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GABRIEL RODRIGUES DA SILVA NETO INFLUÊNCIA DA CAMADA DE ORIGEM, TAMANHO E ÓRGÃO DAS LESÕES SUBEPITELIAIS DO TRATO GASTROINTESTINAL SUPERIOR NO RESULTADO DA PUNÇÃO POR AGULHA FINA GUIADA POR ULTRASSONOGRAFIA ENDOSCÓPICA Dissertação apresentada ao curso de Pós- Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Pesquisa em Cirurgia. São Paulo 2013

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GABRIEL  RODRIGUES  DA  SILVA  NETO  

 

 

 

 

 

 

 

INFLUÊNCIA DA CAMADA DE ORIGEM, TAMANHO E ÓRGÃO DAS LESÕES SUBEPITELIAIS DO TRATO GASTROINTESTINAL SUPERIOR NO RESULTADO DA PUNÇÃO POR AGULHA FINA GUIADA POR ULTRASSONOGRAFIA ENDOSCÓPICA

Dissertação apresentada ao curso de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Pesquisa em Cirurgia.

São Paulo

2013

 

 

 

 

 

GABRIEL  RODRIGUES  DA  SILVA  NETO  

 

 

 

 

 

 

 

INFLUÊNCIA DA CAMADA DE ORIGEM, TAMANHO E ÓRGÃO DAS LESÕES SUBEPITELIAIS DO TRATO GASTROINTESTINAL SUPERIOR NO RESULTADO DA PUNÇÃO POR AGULHA FINA GUIADA POR ULTRASSONOGRAFIA ENDOSCÓPICA

Dissertação apresentada ao curso de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Pesquisa em Cirurgia.

Área de concentração: Reinserção social

Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Malheiros

São Paulo

2013

 

 

Preparada pela Biblioteca Central da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

 

Silva Neto, Gabriel Rodrigues da

Influência da camada de origem, tamanho e órgão das lesões subepiteliais do trato gastrointestinal superior no resultado da punção por agulha fina guiada por ultrassonografia endoscópica./ Gabriel Rodrigues da Silva Neto. São Paulo, 2013.

Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – Curso de Pós-Graduação em Pesquisa em Cirurgia.

Área de Concentração: Reinserção Social Orientador: Carlos Alberto Malheiros

1. Endossonografia 2. Biópsia por agulha fina 3. Aparelho gastrointestinal/ lesões

BC-FCMSCSP/83-13

 

 

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu querido pai, IVALDO BAIA RODRIGUES DA SILVA, por todo amor, companheirismo e incentivo que me foi dado.

 

 

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, a CAPES, ao Centro Franco-Brasileiro de Ultrassonografia Endoscópica (CFBEUS) e ao Dr. Maurício Saab Assef, médico assistente do Serviço de Endoscopia do Hospital da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, pelo apoio prestado em todas as fases da elaboração desta dissertação.

 

 

ABREVIATURAS

LSE - Lesões subepiteliais

TGI - Trato gastrointestinal

GIST – Tumores estromais do trato gastrointestinal

TGS – Trato gastrointestinal superior

KIT – Receptores da tirosina quinase

PDGFRA – Platelet-Derived Growth Factor Alpha

NCCN - National comprehensive cancer network

CGA - Campo de grande aumento

UE - Ultrassonografia endoscópica

PAAF-UE - Punção por agulha fina guiada por ultrassonografia endoscópica

CFBEUS – Centro Franco-Brasileiro de Ultrassonografia Endoscópica

 

 

SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO................................................................................... 1

2- OBJETIVO......................................................................................... 9

3- PACIENTES E MÉTODO................................................................... 10

4- RESULTADOS................................................................................... 13

4.1. Tamanho..................................................................................... 14

4.2. Camada de origem..................................................................... 16

4.3. Órgão.......................................................................................... 18

5- DISCUSSÃO...................................................................................... 20

6- CONCLUSÃO.................................................................................... 26

7- ANEXOS............................................................................................ 27 7.1- Anexo 1....................................................................................... 27

7.2- Anexo 2....................................................................................... 31

8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................... 32 FONTES CONSULTADAS................................................................. 37 RESUMO............................................................................................ 38 ABSTRACT......................................................................................... 39

LISTAS E APÊNDICES....................................................................... 40

 

1. Introdução

Conceitualmente, lesões subepiteliais (LSE) são aquelas que se originam nas

camadas mais profundas da parede do trato gastrointestinal (TGI). São mais

frequentes no estômago, seguido do esôfago e duodeno(1). Na grande maioria dos

casos, são recobertas por mucosa íntegra. Porém, em outros, é possível a

identificação de lesões recobertas por mucosa inflamada ou ulcerada. Vale ressaltar

que, por localizarem-se abaixo do epitélio, as lesões que se originam da muscular da

mucosa são igualmente definidas como LSE(2).

São frequentemente encontradas em endoscopias digestivas de rotina(1-3).

Dados epidemiológicos são imprecisos, mas, aproximadamente, uma a cada 300

endoscopias digestivas de rotina revela um abaulamento da parede gastrointestinal

recoberta por mucosa de aspecto endoscópico normal, sugestiva de LSE(4). Há

grande dificuldade diagnóstica na diferenciação do tipo de lesão baseado apenas no

aspecto endoscópico das mesmas. As biópsias da mucosa que as recobre, na

grande maioria das vezes, não fornecem diagnóstico histológico definitivo(5,6).

Sendo um achado incidental, algumas questões tornam-se relevantes: A

lesão encontrada é originada de uma compressão extrínseca ou localiza-se no

interior da parede do TGI. Sendo originada no interior da parede, portanto uma LSE,

qual o risco dessa lesão ser maligna.

A importância clínica desse questionamento decorre do fato de que as LSE

incluem várias condições benignas e malignas(7). Entre as condições benignas, as

mais frequentes são: as compressões extrínsecas, os lipomas, os pâncreas

ectópicos, as varizes e os leiomiomas.

 

 

2  

As compressões extrínsecas ocorrem quando algumas estruturas extramurais

comprimem a parede do TGI, mimetizando uma LSE. Podem ocorrer em decorrência

da compressão causada por estruturas adjacentes normais ou por condições

patológicas. O arco aórtico, a coluna vertebral, o baço, o lobo esquerdo do fígado, a

vesícula biliar, vasos do hilo esplênico ou a cauda pancreática são exemplos de

estruturas anatômicas normais que podem comprimir a parede do TGI. Entre as

condições patológicas, as principais são: pseudocistos pancreáticos, aneurismas da

artéria esplênica, aneurismas aórticos, tumores císticos do pâncreas ou do fígado,

tumores dos cólons ou os linfomas(8,9).

Os lipomas são tumores benignos compostos por lipócitos maduros. São

achados incidentalmente em qualquer parte do TGI, sendo mais frequentes nos

cólons. Raramente são sintomáticos, podendo ocasionar dor abdominal, hemorragia

ou obstrução intestinal. À endoscopia, na maioria dos casos, são solitários, de

coloração amarelada e de consistência amolecida à palpação com pinça de biópsia

(sinal do travesseiro)(10).

Pâncreas ectópico é o termo usado para descrever o achado de tecido

pancreático fora de sua localização habitual, sem comunicação anatômica ou

vascular com o pâncreas propriamente dito. Ocorrem devido uma alteração no

desenvolvimento embrionário do pâncreas. São achados incidentalmente durante

endoscopias, cirurgias ou autópsias. Podem ser encontrados em qualquer parte do

TGI, porém na grande maioria das vezes localizam-se na grande curvatura do antro,

seguido de duodeno e intestino delgado. São assintomáticos na maioria dos casos e

raramente podem ocorrer complicações como: pancreatite, formação cística,

ulceração, sangramento, obstrução, icterícia obstrutiva ou malignidade. Os achados

 

 

3  

endoscópicos são bem peculiares, apresentando-se com uma umbilicação central

característica, que corresponde ao ducto de drenagem(11,12).

As varizes podem simular uma LSE, em pacientes com hipertensão portal,

principalmente quando localizadas no estômago(13).

Os leiomiomas são tumores benignos, mais frequentemente encontrados no

esôfago, com raro potencial de degeneração maligna. Constituem menos de 1% das

neoplasias do esôfago e aproximadamente dois terços dos tumores benignos

esofágicos. Histologicamente, os leiomiomas são constituídos por feixes células

musculares lisas entrelaçadas, bem demarcadas por tecido ou por uma cápsula de

tecido conjuntivo adjacente(14).

Outras condições benignas, raras, que também podem mimetizar uma LSE

são: os cistos de duplicação esofágica, os cistos glandulares do estômago, os

pólipos inflamatórios fibróides e os tumores de células granulares(15).

Entre as condições malignas, destacam-se os tumores estromais do TGI

(GIST)(16,17). Esses tumores respondem por cerca de 80% dos tumores

mesenquimais, sendo mais comumente encontrados no trato digestivo alto,

estômago ou duodeno, como uma massa intramural.

Os GIST são neoplasias de células fusiformes ou epitelióides. Antigamente,

esses tumores eram classificados como tumores da musculatura lisa, leiomiomas ou

leiomiossarcomas, devido aos achados histológicos de células fusiformes, em

paliçada, com núcleos proeminentes e localização na camada muscular própria.

Contudo, após um melhor entendimento de sua biologia e desenvolvimento de

novos marcadores moleculares, os GIST são atualmente classificados como um

 

 

4  

grupo distinto e heterogêneo de tumores mesenquimais, com diferenciação

variada(18,19).

Acredita-se que tenham origem nas células de Cajal, que estão envolvidas na

regulação da motilidade gastrointestinal. Expressam os receptores III da tirosina

quinase, também denominados c-kit, que apresentam em sua estrutura o marcador

CD117 em 90 a 95% dos casos. Apresentam, também o marcador CD34, porém em

apenas 60 a 70% dos casos. A identificação destes receptores é útil para distinguir

essas lesões de outros tumores mesenquimais do TGS, principalmente os

leiomiomas(20).

Na última década, a imunohistoquímica tem sido largamente utilizada para

esta identificação diagnóstica. De acordo com o perfil imunohistoquímico, pode-se

diferenciar os leiomiomas, com painel positivo para actina do músculo liso, desmina

e menos frequentemente CD34 (10 a 15% dos casos), dos GIST, com painel positivo

para CD117 e CD34. Em termos práticos, lesões mesenquimais com citologia ou

histologia suspeita e c-kit positivo são consideradas GIST. Contudo,

aproximadamente 5 a 10 % das lesões com histologia suspeita de GIST são c-kit

negativas(21). Nessa situação, pode-se utilizar testes genéticos para elucidação

diagnóstica, sendo que esses testes são mais comumente usados em protocolos de

pesquisa. Em geral, os GIST estão associados a alterações moleculares em dois

genes alvos: o gene KIT, que expressa o receptor c-kit, e cuja mutação ocorre nos

seus exons 9 e 11, e o PDGFRA (Platelet-Derived Growth Factor Alpha) que

expressa o receptor PDGFRA(22-25). Cerca de 15% dos GIST não expressam

mutação do gene KIT e, destes, aproximadamente 5 a 7% expressam uma mutação

 

 

5  

acometendo o gene PDGFRA. Há um pequeno subgrupo de GIST, denominados de

tipo selvagem, que não expressam mutação do gene KIT e nem do PDGFRA(26).

Atualmente, os GIST são classificados no grupo dos sarcomas, pela National

Comprehensive Cancer Network (NCCN)(27). Sendo assim, devem ser considerados

lesões malignas, porém com diferentes graus de agressividade.

Na prática clínica, há três fatores que podem predizer maior ou menor

agressividade dos GIST: O tamanho, o número de mitoses por campo de grande

aumento (CGA) e o órgão de acometimento. Tumores maiores que 5 cm e com alta

atividade mitótica (>5 mitoses por CGA) têm maior agressividade, com maior risco

de metástases hepáticas e recorrência intra-abdominal(28).

Dentre todas as lesões descritas, as que representam um maior desafio no

diagnóstico diferencial são os leiomiomas e os GIST, uma vez que apresentam

características endoscópicas e histológicas semelhantes, que dificultam a distinção

entre ambas, além da origem na camada muscular própria, na maioria dos casos.

Porém, apesar das semelhanças, expressam comportamento biológico e tratamento

distintos. Desta forma, é importante estabelecer o diagnóstico pré-operatório dos

tumores estromais(29).

Apesar do diagnóstico inicial destas lesões ser feito pela endoscopia digestiva

alta, somente a ultrassonografia endoscópica (UE) é capaz de fornecer informações

importantes como tamanho, camada de origem, ecogenicidade, limites e forma das

lesões(30,31). Mesmo sendo exame de escolha para avaliação de LSE, fornece um

diagnóstico conclusivo em um número limitado de lesões, como em casos de

varizes, pâncreas ectópico e lipoma, que apresentam características ecográficas

específicas(32).

 

 

6  

Em outras situações onde há dúvida diagnóstica, como nos casos de

leiomiomas e GIST, e/ou suspeita de malignidade, faz-se necessária a aquisição de

material para exame citológico e/ou histológico. Esta aquisição pode ser feita através

de técnicas de biópsias (biópsias sobre biópsias), macrobiópsias e por punção por

agulha fina. As técnicas de biópsias sobre biópsias mostram um rendimento

diagnóstico em torno de 33% para lesões menores que 1 cm e 46% para lesões

maiores que 1 cm, com melhores resultados nas lesões localizadas no esôfago, do

que estômago e duodeno. As principais complicações são as hemorragias,

presentes em 14%(33). As macrobiópsias mostram resultados satisfatórios, em torno

de 80%, porém com maiores taxas de complicações hemorrágicas e perfurativas(34).

Já a punção por agulha fina guiada por ultrassonografia endoscópica (PAAF-UE)

tem emergido como um método minimamente invasivo e seguro para aquisição de

amostras de várias LSE, principalmente nas lesões suspeitas de GIST(35-39).

A PAAF-UE, quando utilizada em outras situações clínicas, apresenta bons

resultados. Nas lesões do mediastino posterior, por exemplo, esse método tem uma

acurácia de aproximadamente 93%(40). No câncer de pâncreas varia entre 88 e 92%

de acurácia diagnóstica(41). Porém, em LSE, os resultados são inferiores na maioria

das séries(42-44).

Há poucos trabalhos na literatura mundial discutindo sobre os fatores que

influenciam a PAAF-UE no diagnóstico de LSE.

A relação entre tamanho das LSE e acurácia diagnóstica da PAAF-UE ainda

não foi totalmente determinada e as informações contidas na literatura mundial

referente a este tema ainda são limitadas. Há uma tendência em encontrar melhores

resultados nas lesões de maior tamanho(43,44).

 

 

7  

Hamerski et al (2008) realizaram um estudo retrospectivo para determinar o

valor da PAAF-UE em LSE. Esses autores encontraram 45% de resultados positivos

nas lesões menores que 2 cm e 80% nas lesões maiores que 2 cm(45). Sepe et al

(2009), realizaram um estudo retrospectivo com o intuito de avaliar o rendimento

diagnóstico da PAAF-UE nos GIST. A sensibilidade do método nas lesões menores

que 2 cm, 2 a 5 cm e entre 5 a 10 cm, foi de 80%, 87,5% e 100%,

respectivamente(46). Da mesma forma, Watson et al (2011) encontraram 45% de

resultados positivos nas lesões menores que 2 cm e 80% naquelas maiores que 2

cm(47). Nesses estudos, o tamanho das lesões influenciou de forma significante no

resultado do método. Porém, há aqueles que mencionam em seus estudos, como

Hoda et al (2009), que o tamanho das lesões e o número de passagens da agulha

não são variáveis capazes de predizer a acurácia diagnóstica da PAAF-UE e

consideram de pouco significado clínico. Esses autores argumentam que a aquisição

de material satisfatório, em lesões maiores, é, em algumas situações, mais difícil,

devido elevada possibilidade de material necrótico(48).

Outro fator que pode afetar o rendimento das punções é a camada de origem.

Sepe et al (2009) ao tentarem determinar o valor diagnóstico da PAAF-UE nos GIST,

a sensibilidade e os fatores que influenciam na aquisição de material histológico

adequado, concluíram que a camada de origem das lesões influenciou no resultado

do método, principalmente em casos de lesões oriundas das camadas submucosa e

muscular própria (p<0,0001)(46). Porém, Mekky et al (2010), realizaram um estudo

retrospectivo com o objetivo de determinar a utilidade diagnóstica da PAAF-UE nas

LSE. Esses autores concluíram que a camada de origem não foi capaz de influenciar

no resultado da método (p=0,489) (49).

 

 

8  

Em relação ao órgão de origem das LSE, Mekky et al (2010), concluíram que

a localização das LSE não influenciou no resultado do método(49). Porém, outros

estudos, como o de Watson et al (2011), concluíram que a localização gástrica,

forneceu um melhor rendimento diagnóstico à PAAF-UE, porém, não argumentaram

em seus trabalhos possíveis justificativas para este achado(47).

Diante do que foi exposto, estudar os fatores que influenciam a PAAF-UE em

LSE e estabelecer uma associação com as características das lesões, como

tamanho, camada de origem e órgão, pode ajudar a otimizar o resultado das

punções, de modo a contribuir na conduta frente a estes casos e na decisão de

ressecção ou seguimento destas lesões.

 

 

9  

2. Objetivo

Estabelecer possíveis associações entre o tamanho das lesões, camada e

órgão de origem com o resultado da PAAF-UE em pacientes com LSE do TGS.

 

 

10  

3. Pacientes e Método

Foram analisados, retrospectivamente, os dados de pacientes encaminhados

ao Centro Franco-Brasileiro de Ultrassonografia Endoscópica (CFBEUS) do Serviço

de Endoscopia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com diagnóstico

endoscópico prévio de LSE do TGS, para a realização de UE, no período de maio de

2006 a agosto de 2011.

Os dados foram obtidos de protocolos preenchidos durante os exames e

armazenados em formato digital pelo programa Microsoft Office Excel (anexo 1).

Foram incluídos todos os pacientes em que foram encontradas as lesões

descritas no exame endoscópico prévio e que eram originárias da parede do trato

digestivo, à UE, nas quais foram realizadas punções (PAAF-UE).

Foram excluídos todos os pacientes com lesões extraparietais, aquelas nas

quais não foram realizadas punções ou quando os pacientes não autorizaram o uso

dos seus dados para estudos científicos.

Todos os exames foram realizados sob sedação endovenosa, com doses

individualizadas de Fentanil, Midazolan e Propofol, assistidos por médico

anestesiologista.

Todas as UE, assim como as punções, foram realizadas sob supervisão da

mesma equipe de examinadores, todos médicos assistentes do CFBEUS, com mais

de 5 anos de experiência profissional em UE.

As UE foram realizadas com aparelho linear (Fujinon SU – 7000, Saitama,

Japão), com frequências que variaram entre 7,5 e 12 MHz, sendo possível a

identificação das cinco camadas ecográficas da parede tradicionalmente vistas(50).

 

 

11  

As punções foram realizadas com agulhas de 19 ou 22 gauge (Echotip, Cook

Medical, Winston-Salem, NC, USA), de acordo com a preferência do examinador no

momento do exame.

O material obtido nas punções foi encaminhado em meio de formalina a 10%

para estudo citopatológico. Foi realizado “cell block” em todos os casos. Quando

necessário, foi realizado, a critério do médico patologista, estudo imunohistoquímico

adequado para confirmação diagnóstica. A imunohistoquímica foi indicada em 32

LSE que foram puncionadas.

Os resultados das PAAF-UE foram divididos em positivos e negativos. Foram

considerados resultados positivos aqueles em que a quantidade e a qualidade do

material obtido foi suficiente para determinar um diagnóstico citopatológico das

lesões. Por conseguinte, os resultados negativos são aqueles onde não foi possível

estabelecer um diagnóstico citopatológico, seja pela quantidade insuficiente de

material ou por material inadequado para análise.

As variáveis ecográficas estudadas foram: tamanho das lesões, camada e

órgão de origem.

Em relação ao tamanho, seguiu-se o padrão de agrupamento das lesões

utilizado em outros estudos na literatura, como, por exemplo, o de Watson et al(47)

(2011), visando estabelecer uma associação dessa variável com os resultados das

punções. Sendo assim, foram agrupadas em lesões < 2cm, 2 a 3 cm e > 3 cm.

Da mesma forma, as lesões também foram divididas e agrupadas conforme a

camada de origem, identificadas à UE, em: mucosa profunda, submucosa ou

muscular própria.

 

 

12  

Em relação ao órgão de origem, dividiu-se e agruparam-se as lesões

localizadas no esôfago, estômago ou duodeno. Vale ressaltar que, devido o

pequeno número de lesões da região cárdica, estas foram consideradas como

lesões gástricas.

Os resultados foram apresentados em tabelas e gráficos com suas

frequências absolutas (n) e relativas (%). Foi aplicado o teste estatístico do Qui-

Quadrado para variáveis qualitativas e foi adotado um nível de significância de 5% (p

<0,05).

 

 

13  

4. Resultados

Foram encaminhados 222 pacientes que foram submetidos à UE. Destes, 15

foram diagnosticados como lesões extraparietais (compressões extrínsecas) e 207

com diagnóstico ultrassonográfico de LSE. Entre os pacientes com LSE, 89 (51 do

sexo feminino e 38 do sexo masculino) foram submetidos à punção. A idade variou

entre 22 a 90 anos (média de 56). Nestes pacientes, foram encontradas 92 LSE do

TGS que foram puncionadas. A PAAF-UE resultou positiva em 58,7% das lesões,

conforme mostra a tab.1. Em relação aos resultados negativos, 71% ocorreram por

ausência de material para análise e 29% foram considerados como material

insuficiente.

Tabela  1  –  Distribuição  dos  resultados  de  PAAF-­‐UE  em  92  LSE  do  TGS,  de  Maio  de  2006  a  Agosto  de  2011.  

Resultado   n   %  

Negativo   38   41,3  

Positivo   54   58,7  

Total   92   100,0   Fonte: Cfbeus, Serviço de Endoscopia da Santa Casa de São Paulo

 

 

14  

4.1. Tamanho

Das 92 lesões puncionadas, 39 (42,4%) mediram menos de 2,0 cm, 35 (38%)

mediram entre 2 e 3 cm e 18 (19,6%) mediram mais de 3,0 cm, como mostram as

tab. 2.

O resultado das punções, em cada faixa de tamanho das lesões, está

apresentado na tab. 2.

Tabela  2  -­‐  Distribuição  dos  Resultados  da  PAAF-­‐UE  em  Relação  ao  Tamanho  em  92  LSE  do  TGS,  de  Maio  de  2006  a  Agosto  de  2011.  

Tamanho                                Resultado  

Total                          Negativo                    Positivo  

<  2  cm  n   26   13   39  %   67   33   100  

2  a  3  cm  n   7   28   35  %   20,0   80,0   100  

>  3cm  n   5   13   18  %   28   72   100  

Total  n   38   54   92  %   41,3   58,7   100  

Teste  Qui-­‐Quadrado  (p-­‐valor  <  0,001)         Fonte: Cfbeus, Serviço de Endoscopia da Santa Casa de São Paulo

Os diagnósticos citopatológicos definitivos, das lesões puncionadas, em cada

faixa de tamanho, estão apresentados nas fig. 1, 2 e 3.

 

 

15  

7(18%)  

3(8%)  

1(2%)  1(2%)  1(3%)  

26(67%)  

Leiomioma  

Pâncreas  Ectópico  

Tumor  Neuroendócrino  

Gist  

Lipoma  

Negativos  

Total    39  

Figura  1  -­‐  Diagnóstico  Citopatológico  da  PAAF-­‐UE    nas  Lesões  Menores  que  2  cm  

18(51%)  

5(14%)  1(3%)  

3(9%)  

1(3%)  

7(20%)   Leiomioma  

Pâncreas  Ectópico  

Schwanoma  

Gist  

Cisto  de  Duplicação  

Negativos  

Figura  2  -­‐  Diagnóstico  Citopatológico  da  PAAF-­‐UE    nas  Lesões  entre  2  e  3  cm  

Total  35  

4(22%)  

8(44%)  1(6%)  

5(28%)  Leiomioma  

Gist  

Cisto  de  Duplicação  

Negativos  

Figura  3  -­‐  DiagnósVco  Citopatológico  da  PAAF-­‐UE    nas  Lesões  Maiores  que  3  cm  

Total  18  

 

 

16  

4.2. Camada de origem

Em relação as camadas de origem das lesões, foram puncionadas 6 (6,5%)

lesões da mucosa profunda, 22 (24%) lesões da submucosa e 64 (69,5%) lesões da

muscular própria.

O resultado das punções, em cada camada de origem, está apresentado na

tab. 3.

Tabela  3  -­‐  Distribuição  dos  Resultados  da  PAAF-­‐UE  em  Relação  a  Camada  de  Origem  em  92  LSE  do  TGS,  de  Maio  de  2006  a  Agosto  de  2011.  

Camada                                      Resultado  

Total                            Negativo                        Positivo  

Mucosa  Profunda  Qte   2   4   6  %   33   67   100  

Submucosa  Qte   10   12   22  %   45   55   100  

Muscular  Própria  Qte   26   38   64  %   41   59   100  

Total  Qte   38   54   92  %   41,3   58,7   100  

Teste  Qui-­‐Quadrado  (p-­‐valor  >  0,15)  Fonte: Cfbeus, Serviço de Endoscopia da Santa Casa de São Paulo  

Os diagnósticos citopatológicos definitivos das lesões puncionadas, em cada

camada de origem, estão apresentados nas fig. 4, 5 e 6.

 

 

17  

3(50%)  

1(17%)  

2(33%)  Leiomioma  

Tumor  neuroendócrino  

Negativos  

Total  06  

Figura  4  -­‐  DiagnósVco  Citopatológico  da  PAAF-­‐UE    nas  Lesões  da  Mucosa  Profunda  

4  (18%)  

6  (27%)  

1  (5%)  1  (5%)  

10(45%)   Leiomioma  

Pâncreas  Ectópico  

Cisto  de  Duplicação  

Lipoma  

Negativos  

Figura  5  -­‐  Diagnóstico  Citopatológico  da  PAAF-­‐UE  nas  Lesões  Da  Submucosa  

Total  22  

22  (34,3%)  

2  (3%)  

12  (18,7%)  

1  (1,5%)  1  (1,5%)  

26  (41%)  Leiomioma  

Pâncreas  Ectópico  

Gist  

Cisto  de  Duplicação  

Schwanoma  

Negativos  

Figura  6  -­‐  Diagnóstico  Citopatológico  da  PAAF-­‐UE  nas  Lesões  Da  Muscular  Própria  

Total  64  

 

 

18  

4.3. Órgão

Em relação ao órgão de origem, foram puncionadas 21(23%) lesões de

esôfago, 65(71%) de estômago e seis (6%) do duodeno.

O resultado das punções, em cada órgão de origem, está apresentado na tab.

4.

Tabela  4-­‐  Distribuição  dos  Resultados  da  PAAF-­‐UE  em  Relação  aos  Órgãos  de  Origem  em  92  LSE  do  TGS,  de  Maio  de  2006  a  Agosto  de  2011.  

Órgão                                      Resultado  

Total                          Negativo                  Positivo  

Esôfago  Qte   7   14   21  %   33   67   100  

Estômago  Qte   28   37   65  %   43   57   100  

Duodeno  Qte   3   3   6  %   50,0   50,0   100  

Total  Qte   38   54   92  %   41,3   58,7   100  

Teste  Qui-­‐Quadrado  (p-­‐valor  =  0,61)  Fonte: Cfbeus, Serviço de Endoscopia da Santa Casa de São Paulo    

Os diagnósticos citopatológicos definitivos das lesões puncionadas, em cada

órgão de origem, estão apresentados nas fig. 7, 8 e 9.

 

 

19  

13  (62%)  

1  (5)%  

7  (33%)  Leiomioma  

Cisto  de  Duplicação  

Negativos  

Figura  7  -­‐  Diagnóstico  Citopatológico  da  PAAF-­‐UE    nas  Lesões  De  Esôfago  

Total  21  

16  (24,6%)  

6  (9,2%)  12  (18,4%)  

1  (1,6%)  1  (1,6%)  

1  (1,6%)  

28  (43%)  

Leiomioma  

Pâncreas  Ectópico  

Gist  

Schwanoma  

Tumor  Neuroendócrino  

Cisto  de  Duplicação  

Negativos  

Total  65  

Figura  8  -­‐  Diagnóstico  Citopatológico  da  PAAF-­‐UE    nas  Lesões  De  Estômago  

2  (33%)  

1  (17%)  

3  (50%)  Pâncreas  Ectópico  

Lipoma  

Negativos  

Figura  9  -­‐  Diagnóstico  Citopatológico  da  PAAF-­‐UE    nas  Lesões  Do  Duodeno  

Total  06  

 

 

20  

5. Discussão

Em várias ocasiões, muitos gastroenterologistas e cirurgiões se deparam com

resultados de exames endoscópicos mostrando uma LSE do TGS. Comumente,

esse achado gera uma angústia nos médicos assistentes, pela falta de condutas

bem estabelecidas. Da mesma forma, os pacientes, diante do diagnóstico de uma

LSE, ficam ansiosos a espera da resolução do problema.

A endoscopia digestiva de rotina, além do diagnóstico inicial, é capaz de

fornecer informações importantes no diagnóstico das LSE, como tamanho, aspecto

da mucosa que as recobre, consistência e outros sinais endoscópicos que podem

predizer o diagnóstico etiológico, como, por exemplo, o sinal do travesseiro nos

lipomas e a umbilicação central nos casos de pâncreas ectópicos. Porém, em

outros tipos de lesões, a caracterização feita na endoscopia deixa a desejar.

A UE é frequentemente indicada com a intenção de se obter outras

informações importantes que podem ajudar a caracterizar melhor as LSE, como

tamanho, forma, ecogenicidade e camada de origem. Porém, mesmo diante dessas

informações, os examinadores se deparam com lesões que geram dúvidas, como

nos casos de lesões originárias da camada muscular própria, que podem ser

leiomiomas ou GIST. Nestes casos, os demais achados ultrassonográficos são

semelhantes e impedem sua distinção.

Os leiomiomas são lesões benignas, que localizam-se com mais frequência

no terço distal do esôfago, e na grande maioria dos casos não causam sintomas.

Nestes casos, os pacientes são seguidos por endoscopia, UE e/ou exames

radiológicos. Em situações onde os leiomiomas atingem maiores tamanhos, em

geral maiores que 4,0 cm, e geram sintomas, a conduta cirúrgica é mandatória(51).

 

 

21  

No caso dos GIST, por serem considerados sarcomas, cada vez mais torna-

se importante o seu diagnóstico precoce e pré-operatório. Isso ajudaria os

gastroenterologistas a definirem a melhor conduta a ser tomada, principalmente em

casos de lesões pequenas.

Nos casos de GIST maiores que 5 cm e/ou com contagem de mitoses igual

ou maior que 5 por CGA, essas lesões devem ser extirpadas cirurgicamente, devido

o elevado risco de metástases e maiores taxas de recorrência. Porém, em lesões

menores que 5 cm e/ou com contagem de mitoses menores que 5 por CGA, ainda

há muitas dúvidas sobre que conduta seguir: cirurgia ou seguimento.

O estudo de Gill et al (2009), que seguiram pela UE 51 lesões menores que 3

cm, sendo 9 da camada mucosa profunda e 42 da camada muscular própria, por um

tempo médio de 23 meses, concluiu que o seguimento a cada 2 anos parece ser

razoável, pois somente 7 lesões modificaram suas características ecográficas

(tamanho, ecogenicidade e bordas) durante o seguimento, sendo que nenhuma

delas eram GIST com alto índice de mitoses(52).

Entre os autores que defendem a conduta cirúrgica, Iwahashi et al (2006),

concluíram que todos os GIST maiores ou iguais a 2 cm devem ser extirpados

cirurgicamente(53).

Para o diagnóstico histológico das LSE, existem métodos endoscópicos que

podem ser utilizados para aquisição de material. Entre eles destacam-se: a técnica

de “biópsias sobre biópsias”, macrobiópsias, mucosectomias e as ressecções

submucosas. É importante ressaltar que estas técnicas podem ser utilizadas em

lugares onde não há disponibilidade da PAAF-UE. Porém, antes da realização do

 

 

22  

procedimento, é imprescindível que as LSE sejam previamente avaliadas por UE

para melhor caracterizá-las, diminuindo assim a possibilidade de complicações.

Em relação às técnicas descritas anteriormente para aquisição de material

para o diagnóstico etiológico das LSE, a PAAF-UE mostra menores taxas de

complicações e rendimento semelhante.

Em nosso estudo, a taxa de resultados positivos foi de 58,7%, pouco abaixo

de outros estudos semelhantes na literatura, que encontraram resultados que variam

entre 60 e 90%. Existem alguns fatores que podem ter influenciado neste resultado.

As PAAF-UEs foram realizadas por médicos em formação profissional para

UE, sob supervisão de médicos assistentes do CFBEUS com larga experiência em

UE (mais de 5 anos de experiência em UE). Isso pode, de alguma forma, ter

influenciado no resultado das punções. Segundo Barthet (2007), para que um

médico adquira todas as habilidades em UE, é recomendado um número mínimo de

150 UE, sendo 75 em doenças das vias biliares e 50 PAAF-UE(54). Apesar de todos

os exames terem sidos supervisionados por médicos assistentes com números

muitos superiores aos citados, os médicos em formação no momento do exame,

ainda não tinham o número de punções sugeridas para proficiência no método, o

que poderia influenciar no resultado final.

Da mesma forma, o calibre da agulha utilizada para cada punção e o número

de passagens das agulhas não foram adequadamente padronizados, pela própria

natureza retrospectiva deste estudo. A decisão do calibre da agulha utilizada nas

punções foi feito pelo médico assistente, no momento da punção, levando em

consideração o tamanho das lesões e a localização no TGS.

 

 

23  

Igbal et al (2013) concluíram que o calibre da agulha não influenciou no

rendimento diagnóstico da PAAF-UE de lesões sólidas e de linfonodos(55). Da

mesma forma, Affolter et al (2013), concluíram que o calibre da agulha e o número

de passagens não influenciaram na acurácia e na taxa de complicações da PAAF-

UE(56). Já Varadarajulu et al (2012) mencionou em seu trabalho que a agulha de 19

G foi eficaz na aquisição de material em 92,1% das lesões(57).

O material colhido nas punções e que foi enviado para análise citopatológica,

não foi avaliado pelo mesmo médico patologista. Essa variabilidade de análise pode

ser um outro fator capaz de influenciar no resultado das punções.

A PAAF-UE, apesar de segura, apresenta complicações. As mais frequentes

são sangramento, perfuração e dor abdominal. Os sangramentos e perfurações são

complicações imediatas. Não houve relatos de complicações imediatas logo após as

punções. A dor abdominal, por ser tardia, não foi possível controlar. A grande

maioria dos pacientes que são encaminhados ao CFBEUS são referenciados de

outros centros médicos e estes retornam para o centro de origem após a UE.

Foram encontrados 12 GIST nas punções realizadas na nossa amostra. Não

foi possível o seguimento destes pacientes, pois parte deles pertenciam a outros

centros e foram referenciados ao CFBEUS para serem submetidos a UE.

A decisão de dividir e agrupar as LSE em < 2 cm, 2 a 3 cm e > 3 cm foi feita

na tentativa de definir uma margem inferior de tamanho a partir do qual o rendimento

da PAAF-UE é semelhante. Vale ressaltar que a punção de lesões menores que 1

cm é tecnicamente difícil e também foi um pequeno número de lesões neste estudo.

As lesões entre 1 e 2 cm podem tecnicamente até ser puncionadas, porém os

resultados não se mostraram satisfatórios. Há uma tendência em encontrar

 

 

24  

melhores resultados da PAAF-UE em lesões maiores que 2 cm. Em nosso estudo,

os melhores resultados da PAAF-UE, foram encontrados em lesões que mediram

entre 2 e 3 cm e maiores que 3 cm. Sendo assim, um ponto de corte de 2 cm para

realização de punções torna-se razoável.

A camada de origem e o órgão não influenciaram no resultado da PAAF-UE

no nosso estudo. Uma possível causa que pode ter influenciado esse resultado é o

pequeno número de leões puncionadas do duodeno e as localizadas em camadas

diferentes da muscular própria.

Neste estudo foram encontrados 52 tumores mesenquimais em 92 LSE,

sendo 39 leiomiomas, 12 GIST e 01 schwanoma. No esôfago, todas as lesões da

camada muscular própria eram leiomiomas, sendo assim, a identificação de lesões

hipoecóicas, na quarta camada ecográfica do esôfago, nos permite inferir alta

probabilidade de leiomiomas, sem necessidade de realizar punções. Os leiomiomas,

foram mais diagnosticados no estômago do que no esôfago, o que não condiz com

dados da literatura. Uma provável explicação para este achado seria que alguns

destes leiomiomas podem tratar-se de GIST e não foram adequadamente

identificados na imunohistoquímica.

Todos os GIST diagnosticados estavam localizados na camada muscular

própria e no estômago, o que condiz com a literatura. Eles correspondem a 23% das

lesões mesenquimais diagnosticadas neste estudo. Segundo Miettinen et al (1999),

os GIST respondem por 80% dos tumores mesenquimais(58).

Entre as lesões da camada muscular própria do estômago, foram

encontrados 16 leiomiomas e 12 GIST. Isso deixa claro a importância da realização

da PAAF-UE nestas lesões para o diagnóstico diferencial. Neste estudo, foram

 

 

25  

encontradas 10 lesões maiores que 3 cm, sendo 2 leiomiomas e 8 GIST. Diante de

lesões maiores que 5 cm, não há necessidade da realização da PAAF-UE, pois há

alta probabilidade de serem GIST, com elevado risco de metástases, cuja conduta

cirúrgica é mandatória. As lesões entre 3 e 5 cm devem ser puncionadas pois o risco

serem GIST é elevado.

No grupo de lesões que mediram entre 2 e 3 cm, foram encontrados 10

leiomiomas e 3 GIST. Da mesma forma, acreditamos que estas lesões devem ser

puncionadas, pois há um risco de serem leiomiomas ou GIST. Caso sejam

leiomiomas, não precisam ser rigorosamente seguidas. Em caso de GIST, devem

ser rigorosamente acompanhadas, periodicamente, por UE ou endoscopia digestiva

alta. Entre as lesões que mediram menos de 2 cm, foram encontrados 4 leiomiomas

e 1 GIST. Em geral, não precisam ser puncionadas devido baixo rendimento

diagnóstico da PAAF-UE. Porém, neste grupo, encontramos um caso de GIST.

Resta ainda o problema de que o diagnóstico de GIST através da PAAF-UE

não permite a contagem de mitoses. Esta informação seria útil principalmente nas

lesões menores que 2 cm e entre 2 e 3 cm, auxiliando definitivamente na decisão

terapêutica do seguimento ou ressecção. Possivelmente, o surgimento de novas

agulhas para melhor aquisição de material histológico, poderá ajudar na tomada de

decisões neste cenário.

 

 

26  

6. Conclusão

O tamanho das lesões foi a única variável que influenciou no resultado da

PAAF-UE. Melhores resultados são alcançados em lesões maiores que 02 cm.

 

 

27  

7. Anexos

7.1. Anexo 1

Ficha de Coleta de Dados – Lesão subepitelial

Identificação

Nome: ____________________________________ Prontuário: ___________ At. ____________________ Idade: ____________ Sexo: ( ) F ( ) M Telefone: ____________________________________ Data da consulta: ______/______/_______

Hipótese diagnóstica: ( ) lesão subepitelial ( ) compressão extrínseca ( ) pâncreas ectópico ( ) tu carcinóide ( ) outro _______________

Sintomas Clínicos

( ) emagrecimento ( ) anemia ( ) dor ( ) vômito ( ) disfagia ( ) hematemese ( ) melena ( ) cirrose ( ) esquistossomose ( ) cirurgia anterior ( ) neoplasia ( ) uso de ACO ( ) Outros _____________________

Exame Endoscópico

Localização: ( ) esôfago distal ( ) esôfago médio ( ) cárdia ( ) fundo ( ) corpo ( ) antro ( ) bulbo Aspecto da lesão: ( ) lesão subepitelial ( ) compressão extrínseca ( ) lesão epitelial ( ) não identificada Tamanho: ____ cm Aspecto da mucosa: ( ) normal ( ) irregular ( ) umbelicação ( ) ulceração Biópsia: ( ) N ( ) S __________________________________________________________________________

Aspectos tomográficos

Localização: ( ) esôfago distal ( ) esôfago médio ( ) cárdia ( ) fundo ( ) corpo ( ) antro ( ) bulbo Camada de origem: ( ) mucosa ( ) submucosa ( ) muscular própria ( ) serosa ( ) não identificado

( ) órgão adjacente __________________________________________________________ Estruturas acometidas: ( ) N ( ) S _______________________________________________________________ Tamanho (maior eixo): _____ mm ( ) Áreas císticas ( ) Calcificações

1

ECOENDOSCOPIA

DATA DO EXAME: _____/_____/______

Imagem: ( ) filme

Aparelho : ( ) radial ( ) setorial Diagnóstico: ( ) lesão subepitelial – ( )

 

 

28  

intraparenquimatose ( ) exofítico ( ) compressão extrínseca ( ) sem lesão Camada de origem: ( ) mucosa ( ) muscular da mucosa ( ) submucosa ( ) muscular própria ( ) serosa ( ) não identificado Órgão adjacente: ( ) baço ( ) fígado ( ) pâncreas ( ) aorta ( ) lesões extra-viscerais ( ) varizes Tamanho (maior eixo): ____mm (menor eixo): ____mm Ecogenicidade: ( ) hipoecogênica ( ) hiperecogênica ( ) homogênea ( ) heterogênea Limites: ( ) bem definidos ( ) mal definidos ( ) focos hiperecóicos ( ) áreas císticas Estruturas acometidas: ( ) invasão vascular ( ) invasão órgãos __________________________ PAAF: ( ) N ( ) S ___________________________________________________________________________

Linfonodos:()N ()S Localização: ( ) perigástrico ( ) gástrica esquerda ( ) hepática comum ( ) a. esplênica ( ) tronco celíaco

( ) hepato-duodenal ( ) peri-lesional Número: ____ Tamanho (maior eixo): ____mm Tamanho (menor eixo): ____mm Ecogenicidade: ( ) hipoecogênico ( ) hiperecogêncio ( ) homogênea ( ) heterogênea Forma: ( ) arredondado ( ) alongado ( ) triangular Bordas: ( ) bem delimitadas ( ) mal delimitadas PAAF: ( ) N ( ) S ___________________________________________________________________________ AP cirúrgico: ________________________________________________________________________________

Metástase hepática: ( ) N ( ) S Tamanho (maior eixo): ____mm Tamanho (menor eixo):____mm Ecogenicidade: ( ) anecóico ( ) hipoecóico ( ) hiperecóico Forma: ( ) arredondada ( ) ovalada Bordas: ( ) bem delimitadas ( ) mal delimitadas PAAF: ______________________________________________________________________________________ AP cirúrgico__________________________________________________________________________________

Ascite: ( ) N ( ) S PAAF______________________________________________________________________ 2

( ) foto

( ) mini-probe Freqüência (mHz): ( ) 5,0 ( ) 7,5 ( ) 10 ( ) 12

Punção: ( ) não ( ) sim

Médico que realizou a punção: ____________________________________________________________________ Número de passadas: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 Marca: _______________________________________________________________________________________ Tipo: ________________________________________________________________________________________ Gauge: ______________________________________________________________________________________

 

 

29  

Tratamento

( ) Ressecção cirúrgica ( ) Ressecção endoscópica ( ) Quimioterapia ( ) Acompanhamento clínico Margens : ( ) livres ( ) comprometidas Tipo histológico: ( ) GIST ( ) Outros ________________________________________________________________ Tamanho (maior eixo): ____mm Tamanho (menor eixo):____mm Observações_____________________________________________________________________________________

3

NOME DO PACIENTE:____________________________________________________________________________________________ EXAME(S) E PROCEDIMENTO(S) ENDOSCÓPICO(S) PROPOSTO(S): _________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________ OBJETIVO(S):_____________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________ PLANEJAMENTO:__________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________

Declaração de atendimento ambulatorial e informação ao paciente

Declaro ter informado o paciente acima e ou seu responsável os objetivos, a natureza e os riscos do(s) exame(s) e ou procedimento(s) endoscópico(s) proposto(s) acima, bem como ter esclarecido todas as suas dúvidas a respeito dos exames (s) e ou procedimento(s) citado(s).

__________________________________________________________________________ Assinatura e nome legível do (a) médico que atendeu o paciente neste ambulatório

__________________________________________________________________________ Assinatura e nome legível do(a) médico instrutor ou coordenador

Consentimento Pós-Informação (paciente ou responsável)

Declaro estar ciente dos objetivos e da natureza do(s) exame(s) e ou procedimento(s) endoscópico(s) proposto(s) citados acima, bem como ter recebido informações e ter sido esclarecido sobre todas as minhas dúvidas a respeito deste(s), incluindo:

 

 

30  

. 1) As informações e os riscos relacionados às complicações do emprego da sedação e ou anestesia, a ser aplicada por médico endoscopista ou anestesista (como reações alérgicas, depressão respiratória e óbito).

. 2) As informações e os riscos relacionados ao exame diagnóstico e terapêutico, como sangramento, perfuração e infecção, bem como a eventual necessidade de procedimentos complementares, incluindo cirurgias, para o controle de situações emergenciais, as quais serão conduzidas e resolvidas de acordo com a necessidade de cada situação clínica. Por fim, autorizo a utilização de dados e imagens do meu prontuário, incluindo aqueles obtidos neste procedimento em

apresentações e estudos médicos e científicos, desde que, salvaguardem minha identidade (excluindo o nome do paciente dos documentos, imagens e apresentações).

São Paulo, _________

________________________________________ Nome legível do(a) paciente ou responsável

de ___________________________ de 20_____.

_____________________________________

Assinatura do(a) paciente ou responsável

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

31  

7.2.  Anexo  2  

 

Tabela  3  -­‐  Diagnóstico  Citopatológico  da  PAAF-­‐UE  em  Relação  ao  Tamanho  em  92  LSE  do  TGS,  de  Maio  de  2006  a  Agosto  de  2011.  

    <  2cm   2  a  3  cm   >  3  cm  Leiomioma   7   18   4  Pâncreas  Ectópico   3   5   0  Schwanoma   0   1   0  Tumor  Neuroendócrino   1   0   0  GIST   1   3   8  Lipoma   1   0   0  Cisto  de  Duplicação   0   1   1  Negativos   26   7   5  

Total   39   35   18  Fonte: Cfbeus, Serviço de Endoscopia da Santa Casa de São Paulo

 

 

32  

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FONTES CONSULTADAS

1. NORMATIZAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DE DISSERTAÇÕES E TESES DA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO. COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO, 2004.

 

 

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RESUMO

INFLUÊNCIA DA CAMADA DE ORIGEM, TAMANHO E ÓRGÃO DAS LESÕES SUBEPITELIAIS DO TRATO GASTROINTESTINAL SUPERIOR NO RESULTADO DA PUNÇÃO POR AGULHA FINA GUIADA POR ULTRASSONOGRAFIA ENDOSCÓPICA

Autor: Gabriel Rodrigues da Silva Neto

Dissertação de Mestrado

2013

Introdução: A punção por agulha fina guiada por ultrassonografia endoscópica (PAAF-UE) tem emergido como um método minimamente invasivo e seguro para aquisição de material no diagnóstico diferencial das lesões subepiteliais (LSE) do trato gastrointestinal superior (TGS), principalmente nas lesões suspeitas de tumores estromais do trato gastrointestinal (GIST). Há poucos trabalhos na literatura discutindo sobre os fatores que influenciam a PAAF-UE no diagnóstico das LSE. Objetivo: Estabelecer possíveis associações entre o tamanho das lesões, camada e órgão de origem com o resultado da PAAF-UE em pacientes com LSE do TGS. Método: Foi realizado estudo retrospectivo mediante análise de dados de pacientes encaminhados ao Centro Franco-Brasileiro de Ultrassonografia Endoscópica (CFBEUS) do Serviço de Endoscopia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com diagnóstico endoscópico prévio de LSE do TGS, para a realização de ultrassonografia endoscópica (UE), que foram submetidos a PAAF-UE, no período de maio de 2006 a agosto de 2011. Resultados: 222 pacientes foram submetidos à UE. Quinze com compressões extrínsecas e 207 com LSE. Destes, 89 foram submetidos à PAAF-UE. Foram encontradas 92 LSE do TGS que foram puncionadas.A PAAF-UE resultou positiva em 58,7% das LSE. Nas lesões que mediram entre 2 a 3 cm e naquelas maiores que 3 cm, a PAAF-UE resultou positiva em 80% e 72% respectivamente (p<0,001). Conclusão: O tamanho das LSE foi a única variável que influenciou no resultado da PAAF-UE. Melhores resultados são alcançados em lesões maiores que 02 cm.

Palavras-chave: 1. Endossonografia 2. Biópsia por agulha fina 3. Aparelho gastrointestinal/ lesões

 

 

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ABSTRACT

INFLUENCE OF LAYER, SIZE AND ORGAN OF SUBEPITHELIAL LESIONS OF UPPER GASTROINTESTINAL TRACT IN OUTCOMES OF ENDOSCOPIC ULTRASOUND-GUIDED FINE-NEEDLE ASPIRATION

Author: Gabriel Rodrigues da Silva Neto

Masters dissertation

2013

Introduction: A endoscopic ultrasound-guided fine-needle aspiration (EUS-FNA) has emerged as a minimally invasive and safe method for material procurement in the differential diagnosis of subepithelial lesions (SEL) of upper gastrointestinal tract (UGT), especially in suspicious lesions of gastrointestinal stromal tumors (GIST). There are few studies discussing the factors that influence the EUS-FNA in the diagnosis of SEL. Aim: To establish possible associations between lesion size, layer and organ of origin with the outcome of EUS-FNA in patients with SELs of UGT. Method: A retrospective analysis using data of patients referred to French-Brazilian Center of Endoscopic Ultrasound (CFBEUS) of endoscopy department of Santa Casa de São Paulo hospital, with previous endoscopic diagnosis of SEL, which underwent EUS-FNA from May 2006 to August 2011. Results: 222 patients were submitted to EUS. Fifteen with extrinsic compressions and 207 with SEL. Of these, 89 underwent to EUS-FNA. Ninety two SEL were diagnosed on EUS and punctured. The EUS-FNA was positive in 58.7%. In lesions measuring 2 to 3 cm and >3 cm, the EUS-FNA was positive in 80% and 72%, respectively (p <0.001). Conclusion: The size of SELs was the only variable that influenced the outcome of EUS-FNA. Best results are achieved in lesions larger than 02 cm.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LISTAS E APÊNDICES

APROVAÇÃO PELO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA