brasileiro.

    A CRISE HDRICA E ENERGTICA

    " A gua de boa qualidade como a sade ou a liberdade: s

    tem valor quando acaba."Guimares Rosa

    Sabe-se que a crise hdrica vivenciada na atual conjuntura,

    principalmente nos estados de So Paulo, Rio de Janeiro e

    Minas Gerais, uma tragdia prevista desde 2001, quando

    especialistas e ambientalistas, anunciaram essa ameaa em

    vrios fruns de debate e estudos sobre a questo, sem,

    contudo serem levados a srio pelos governantes estaduais

    poca.

    O alerta da Agncia Nacional de guas (ANA) no foi o nico,

    pois o prprio governo de So Paulo, baseado em anlises de

    duas centenas de especialistas, j apontava para o risco de

    desabastecimento em 2015. A estiagem que assolou o

    Sudeste, nos ltimos trs veres foi, apenas, mais um dos

    fatores que agravaram a problemtica, com destaque para a

    falta de planejamento e aes concretas, que pudessem

    enfrentar a crise.

    O Brasil, apesar de deter o maior volume de gua doce do

    planeta tambm um dos campees em desperdcio. So

    Paulo desperdiou, em 2013, 34,3% de toda gua tratada e

    ocupa a 19 posio no ranking nacional; no Rio Grande do Sul

    foram desperdiados, no mesmo ano, 37,2% e no Amap,

    atingiu-se o patamar vergonhoso de 76,2%. Isso fez com que a

    mdia nacional de desperdcio, em 2013, alcanasse 37%.

    Comparando-se o volume desperdiado com outros pases

    estamos na frente de Itlia (29%); Frana (26%); Reino Unido

    (16%); Estados Unidos (15%) e do Japo (7%), o que coloca o

    Brasil em estado de alerta, diante de tamanho descalabro.

    Pergunta-se, ento: qual o papel e a responsabilidade dos

    trabalhadores tcnicos em educao, diante de tamanho

    desafio? Os trabalhadores/as, enquanto cidados e cidads,

    honrando o protagonismo que lhe peculiar, no podem se

    omitir em oferecer sua contribuio, seja aprofundando o

    conhecimento sobre a questo, a fim de no se deixarem

    manipular pelo alarmismo da grande mdia, mas principalmente

    como agentes de transformao, atuando como formadores de

    opinio consciente e coerente, que, por meio de aes

    concretas, no ambiente domstico e de trabalho mostram o que

    possvel ser realizado, cotidianamente: seja economizando

    ou realizando campanhas educativas contra o mau uso e o

    desperdcio desse precioso recurso natural finito, que a gua.

    Deve-se, portanto, inserir na agenda de lutas da FASUBRA, no

    mnimo, um grupo de estudo, a fim de que a crise hdrica e

    energtica seja esmiuada, possibilitando aos TAEs, mostrar

    seu potencial de mobilizao e atuao.

    RELAES DE TRABALHO CARREIRA-

    TERCEIRIZAO

    "Apenas quando somos instrudos pela realidade que

    podemos mud-la"Bertolt Brecht

    A fundamentao terica apresentada na tese desse Coletivo

    no XXI CONFASUBRA, continua atual, e por isso nesse

    Congresso optamos em socializar com os companheiros alguns

    elementos de nossa reflexo sobre o tema, na expectativa de

    contribuir com o avano da formulao coletiva da FASUBRA,

    paralisada nos ltimos anos, ou limitada reflexes individuais

    ou de foras polticas organizadas na Federao, sem que

    houvesse um esforo coletivo, acima das disputas fratricidas

    pela construo coletiva.

    Inegavelmente houve uma expanso da educao pblica

    jamais vista anteriormente. A ideia de que educao no

    gasto e sim investimento provocou o aumento nas verbas

    oramentrias que saram do patamar de 18 bilhes em 2002,

    para 115 bilhes em 2014 permitindo a criao de 422 novas

    instituies de ensino Tcnico-Tecnolgico e tambm 18

    Universidades federais, e 173 campus. Combinado a isto houve

    a contratao, no perodo de 2003 a 2014, de 72.619 novos

    Trabalhadores Tcnico-Administrativos em Educao,

    denotando uma inverso na poltica neoliberal aplicada

    anteriormente, em que o projeto reinante na dcada de 90 foi a

    de Estado Mnimo e, portanto a reduo do papel do estado na

    educao.

    Estes dados demonstram uma mudana substancial na

    formatao do Estado e em especial na educao. Porm a

    FASUBRA permanece alheia a estas mudanas, ignorando

    ainda a necessidade de organizar estes novos trabalhadores

    que, na defesa de seus direitos, comeam a se organizar por

    http://pensador.uol.com.br/autor/guimaraes_rosa/

  • COLETIVO TRIBO

    P gin 13

    conta prpria, dada a ausncia da Federao. O

    reconhecimento dessa situao nos impe, alm de repensar

    nossa organizao sindical, realizar levantamento do perfil

    desses novos trabalhadores, visando construo de debates

    segundo esta nova realidade das relaes de trabalho; a

    consequente instituio de uma carreira como instrumento de

    gesto para a categoria, que atenda as demandas j

    manifestas h tempos nos fruns da Federao.

    Com o advento do PCCTAE e mais recentemente com o Plano

    Nacional de Capacitao e Qualificao, nossa categoria fez

    um expressivo movimento na busca de sua formao. Isto

    aliado ao elevado nvel de escolaridade dos recm-ingressos

    nos coloca em um patamar mais elevado no que se refere ao

    nvel de escolaridade, o que dever se refletir na reestruturao

    do PCCTAE.

    Iniciando ento o reclamado debate, reconhecendo a falta de

    conhecimento pleno do perfil da fora de trabalho e das

    relaes de trabalho existentes no mbito das instituies, cabe

    uma indagao: quem so os trabalhadores em educao? A

    pertinncia deste questionamento tem base na necessidade de

    admisso que a Educao se faz num processo e, como tal,

    deve se compreender como fora de trabalho todos os que

    integram este processo, independentemente do vinculo.

    Partindo do entendimento de que categoria significa corpo

    nico, e reconhecendo as diferenas entre seus integrantes, a

    carreira deve comportar estes elementos diferenciadores

    inerentes ao processo de trabalho, coadunando com os

    dispositivos estatutrios das entidades que identificam sua

    base de representao. Demanda deste ponto de vista,

    inclusive como forma de se evitarem movimentos setorizados,

    a necessidade de reestruturao do PCCTAE, bem como a

    implantao imediata dos programas de capacitao e

    qualificao, definindo o acesso e financiamento em debate na

    Comisso Nacional de Superviso da Carreira. A isto dever

    ser agregado a participao tambm nos convnios firmados

    pela CONTUA com universidades brasileiras de intercmbio

    tambm para os TAEs. Esta demanda deve ser prioridade

    numero um da Federao junto ao MEC.

    Repensar o PCCTAE obriga, portanto olhar para todos estes

    elementos que envolvem o processo de trabalho, as condies

    de trabalho com jornada semanal mxima de 30 horas e o

    ambiente institucional onde se deve estabelecer uma gesto

    democrtica.

    PCCTAE: 10 ANOS DESAFIOS E

    PERSPECTIVAS

    A Lei 11.091/2005, no ms de janeiro completou 10 anos de sua

    aprovao no Congresso Nacional, resultado da luta da

    categoria e tambm de compreenso poltica de setores do

    governo, com destaque ao MEC, que se somaram aos tcnico-

    administrativos na ocasio, por entender o papel e a

    importncia dessa categoria no ambiente acadmico

    universitrio.

    A lei no comporta todos os elementos de uma carreira, dada a

    impossibilidade da ascenso funcional, mas possui em seu bojo

    instrumentos de gesto da Universidade, definio de papis

    dos tcnico-administrativos e, fundamentalmente, a afirmao

    da identidade de trabalhador da educao, antes invisvel nas

    legislaes vigentes, admitida apenas para os docentes.

    Por vincular o Programa de Capacitao dos Integrantes da

    Carreira ao Plano de Desenvolvimento Institucional PDI, a Lei

    incorpora ferramentas que trabalham a viso de Universidade

    defendida pela FASUBRA e, portanto, se tornou em instrumento

    estratgico de disputa acerca do papel da Universidade. Da a

    importncia da implementao na ntegra de todos elementos

    nela contidos.

    Com dez anos, a Lei precisa ser avaliada do ponto de vista da

    sua implementao e pela necessidade de seu aprimoramento,

    previsto na prpria Lei. No processo de construo do PCCTAE

    havia a conscincia de sua limitao, imposta pela correlao

    de foras no momento da finalizao do acordo com o governo,

    e por isto ocorreu a incluso estratgica de artigo que abria

    possibilidades de aprimoramento. Essa estratgia visava ao

    acmulo de foras para avanar na luta pela recuperao, com

    outra nomenclatura, de cargos extintos pela Terceirizao, bem

    como o avano de elementos contidos no PCU Plano do

    Cargo nico.

    A partir de 2005, resultante da luta, houve o avano em, dentre

    outros itens como reajuste de Tabela, na conquista dos IQ

    Incentivos de Qualificao para todas as classes e no step.

    Mas no conseguimos cumprir o que determina a Lei com

    relao racionalizao de cargos, reposicionamento dos

    aposentados, terceirizao e dimensionamento de vagas. A

    impossibilidade desse avano se deu em funo do impasse

    com o governo no processo negocial, tendo em vista que sua

    concepo sobre esses temas no tem similaridade com a

    posio da FASUBRA. Por outro lado, no conseguimos,

  • COLETIVO TRIBO

    P gin 14

    minimamente, desenvolver uma tarefa bsica e fundamental

    para diagnosticar a implantao do PCCTAE nas

    Universidades.

    A FASUBRA estacionou no tempo com relao a estudos e

    formulao acerca da carreira. Essa postura de trincheira

    adotada pela Federao, acomodada nas aes de denncias

    e de resistncia, abandonando um papel estratgico do

    sindicato que a formulao e disputa de suas ideias em todos

    espaos institucionais, no muniu a categoria de elementos na

    disputa do seu projeto estratgico, que a maioria da categoria

    sequer conhece.

    inconcebvel uma Federao com a histria e prtica da

    FASUBRA no se aprofundar no conhecimento das mudanas

    do mundo do trabalho e do perfil do trabalhador que ingressa

    na Universidade. O estudo sobre o tema imprescindvel na

    disputa com o governo relativo ao modelo da carreira e de

    universidade, principalmente em funo dos impactos

    promovidos pela reforma da previdncia (EC-19 e 41), que

    criou dois tipos de aposentadoria: aposentadoria integral,

    parcial (80 ltimos salrios) e por ltimo a FUNPRESP, que

    enquadra os novos trabalhadores no RGPS, com teto de R$

    4.662,43 neste ano de 2015.

    A ltima reunio sobre reflexo da Carreira com Grupo de

    Trabalhos da FASUBRA, realizada no final de 2014, no teve

    seus desdobramentos encaminhados pela Federao, foi

    secundarizada construo coletiva, passando a atuao de

    ao por resultados setorizados, contradizendo sua histria de

    sindicato que disputa ideias e concepes de estado e

    Universidade, em todos os espaos, como Congresso, SBPC,

    Governos, ANDIFES etc.

    O trabalho, ainda inconcluso, simples, mas demanda o

    comprometimento da direo da FASUBRA e de sua base. Sem

    ele, qualquer debate sobre o aprimoramento da Carreira fica

    comprometido. A reflexo coletiva com o conjunto da categoria

    sobre os limites da Lei e da necessidade do seu avano

    urgente, ancorada pela fora da Lei. Foram includos na

    legislao elementos de gesto institucional que permitem a

    participao dos trabalhadores no processo de superviso,

    fiscalizao e aprimoramento do plano de carreira por meio das

    CIS e da CNSC. preciso demandar essas instncias as

    formulaes e no apenas esperar delas as proposies.

    H a necessidade da convocao urgente do GT-Carreira, com

    a definio antecipada da forma do seu funcionamento,

    objetivos e participantes para evitar que este espao de

    estudos da evoluo e aprofundamentos tericos-

    argumentativos na afirmao de nosso projeto seja utilizado

    como uma instncia de disputa de fora poltica, com interesses

    divergentes ao da categoria. Avaliamos que o GT-Carreira da

    FASUBRA, se bem articulado, atender ao pleito do Seminrio

    de Carreira realizado em dezembro de 2014, de criao do

    espao de aglutinao e articulao entre os debates da

    CNSC/FASUBRA, CIS e Entidades Sindicais.

    Estamos convictos de que h necessidade de uma mudana na

    estrutura de cargos, pois um dos elementos da carreira o

    pleno desenvolvimento na mesma, e hoje, por fora da reforma

    da previdncia, os trabalhadores atingem o ltimo NC Nvel

    de Capacitao Padro Salarial (16), bem antes de se

    aposentarem. Ficam estagnados, sem perspectivas de

    desenvolvimento, por mais de 10 anos na instituio. Achamos

    que o debate e proposio de mudana na estrutura

    necessrio, desde que seja antecipada pelo diagnstico.

    A cobrana ao governo de finalizao da matriz do

    dimensionamento da fora de trabalho pode ser objeto de

    denncia judicial, pois a legislao determina prazo, que no foi

    cumprido pelo governo. Da mesma forma, outros elementos

    contidos no PCCTAE Lei 11.091/2005 (racionalizao,

    reposicionamento de aposentados, terceirizao), que no

    foram cumpridos. Tanto a resoluo da racionalizao, quanto

    o combate terceirizao demandam o dimensionamento da

    fora de trabalho, e portanto urgente a construo de matriz

    nacional para cumprir a tarefa.

    Nossa avaliao de que o PCCTAE no contm todos os

    elementos de uma carreira, porm consideramos que uma das

    maiores conquistas foi a afirmao da identidade de que

    SOMOS TODOS TRABALHADORES TCNICOS

    ADMINISTRATIVOS EM EDUCAO e que o desenvolvimento

    na carreira deve ser atrelado ao Plano de Desenvolvimento

    Institucional. Assim devemos promover campanhas de

    conscientizao de que somos AGENTES DO PROCESSO DE

    FORMAO DO CIDADO E DA CONSTRUO DO

    CONHECIMENTO, para que possamos avanar na luta pela

    construo de uma Universidade Cidad para os trabalhadores.

    ATUAO DAS CIS E DAS ENTIDADES SINDICAIS

    Parcela significativa das Instituies teve dificuldades em

    organizar eleies e o funcionamento das Comisses Internas

    de Superviso da Carreira. Outras, mesmo conseguindo dar

    sequncia a esta exigncia da Lei, implantando a CIS, atuaram

  • COLETIVO TRIBO

    P gin 15

    muitas vezes de forma desarticulada e, em alguns casos, sem

    o conhecimento histrico dos princpios e conceitos que

    fundamentaram a luta da Federao na construo do seu

    projeto de carreira. Em locais onde os sindicatos atuaram mais

    firmemente houve maiores avanos, o que d conta da

    importncia da atuao da entidade sindical na implementao

    prtica de seus direitos.

    RACIONALIZAO DOS CARGOS: LIMITAES

    Nos ltimos anos a discusso na FASUBRA ficou limitada s

    pendncias dos acordos de Greves anteriores, no sendo

    pautados novos debates, necessrios para se avanar na

    compreenso de conceitos, dentre os quais o da racionalizao

    de cargos. A categoria v a racionalizao como uma forma de

    ascenso funcional, e outros exclusivamente como uma forma

    de obter salrios iguais, independente de hierarquia real

    existente, dos fazeres e dos dispositivos legais. Isso impede o

    avano no debate de racionalizao que, por sua vez, encontra

    resistncia na posio do governo.

    A luta pela implantao da racionalizao ganha fora com

    aprovao da CNSC de que a meta da comisso ser avanar

    na atualizao e descrio dos cargos. Portanto, necessrio

    incluir na agenda de lutas da CNSC a regularidade das suas

    reunies e a prioridade neste trabalho, a fim de que seja

    realizada a descrio de todos os cargos. Alm disso,

    precisamos refletir de que forma pode-se avanar na luta pela

    racionalizao, organizando a categoria dentro dos Ambientes

    Organizacionais, conforme previsto na prpria carreira e

    criando novos cargos que incorporem as atribuies dos cargos

    extintos.

    DESENVOLVIMENTO NA CARREIRA

    O desafio maior no debate acerca do aprimoramento da

    carreira no deve se restringir a reajuste de Tabela Salarial. A

    categoria tem que ser motivada e conscientizada a refletir sobre

    o modelo de desenvolvimento indicado para uma trajetria de

    35 anos de trabalho no mesmo cargo, alm de aprofundar a sua

    compreenso de categoria e dos papis a ela atribudos,

    buscando superar a dicotomia NA X NI X NS. Essa luta deve

    recuperar a trajetria da busca da afirmao da nossa

    identidade e pela superao do conceito a ns atribudos, de

    atividade meio. Somos todos trabalhadores em educao, cada

    um cumprindo uma funo no trip indissocivel do ensino, da

    pesquisa e da extenso, sem os quais a qualidade das

    atividades desenvolvidas pela Universidade estariam

    comprometidas.

    necessrio que nos comprometamos, nesse Congresso, a

    lutar pela unidade da categoria, superando preconceitos e

    avanando na compreenso de que todos ns, ativos e

    aposentados, cumprimos papel importante para a construo

    de uma universidade socialmente referenciada. Uma das

    tarefas imediatas da FASUBRA, em sua atuao na CNSC

    definio de parmetros para todos as instituies quanto a

    questes como: interstcio para progresso por capacitao

    (respeitar os 18 meses ou progredir para o ltimo NCIV de

    acordo com a carga horria); concesso de IQ na classe D,

    para assistente administrativo ou cargo correlato que possua

    curso profissionalizante, dentre outros.

    Articulado a esse debate necessrio entender que o Projeto

    de Carreira defendido pela FASUBRA tem, em seu contedo, a

    compreenso do usurio como sujeito do nosso fazer.

    DIRETRIZES DO PLANO DE CARREIRA - DPC

    A definio das Diretrizes de Planos de Carreira continua sendo

    urgente na gesto pblica. Reconhecendo as diferentes

    misses e estruturas dos rgos/instituies na esfera pblica,

    e com o entendimento do papel do trabalhador nas suas

    funes de atendimento ao cidado, com qualidade

    referenciada socialmente, necessrio o estabelecimento de

    Diretrizes para construo dos Planos de Carreira na

    Administrao Federal. Dessa forma, ser possvel buscar uma

    uniformizao quanto misso do servidor pblico na relao

    com o usurio, sujeito de nosso fazer, articulado valorizao

    dos trabalhadores(as), atravs do desenvolvimento na carreira,

    condies de trabalho e remunerao isonmica.

    Tais diretrizes devero prever a isonomia salarial de pisos e

    tetos entre as estruturas salariais de funes semelhantes em

    sua natureza e complexidade de seu fazer laboral; a instituio,

    em cada carreira, de polticas de capacitao e qualificao

    vinculadas ao plano de desenvolvimento dos

    rgos/instituies; programas de avaliao de desempenho,

    em que prevalea o carter pedaggico, tendo como objeto e

    objetivos o desenvolvimento do trabalhador e o aprimoramento

    dos processos de trabalho, numa estrutura democrtica aberta

    aos interesses sociais.

    ASCENSO FUNCIONAL

  • COLETIVO TRIBO

    P gin 16

    A instituio das DPC Diretrizes de Plano de Carreira - deve

    vir obrigatoriamente acompanhada do instituto da progresso -

    ascenso funcional -, instrumento que permite o

    desenvolvimento pleno do trabalhador em sua funo publica.

    A ausncia deste instituto tem feito prevalecer na administrao

    pblica a figura dos PCSs (Planos de Cargos e Salrios) que

    se prestam ao agrupamento de cargos e estabelecimento de

    suas respectivas tabelas salariais.

    Buscando recuperar este instrumento, a FASUBRA atuou junto

    ao parlamento revertendo o voto contrrio do relator da PEC,

    poca, e ainda junto ao presidente da Cmara para incluso na

    pauta de votao em plenrio. Nesta jornada a CUT teve papel

    importante abrindo espaos no parlamento para nossa atuao.

    Sabendo da interface necessria entre modelos de estado, de

    gesto e diretrizes de planos de carreira e por se tratar de uma

    real transformao da gesto pblica sob nossa tica

    propomos:

    PLANO DE LUTAS

    Rearticular as entidades representativas dos trabalhadores

    para este debate;

    Reafirmar a carreira enquanto instrumento que, por excelncia,

    organiza e hierarquiza as atribuies dos servidores pblicos e

    institucionaliza programas de desenvolvimento;

    Reafirmar as diretrizes de DPC pactuadas na bancada Sindical

    em 2003;

    Garantir a alterao na Constituio Federal instituindo o

    Direito a Negociao Coletiva no servio pblico;

    Garantir o regramento na Mesa Nacional de Negociao

    Permanente;

    Lutar pela aprovao da PEC 257 - Ascenso Funcional.

    Por ltimo reafirmamos as resolues do XXI CONFASUBRA,

    que ainda no foram implementadas pela FASUBRA:

    Fazer um diagnstico da categoria para conhecimento do seu

    perfil e subsidiar a busca de solues para as distores

    internas apontadas;

    Exigir a retomada imediata do trabalho de levantamento de

    dados buscando a identificao da realidade funcional, perfil,

    qualificao e o quantitativo de postos de trabalho RJU e CLT

    e o consequente aprimoramento do PCCTAE;

    Estabelecer, aps a concluso do trabalho retro-mencionado, agenda nacional de debates e seminrios em todas a base da Federao, visando consolidar o PCCTAE;

    Lutar pelo incio imediato dos trabalhos do GT-Terceirizao;

    Cobrar Calendrio de Reunio da CNSC por perodo;

    Reafirmar a carreira enquanto instrumento de organizao e hierarquizao das atribuies dos trabalhadores do setor pblico e institucionalizao programas de desenvolvimento;

    Debater com os gestores das Universidades os elementos da Carreira que precisam ser aprimorados;

    Estabelecer frum especfico de debate entre a FASUBRA as CIS;

    Pautar na CNSC o debate sobre o interstcio de concesso da progresso por capacitao;

    Lutar pela aprovao da PEC 257 de 2005, que trata da Ascenso Funcional;

    Todo apoio ao PL 2.295/00 que reduz a carga horria dos profissionais de Enfermagem de 40h semanais para 30 horas.

    Todo apoio ao PL 150/09 que reduz a jornada dos profissionais de Psicologia para no mximo 30 horas, bem como lutar pela aplicao da Lei 12.317/10 que reduz a carga de 40 horas para 30 horas aos Assistentes Sociais.

    Pelo remanejamento dos cargos Pblicos de Confiana, que devero ser exercidos apenas por agentes ligados diretamente as instituies, sendo os mesmos concursados;

    Lutar pelo adicional de localidade para os servidores lotados nos Campi afastados das metrpoles;

    Apresentar aos reitores argumentos que justifiquem que o cargo de Vigilante no foi extinto.

    Lutar por concurso pblico para o cargo de vigilante

    A TERCEIRIZAO E OS TRABALHADORES

    TERCEIRIZADOS

    A desestruturao do aparelho do Estado em funo da

    reduo do quadro de pessoal resultante dos programas de

    desligamento voluntrio PDV e da ausncia de concurso fez

    proliferar na administrao pblica o processo de terceirizao

    nas reas em que o Estado no conseguiu se desobrigar de

    suas atribuies, remetendo para a iniciativa privada,

    principalmente os labores de infraestrutura.

  • COLETIVO TRIBO

    P gin 17

    A questo em pauta passa a ser a definio da identidade

    destes trabalhadores(as) e de sua base de representao.

    Neste aspecto os sindicatos da base da FASUBRA vivem em

    seu cotidiano um contraditrio, qual seja: a campanha contra

    este modelo de terceirizao tendo para isto a abertura de

    concursos para reposio do quadro permanente de pessoal, e

    pelo seu compromisso com a defesa dos(as) trabalhadores(as)

    em geral, acolhe em teu seio a defesa destes postos de

    trabalho.

    O diagnstico demonstra que a Terceirizao, enquanto modelo

    alternativo de gesto, permanecer, j atingindo em mdia 40%

    de cargos nas instituies. Deliberamos congressualmente que

    os sindicatos de base deveriam lutar em defesa dos direitos

    desses trabalhadores, e exigir a incluso no processo licitatrio

    das empresas de clusulas, que garantissem salrios e

    condies dignas de trabalho.

    Este debate precisa ser feito e com urgncia, pois j se tem

    com mais frequncia a incorporao dos trabalhadores

    celetistas terceirizados em seus quadros de filiados, a exemplo

    do ocorrido outrora com os trabalhadores fundacionais.

    Contudo, necessrio ter por horizonte a organizao dos

    trabalhadores(as) na instituio tendo por consequncia a

    retomada do debate acerca da organizao por ramo de

    atividade, proposto pela CUT, e no por vnculo empregatcio

    ou regime jurdico de trabalho, RJU e CLT.

    No aspecto geral das relaes de trabalho, dada a sua

    diversidade jurdica, devemos construir um plano de ao que

    assegure a isonomia de direitos no ambiente universitrio,

    como carga horria, capacitao etc., buscando

    paulatinamente o avano necessrio para corrigir as

    disparidades de direitos.

    Inevitavelmente esta batalha desembocar no Congresso

    Nacional, seja em relao aos trabalhadores do quadro

    permanente RJU seja dos trabalhadores pblicos e

    terceirizados CLT. Por isso reafirmamos a resoluo do XV

    CONFASUBRA sobre terceirizao na luta em defesa desses

    trabalhadores, para que no sejam vtimas do sistema perverso

    da terceirizao, que explora os trabalhadores.

    LEI 4330/04(CMARA) E PL 87/10 (SENADO)

    Paralelo a essa luta, no campo geral nos juntamos luta mais

    especfica dos trabalhadores ameaados pela terceirizao,

    que recentemente reafirmaram sua posio frente ao Governo,

    cobrando posio sobre os projetos que tratam do tema no

    Congresso Nacional, em particular o Projeto de Lei

    4330/04(Cmara) e Projeto de Lei do Senado 87/10 (Senado),

    que ampliam a terceirizao tambm para a atividade-fim, a

    principal da empresa.

    A deciso do STF, condenando a empresa Cenibra (Celulose

    Nipo Brasileira) a pagar R$ 2 milhes em uma ao civil pblica

    do Ministrio do Trabalho, em 2006, por terceirizar toda a

    cadeia produtiva, amplia o debate se a terceirizao da

    atividade-fim ser permitida no pas, vez que a deciso da

    Corte Suprema passar a referendar os demais julgamentos

    sobre o tema.

    O DIEESE ultimou estudo que comprova: terceirizao

    sinnimo de mortes e acidentes. A precarizao do trabalho

    tem a terceirizao como sua principal fonte no Brasil. Ainda,

    estudos do DIEESE e CUT comprovam que os terceirizados,

    12,7 milhes de assalariados, o equivalente a 26,8% do

    mercado formal, recebiam, em dezembro de 2013, 24,7% a

    menos do que os contratados diretos para realizar a mesma

    funo. Com relao ao tempo de emprego, os diretos

    permanecem 5,8 anos nas empresas, em mdia, enquanto os

    terceirizados ficam 2,7 anos. O problema resultado da alta

    rotatividade dos segundos, 64,4% contra 33% dos primeiros.

    Com esse entendimento, defendemos que necessrio

    construo de legislao, como o Projeto de Lei elaborado pela

    CUT - (1621/2007) apresentado pelo deputado federal

    Vicentinho (PT-SP) que estabelece a igualdade de direitos, a

    obrigatoriedade de informao prvia, a proibio da

    terceirizao na atividade-fim, a responsabilidade solidria e a

    penalizao de empresas infratoras. O texto tramita no

    Congresso Nacional.

    TRABALHO DECENTE

    A resistncia a todas as formas de precarizao do trabalho

    devem ser ampliadas. Os modelos de terceirizao,

    consubstanciados nas Fundaes Privadas, Empresas

    Privadas e trabalhos precarizados no ambiente universitrio

    tem comprometido a forma de gesto das Universidades. Todas

    as formas de trabalho que sustentem polticas de explorao

    do trabalhador devem ser combatidas.

    A Agenda da CUT na defesa do Trabalho Decente tem por

    premissa a garantia do trabalho formal com carteira assinada

    para que os trabalhadores tenham garantidos seus direitos

    previdencirios, de sade e de aposentadoria e reduo da

    jornada de trabalho para 40 horas sem reduo de salrio. A

    http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=140D74202A9E2AC4A97F4B20F68E0DFE.proposicoesWeb2?codteor=246979&filename=PL+4330/2004http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=140D74202A9E2AC4A97F4B20F68E0DFE.proposicoesWeb2?codteor=246979&filename=PL+4330/2004http://www.senado.gov.br/atividade/materia/getPDF.asp?t=75644&tp=1

  • COLETIVO TRIBO

    P gin 18

    aprovao da Emenda Constitucional n. 72, em 2013, foi uma

    vitria da sociedade, mas ainda necessria a regulamentao

    da Conveno 158 da OIT, que trata da rotatividade no emprego

    celetista que enfrenta resistncia no Congresso Nacional.

    Propomos aprofundar o debate na perspectiva da construo

    de estratgias no no combate ao modelo de terceirizao:

    Dar destaque no debate da Racionalizao do tema criao de

    novos cargos, recuperando as atribuies de cargos extintos.

    Que a FASUBRA organize os trabalhadores terceirizados se

    pautando pelo princpio Organizao por Local de Trabalho

    OLT.

    A EDUCAO BRASILEIRA QUE DEFENDEMOS

    A Educao sozinha no transforma a sociedade mas sem ela,

    o pas no se desenvolve, e as diferenas sociais permanecem

    A educao tem um papel estratgico na transformao social.

    Se a opo de transformao via Educao, como na maioria

    dos pases que se desenvolveram; se o estado respeita o

    homem; se repudia a injustia; se prefere o dilogo, a

    convivncia com o diferente e no sua negao, no h outro

    caminho seno encarar a Educao como instrumento desta

    opo. Desta forma a distncia ser diminuda entre o que

    proposto pelo governo e o efetivamente feito.

    O Coletivo Tribo, com esta compreenso, reafirma sua posio

    apresentada na Tese do XXI CONFASUBRA, no tocante ao

    papel da Universidade no processo de mudanas que o Brasil

    ainda necessita. Salientamos que o pressuposto para que a

    Universidade avance no cumprimento do seu papel, a

    garantia do exerccio da Autonomia com democracia e a

    ampliao das fontes de financiamento da educao.

    Resultante das lutas dos tcnico-administrativos e dos

    estudantes, houve um empoderamento de espaos antes

    hegemonizado pelos docentes no ambiente universitrio, bem

    como na forma de escolha dos reitores. Entretanto, a gesto da

    Universidade continua predominantemente docente, por isso

    def