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  • 3

    JOO ALFREDO KLEINER

    TRATAMENTO CIRRGICO DA EPFORA CRNICA EM ANIMAIS DE COMPANHIA

    CURITIBA

    2003

    Dissertao apresentada como requisito parcial

    obteno do grau de Mestre em Cincias

    Veterinrias, na rea de Patologia Animal do Curso

    de Ps-Graduao em Veterinria, Setor de Cincias

    Agrrias, Universidade Federal do Paran.

    Orientador: Prof. Antnio Felipe Wouk

  • 4

    AGRADECIMENTOS

    Gostaria de inicialmente agradecer a minha Me (Nilza Maria Fiorio

    Kleiner) e a meu Pai (Joo Kleiner Neto) pela compreenso e apoio que

    sempre me deram durante toda minha vida.

    Ao meu querido e estimado amigo Dr. Brett Beckman (Doc) com quem

    dividi bons momentos de minha vida profissional durante muitos anos e

    por tudo que sempre fez por mim, pelos conselhos que sempre me deu e

    pelo incentivo e reconhecimento profissional que sempre demonstrou

    (Thanx Doc!).

    minha querida Camile Reinhardt que sempre esteve ao meu lado nos

    momentos de alegria e tristeza, me dando apoio e sempre fazendo eu

    seguir os meus sonhos, no importando que s vezes o caminho que deveria

    ser tomado nos separasse por alguns meses.

    Ao meu amigo Felipe Wouk por tudo que sempre fez por mim, pelos

    ensinamentos e por sempre acreditar em meu potencial.

    Aos meus amigos Ricardo Magri, Guilherme Traub, Adriano Bittencourt e

    todos demais verdadeiros amigos pela admirao e amizade duradoura.

    Alessandra Fidelcino e ao Paulo V. Costa pela ajuda e ateno

    dispensada a este projeto de pesquisa.

    E a todos aqueles que contriburam direta ou indiretamente com este

    trabalho to importante.

  • 5

    DEDICATRIA

    Esta obra dedicada a todos os animais que contriburam e contribuem, muitas vezes com

    a vida, para o desenvolvimento e aprimoramento de diversas tcnicas e medicamentos

    utilizados tanto nas Cincias Veterinrias quanto na Medicina Humana.

    Uma boa forma de demonstrarmos a nossa gratido com muito respeito e salvando vidas

    no dia a dia de nossa profisso.

  • 6

    Nunca considere o estudo como uma obrigao, mas sim

    como uma oportunidade invejvel de aprender sobre a

    influncia libertadora da beleza no domnio do esprito, para

    seu prazer pessoal e para o proveito da comunidade qual

    pertencer seu trabalho futuro.

    Albert Einstein

    I need not to read into your eyes Anthropomorphic fantasies, Nor mysteries Of Ancient Eastern rite, As some with Siamese or Persian might. Your loves an open book: You look To me as I to Paradise. My finger traces DOG on frosted glass And you, from out there on the grass, Perceive me writing GOD .

    Fred L. Lanting

  • 7

    RESUMO

    A epfora uma patologia ocular de ocorrncia muito comum na

    clnica veterinria e pode ser caracterizada por um extravasamento do

    filme lacrimal pela regio subocular, causando conjuntivites

    recorrentes, dermatites, fistulaes e mancha suboculares importantes. A

    epfora pode ser causada por anomalias congnitas ou condies

    adquiridas as quais provocam um estreitamento ou obstruo em algum

    nvel do sistema excretor lacrimal. O presente projeto de pesquisa tem

    como objetivo relatar os procedimentos utilizados nas diferentes

    tcnicas cirrgicas utilizadas para o tratamento da epfora crnica em

    animais de companhia, bem como demonstrar as variaes anatmicas

    apresentada pelo aparato de drenagem lacrimal em ces e gatos e tambm a

    descrio das tcnicas utilizadas para o estudo radiogrfico contrastado

    das vias lacrimais.

  • 8

    ABSTRACT

    Epiphora is a very common ocular pathology in the small animal

    practice and can be characterized by a subocular overflow of the

    preocular lacrimal film that can cause recurrent conjunctivitis,

    dermatitis, fistulas, and tear staining syndrome. The epiphora can be

    caused either by congenital anomalies or acquired conditions that lead

    to a stricture or obstruction in any level of the excretory lacrimal

    apparatus. The present research project has the objectives of relating

    the procedures utilized in the different surgical techniques for the

    treatment of chronic epiphora in companion animals, show the anatomical

    variations of the lacrimal drainage system in dogs and cats and the

    description of the contrasted radiographic techniques used for studying

    the lacrimal apparatus.

  • 9

    TRATAMENTO CIRRGICO DA EPFORA CRNICA EM

    CES E GATOS Dr. Joo Alfredo Kleiner MV, MSc

    www.vetweb.com.br

    Introduo e reviso de literatura

    A integridade da crnea, conjuntiva e plpebras est na dependncia da

    secreo contnua de lgrimas e tambm da sua correta drenagem. O aparelho lacrimal formado por uma parte secretora, que constituda pelas

    glndulas lacrimais e acessrias, e outra excretora formada pelo sistema de drenagem lacrimal.

    A lgrima ou filme lacrimal tem como principais funes: manuteno de uma superfcie ocular uniforme (funo refrativa), remoo de materiais estranhos da

    crnea e conjuntiva lubrificando-as (funo de limpeza e lubrificao), permitir a

    passagem de nutrientes e oxignio (funo de nutrio) e ainda participa da defesa imunolgica removendo microorganismos pela ao de lisozimas, imunoglobulinas,

    lactoferrinas e betalisina (funo antimicrobiana). O filme lacrimal pr-corneano constitudo de trs camadas principais. A

    primeira e mais externa a camada oleosa, que produzida pelas glndulas de meibomio ou tarsais e pelas glndulas de Zeis (glndulas sebceas modificadas

    associadas com os clios) ambas localizadas na conjuntiva. Sua funo a de inibir a evaporao da camada aquosa.

    A segunda camada (intermediria) a camada aquosa, secretada pela glndula lacrimal principal (61% do total), pela glndula lacrimal da terceira plpebra (35%) e

    pelas glndulas acessrias de Kraus e Wolfring (3%). a camada mais espessa do filme lacrimal e constitui-se principalmente de sais inorgnicos, glicose, uria,

    protenas, glicoprotenas e biopolmeros (HOLLY, 1977). A camada mais interna a de mucina ou mucide que produzida pelas clulas

    caliciformes da conjuntiva (glndulas de Henley) e possui como principal funo

    tornar a superfcie hidrofbica da crnea em hidroflica (aderente gua), permitindo sua hidratao e uma maior uniformidade no recobrimento lacrimal ocular (GELATT,

    1975). O aparato de drenagem do filme lacrimal compreende os pontos ou punctas

    lacrimais, canalculos lacrimais, saco lacrimal e ducto nasolacrimal. As punctas superiores e inferiores so as aberturas dos canalculos lacrimais e

    tm forma oval ou de fenda e sua abertura mede aproximadamente 1 mm x 0,3 mm, sendo o seu eixo maior paralelo margem palpebral. Elas esto localizadas na

    conjuntiva palpebral na borda superior e inferior de 2 a 5 mm do canto medial, aproximadamente onde as glndulas tarsais terminam (EVANS, 1993).

    Os canalculos lacrimais possuem um comprimento aproximado de 4 a 7 mm e um dimetro de 0,5 a 1 mm. Estendem-se ao longo do msculo orbicular e unem-se

    ventralmente ao canto medial para formar o saco lacrimal, que situa-se na fossa do osso lacrimal.

    O saco lacrimal no bem desenvolvido nos ces e uma simples dilatao no

    comeo do ducto nasolacrimal, o qual apresenta uma constrio na sua passagem pelo osso lacrimal, tornando este local como um ponto importante de reteno de

    corpos estranhos que podem incitar reaes inflamatrias obstrutivas (GELATT, 1995).

    O ducto nasolacrimal passa atravs de um canal na superfcie medial

  • 10

    do osso maxilar e termina na puncta nasal, que est geralmente localizada no meato nasal ventro-lateral, 1 cm interiormente as narinas externas.

    Quanto s dimenses do ducto nasolacrimal pode-se dizer que possui um

    dimetro de aproximadamente 1 mm e o seu comprimento varia consideravelmente entre as raas braquiceflicas, mesoceflicas e dolicoceflicas.

    Em aproximadamente 50% dos ces, o ducto nasolacrimal possui uma segunda abertura na mucosa oral no centro do palato duro, atrs dos incisivos superiores, no

    nvel dos dentes caninos e so revestidos por um epitlio colunar pseudoestratificado alto (FAWCETT, 1994; SEVERIN, 1995).

    O papel funcional do sistema de excretor lacrimal o de drenagem do filme lacrimal da superfcie ocular para as narinas. A evaporao, que varia de acordo com

    as condies climticas, remove uma poro significativa da lgrima antes que a drenagem possa ocorrer (aproximadamente 25%).

    A drenagem lacrimal ocorre como resultado de mltiplas foras e a maior parte (60%) do volume lacrimal normalmente drenado atravs da puncta e canalculo inferiores (LEMP, 1992).

    As lgrimas fluem ventralmente em resposta gravidade e so puxadas para dentro dos canalculos durante o fechamento palpebral (ato de piscar) devido a uma

    reduo da presso intracanalicular (DOANE, 1981). Esta presso reduzida desenvolve-se quando as paredes finas dos ductos so comprimidas pela contrao

    do msculo orbicular. Alm disso, a ao capilar e o efeito sifo do saco lacrimal puxam as lgrimas atravs dos canalculos e ductos lacrimais (GELLAT, 1991).

    Estruturas similares a vlvulas encontradas no aparato nasolacrimal de humanos que possuem a funo de prevenir o refluxo lacrimal, no foram

    identificadas ainda nos animais domsticos (RAMSEY, 2000). As desordens do sistema nasolacrimal em pequenos animais podem ser

    classificadas como congnitas (defeito de desenvolvimento) e adquiridas (inflamao, infeco, trauma, obstrues por corpos estranhos).

    Dentre as afeces congnitas pode-se destacar a aplasia do ponto (puncta) lacrimal e ponto ectpico, micropuncta, atresia canalicular, dilatao cstica do saco

    lacrimal e dos canalculos lacrimais, tortuosidade do ducto nasolacrimal em ces e

    gatos braquiceflicos e entrpio de canto medial em ces raas Toy e miniaturas com presena de plos na regio da carncula (WYMAN, 1986; GELLAT, 1991).

    Entre as causas adquiridas salientam-se traumas (laceraes), ocluses causadas por corpo estranho ou neoplasias, infeces crnicas oculares por Clamydia

    sp, Micoplasma sp, Herpes virus e rinotraquete viral severa em feldeos domsticos, que resultando em dacriocistites e simblfaro (BARNETT, 1984).

    BROWN (2002) descreveu que a epfora em coelhos domsticos freqentemente associada a afeces dentrias, sendo muitas vezes o primeiro sinal

    das odontopatias. As manifestaes clnicas associadas s afeces do sistema lacrimal incluem

    epfora, secreo conjuntival mucopurulenta, fistulas nasofaciais e oronasais, edema com hiperemia da regio do canto ventro-medial, manchas pronunciadas sub-oculares

    causadas pela ao de bactrias sobre as lactoferrinas do filme lacrimal e ainda tumoraes da face e regio nasal (GELATT, 1998).

    importante a diferenciao entre epfora e lacrimejamento ocular. A epfora

    pode ser definida como o extravasamento da lgrima para fora do olho devido a um estreitamento ou obstruo em algum nvel do sistema excretor lacrimal; j o

    lacrimejamento a produo excessiva de lgrima desencadeada por um estmulo psicolgico (apenas no homem) ou irritativo dos olhos como nos casos de

    inflamaes, conjuntivites, anomalias palpebrais (ex: entrpio, ectrpio,

  • 11

    triquases), glaucoma e irites (NEWTON, 2000).

    A dacriocistite definida como a inflamao que afeta o saco lacrimal e caracteriza-se pela presena de epfora e persistente conjuntivite (SLATTER, 1996).

    SAITO (1999) apontou que as epiteliopatias corneanas (evidenciadas pelo exame de reteno de fluorescena ou de Rosa Bengala pela crnea) estudadas em

    seis raas diferentes de ces, dentre elas o Shih-Tzu, ocorrem em 97% dos ces portadores de epfora e em 55% dos ces sem epfora.

    Procedimentos diagnsticos

    Diversos procedimentos permitem ao clnico estabelecer um diagnstico preciso

    das afeces que afetam o sistema de drenagem lacrimal e que originam a epfora. Dentre estes podemos citar o teste de Schirmer, citologia e cultura, teste de

    passagem da fluorescena, a lavagem nasolacrimal com soluo fisiolgica e a canulao.

    O teste de Schirmer deve ser o primeiro teste a ser feito na avaliao de um

    paciente com suspeita de epfora. O teste realizado utilizando-se uma tira de papel absorvente padronizada

    (Whatman paper 41) de 5 x 35 mm colocada no fundo de saco conjuntival. Aps 1 minuto mede-se, em milmetros, a umidificao da tira.

    Existem trs modos diferentes de realizar-se este teste. No Schirmer I utiliza-se apenas a tira de papel, sem a utilizao prvia de

    colrios de anestsicos locais, temos assim o valor da secreo lacrimal reflexa e basal.

    No Schirmer II utiliza-se anestsico tpico em forma de colrio antes da mensurao lacrimal, sendo assim, teremos o valor da secreo lacrimal basal.

    No Schirmer III o paciente submetido a anestesia geral com

    isoflurano/oxignio como precauo para minimizar-se os efeitos do estresse sobre a produo lacrimal. Este procedimento mais usado para mensurao lacrimal em

    passariformes. O valor considerado normal para produo lacrimal de 15 a 22 mm. Se o

    resultado do teste de Schirmer exceder 25 mm, existe a presena de lacrimejamento ocular e uma causa irritativa deve ser pesquisada (BERGER, 1998).

    No exame citolgico realizado com material coletado da expresso das punctas e canalculos, fstulas faciais ou aps lavagem do aparato de drenagem lacrimal e antes da utilizao de corantes ou colrios anestsicos locais.

    Dentre as bactrias oportunistas coletadas de animais com dacriocistite

    destacam-se o Stafilococcus sp., Proteus sp. e Escherichia sp. (LAVACH, 1984). Com o teste de passagem da fluorescena pode-se avaliar tanto a patncia

    anatmica quanto a fisiolgica do sistema nasolacrimal. A fluorescena instilada nos olhos entra pelos pontos lacrimais (principalmente o inferior) passa pelo ducto

    nasolacrimal e aparece nas narinas, em pacientes normais, em 2 a 5 minutos.

    Nos animais braquiceflicos pode-se notar o aparecimento do corante na regio da nasofaringe.

    Se aps este teste inicial obtivermos um atraso na drenagem do corante (tempo maior que 5 minutos) ou o no aparecimento e identificao do mesmo, o sistema

    nasolacrimal deve ser lavado utilizando-se soluo fisiolgica. A puncta inferior ou superior canulada utilizando-se uma agulha 20 ou 22G

    com o bisel arredondado (atraumtico) e utiliza-se 1 a 3 ml de soluo salina estril. A soluo salina deve sair pelas narinas ou nasofaringe.

    CAMPBELL (1964), YAKELY (1971), GELATT (1972), TICER (1975),

  • 12

    BECKMAN (1987) descreveram a tcnica de dacriocistorrinografia para visualizao do

    sistema excretor lacrimal atravs da utilizao de contraste aquoso (Renografin-76 ou Hypaque-75) ou oleoso.

    As tcnicas para o tratamento e controle da epfora consistem no restabelecimento do fluxo lacrimal normal por meio de lavagem e remoo de corpos

    estranhos e debris ou o estabelecimento de um novo trajeto de drenagem para o filme lacrimal.

    SEVERIN (1972) recomendou a cateterizao do ducto nasolacrimal para o tratamento de obstrues adquiridas e dacriocistites, onde utilizava tubos de reteno

    de polietileno os quais permaneciam no paciente por trs semanas. LAING (1988) e SLATTER (1996) descreveram a tcnica de dacriocistotomia

    com o emprego de brocas prfuro-cortantes, trpanos, trefinas para ganhar acesso ao saco lacrimal atravs da perfurao do osso lacrimal e com posterior lavagem e

    retirada de debris e/ou corpos estranhos que porventura l estivessem localizados. Aps o procedimento a puncta inferior canulada com um cateter de polietileno, o qual permanece no local por 4 meses.

    LESCURE (1984), SLATTER (1985) e LAFORGE (1992) descreveram as tcnicas de conjuntivobucostomia e conjuntivorralostomia. No caso da primeira, um canal de

    comunicao criado do frnix conjuntival nasal at a cavidade oral, na regio compreendida entre o lbio superior e os dentes molares.

    No segundo procedimento, o trajeto do canal direcionado regio de transio do plato mole com o duro.

    Em ambos os procedimentos utiliza-se uma sonda de polietileno que permanece no local da tunelizao por at 40 dias.

    COVITZ (1977) descreveu a tcnica da conjuntivorrinostomia onde uma comunicao feita do fundo do saco conjuntival medial at a cavidade nasal e

    mantida canulada com tubo plstico at que a cicatrizao ocorra. GELATT (2001) mencionou a tcnica de conjuntivo-maxilo sinosotomia, que se

    trata de um mtodo desenvolvido para ces e que consiste na construo de um tnel, feito de mucosa oral medindo 15 x 20 mm e que se estende do fundo de saco

    conjuntival medial, atravs do tecido muscular-subcutneo, at a regio do seio

    maxilar. A maioria das complicaes ps-operatrias destes procedimentos so a

    estenose cicatricial, fstulas por infeces resistentes e epfora secundria recorrente (GELATT, 1998).

    FEDERMANN (1997) destacou que a complicao peroperatria temida a hemorragia, sobretudo em pacientes com histria de uso crnico de anti-inflamatrio

    no esteroidal. A fim de evitar-se a estenose cicatricial na cirurgia filtrante do glaucoma em

    co, WOUK et al (1999) utilizaram topicamente cido saliclico, considerando suas propriedades antifibrtica e antiinflamatria.

    O estabelecimento de tcnicas cirrgicas para o tratamento das obstrues das vias lacrimais tem sido objeto de estudo mais freqente em medicina humana do que

    em medicina veterinria. A despeito de algumas tcnicas cirrgicas utilizadas no tratamento das

    obstrues do sistema de drenagem lacrimal encontrarem-se bem descritas em

    Medicina Veterinria e existirem indicaes formais para o seu emprego, elas so pouco realizadas. Tal fato, talvez, deva-se ao grau de complexidade de alguns

    procedimentos.

  • 13

    Objetivos:

    O presente projeto de pesquisa tem como objetivos principais:

    - O desenvolvimento e aprimoramento de tcnicas utilizadas no restabelecimento

    da patncia e integridade do sistema de drenagem lacrimal com conseqente controle da epfora crnica.

    - O estudo das caractersticas macroscpicas apresentadas pelo aparato de

    drenagem lacrimal em algumas peas anatmicas.

    - Aprimoramento e desenvolvimento de novas tcnicas utilizadas no exame radiogrfico contrastado das vias lacrimais, ou seja, a dacriocistorrinografia.

    - Estudo da eficcia do colrio de cido saliclico a 0,3% como agente antifibrtico

    para evitar a estenose cicatricial no ps-operatrio das cirurgias corretivas da

    epfora.

    Materiais e mtodos:

    Para o presente estudo foram utilizados ces e gatos provenientes do Hospital Veterinrio do Setor de Cincias Agrrias da Universidade Federal do Paran e de

    Hospitais Veterinrios particulares de referncia durante um perodo de dois anos.

    Aps os pacientes serem submetidos a um exame fsico-clnico completo, realiza-se um exame oftalmolgico acurado utilizando-se a oftalmoscopia direta e

    indireta para a anlise do bulbo, anexos oculares e fundo de olho.

    Para a mensurao da produo lacrimal emprega-se o teste de Schirmer I e o exame da patncia do sistema de drenagem nasolacrimal incluiu inicialmente a

    realizao do teste de passagem da fluorescena com posterior visualizao

    utilizando-se quarto-escuro e lmpada de Wood (luz cobalto) para facilitar a identificao do corante.

    Os animais que apresentavam um tempo de passagem da fluorescena para as

    narinas de 5 minutos ou mais e com os sinais clnicos caractersticos de epfora (previamente citados na introduo) eram destinados a cirurgia corretiva.

    O procedimento cirrgico utilizado para o tratamento da epfora crnica variava de acordo com as caractersticas prprias de cada paciente (Tabela 1).

    Nos pacientes de pequeno porte, principalmente ces e gatos de raas

    braquiceflicas e que apresentam predisposio a obstrues do sistema de drenagem lacrimal, utilizou-se a tcnica da dacriocistorrinostomia modificada e nos

    animais de grande porte o procedimento de eleio foi o da dacriocistorrinostomia clssica.

    Ambos os procedimentos basearam-se nos princpios anteriormente

    estabelecidos por COVITZ (1977). Em dois ces utilizou-se a tcnica de conjuntivobucostomia e em outros dois

    pacientes caninos a de conjuntivorralostomia. Ambos procedimentos basearam-se nas tcnicas descritas previamente por LESCURE (1984), SLATTER (1985) e LAFORGE

    (1992).

  • 14

    Procedimento

    cirrgico

    Espci

    e

    Raa Idade No

    pacientes Conjuntivobucosto

    mia

    Canina Cocker Spaniel 4 anos 2

    Conjuntivorralostomia

    Canina Pastor Alemo 3 anos 1

    Canina Rottweiler 5 anos 1 Dacriocistorrinosto

    mia

    Canina Cocker Spaniel 2 6 anos

    7

    Canina Pastor Alemo 4 5 anos

    3

    Canina SRD 3 4 anos

    4

    Canina Rottweiler 6 - 7

    anos

    2

    Canina Poodle Toy 2 4 anos

    3

    Dacriocistorrinosto

    mia modificada

    Canina Pequins 3 5 anos

    3

    Felina Persa 2 3 anos

    4

    Felina Siams 2 anos 2 Felina Sagrado

    Birmnia

    1,5 anos 1

    Total de Pacientes 33

    Tabela 1: Relao dos pacientes submetidos aos diferentes procedimentos cirrgicos para

    tratamento da epfora crnica.

  • 15

    Dacriocistorrinostomia Procedimento cirrgico:

    Aps o paciente ser preparado para cirurgia assptica, este anestesiado e

    posicionado em decbito lateral com elevao da cabea. Inicia-se a inciso de pele e subcutneo aproximadamente 1,5 cm obliquamente ao canto nasal ventral ocular e

    paralelamente ao plano nasal e com uma extenso de 2,5 a 3 cm de comprimento.

    Aps a disseco romba das fibras musculares e angiotripsia dos vasos sanguneos presentes, tem-se acesso ao osso nasal (Figura 12), cujo peristeo rebatido

    utilizando-se elevador periostal. Com a utilizao de uma broca de 3 mm faz-se um orifcio no osso nasal (Figura

    13) para obter-se acesso a cavidade nasal. Hemorragias em lenol podem ser controladas com auxlio de epinefrina diluda em soluo fisiolgica (1 : 10.000). A

    puncta inferior do sistema de drenagem lacrimal ipsilateral preparada para canulao com auxlio de um dilatador de puncta lacrimal. O dilatador (Figura 14) avanado por sob as fibras musculares at a inciso na regio do osso nasal. A cnula utilizada deve ser previamente preparada e adequada ao porte do paciente a ser

    operado. No caso de um co de mdio porte pode-se utilizar uma sonda uretral no 6 ou 8

    com um comprimento de aproximadamente 8 cm e com uma das extremidades previamente evertida utilizando-se uma chama de lamparina a lcool, de modos que

    esta assume uma forma de aba-de-chapu, tornando-se auto-contensiva. No caso de um co de pequeno porte pode-se utilizar a sonda tipo uretral para

    gatos do tipo Tom Cat. Depois de feita a medio da cnula (Figura 15), ela avanada em direo ao

    osso nasal perfurado e ganha acesso cavidade nasal (Figura 16).

    importante deixar-se apenas 1 a 2 cm da sonda na cavidade nasal para evitar-se uma irritao da mucosa das vias areas, predispondo a infeces

    secundrias. Para a sntese da pele utiliza-se fio inabsorvvel sinttico e pontos interrompidos

    simples envolvendo pele, subcutneo e parte das fibras musculares. Aps a retirada da sonda utilizada, a patncia do novo trajeto de drenagem

    lacrimal pode ser avaliada atravs da instilao tpica de fluorescena no olho operado e sua posterior visualizao no assoalho da narina ipsilateral.

  • 16

    Dacriocistorrinostomia modificada para utilizao em gatos e ces braquiceflicos de pequeno porte

    Procedimento cirrgico:

    Aps o paciente ser preparado para cirurgia assptica, este anestesiado e

    posicionado em decbito lateral com elevao da cabea. Atravs da utilizao de uma sonda de dilatao de puncta lacrimal tipo Maniglia, promove-se um aumento do lmen da puncta lacrimal inferior.

    Na dacriocistorrinostomia modificada, utiliza-se uma sonda uretral de silicone

    tipo Tom Cat, previamente preparada atravs da utilizao de uma agulha hipodrmica 40 x 16 (sem o canho) que afixada na ponta distal da sonda (Figuras

    20 e 21). Tal sonda modificada, depois de esterilizada com xido de etileno ou pastilhas de paraformoldedo, introduzida atravs da puncta e canalculo inferiores em direo narina ipsilateral ao olho que est sendo operado. O dispositivo

    avanado pelo tecido muscular-subcutneo at alcanar a cartilagem nasal dorsal, aonde este introduzido na fossa nasal (Figura 23). A sonda adaptada ao

    comprimento e anatomia particular de cada paciente operado e cortada, tomando-se cuidado de deixar-se apenas 1 cm desta na regio da narina para evitar-se

    irritao da mucosa nasal. Normalmente, a sonda uretral modificada tipo Tom Cat por possuir uma

    extremidade proximal de calibre maior que o corpo (Figura 24), torna-se auto-contensiva, no havendo necessidade de fixao atravs de pontos com fio de sutura.

    No caso de pacientes com temperamento mais agitado e onde existe a necessidade de uma fixao adicional da sonda utilizada, pode-se utilizar um ponto de

    sutura tipo Swift na regio da mucosa nasal, utilizando-se um fio de nilon 6-0 (Figura 25).

    Aps a retirada do cateter de demora, a patncia do novo trajeto de drenagem lacrimal pode ser avaliada atravs do teste de passagem de fluorescena no olho

    operado e com sua posterior visualizao no assoalho da narina ipsilateral.

  • 17

    Conjuntivobucostomia

    Procedimento cirrgico:

    Aps o paciente ser preparado para cirurgia assptica, este anestesiado e

    posicionado em decbito lateral com elevao da cabea. Uma inciso de aproximadamente 1 cm de comprimento feita no fundo de

    saco-conjuntival e atravs da utilizao de um pino intramedular de Kirschner nmero

    3, inicia-se a tunelizao em direo a regio compreendida entre a gengiva e o quarto pr-molar superior (Figura 26).

    Posteriormente, insere-se uma sonda uretral de tamanho adaptado ao porte do paciente (variando da n o 4 8) previamente preparada de maneira similar quela

    utilizada para o procedimento de dacriocistorrinostomia clssica, de modos a tornar-se auto-contensiva.

    Uma variao de tal procedimento a chamada conjuntivorralostomia (Figuras 27 e 28), onde a sonda uretral ao invs de ser direcionada para a gengiva, colocada

    na regio de transio do palato mole com o palato duro aps perfurao prvia do osso maxilar com auxlio de uma broca ortopdica no 3.

    Ps-operatrio

    O ps-operatrio dos procedimentos acima descritos consistiu na utilizao de

    colar elisabetano nos animais muito inquietos; colrio de antibitico de amplo espectro

    (tobramicina ou ciprofloxacina) cinco vezes ao dia durante 15 dias; colrio de antiinflamatrio no esteroidal (diclofenaco sdico) trs vezes ao dia durante o

    perodo de 15 dias e antibitico de amplo espectro via oral (enrofloxacina) uma vez ao dia durante 10 dias.

    No caso da conjuntivobucostomia e conjuntivorralostomia, indicava-se tambm a utilizao de alimentao lquida a pastosa durante o perodo de permanncia da

    sonda. A retirada das sondas utilizadas foi feita aps um perodo de 40 a 45 dias e

    ento os pacientes eram mantidos com colrio de cido saliclico a 0,3% duas vezes ao dia durante um perodo de 4 semanas para evitar-se estenose cicatricial ps-

    operatria. Trs crnios (um Boxer, um Cocker Spaniel e um So Bernardo) foram fixados e

    preparados para o estudo topogrfico e macroscpico do trajeto percorrido pelo sistema excretor nasolacrimal.

    As peas eram dissecadas e depois de realizado um corte sagital mediano, o

    aparato de drenagem lacrimal era canulado e injetava-se ltex misturado a corante azul para facilitar a sua visualizao e disseco.

    Paralelamente ao estudo e desenvolvimento das tcnicas utilizadas para a correo da epfora, estudou-se e aprimorou-se o procedimento de

    dacriocistorrinografia, que consiste no estudo radiogrfico contrastado do sistema de drenagem lacrimal.

    Para tal procedimento foram utilizados dez ces de diferentes raas e 6 gatos. Em alguns pacientes utilizou-se um filme de radiografia especfico para o exame

    de mamografia em seres humanos (MIN-R, Kodak).

  • 18

    Dacriocistorrinografia

    O material utilizado na adaptao e aprimoramento da tcnica de

    dacriocistorrinografia consistiu na utilizao de de lgrima artificial1 (dextrano 70 +

    hipromelose; Lacrima Plus), de contraste iodado2 (Iopamiron ), 1 gota ou 1 tira teste de fluorescena3, uma seringa de 3 ou 5 ml e uma cnula endovenosa4 tipo

    Insyte n0 22 (para ces de mdio a grande porte) ou n0 24, dependendo do porte do paciente (Figura 5).

    Aps anestesia geral, os animais eram posicionados em decbito lateral com pequena elevao da cabea de modos que esta permanecia paralela ao plano da

    mesa de radiografia. Para melhor visualizao e para evitar-se sobreposio do sistema de drenagem lacrimal com os ossos da cabea, principalmente o nasal e

    maxilar, utilizou-se uma inclinao da cabea de aproximadamente 30o. Um cateter tipo Insyte no 22 era posicionado no canalculo superior e puncta inferior era

    obliterada com presso digito-digital no momento da administrao do contraste. O raio-x era disparado assim que o contraste era visualizado no assoalho da narina.

    Para facilitar sua identificao, utilizou-se uma luz azul de cobalto que contrastava

    com a fluorescena.

    _________________________________________________________

    1 Lcrima Plus: Alcon

    2 Iopamiron: Schering

    3 Fluorescena bato: Ophthalmos

    4 Catter Insyte: BD

  • 19

    RESULTADOS

    No estudo dos aspectos macroscpicos e topogrficos do sistema de drenagem lacrimal nas trs peas anatmicas de ces (Figuras 1 a 4) demonstrou uma

    significante variao nas trs raas examinadas (So Bernardo, Cocker Spaniel e Boxer).

    O ltex misturado ao corante azul (Figura 1) demonstrou-se excelente para a fixao e delimitao do trajeto do sistema excretor lacrimal, o que facilitou em muito

    e seu estudo anatmico e topogrfico. Pode-se notar um importante estreitamento apresentado pelos canalculos

    superior e inferior quando formam o saco lacrimal na sua passagem pela fossa lacrimal e pelo osso lacrimal, evidenciando-se, assim, o local de predileo a

    obstrues por corpos estranhos.

    No co da raa Boxer (Figura 4), pode-se claramente observar a tortuosidade apresentada pelo ducto nasolacrimal desde a sua origem no afunilamento do saco

    lacrimal at a puncta nasal ventral.

  • 20

    Figura 1: Corte de pea anatmica de um co da raa So Bernardo mostrando a

    disposio dos canalculos lacrimais superior (seta amarela), inferior (seta branca) e

    saco lacrimal (seta verde) aps seu preenchimento com ltex .

    Figura 2: Pea anatmica de um co So Bernardo demonstrando a sada do ducto

    nasolacrimal (puncta nasal) na regio do meato naso-ventral.

  • 21

    Figura 3: Pea anatmica de um co da raa Cocker Spaniel mostrando ao trmino do

    saco lacrimal (seta amarela) e incio do ducto nasolacrimal (seta branca) na sua passagem

    pela superfcie medial do osso maxilar.

    Figura 4: Pea anatmica de um co da raa Boxer (aps injetado ltex com corante

    azul) mostrando a tortuosidade do ducto nasolacrimal.

  • 22

    Com aprimoramento da tcnica de dacriocistorrinografia puderam-se obter

    imagens importantes do trajeto percorrido pelo sistema de drenagem lacrimal bem como as variaes anatmicas apresentadas nas diferentes raas.

    Com o uso da lgrima artificial misturada ao contraste iodado, obteve-se um maior tempo de permanncia do meio de contraste no sistema nasolacrimal,

    facilitando a realizao do exame radiogrfico. O uso da fluorescena foi de extrema importncia para evitar-se um acmulo

    muito grande de contraste nas vias areas, considerando que esta facilitou a imediata visualizao da passagem do meio de contraste e ajudou na determinao do

    momento exato de acionar-se o aparelho de raio-x. Aps exaustivos testes, pde-se chegar a concluso de que a angulao da

    cabea mais indicada para a realizao do exame radiogrfico a de 300. Com esta angulao, no se tem uma sobreposio das estruturas sseas e as imagens obtidas

    tornam-se muito mais claras.

    Em alguns ces pode-se notar uma variao na posio da segunda abertura do ducto nasolacrimal na mucosa oral.

    Normalmente ela est localizada no centro do palato duro (Figura 7), atrs dos incisivos superiores e ao nvel dos dentes caninos, mas em alguns casos tambm

    pode estar localizada mais caudalmente, chegando s vezes at a transio do palato duro com o mole (Figura 8).

    Em um co da raa Pastor Alemo observou-se a presena de uma dilatao cstica do saco lacrimal (Figura 10).

    Nos pacientes em que foi utilizado o filme para mamografia (MIN-R, KODAK),

    as imagens obtidas eram muito mais ntidas (Figura 8) comparando-se aos filmes

    convencionais. Existe um grande detalhamento das trabculas sseas adjacentes ao trajeto do ducto nasolacrimal, o que proporciona um bom contraste entre as

    diferentes estruturas e um melhor delineamento do trajeto percorrido pelo sistema de drenagem lacrimal.

    A dacriocistorrinografia em gatos (Figura 6) mais difcil de ser realizada que

    nos ces, levando-se em considerao que nos felinos, principalmente os de raas braquiceflicas, o sistema de drenagem lacrimal possui dimenses muito menores e a

    passagem do contraste do olho em direo as narinas ocorre de uma maneira muito rpida.

    importante utilizar-se uma seringa de insulina para injetar-se o contraste na puncta canulada para evitar-se um alagamento das vias areas superiores, o que prejudicar a leitura das radiografias obtidas e s vezes mascarar a presena de certas patologias.

  • 23

    Figura 5: Material para dacriocistorrinografia. Da esquerda para direita: Contraste

    iodado, lgrima artificial, basto de fluorescena, seringa de 5ml e cateter tipo Insyte.

    Figura 6: Dacriocistorrinografia de um felino domstico demonstrando o ducto

    nasolacrimal (seta verde) e sua sada na regio da nasofaringe (seta branca).

  • 24

    Figura 7: Dacriocistorrinografia de um co da raa Poodle Toy. Pode-se notar o trajeto

    percorrido pelo sistema de drenagem lacrimal e uma segunda abertura na regio central

    do palato duro (seta).

    Figura 8: Radiografia de um co Cocker Spaniel utilizando-se filme para mamografia

    (MIN-R, Kodak). Nota-se a variao de posio da abertura do ducto nasolacrimal na mucosa oral (transio do palato duro com o mole).

  • 25

    Figura 10: Radiografia de um co da raa Pastor Alemo apresentando dilatao cstica

    do saco lacrimal.

    Figura 9: Dacriocistorrinografia em um co da raa Boxer demonstrando a tortuosidade

    caracterstica do ducto nasolacrimal apresentada pelos animais braquiceflicos.

  • 26

    ILUSTRAES DE DACRIOCISTORRINOSTOMIA

  • 27

    Figura 11: Co sem raa definida apresentando epfora crnica. Nota-se uma secreo

    mucopurulenta no canto medial ocular e hiperemia conjuntival.

    Figura 12: Osso nasal exposto aps a disseco romba e aguda das fibras musculares.

  • 28

    Figura 13: Perfurao do osso nasal utilizando-se uma broca prfuro-cortante no 3,

    obtendo-se um acesso cavidade nasal ipsilateral ao olho com epfora.

    Figura 14: Dilatao da puncta inferior e criao do tnel de comunicao at o orifcio

    feito no osso nasal.

  • 29

    Figura 15: Medio da sonda uretral pr-moldada antes de sua introduo na cavidade

    nasal.

    Figura 16: Aspecto final do procedimento antes da sntese de tecido muscular e

    drmico. Nota-se a entrada da sonda na cavidade nasal (seta branca) e seu ancoramento

    na regio subconjuntival medial (seta verde).

  • 30

    ILUSTRAES DA DACRIOCISTORRINOSTOMIA

    MODIFICADA

  • 31

    Figura 18: Teste de passagem da fluorescena (Teste de Jones) em quarto escuro e

    utilizando-se luz azul de cobalto. Nota-se o extravasamento importante do corante pela

    regio medial ocular e o no aparecimento nas narinas, caracterizando uma obstruo

    importante do sistema excretor lacrimal.

    Figura 17: Mancha escura subocular pronunciada em um felino domestico da raa Persa

    caracterizando Epfora Crnica.

  • 32

    Figura 19: Sonda tipo Tom Cat e agulha descartvel 40 x 16.

    Figura 20: Preparo da sonda modificada. A seta indica a rea de acoplamento da parte

    metlica da agulha aps a retirada manual do canho.

  • 33

    Figura 21: Dilatao da puncta inferior com a utilizao de uma sonda tipo Maniglia.

    Figura 22: Passagem da sonda agulhada atravs da puncta inferior at a cavidade

    nasal e perfurando somente a regio da cartilagem. Nota-se um discreto sangramento

    pela narina ipsilateral.

  • 34

    Figura 23: Aspecto da sonda tipo Tom Cat ancorada na regio medial ocular.

    Figura 24: Aspecto final do procedimento cirrgico. Neste caso utilizou-se apenas um

    ponto de sutura para fixao da sonda na regio nasal, mas normalmente a sonda fica

    autocontensiva, no havendo a necessidade de pontos..

  • 35

    ILUSTRAES DE CONJUNTIVOBUCOSTOMIA E

    CONJUNTIVORRALOSTOMIA.

  • 36

    Figura 25: Crnio de um canino domstico demonstrando o correto posicionamento da sonda

    utilizada para o procedimento de conjuntivobucostomia (seta preta).

    Figura 26 e 27: Crnio de um co adulto mostrando o trajeto percorrido pela cnula utilizada em um

    procedimento de conjuntivorralostomia. Orifcio de entrada da sonda (seta verde) e a sada na regio de transio

    do palato mole com o duro (seta azul).

  • 37

    DISCUSSO

    Segundo GELATT (1975), HOLLY (1977), SAITO (1999) a boa sade do bulbo ocular est diretamente relacionada no s com a produo adequada do filme

    lacrimal, mas tambm com uma drenagem eficaz da lgrima. HOLLY (1977), DOANE (1981), LEMP (1992), EVANS (1993), FAWCETT (1994),

    GELATT (1995), SEVERIN (1995) descreveram as principais caractersticas e variaes anatmicas apresentadas pelo aparato de drenagem lacrimal.

    A excreo lacrimal faz-se atravs de sistemas de fora mecnica muscular, gravitacional e capilar (LEMP, 1992).

    A existncia de uma segunda abertura do ducto nasolacrimal presente em 50% dos casos e descrita por SEVERIN (1995), pode apresentar uma variao no seu

    posicionamento na cavidade oral, sendo muitas vezes localizada na transio do palato duro com o mole.

    A epfora uma afeco ocular freqente no dia a dia da Clnica de Animais de Companhia e que afeta principalmente ces e gatos de raas de pequeno porte e

    braquiceflicos (Ex. Poodle Toy, Shih-tzu, Pequins, gatos persas, etc.) e o seu

    controle e tratamento atravs de medicamentos muitas vezes pouco eficaz e as intervenes cirrgicas tornam-se necessrias.

    Durante os dois anos de realizao deste projeto de pesquisa 33 pacientes, de diferentes raas de ces e gatos, necessitaram de intervenes cirrgicas para a

    correo da epfora crnica. Dentre os procedimentos padres utilizados no diagnstico da epfora devemos

    citar aqueles descritos por GELATT et al, que so: o teste do tempo de passagem da fluorescena, teste de Schirmer e a lavagem do sistema lacrimal.

    Entre estes, o teste da fluorescena o mais simples e rpido de se realizar, mas algumas vezes a interpretao do seu resultado no to evidente levando-se

    em considerao as variaes anatmicas apresentadas pelas diferentes raas. Normalmente observa-se a presena do corante no assoalho da narina

    ipsilateral instilao da fluorescena em 5 minutos em um animal normal, mas deve-se considerar que s vezes a drenagem feita grande parte para a regio

    nasofarngea.

    A tcnica de dacriocistorrinografia descrita inicialmente por CAMPBELL (1964), YAKELY (1971), GELATT (1972), TICER (1975), BECKMAN (1987) e adaptada neste

    trabalho, demonstrou-se ser bastante eficiente no estudo da anatomia e na deteco de patologias, tanto congnitas quanto adquiridas, que o sistema de drenagem

    lacrimal possa apresentar. Com as modificaes realizadas na tcnica original, a execuo do exame

    radiolgico e a leitura das imagens obtidas tornaram-se muito mais simples. Com a utilizao do meio de contraste iodado misturado com lgrima artificial e

    fluorescena, a passagem do contraste pelo sistema de drenagem lacrimal ocorreu de uma forma mais lenta devido ao aumento da viscosidade da mistura final, assim

    sendo, o aparato de drenagem lacrimal ficava preenchido por completo e de uma forma mais homogenia, facilitando a interpretao das imagens obtidas e a

    identificao de possveis patologias. A fluorescena foi de grande valia para a determinao do momento exato do

    acionamento do aparelho de raio-x, evitando-se assim um acmulo grande de

    contraste nas vias areas e laringe, o que poderia prejudicar a qualidade das imagens obtidas.

  • 38

    Dentre os procedimentos cirrgicos descritos para a correo da epfora em

    ces e gatos, deu-se uma ateno especial a conjuntivorrinostomia descrita por COVITZ (1977) e a dacriocistorrinostomia descrita por SLATTER (1996) e modificada

    neste estudo. A conjuntivorrinostomia mostrou-se eficaz nos casos aonde temos um

    comprometimento de todo o sistema de drenagem lacrimal (punctas, canalculos e ducto nasolacrimal), ou seja, nos casos onde se tem a perda do efeito capilar e de

    bomba das punctas e canalculos lacrimais. Devido necessidade de realizar-se uma perfurao do osso lacrimal,

    utilizando-se uma broca ortopdica, o sangramento e a dor ps-operatria podem ser significativos.

    Com a utilizao da dacriocistorrinostomia em pacientes com preservao anatmica das punctas e canalculos lacrimais, o efeito de drenagem obtido no ps-operatrio foi considerado mais eficaz, levando-se em considerao que o trajeto percorrido pela lgrima quando drenada similar quela observada em um paciente

    normal.

    A perfurao do osso nasal tambm se faz necessria e assim como na conjuntivorrinostomia, existe um certo grau de desconforto e sangramento ps-

    operatrio que pode variar em funo do calibre da sonda utilizada para o procedimento.

    Com a modificao realizada neste estudo no procedimento da dacriocistorrinostomia, a tcnica cirrgica tornou-se mais eficaz e fcil de ser

    realizada. Devido ao fato de utilizarmos uma sonda de calibre bem fino (tipo Tom Cat) e

    por no haver a necessidade de perfurao do osso nasal assim como nos outros procedimentos, o desconforto e sangramento trans e ps-operatrio muito discreto.

    O procedimento bem menos complexo que as outras tcnicas descritas para o tratamento cirrgico da epfora e no exige nenhum instrumental especial.

    Na maioria dos casos, no existe a necessidade da utilizao do colar elisabetano, tornando muito mais confortvel a vida do paciente submetido ao

    procedimento.

    Existe tambm uma grande facilidade para a retirada da sonda utilizada, muitas vezes podendo ser feita apenas com a utilizao de colrio de anestsico local.

    A conjuntivobucostomia e a conjuntivorralostomia seguiram os princpios descritos inicialmente por LESCURE (1984), SLATTER (1985) e LAFORGE (1992) e os

    resultados obtidos no foram muito promissores, pois os animais que foram submetidos a tais procedimentos apresentaram recidivas dos quadros de epfora

    devido a obstrues tanto inflamatrias quanto por restos alimentares do novo trajeto de drenagem lacrimal.

    Muitas vezes a sonda utilizada em tais procedimentos migrava devido ruptura dos pontos de fixao na mucosa oral, o que necessitava de nova interveno

    cirrgica. Os animais que sofreram estas duas tcnicas para o estabelecimento de um

    novo trajeto de drenagem lacrimal em direo a cavidade oral, apresentavam um maior desconforto no ps-operatrio devido ao grande calibre da sonda utilizada e a

    irritao por esta causada na mucosa oral ou na regio do palato.

    Devido ao fato de que os procedimentos de conjuntivobucostomia e conjuntivorralostomia apresentarem resultados pouco favorveis e s vezes

    duvidosos, as duas tcnicas foram abandonadas durante a realizao deste projeto de pesquisa.

    A utilizao do colrio de cido Saliclico a 0,3% seguiu as indicaes

  • 39

    sugeridas inicialmente por Wouk et al (1999). Considerando suas propriedades

    antifibrticas e antiinflamatrias, a utilizao deste colrio, aps a retirada das sondas utilizadas nos diferentes procedimentos cirrgicos aqui estudados, extremamente

    indicada. O colrio de cido Saliclico a 0,3% foi utilizado no ps-operatrio de todos

    pacientes submetidos aos diferentes procedimentos cirrgicos estudados e aprimorados neste projeto de pesquisa.

    Em apenas dois ces puderam-se observar uma reao local de hiperemia conjuntival e lacrimejamento aps a instilao da droga. Tais reaes adversas

    desapareciam aps 48 horas do incio da instilao do colrio.

  • 40

    CONCLUSES

    Com os resultados obtidos durante esta pesquisa pde-se concluir que:

    1. Existe uma grande variao nas caractersticas apresentadas pelo sistema de

    drenagem lacrimal nas diferentes raas de ces e gatos, sendo que nos braquiceflicos o ducto nasolacrimal sofre grande tortuosidade, o que predispe

    estes animais a ocorrncia de infeces crnicas do aparato de drenagem lacrimal (dacriocistites) devido a estase do filme lacrimal, causando estenoses e

    obstrues que podem originar quadros de epfora crnica.

    2. Com o aprimoramento na tcnica de dacriocistorrinografia e com a utilizao do filme para mamografia, pode-se obter imagens muito ntidas e importantes no

    auxlio do diagnstico das principais afeces do sistema de drenagem lacrimal

    em ces e gatos e que cursam com a epfora.

    3. A tcnica de dacriocistorrinostomia mostrou-se bastante eficaz em pacientes de

    mdio a grande porte e que apresentavam as estruturas que compe o sistema de drenagem lacrimal ntegras.

    4. A tcnica de dacriocistorrinostomia modificada mostrou-se de fcil realizao e

    extremamente eficaz para o tratamento cirrgico da epfora crnica em ces e gatos de pequeno porte, principalmente os braquiceflicos. O sangramento

    trans-operatrio e a irritao da mucosa nasal foram mnimos, tendo-se em vista o pequeno calibre da sonda utilizada e seu trajeto pela cartilagem nasal. O

    conforto e recuperao dos pacientes submetidos a este procedimento foram muito melhores, pois no existe necessidade de perfurao do osso nasal o que

    torna o procedimento menos traumtico.

    5. Os procedimentos de conjuntivobucostomia e conjuntivorralostomia mostraram-se muito pouco eficazes, pois na maioria dos casos observou-se obstruo do

    novo trajeto de drenagem por restos alimentares e/ou devido a infeces orais.

    6. O colrio de cido saliclico a 0,3% um agente antiinflamatrio e antifibrtico e indicado para a reduo da incidncia dos casos de estenose cicatricial ps-

    operatria, pois todos os animais que foram submetidos droga seguem com o sistema de drenagem lacrimal patente depois de suspendido o tratamento.

  • 41

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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