teses xxii confasubra - v.2
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TESES XXII CONFASUBRA
2015
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SUMRIO
Sumrio
Coletivo Tribo ___________________________________ 1
Tese do Coletivo Vamos Luta! _______________ 41
CTB - na construo de uma FASUBRA unitria
classista e de luta _____________________________ 97
Unificar os que lutam para derrotar o ajuste
econmico de Dilma / Levy ___________________ 109
PSLivre ______________________________________ 118
Movimento Ressignificar a FASUBRA plea
Base ________________________________________ 137
Tese do grupo independente na FASUBRA ___ 146
Tese do Coletivo Base e Independente ... ao XXII
CONFASUBRA ______________________________ 160
Regimento CONFASUBRA ___________________ 181
Estatuto _____________________________________ 191
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COLETIVO TRIBO
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Coletivo Tribo
UMA PLATAFORMA CUTISTA PARA RESGATAR A FASUBRA
LUTAR PELOS DIREITOS CONTRA A DIREITA
"Que os meus ideais sejam tanto mais fortes quanto maiores forem os desafios, mesmo que precise transpor obstculos aparentemente intransponveis. Porque metade de mim feita de sonhos e a outra metade de lutas." Vladimir Maiakvski
O coletivo TRIBO, organizado na FASUBRA-Sindical se constitui em uma rede de interlocuo poltica, suprapartidria, atuando no movimento social e sindical, congregando trabalhadores(as) em educao tcnico-administrativos das Instituies de Ensino Superior.
Somos CUTISTAS, por definio poltica e ideolgica, e somos FASUBRA comprometidos com a defesa dos interesses da categoria e do patrimnio construdo pelos (as) trabalhadores (as).
O XXII CONFASUBRA ocorre num momento de turbulncia poltica, exigindo dos trabalhadores definio clara do seu papel nessa conjuntura, no se deixando envolver pelo falso discurso moralista da direita, cuja finalidade a ameaa democracia. Denncias e reivindicaes cabem perfeitamente numa democracia consolidada, papel do movimento sindical. Porm, o GOLPE orquestrado pela direita, j exposto na imprensa burguesa, deve ser combatido com o mesmo vigor pelo movimento sindical.
Apresentamos ao conjunto da categoria nossos princpios estruturados nos pilares da democratizao das relaes do movimento sindical, a construo do socialismo, a defesa da Universidade Pblica, Democrtica e referenciada socialmente. Nossas ideias e prticas so manifestadas atravs do exerccio da democracia sindical, garantia do direito divergncia e ao contraditrio, tendo como princpios:
Solidariedade entre os povos e a classe trabalhadora;
Crena na democracia dos trabalhadores(as) rumo ao socialismo;
A luta contra o neoliberalismo, as reformas neo-liberais, as privatizaes, precarizao dos empregos e a retirada dos direitos dos trabalhadores(as);
Proporcionalidade qualificada em todas as instncias;
Defesa da tica em todos os nveis;
Defesa da organizao dos trabalhadores por ramo de atividade; e
Posio contrria ao centralismo democrtico, partidarizao e ao aparelhamento das entidades sindicais.
Coerente com estes princpios, no compactuaremos com nenhuma disputa fratricida, nem responderemos no mesmo tom aos processos de calunias e difamao que tentaram impor como mtodo de disputa no cotidiano da Federao. Mantemos nossa forma de atuar, nos inspirando em Kalil Gibran, ao afirmar que Divergncia de opinio jamais deve ser motivo para hostilidade e ainda que O que precisamos matar no opositor o seu desejo de matar conforme nos ensinou Gandhi.
Assim, nos dispomos a participar do XXII CONFASUBRA, esperando que os desafios da conjuntura nos alimente a priorizar com sabedoria o que nos une. Os milhares de trabalhadores tcnico-dministrativos aguardam uma postura pr-ativa da FASUBRA, com a construo um Plano de Lutas que aponte alternativas para ampliaes de nossas conquistas.
Apresentamos uma Plataforma cutista para o debate, buscando a construo coletiva. Esperamos que os demais coletivos tambm apresentem suas proposies de lutas, para que possamos, acima das vaidades, nos debruar na construo de proposies unificadas de lutas.
A Unidade Possvel, desde que se preservem princpios bsicos, como a democracia, a tolerncia com a diferena, e a tica na convivncia cotidiana.
INTRODUO
" O correr da vida embrulha tudo. A vida assim: esquenta e
esfria, aperta e da afrouxa, sossega e depois desinquieta. O
que ela quer da gente coragem." Guimares Rosa
A FASUBRA Sindical, ao longo de sua histria, tem se
apresentado como um importante instrumento de interlocuo
dos trabalhadores(as) Tcnico-Administrativos em Educao
com a sociedade civil organizada e o Estado. Nossa Categoria,
que outrora operou uma poltica de contestao combinada
apresentao de alternativas embasadas nos reclames e
projetos da classe trabalhadora, passa ultimamente por um
perodo estranho a sua tradio, resultante da ausncia de uma
poltica com rumos definidos segundo os reais anseios de seus
integrantes. Tal ausncia de poltica levou-a ao isolamento no
movimento nacional, transformando-a numa entidade ilhada. A
colocao da FASUBRA Sindical neste mundo parte serviu
to somente aos propsitos de empoderamento de interesses
individuais e partidrios, em detrimento dos projetos coletivos.
Assim, o XXII CONFASUBRA se estabelece como um espao
privilegiado para a nossa Categoria, com vistas ao debate
necessrio correo de rumos e, principalmente, ao
estabelecimento de polticas que privilegiem uma agenda
propositiva, capaz de nos incluir, como outrora, no cenrio
http://pensador.uol.com.br/autor/guimaraes_rosa/
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COLETIVO TRIBO
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nacional, reabilitando-nos ao debate sindical e disputa de
projetos. Na perspectiva de reorganizao do movimento e
visando atender s demandas da Categoria dos Tcnico-
Administrativos em Educao como um todo, apresentamos
nossa anlise, bem como um conjunto de propostas,
aliceradas numa plataforma CUTista, orientadora da defesa
dos programas da classe trabalhadora, que esto em disputa
numa conjuntura adversa, sabidamente desfavorvel, porm
que no nos intimida.
O XXII CONFASUBRA se realiza num momento desafiador
para o conjunto dos trabalhadores. Em anlises anteriores da
conjuntura, j havamos identificado que o ano de 2015, devido
ampliao das alianas do segundo governo Dilma, que
cedeu espao aos setores conservadores, alm do perfil
reacionrio do novo Congresso Nacional sob a batuta de
Eduardo Cunha, trar novas batalhas ao movimento sindical e
a necessidade de rever suas estratgias de luta para resistir e
se contrapor retirada de direitos.
As lutas pela ampliao das polticas de desenvolvimento com
distribuio de renda e incluso social permanecem e no
podem sofrer refluxo. Por isso os trabalhadores devem manter
a cobrana da continuidade das mudanas que o pas
necessita, como forma de superar a realidade desigual
culturalmente instituda na sociedade brasileira, que
compromete o grande esforo para aumentar a justia social,
devido principalmente grande injustia tributria.
CONJUNTURA INTERNACIONAL GLOBALIZAR A
SOLIDARIEDADE DOS TRABALHADORES
A crise iniciada em 2008 definiu as mudanas no s na
economia, mas principalmente na governana poltica em todo
o mundo, permitindo o restabelecimento dos governos de
direita na Europa, o avano dos conservadores no parlamento
norte-americano, porm sem o mesmo efeito na Amrica
Latina. Nesta reacomodao poltico-ideolgica na Europa
alguns aspectos devem ser analisados mais amide, pois
apesar das manifestaes do povo nas ruas com protestos em
defesa de direitos trabalhistas e sociais, este mesmo povo,
descrente da poltica e desiludido com a democracia
representativa, em virtude de j terem experimentado tambm
governos social-democratas que somente gerenciaram a
agenda neoliberal, eleva ao poder a extrema direita, dignos
representantes deste modelo que condenam nas ruas.
Entretanto, novos ventos comeam a soprar: a Grcia acaba de
eleger um novo governo, de coalizao partidria de esquerda,
que se apresentou ao povo grego com um receiturio poltico
contrrio radicalmente s polticas neoliberais impostas pela
Troika e implementadas pelo governo anterior, de direita. A
Espanha, tambm em crise, e bem prxima de realizar o
mesmo com os partidrios de um novo partido, o Podemos.
Assim, o mapa poltico europeu comea a demonstrar
pequenos sinais de mudana.
Nos Estados Unidos, aquilo que de inicio parecia uma
diferenciao no enfrentamento da crise no campo das polticas
sociais, sofre um retrocesso com a renovao do parlamento
americano com o empoderamento do conservadorismo,
acompanhando o quadro poltico instalado na Europa. A
configurao desse novo parlamento anuncia o realinhamento
de foras em nvel global, como forma de sustentao
hegemnica da poltica norte-americana de transferncia da
conta da crise para os chamados pases perifricos. Neste
cenrio, h que se destacar o papel dos BRICS, cujos pases
integrantes apresentam uma postura diferenciada no
enfrentamento da crise econmica, se articulando em torno de
uma proposta comum de relao poltico-econmica, buscando
diminuir um pouco a dependncia da poltica dos chamados
pases de primeiro mundo.
Essa combinao apresenta mundialmente uma faceta danosa
do capitalismo: o enfraquecimento do movimento sindical, o
aumento da pobreza e da desigualdade social e,
paradoxalmente, a concentrao de riquezas. As polticas que
vem sendo adotadas pelos Estados Unidos e Unio Europeia
de enfrentamento aos efeitos da crise internacional so
baseadas em medidas neoliberais de austeridade e corte de
gastos ineficazes, pois no estancam seus efeitos e, ao
contrrio, promovem a recesso e reduzem os gastos do
Estado na rea social, deteriorando as condies de vida
dos/as trabalhadores/as.
Dados estatsticos comprovam que a Amrica Latina, uma das
regies mais desiguais do mundo, foi a nica a conseguir
reduzir a desigualdade social na dcada passada. Entre 2002
e 2011, a desigualdade de renda diminuiu em 14 dos 17 pases
sobre os quais h dados comparveis. No perodo, cerca de 50
milhes de pessoas deixaram a pobreza extrema na regio.
Nos ltimos 20 anos, o gasto social em relao ao Produto
Interno Bruto (PIB) teve um incremento de 66%. Mesmo com
esse avano, permanecem diferenas significativas entre os
pases da Amrica Latina. H um esforo dos pases Brasil,
Venezuela, Argentina, Uruguai, Bolvia e Equador, nos ltimos
10 anos em busca de constituio de espaos de integrao
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poltica, econmica e social. Essas aes resultaram na
UNASUL (Unio de Naes Sul Americanas) e a CELAC
(Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos).
Esse esforo ainda no homogneo, pois pases como o
Mxico, Colmbia e Paraguai ainda se rendem aos EUA. Esses
aspectos polticos da crise internacional tem sua dimenso
econmica que afetam os pases que possuem maior
dependncia frente ao comrcio internacional e maior
vulnerabilidade cambial e taxas de juros mais altas.
Ao olharmos para outros continentes, nos deparamos com os
mtodos de enfrentamento crise do capital que se
concentraram nas velhas receitas neoliberais de Reagan e
Thatcher (1982), totalmente centradas na diminuio do
tamanho e papel do Estado, tendo como consequncias as
desobrigaes para com a populao, principalmente no
mbito da seguridade social e na retirada de direitos dos
trabalhadores. Esses aspectos polticos da crise internacional
tem uma dimenso econmica que afeta os pases que
possuem maior dependncia frente ao comrcio internacional,
maior vulnerabilidade cambial e taxas de juros mais altas. Em
que pese a crise econmica e a viso negativa de setores do
grande empresariado e da grande mdia, a economia brasileira
atual bem mais slida do que no final dos anos noventa,
quando foi duramente afetada pela crise internacional.
Inegavelmente, com a ascenso da direita e a tomada de
alguns Estados pelas megaempresas, na Europa, e o processo
de globalizao, no h como a Amrica Latina ficar isenta das
consequncias desta crise.
Em resposta crise econmica e para salvar bancos e
corporaes as polticas adotadas pelos Estados Europeus tem
agravado a crise social. O corte de gastos pblicos, para
minimizar as consequncias do rombo monetrio deixado pelo
socorro bilionrio s instituies financeiras privadas e o
cumprir com as normas da Unio Europeia levaram o aumento
de impostos, arrocho salarial e altas taxas de desemprego. As
polticas de austeridade fiscal implantadas tambm
desencadearam medidas governamentais contra sindicatos,
especialmente dos servidores pblicos e populaes
imigrantes, sobretudo, em pases como Grcia, Espanha,
Portugal, Itlia e Frana. Tais aes foram acompanhadas pelo
aumento do autoritarismo estatal.Essa combinao apresenta
mundialmente uma faceta danosa do capitalismo: o
enfraquecimento do movimento sindical, o aumento da pobreza
e da desigualdade social e, paradoxalmente, concentrao
de riquezas. As polticas que vem sendo adotadas pelos
Estados Unidos e Unio Europeia de enfrentamento aos efeitos
da crise internacional so baseadas em medidas neoliberais de
austeridade fiscal e corte de gastos que no so eficazes, pois
no estancam seus efeitos, ao contrrio promovem a recesso
e reduzem os gastos do Estado na rea social, deteriorando as
condies de vida dos/as trabalhadores/as. O esforo em
busca da austeridade fiscal corta direitos sociais e garante a
remunerao s instituies financeiras, rentistas do capital.
Internacionalmente, so disponibilizados recursos pblicos
para salvar os verdadeiros responsveis pela crise, o sistema
financeiro e as corporaes transnacionais. Com o desemprego
crescente, aumentam a discriminao e a xenofobia contra
trabalhadores/as imigrantes, j submetidos/as a condies
precrias de trabalho, e na carona os movimentos fascista.
Esses aspectos polticos da crise internacional tem sua
dimenso econmica que afetam os pases que possuem maior
dependncia frente ao comrcio internacional e maior
vulnerabilidade cambial e taxas de juros mais altas.
Em que pese a crise econmica e a viso negativa de setores
do grande empresariado e da grande mdia, a economia
brasileira atual bem mais slida do que foi no final dos anos
noventa, quando foi duramente afetada pela crise internacional.
A luta dos trabalhadores em mbito internacional necessria,
pois para combatermos a globalizao do capital necessrio
globalizarmos a solidariedade entre os trabalhadores. Qualquer
ao estratgica que tenha como objetivo central a ruptura com
o atual sistema capitalista de relaes sociais, est na aliana
internacional com a classe trabalhadora. A busca deve ser
permanente rumo a outro modelo de relaes sociais, que
tenha como base a democracia e o socialismo, pautado no
respeito autodeterminao dos povos.
A ao estratgica internacional da CUT no fica limitada a
atuao nacional, ela se compromete com a luta pelo
fortalecimento da posio e da atuao da Central no
movimento sindical internacional.
A atuao da CUT nas organizaes internacionais, intervindo
nos espaos multilaterais onde so definidas polticas de
interesse da classe trabalhadora, tem ampliado o espao de
disputa hegemnica, alm de ampliar sua ao solidria ao
movimento sindical e aos/s trabalhadores/as de pases menos
desenvolvidos, em especial, na Amrica Central, Caribe e
frica.
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A FASUBRA tem atuao na CONTUA, ISP e CEA, mas precisa
consolidar essa posio, com investimento em programas que
ampliem a compreenso dos dirigentes sindicais sobre o
cenrio poltico e a luta internacional dos trabalhadores. Por
isso necessrio o
investimento em formao sobre poltica internacional e
sindicalismo, participando de espaos e fruns que debatam o
tema, como os promovidos pela CUT e a Universidade Global
dos Trabalhadores.
O enfrentamento da crise mundial no Brasil tem que ser
pautado pela luta contra as polticas recessivas geradas pela
crise internacional do capitalismo, que ampliam a explorao
do capital e violam direitos humanos dos/as trabalhadores/as,
criminalizando a organizao sindical de trabalhadores/as em
vrias regies do mundo.
CONJUNTURA NACIONAL
Neste processo, o Brasil tomou um caminho diferente no
enfrentamento crise. As medidas adotadas, diferentemente
dos governos europeus e norte-americano, voltaram-se para o
fortalecimento do mercado interno, de grandes investimentos
em infraestrutura e incentivo ao consumo interno, que
proporcionaram a gerao de renda e emprego, e que permitiu
ao Estado um flego econmico maior. Entretanto, a no
recuperao do mercado externo com a retrao nas
importaes dos parceiros comerciais, impacta fortemente no
crescimento do nosso PIB, ocasionando assim medidas que
ameaam as conquistas dos trabalhadores brasileiros obtidas
nestes ltimos perodos.
O Brasil enfrenta hoje desafios nas dimenses econmica,
poltica, social, urbana, entre outras. Pragmaticamente, nesse
inicio de governo, o que se tem assistido, so aes
controversas, com ajustes e reformas priorizando o rentismo
em detrimento as polticas sociais. O segundo mandato do
governo Dilma teve uma ampliao de alianas demarcada por
interesses divergentes. Dentro de um nico espectro poltico, a
agenda dos trabalhadores secundarizada, impondo classe
trabalhadora a busca da unidade e ampliao da mobilizao e
de disputa de suas bandeiras de lutas. Essa tarefa prioritria
nesse perodo.
Assim como o empresariado tenta se resguardar interferindo
nas polticas de governo, os trabalhadores tambm se
mobilizam na defesa de seus interesses e, neste aspecto, a
atuao da Central nica dos Trabalhadores CUT -, tem
destaque no cenrio de movimentao social. O capital
conseguiu influenciar e ampliar sua participao no segundo
governo da presidenta Dilma, demandando assim uma
responsabilidade ainda maior dos trabalhadores, com a
ampliao de sua mobilizao. O aumento da taxa Selic e a
composio do novo ministrio, com a entrega do comando da
rea econmica a Joaquim Lvy, um economista de formao
neoliberal, contrrio ao desenvolvimentismo e crtico contumaz
das polticas de valorizao do salrio mnimo, e a uma
representante-mor do agronegcio, que simboliza o latifndio
mais retrgrado, para o comando do Ministrio da Agricultura,
so decises definidoras da participao forte do capital no
governo.
O modelo de governana vigente deu exemplos claros do perfil
conservador na composio do novo ministrio. O expressivo
espao ocupado por quadros conservadores e integrantes do
agronegcio, empresariado e banqueiros, bem como a
apresentao unilateral, pelo governo, de medidas que levam
reduo de diversos direitos trabalhistas, repudiados pela
CUT, mostram claramente que, na correlao de foras, o
mercado/capital esta levando vantagem. Alm disso, a prpria
presidenta Dilma Rousseff j deixou claro que no se dispe a
liderar o processo de mudana de estratgia para alterao
dessa correlao de foras.
Iniciando seu novo mandato, a presidenta DILMA anuncia
medidas que alteram as regras da seguridade e seguro
desemprego e outros benefcios sociais. De imediato a CUT
protesta conclamando os trabalhadores s marchas que
ocorreram em todo o pas no dia 28 de janeiro, Dia Nacional de
Lutas por Emprego e Direitos. Estas manifestaes fazem parte
de um conjunto de aes j anunciadas pela Direo da CUT
para o inicio deste ano. Uma jornada de lutas agregando todos
os setores incluindo movimentos sociais, ser implementada
neste momento tendo como centro: Respeito aos direitos
trabalhistas; Ratificao da Conveno 158 da OIT (cobe
demisses imotivadas); Regulamentao da Conveno 151
da OIT (direito negociao coletiva dos servidores pblicos);
Fim do Fator Previdencirio; Jornada de 40 horas semanais,
sem reduo salarial; Correo da tabela do IR na fonte; Fim
do Projeto de Lei 4.330, que amplia a terceirizao; Reajuste
digno para os aposentados; Mais investimentos em sade,
educao e segurana; Transporte pblico de qualidade;
Reforma Agrria; Igualdade de oportunidades entre homens e
mulheres.
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Praticamente todas as organizaes sindicais encamparam
esta jornada de lutas. Nossa categoria participou em parte por
iniciativa prpria dos sindicatos de base da Federao, visto
que no h referncia alguma no sitio eletrnico da FASUBRA
dessa mobilizao. Neste CONFASUBRA preciso reafirmar a
insero da FASUBRA no movimento nacional com uma pauta
definida pela categoria e que incorpore no s nossas
bandeiras, mas tambm bandeiras gerais que se contraponham
ao projeto neoliberal que a direita tenta resgatar e impor a
sociedade.
Se os movimentos sociais querem mudanas no devero
esperar que o pontap inicial parta dos governantes. Caber a
esses protagonizarem a mudana da correlao de foras na
sociedade e a disputa dos rumos do governo. Por isso, h a
necessidade urgente de melhorar a capacidade de
organizao, mobilizao e comunicao estratgica dos
grupos sociais, dentre os quais este no qual nos inserimos: o
movimento dos trabalhadores tcnico-administrativos em
Educao das instituies de ensino superior pblicas
brasileiras.
O movimento sindical precisa entender que as contradies so
inerentes ao regime democrtico. Essas existem em
contraponto a modelos autoritrios de frente nica de
pensamento, exigindo cada vez mais dos trabalhadores o
aprimoramento das ferramentas de lutas na disputa do projeto
poltico da classe, na resistncia a ao da direita que continua
impondo suas agendas polticas. Essa reflexo impe classe
trabalhadora e aos movimentos sociais a construo da
unidade na diversidade. Para tanto, a possibilidade de avano
nas negociaes gerais e setoriais articulada a programas de
mudanas na vida de cada cidado e cidad desse pas tarefa
urgente para o movimento sindical. Nesse contexto, as disputas
fratricidas e individuais, motivadas por divergncias partidrias,
vaidades, e pela conquista do aparelho sindical devem ser
suplantadas pelo interesse maior, que a transformao social
e a defesa das pautas da categoria.
Nessa disputa preciso reconhecer o significado das aes
desenvolvidas pelo governo no combate a pobreza extrema nos
ltimos anos. Os dados comprovam que o Brasil saiu do Mapa
Mundial da Fome, mas a misria e a excluso social ainda
permanecem. Por isso preciso avanar. Mudanas estruturais
devem ser implementadas atravs das reformas poltica e
tributria, regulamentao dos meios de comunicao,
combate corrupo e na tributao daqueles que acumularam
riquezas a custo do sacrifcio da maioria do povo brasileiro, que
ainda no tem acesso aos direitos da cidadania.
O povo brasileiro reelegeu a presidenta Dilma, em funo do
seu compromisso com a ampliao das conquistas dos
trabalhadores. O incio do governo tem demonstrado que as
promessas da campanha no esto sendo cumpridas.
Assim necessrio que a classe se mantenha alerta,
combatendo qualquer iniciativa governamental que represente
retirada de direitos, ao mesmo tempo ampliando a disputa com
a direita conservadora, mantendo-se em alerta contra golpes
a democracia. Qualquer iniciativa de setores de esquerda que,
em vez de dirigir suas energias no combate s ameaas s
conquistas dos trabalhadores, utilizam essas para caluniar e
difamar seus pares na luta deve ser denunciado. O momento
requer aos trabalhadores que lutam no cotidiano o exerccio da
palavra de ordem to cantada no movimento sindical:
solidariedade, tolerncia, respeito e unidade entre os
trabalhadores! Unidade respeitando as diferenas!
A LUTA PELOS DIREITOS E CONTRA A DIREITA
A reeleio de Dilma s foi possvel em funo do compromisso
da Presidenta com a ampliao das conquistas dos
trabalhadores. necessrio que a classe se mantenha alerta,
combatendo qualquer iniciativa que represente retirada de
direitos, ao mesmo tempo, ampliando a disputa com a direita
conservadora, mantendo-se em alerta contra golpes a
democracia. Qualquer iniciativa de setores de esquerda, que
ao invs de dirigir suas energias no combate as ameaas as
conquistas dos trabalhadores, utilizam esforos para caluniar e
difamar seus pares,deve ser denunciado. O momento requer
aos trabalhadores que lutam no cotidiano, o exerccio das
palavras de ordem to expressadas no movimento sindical:
solidariedade, tolerncia, respeito e unidade entre os
trabalhadores! Unidade respeitando as diferenas!
A crise mundial e seus efeitos no Brasil mais uma vez coloca
na Agenda Nacional a palavra de ordem dos trabalhadores:
No pagaremos essa conta! A CUT e as demais centrais
sindicais protestaram contra as medidas do governo, que
oneram somente os trabalhadores, editadas atravs das
Medidas Provisrias 664 e 665 e do Pacote econmico Levy.
A exigncia de revogao dessas MPs (retrocesso aos direitos
dos trabalhadores) e a retomada das aes de massa, com a
MANIFESTAO NACIONAL do Dia 28 de janeiro demonstrou
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ao governo que os trabalhadores no aceitaro nenhuma
retirada de direitos. A luta pelos direitos e contra a direita.
est na agenda da nossa Central.
Esta manifestao faz parte de um conjunto de aes j
anunciadas pela Direo da CUT para o inicio deste ano. Uma
jornada de lutas agregando todos os setores incluindo
movimentos sociais ser implementada neste momento tendo
como centro: Respeito aos direitos trabalhistas; Ratificao da
Conveno 158 da OIT (cobe demisses imotivadas);
Regulamentao da Conveno 151 da OIT (direito
negociao coletiva dos servidores pblicos); Fim do Fator
Previdencirio; Jornada de 40 horas semanais, sem reduo
salarial; Correo da tabela do IR na fonte; Fim do Projeto de
Lei 4.330, que amplia a terceirizao; Reajuste digno para os
aposentados; Mais investimentos em sade, educao e
segurana; Transporte pblico de qualidade; Reforma Agrria;
Igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.
As discrepncias contidas nessas MPs, a comear pela
fragilidade da justificativa do governo, de reduo da
corrupo na cesso de seguro desemprego no foi acatada
pelos trabalhadores. O combate a corrupo em todos os
setores deve ser permanente, mas no com retirada de
direitos, penalizando e ofendendo os trabalhadores, como se
os mesmos fossem os algozes e fraudadores do seguro
desemprego. O debate com as centrais sindicais, com dados
comprobatrios na mesa, para que, se comprovado aes
fraudulentas apliquem aes que penalizem os fraudadores
funo do gestor. Alternativa ao pacote Levy a a Reforma
Tributria, taxando o lucro, no o consumo.
necessrio, ainda, a construo de polticas alternativas para
combater a rotatividade, com a ratificao da Conveno 158,
que cobe demisso imotivada. Para isso, temos que construir
uma ofensiva no Congresso Nacional, ainda mais conservador
nesse novo mandato, com um Presidente que defende o que
h de mais sujo na prtica parlamentar.
A LUTA PELA SUPERAO DA DITADURA DO
SUPERVIT PRIMRIO.
A CUT, em conjunto com as demais Centrais, ao rejeitaram o
pacote Levy, demonstram sociedade necessidade de superar
o propsito do superavit em 2015 no patamar de 1,2% do PIB,
que induziu o governo na elevao dos impostos, casada ao
aumento do IOF Imposto sobre Operaes Financeiras para
os emprstimos s pessoas fsicas. Alm disso, a elevao da
taxa bsica de juros (Selic), responde aos anseios do setor
rentista em contraponto com o dos trabalhadores. Essas aes
apresentam ameaas de desemprego e desacelerao do
desenvolvimento do Pas. Por isso necessrio, alm da
denncia e do protesto construir parcerias com os movimentos
sociais e com as Centrais Sindicais, para ampliar a cobrana
de coerncia da Presidenta Dilma, mantendo o seu discurso,
vencedor nas eleies de que o ajuste nas contas publicas
ocorreria com o menor sacrifcio possvel.
Os trabalhadores, alm de suas bandeiras corporativas devem
fazer campanhas de denncias da atual taxa Selic, que realizou
o sonho do mercado financeiro e do PIG (imprensa
conservadora) que tem elogiado a iniciativa! Esses setores
preferem conviver com o aumento dos impostos, do que com a
taxao das fortunas, das heranas e do lucro da especulao
financeira. O movimento sindical deve utilizar suas mdias
denunciando essa concentrao de renda, em prol de uma
minoria detentora dos ttulos pblicos da dvida interna
brasileira. Est em jogo o crescimento do pas, com mais
empregos, polticos pblicas e salrios justos, sem penalizar a
classe trabalhadora. O Pacote est na contramo do processo
de mudana que o Brasil necessita na lgica da incluso social.
Para combater as medidas impopulares temos que demonstrar
que o aumento da Selic significa passar o custo da conta da
crise para a classe trabalhadora. A frmula que est sendo
adotada j nossa velha conhecida e foi rechaada no incio
do governo Lula, pois sabemos que com os juros altos o
consumo cai, a produo diminui e o desemprego aumenta; a
desigualdade social cresce, o desenvolvimento cessa e o Pas
retrocede. No Brasil deve haver equalizao das contas,
superando a ditadura do supervit primrio e a economia no
deve se render ao pagamento aos rentistas.
A AGENDA DERROTADA TEM QUE SER
COMBATIDA
incontestvel que o Brasil mudou nesses 12 anos e estamos
cientes de que a herana colonialista no seria suplantada em
uma dcada. Muito ainda h que ser feito e para que as
mudanas continuem preciso combater a opo inicial do
governo Dilma nesse segundo mandato, ao priorizar, no campo
macroeconmico a agenda da direita derrotada nas eleies.
No podemos admitir recuo nas conquistas desses ltimos
anos. Temos que enaltec-las e defend-las, buscando a
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ampliao das mesmas e a derrota daquelas que reforam a
viso neoliberal de estado.
CONGRESSO NACIONAL: MAIORIA
REPRESENTA O RENTISMO E
CONSERVADORISMO
O espao de disputa da agenda da classe trabalhadora se d
nas ruas, nos espaos institucionais e no Congresso Nacional
que aprova legislaes que asseguram ou retiram direitos.
Esse espao que deve ter uma atuao dos trabalhadores na
defesa de seus projetos.
Nessas eleies os movimentos sociais sofreram uma inflexo,
ao diminuir o seu espao representativo no Congresso
Nacional. Dados do DIAP, demonstram que o espectro do
Congresso Nacional o mais conservador desde a
redemocratizao. Esse desenho demonstra que a disputa
naquela casa ser mais renhida. O perfil conservador do atual
Congresso Nacional ao final da legislatura anterior, demonstrou
o seu des-compromisso com a democracia participativa, ao
derrotar o Decreto n. 8.243, que criava a Poltica Nacional de
Participao Social. Esse tema deve ser retomado na agenda
dos trabalhadores.
O SISTEMA DEMOCRTICO E A DISPUTA
PERMANENTE EM DEFESA DA AGENDA DOS
TRABALHADORES
A disputa na vida e num regime democrtico permanente, nos
espaos em que se organizam, na famlia e no trabalho. Todos
possuem um projeto e uma viso de mundo. No diferente
no governo. Por isso reafirmamos que esse governo continua
em disputa. Alguns momentos tende mais a direita, em outros
a esquerda. Esse o modelo democrtico que sustenta o nosso
pas e que com todas as suas contradies muito caro para o
povo brasileiro e dele no abrimos mo.
A cobrana da prtica do princpio da Democracia participativa,
que no se restringe as eleies majoritrias, deve ser
constante. A luta pela ocupao de espaos de formulao de
polticas pblicas sempre foi defendida pela FASUBRA, pois
nesses espaos que os trabalhadores disputam sua viso de
educao e de sade, e consequentemente de concepo de
estado. A participao da FASUBRA na CONAES Conselho
Nacional de Avaliao da Educao Superior, FNE-Frum
Nacional da Educao, CNS Conselho Nacional de Sade,
tem proporcionado a disputa de nossas teses, bem como a
denncias a projetos que comprometem a viso defendida de
Universidade. A nossa atuao no CNS contra o modelo de
gesto dos HUs, com a aprovao da Lei que criou a EBSERH
tem sido marca da importncia dessa ao. Da mesma forma a
nossa atuao no FNE, dando nfase a viso da Federao
com relao a modelos de educao e de Universidade e
quanto ao papel do Trabalhador Tcnico-Administrativo em
Educao e na CONAES, com referncia avaliao e
credenciamento das IFES.
Essa participao deve se dar em todos os nveis da sociedade,
seja Federal, Estadual e Municipal, e tambm no ambiente
universitrio, com a nossa atuao nos rgos colegiados
superiores e nas congregaes acadmicas das
Universidades. O entendimento da necessidade da ocupao e
disputa desses espaos est intrinsecamente ligada
compreenso de que o governo no propriedade de um
partido ou de uma classe. um governo de coalizo ampla, em
disputa constante para atender os interesses de todos os
setores que o compem. Os movimentos sociais devem
compreender a dimenso do seu papel nesse contexto na luta
pela prtica do princpio que originou a criao do Partido dos
Trabalhadores que compem a coalizo do governo Dilma - a
participao social. preciso agir em defesa desse princpio,
pois a maioria da populao brasileira que garantiu a vitria no
segundo turno da Presidenta Dilma cobra a manuteno de
canal de dilogo e de negociao com os trabalhadores.
QUAL A AGENDA DOS TRABALHADORES
TCNICO-ADMINISTRATIVOS EM EDUCAO?
A pauta de reivindicaes da nossa Categoria deve ser
redimensionada. Separar o que estratgico do prioritrio, bem
como dar visibilidade agenda com temas que extrapolem as
questes corporativas e que dialoguem com as proposies
das mudanas que o Brasil necessita para que, de fato, ela
seja uma ptria educadora. Essa frase da Presidenta Dilma,
no deve ficar na retrica, pois ela representa um governo que
exercita o poder de incluso, de participao e de
transformao. Crescimento s possvel com incluso e
participao social.
A FASUBRA deve ampliar a sua agenda, que no pode ficar
limitada a demandas dos Grupos de Trabalho, institudos com
o Acordo da Greve de 2012. tarefa urgente, pensar polticas
para os novos trabalhadores ingressantes na Universidade ps
reforma da previdncia. A Universidade e o perfil dos
trabalhadores que ingressaram desde 2003 mudou.
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COLETIVO TRIBO
P gin 8
Convivemos com modelos diferenciados de direitos, mesmo
para os estatutrios, por isso a FASUBRA deve sair da
trincheira, voltar a formular polticas, atualizar a sua pauta e
ter coragem para disput-la.
As Centrais Sindicais tem atuado corretamente, ao cobrar da
Presidente Dilma o seu compromisso com os trabalhadores. A
rejeio s medidas impopulares e antidemocrticas de
retiradas de direitos deve unir a classe trabalhadora, ampliar a
mobilizao e resistncia, bem como dar visibilidade a
proposies com relao superao do fator previdencirio,
a manuteno da Poltica de Valorizao do Salrio Mnimo, a
regulamentao da Conveno 151 (Negociao Coletiva no
Servio Pblico), a correo da tabela do imposto de renda, a
reforma poltica, tributria, democratizao da mdia, agrria e
as polticas de fortalecimento da agricultura familiar.
O PAPEL DA FASUBRA SINDICAL
A FASUBRA sempre teve um papel estratgico na luta setorial
e geral. Por isso deve levantar a bandeira da unidade na luta.
O que nos divide natural, mas devemos potencializar o que
nos une. A classe trabalhadora sempre o alvo da viso
ortodoxa da economia. Temos que nos questionar
cotidianamente: qual a real insero da FASUBRA nos
diversos espaos de disputa? Tal indagao deve ser
respondida considerando-se a anlise da atuao da
Federao nesse ltimo perodo demarcado por uma
significativa mudana nas lideranas polticas frente da
FASUBRA.
A prtica pblica de setores da Federao divulgado nas redes
sociais, reivindicando para si todas as conquistas obtidas
nesse perodo demonstra um narcisismo absurdo, que
convence apenas a alguns, pois de conhecimento dos
trabalhadores que as conquistas no so propriedades
privadas. Se as conquistas da categoria forem reduzidas
cara e cor da camisa de quaisquer dirigentes, onde fica o
princpio democrtico do exerccio da proporcionalidade?
Infelizmente, essa foi a marca da atuao da entidade nos
ltimos trs anos. Uma postura arrogante e inbil do ponto de
vista poltico nos diferencia e demarca a forma de leitura da
conjuntura e das tarefas do movimento. Para ns, a fortaleza
da FASUBRA justamente a sua diversidade. Respeitamos a
todos (as), inclusive aqueles que nos agridem. Para esses,
preciso expurgar os diferentes como nica forma de construir a
Luta! Alis, uma prtica utilizada nos regimes totalitrios, e na
contramo da histria dessa Federao, que um exemplo no
exerccio da democracia. Isto demonstra que a nica
preocupao de alguns grupos/pessoas, sem generalizaes,
no interior da entidade a disputa pelo aparelho sindical,
colocando, inclusive, em risco o exerccio da proporcionalidade.
A FASUBRA muito mais do que isso! A essa postura
respondemos com o nosso compromisso com a Luta, de forma
coerente e respeitando as diferenas.
A avaliao inicial e a autocrtica do Coletivo Tribo de que a
atual gesto apresentou inmeras dificuldades, dentre as quais
a falta de definio de polticas claras que norteassem a prtica
coletiva da Federao; a falta de unidade do Bloco Majoritrio,
desde o incio da gesto, exposto em debates em redes sociais;
a ausncia de estratgias, a insegurana nos processos de
negociao frente ao governo, e a carncia de informao
institucionalizada. Ressalte-se que essa avaliao atinge a
todos os 25 diretores da entidade, sem distino de grupos
polticos. Poderamos pontuar a ausncia de membros da
direo, que, pela estratgia de sua funo, fragilizou ainda
mais a conduo poltica da entidade, mas no o faremos, pois
respeitamos as particulares de cada coletivo.
A EXPOSIO PBLICA DA FASUBRA NAS
REDES SOCIAIS.
As disputas internas do Bloco Majoritrio (FRENTE BASE e
VAL), expostas nas redes sociais, fragilizaram a ao da
FASUBRA nesse perodo. A Greve de 2012, com seu resultado
final afirmado num acordo de trs anos, defendido de forma
incisiva pela maioria dos integrantes do Bloco Majoritrio, teve
a contribuio de todos, na tentativa de minimizar os desgastes
com a Categoria. Sabamos que o acordo era rebaixado, mas
em nome da unidade, concordamos com a sua assinatura. A
desqualificao pblica da direo da FASUBRA por diretores
integrantes do Bloco Majoritrio demonstrou novamente a
fragilidade dessa direo e mais uma vez contribuiu com a
prtica da difamao e do deboche.
A ARROGNCIA POLTICA E A
DESLEGITIMIZAO DOS DEMAIS
Todas as foras polticas e o conjunto da categoria, em cada
Universidade, tiveram um papel importante na histria da
FASUBRA nesses 34 anos de Luta. bvio que a estrutura da
FASUBRA cobra uma ao maior da direo majoritria, com
dois coordenadores gerais, que tem a obrigao poltica de dar
direo Luta, o que de fato no ocorreu nesse perodo. A falta
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COLETIVO TRIBO
P gin 9
de respeito com companheiros da direo e de orientao
uma marca nessa gesto.
Outro dado a ser registrado a contradio entre a prtica e o
discurso de alguns grupos. A FASUBRA buscou (oficialmente)
o apoio das centrais sindicais CUT e CTB, nos movimentos
grevistas e processos negociais para contribuir na Luta.
Inclusive o Acordo de Greve de 2007 foi assinado pela CUT na
pessoa do seu Presidente Artur que sempre esteve presente,
quando demandada, independente da filiao. Mesmo assim os
setores majoritrios optaram por um ataque sistemtico e a
desqualificao dessas Centrais. Para alm da crtica,
pertinente em alguns momentos, optou-se por um processo de
desconstruo da CUT e CTB buscando alavancar outras
centrais. Perda de energia que podia estar direcionada para a
luta e formulao de estratgias. Certamente nenhuma central
sozinha conseguir fazer a revoluo.
Diante desse diagnstico, da forma de atuao da FASUBRA e
sua relao com as Centrais, achamos importante aprofundar
a reflexo coletiva nesse CONFASUBRA: se a FASUBRA deve
ou no filiar a uma Central, vez que sempre conclama o apoio
das Centrais.
UM HISTRICO DE LUTAS
A FASUBRA uma entidade reconhecida historicamente por
sua capacidade de mobilizao e pela contribuio poltica nas
disputas dos espaos sociais. Ao longo da sua histria,
diversos atores das foras polticas organizadas na Federao
contriburam significativamente para essa condio,
empenhando-se na elaborao de orientaes polticas sobre
os mais diversos assuntos; na concepo de projetos
educacionais; na definio de estratgias de mobilizao; na
realizao de estudos sobre a Categoria; nas elaboraes de
propostas para a disputa com os agentes governamentais.
Estas aes sem dvida foram fundamentais para a
implementao de polticas pblicas essenciais para a rea da
educao, mesmo que muitas vezes tenham sido necessrias
a utilizao de atividades radicalizadas de organizao e
mobilizao, tais como memorveis greves, que resultaram no
somente em benefcios para os Tcnico-Administrativos, como
tambm para as comunidades universitrias, para o servio
pblico e para sociedade. Foram tambm responsveis por
consolidar o protagonismo da FASUBRA nas lutas por um
modelo de educao que seja indutor da transformao social.
A Federao, estrategicamente, buscando a afirmao da
identidade da classe que representa - trabalhadores tcnico-
administrativos em educao - foi protagonista na luta contra-
hegemnica, atuando efetivamente em todos os fruns de
disputa da viso desse segmento de trabalhadores sobre
modelos de estado, de universidade e de relaes de trabalho.
Nos ltimos anos a FASUBRA, coordenada pelo Bloco
Majoritrio, com duas coordenaes gerais (VAL e BASE),
desperdiou suas energias no combate e desqualificao de
companheiro (as) da direo, priorizando a disputa do
aparelho FASUBRA. A luta real e o interesse da categoria foi
secundarizado. Em vez de se investir na busca de anlise de
cenrios internos e externos, de instrumentos que
possibilitassem avanos nas conquistas, priorizou-se o
exerccio da demonizao das foras polticas que no
integram o bloco majoritrio, da prepotncia poltica (publicada
em vrios textos), do enaltecimento pessoal, reivindicando para
si a ao poltica da FASUBRA nesses trs ltimos anos.
Desqualificaram-se todas as foras que compem a direo da
Federao, inclusive de agrupamentos polticos que somaram
na composio do bloco majoritrio do ltimo CONFASUBRA.
Essa opo poltica tem levado a Federao ao descrdito,
derrotas polticas e a falta de unidade.
A forma de atuao histrica da FASUBRA nos ltimos anos foi
reduzida, cedendo significativo espao para uma nova forma de
militncia, a das redes sociais virtuais, cuja principal
caracterstica a interpretao de fatos, a utilizao de um
discurso fcil de oposio e o uso da estrutura sindical para o
aparelhamento partidrio. Essa pseudoao camuflada pelo
exerccio da crtica pela crtica. Concordamos que a crtica
precisa ser feita, mas que ela deve servir para ajudar a
aprimorar os instrumentos da luta social, convertendo-se em
prtica poltica e social, sob pena de se perder tudo o que foi
construdo coletivamente ao longo dos anos. Desde 2012,
foram produzidos pouqussimos materiais formativos pela
FASUBRA; no h qualquer novo projeto em disputa no
Congresso Nacional ou na base da categoria; no h estudos
sobre as demandas e especificidades da Categoria; e as
informaes produzidas, de forma geral, no so
institucionalizadas. Vive-se, atualmente, na corda bamba de
sombrinha.
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COLETIVO TRIBO
P gin 10
Com relao informao veiculada nas redes sociais, esta
operacionalizada conforme a convenincia e vaidade do
diretor que dela dispe, refletindo somente o seu lado. A
FASUBRA instituio se cala, no tem voz! Alm disso, os
veculos utilizados no so o site e as pginas oficiais da
Federao, mas sim grupos informais das redes sociais. Em
vez de se utilizar a informao como um mecanismo de
orientao da Categoria e, consequentemente, fortalecer a
Federao enquanto fonte sria e confivel, os dados so
tratados a partir do interesse e da viso do coordenador,
banalizando e rebaixando, em muitos casos, a prpria entidade.
Por causa da disputa interna de grupos polticos, perde-se a
oportunidade de se usar as novas mdias, decorrentes das
inovaes tecnolgicas que democratizaram a comunicao,
para formar e informar. A palavra de ordem desqualificar o
diferente e usar a crtica para jogar por terra qualquer esforo
de busca da construo unitria, que sempre representou a
melhor tradio da FASUBRA: a unidade na diversidade, a
unificao dos esforos e o investimento nos consenso das
aes.
OBJETIVO PRINCIPAL DO CONFASUBRA: ARMAR
A CATEGORIA PARA A LUTA!
Nesse CONFASUBRA mais uma vez necessrio debater
sobre qual a FASUBRA que queremos. Para ns a prioridade
tem que ser a construo da Luta e o fortalecimento da
FASUBRA. Aqueles que querem debater ideias, pensar formas
de combate e de luta, e que sempre estiveram nas disputas
convidamos a realizarem o exerccio da avaliao dos rumos
que adotaremos para a entidade e, consequentemente, para a
Categoria.
Os inmeros desafios, com o final das parcelas remuneratrias
do Acordo de Greve no ms de maro, exigir uma atuao
firme e precisa da direo da entidade. No adianta ficar
atirando para todos os lados, ou pior, atirando para os
companheiros de luta!
A maioria da base, milhares de trabalhadores(as), acreditam e
esperam que a Federao tenha protagonismo na Luta, que
saia da trincheira do denuncismo, da arrogncia, da vaidade
poltica, e das disputas fratricidas, e que no fique reboque
de outras entidades nacionais.
Conclamamos o conjunto da Categoria ao debate poltico
quanto avaliao da conjuntura e qual o papel do trabalhador
nesse contexto. Somos contrrios utilizao de quaisquer
espaos, em especial os virtuais, para desqualificao das
foras polticas que integram a Federao. Cientes da
necessidade da Unidade na Luta e de que setores da direita
tm acesso aos debates dos trabalhadores, principalmente
porque so amplamente acessveis em mdias virtuais, no
rebaixaremos a nossa interveno poltica. A utilizao da
desinformao generalizada e a informao banalizada, em
nome da FASUBRA, tem desconstrudo aes polticas e o pior,
tem fragmentado a luta dos trabalhadores. O momento requer
o enfrentamento do grande desafio de converter as crticas em
ideias, que ajudem a criar novas estratgias de luta, de
organizao, mobilizao e comunicao e, principalmente,
represente um novo comportamento dos dirigentes dessa
Federao.
A PETROBRAS NOSSA!!!
A PETROBRS, maior estatal do Pas, responsvel por
milhares de empregos e que representa 13% do PIB Nacional,
nunca esteve to ameaada como agora, em face da guerra
especulativa que vem sofrendo, orquestrada por setores
polticos e econmicos que a querem privatizada, como
ocorreu, em passado recente, com a Vale do Rio Doce, vendida
a preo muito inferior ao que realmente valia.
Em meio a essa guerra reacende-se a necessidade de
resgate do projeto de lei construdo pela FUP e movimentos
sociais, a fim de transformar a estatal em empresa 100%
pblica, que foi apresentado ao Congresso Nacional em 2009
e tramitou em conjunto com os projetos que estabeleceram o
novo marco regulatrio do pr-sal. Essa proposta (PLS
531/2009) encontra-se parada na Comisso de Constituio,
Justia e Cidadania do Senado, onde aguarda distribuio.
Nunca foi to necessrio que o Estado brasileiro aumente sua
participao no controle acionrio da Petrobrs e resgate a
empresa do capital especulativo afirmou o coordenador da
FUP, lembrando que o mercado nunca desistiu de pautar a
empresa e o governo, submetendo-a a interesses escusos.
O movimento sindical no pode ficar a reboque do que vem
pautando a mdia, que distorce fatos e omite dados e
informaes sobre a realidade da empresa, no que tange a
avanos e investimentos, conquistados e realizados nos
ltimos anos. Deve se posicionar contrrio aos ataques, que
visam depreciar o valor da Petrobrs e desqualificar a
capacidade administrativa dos tcnicos brasileiros para, em
seguida, entregarem esse importante patrimnio da populao
na mos dos especuladores internacionais.
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COLETIVO TRIBO
P gin 11
Deve-se, com veemncia, exigir que todas as irregularidades
sejam devidamente apuradas e seus responsveis punidos, na
forma da Lei como j vem ocorrendo. No entanto, no pode
perder de vista o ressurgimento de ameaas, do tipo da que foi
implementada no perodo de FHC (entre 1995 e 2002), quando
tentaram transform-la em Petrobrax, com o objetivo claro de
entreg-la para as produtoras petrolferas norte-americanas,
quando 36% das aes da estatal foram entregues, atravs das
bolsas de Nova Iorque, aos especuladores internacionais.
Defender a Petrobrs significa defender o maior patrimnio do
povo brasileiro! E isso requer que se faa justia, sobretudo em
relao aos que dependem diretamente dela seus milhares
de trabalhadores/as, que precisam serem ouvidos e
valorizados, nesse momento de crise.
A FUP Federao nica dos Petroleiros, reage as ameaas
de privatizao da Petrobrs,se posicionando sobre a crise
vivenciada pela estatal. Reproduzimos, abaixo, parte da Nota
Nacional divulgada pela Federao, concordando com a
mesma.
(...)No vamos abrir mo de esclarecer todas as denncias,
de exigir o julgamento e a punio dos responsveis; mas no
temos o direito de ser ingnuos nessa hora: h poderosos
interesses contrariados pelo crescimento da Petrobrs, vidos
por se apossar da empresa, de seu mercado, suas
encomendas e das imensas jazidas de petrleo e gs do Brasil.
Historicamente, tais interesses encontram porta-vozes
influentes na mdia e nas instituies. A Petrobrs j nasceu
sob o ataque de inimigos externos e predadores internos,
como destacou a presidncia da Repblica. - Contra a criao
da empresa, em 1953, chegaram a afirmar que no havia
petrleo no Brasil.
So os mesmos que sabotaram a Petrobrs para tentar
privatiz-la, no governo do PSDB, e que combateram a
legislao do Pr-Sal.
Os objetivos desses setores so bem claros:
- Imobilizar a Petrobrs e depreciar a empresa para facilitar sua
captura por interesses privados, nacionais e estrangeiros;
- Fragilizar o setor brasileiro de leo e Gs e a poltica de
contedo local; favorecendo fornecedores estrangeiros;
- Revogar a nova Lei do Petrleo, o sistema de partilha e a
soberania brasileira sobre as imensas jazidas do Pr-Sal.
Para alcanar seu intento, os predadores apresentam a
Petrobrs como uma empresa arruinada, o que est longe da
verdade, e escondem do pblico os xitos operacionais. Por
isso essencial divulgar o que de fato aconteceu na Petrobrs
em 2014:
- A produo de petrleo e gs alcanou a marca histrica de
2,670 milhes de barris equivalentes/dia (no Brasil e exterior);
- O Pr-Sal produziu em mdia 666 mil barris de petrleo/dia;
- A produo de gs natural alcanou 84,5 milhes de metros
cbicos/dia;
- A capacidade de processamento de leo aumentou em 500
mil barris/dia, com a operao de quatro novas unidades;
- A produo de etanol pela Petrobrs Biocombustveis cresceu
17%, para 1,3 bilho de litros.
E, para coroar esses recordes, em setembro de 2014 a
Petrobrs tornou-se a maior produtora mundial de petrleo
entre as empresas de capital aberto, superando a ExxonMobil
(Esso).
O crescente sucesso operacional da Petrobrs traduz a
realidade de uma empresa capaz de enfrentar e superar seus
problemas, e que continua sendo motivo de orgulho dos
brasileiros.
Os inimigos da Petrobrs tambm omitem o fato que est na
raiz da atual vulnerabilidade da empresa especulao de
mercado: a venda, a preo vil, de 108 milhes de aes da
estatal na Bolsa de Nova Iorque, em agosto de 2000, pelo
governo do PSDB.
No podemos nos omitir. A atuao do movimento sindical e,
em especial dos TAEs, frente a essa questo, deve ser de total
combate, desconfiana e defesa:
Combate s aes que vm sendo orquestradas pela mdia
especulativa, que bombardeia a empresa, diariamente, para
reduzir sua importncia, mascarando dados e informaes
sobre sua real situao econmica, a fim de reduzir seu valor e
sua importncia;
Desconfiana diante dos atores que esto se apresentando
como salvadores da estatal e que, em passado recente,
esboaram entreg-la ao mercado internacional, sob a
roupagem de Petrobrax, quando derramaram 180 milhes de
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COLETIVO TRIBO
P gin 12
aes da estatal, das quais 60% foram parar nas mos de
investidores estrangeiros;
Defesa do PLS 531/2009, que alm de defender a
transformao da empresa em 100% pblica, visa a
constituio do Fundo Social Soberano, para que todos os
recursos excedentes do petrleo sejam destinados s polticas
pblicas de ateno s necessidades do povo brasileiro.
A CRISE HDRICA E ENERGTICA
" A gua de boa qualidade como a sade ou a liberdade: s
tem valor quando acaba."Guimares Rosa
Sabe-se que a crise hdrica vivenciada na atual conjuntura,
principalmente nos estados de So Paulo, Rio de Janeiro e
Minas Gerais, uma tragdia prevista desde 2001, quando
especialistas e ambientalistas, anunciaram essa ameaa em
vrios fruns de debate e estudos sobre a questo, sem,
contudo serem levados a srio pelos governantes estaduais
poca.
O alerta da Agncia Nacional de guas (ANA) no foi o nico,
pois o prprio governo de So Paulo, baseado em anlises de
duas centenas de especialistas, j apontava para o risco de
desabastecimento em 2015. A estiagem que assolou o
Sudeste, nos ltimos trs veres foi, apenas, mais um dos
fatores que agravaram a problemtica, com destaque para a
falta de planejamento e aes concretas, que pudessem
enfrentar a crise.
O Brasil, apesar de deter o maior volume de gua doce do
planeta tambm um dos campees em desperdcio. So
Paulo desperdiou, em 2013, 34,3% de toda gua tratada e
ocupa a 19 posio no ranking nacional; no Rio Grande do Sul
foram desperdiados, no mesmo ano, 37,2% e no Amap,
atingiu-se o patamar vergonhoso de 76,2%. Isso fez com que a
mdia nacional de desperdcio, em 2013, alcanasse 37%.
Comparando-se o volume desperdiado com outros pases
estamos na frente de Itlia (29%); Frana (26%); Reino Unido
(16%); Estados Unidos (15%) e do Japo (7%), o que coloca o
Brasil em estado de alerta, diante de tamanho descalabro.
Pergunta-se, ento: qual o papel e a responsabilidade dos
trabalhadores tcnicos em educao, diante de tamanho
desafio? Os trabalhadores/as, enquanto cidados e cidads,
honrando o protagonismo que lhe peculiar, no podem se
omitir em oferecer sua contribuio, seja aprofundando o
conhecimento sobre a questo, a fim de no se deixarem
manipular pelo alarmismo da grande mdia, mas principalmente
como agentes de transformao, atuando como formadores de
opinio consciente e coerente, que, por meio de aes
concretas, no ambiente domstico e de trabalho mostram o que
possvel ser realizado, cotidianamente: seja economizando
ou realizando campanhas educativas contra o mau uso e o
desperdcio desse precioso recurso natural finito, que a gua.
Deve-se, portanto, inserir na agenda de lutas da FASUBRA, no
mnimo, um grupo de estudo, a fim de que a crise hdrica e
energtica seja esmiuada, possibilitando aos TAEs, mostrar
seu potencial de mobilizao e atuao.
RELAES DE TRABALHO CARREIRA-
TERCEIRIZAO
"Apenas quando somos instrudos pela realidade que
podemos mud-la"Bertolt Brecht
A fundamentao terica apresentada na tese desse Coletivo
no XXI CONFASUBRA, continua atual, e por isso nesse
Congresso optamos em socializar com os companheiros alguns
elementos de nossa reflexo sobre o tema, na expectativa de
contribuir com o avano da formulao coletiva da FASUBRA,
paralisada nos ltimos anos, ou limitada reflexes individuais
ou de foras polticas organizadas na Federao, sem que
houvesse um esforo coletivo, acima das disputas fratricidas
pela construo coletiva.
Inegavelmente houve uma expanso da educao pblica
jamais vista anteriormente. A ideia de que educao no
gasto e sim investimento provocou o aumento nas verbas
oramentrias que saram do patamar de 18 bilhes em 2002,
para 115 bilhes em 2014 permitindo a criao de 422 novas
instituies de ensino Tcnico-Tecnolgico e tambm 18
Universidades federais, e 173 campus. Combinado a isto houve
a contratao, no perodo de 2003 a 2014, de 72.619 novos
Trabalhadores Tcnico-Administrativos em Educao,
denotando uma inverso na poltica neoliberal aplicada
anteriormente, em que o projeto reinante na dcada de 90 foi a
de Estado Mnimo e, portanto a reduo do papel do estado na
educao.
Estes dados demonstram uma mudana substancial na
formatao do Estado e em especial na educao. Porm a
FASUBRA permanece alheia a estas mudanas, ignorando
ainda a necessidade de organizar estes novos trabalhadores
que, na defesa de seus direitos, comeam a se organizar por
http://pensador.uol.com.br/autor/guimaraes_rosa/
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COLETIVO TRIBO
P gin 13
conta prpria, dada a ausncia da Federao. O
reconhecimento dessa situao nos impe, alm de repensar
nossa organizao sindical, realizar levantamento do perfil
desses novos trabalhadores, visando construo de debates
segundo esta nova realidade das relaes de trabalho; a
consequente instituio de uma carreira como instrumento de
gesto para a categoria, que atenda as demandas j
manifestas h tempos nos fruns da Federao.
Com o advento do PCCTAE e mais recentemente com o Plano
Nacional de Capacitao e Qualificao, nossa categoria fez
um expressivo movimento na busca de sua formao. Isto
aliado ao elevado nvel de escolaridade dos recm-ingressos
nos coloca em um patamar mais elevado no que se refere ao
nvel de escolaridade, o que dever se refletir na reestruturao
do PCCTAE.
Iniciando ento o reclamado debate, reconhecendo a falta de
conhecimento pleno do perfil da fora de trabalho e das
relaes de trabalho existentes no mbito das instituies, cabe
uma indagao: quem so os trabalhadores em educao? A
pertinncia deste questionamento tem base na necessidade de
admisso que a Educao se faz num processo e, como tal,
deve se compreender como fora de trabalho todos os que
integram este processo, independentemente do vinculo.
Partindo do entendimento de que categoria significa corpo
nico, e reconhecendo as diferenas entre seus integrantes, a
carreira deve comportar estes elementos diferenciadores
inerentes ao processo de trabalho, coadunando com os
dispositivos estatutrios das entidades que identificam sua
base de representao. Demanda deste ponto de vista,
inclusive como forma de se evitarem movimentos setorizados,
a necessidade de reestruturao do PCCTAE, bem como a
implantao imediata dos programas de capacitao e
qualificao, definindo o acesso e financiamento em debate na
Comisso Nacional de Superviso da Carreira. A isto dever
ser agregado a participao tambm nos convnios firmados
pela CONTUA com universidades brasileiras de intercmbio
tambm para os TAEs. Esta demanda deve ser prioridade
numero um da Federao junto ao MEC.
Repensar o PCCTAE obriga, portanto olhar para todos estes
elementos que envolvem o processo de trabalho, as condies
de trabalho com jornada semanal mxima de 30 horas e o
ambiente institucional onde se deve estabelecer uma gesto
democrtica.
PCCTAE: 10 ANOS DESAFIOS E
PERSPECTIVAS
A Lei 11.091/2005, no ms de janeiro completou 10 anos de sua
aprovao no Congresso Nacional, resultado da luta da
categoria e tambm de compreenso poltica de setores do
governo, com destaque ao MEC, que se somaram aos tcnico-
administrativos na ocasio, por entender o papel e a
importncia dessa categoria no ambiente acadmico
universitrio.
A lei no comporta todos os elementos de uma carreira, dada a
impossibilidade da ascenso funcional, mas possui em seu bojo
instrumentos de gesto da Universidade, definio de papis
dos tcnico-administrativos e, fundamentalmente, a afirmao
da identidade de trabalhador da educao, antes invisvel nas
legislaes vigentes, admitida apenas para os docentes.
Por vincular o Programa de Capacitao dos Integrantes da
Carreira ao Plano de Desenvolvimento Institucional PDI, a Lei
incorpora ferramentas que trabalham a viso de Universidade
defendida pela FASUBRA e, portanto, se tornou em instrumento
estratgico de disputa acerca do papel da Universidade. Da a
importncia da implementao na ntegra de todos elementos
nela contidos.
Com dez anos, a Lei precisa ser avaliada do ponto de vista da
sua implementao e pela necessidade de seu aprimoramento,
previsto na prpria Lei. No processo de construo do PCCTAE
havia a conscincia de sua limitao, imposta pela correlao
de foras no momento da finalizao do acordo com o governo,
e por isto ocorreu a incluso estratgica de artigo que abria
possibilidades de aprimoramento. Essa estratgia visava ao
acmulo de foras para avanar na luta pela recuperao, com
outra nomenclatura, de cargos extintos pela Terceirizao, bem
como o avano de elementos contidos no PCU Plano do
Cargo nico.
A partir de 2005, resultante da luta, houve o avano em, dentre
outros itens como reajuste de Tabela, na conquista dos IQ
Incentivos de Qualificao para todas as classes e no step.
Mas no conseguimos cumprir o que determina a Lei com
relao racionalizao de cargos, reposicionamento dos
aposentados, terceirizao e dimensionamento de vagas. A
impossibilidade desse avano se deu em funo do impasse
com o governo no processo negocial, tendo em vista que sua
concepo sobre esses temas no tem similaridade com a
posio da FASUBRA. Por outro lado, no conseguimos,
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minimamente, desenvolver uma tarefa bsica e fundamental
para diagnosticar a implantao do PCCTAE nas
Universidades.
A FASUBRA estacionou no tempo com relao a estudos e
formulao acerca da carreira. Essa postura de trincheira
adotada pela Federao, acomodada nas aes de denncias
e de resistncia, abandonando um papel estratgico do
sindicato que a formulao e disputa de suas ideias em todos
espaos institucionais, no muniu a categoria de elementos na
disputa do seu projeto estratgico, que a maioria da categoria
sequer conhece.
inconcebvel uma Federao com a histria e prtica da
FASUBRA no se aprofundar no conhecimento das mudanas
do mundo do trabalho e do perfil do trabalhador que ingressa
na Universidade. O estudo sobre o tema imprescindvel na
disputa com o governo relativo ao modelo da carreira e de
universidade, principalmente em funo dos impactos
promovidos pela reforma da previdncia (EC-19 e 41), que
criou dois tipos de aposentadoria: aposentadoria integral,
parcial (80 ltimos salrios) e por ltimo a FUNPRESP, que
enquadra os novos trabalhadores no RGPS, com teto de R$
4.662,43 neste ano de 2015.
A ltima reunio sobre reflexo da Carreira com Grupo de
Trabalhos da FASUBRA, realizada no final de 2014, no teve
seus desdobramentos encaminhados pela Federao, foi
secundarizada construo coletiva, passando a atuao de
ao por resultados setorizados, contradizendo sua histria de
sindicato que disputa ideias e concepes de estado e
Universidade, em todos os espaos, como Congresso, SBPC,
Governos, ANDIFES etc.
O trabalho, ainda inconcluso, simples, mas demanda o
comprometimento da direo da FASUBRA e de sua base. Sem
ele, qualquer debate sobre o aprimoramento da Carreira fica
comprometido. A reflexo coletiva com o conjunto da categoria
sobre os limites da Lei e da necessidade do seu avano
urgente, ancorada pela fora da Lei. Foram includos na
legislao elementos de gesto institucional que permitem a
participao dos trabalhadores no processo de superviso,
fiscalizao e aprimoramento do plano de carreira por meio das
CIS e da CNSC. preciso demandar essas instncias as
formulaes e no apenas esperar delas as proposies.
H a necessidade da convocao urgente do GT-Carreira, com
a definio antecipada da forma do seu funcionamento,
objetivos e participantes para evitar que este espao de
estudos da evoluo e aprofundamentos tericos-
argumentativos na afirmao de nosso projeto seja utilizado
como uma instncia de disputa de fora poltica, com interesses
divergentes ao da categoria. Avaliamos que o GT-Carreira da
FASUBRA, se bem articulado, atender ao pleito do Seminrio
de Carreira realizado em dezembro de 2014, de criao do
espao de aglutinao e articulao entre os debates da
CNSC/FASUBRA, CIS e Entidades Sindicais.
Estamos convictos de que h necessidade de uma mudana na
estrutura de cargos, pois um dos elementos da carreira o
pleno desenvolvimento na mesma, e hoje, por fora da reforma
da previdncia, os trabalhadores atingem o ltimo NC Nvel
de Capacitao Padro Salarial (16), bem antes de se
aposentarem. Ficam estagnados, sem perspectivas de
desenvolvimento, por mais de 10 anos na instituio. Achamos
que o debate e proposio de mudana na estrutura
necessrio, desde que seja antecipada pelo diagnstico.
A cobrana ao governo de finalizao da matriz do
dimensionamento da fora de trabalho pode ser objeto de
denncia judicial, pois a legislao determina prazo, que no foi
cumprido pelo governo. Da mesma forma, outros elementos
contidos no PCCTAE Lei 11.091/2005 (racionalizao,
reposicionamento de aposentados, terceirizao), que no
foram cumpridos. Tanto a resoluo da racionalizao, quanto
o combate terceirizao demandam o dimensionamento da
fora de trabalho, e portanto urgente a construo de matriz
nacional para cumprir a tarefa.
Nossa avaliao de que o PCCTAE no contm todos os
elementos de uma carreira, porm consideramos que uma das
maiores conquistas foi a afirmao da identidade de que
SOMOS TODOS TRABALHADORES TCNICOS
ADMINISTRATIVOS EM EDUCAO e que o desenvolvimento
na carreira deve ser atrelado ao Plano de Desenvolvimento
Institucional. Assim devemos promover campanhas de
conscientizao de que somos AGENTES DO PROCESSO DE
FORMAO DO CIDADO E DA CONSTRUO DO
CONHECIMENTO, para que possamos avanar na luta pela
construo de uma Universidade Cidad para os trabalhadores.
ATUAO DAS CIS E DAS ENTIDADES SINDICAIS
Parcela significativa das Instituies teve dificuldades em
organizar eleies e o funcionamento das Comisses Internas
de Superviso da Carreira. Outras, mesmo conseguindo dar
sequncia a esta exigncia da Lei, implantando a CIS, atuaram
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muitas vezes de forma desarticulada e, em alguns casos, sem
o conhecimento histrico dos princpios e conceitos que
fundamentaram a luta da Federao na construo do seu
projeto de carreira. Em locais onde os sindicatos atuaram mais
firmemente houve maiores avanos, o que d conta da
importncia da atuao da entidade sindical na implementao
prtica de seus direitos.
RACIONALIZAO DOS CARGOS: LIMITAES
Nos ltimos anos a discusso na FASUBRA ficou limitada s
pendncias dos acordos de Greves anteriores, no sendo
pautados novos debates, necessrios para se avanar na
compreenso de conceitos, dentre os quais o da racionalizao
de cargos. A categoria v a racionalizao como uma forma de
ascenso funcional, e outros exclusivamente como uma forma
de obter salrios iguais, independente de hierarquia real
existente, dos fazeres e dos dispositivos legais. Isso impede o
avano no debate de racionalizao que, por sua vez, encontra
resistncia na posio do governo.
A luta pela implantao da racionalizao ganha fora com
aprovao da CNSC de que a meta da comisso ser avanar
na atualizao e descrio dos cargos. Portanto, necessrio
incluir na agenda de lutas da CNSC a regularidade das suas
reunies e a prioridade neste trabalho, a fim de que seja
realizada a descrio de todos os cargos. Alm disso,
precisamos refletir de que forma pode-se avanar na luta pela
racionalizao, organizando a categoria dentro dos Ambientes
Organizacionais, conforme previsto na prpria carreira e
criando novos cargos que incorporem as atribuies dos cargos
extintos.
DESENVOLVIMENTO NA CARREIRA
O desafio maior no debate acerca do aprimoramento da
carreira no deve se restringir a reajuste de Tabela Salarial. A
categoria tem que ser motivada e conscientizada a refletir sobre
o modelo de desenvolvimento indicado para uma trajetria de
35 anos de trabalho no mesmo cargo, alm de aprofundar a sua
compreenso de categoria e dos papis a ela atribudos,
buscando superar a dicotomia NA X NI X NS. Essa luta deve
recuperar a trajetria da busca da afirmao da nossa
identidade e pela superao do conceito a ns atribudos, de
atividade meio. Somos todos trabalhadores em educao, cada
um cumprindo uma funo no trip indissocivel do ensino, da
pesquisa e da extenso, sem os quais a qualidade das
atividades desenvolvidas pela Universidade estariam
comprometidas.
necessrio que nos comprometamos, nesse Congresso, a
lutar pela unidade da categoria, superando preconceitos e
avanando na compreenso de que todos ns, ativos e
aposentados, cumprimos papel importante para a construo
de uma universidade socialmente referenciada. Uma das
tarefas imediatas da FASUBRA, em sua atuao na CNSC
definio de parmetros para todos as instituies quanto a
questes como: interstcio para progresso por capacitao
(respeitar os 18 meses ou progredir para o ltimo NCIV de
acordo com a carga horria); concesso de IQ na classe D,
para assistente administrativo ou cargo correlato que possua
curso profissionalizante, dentre outros.
Articulado a esse debate necessrio entender que o Projeto
de Carreira defendido pela FASUBRA tem, em seu contedo, a
compreenso do usurio como sujeito do nosso fazer.
DIRETRIZES DO PLANO DE CARREIRA - DPC
A definio das Diretrizes de Planos de Carreira continua sendo
urgente na gesto pblica. Reconhecendo as diferentes
misses e estruturas dos rgos/instituies na esfera pblica,
e com o entendimento do papel do trabalhador nas suas
funes de atendimento ao cidado, com qualidade
referenciada socialmente, necessrio o estabelecimento de
Diretrizes para construo dos Planos de Carreira na
Administrao Federal. Dessa forma, ser possvel buscar uma
uniformizao quanto misso do servidor pblico na relao
com o usurio, sujeito de nosso fazer, articulado valorizao
dos trabalhadores(as), atravs do desenvolvimento na carreira,
condies de trabalho e remunerao isonmica.
Tais diretrizes devero prever a isonomia salarial de pisos e
tetos entre as estruturas salariais de funes semelhantes em
sua natureza e complexidade de seu fazer laboral; a instituio,
em cada carreira, de polticas de capacitao e qualificao
vinculadas ao plano de desenvolvimento dos
rgos/instituies; programas de avaliao de desempenho,
em que prevalea o carter pedaggico, tendo como objeto e
objetivos o desenvolvimento do trabalhador e o aprimoramento
dos processos de trabalho, numa estrutura democrtica aberta
aos interesses sociais.
ASCENSO FUNCIONAL
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A instituio das DPC Diretrizes de Plano de Carreira - deve
vir obrigatoriamente acompanhada do instituto da progresso -
ascenso funcional -, instrumento que permite o
desenvolvimento pleno do trabalhador em sua funo publica.
A ausncia deste instituto tem feito prevalecer na administrao
pblica a figura dos PCSs (Planos de Cargos e Salrios) que
se prestam ao agrupamento de cargos e estabelecimento de
suas respectivas tabelas salariais.
Buscando recuperar este instrumento, a FASUBRA atuou junto
ao parlamento revertendo o voto contrrio do relator da PEC,
poca, e ainda junto ao presidente da Cmara para incluso na
pauta de votao em plenrio. Nesta jornada a CUT teve papel
importante abrindo espaos no parlamento para nossa atuao.
Sabendo da interface necessria entre modelos de estado, de
gesto e diretrizes de planos de carreira e por se tratar de uma
real transformao da gesto pblica sob nossa tica
propomos:
PLANO DE LUTAS
Rearticular as entidades representativas dos trabalhadores
para este debate;
Reafirmar a carreira enquanto instrumento que, por excelncia,
organiza e hierarquiza as atribuies dos servidores pblicos e
institucionaliza programas de desenvolvimento;
Reafirmar as diretrizes de DPC pactuadas na bancada Sindical
em 2003;
Garantir a alterao na Constituio Federal instituindo o
Direito a Negociao Coletiva no servio pblico;
Garantir o regramento na Mesa Nacional de Negociao
Permanente;
Lutar pela aprovao da PEC 257 - Ascenso Funcional.
Por ltimo reafirmamos as resolues do XXI CONFASUBRA,
que ainda no foram implementadas pela FASUBRA:
Fazer um diagnstico da categoria para conhecimento do seu
perfil e subsidiar a busca de solues para as distores
internas apontadas;
Exigir a retomada imediata do trabalho de levantamento de
dados buscando a identificao da realidade funcional, perfil,
qualificao e o quantitativo de postos de trabalho RJU e CLT
e o consequente aprimoramento do PCCTAE;
Estabelecer, aps a concluso do trabalho retro-mencionado, agenda nacional de debates e seminrios em todas a base da Federao, visando consolidar o PCCTAE;
Lutar pelo incio imediato dos trabalhos do GT-Terceirizao;
Cobrar Calendrio de Reunio da CNSC por perodo;
Reafirmar a carreira enquanto instrumento de organizao e hierarquizao das atribuies dos trabalhadores do setor pblico e institucionalizao programas de desenvolvimento;
Debater com os gestores das Universidades os elementos da Carreira que precisam ser aprimorados;
Estabelecer frum especfico de debate entre a FASUBRA as CIS;
Pautar na CNSC o debate sobre o interstcio de concesso da progresso por capacitao;
Lutar pela aprovao da PEC 257 de 2005, que trata da Ascenso Funcional;
Todo apoio ao PL 2.295/00 que reduz a carga horria dos profissionais de Enfermagem de 40h semanais para 30 horas.
Todo apoio ao PL 150/09 que reduz a jornada dos profissionais de Psicologia para no mximo 30 horas, bem como lutar pela aplicao da Lei 12.317/10 que reduz a carga de 40 horas para 30 horas aos Assistentes Sociais.
Pelo remanejamento dos cargos Pblicos de Confiana, que devero ser exercidos apenas por agentes ligados diretamente as instituies, sendo os mesmos concursados;
Lutar pelo adicional de localidade para os servidores lotados nos Campi afastados das metrpoles;
Apresentar aos reitores argumentos que justifiquem que o cargo de Vigilante no foi extinto.
Lutar por concurso pblico para o cargo de vigilante
A TERCEIRIZAO E OS TRABALHADORES
TERCEIRIZADOS
A desestruturao do aparelho do Estado em funo da
reduo do quadro de pessoal resultante dos programas de
desligamento voluntrio PDV e da ausncia de concurso fez
proliferar na administrao pblica o processo de terceirizao
nas reas em que o Estado no conseguiu se desobrigar de
suas atribuies, remetendo para a iniciativa privada,
principalmente os labores de infraestrutura.
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A questo em pauta passa a ser a definio da identidade
destes trabalhadores(as) e de sua base de representao.
Neste aspecto os sindicatos da base da FASUBRA vivem em
seu cotidiano um contraditrio, qual seja: a campanha contra
este modelo de terceirizao tendo para isto a abertura de
concursos para reposio do quadro permanente de pessoal, e
pelo seu compromisso com a defesa dos(as) trabalhadores(as)
em geral, acolhe em teu seio a defesa destes postos de
trabalho.
O diagnstico demonstra que a Terceirizao, enquanto modelo
alternativo de gesto, permanecer, j atingindo em mdia 40%
de cargos nas instituies. Deliberamos congressualmente que
os sindicatos de base deveriam lutar em defesa dos direitos
desses trabalhadores, e exigir a incluso no processo licitatrio
das empresas de clusulas, que garantissem salrios e
condies dignas de trabalho.
Este debate precisa ser feito e com urgncia, pois j se tem
com mais frequncia a incorporao dos trabalhadores
celetistas terceirizados em seus quadros de filiados, a exemplo
do ocorrido outrora com os trabalhadores fundacionais.
Contudo, necessrio ter por horizonte a organizao dos
trabalhadores(as) na instituio tendo por consequncia a
retomada do debate acerca da organizao por ramo de
atividade, proposto pela CUT, e no por vnculo empregatcio
ou regime jurdico de trabalho, RJU e CLT.
No aspecto geral das relaes de trabalho, dada a sua
diversidade jurdica, devemos construir um plano de ao que
assegure a isonomia de direitos no ambiente universitrio,
como carga horria, capacitao etc., buscando
paulatinamente o avano necessrio para corrigir as
disparidades de direitos.
Inevitavelmente esta batalha desembocar no Congresso
Nacional, seja em relao aos trabalhadores do quadro
permanente RJU seja dos trabalhadores pblicos e
terceirizados CLT. Por isso reafirmamos a resoluo do XV
CONFASUBRA sobre terceirizao na luta em defesa desses
trabalhadores, para que no sejam vtimas do sistema perverso
da terceirizao, que explora os trabalhadores.
LEI 4330/04(CMARA) E PL 87/10 (SENADO)
Paralelo a essa luta, no campo geral nos juntamos luta mais
especfica dos trabalhadores ameaados pela terceirizao,
que recentemente reafirmaram sua posio frente ao Governo,
cobrando posio sobre os projetos que tratam do tema no
Congresso Nacional, em particular o Projeto de Lei
4330/04(Cmara) e Projeto de Lei do Senado 87/10 (Senado),
que ampliam a terceirizao tambm para a atividade-fim, a
principal da empresa.
A deciso do STF, condenando a empresa Cenibra (Celulose
Nipo Brasileira) a pagar R$ 2 milhes em uma ao civil pblica
do Ministrio do Trabalho, em 2006, por terceirizar toda a
cadeia produtiva, amplia o debate se a terceirizao da
atividade-fim ser permitida no pas, vez que a deciso da
Corte Suprema passar a referendar os demais julgamentos
sobre o tema.
O DIEESE ultimou estudo que comprova: terceirizao
sinnimo de mortes e acidentes. A precarizao do trabalho
tem a terceirizao como sua principal fonte no Brasil. Ainda,
estudos do DIEESE e CUT comprovam que os terceirizados,
12,7 milhes de assalariados, o equivalente a 26,8% do
mercado formal, recebiam, em dezembro de 2013, 24,7% a
menos do que os contratados diretos para realizar a mesma
funo. Com relao ao tempo de emprego, os diretos
permanecem 5,8 anos nas empresas, em mdia, enquanto os
terceirizados ficam 2,7 anos. O problema resultado da alta
rotatividade dos segundos, 64,4% contra 33% dos primeiros.
Com esse entendimento, defendemos que necessrio
construo de legislao, como o Projeto de Lei elaborado pela
CUT - (1621/2007) apresentado pelo deputado federal
Vicentinho (PT-SP) que estabelece a igualdade de direitos, a
obrigatoriedade de informao prvia, a proibio da
terceirizao na atividade-fim, a responsabilidade solidria e a
penalizao de empresas infratoras. O texto tramita no
Congresso Nacional.
TRABALHO DECENTE
A resistncia a todas as formas de precarizao do trabalho
devem ser ampliadas. Os modelos de terceirizao,
consubstanciados nas Fundaes Privadas, Empresas
Privadas e trabalhos precarizados no ambiente universitrio
tem comprometido a forma de gesto das Universidades. Todas
as formas de trabalho que sustentem polticas de explorao
do trabalhador devem ser combatidas.
A Agenda da CUT na defesa do Trabalho Decente tem por
premissa a garantia do trabalho formal com carteira assinada
para que os trabalhadores tenham garantidos seus direitos
previdencirios, de sade e de aposentadoria e reduo da
jornada de trabalho para 40 horas sem reduo de salrio. A
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=140D74202A9E2AC4A97F4B20F68E0DFE.proposicoesWeb2?codteor=246979&filename=PL+4330/2004http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=140D74202A9E2AC4A97F4B20F68E0DFE.proposicoesWeb2?codteor=246979&filename=PL+4330/2004http://www.senado.gov.br/atividade/materia/getPDF.asp?t=75644&tp=1
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aprovao da Emenda Constitucional n. 72, em 2013, foi uma
vitria da sociedade, mas ainda necessria a regulamentao
da Conveno 158 da OIT, que trata da rotatividade no emprego
celetista que enfrenta resistncia no Congresso Nacional.
Propomos aprofundar o debate na perspectiva da construo
de estratgias no no combate ao modelo de terceirizao:
Dar destaque no debate da Racionalizao do tema criao de
novos cargos, recuperando as atribuies de cargos extintos.
Que a FASUBRA organize os trabalhadores terceirizados se
pautando pelo princpio Organizao por Local de Trabalho
OLT.
A EDUCAO BRASILEIRA QUE DEFENDEMOS
A Educao sozinha no transforma a sociedade mas sem ela,
o pas no se desenvolve, e as diferenas sociais permanecem
A educao tem um papel estratgico na transformao social.
Se a opo de transformao via Educao, como na maioria
dos pases que se desenvolveram; se o estado respeita o
homem; se repudia a injustia; se prefere o dilogo, a
convivncia com o diferente e no sua negao, no h outro
caminho seno encarar a Educao como instrumento desta
opo. Desta forma a distncia ser diminuda entre o que
proposto pelo governo e o efetivamente feito.
O Coletivo Tribo, com esta compreenso, reafirma sua posio
apresentada na Tese do XXI CONFASUBRA, no tocante ao
papel da Universidade no processo de mudanas que o Brasil
ainda necessita. Salientamos que o pressuposto para que a
Universidade avance no cumprimento do seu papel, a
garantia do exerccio da Autonomia com democracia e a
ampliao das fontes de financiamento da educao.
Resultante das lutas dos tcnico-administrativos e dos
estudantes, houve um empoderamento de espaos antes
hegemonizado pelos docentes no ambiente universitrio, bem
como na forma de escolha dos reitores. Entretanto, a gesto da
Universidade continua predominantemente docente, por isso
def