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Universidade Estadual do Ceará Helena Fernandes Guedes Rafael AVALIAÇÃO DO PROJETO DE CAPACITAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA, NA ÁREA DE SAÚDE DO ADOLESCENTE Fortaleza-Ceará 2004

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PROFIISI

Universidade Estadual do Ceará Helena Fernandes Guedes Rafael

AVALIAÇÃO DO PROJETO DE CAPACITAÇÃOPARA PROFISSIONAIS DAS EQUIPES DE

SAÚDE DA FAMÍLIA, NA ÁREA DESAÚDE DO ADOLESCENTE

Fortaleza-Ceará 2004

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Universidade Estadual do CearáHelena Fernandes Guedes Rafael

AVALIAÇÃO DO PROJETO DE CAPACITAÇÃO PARA PROFISSIONAIS

DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA ÁREA DE SAÚDE DO ADOLESCENTE

2

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado

Profissional em Planejamento e Políticas

Públicas da Universidade Estadual do Ceará,

como requisito parcial para obtenção do grau de

Mestre em Ciências Sociais.

Orientador: Prof. Dr. Francisco Horácio da Silva

Frota.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

Curso de Mestrado Profissional em Planejamento e Políticas Públicas

Título do trabalho:Avaliação do Projeto de Capacitação para Profissionais das Equipes de Saúde da Família na Área de Saúde do Adolescente.

Autora: Helena Fernandes Guedes Rafael

Defesa em ___/___/___ Conceito obtido

Banca Examinadora

_____________________________________

Orientador: Prof. Dr. Francisco Horácio da Silva Frota

________________________________________ ____________________________________

Profa

Dra. Ma Helena de Paula Frota Prof.Dr. Paulo César de Almeida

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Rita de Cássia e Nearco, pelo incentivo ao estudo e à descoberta de

novos mundos.

A Rafael, amigo e marido, ombro de acalanto em todos os momentos.

Aos meus filhos, Pedro e Bia, para que continuem sempre motivados à aquisição de novos conhecimentos.

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AGRADECIMENTOS

A Deus pela oportunidade de realizar mais uma etapa da minha vida profissional.

À valiosa contribuição de pessoas e instituições que se dedicam de alguma forma à

área de saúde do adolescente.

À Secretaria de Saúde do Estado do Ceará – SESA

Em especial à Célula de Atenção à Saúde do Adolescente na gestão da

Dra. Francisca Maria de Oliveira de Andrade - Tati – Ser humano, incansável, que

vivencia com plenitude a área da Saúde das crianças, adolescentes e jovens.

Ao Ministério da Saúde – Coordenação Nacional da Área Técnica de Saúde do

Adolescente e do Jovem .

Ao Departamento para o Desenvolvimento Internacional-DIFID .

Á Fundação Cearense de Amparo à Pesquisa-FUNCAP.

Ao Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente – NESA /UERJ, à Coordenação

Geral da Dra. Maria Helena Ruzany, à Coordenação Técnica da Dra. Eloísa

Grossman, e toda equipe de colaboradores do Manual A Saúde de adolescentes e

jovens.

As Secretarias Municipais de Saúde do Estado Ceará.

Ao meu orientador e verdadeiro mestre professor Horácio Frota pelo estímulo e

dedicação.

Aos profissionais das equipes de saúde da família que participaram da avaliação

À equipe de instrutores: - colaboradores incansáveis -

• Dra. Zenilda Viera Bruno

• A Psicóloga Zenilce Vera Bruno

• Dra. Rita Maria Brasil

• Dr. Almir de Castro Neves

• A Socióloga Rosa Said

Aos amigos em geral pelo apoio na efetivação deste trabalho.

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“A coisa mais preciosa – toda nossa ciência,

comparada com a realidade é primitiva e infantil e,

no entanto, é a coisa mais preciosa que temos.”

(Albert Einstein, 1879-1955)

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RESUMO

Este estudo se propõe avaliar o Projeto de Capacitação para os Profissionais das Equipes de Saúde da Família na área de Saúde do Adolescente desenvolvido em municípios do Estado do Ceará. A metodologia de auto-aprendizagem adotada no Projeto de Capacitação foi desenvolvida pelo Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente – NESA – UERJ e considerado uma experiência piloto pela Coordenação Nacional da Área de Saúde do Adolescente do Ministério da Saúde. A metodologia desenvolvida nesse estudo foi descritiva, quantitativa e qualitativa. Considerando o processo de avaliação como um importante instrumento no fortalecimento das Políticas Públicas Sociais, algumas hipóteses foram predominantes nessa investigação. Foram destacadas a necessidades dos Profissionais da Saúde da Família serem capacitados na abordagem ao adolescente; a validação da metodologia, como o trabalho em equipe dos profissionais no enfretamento dos problemas relacionados na adolescência.Após a análise dos resultados da pesquisa, ficou constatado que: 84% dos profissionais sentem algum grau de dificuldade na abordagem ao adolescente e 98% consideram de importância os temas tratados na capacitação.Com relação a validação da metodologia 98% confirmaram que é possível de ser desenvolvida. Esse estudo avaliativo, como qualquer avaliação foi limitado, haja vista que as mudanças na melhoria dos serviços geram mudanças de hábitos, o que não ocorre em pouco tempo. Fica, portanto, evidenciada a importância do processo de avaliação em projetos como sendo uma contribuição no fortalecimento de novas Políticas Públicas para área Social.

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ABSTRACT

The proposal of this work is to present the evaluation of the Qualification Project for

professionals of Family Health Teams in the area of adolescent health developed in

municipals of the state of Ceará .

The self- learning methodology used in the Qualification Project was developed by

the Adolescent Health study Center – NESA – UERJ and considered by the National

Coordination of the Adolescent Health Area of the Health Ministry as a pilot

experience.

Considering the evaluation process as an important instrument for the strengthening

of social public politics ,some hypotheses were predominant in this study. The

necessity of family health professionals to be qualified in approaching adolescents;

the methodology validation , and professionals team work in confronting problems

related to adolescence were highlighted.

After the analyses of the research results , it was verified that 84 % of the

professionals feel in some level difficulty in approaching the adolescent and 98%

consider important the topics discussed in the qualification . Regarding the

methodology validation 98% confirm that it is possible to be developed .

This evaluative study , as any other evaluation was limited , since the change on

services improvement originates a change of habits , that does not happen in a short

time .Therefore the importance of the evaluation process in projects is confirmed as

being a contribution for the strengthening of new public politics for the social area.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................. 11

Capítulo 1 – O Projeto de Pesquisa Avaliativa...................... 18

1.1 Metodologia utilizada na Investigação........................... 22

1.2 Pesquisa de Campo......................................................... 23

1.3 Características dos municípios ..................................... 23

1.4 Instrumentos de Coleta de informação......................... 24

1.5 Análise dos Dados.......................................................... 24

1.6 Itens de Verificação........................................................ 25

Capítulo 2 – O Projeto de Capacitação desenvolvido no Estado do Ceará...................................................................................

28

2.1 Princípios e Pré-requisitos recomendados pelas Conferências Nacionais e Internacionais sobre Políticas de Saúde.........................................................................................

30

2.2 Histórico do Projeto Avaliado.......................................... 36

2.3 Perfil dos Profissionais.................................................. 43

2.4 Características de demanda de Atenção aos Adolescentes..........................................................................

46

Capítulo 3 Conceitos e Características do Processo de Avaliação

50

3.1 A importância da Avaliação em Políticas Públicas

54

9

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3.2Avaliação............................................................................

a) 10 Momento Presencial.

58

a.1) Os depoimentos dos profissionais.................... 59

b) 20 Momento – Educação a Distância 64

b.1) Fundamentos Teóricos do 20 Momento 64

b.2) O Processo avaliativo 69

Conclusões e Recomendações 76

Referências Bibliográficas 80

Anexos 84

10

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INTRODUÇÃO

No Brasil, os avanços no Sistema de Saúde podem ser observados: no

processo de municipalização, na reorganização do sistema em níveis de

complexidade da atenção primária, secundária e terciária de saúde; na

regulamentação do sistema - Normas Operacionais de Atenção à Saúde – NOAS e

em alguns indicadores epidemiológicos como a redução da taxa de mortalidade

infantil. No entanto, existe muito o que melhorar, especialmente na atenção aos

adolescentes e jovens do país.

Nos últimos anos, tem havido um crescente interesse nos assuntos

relacionados a tal faixa de idade (aqueles entre 10 a 19 anos) por parte de muitas

instituições públicas, privadas e organizações não governamentais.Ressalta-se,

principalmente, a Organização Mundial de Saúde-OMS1 e o Ministério da Saúde-MS.

são setores que se destacaram em estudos em relação à faixa etária supracitada.

A juventude brasileira representa quase um terço da população total. Nas

últimas três décadas tem se identificado um expressivo aumento populacional nesta

faixa etária, transformando a estrutura etária da população brasileira em função da

queda da fecundidade, do declínio da mortalidade infantil e da esperança de vida ao

nascer.

Desta forma configura-se uma nova onda de esperanças na juventude

passando a ser exigido a criação e reorganização especialmente dos serviços de

saúde, de educação, bem-estar social, cultura, esportes e sistemas de trabalho para

o atendimento dessa demanda.

A saúde e a vida são direitos fundamentais que estão considerados no

artigo 7º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A criança e o adolescente

são cidadãos em crescimento que merecem proteção especial da família, da

comunidade e do poder público. Portanto, tal poder deve criar programas que

permitam o seu nascimento e desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições

dignas de existência.

1 Para à Organização Mundial de Saúde a adolescência é definida como a faixa etária de 10 a 19 anos. Caracteriza-se pelo período de amadurecimento físico, psicológico e social da infância para alcançar a idade adulta. A população de jovens no Brasil segundo o censo demográfico do IBGE de 2000: 10 à 14 anos é de 17.107.582; de 15 à 19 anos: 17.706.629; sendo um total de 43.814.211 referente a população residente.O Ceará estado do Nordeste brasileiro que tem cerca de 7.430.661 milhões de habitantes, é dividido em 184 municípios e em Fortaleza sua capital a população é de 2.141.402 habitantes, correspondente a 28,8% do total de habitantes, sendo que 69% vivem em áreas urbanas.

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Avaliando as condições do jovem brasileiro não apenas sob o enfoque de

pobreza, porém de forma ampla, em termos de atendimento aos direitos

fundamentais garantidos pela Constituição, verifica-se que as políticas básicas ainda

são bastante precárias. As dificuldades de financiamento, dispersão de recursos, de

iniciativas, a falta de capacitação profissional, são problemas comuns que podem

ser minimizados, capacitando e melhorando a formação dos profissionais para o

trabalho com adolescentes, assim como o gerenciamento dos serviços de saúde

referenciados para esse público.

Uma das diretrizes Políticas do Sistema Único de Saúde brasileiro é o

Programa de Saúde da Família (PSF), que tem como princípios: a universalidade,

acessibilidade, eqüidade, participação comunitária e integralidade da assistência na

comunidade. Merece destaque nesse programa a importância do trabalho em equipe

e co-responsabilidade entre as famílias/usuários do sistema e profissionais de

saúde.(Norma Operacional Básica-1996)

No entanto, com relação atenção à saúde dos adolescentes e dos jovens,

esses princípios precisam de atenção muito maior, principalmente na maneira como

vêm sendo desenvolvidas as ações no âmbito do sistema nacional de saúde. O

atendimento que esse grupo recebe, quando realizado, é baseado na demanda

espontânea e em ações fragmentadas, em grande parte sem resolubilidade,

desfavorecendo a melhoria dos indicadores de saúde para tal faixa etária.

Existe um paradigma que adolescente não adoece, todavia a realidade

mostra que adolescente e jovens quando conseguem ter acesso aos serviços de

saúde, apresentam demandas relacionadas as questões de: gravidez, drogas,

doenças sexualmente transmissíveis - DST’s, AIDS, violência e outros agravos que

exigem um nível de atendimento assistencial de alta complexidade, profissionais

especializados, infra-estrutura, conseqüentemente gerando custos elevados e sem

garantia de resolubilidade.

Quando se fala ou se analisa política pública voltadas para o

desenvolvimento da criança e do adolescente, não se pode deixar de analisar a

Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do

Adolescente. Apesar do seu grande avanço, pesquisas e documentos revelam que o

tratamento dispensado a esse público desde a Colonização do Brasil tem sido

repressivo e discriminatório.

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A política do Estado do Ceará para área de saúde proposta para o

período 1999 a 2002 está direcionada à garantia do acesso democrático e universal,

à integralidade das ações e à igualdade da atenção à saúde. O governo deverá

continuar investindo na implantação de um modelo de atenção voltado para as

ações promocionais, preventivas, curativas e de reabilitação através de programas

que visem alcançar à resolutividade do sistema de saúde. A meta de expansão e

melhoria dos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde-SUS, e a

universalização do programa de saúde da família, que assegura uma prática

preventiva de atendimento a saúde, pela prestação do serviço na própria

comunidade.

Para garantir o pleno direito a saúde, as ações foram desenvolvidas tendo

cinco princípios norteadores: eqüidade, descentralização, intersetorialidade,

participação social, valorização e motivação dos servidores e profissionais da saúde,

fortalecendo a capacitação de profissionais de programas. No que se refere à área

de saúde do adolescente, a partir do ano de 1999, a sua estrutura gerencial fica

ainda vinculada à área de saúde da mulher e torna-se um setor independente no

formato de Célula da Atenção à Saúde do Adolescente no ano de 2000.

Apesar dos importantes avanços na organização do sistema de saúde e

posteriormente da atenção a saúde da família, o atendimento aos adolescentes e

jovens ainda é bastante limitado, principalmente pela carência de profissionais

capacitados e de apoio para o acompanhamento a esta faixa etária da população.

No ano de 2001, diante de uma demanda de gestores municipais de

saúde, expressada por meios de ofícios, é relatada a necessidade de capacitação

dos profissionais da área da atenção básica de saúde. Diante desta, a Célula da

Atenção a Saúde do Adolescente da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará

elabora um projeto de capacitação (Secretaria Estadual da Saúde do Ceará-2000).

A implantação do projeto de capacitação para os profissionais das

equipes de saúde da família na abordagem aos adolescentes e jovens, inicia-se

como experiência piloto no Estado do Ceará, em apenas dois municípios, adotando

uma metodologia de auto-aprendizagem.

Objetivo do projeto de pesquisa é avaliar o Projeto de Capacitação para

os Profissionais das Equipes de Saúde da Família na Área de Saúde do

Adolescente. Os objetivos específicos são: identificar o perfil dos profissionais

capacitados; identificar as características da demanda de atendimento; avaliar os 13

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aspectos positivos e negativos relacionados às condições operacionais à aplicação

da metodologia; avaliar o contexto de trabalho das equipes; avaliar a contribuição da

metodologia em novos conhecimentos; validar a metodologia e analisar em que

medida a metodologia contribuiu para que os profissionais aprendam auto-avaliar-se

e a conduzir seu próprio processo de aprendizagem.

A partir de então surge a necessidade de realizar uma avaliação do

projeto como instrumento técnico para o Ministério da Saúde possibilitando novas

estratégias de planejamento na implantação do mesmo em nível nacional. Lavando-

se em consideração a importância do processo de avaliação como sendo uma

contribuição no fortalecimento de novas Políticas Públicas para essa faixa etária da

população, não poderia deixar de apresentar esse estudo de pesquisa avaliativa do

referido projeto.

Após ser identificado a demanda de capacitação com o propósito de

aprimorar a organização dos serviços para a área de Saúde do Adolescente é

elaborado um Projeto de Capacitação para os profissionais da Saúde da Família

tendo sua implantação no ano de 2002, pela Secretaria de Saúde do Estado –

Célula de Atenção a Saúde do Adolescente. O projeto de capacitação a ser avaliado

está voltado para auto-aprendizagem e tem como objetivos sensibilizar os

profissionais na forma de abordar os adolescentes; ampliar os conhecimentos e

habilidades dos profissionais na assistência à saúde dos adolescentes e jovens;

proporcionar a realização de ações intersetoriais no enfrentamento de problemas

voltados para as questões dos adolescentes e jovens, ampliando o acesso dos

serviços e contribuindo na melhoria dos indicadores de saúde desta faixa etária.

O presente estudo está estruturado em três capítulos.

O primeiro capítulo aborda o histórico do projeto em foco, principais

conferências internacionais que direcionam as políticas nacionais e internacionais de

saúde e apresentação de dados com o perfil dos profissionais e característica da

demanda. O segundo descreve a idéia central do tema avaliado.

Por um critério didático, o terceiro capítulo está dividido em duas partes: a

primeira dedicada a conceitos, pressupostos teóricos sobre o tema avaliação, dando

enfoque a importância da mesma nas políticas públicas.A segunda parte está

estruturada no Momento Presencial da capacitação e o Momento que descreve as

questões conceituais da educação a distância e apresentação dos dados

quantitativos do referido momento.14

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Por último, reservou-se as conclusões e recomendações a partir dos

resultados encontrados e suas respectivas análises.

Assim, acredita-se, que esse estudo avaliativo possa contribuir, em

caráter preliminar, com novas perspectivas de melhoria dos serviços de saúde na

área do adolescente.

15

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CAPÍTULO 1 – O PROJETO DE CAPACITAÇÃO DESENVOLVIDO NO ESTADO DO CEARÁ

A Metodologia de capacitação para equipes de atenção básica adotada

pela Célula de Atenção à Saúde do Adolescente no Ceará foi recomendada pelo

Ministério da Saúde que a utiliza, metodologia essa desenvolvida pelo Núcleo de

Estudos em Saúde do Adolescente – NESA, da Universidade do Estado do Rio de

Janeiro – RJ.

O Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente (NESA), da Universidade

do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), assumiu o desafio de elaborar um material

técnico –eixo norteador -para todas unidades federadas. O Ministério da Saúde

escolheu o NESA devido a sua história de ensino e assistência na área de saúde

dos adolescentes, um dos programas prioritários da UERJ.

Desde 1974, o NESA realiza programas de formação e capacitação de

recursos humanos, pesquisas científicas e assistência à saúde do adolescente. A

estrutura do NESA compreende três níveis de atenção: primário, secundário e

terciário. A equipe fixa conta com 83 profissionais, dos quais 45 são de nível

superior – das áreas de Medicina (10 especialidades), Enfermagem, Nutrição,

Odontologia, Psicologia, Serviço Social, Fisioterapia, Fonoaudiologia,

Biblioteconomia, Comunicação e Programação de Sistemas de Informação – e 38 de

níveis médio e elementar. Na área docente o seu principal compromisso é a

formação de profissionais críticos, competentes, capazes de intervir e transformar a

realidade.

A partir da solicitação do Ministério da Saúde, o NESA se organizou para

desenvolver um material técnico-pedagógico para equipes do Programa de Saúde

da Família, da área de Saúde do Adolescente e jovem e para outros profissionais

interessados. Para isso, estabeleceu-se uma parceria com o Laboratório de

Tecnologias Cognitivas (LTC) do Núcleo de Tecnologia Educacional em Saúde

(NUTES) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O LTC desenvolve

tecnologias educacionais na área de saúde para dar suporte aos programas,

projetos e cursos, além de consultoria técnica em área pedagógica para

organizações nacionais e internacionais.

16

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Este material técnico-pedagógico consiste em dois módulos de

auto-aprendizagem. Os módulos introduzem os aspectos conceituais e

procedimentos básicos para a atenção a esse grupo populacional em suas

comunidades, por meio de ações das equipes nas Unidades de Saúde. A idéia é

ampliar os conhecimentos e oferecer soluções de problemas concretos de saúde,

com os quais os profissionais se defrontam em sua prática cotidiana.

Uma das finalidades da educação como estratégias de desenvolvimento

dos serviços de saúde consiste em aprimorar as práticas profissionais. Alguns

pressupostos são fundamentais: modificação de práticas autoritárias que

desconsideram o conhecimento e a experiência prévia dos indivíduos; preocupação

com a construção do conhecimento, em vez de um simples repasse de saber

desarticulado das relações humanas; elaboração de propostas que surjam das

necessidades dos profissionais, da clientela e dos serviços aos quais estejam

vinculados.

A auto-aprendizagem como modalidade educativa promove a reflexão

sobre a prática e faz com que todos se sintam participantes do ato de aprender. Sua

efetividade não está na dependência exclusiva da tecnologia, programação e

organização educativa, depende essencialmente da relação entre os sujeitos do ato

educativo. Essa estratégia é uma alternativa às aspirações do homem moderno de

atualizar seus conhecimentos de forma ágil e acompanhar as mudanças geradas

pelo avanço da ciência e da tecnologia.

Os módulos de auto-aprendizagem foram desenvolvidos a partir de

histórias clínicas, com diferentes graus de complexidade. Os relatos oferecem

subsídios ao profissional de saúde para refletir e buscar soluções mais adequadas à

sua realidade.

Totalmente fundamentada, inclusive com visita técnica ao NESA, a

Célula de Atenção a Saúde do Adolescente deu início a essa capacitação no

formato de um projeto próprio, para o Estado do Ceará. Foi constituído um grupo de

trabalho formado por coordenador, apoio técnico e de instrutores (professores

universitários da área de medicina).

Primeiramente, foi identificada uma demanda por parte dos municípios e

formalizada por meio de um cadastro e assinado pelos gestores municipais. Os

recursos financeiros não eram suficientes para atender toda demanda das 21

microrregionais de saúde, atualmente denominadas na estrutura administrativa da 17

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Secretaria Estadual de Saúde como Células Regionais de Saúde do Estado. Essa

demanda não era instituída formalmente. A compreensão da importância de uma

atuação cada vez maior e direcionada para área, fortalecida por parcerias estreitas

entre o Departamento de Saúde Materno-Infantil e a Célula de Atenção ao

Adolescente, levou a Secretaria Estadual de Saúde e a Coordenação Nacional da

Área da Saúde do Adolescente do Ministério da Saúde a liberação de recursos por

meio de convênio para investimento na organização de serviços de saúde do

adolescente, onde foi priorizada, preliminarmente, a capacitação desses

profissionais da saúde da família. Como os recursos financeiros são sempre

limitados, foram estabelecidos critérios para implantação do projeto: equipe do

Programa de Saúde da Família, em funcionamento, regularmente cadastrados,os

municípios que demonstraram através de documentação oficial interesse pelo

projeto e municípios que disponibilizaram recursos financeiros de contra-partida os

quais asseguravam deslocamento e hospedagem dos instrutores e alimentação dos

participantes.

No ano de 2001, dava-se início as primeiras capacitações.Durante o

processo vinte quatro municípios foram beneficiados até 2003.

Essa experiência foi considerada para o Ministério da Saúde como piloto,

sendo planejada para os próximos anos a expansão do projeto a partir de um

processo de avaliação.

1.1 princípios e pré-requisitos recomendados pelas conferências nacionais e internacionais sobre políticas de saúde

a) promoção da saúde: um novo paradigma mundial para a saúde

É corrente entre autoridades do setor saúde, profissionais da área e

usuários do sistema de saúde do país, a percepção de que o modelo de atenção à

saúde em vigor, centrado na assistência individual e curativa e, mais do que isto,

com ênfase absoluta no atendimento hospitalar não resolve os problemas de saúde,

nem satisfaz a clientela.

De outro lado, inúmeros estudos, de autores de todas as partes do

mundo, corroboram a percepção, presente no senso comum dos profissionais de 18

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saúde e da própria população, de que a saúde é a resultante de um conjunto de

fatores sociais, econômicos, políticos, culturais, ambientais, comportamentais e,

também, biológicos.

Daí que se tem buscado em todo o mundo um paradigma mais

abrangente e explicativo, que supere a concepção clínico-assistencial para a

questão da saúde-doença na sociedade. (Caderno Juventude, Saúde. Brasília: Ministério da

Saúde-1999)

As condições e os recursos fundamentais recomenda para a saúde pela

Organização Mundial de Saúde (OMS) são:

Paz

Habitação

Educação

Alimentação

Renda

Eco-sistema estável

Recursos sustentáveis

Justiça social

Eqüidade

As Conferências Internacionais e Nacionais de Saúde sempre exercem

um papel fundamental na definição de novos rumos na política mundial e nacional

de saúde como podem ser citadas algumas delas:

A primeira conferência internacional sobre Promoção da Saúde, realizada

em Ottawa, Canadá, em novembro de 1986, apresenta na sua Carta de Intenções,

que seguramente contribuirá para se atingir saúde para todos no ano 2000 e anos

subsequentes.

Esta Conferência foi, antes de tudo, uma resposta às crescentes

expectativas por uma nova saúde pública, movimento que vem ocorrendo em todo

mundo. As discussões focalizaram, principalmente, as necessidades em saúde nos

países industrializados, embora tenham levado em conta necessidades semelhantes

de outras regiões do globo.

As discussões foram baseadas nos progressos alcançados com a

Declaração de Alma Ata para os cuidados alcançados em saúde, com o documento

19

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da OMS sobre Saúde Para Todos, assim como com o recente debate ocorrido na

Assembléia Mundial de Saúde sobre ações intersetoriais para a saúde.

A responsabilidade pela promoção da saúde nos serviços de saúde deve

ser compartilhada entre indivíduos, comunidade, grupos, profissionais da saúde,

instituições que prestam serviços de saúde e governos. Todos devem trabalhar

juntos, no sentido de criarem um sistema de saúde que contribua para a conquista

de um elevado nível de saúde.

O papel do setor saúde deve mover-se, gradativamente, no sentido da

promoção da saúde, além das suas responsabilidades de prover serviços clínicos e

de urgência. Os serviços de saúde precisam adotar uma postura abrangente, que

perceba e respeite as peculiaridades culturais. Esta postura deve apoiar as

necessidades individuais e comunitárias para uma vida mais saudável, abrindo

canais entre o setor saúde e os setores sociais, políticos, econômicos e ambientais.

A reorientação dos serviços de saúde também requer um esforço maior

de pesquisa em saúde, assim como de mudanças na educação e no ensino dos

profissionais da área da saúde. Isto precisa levar a uma mudança de atitude e de

organização dos serviços de saúde para que focalizem as necessidades globais do

indivíduo, como pessoa integra que é.

Reorientar os serviços de saúde e os recursos disponíveis para a

promoção da saúde; incentivar a participação e colaboração de outros setores,

outras disciplinas e, mais importante, da própria comunidade no fortalecimento do

controle social.

Reconhecer a saúde e sua manutenção como o maior desafio e o

principal investimento social dos governos; e dedicar-se ao tema da ecologia em

geral e das diferentes maneiras de vida. Segundo Capra (2002) a questão da

ecologia deve ser promovida e divulgada na forma de pensamento ecológico e

sistêmico nas redes de educação desde a infância.

A conferência conclama a todos os interessados a juntar seus esforços no

compromisso por uma forte aliança em torno da saúde pública.

A Declaração de Alma Ata, há uma década, foi o marco mais

importante do movimento da “Saúde Para Todos no Ano 2000”, lançado pela

Assembléia Mundial da Saúde, em 1977. Estruturada sobre o reconhecimento da

saúde como direção às políticas de saúde, enfatizando a participação comunitária, a

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cooperação entre aos diferentes setores da sociedade e os cuidados primários de

saúde como seus fundamentos conceituais.

O espírito de Alma-Ata foi transposto à Carta de Compromisso com a

Promoção da Saúde, adotada em Ottawa, em 1986. O documento estabelece um

desafio de mudança em direção a novas políticas de saúde que reafirmem a justiça

social e a eqüidade como pré-requisitos para a saúde, assim como a defesa da

saúde e a mediação política, como processos indispensáveis para alcançá-la.

A carta identifica cinco campos de ação para a promoção da saúde:• Construção de políticas públicas saudáveis;• Criação de ambientes favoráveis à saúde;• Desenvolvimento de habilidades individuais;• Reforço da ação comunitária;• Reorientação dos serviços de saúde

Estas ações são interdependentes, porém somente o conjunto de

políticas públicas voltadas para a saúde estabelecerá o ambiente necessário para

que as outras quatro ações mencionadas sejam possíveis.

A Conferência de Adelaide, realizada em abril de 1988, e cujo tema

central foram as Políticas Públicas voltadas para a saúde (políticas Públicas

Saudáveis), manteve a direção já estabelecida nas Conferências de Alma-Ata e

Ottawa. Duzentos e vinte participantes de quarenta e dois países compartilham

experiências sobre como formular e implementar políticas públicas saudáveis. As

estratégias, recomendadas a seguir, refletem o consenso alcançado na Conferência

de Adelaide.

b) políticas públicas saudáveis

As políticas públicas saudáveis caracterizam-se pelo interesse e

preocupação explícitos de todas as áreas das políticas públicas em relação à saúde

e a eqüidade, e pelos compromissos com o impacto de tais políticas sobre a saúde

da população.

O principal propósito de uma política pública saudável é criar um

ambiente favorável, para que as pessoas possam viver vidas saudáveis. As políticas

saudáveis facilitam opções saudáveis de vida para os cidadãos. Criam ambientes

sociais e físicos comprometidos com a saúde. Para formular políticas saudáveis, os setores governamentais de agricultura, comércio, educação, indústria e comunicação devem levar em consideração a saúde como um fator essencial. Estes

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setores deveriam ser responsabilizados pelas conseqüências de suas decisões políticas sobre a saúde da população. Deveriam, também, dar tanta atenção a saúde quanto aos assuntos econômicos.

c) ambientes favoráveis à saúde

A Terceira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde:

Ambientes Favoráveis à Saúde – Conferência de Sundsvall, realizada em junho de

1991, faz parte da seqüência de eventos que começam com o compromisso da

OMS com o objetivo de atingir as metas de Saúde Para Todos (1977).

Esta decisão foi seguida pela Conferência Internacional sobre Cuidados

Primários à Saúde, da UNICEF/OMS, em Alma-Ata (1978), e pela Primeira

Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde nos Países Industrializados

(Ottawa, 1986).

Encontros subsequentes sobre Políticas Públicas Saudáveis (Adelaide,

1988) e a Convenção para a Ação: Promoção da Saúde nos países em

desenvolvimento (Genebra, 1989) classificaram a relevância e o significado da

promoção da saúde. Paralelo a isso, desenvolveu-se na área da saúde um interesse

público cada vez maior sobre a questão da ameaça ao meio-ambiente global. Isto

foi claramente expresso pela Comissão Mundial pelo Desenvolvimento e o meio-

ambiente no seu relatório “Nossa Futuro Comum”, que trouxe um novo entendimento

ao tema do desenvolvimento sustentável.

A terceira conferência internacional sobre promoção da Saúde: Ambientes

Favoráveis à Saúde, a primeira conferência mundial sobre promoção da saúde, com

participantes de 81 países conclama a todos os povos, nas diferentes partes do

globo, a se engajarem ativamente na promoção de ambientes mais favoráveis à

saúde.

Ao examinar, conjuntamente, a situação atual da saúde e do meio

ambiente, a Conferência aponta para a situação de milhões de pessoas que vivem

em extrema pobreza e privação, em um ambiente altamente degradado que ameaça

cada vez mais sua saúde, fazendo com que a meta da Saúde Para Todos no Ano

2000 torne-se extremamente difícil de ser atingida.

Doravante, o caminho deve se tornar o ambiente – físico, social,

econômico ou político – cada vez mais propício à saúde.A Conferência de Sundsvall

identifica muitos exemplos e abordagens para se criar ambientes favoráveis e

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promotores de saúde, que podem ser usados por políticos e governo, ativistas

comunitários e outros setores da saúde e do meio ambiente. A Conferência

reconhece que todos têm um papel na criação de ambientes favoráveis e

promotores da saúde.

d)promoção da saúde e eqüidade

A Conferência Internacional em Promoção da Saúde, realizada em Santa

Fé de Bogotá, de 9 a 12 de novembro de 1992, foi promovida pelo Ministério da

Saúde da Colômbia e a Organização Pan Americana da Saúde (OPS). A

conferência contou com a participação dos Ministérios da Saúde da Bolívia,

Colômbia, Equador e da Nicarágua; dos Vice Ministérios de Saúde de Cuba,

Guatemala e Panamá; e do refeito de La Paz. Pela OPS.

Foi representada por 550 representantes de 21 países (Argentina, Bolívia,

Brasil, Canadá, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Chile, Equador, El Salvador, Espanha,

Guatemala, Honduras, Venezuela, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru,

República Dominicana e Uruguai. São necessárias providências urgentes para

apoiar os países em desenvolvimento a identificar e utilizar suas próprias soluções

ao processo de desenvolvimento.

A Conferência de Sundsvall concluiu, também, que os temas de saúde,

ambiente e desenvolvimento humano não podem estar separados. Desenvolvimento

implica na melhoria da qualidade de vida e saúde, ao mesmo tempo em que na

preservação da sustentabilidade do meio ambiente.

Os participantes do movimento de Sundsvall solicitaram à Conferência

da Nações Unidas do Meio ambiente e do Desenvolvimento (UNCRED), a

realização de um evento, no Rio de Janeiro, em 1992,- este realizado- para que a

Declaração de Sundsvall e suas deliberações sobre a Carta da Terra e a Agenda 21,

considerados um plano de ação com vistas ao próximo século fossem legitimados.

As metas e objetivos da saúde deveriam ter uma presença dominante em ambos

documentos. Somente uma ação global, baseada numa parceria entre todas as

nações, assegurará o futuro de nosso planeta.

Uruguai e Venezuela estiveram reunidos para definir o significado da

Promoção da Saúde na América Latina e debater princípios, estratégias e

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compromissos para se conseguir atingir bons níveis de saúde para a população da

região.

As conclusões da Conferência respondem à problemática específica das

nações latino-americanas e incorporam significativos aportes de reuniões

internacionais anteriores e de experiências com a promoção da saúde em outras

nações do mundo.

e) promoção da saúde na américa latina

A promoção da saúde na América Latina busca a criação de condições

que garantam o bem estar geral como propósito fundamental do desenvolvimento,

assumindo a relação de mútua determinação entre saúde e desenvolvimento. A

região, assolada pela iniquidade que se agrava pela prolongada crise econômica e

pelos programas das políticas de ajuste macro-econômico, enfrenta a deterioração

das condições de vida da maioria da população, junto com o aumento dos riscos

para a saúde e a redução dos recursos para fazer frente a esta situação.

Dessa maneira, o desafio da promoção da saúde na América Latina

consiste em transformar as relações excludentes, conciliando interesse econômico e

propósitos sociais de bem estar para todos. As políticas sociais, tais como a saúde,

saneamento, moradia, educação e outras encaminhadas ao desenvolvimento

nacional, tais como ciência tecnologia, não podem deixar de constituir o âmago do

papel do estado num país em que a miséria pobreza e injusta social constituem o

maior dos problemas a serem enfrentados. Assim, deve-se trabalhar para a

solidariedade e a eqüidade social, que são condições indispensáveis para a saúde e

o desenvolvimento humano e social.

1.2 Histórico do projeto avaliado

Em 1991, a Secretaria Estadual da Saúde criou no Ceará o Programa da

Saúde do Adolescente – PROSAD. Baseado nas diretrizes do Ministério da Saúde,

este programa se desenvolveu e ganhou visibilidade, pela necessidade de resposta

aos interesses dos adolescentes e jovens no estado.

Hoje, a Secretaria da Saúde absorveu na sua estrutura as ações de

atenção à saúde do adolescente criando dentro da estrutura da Coordenadoria de 24

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Políticas, a Célula de Atenção à Saúde do Adolescente.Setor que coordena no

Estado as políticas e ações de saúde voltadas para essa faixa etária. Composta por

uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, enfermeiros, nutricionistas,

terapeuta ocupacional, administradora, além de uma equipe de apoio, a Célula do

Adolescente também conta com a assessoria de outros profissionais das demais

secretarias e outras instituições que trabalham direta ou indiretamente com a

adolescência.

Tem como missão, orientar o desenvolvimento, o acompanhamento e a

avaliação de ações integrais de atenção a saúde dos adolescentes no Estado,

mobilizando recursos governamentais e não governamentais em um movimento

integral, intersetorial e multidisciplinar.

Este grupo tem como função principal coordenar e principalmente

acompanhar e avaliar as ações do Plano de Atenção à Saúde dos Adolescentes e

Jovens do Estado do Ceará, que tem como objetivos específicos:

Contribuir para a redução da gravidez não planejada na adolescência;

Contribuir para a redução do uso indevido de drogas entre

adolescentes e jovens;

Contribuir para o aumento do percentual de adolescentes que adotam

hábitos e estilos de vida saudáveis;

Contribuir para redução do número de mortes de adolescentes e

jovens por causas externas;

Promover uma maior integração entre as instituições que trabalham

com adolescentes e jovens no Ceará;

Fortalecer o protagonismo juvenil no Estado.

Apesar dos esforços empreendidos, até agora, o atendimento

especializado a esta clientela está concentrado na capital, havendo necessidade de

expansão destes serviços para todo o interior do Estado. É

recomendado,especialmente,pela Célula de Atenção à Saúde do Adolescente –

CEADOL- a importância de capacitar todas as equipes de Saúde da Família do

Estado, utilizando-se do manual de normas de atenção à saúde do adolescente na

atenção básica.

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a) princípios e diretrizes do atendimento ao adolescente e ao jovem

Os modelos tradicionais de atenção à saúde não vêm contribuindo para a

melhoria da saúde dos adolescentes e jovens, principalmente por estarem baseados

na demanda espontânea e tradicionalmente por ser esta população a que menos

procura os serviços; existe ainda um mito do setor saúde de que os adolescentes e

jovens não adoecem e se desconsidera o quanto a intervenção precoce previne

doenças nesses grupos e nas faixas etárias mais avançadas (WHO / UNFPA /

UNICEF, 1999)

A necessidade da existência de serviços de saúde de qualidade tem sido

colocada como um desafio para o alcance de melhores condições de vida e saúde

dos adolescentes e jovens brasileiros, o que também significa compreender a

importância das dimensões econômica, social e cultural que permeiam a vida destes

grupos.

Para a organização dos serviços, torna-se necessários incluir no

planejamento e programação da saúde local, as ações e atividades a serem

desenvolvidas, com base no levantamento de necessidade e demandas, garantindo

o acesso às ações e serviços de saúde que possibilitem aos adolescentes e jovens

o desenvolvimento de suas habilidades e autonomia.

A organização dos serviços tem como objetivo principal, garantir o acesso

dos adolescentes e jovens a ações de promoção à saúde e de atenção a agravos,

respeitando os princípios organizativos e operacionais do sistema de saúde. Para

esta organização devem ser levadas em consideração a disponibilidade, a formação

e a capacitação dos recursos humanos existentes, a adequação da estrutura física,

provisão de equipamentos e insumos, além da implantação de um sistema de

informação, todos adequados ao grau de complexidade da atenção a ser prestada.

Na organização da atenção a saúde do adolescente e do jovem devem

ser levados em consideração os seguintes aspectos: Adequação dos serviços de saúde às necessidades específicas de

adolescentes e jovens Respeito ao modelo de atenção local vigente e aos recursos

humanos e materiais disponíveis

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Consideração as características da comunidade nos aspectos socio-econômicos e culturais, além do perfil epidemiológico da população local.

Princípios éticos

Uma das estratégias para que os adolescentes/ jovens procurem os

serviços é torná-los reservados e confiáveis, assim como caracterizá-los por um

atendimento que dê apoio, sem emitir juízo de valor. É importante que os

profissionais de saúde assegurem serviços que ofereçam:

Privacidade

Que os adolescentes e jovens tenham a oportunidade de ser entrevistados e

examinados sem a presença de outras pessoas no ambiente da consulta.

Confidencialidade

Que os adolescentes e jovens tenham a garantia de que as informações

obtidas no atendimento não serão repassadas aos seus pais e ou

responsáveis, bem como aos seus pares sem a concordância explícita.

A viabilização desses princípios no atendimento de adolescentes e jovens

contribui para iniciativas interpessoais mais eficientes, colaborando para uma melhor

relação cliente-profissional, o que favorece a descrição das condições de vida,

problemas e dúvidas. Estes princípios também ampliam a capacidade do profissional

de saúde no encaminhamento das ações necessárias e favorece a possibilidade de

retorno de adolescentes e jovens aos serviços. Também asseguram aos

adolescentes e jovens o direito de serem reconhecidos como sujeitos capazes de

tomarem decisões de forma responsável.

Entretanto, os adolescentes e jovens devem ser informados das situações

em que existe a possibilidade de quebra do sigilo, ou seja, quando houver risco de

vida, ou outros riscos relevantes tanto para o cliente quanto para terceiros, a

exemplo de situações de abuso sexual, idéia de suicídio, informação de homicídios e

outros.

Recursos humanos

A atenção integral à saúde dos adolescentes e jovens requer a

participação de profissionais de diversas disciplinas, que devem interagir através de

um enfoque interdisciplinar. O atendimento por equipe concentra-se no cliente,

evitando-se visões fragmentadas, apenas de cada especialidade e/ou disciplina.

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O trabalho interdisciplinar tem como principal característica a prestação

do serviço a uma mesma população através da interconsulta (realizada por mais de

um profissional) ou da referência para outro profissional. Essa atuação, mesmo com

uma boa interação entre os componentes da equipe, é realizada de forma

independente, às vezes em diferentes locais.

Na atuação em equipe multidisciplinar, o conjunto de profissionais de

diferentes disciplinas interage para prestar atendimento ao cliente. Essa integração é

feita através de discussões conjuntas, onde as decisões são compartilhadas e

tomadas dentro das diferentes perspectivas, resultando em uma proposta

terapêutica mais eficaz.

Embora a busca do trabalho inter e multiprofissional deva ser uma

constante, sua impossibilidade não pode ser um impedimento para o trabalho junto

aos adolescentes e jovens. O que se pode observar no dia-a-dia é que o trabalho

em equipe é uma conquista construída pela sensibilização dos profissionais para a

importância dessa prática.

Quando possível, a equipe mínima deve contar com médico clínico

(pediatra ou clínico treinado para o atendimento ao adolescente), ginecologista,

enfermeiro, Dentista, assistente social, psicólogo. A presença de outros profissionais

como o nutricionista, o terapeuta ocupacional tornaria a equipe mais resolutiva.

Componentes de outras áreas (ex.: pedagogo) podem enriquecer

bastante as possibilidades das equipes, porém quando não se pode contar com

esses profissionais no serviço de saúde, deve se buscar uma articulação com as

demais instituições da comunidade que desenvolvem trabalhos com adolescentes

(escola, centros comunitários, centros culturais...)

Capacitação da equipe

Recomenda-se que o profissional que atende adolescentes

gradativamente adquira uma série de competências que permitam a realização

adequada das ações de promoção de saúde, prevenção e assistência. A

capacitação, portanto, deve almejar muito mais do que um simples domínio de

conhecimentos e habilidades técnicas para atendimento a adolescentes e jovens,

todavia buscar também a transformação da prática profissional. Nesse sentido, é

interessante que, durante a capacitação desses profissionais, seja adotada uma 28

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metodologia participativa, vivencial e lúdica, que estimule o pensamento crítico e a

revisão de valores e práticas.

O processo de aperfeiçoamento profissional deve ser permanente,

atendendo às necessidades e possibilidades que o dinamismo do cotidiano traz ao

serviço. Além de promover a capacitação inicial, a educação continuada, que pode

se dar através das reuniões da equipe é um mecanismo importante no

desenvolvimento das relações entre a própria equipe e na melhoria da qualidade da

assistência prestada.

O projeto de capacitação para os profissionais das equipes de saúde da

família na abordagem ao adolescente com metodologia de auto-aprendizagem a ser

avaliado, é desenvolvido pela Secretaria de Saúde do Estado – Célula de Atenção

ao Adolescente e tem como objetivo Capacitar profissionais das equipes de saúde

da família para prestarem assistência de saúde, ampliando o sucesso dos serviços

e contribuir na melhoria dos indicadores de saúde desta faixa etária.

Os objetivos específicos são: sensibilizar os profissionais na forma de

abordar os adolescentes; ampliar os conhecimentos e habilidades dos profissionais

na assistência à saúde dos adolescentes e jovens; proporcionar a realização de

ações intersetoriais no enfrentamento de problemas voltados para as questões dos

adolescentes e jovens.

Tem como justificativa os seguintes argumentos: faz-se necessária à

capacitação de profissionais da área de saúde para melhorar o atendimento e

prestar serviços multidisciplinares, intersetorial, contribuindo nas ações de

promoção, prevenção, reabilitação e cura na saúde dos adolescentes. Apesar dos

avanços, como á organização dos sistemas de saúde, continua uma deficiência de

profissionais qualificados para o acompanhamento e atendimento adequado para

essa faixa etária da população. Portanto é necessária a ampliação desses serviços

que atendem como foco a capacitação desses profissionais no interior do estado do

Ceará.

A metodologia adotada pelo projeto de capacitação é de auto-

aprendizagem, conforme o livro – modelo básico I e que possibilita aos profissionais

do Programa de Saúde da Família – PSF a oportunidade de conhecimento, atende

uma demanda de pessoas que não disponibilizam de tempo fora do município para

estudarem diferente dos métodos convencionais de aprendizagem. O material

didático utilizado no treinamento foi elaborado pelo Ministério da Saúde e o Núcleo 29

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de Estudo da Saúde do Adolescente – NESA, da Universidade Estadual do Rio de

Janeiro para auxiliar os profissionais que trabalham com adolescentes em todo país.

Foram feitas as seguintes competências transversais e específicas para o

treinamento:

Competências a serem alcançadas:

- Transversais

Ter capacidade de aplicar princípios éticos no desenvolvimento do trabalho;

Ter capacidade de trabalhar em equipe e interagir com outros serviços e devem

estar articulados; Ter capacidade de desenvolver ações de promoção da saúde,

prevenção, tratamento e reabilitação dos agravos à saúde do adolescente e

jovem.

- Específicas

As competências específicas estão contidas nas três áreas temáticas;

crescimento e desenvolvimento, sexualidade e saúde reprodutiva, e principais

problemas clínicos, envolvendo os aspectos de prevenção e recuperação de

agravos.

A auto-aprendizagem baseia-se no conhecimento das necessidades e

características dos educadores, promovendo a reflexão sobre a sua prática e

fazendo com que eles se sintam participantes do ato de aprender.

A carga horária inclui horas de sensibilização e de estudo de casos assim

distribuídos. Como também é um conteúdo programático, contemplando três casos

temáticos: sexualidade, saúde reprodutiva, crescimento e desenvolvimento e

problemas clínicos.

10 momento – Presencial,de 16 horas, com presença de instrutores, sensibilização e inclui 4 horas/aula de estudo de caso.

20 momento – “Estudo de Caso” Com a presença de instrutores, se solicitada pelos participantes.

Cumprimento dos “estudos de casos” conforme cronograma programado2, pelos

participantes, de acordo com a disponibilidade das equipes. (encontros de 4 horas) a

ser definido juntamente com a coordenação do programa de saúde da família por

2 Modelo apresentado nos anexos30

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meio de um cronograma (local, data e estudo de caso) e posteriormente

encaminhado à coordenação estadual – núcleo de normatização e atenção à saúde

do adolescente.

Após a informação do articulador municipal sobre a conclusão dos

“estudos de casos”, é agendada uma próxima reunião com todos os profissionais

que participaram do treinamento, juntamente com o Coordenador Estadual. São

feitos relatos sobre as dificuldades que eles tiveram nessa etapa de estudo. Em

seguida é aplicado o 3º formulário. Também são repassadas informações e

orientações para profissionais no sentido de implementarem ações na forma de

organização dos serviços de saúde do adolescente. A finalização dessa etapa é feita

com a entrega dos certificados.

1.3 Perfil dos profissionais

O perfil dos profissionais no estudo está relacionado ao número de

profissionais que participam da avaliação, categoria profissional, sexo, faixa etária.

São profissionais do Programa de Saúde da Família que passaram pelo

projeto de capacitação na abordagem aos adolescentes jovens, no período de 2002

a 2003 nos municípios de: Beberibe, Itaitinga, Microrregião de Russas e Tejuçuoca

do Estado do Ceará.

TABELA 1. DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE PROFISSIONAIS SEGUNDO O MUNICÍPIO.

Município N.º %Beberibe 52 30Itaitinga 39 23Microrregional de Russas 38 22Tejuçuoca 44 25

Total 173 100

Como pode ser observado a Tabela 1, o município que apresenta maior

% de participantes foi Beberibe, embora a Microrregião de Russas esteja

representada na estrutura administrativa da área de saúde por cinco municípios

(Ibicuitinga, Jaguaretama, Jaguaruana, Morada Nova e Palhano), apresentou um

percentual menor de participantes em decorrência de não existe naquele momento

alguns profissionais, como médicos para completar e formar uma equipe de saúde

31

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da família. Outros municípios da microrregião não possuem enfermeiras disponíveis

para participar do treinamento devido a problemas de deslocamento de um

município para outro.

Com relação ao município de Tejuçuoca apesar de não apresentar o

maior número de participantes, foi um dos municípios que capacitou 100% dos seus

profissionais por ter apenas 4 equipes de saúde da família e contou com a

participação dos secretários municipais de saúde, educação e ação social. Pode

também ser destacada a participação em outros municípios a participação de

gestores municipais e técnicos das Microrregionais de Saúde.

TABELA 2. DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE PROFISSIONAIS POR CATEGORIA PROFISSIONAL

Categoria Profissional N.º %Médico(a) 27 15Enfermeiro(a) 30 17Agente Comunitário de Saúde 52 30Dentista 17 10Auxiliar de Enfermagem 26 15*Outras 23 13

Total 175 100

Entre as categorias profissionais representadas, município de Beberibe

apresentou o maior percentual de 21% em relação a 15% de médicos considerando

que todas as equipes de saúde da família do município naquele momento tenham

médico.

A representação da categoria de enfermeiros foi de 24%, com maior

expressão microrregião de Russas, algumas equipes não tinham médico. O maior

percentual de agentes comunitários de saúde foi de 53% no município de Tejuçuoca

em relação aos 30% do total.A participação das outras categorias profissionais que

representaram 13% são de Assistente Social, Farmacêutico, Fisioterapeuta,

Nutricionista, Técnica de Enfermagem, Atendente Odontologia, Socióloga e

Pedagoga.

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TABELA 3. NÚMERO DE PROFISSIONAIS POR SEXO

Município Masculino Feminino TotalBeberibe 15 (29) 27 (71) 52 (100)Itaitinga 8 (20) 31 (80) 39 (100)Microrregional de Russas 6 (16) 32 (84) 38 (100)Tejuçuoca 7 (16) 37 (84) 44 (100)

Total 36 (21) 137 (79) 173 (100)Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

Pode ser notado que existem uma predominância do sexo feminino nas

turmas de participantes, por existir o número maior profissionais mulheres na

categoria profissional de enfermagem, auxiliares de enfermagem e agentes

comunitários de saúde em cada um dos municípios. Enquanto que a predominância

do sexo masculino encontra-se na categoria de médicos e dentistas.

TABELA 4. DISTRIBUIÇÃO SEGUNDO FAIXA ETÁRIA DOS PROFISSIONAIS

MunicípioFaixa etária (ano)

17-30 31-70Total

Beberibe 22 (48) 24 (52) 46 (100)Itaitinga 20 (59) 14 (41) 34 (100)Microrregional de Russas 10 (32) 21 (68) 31 (100)Tejuçuoca 16 (36) 28 (64) 44 (100)

Total 68 (44) 87 (56) 155 (100)Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

Na Tabela 4, pode ser observado, a média de idade dos profissionais de

saúde da família que encontra-se no intervalo de 31-50. No entanto no intervalo de

50-70 anos, apenas no município de Beberibe 3 participantes apresentaram idade

maior que 50 anos.

Enquanto que 44% concentra-se no intervalo de 17 a 30 anos

demonstrando um percentual significativo de profissionais ainda jovens.

Durante o momento de apresentação individual de cada participante,

alguns profissionais se identificam como estando fazendo residência médica ou

aguardando o processo de seleção para residência em Fortaleza ou outros Estados.

O que pode também ser observado nessas apresentações é que nenhum

desses profissionais comentou sobre a residência em Saúde da Família.

33

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1.4 Características de demanda de atenção aos adolescentes

Essas características da demanda foram identificadas por alguns

aspectos tais como: freqüência com que ela é atendida, tipos de problemas que

trazem maior demanda, sexo e condições de atendimento nos serviços.

TABELA 5. COM QUE FREQÜÊNCIA ATENDE ADOLESCENTE?

Município Raramente Diariamente TotalBeberibe 9 (18) 43 (82) 52 (100)Itaitinga 5 (12) 35 (88) 40 (100)Microrregional de Russas 13 (35) 24 (65) 37 (100)Tejuçuoca 20 (46) 14 (54) 34 (100)

Total 47 (29) 116 (71) 163 (100)Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

A identificação da demanda dos adolescentes e jovens na comunidade e

nas unidades de saúde, foram expressadas por alguns participantes, como sendo

uma grande dificuldade. Essa faixa etária da população, como não é considerada

uma população mais expostas a adoecer pelo paradigma que ainda existe das

condições biológicas, não está na área de prioridades da atenção básica para

agendamento nas unidades. Conseqüentemente existe apenas uma demanda

expontâneas; quando os adolescentes e jovens tem acesso aos serviços de saúde.

Conforme a Tabela 5 a maior parte dos municípios da amostra, 71%

atende diretamente adolescentes. Essa demanda não é quantificada e nem

identificada em relação ao número da população que ela representa em relação ao

percentual de cobertura de atendimento e serviços para essa faixa etária. Apesar da

existente de um percentual de 71% não significa que este atendimento seja

adequado, de qualidade e que os serviços nas unidades de saúde estejam

preparados para recebê-los apenas demonstra a existência de uma demanda em

cada município.

TABELA 6. MAIOR PARTE DESSE ATENDIMENTO É DE QUE SEXO?

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Município Masculino Feminino TotalBeberibe 2 (4) 43 (96) 45 (100)Itaitinga - 37 (100) 37 (100)Microrregional de Russas 2 (6) 39 (94) 36 (100)Tejuçuoca 4 (9) 40 (91) 44 (100)

Total 36 (21) 154 (95) 162 (100)Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

A grande maioria, 96% do atendimento aos adolescentes está

concentrada no sexo feminino. Nota-se que no município de Itaitinga não existe

atendimento aos adolescentes do sexo masculino. Duas hipóteses poderiam ser

recomendadas para analises futuras. A primeira: que o adolescente do sexo

masculino não procura a unidade de saúde e suas causa. A segunda: ausência de

serviços para eles. As meninas que estão sendo atendidas nas unidades de saúde,

bem como “porta de entrada” é o “Programa de Saúde da Mulher”, quando já estão

grávidas ou com outras doenças sexualmente transmissíveis.

TABELA 7. A UNIDADE DE SAÚDE A QUAL VOCÊ ESTÁ VINCULADO (A) DEDICA ALGUM DIA ESPECÍFICO AO ATENDIMENTO DE ADOLESCENTES E JOVENS?

Município Sim Não TotalBeberibe 12 (23) 40 (77) 52 (100)Itaitinga 21 (55) 17 (45) 38 (100)Microrregional de Russas 6 (16) 71 (25) 37 (100)Tejuçuoca 12 (23) 71 (25) 42 (100)

Total 51 (30) 118 (70) 169 (100)Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

Conforme demonstra a Tabela 7, 70% dos municípios ainda não

disponibilizam um dia específico para o atendimento dessa faixa etária da

população.

Lembrando que o agendamento nessas unidades ainda são realizadas

por tipo de programadas (saúde da mulher, atendimento a crônica, programa de

diabetes, hipertensão, hanseníase e outros) para cada dia da semana.

TABELA 8. O ESTOQUE DE PRESERVATIVOS EXISTENTES NESTA UNIDADE É SUFICIENTE PARA ATENDER A DEMANDA DOS ADOLESCENTES E JOVENS?

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Município Sim Não Não Sei TotalBeberibe 14 (27) 27 (52) 11 (21) 52 (100)Itaitinga 21 (27) 23 (57) 6 (15) 40 (100)Microrregional de Russas 13 (35) 17 (46) 7 (19) 37 (100)Tejuçuoca 9 (21) 28 (67) 5 (12) 42 (100)

Total 47 (27) 95 (56) 29 (17) 17 (100)Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

Pode ser observado na Tabela 8, que 56% dessa demanda não está

sendo atendida com recursos preventivos indispensáveis aos problemas relacionais

a DST´s e gravidezes confirmadas, um desconhecimento dessa necessidade por

parte dos profissionais, por não existir um levantamento dessa população.

TABELA 9. COM QUE FREQÜÊNCIA APRESENTA ESSES PROBLEMAS?

PROBLEMASBAIXA FREQÜÊNCIA Média/Alta Freqüência Total

N.º % N.º % N.º %Gravidez 40 (25) 128 (75) 168 (100)DST/AIDS 104 (71) 43 (29) 147 (100)Crescimento/maturação 64 (42) 88 (58) 152 (100)Violência 129 (84) 25 (16) 154 (100)Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

A característica dessa demanda de atendimento, pode também ser

observado pela freqüência do tipo de problema que mais levam o adolescente à

unidade de saúde. Como pode ser observado a gravidez continua sendo o problema

maior que os profissionais relatam como sendo de grande demanda. O fato da

adolescente está grávida, já causa uma preocupação maior em relação aos riscos

de saúde e as conseqüências sociais que isso possa desencadear.

Lembrando que a responsabilidade enquanto área de saúde do

adolescente é de reforçar os cuidados na prevenção da gravidez. Embora não

podendo ser evitada e garantir que a 1ª gravidez, não acontece, a responsabilidade

torna-se maior na área de planejamento familiar, para a captação dessa adolescente

para o planejamento familiar. Em segundo lugar aparece uma freqüência média/alta

com 58% dos problemas relacionados com o crescimento e desenvolvimento dos

adolescentes estão concentradas no que diz respeito à altura e maturação sexual

dos adolescentes.

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As questões relacionadas com o problema da violência foram sempre

colocadas como sendo um grande problema social, enfrentado pelos profissionais

na comunidade, no entanto não ocorreu um aprofundamento do tema na

capacitação. As questões relacionadas às drogas não foi priorizada nos

questionários respostas, no entanto foi expressada constantemente nas discussões

durante o treinamento por parte dos participantes.

TABELA 10. ADOLESCENTES FORAM INCLUÍDOS NA AGENDA DE ATENDIMENTO

Município 1 (Sim) 2 (Não) TotalBeberibe 24 (73) 09 (27) 38 (100)Itaitinga 15 (54) 13 (46) 28 (100)Microrregional de Russas 14 (48) 15 (52) 29 (100)Tejuçuoca 18 (60) 11 (38) 29 (100)

Total 71 (60) 48 (40) 119 (100)Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

Com relação ao atendimento e ao acesso ao sistema local de saúde para

área de adolescente, 60% dos profissionais confirmaram essa melhoria no serviço,

por meio da inclusão do agendamento de atividades das unidades de saúde junto a

comunidade. Mas ainda é necessário melhorar esse excesso, porque existem

municípios não conseguem ampliar esse atendimento que após a capacitação,

deixando descoberta parte dessa população.

37

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CAPÍTULO 2 – O PROJETO DE PESQUISA AVALIATIVA

Objetivo da pesquisa: Avaliação do Projeto de Capacitação para os

Profissionais das Equipes de Saúde da Família na Área do Adolescente.

Objetivos específicos estabelecidos foram: avaliar a contribuição da

metodologia de auto-aprendizagem para equipes de saúde da família para a

melhoria da oferta de serviços aos adolescentes e jovens; avaliar a adequação da

metodologia ao perfil dos profissionais ao seu contexto de trabalho; avaliar as

facilidades e dificuldades do estudo a distância, segundo a perspectiva das

equipes; detectar os principais problemas relacionados com organização e

funcionamento dos serviços; avaliar em que medida as equipes adotaram as

competências transversais e específicas da metodologia adotada.

Os autores Moulian, Moraes (1985) consideram a avaliação como

componente inseparável do processo de planejamento, que permeia todas as suas

etapas, sendo o elemento que lhe imprime um caráter dinâmico. É indispensável na

tomada de decisões e permite descrever, medir, comparar, analisar e explicar uma

série de aspectos da prestação de serviços de saúde. Melhorar as condições de

saúde, melhorando os programas, projetos de saúde e de infra-estrutura sanitária

para execução orientando a distribuição de recursos entre as atividades já

realizadas e as que possam ser realizadas no futuro torna-se o maior objetivo de

todos e final do processo de avaliação em saúde.

Justificativa da pequisa: Ainda não é uma prática muito comum no

serviço público avaliar projetos da área social na forma de estudo científico como

sendo um instrumento de tomada de decisão e de redirecionamento das ações

desenvolvidas pelos planos, programas, e projetos na área governamental,

proporcionando as instituições melhor conhecimento da sua realidade. Tem como

justificativa também, avaliar para contribuir no aperfeiçoamento ou reformulação

efetivo das ações desenvolvidas pelo projeto de capacitação, tornando-se a

avaliação com um instrumento de tomada de decisões, colaborar em análises

futuras para outros projetos da mesma natureza e subsidiar na elaboração ou

implementação de políticas públicas para área se saúde dos adolescentes e jovens.

Outro ponto forte a ser considerado foi à validação, ou negação, da

metodologia de auto-aprendizagem, dotada para essa capacitação até o momento

38

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avaliado com sendo um instrumento para se adequar os objetivos propostos pelo

projeto. A pesquisa avaliativa também se fez necessária para contribuir com

subsídios dirigidos a tomada de decisão e a intervenções de novas políticas para

área.

Esse estudo avaliativo, como qualquer avaliação, será limitado; haja vista

que as mudanças na prática assistencial não correm de uma hora para outra, e

múltiplos fatores interferem na prática pedagógica, tais como: infra-estrutura física,

maior distribuição de insumos, investimento em processos de gestão e

complementado de ações do âmbito de organizações de serviços a serem

paralelamente implantados, tais como: infra-estrutura física, maior distribuição de

insumos, investimento em processos de gestão e complementado de ações do

âmbito de organizações de serviços a serem paralelamente implantados.

Em uma pesquisa desenvolvida no período de 1997-1998 sobre o

Programa de Saúde da Família no Ceará, foi identificada a necessidade de

capacitação dos profissionais das equipes de saúde da família em destaque para

área dos adolescentes conforme os secretários municipais de saúde - e que:

É importante referir que, na capacitação, desses profissionais, é fundamental incluir uma proposta de nova sistemática de trabalho, que supere as práticas, atualmente vigentes, fragmentadas e descoordenados de muitos serviço de saúde, desenvolvidos com ênfase na atenção curativa (Andrade,Tati –119;131;1998)

A Capacitação de profissionais do SUS – Sistema Único de Saúde para o

Ministério da Saúde compreende que, a necessidade de educação continuada das

Equipes de saúde da Família levou o Ministério da saúde a promover a implantação

de pólos de capacitação, a partir de 1997, com recursos do REFORSUS- Programa

de Reforma das Unidades do Sistema Único de Saúde. Estes pólos de capacitação

articulam uma ou mais instituições voltadas para a formação, capacitação e

educação permanente de recursos humanos para saúde, por meio de convênios

com as secretarias de estado e de municípios e instituições do ensino superior.

Foram definidos objetivos de cada pólo:

• A curto prazo - capacitação introdutória, sensibilização das Equipes de Saúde da

Família em relação ás bases conceituais e atualização técnica em áreas

específicas;

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• A médio prazo - educação permanente nos diversos campos relacionados á

Saúde da Família, cursos de especialização, formação de multiplicadores e

supervisores;

• A longo prazo - atividades e estratégias para impacto na formação profissional

em nível de graduação, residência , e especialização em Saúde da Família.

Os Pólos de capacitação tratam-se, portanto, de uma rede de instituições

comprometidas com a integração ensino-serviço voltada para atender a demanda de

pessoal preparado para o desenvolvimento da estratégia de Saúde da Família no

âmbito do SUS. O Ministério da Saúde concebe que são alternativas mais centradas

no desenvolvimento de grupos profissionais, seja através de cursos de caráter

seriado, seja através de ações públicas especializadas em um determinado campo

Algumas questões são identificadas e consideradas por parte de

instituições governamentais em relação à formação de recursos humanos no

Sistema Único de Saúde tais como:

• A inexistência de política de avaliação de desempenho sistemático e continua de

Recursos Humanos;

• A inexistência de política consistente e abrangente para formação de Recursos

Humanos de nível médio para o sistema;

• Fragmentação dos processos de capacitação quando se destinam somente as

áreas programáticas, saúde da criança, saúde da mulher, tuberculose,

hanseníase e DST-AIDS.

• Pouca integração com as Escolas Formadoras e as Universidades.

Em relação à área do Desenvolvimento Humano, Joseph E. Stiglitz

comenta o seguinte:Fala-se muito, ultimamente, em capacitação. A parte (relativamente) fácil da capacitação é a promoção da capacitação humana, da educação, das habilidades e dos conhecimentos exigidos pelo desenvolvimento. A parte difícil da capacitação é o desenvolvimento do capital social e organizacional, das instituições que permitem o bom funcionamento da sociedade. Existem aqui três dimensões:• O ambiente favorável ao setor privado, o qual inclui os mercados e o

arcabouço legal, que é necessário para o bom funcionamento do mercado;

• O ambiente de conhecimento, que permite a absorção de novos conhecimentos, adaptadas às circunstâncias do país, e posto em uso;

• O ambiente de política, que inclui a capacidade de se tomar decisões chave referentes às estratégias de desenvolvimento.

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Para o supracitado autor também são identificadas três áreas

fundamentais para o desenvolvimento:• Saúde. Por que uma população doente não pode constituir-se em uma

força de trabalho produtiva; porque uma padrão básico de saúde deveria ser considerado como um direito humano fundamental; porque é inadmissível que doenças que podem ser erradicadas, ou pelo menos controladas, continuem a afligir milhões de pessoas nos países menos desenvolvidos, freqüentemente privando-as de qualquer dignidade humana.

• Conhecimento. Porque, como a educação, o conhecimento enriquece a alma humana e porque, como a educação e a saúde, ele conduz ao surgimento de uma sociedade mais produtiva. O poder do conhecimento é enorme: com o aumento do conhecimento, a produção gerada com recursos limitados pode ser multiplicada por ordens de magnitude.

• Capacitação. Porque, ao final, o êxito do desenvolvimento, o êxito da transformação devem vir dentro do próprio país, e para se alcançar isso, deve haver instituições e lideranças que estimulem, absorvam e orientem o processo de transformação, e a sociedade transformada.

Este projeto de avaliação se fundamentará no documento da “Reunión de

educación a distancia em salud dos adolescentes”, editado em janeiro de 2000, pelo

NESA – Núcleo de Estudo em Saúde do Adolescente/ Universidade do Estado do

Rio de Janeiro (UERJ), e nas recomendações de Willis (1994 e 1996) para avaliação

de processos de educação a distância apesar desse autor focalizar seu campo de

análise na avaliação formativa, onde exige a presença de instrutores durante todo o

processo de capacitação, pressupõe a possibilidade de adaptações e modificações

e revisões da metodologia, conforme são recomendados os itens de processo que

esse se refere a avaliar. Avaliação de projetos sociais dos autores Ernesto Cohen e

Ronaldo Franco, conjuntamente com a Metodologia da avaliação em Políticas

Públicas dos autores; Isaura Belloni; Heitor de Magalhães e Luiza Costa de Souza;

Oswalto Tanaka; Cristina Melo.

Para Pedro Demo-2000, a literatura sobre educação a distância enfatiza a

importância do planejamento cuidadoso dos processos educativos, de forma a

ajustarem-se às necessidades dos alunos, às possibilidades dos recursos técnicos e

aos requerimentos dos conteúdos específicos. Em termos de avaliação, os

especialistas reforçam a importância do monitoramento de cada etapa do programa,

a avaliação dos resultados e seu impacto no aprendizado dos alunos, além da

avaliação dos resultados alcançados com relação aos objetivos institucionais.

A constante demanda existente por parte de gestores, jovens,

adolescentes e suas famílias em busca de soluções para os problemas

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relacionados que envolvem a adolescência na área de saúde são suficientes e

justificáveis para que o setor público invista na expansão e melhoria desses

serviços. Isso envolve soma de recursos físicos e humanos. Acredita-se que atual

conjuntura como se encontra o nível de reorganização dos serviços de saúde

pública no Estado do Ceará requer uma formação e especialização de profissionais

na área de saúde da família.

2.1 Metodologia utilizada na investigação.

“Em países como o Brasil, a discussão entre o que é mais importante- a

ciência pura e a ciência aplicada- , tem conduzido a raciocínios totalmente errôneos,

em virtude das ideologias e preconceitos que os defensores de cada grupo adotam”

(Ronaldo Rogério de Freitas Mourão)

Visando uma análise mais significativa a Avaliação do estudo foi realizada

em duas etapas: o primeiro durante o primeiro momento presencial foi aplicado o

formulário 1, posteriormente à abertura da capacitação, que tratou do perfil dos

profissionais,contexto das equipes e sua qualidade na perspectiva dos alunos.

Ressalta-se que a realização dessa atividade teve a duração de vinte minutos.Outro

instrumento aplicado foi o de denominação formulário 2 com enfoque na estrutura

do projeto,com questões do tipo aberta proporcionando aos participantes

depoimentos-relatos quanto aos pontos positivos e negativos da capacitação.Após a

conclusão do Momento Presencial iniciam-se os estudos de caso a distância,

concluída essa etapa estabeleceu-se um novo encontro onde se efetivou a

conclusão do curso desenvolvido em quarenta horas e aplicação do formulário 3.

2.2 Pesquisa de campo

Primeiramente, foram identificados os municípios que tinham sido

beneficiados com o projeto de capacitação para os profissionais do Programa de

Saúde da Família na área do Adolescente, durante o período de 2001 a 2003. Com

o propósito de um acompanhamento mais efetivo foram escolhidos para o referido 42

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estudo apenas os municípios atendidos pelo projeto no exercício de 2002 a 2003.Na

fase conclusiva do processo seletivo, escolheu-se quatro municípios, pois todas as

etapas do projeto de capacitação foram realizadas plenamente. Os municípios que

atenderam aos critérios foram os seguintes: Beberibe, Itaitinga, Microrregional de

Russas e Tejuçuoca.

2.3 Características dos municípios da amostra

a)Beberibe (Região do Litoral)

Município situado no Litoral Leste do estado do Ceará, pertence a 7ª

Célula Regional de Saúde, com 43.509 habitantes, existindo 10 equipes de saúde da

família, composta por médicos, enfermeiras, auxiliares de enfermagem, 98 agentes

comunitários de saúde, 5 equipes de saúde bucal e com 79% de cobertura da

população.

b)Itaitinga (Região Metropolitana)

Município da Região Metropolitana de Fortaleza está vinculado à 1ª

Célula Regional de Saúde, com 30.562 habitantes, possuindo 08 equipes de saúde

da família, composta por médicos, enfermeiras, auxiliares de enfermagem, 48

agentes comunitários de saúde, 4 equipes de saúde bucal e com 90% de cobertura

da população.

c)Russas (Microrregião)

Município situado na Região do Jaguaribe no estado do Ceará integrante

da 9ª Célula Regional de Saúde, com 59.583 habitantes. Tendo 15 equipes de

saúde da família, composta por médicos, enfermeiras, auxiliares de enfermagem, 96

agentes comunitários de saúde, 3 equipes de saúde bucal e com 87% de cobertura

da população do município. Formada pelos municípios de Ibicuitinga, Jaguaretama,

Jaguaruana, Morada Nova e Palhano. A população da microrregião é de 191.616

habitantes.

d)Tejuçuoca (Sertão Central)

Município situado no Sertão Norte do estado do Ceará. Pertence a 2ª

Célula Regional de Saúde, com 13.880 habitantes. Tendo 4 equipes de saúde da

família, composta por médicos, enfermeiras, auxiliares de enfermagem, 40 agentes 43

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comunitários de saúde, 1 equipe de saúde bucal e com 90% de cobertura da

população.

2.4 Instrumentos de coleta de informaçãoA elaboração de três questionários com perguntas fechadas teve como

objetivo substituir o processo de avaliação formativa e somativa. A escolha do

instrumento de avaliação na forma de questionário justificou-se por ter oportunizado

melhor acompanhamento do quantitativo dos profissionais avaliados.

2.5 Análise dos dados Após a fase de Coleta de Dados, as informações obtidas foram

sistematizadas e analisadas em duas etapas: a primeira em relação aos dados

quantitativos, variáveis com respostas fechadas e a segunda em relação aos

depoimentos e relatos dos profissionais durante o encerramento do Momento

Presencial e depois da conclusão dos estudos de caso corporificando esses o

aspecto qualitativo do estudo.

A sistematização e a estruturação dos formulários 1, 2 e 3 contemplam os

aspectos conceituais da Avaliação Formativa, pois o estudo em questão trata de

avaliação, isto é, de processo, a proposta aqui delineada é verificar os aspectos

positivos e as dificuldades na operacionalização do primeiro momento da

capacitação (do treinamento formal), e do estudo a distância (estudo de casos em

equipe).

Com relação à Avaliação Somativa a metodologia de aprendizagem em

referência define competências transversais e específicas esperadas dos alunos

após a conclusão dos estudos. As competências transversais são: a) ter capacidade

de aplicar princípios éticos no desenvolvimento do trabalho, b) ter capacidade de

trabalhar em equipe e interagir com outros setores fundamentais com os quais o

serviço deve estar articulado, etc) ter capacidade de desenvolver ações de

promoção da saúde, prevenção, tratamento e reabilitação dos agravos à saúde do

adolescente e jovem. As competências específicas estão relacionadas com as

seguintes temáticas: 1) crescimento e desenvolvimento, 2) sexualidade e saúde

reprodutiva e 3) principais problemas clínicos.

Em relação às competências específicas somente o aspecto melhoria da

qualidade dos serviços de Saúde prestados aos adolescentes não foi aprofundado, 44

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pois seria em outro momento considerando sua abrangência, o que certamente iria

gerar outro estudo de caráter científico.

2.6 Itens de verificação e/ou indicadores de avaliação

Os itens de verificação e/ou indicadores e respectivos instrumentos de

cada etapas foram:

1ª etapa – primeiro momento da capacitação – presencial

a) adequação da capacitação ao perfil e contexto das equipes

• Itens de verificação

perfil dos participantes

contexto de trabalho

características da demanda, e identificação de necessidades

Instrumento: formulário 1 – questionário estruturado, autopreenchido pelos

alunos no primeiro dia da capacitação.

b)qualidade da capacitação presencial, na perspectiva dos alunos itens de

verificação:

• Conhecimento prévio das temáticas;

• Grau de desenvolvimento dos alunos;

• Condições de treinamento – aspectos positivos e dificuldades

relacionadas às condições operacionais da capacitação presencial –

logística, infra-estrutura, qualidade dos materiais;

• Competências dos instrutores;

• Atendimento de expectativas.

Instrumento: formulário 2 – questionário semi-estruturado, autopreenchido

pelos alunos.

2ª etapa – segundo momento da capacitação – estudo a distância

A avaliação das condições de operacionalização do estudo em equipe, da eficácia

da metodologia para mudanças nas práticas de trabalho, e dos problemas

relacionados com a organização dos serviços;

• Itens de verificação:

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• Uso do material – facilidades e dificuldades;

• Atitudes dos alunos – freqüência aos estudos do grupo, nível de participação

individual (grau de interesse, motivação e persistência), capacidade de trabalhar

em equipe;

• Relevância dos estudos de casos – adequação à realidade de trabalho das

equipes e ao contexto dos serviços, grau de dificuldade em cada etapa de

organização dos conteúdos;

• Contribuição da metodologia para mudanças nas práticas de trabalho – em que

medida a atuação da equipe se baseia na identificação dos principais problemas

de saúde que acometem os adolescentes e jovens da região, em que medida os

profissionais promovem práticas educacionais e participativas no âmbito

individual e/ou coletivo;

• Instrutores – disponibilidade, efetivas das visitas presencias (tutores), grau de

apoio e contribuições;

• Estrutura de suporte – facilidades, acesso à literatura de referência;

• Tempo – tempo despendido pelos alunos (equipes) para completar o total de

módulos e levantamento de dificuldades operacionais;

• Satisfação dos alunos – atendimento de expectativas e contribuição da

capacitação para a melhoria da prática assistencial;

• Principais problemas relacionados com a organização e funcionamento das

unidades de saúde.

Instrumentos: formulário 3 – questionário semi-estruturado, autopreenchido pelos

alunos após a finalização dos estudos de casos.

46

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CAPÍTULO 3 - CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO

Avaliar é uma ação espontânea, realizada por qualquer indivíduo a cerca

de qualquer atividade humana; considerado um instrumento de sobrevivência para

qualquer grupo ou indivíduo, na busca de evitar riscos, prazer e realizações.

A esse processo natural e instintivo podemos denominar de avaliação

informal.

No entanto, esse processo, é inadequado e insuficiente quando se trata

de instituições ou ações (programas ou políticas) de grande visto ou impacto social.

Nesses casos, faz-se necessário um processo avaliativo com características

distintas e com possibilidades de compreender todas as dimensões e implicações de

atividades, falar ou coisa avaliada. Este processo pode ser denominado de avaliação

formal ou sistemática.

Outro aspecto de avaliação, trata a avaliação como uma das mediações

pela qual se define a reorganização do saber; ação, movimento, provocação, na

tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa.

Professor e aluno buscando idéias no sentido de não existir respostas certas ou

erradas e sim um sentimento investicativo e reflexivo.(Jussara Hoffmann).

O entendimento da avaliação como sendo uma estratégia de solução de

problemas e de aperfeiçoamento das ações é elemento comum entre avaliação

educacional e avaliação de políticas e de instituições. Como se trata de um projeto

de capacitação profissional pode ser incluído dois conceitos de avaliação: A

avaliação institucional tem como objetivo instituições publicas ou políticas publicas

em especial as prestadores de serviços públicos, como saúde, educação e outras.

Considerando que a avaliação de planos e projetos deve ser inserida no âmbito da

política da qual fazem parte dentro de um contexto de política global. Avaliação

educacional que se concentra na avaliação de situações de aprendizagem, isto é,

quando um indivíduo ou grupo são submetidos a processos ou situações com vistas

à aquisição de novo conhecimento, habilidade ou atitude; refere-se, assim, á análise

de desempenho de indivíduos ou grupos, após uma situação de aprendizagem, no

exercício de uma atividade, em geral profissional.

47

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) – Escritório Regional da

Organização Mundial da Saúde, no encontro do XL Conselho Diretor da

Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), recomenda aos países políticas de

atenção à saúde e preocupação como desenvolvimento dos adolescentes e jovens.

A partir desse momento foi dada uma importância muito maior a Unidade

de Saúde do Adolescente em relação do Programa de Saúde da Família e da

População (Divisão de Promoção da Saúde OPAS/OMS, as questões conceituais no

desenvolvimento integral e de promoção a saúde para essa faixa etária (0 à 19

anos).

Nesse sentido, foram criadas sete áreas para apoiar os países a

implantarem e desenvolverem ações de:

• Políticas, legislação e atividades de defesa dos direitos

• Formulação de planos, programas e organização de serviços

• Desenvolvimento de recursos humanos no tema

• Incorporação da comunicação social

• Formação de redes e difusão de conhecimento

• Mobilização de recursos sociais

• Apoio a investigação e ao desenvolvimento

Para a Assessoria Regional de Saúde do Adolescente da Organização

Mundial da Saúde (OMS), a avaliação deve ter como objetivo incorporar-se na

prática cotidiana dos gestores e executores de programas de serviços de saúde, na

busca de aumentar o acesso de adolescentes e jovens excluídos dos programas e

serviços, contribuindo para a melhoria de qualidade dos serviços prestados, visando

como cenário de futuro, à saúde integral e ao pleno desenvolvimento dos

adolescente e jovens.

Para alguns especialistas na área de avaliação de serviços de saúde do

adolescente como Oswaldo Y. Tanaka e Cristina Melo (ano, pág. 13 e 14), a

avaliação pode ser entendida como sendo: um processo técnico - administrativo

destinado à tomada de decisão, envolvendo momentos de medir, comparar e emitir

juízo de valor.

No contexto de programas e serviços de saúde, é com base no juízo de

valor emitido a partir da avaliação que será tomada a decisão. Portanto, em

princípio, se não está claramente definido quem tem poder para tomar decisão e

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sobre o que se pode decidir, não se tem uma avaliação propriamente dita e sim um

diagnóstico de situação nos programas de saúde, a avaliação deve subsidiar a

tomada de decisões dirigidas às ações e às atividades realizadas.

Independentemente de sua inserção no programa ou serviço de saúde, todas as

pessoas têm capacidade para tomar decisões. O exercício dessa capacidade será

dado pelo contexto e pela organização do processo de trabalho.

Na avaliação, utiliza-se teorias, conceitos e instrumentos de diversas

outras áreas do conhecimento. Dessa forma a avaliação deve ser compreendida

como uma área de aplicação e não como uma ciência. A avaliação não é uma

atividade que deve ser exercida apenas por especialistas, haja vista que prescinde

de um desenho prévio bastante estruturado e complexo, o qual é necessário

somente em condições especiais.

No entanto, o profissional está sempre realizando algum modo de

avaliação no dia-a-dia de seu trabalho, sem que organize as informações obtidas ou

tente responder as perguntas que se faz no desenvolvimento das atividades de um

projeto ou programa.

A avaliação deve servir para direcionar ou redirecionar a execução de

ações, atividades, programas e por conseguinte, deve ser executada por todos

aqueles envolvidos no planejamento e na execução dessas ações.

“A avaliação e a organização podem ser termos contraditórios. A estrutura

da organização implica estabilidade, enquanto o processo de avaliação sugere

mudança. A avaliação se refere á relação entre a ação e os objetivos, enquanto que

a organização relaciona suas atividades com seu programa e sua clientela. Ninguém

pode dizer com certeza que possam existir organizações auto-avaliadoras, muito

menos que cheguem a ser a forma predominante de administração” (Hamilton

Smith 1981, 371-373).

Existem diferentes modelos de avaliação, que são derivados tanto do

objeto a ser avaliado como da formação acadêmica daqueles que realizam essa

tarefa. Entretanto, a constante é, por um lado, a pretensão de comparar um padrão

almejado ( imagem- objeto em direção á qual se orienta a ação) com a realidade ( a

medida potencial na qual esta vai ser modificada, ou o que realmente ocorreu como

conseqüência da atividade empreendida) e, por outro lado, a preocupação em lançar

eficazmente os objetivos propostos. Avaliar é fixar o valor de uma coisa; para ser

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feita se requer um procedimento mediante o qual se comporta aquilo a ser avaliado

com um critério ou padrão determinado.( Franco 1971,3)

Alternativamente, a avaliação foi definida como aquele ramo da ciência

que se ocupa da análise da eficiência ( Musto 1975).Foi afirmado que o objetivo da

pesquisa avaliativa é comparar os efeitos de um programa com metas que se propôs

alcançar a fim de contribuir para tomada de decisão subsequentes acerca do

mesmo e para assim melhor a programação futura ( Weiss 1982,16 ) ; ou que a

avaliação “mede até que ponto um programa alcança certos objetivos’ ( Banners,

Doctors e Gordan 1975,13).

Segundo Ernesto Cohen, recomenda que:

"Tem-se que elevar o grau de racionalidade das políticas. Neste sentido é especialmente importante centrar-se na elaboração de metodologias adequadas para a formação e avaliação de projetos sociais. Já que, em uma situação de escassez de recursos e necessidades incrementadas, será ainda mais imprescindível a tarefa de comparar, escolher e descartar projetos alternativos, procurando aumentar a racionalidade das opções adotadas”.

Aguilar&Ander- Egg propõem a seguinte definição: a avaliação é uma

forma de pesquisa social aplicada, planejada dirigida e sistemática.Proporciona de

maneira válida, dados confiáveis e informações significativas na atribuição de

valores diferentes para componentes de um programa.

A pesquisa avaliativa, na avaliação institucional, é semelhante as

pesquisas da área das ciências humanas, porque atende a dois princípios: (1)

contribui para o avanço do conhecimento em relação ao objeto de estudo/avaliação

e (2)obedece rigorosamente conceitos metodológicos do método científico.

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3.1 a importância da avaliação em políticas públicas

Nos últimos anos, políticas sociais que defendem soluções permanentes

e sustentáveis para a pobreza têm ganhado espaço na academia, no governo e

entre entidades não governamentais que agem direta e indiretamente contra a

miséria e a pobreza. A visão geral é que as políticas anteriores não foram capazes

de resolver nem mesmo o problema da fome.

Segundo o autor, Ricardo Paes de Barros tem defendido em seus estudos

que; (i) as políticas sociais em geral não atendem aos mais necessitados ; (ii) as

políticas sociais que atendem a estes não cumprem adequadamente os seus

objetivos sociais; ( iii) as políticas que atendem aos mais necessitados não deixam

efeitos permanentes sobre o seu estado de pobreza; e (iv) o problema das políticas

sociais no Brasil na é feita de recursos, mas sim o da má aplicação dos mesmos.

Seja devido à corrupção e desvios ou falta de focalização (Barros, Henriques e

Mendonça, 2000-2001).As novas políticas sociais procuram criar oportunidades que permitam a saída da condição da pobreza de forma sustentável agindo não apenas no âmbito do indivíduo, mas, também, do contexto em que ele vive. O objetivo é atacar as causas da pobreza e não as suas conseqüências, que não deixam efeitos permanentes para os pobres. As novas políticas sociais consideram serem fundamentais (i) a integração e coordenação de políticas macroeconômica e microeconômica com as políticas sociais e reformas estruturais; (ii) o reconhecimento de que as falhas de mercado devem ser atacadas para se dar oportunidades aos pobres; (iii) a mobilização social pra se promover a organização e o empoderamento das comunidade pobre; e (iv) a necessidade de aumentar a eficiência no uso dos recursos das políticas sociais.

Embora os princípios conceituais e os diagnósticos da pobreza das novas

políticas sociais desfrutem de consenso em vários setores, existem alguns

controvérsias acerca das ações dos programas de combate à pobreza. Uma das

controvérsias trata da questão da focalização versus universalismo das ações. De

um lado. Encontram-se aqueles que defendem que é necessário dirigir os gastos

públicos para as pessoas mais necessitadas, aumentando a eficiência dos gastos

sociais. De outro lado encontram-se os críticos da focalização, que argumentam que

as ações públicas devem ter caráter universal, já que todas as pessoas têm direitos

iguais. Para as áreas de saúde esse último enfoque pode ser considerado um

princípio da universalidade e da eqüidade para os programas de saúde.

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No ensino, o essencial é o caráter do mestre. Forma-se sob a orientação de

um mestre sem moral é como crescer em terra pantanosa. A vida do mestre é sua

melhor lição. Os sábios da Grécia davam aos alunos, antes de tudo e de modo

constante, a própria vida para estudar e aprender.

Joaquim Nabuco

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É ainda muito incipiente do ponto de vista metodológico e conceitual falar

de avaliação institucional e de políticas públicas, porque isso só começa e por volta

dos anos 70, como exigência dos organismos internacionais na perspectivas de

empréstimos e investimento estrangeiros.

Para as universidades brasileiras na década de 1980, é que por meio dos

movimentos docentes, as agências governamentais ligadas à educação superior,

particularmente à pesquisa, discutiam a importância a necessidade da avaliação

institucional com motivações e razões diferentes, entre esses motivos estaria: o

princípio da transparência, questões ética de prestação de contas a sociedade e

outra era o fortalecimento das instituições públicas ante as contínuas ameaçadas de

privatizações.

Continuando o pensamento dos autores Newton Cesar Balzan e José

Dias Sobrinho (ano, pág. 7, 17, 45) o porque de avaliar é expressado assim:

“Avaliar é importante para impulsionar um processo criativo de auto-crítica”;

“Avaliar é importante para conhecer como se realizam e se inter-relacionam

as tarefas acadêmicas em suas dimensões de ensino, pesquisa, extensão e

administração”;

“Avaliar é uma forma de restabelecer compromissos com a sociedade”;

“Avaliar é estudar, propor e implementar mudanças no cotidiano das

atividades acadêmicas”;

“Avaliar para poder planejar”;

“ Avaliar para evoluir”.

A eqüidade e eficiência como fins da política social como lembra

Cohen(1993-26), fala que os investimentos em recursos humanos, obviamente, tem

um horizonte de médio e longo prazo e responde tanto ás necessidades da clientela,

que requer capital humano para satisfazer suas necessidades por si mesma, como

às demandas da sociedade, que exige uma população em condições de assegurar

sua continuidade e desenvolvimento.

O princípio de eqüidade rege estas ações, em relação ao curto prazo e á

clientela, enquanto que o princípio de eficiência predomina a médio e longo prazos e

em relação aos interesses societários. Quaisquer que sejam os fins últimos da

política social, a avaliação permite incrementar a eficiência na consecução do critério

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aceiro como fim, inclusive se este é a eqüidade. No plano da elaboração de políticas

sociais prima justamente o princípio de eqüidade.

Quando é identificado a missão social da instituição, onde planos,

programas e projetos e ou políticas públicas desenvolvidas por ela, podem ser

avaliados, ajuda a compreender melhor e perceber a dimensão “institucional” da

avaliação.

A eficiência na implementação da política pública social, qualquer que

sejam os fins últimos da política social, a avaliação permite incrementar a eficiência

na consecução do critério aceito como fim, inclusive se este é a eqüidade (Franco,-

2002).

Para a educadora Isaura Belloni a avaliação institucional e de políticas

passa a ser relevante “quando pode oferecer informações não apenas sobre o

impacto, mas sobre resultados ou conseqüências mais amplas e difusas das ações

desenvolvidas. Nesse sentido, avaliação deve abranger o processo de formulação e

implementação das ações e os seus resultados”. Assim passar a ser um instrumento

fundamental para a tomada de decisão e para melhorar ou reformular as ações

desenvolvidas.

A autora faz comentários e referências também nas expressões

“avaliação institucional” e “avaliação de políticas públicas” são usadas de modo

integrado, porque elas fazem parte de um mesmo tipo de avaliação, distinta do

campo de avaliação de aprendizagem e desempenho, seja do ponto de vista do

objeto da avaliação, seja do ponto de vista metodológico.

O entendimento da avaliação como sendo uma estratégia de solução de

problemas e de aperfeiçoamento das ações é elemento comum entre avaliação

educacional e avaliação de políticas e de instituições. Como se trata de um projeto

de capacitação profissional podem ser incluídos dois conceitos de avaliação: A avaliação institucional tem como objetivo instituições publicas ou políticas publicas

em especial as prestadores de serviços públicos, como saúde, educação e outras.

Considerando que a avaliação de planos e projetos deve ser inserida no âmbito da

política da qual fazem parte dentro de um contexto de política global. Avaliação educacional concentra-se na avaliação de situações de aprendizagem, isto é,

quando um indivíduo ou grupo são submetidos a processos ou situações com vistas

à aquisição de novo conhecimento, habilidade ou atitude; refere-se, assim, á análise

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de desempenho de indivíduos ou grupos, após uma situação de aprendizagem, no

exercício de uma atividade, em geral profissional.

3.2 Fundamentos teóricos do segundo momento – Educação à Distância

Os vários modelos de educação a distância são construídos em cima dos

componentes do processo educacional; apresentação dos conteúdos; interação com

professores, com próprios participantes e com outros recursos didáticos, aplicações

práticas e avaliação desempenho.

A metodologia adotada pelo projeto de capacitação é denominada de

auto-aprendizagem, (livro -módulo- básico I), a parte operacional do projeto tem

como roteiro de implantação um 1° momento presencial com instrutores, 2º

momento, onde os profissionais estudam em equipe no próprio município passando

a ser educação á distância, quando é ofertado em caso de duvidas subsídios de um

3º momento presencial ou por e-mail dos instrutores em decorrência na deficiência

de acesso de computadores para todos os profissionais que estão participando do

treinamento.

As diferenças de modelos de educação à distância não estão somente

nos tipos de tecnologia empregada, mas também no tipo de controle do processo

educacional. Para Cunha, Campos e Santos (1999), a educação a distância visa,

mais amplamente atender a pessoas isoladas pela distância geográfica; trazer

especialistas para sala de aula; ligar salas de estudos e de aulas remotas de forma

que os participantes possam aprender colaborando entre si. Podemos lembrar o que

recomenda: Cordeiro Martin Jesus – Reitor da Universidade de Educação a

distância da Embaixada da Espanha:Quando escolhemos à educação que se diferencia da formação da universidade convencional, é porque possibilita nos mais diversos lugares pessoas terem acesso ao conhecimento. Pode dizer que a descentralização do ensino é mais rápida. Mas não podemos confundir, universidade é aquele que cria, produz e desenvolve conhecimentos, enquanto que a distância está só na distribuição do conhecimento.

Na maioria das referências e leitura sobre educação a distância enfatiza a

importância do planejamento cuidadoso dos processos educativos, de forma a

adaptar-se às necessidades dos alunos ou dos participantes de capacitação que

adotam esse tipo de metodologia, as possibilidades dos recursos técnicos e os

objetivos dos conteúdos específicos.

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Quando se fala de educação a distância não pode ser deixado de falar

também do avanço tecnológico pela instrumentação eletrônica. A informatização tem

avanço em todos os setores da sociedade mas ainda existe exclusão em algumas

áreas como demonstra a realidade do projeto a ser avaliado.

Para essa compreensão como muito bem explica Demo (1998)

primeiramente se deve entender que os meios eletrônicos são apenas recurso

instrumental e que a instrumentalização eletrônica não é, em si, educativa ou

formativa. Embora seja facilmente informativa, atraente, dinâmica.

Quanto ao processo de aprendizagem o aprender é uma das

características mais notáveis da competência humana, e por isso tem um significado

de um esforço reconstrutivo, pessoal e coletivo. A maneira histórica-estrutural de

aprender do ser humano é como em cada etapa de vida ou de ciclos de vida

aprendemos sem ter que vencer outra etapa, como no caso da infância,

adolescência, adulto e velhice. Alguns autores acentuam mais para o lado estrutural

como Piaget, e outros como Vigotsky que defendem as relações sociais. O processo

de aprendizagem também tem aspecto de desconstrução, quer dizer quando temos

de deixar patamares superados para atrás, para garantir introdução de novos como

um processo de reconstrução. Aprende quem tem a modéstia e humildade de

aceitar o novo. Aprendizagem não é um processo de estocagem ou acumulo de

conteúdos. Hoje sabemos que o conhecimento não se repassa, acumula, reproduz

mas se reconstrói. O que importa na aprendizagem é a habilidade de sempre se

está renovando pela via da reconstrução permanente.

O processo de transformação pelo qual vem passando o Ensino, frente às

demandas da sociedade e, particularmente, do processo de trabalho, vem

requerendo mudanças qualitativas no processo educativo com a introdução de

metodologias e estratégias inovadoras, sem as quais o currículo permanecerá como

um plano de oferta de disciplinas, sob um pseudodiscurso de flexibilização com

vistas à formação do profissional que a modernidade requer.

Como estimular a investigação ativa de princípios e teorias que os levem

a descobrir os fenômenos e suas inter-relações e, portanto, a compreender a

essência complexa dos conteúdos estudados? Quais os processos e meios

adequados para responder às necessidades de associar teoria e prática,

desenvolvendo habilidades para a resolução de problemas por meio da

experimentação e do livre acesso às informações, ao pensamento crítico e à 56

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geração de hipóteses? Que instrumentos existem para apoiar as mudanças

necessárias?

Estas questões colocam um grande desafio para a educação, indicando

que para oferecer condições ideais para a aprendizagem que viabilize uma sólida

formação científica aos alunos, é necessária a revisão dos currículos, de forma a

torná-los mais flexíveis e atualizáveis. A aprendizagem não supõe, dentro da visão moderna, capacidade de tudo devassar pela via da razão, mas ao contrário, a sabedoria de lidar com limites sejam vistos como desafios, para que os limites sejam vistos como desafios, e estes como intrinsecamente limitados. (Demo, 1994).

É fundamental compreender que as principais questões sobre educação,

hoje, estão profundamente relacionadas às novas demandas do processo de

trabalho, motivadas pelas mudanças na produção e difusão de bens e

conhecimentos gerados pelos avanços científico-tecnológicos em nossa sociedade.

O desenvolvimento acelerado de conhecimentos obriga os indivíduos manterem-se,

constantemente, atualizados. Tendo como foco este novo perfil profissional da

“sociedade do conhecimento”, além da importância do desenvolvimento de

habilidades cognitivas e de competências para trabalhar e aprender

cooperativamente, torna-se fundamental que os conteúdos sejam contextualizados e

tratados em sua complexidade.

Assim, mais importante do que o conteúdo a ser transmitido, é a forma

pela qual este poderá ser apropriado pelo aluno, de maneira relevante e significativa.

Diante deste contexto, as instituições de ensino deve oferecer aos alunos a

possibilidade de “aprender a aprender” (Jonassen, 1996; Pozo, 1998).

Como pesquisadores, os docentes estão constantemente buscando

novos conhecimentos e também novas formas de conhecer mais sobre suas áreas

de estudo. È fundamental que o ensino praticado reflita esta postura em relação aos

conteúdos trabalhados, vinculando dinâmica e questionamento como elementos

essenciais ao processo formador. Deve-se, portanto, distanciar dos modelos

tradicionais que priorizam a transmissão de informações e conhecimentos,

escamoteando as grandes questões e dúvidas que movem o avanço das

descobertas científicas. Para isso, é necessário que os docentes abracem uma visão

de conhecimento que viabilize práticas de ensino capazes de desenvolver as

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potencialidades intelectuais dos alunos e de enfatizar a compreensão da estrutura

fundamental dos conteúdos no processo de aprendizagem.

Neste sentido, as aulas teóricas expositivas, muito embora papel

relevante no ensino, não são suficientes para a educação do aluno que desejamos

formar. É importante que os docentes conscientizem-se sobre esta situação,

viabilizando não apenas mudanças curriculares, mas também, um ensino ativo,

baseado em problemas e conteúdos relevantes, que enfatizam a solução de

problemas, a pesquisa, a tomada de decisões, bem como a negociação e a

colaboração com seus pares (Schank & Cleary, 1995)

Os avanços científicos e tecnológicos em nossa sociedade têm colocado

ao dispor das instituições de ensino conhecimentos e ferramentas poderosas para o

desenvolvimento destas transformações. A integração da tecnologia pode ser um

elemento de questionamento e subversão do status quo, provocando mudanças

significativas nos modelos educativos (Struchiner, 1999).

Por sua concepção e forma de execução, a avaliação tem construído para

o aperfeiçoamento das instituições que têm buscado comprometer-se com a

construção e a produção do conhecimento e, por conseguinte que têm buscado

comprometer-se com a construção e a produção do conhecimento e, por

conseguinte, com a formação qualitativa de seus alunos, que Demo (1998, p.79)

classifica como “habilidade de manejar a fronteira da inovações importantes na

sociedade e na economia”. Certo é que as instituições que permanecerem

valorizando o ensino como aquisição dos conhecimentos técnicos exigidos pela

profissão acabarão marginalizadas perante os desafios da sociedade moderna.

Com o instituto de responder a tais inquietações, os pesquisadores têm

buscado analisar o impacto das novas tecnologias no ensino e na aprendizagem

(Demo, 1995; Carmo, 1997; Jonassen, 1998: Struchiner et al., 1998; Vizcarro e

León), possibilitando a combinação entre o ensino presencial e o ensino a distância

“nos mesmos espaços curriculares, extraindo dos dois tipos de ensino o que de

melhor cada um deles poderá dar às populações” (Carmo, 1997, p.295).

Ainda, os legisladores abriram espaço para que as atividades da

educação a distância propiciem o enriquecimento e dinamizem o ensino presencial.

O parecer 776/97, de 03 de dezembro de 1997, do Conselho Nacional de Educação,

ao estabelecer as orientações gerais com vistas à formulação das Diretrizes

Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação, indica entre os princípios 58

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essenciais o incentivo, pelo estudo individualizado ou coletivo, “a progressiva

autonomia profissional e intelectual” dos alunos e o estímulo “a prática de estudo

independestes e complementares”. Mais recentemente, a Portaria 2.253, de 18 de

outubro de 2001, do Ministério da Educação, autoriza a oferta de disciplinas que

utilizem parcial ou integralmente. O “método não presencial”, desde que estas não

excedam a 20% de carga horária prevista para integralização do currículo (Art.1º).

ainda, determina que tais disciplinas incluam “métodos e prática de ensino-

aprendizagem que incorporem o uso de tecnologias da informação e comunicação

para a realização dos objetivos pedagógicos” (Art. 2º).

Neste sentido, é irreversível o processo de inclusão de atividades de

educação a distância em contextos de educação convencional, utilizando os

recursos tecnologias de forma a privilegiar a aprendizagem centrada no aluno. Com

o primado da sociedade da informação e da democratização do conhecimento,

deve-se considerar que a informática se impõe como processo revolucionário,

obrigando as pessoas a pensarem em termos interativos, a pensarem em rede.

Assim, os recursos tecnológicos representam um instrumento essencial a

dinamização da prática educativa.

Para a universidade, significa o confronto com a realidade totalmente

nova na qual a sociedade irá identificar como indicadores de qualidade e,

conseqüentemente, se expressará como um diferencial competitivo, a sua

capacidade de inovar e introduzir as novas tecnologias como rotineiro material

didático-pedagógico, em função das necessidades da clientela e do mercado de

trabalho. Para o aluno, significa ter acesso a novos saberes, trocar experiências,

aprender a pensar, manter-se motivado a buscar as informações de que necessita

na construção de seu próprio conhecimento e, principalmente, o domínio de seu

processo de aprendizagem.

3.3 avaliação

a)1º momento – presencial da capacitação

Nesse 1º momento do Projeto de Capacitação, foi realizada a 1ª avaliação

para identificar as dificuldades que os profissionais das equipes de saúde sentiram

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em relação aos adolescentes e com isto possa ser demonstrada a necessidade de

capacitação na busca de melhorar o atendimento.

TABELA 11. QUAL O GRAU DE DIFICULDADE PARA ABORDAR OS ITENS RELACIONADOS COM OS ADOLESCENTES E JOVENS?

ProblemasSituações

Gravidez Sexualidade DST/ AIDS

Crescimento / desenvolvimento Violência Relação

familiar

Nenhuma 12 (7) 26 (16) 09 (06) 13 (08) 44 (26) 27 (16)Muita/Pouca 155 (93) 139 (84) 91 (94) 149 (92) 123 (74) 138 (84)Total 167 (100) 165 (100) 157 (100) 162 (100) 167 (100) 165 (100)

Ao analisar a Tabela 11, as questões relacionadas a DST´S e AIDS ainda

causam algum tipo de constrangimento para os profissionais de saúde abordarem,

aos abordarem representando 94%, em seguida encontra-se a gravidez com 93% da

grande dificuldade.

Apesar dos profissionais relatarem que recebem muito treinamento sobre

esses temas, o conteúdo fica muito restrito a parte técnica-científica, como

tratamento e deixa muito a desejar sobre outras questões de tamanho importância

como abordagem, principalmente para essa faixa etária da população. O tema sobre

violência foi muito colocado pelos profissionais, mas foi pouco aprofundado pelos

instrutores da capacitação. Todos os itens relacionados tiverem um percentual

significo de dificuldade.

Os resultados apresentados na Tabela 11 demonstram que esses

profissionais sentem dificuldade para o atendimento dessa demanda, por não ser

suficiente só conhecimento científico/técnico para seu atendimento.

TABELA 12. OS TEMAS ABORDADOS NA CAPACITAÇÃO TÊM IMPORTÂNCIA?

Município Regular Bom Ótimo TotalBeberibe 2 (5) 15 (36) 25 (60) 42 (100)Itaitinga 1 (25) 15 (22) 28 (31) 44 (100)Microrregional de Russas - 14 (40) 60 (23) 35 (100)Tejuçuoca 1 (2) 24 (57) 17 (40) 42 (100)

Total 4 (2) 68 (42) 91 (56) 163 (100)Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

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Como pode ser observado os temas abordados na capacitação

representam uma significativa importância para 98% dos participantes (se somarmos

o bom e o ótimo).Se esses temas fossem considerados sem importância, talvez não

justificaria a realização de capacitação para esses profissionais.

Com relação a necessidade de capacitação, alguns participantes

demonstram conhecer a demanda de problemas que os adolescentes chegam até

as unidades de saúde, mas que eles não sentem-se seguros o suficiente, quando

tem que abordarem sobre os mesmos.

As queixas são relatadas pelos profissionais na forma de indicadores

existentes no mesmo de violência, com o número de adolescentes envolvidos com

as questões relacionadas as drogas e o aumento do atendimento ambulatorial das

adolescentes grávidas.

A necessidade de capacitação foi solicitada pelos gestores municipais e

formalizada por meios de ofícios e cartas para a coordenação do projeto. Outro

grande interesse, pode ser também, é que essa demanda foi também identificada, a

partir da divulgação entre profissionais de outros municípios entre coordenadora e

secretários municipais de saúde que já tinham informações sobre o projeto.

a.1) os depoimentos dos profissionais atestam a necessidade de capacitação:

• “Esse tema é extremamente necessitado, pelo município, diante dos

indicadores de saúde relacionados com adolescência”. (enfermeira)

• “Adquirimos mais conhecimentos”. (médica)

• “Aprendi muito com esse curso”. (agente comunitário de saúde)

• “Aplicabilidade do conteúdo com a prática de estudos de casos é muito

boa”. (dentista)

• “Esse curso desperta para abordagem correta com os adolescentes que

não percebia”. (enfermeira)

• “Estou mais sensibilizada para a problemática do adolescente”. (enfermeira)

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• “Aqui só atendemos as adolescentes grávidas, até por que a procura é

maior”. (médico)

• “Achamos que outros profissionais que trabalham direita ou indiretamente

com o adolescente deveriam ter participado da capacitação”. (assistente social)

• “Os adolescentes precisam de mais atenção de nossa parte”. (médico)

• “Não temos como prioridade essa faixa etária por que não entra, na área

de ações básicas no NOAS”. (médica)

• “A forma de apresentação do treinamento esclarece sobre a problemática

a qual tínhamos pouco conhecimento”. (dentista)

• “O treinamento permitiu trazer novos conhecimentos”. (enfermeira)

• “Temos pouca oportunidade para reciclagem”. (médica do PSF)

• “Não dispomos muito de material bibliográfico nesta área”. (médica do PSF)

sobre o tempo das capacitações os depoimentos seguem no mesmo sentido da

confirmação das suas necessidades.

Os gestores municipais (secretários municipais e coordenadores do PSF)

solicitam que o tempo de treinamento não pode ser muito longo e demorado, pois os

profissionais não pode ficar muito tempo fora da unidade de saúde. A estrutura

operacional do Programa de Saúde da Família não é de ficar grande parte do seu

tempo em unidade e sem realizado atendimento junto a comunidade. O que pode

ser observado pela solicitação dos coordenadores em relação ao tempo é que os

profissionais.

• “Achei muito pouco tempo para temas tão complexos”. (médico)

• “Achei o tempo insuficiente, apesar um estudo de caso para praticar”.(dentista)

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• “O tempo do treinamento deveria ser maior, para relatar nossas

dificuldades e experiências”. (auxiliar de enfermagem)

• “Tivemos muitas dificuldades para fechar o cronograma de encontros de

estudos de caso”. (enfermeira do PSF)

• “Gostaria que o treinamento tivesse uma carga horária maior”. (enfermeira)

• “Pouco tempo, muito conteúdo e pouca discussão”. (médica)

Motivação pessoal e interesse em trabalhar e estudar em equipe:

De todas as categorias profissionais que compõe a equipe de saúde da

família, a de agente comunitário de saúde foi a que demonstrou maior entusiasmo,

sentimento de valorização da sua profissão pelo fato da capacitação ter

proporcionado oportunidade de estudo e discussão de problemas com outras

categorias profissionais de saúde. Pode também ser observado que não é uma

prática entre os profissionais se reunirem para esse tipo de atividade em grupo.

• “Esse treinamento é um investimento mesmo, foi bom ter participado”. (dentista)

• “Foi positivo pela integração entre membros da equipe com formação

profissional diferente em torno do mesmo assunto”. (enfermeira)

• “Gostei muito de ter reunido com meus colegas”. (agente comunitário de saúde)

• “Os estudos de casos causam curiosidade”. (enfermeira do PSF)

• “Me senti muito importante na equipe”. (agente comunitário de saúde)

• “Esse treinamento incentiva e obriga o trabalho em equipe”. (auxiliar de

enfermagem)

• “Alguns profissionais acham que sabem de tudo”. (agente comunitário de saúde)

63

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• “Pouca participação dos agentes de saúde na discussão de grupo”.(agente comunitário de saúde)

• “Aprendi muito, não só como profissional, mas como mãe de

adolescente”.(enfermeira)

Apoio logístico (local, recursos didáticos e participação de gestores):

Cada treinamento realizado tinha uma característica própria. Dependendo

do lugar físico, das refeições servidas, do tipo de mobilização realizada,

apresentação de números artísticos por adolescentes, e envolvimento de gestores e

coordenadores locais. Isso também foi observado por parte dos instrutores do

treinamento:

• “O local foi muito desconfortável”. (enfermeira do PSF)

• “Gostaríamos de agradecer a oportunidade do treinamento ter sido

realizado no próprio município, dando oportunidade a todos participarem”. (coordenadora do PSF).

• “Adoramos o local do treinamento”. (agente comunitário de saúde)

• “Houve pouca participação dos gestores municipais”. (médico generalista do

PSF)

• “Foi importante a presença do nosso Secretário de Saúde e outros”. (enfermeira)

• “O apoio logístico deixou a desejar”. (enfermeira)

• “Demorou muito tempo para começar esperando autoridades”. (médico do

PSF)

• “Excelente o material didático distribuído, pena que não tinha para todas”. (médico)

• “O local prejudicou a concentração de todos”. (médico)

64

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Organização dos serviços:

A deficiência de estrutura física nas unidades básicas de saúde foi

considerada como sendo um obstáculo para a realização de ações e procedimentos

para essa faixa etária da população.

Como também a flexibilidade nos horários de atendimento da demanda

que os profissionais possam se reunir para estudar e planejar ações.

• “Nossas unidades de saúde não estão preparadas para receberem essa

clientela”. (médica do PSF)

“Foi muito difícil concluir o treinamento por que não tínhamos onde nos

reunir”. (médica do PSF)

• “A coordenação da atenção básica não disponibilizou de tempo para os

estudos das equipes”. (médico do PSF)

• “Foi com dificuldade que concluirmos os estudos, mas valeu a pena .”(enfermeira)

• “Temos pouco acesso e conhecimento de outras instituições que

trabalham com adolescentes do próprio município”. (dentista)

b) 2º momento - o processo avaliativo – Educação à Distância

Esse segundo momento da capacitação é a realizada avaliação do

projeto após a conclusão de todos os “Estudos de Caso”, depois de um mês e meio

de ter sido realizado o 1º momento com a presença dos instrutores.

Contribuição para o trabalho em equipe

TABELA 13. A DIFERENÇA DE CATEGORIAS PROFISSIONAL FEZ DIFERENÇA?

65

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MunicípiosSituações

Beberibe Itaitinga M. Russas Tejuçuoca Total

Enriquecer as discussões 32 (91) 23 (77) 31 (97) 27 (82) 113 (100)Não fez diferença ou dificultou as discussões

3 (9) 7 (23) 1 (3) 6 (18) 17 (100)

Total 35 (100) 30 (100) 32 (100) 33 (100) 130 (100)Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

Como pode ser demonstrado na Tabela 13, 87% dos profissionais acham

que as diferenças entre as categorias profissionais que formam uma equipe

completa do programa de saúde da família é considerada enriquecedora no

processo de estudo e trabalho.

Pode também ser destacado a microrregião de Russas com 97% de

confirmação de onde o treinamento foi realizado com a participação de seis outros

municípios e nas respectivas equipes de saúde da família formando uma turma de

participantes bastante heterogênea.

TABELA 14. VOCÊ GOSTOU DE REUNIR COM O GRUPO?

MunicípiosSituações

Beberibe Itaitinga M. Russas Tejuçuoca Total

Sim 33 (94) 28 (97) 32 (100 31 (94) 124 (100)Nem sempre / Não 2 (6) 1 (3) - 2 (6) 5 (100)Total 35 (100) 29 (100) 32 (100) 33 (100) 129 (100)

Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

Pode ser observado que 96% dos participantes expressaram sentimentos

positivos em gostar de reunir-se em grupo para estudar.

TABELA 15. DEPOIS QUE FINALIZA O “ESTUDO DE CASOS” VOCÊ PASSOU A SE REUNIR EM GRUPOS PARA DISCUTIR, ESTUDAR E PROPOR SOLUÇÕES DE PROBLEMAS PARA ÁREA DO ADOLESCENTE?

MunicípiosSituações

Beberibe Itaitinga M. Russas Tejuçuoca Total

66

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Sim 14 (9) 9 (32) 6 (20) 18 (60) 47 (100)Não 21 (91) 19 (68) 24 (80) 12 (40) 76 (100)Total 35 (100) 28 (100) 30 (100) 30 (100) 123 (100)

Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

Embora 96% dos profissionais demonstraram gostar em reunir-se em

grupo para estudar, 62% disseram que isso não passou acontecer após a conclusão

do projeto de capacitação. Isso deixa de ser uma rotina nas equipes de saúde de

família, não só para área de saúde do adolescente, mas eles passam também a ser

cobrados maior tempo pelo um volume de atendimento em visitas domiciliares e

atendimento nas unidades de saúde.

TABELA 16. HOUVE ALGUM TIPO DE DIFICULDADE PARA SE REUNIR?

MunicípiosSituações

Beberibe Itaitinga M. Russas Tejuçuoca Total

Não houve dificuldade 13 (27) 27 (90) - - 40 (100)Houve algum tipo de dificuldade

22 (67) 3 (10) 32 (100) 32 (100) 89 (100)

Total 35 (100) 32 (100) 32 (100) 32 (100) 129 (100)Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

* Em Beberibe 43% dos profissionais falavam não ter tempo para se reunirem em equipe.

** Na microrregião de Russas, 84% dos participantes também falaram não tinham tempo.

Na Tabela 16 demonstra que 69% dos profissionais tiveram algum tipo de

dificuldade para se reunir em grupo. Essas dificuldades foram relatadas como a falta

de tempo, por não poder deixar de atender nas unidades de saúde.O que demonstra

que os profissionais em questão não adoram ainda como prática trabalhar em

equipe para discutirem, estudarem e proporem soluções aos problemas

relacionados na adolescência.

A metodologia adotada na capacitação tem três eixos específicos e um

deles é o fortalecimento do trabalho em equipe.

A análise dos dados demonstra que isso não é uma rotina, por motivo,

somente, identificado pela falta de tempo e tipo de organização interna da unidade

de saúde nos agendamentos dos programas com a demanda organizada de todas

as faixa etárias.

Contribuição no processo de aprendizagem67

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TABELA 17. PASSAR POR ESSA CAPACITAÇÃO FEZ ALGUMA DIFERENÇA NA SUA FORMA DE VER OS ADOLESCENTES?

MunicípiosSituações

Beberibe Itaitinga M. Russas Tejuçuoca Total

Sim 32 (91) 28 (97) 27 (87) 29 (91) 116 (100)De certa forma 2 (06) 1 (3) 4 (13) 6 (22) 9 (100)Não 1 (3) - - 3 (50) 1 (100)Total 35 (28) 29 (23) 31 (24) 32 (25) 127 (100)Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

Os participantes também confirmaram em 91% que passarem por esses

treinamentos faz alguma diferença na forma de observarem os adolescentes e

jovens. Embora deve ser considerada que o treinamento tenha contribuído para que

os profissionais da saúde da família passaram a ficar mais sensibilizados e

observarem sempre os adolescentes de maneira diferente, isso não significa que o

treinamento trouxe mudança de comportamento como resultado na prática de

atitudes e comportamento desses profissionais.

TABELA 18. VOCÊ ACHA QUE A EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONTRIBUI PARA MELHORARA SUAS HABILIDADES NO ENTENDIMENTO A ADOLESCENTES E JOVENS? FAZ ALGUMA DIFERENÇA?

MunicípiosSituações

Beberibe Itaitinga M. Russas Tejuçuoca Total

Sim 32 (91) 28 (93) 22 (69) 29 (31) 102 (100)Mais ou Menos 11 (32) 2 (7) 10 (32) 3 (9) 26 (100)Não 34 (100) 30 (100) 32 (100) 32 (100) 128 (100)Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

Conforme demonstra a Tabela 18 acima 80% dizem sim.

Embora 80% dos profissionais tenham respondido que sim somente

poderão ser identificadas essas habilidades após alguns meses, concluída a

capacitação profissional. Durante o momento presencial da capacitação não foram

aprofundadas orientações sobre aperfeiçoamento nas relações humanas entre

médico versus paciente “adolescente” na melhoria da qualidade do atendimento,

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apesar de ser distribuído as normas operacionais do serviço de atenção ao

adolescente para cada equipe de saúde.

Essa análise merece um estudo mais qualitativo, onde serão necessários

a participação e envolvimento dos adolescentes e jovens atendidos por esses

profissionais.

TABELA 19. QUAL O GRAU DE DIFICULDADE PARA ABORDAR OS TEMAS RELACIONADOS COM OS ADOLESCENTES E JOVENS? (MOMENTO APÓS A CONCLUSÃO DA CAPACITAÇÃO).

ProblemasSituações

Gravidez Sexualidade DST/AIDS Crescimento / desenvolvimento Violência Relação

familiarNenhuma/pouca 104 (88) 120 (88) 89 (84) 93 (85) 77 (70) 89 (80)Muito/pouca 13 (1) 12 (11) 17 (16) 16 (15) 33 (30) 23 (20)Total 117 (100) 132 (100) 106 (100) 100 (100) 110 (100) 112 (100)

Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

Com relação o grau dificuldade, após a conclusão do projeto de

capacitação pode ser notado que houve uma inversão em relação ao início do

Projeto, no 1º momento presencial era de 84% e após 20% apenas dos profissionais

apresentam algum grau de dificuldade.

Durante o momento da avaliação, foram relatados pelos profissionais que

apesar da contribuição que a capacitação traz para melhorar os conhecimentos

ainda existirá um pouco de dificuldade em relação ao temas relacionados com a

violência, relação familiar, sexualidade o que diz respeito ao homossexualismo e

crescimento e desenvolvimento ou seja maturação sexual.

Neste sentido, as orientações passadas pelos especialistas, merecem

maior atenção dos profissionais de saúde para a parte de exames físicos

necessários ao acompanhamento da maturação sexual dos meninos e meninas

nessa faixa etária tornando-se assim essa dificuldade maior, para um tema que

antes não era considerado importante no acompanhamento e desenvolvimento dos

adolescentes pelos profissionais de saúde.

Após a conclusão do Projeto de Capacitação, foi avaliado o grau de

dificuldade dos profissionais em relação a abordagem aos adolescentes e os dados

conformaram que apenas 20% dos profissionais tinham algum tipo de dificuldade,

sendo possível observar que os conteúdos temáticos da metodologia contribuíram

de alguma forma na relação e relatos expressados durante o encerramento do

Projeto, quando é entregue um Certificado a cada participante.

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Validação da metodologia

TABELA 20. VOCÊ SE SENTIU MOTIVADO E INTERESSADO EM ESTUDAR OS CASOS À DISTÂNCIA?

Municípios Sim Nem sempre TotalBeberibe 29 (83) 6 (17) 33 (100)Itaitinga 30 (100) - 30 (100)Russas 29 (91) 3 (9) 32 (100)Tejuçuoca 32 (97) 1 (3) 33 (100)Total 120 (92) 10(8) 130 (100)Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

O interesse pela educação a distância foi demonstrada em 92% dos

profissionais. O item não ninguém assinalou essa opção. Segundo a coordenação

do Projeto, essa estratégia de estudo à distância tem possibilidade de ser adotada

para outras áreas de atuação da saúde, pelas vantagens conhecidas do ensino à

distância, embora haja ajustes a serem realizados pelas secretarias municipais e a

coordenação estadual do Projeto. Esse interesse também foi relatado pelos

profissionais, expressando que houve muitos ganhos com esse tipo de métodos, por

que o profissional não necessitaria de sair do seu próprio municípios ou local de

trabalho.

Ocorreu em concentração muito grande de depoimentos que o estudo de

casos era interesse por que os “casos” eram reais e semelhantes a realidade de

cada comunidade.

TABELA 21. DIFICULDADE NO PREENCHIMENTO DO QUADRO RESUMO DO LIVRO – MÓDULO BÁSICO

MunicípiosItens do Quadro Resumo – Dificuldades

Etapa de Identificação do problema Definir ações Definir

responsáveis

Não Houve nenhuma

dificuldadeTotal

Beberibe 2 (6) 11 (32) 8 (24) 13 (38) 34 (100)Itaitinga 1 (3) 2 (7) 3 (10) 23 (79) 29 (100)Russas 2 (6) 2 (6) 5 (16) 23 (72) 32 (100)Tejuçuoca 3 (9) 7 (21) 3 (9) 20 (61) 33 (100)Total 8 (6) 22 (17) 19 (15) 79 (62) 128 (100)Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

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Como pode ser observado 62% dos profissionais não tiveram dificuldades

em preencher o quadro resumo do livro-módulo básico adotado pelo Projeto. Se

somarmos as dificuldades em um dos itens assinalados, pode ser observado que

38% dos profissionais sentiram dificuldades.

Para cada “estudo de caso” deve ser preenchido um quadro resumo com

os diversos temas abordados na capacitação. Não significa que todos os

profissionais tenham conhecimento e domínio de todos os temas.

Conseqüentemente podendo haver dificuldades em um dos itens mencionados.

TABELA 22. RECORREU AOS INTRUTORES

Municípios Sim Não TotalBeberibe 7 (21) 27 (79) 34 (100)Itaitinga 11 (38) 18 (62) 29 (100)Russas 13 (41) 19 (59) 32 (100)Tejuçuoca 9 (32) 19 (68) 28 (100)Total 40 (33) 83 (67) 123 (100)

Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

Conforme Tabela 22, 67% não recorreu aos instrutores, em algum

momento da capacitação. Essa demanda foi maior no 1º momento, enquanto que no

2º momento a distância ficou bem menor, não sendo identificado esse %.

O que pode ser observado quando foi investigada essa demanda é que

os instrutores relataram que não foram solicitados no 2º momento da educação a

distância, apenas registraram dúvidas por e-mail por parte de alguns profissionais. O

Projeto de tutoria não tinha suporte estruturado caso essa demanda existisse. Pode

ser notado que esses 33% se concentram no 1º momento presencial da

capacitação.

TABELA 23. A METODOLOGIA DE AUTO-APRENDIZADO É POSSÍVEL DE SER DESENVOLVIDA?

Beberibe Itaitinga M. Russas Tejuçuoca TotalSim 34 (97) 29 (100) 31 (100) 31 (100) 125 (100)Não 1 (3) - - 1 (3) 2 (100)Total 35 (28) 29 (23) 31 (24) 32 (25) 127 (100)Obs.: Os números em parênteses são % em relação a variável município

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Apesar de dificuldades encontradas pelos profissionais, 98% disseram

que é possível operacionar a metodologia de auto-aprendizagem e educação a

distância nos municípios.

A partir da análise dos dados isso pode ser confirmado pelos profissionais

que passaram pelo projeto de capacitação levando em consideração as dificuldades

encontradas.

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CONCLUSÕES

Apesar de existido um grande interesse pelos profissionais da Atenção

Básica de Saúde nas questões relacionadas à área de saúde do adolescente e

jovens, ainda se faz necessário um grande esforço do Estado para sensibilizar os

gestores públicos nas questões sobre os direitos e deveres para essa faixa etária da

população. O Estatuto da Criança e do Adolescente trouxe grande contribuição na

forma legal, entretanto precisa ser efetivamente cumprido em todos os aspectos,

inclusive o direito a saúde que inclui obrigatoriamente os adolescentes e jovens.

Diante da escassez de recursos públicos, não deve ser adotada apenas ações

assistenciais para os grupos ou segmentos da sociedade na forma de programas

verticalizados. Como exemplo, a estrutura de programas que vem sendo ainda

adotada nacionalmente, priorizando a assistência à saúde em categorias de

“programas de doenças”. Exemplo: Programa do Diabético, do Hipertenso, da

Mulher e da Criança. Das sete áreas consideradas de prioridade na atenção básica

pelo Ministério da Saúde a área da saúde do adolescente não foi considerada por

um paradigma que essa faixa etária não “adoece com freqüência”. O adolescente

deve sim, ser incluído na agenda de atendimento diário nas unidades básicas de

saúde. Como demonstra a avaliação, o bom desempenho desse Projeto, permite

expansão para beneficiar outros municípios que não tiveram oportunidade de

realizar as capacitações e que já oficializaram interesse.

O referido estudo de pesquisa confirma a possibilidade efetiva de

expansão.

Para que possa ser expandido, isto é, não se torne mais um projeto com

início, meio e tempo determinado para término, deve ser transformado em uma ação

contínua e permanente e ser apresentado como uma experiência do Estado.

Existe uma demanda espontânea de adolescentes onde 71% dos

profissionais confirmam atender diariamente.

O sexo feminino representa 95% do atendimento dos adolescentes.

As unidades de saúde em 70% não dedicam um dia específico para o

atendimento dos adolescentes e jovens.

Apenas 27% das unidades de saúde atende a demanda de insumos, no

caso preservativos para adolescentes.

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A gravidez é considerada em 75% o problema que demanda com maior

freqüência no atendimento.

Após o primeiro momento presencial da capacitação, 60% das unidades

de saúde já haviam incluído o adolescente na agenda de atendimento.

Para 84% dos participantes existia grau de dificuldade na abordagem ao

adolescente e jovens nas questões relacionadas a DST’S E AIDS.

Os participantes confirmam em 98% que os temas abordados na

capacitação são muito importante.

Com relação às diferenças entre as categorias profissionais, 87%

afirmam que enriquecem as discussões em grupo.

Os profissionais confirmam em 62% que não passaram a se reunir em

grupos para discutir, estudar ou propor soluções.

Os profissionais em 69% tiveram algum tipo de dificuldade para se

reunirem.

Os profissionais em 91% acreditam que a capacitação contribui com

novos conhecimentos na forma de observarem os adolescentes.

Os profissionais em 80% consideraram que a experiência do estudo à

distância contribui nas suas habilidades enquanto que 92% sentiram-se motivados.

Com relação ao grau de dificuldades em alguns temas como

gravidez(88%), sexualidade(88%) e DST’S /AIDS (84%) dos participantes

consideram que diminuíram o grau de dificuldades na abordagem.

Os profissionais em 62% não recorreram aos instrutores / tutores.

Os profissionais em 98% confirmam que a metodologia é possível de ser

operacionalizada.

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RECOMENDAÇÕES

• Intensificar o trabalho, estudos e planejamento de atividades sempre em

equipe interdisciplinares e intersetoriais. Para a melhoria na qualidade do

atendimento para os adolescentes.

• Persistir na capacitação no formato de educação permanente dos

profissionais das equipes de saúde da família.

• Negociar junto aos gestores municipais a possibilidade de aumentar a

carga horária do treinamento para aprofundar mais temas relacionados a

gravidez na adolescência, violência e drogas.

• Na identificação da demanda dos municípios, que seja priorizado aqueles

que apresentem indicadores epidemiológicos mais desfavoráveis em

relação aos temas específicos do Projeto.

• Que a mobilização dos profissionais realizada pela coordenação da área

de atenção básica do município conclame a participação de todas as

categorias profissionais que formam uma equipe completa da saúde da

família (médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, dentistas,

agentes comunitários), para que não haja prejuízo no momento de

formação das equipes para os estudos dos casos.

• Promover encontros para troca de experiências e debates entre os

profissionais das equipes de saúde da família com outros profissionais e

instituições que trabalham com adolescentes no próprio município.

• Continuar incentivando os municípios que desejam realizar as

capacitações de 100% de suas equipes, mesmo que para isso tenha que

dividir em várias turmas de participantes.

• Formar um grupo de instrutores na metodologia do projeto nas

vinte e uma microrregiões de saúde do Estado do Ceará.

• Adotar metodologias baseadas na auto-aprendizagem no enfrentamento

de problemas relacionados na adolescência que tenha como princípios:

A capacidade de aprender fazendo, aplicativo na prática das ações

desenvolvidas na comunidade.

Valores éticos, respeito e sigilo nas questões da área de saúde do

adolescente.

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• Implantar as ações planejadas no processo, isto é, as propostas

elaboradas no quadro resumo no processo de estudo de casos, como as

ações e os respectivos responsáveis com o objetivo de integrarem,

articularem com outros setores essenciais ao desenvolvimento de ações

de promoção, prevenção, cura e reabilitação da saúde dos adolescentes.

• Adotar a avaliação de projetos sociais como instrumento de fato na

tomada de decisões e na elaboração de novas políticas públicas para essa

faixa etária da população.

• Estruturar o sistema de tutoria da capacitação no que diz respeito ao

suporte técnico, disponibilizando meios como: internet, e-mail, telefone, fax

e outros nos momentos da educação a distância entre os instrutores e

profissionais participantes.

• Ampliar o atendimento aos adolescentes do sexo masculino no

agendamento semanal do cronograma de atividades fora da unidade de

saúde, nos centros sociais, escolas e nos grupos de jovens.

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78

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MINAYO, M.C.S. O Desafio do Conhecimento. Pesquisa Qualitativa em Saúde. 2ª

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Ministério da Saúde (Centro de Documentação). Contribuição ao Desenvolvimento

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RODRIGUES, Rosângela S. Modelos de avaliação para cursos no ensino a

distância: estrutura, aplicação e avaliação. Dissertação de Mestrado, apresentada ao

RUZANY, Helena Maria. Grossman, Eloísa. Equipe Técnica do Núcleo de Estudos

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Metodologia de auto-aprendizagem na Atenção Básica de Saúde-módulo 1. 2ª ed.

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ANEXOS

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PROJETO DE CAPACITAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA ÁREA DE SAÚDE DO ADOLESCENTE

FORMULÁRIO 1 – PRÉ-CAPACITAÇÃO – 1º MOMENTO

Este questionário foi estruturado para ser autopreenchido pelos participantes do

treinamento. Seu propósito é identificar o perfil dos participantes, as características

da demanda dos adolescentes atendidos e aspectos relacionados à abordagem aos

adolescentes.

Não é necessário se identificar. Apenas indique com um X a opção que achar

conveniente para cada pergunta. Se precisar, marque mais de uma opção.

Suas informações são fundamentais para adequarmos a metodologia do

treinamento às necessidade e características de trabalho do conjunto de

participantes.

Obrigado/a pela atenção.

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO PARA USO DO PESQUISADOR

1. Município onde trabalha ________________________________________ 1.______

2. Sexo: 1. ( ) masc. 2. ( ) fem. 2.______

3. Idade: ________ (anos) 3.______

4. Categoria profissional?

1. ( ) médico/a

2. ( ) enfermeiro/a

3. ( ) agente de saúde

4. ( ) dentista

5. ( ) auxiliar de enfermagem

6. ( ) outra. Especifique ____________________________________

4.______

CARACTERÍSTICAS DA DEMANDA PARA USO DO PESQUISADOR

5. Com que freqüência você atende atualmente a adolescentes?

1. ( ) raramente

2. ( ) diariamente

3. ( ) pelo menos uma vez por semana

4. ( ) duas ou mais vezes por semana

5.______

82

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CARACTERÍSTICAS DA DEMANDA PARA USO DO PESQUISADOR

6. A maior parte dos adolescente e jovens que você atende é do sexo:

1. ( ) masc. 2. ( ) fem.

6.______

7. Seus horário são flexíveis para atender às demandas e disponibilidades dos adolescentes e jovens?

1. ( ) masc. 2. ( ) fem.

7.______

CASOS BAIXA FREQUÊNCIA

MÉDIA FREQUÊNCIA

ALTA FREQÛENCIA

PARA USO DO PESQUISADOR

8. Gravidez 8.______

9. DST/HIV 9.______

10.

Acne 10.______

11.

Crescimento e desenvolvimento

11.______

12.

Sinais e sintomas de violência

12.______

13.

Dependência química (drogas)

13.______

14.

Problemas clínicos 14.______

15.

Orientações sobre sexualidade

15.______

16.

Outro. Especifique: _________________

16.______

FORMAS DE ABORDAGEM

17.

Você acha que é mais fácil abordar adolescentes e jovens:

1. ( ) do sexo masculino

2. ( ) do sexo feminino

3. ( ) não faz diferença

17.______

18.

Você costuma participar de atividades educativas voltadas para adolescentes e jovens na comunidade?

1. ( ) sim

2. ( ) não

18.______

19.

Você utiliza materiais de apoio para orientar os adolescentes e jovens atendidos? (folhetos, álbum seriado, etc.)

1. ( ) sim

2. ( ) não

19.______

83

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FORMAS DE ABORDAGEM

20.

Como você aborda as necessidades dos adolescentes e jovens no atendimento?

1. ( ) através do diálogo (faz perguntas e os encoraja a falar)

2. ( ) existe uma caixinha de sugestões na unidade de saúde

3. ( ) conversa com os pais/família

4. ( ) de outra forma. Especifique: _______________________________

20.______

CASOS NENHUMA DIFICULDADE

UM POUCO DE DIFICULDADE

MUITA DIFICULDADE

PARA USO DO PESQUISADOR

21.

Gravidez na adolescência

21.______

22.

Sexualidade 22.______

23.

Violência 23.______

24.

DST/AIDS 24.______

25.

Problemas de crescimento e puberdade

25.______

26.

Acne 26.______

27.

Dependência química

27.______

28.

Relações familiares 28.______

29.

Outro. Especifique: ________________

29.______

DADOS DA UNIDADE DE SAÚDE PARA USO DO PESQUISADOR

30.

A unidade de saúde a qual você está vinculado(a) dedica algum dia específico ao atendimento de adolescentes e jovens?

1. ( ) sim

2. ( ) não

30.______

31.

A unidade de saúde a qual você está vinculado(a) realiza atividades educativas de grupo internamente para adolescentes e jovens?

1. ( ) sim

2. ( ) não

31.______

84

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DADOS DA UNIDADE DE SAÚDE PARA USO DO PESQUISADOR

32.

A unidade de saúde a qual você está vinculado(a) dispõe de normas específicas para o atendimento aos adolescentes e jovens?

1. ( ) sim

2. ( ) acha que sim mas não chegou a ver nenhum documento

3. ( ) não

4. ( ) não sabe

32.______

33.

O estoque de preservativos existentes nesta unidade é suficiente para atender a demanda dos adolescentes e jovens?

1. ( ) sim

2. ( ) não

3. ( ) não sabe

33.______

34.

O estoque de medicamentos existentes nesta unidade é suficiente para atender a demanda dos adolescentes e jovens atendidos?

1. ( ) sim

2. ( ) não

3. ( ) não sabe

34.______

35.

Esta unidade realiza algum planejamento das ações voltadas para o adolescente e jovens?

1. ( ) sim

2. ( ) não, mas existe um planejamento das ações com base nas informações trazidas pelos agentes comunitários de saúde

3. ( ) não

4. ( ) não sei

35.______

36.

Esta unidade de saúde se articula (mantém contatos) com as demais instituições da comunidade que desenvolvem ações voltadas para os adolescentes e jovens? (escolas, centros comunitários etc.)

1. ( ) sim

2. ( ) não

3. ( ) não sabe

36.______

37.

Esta unidade de saúde mantém algum contato com a família dos adolescentes e jovens atendidos?

1. ( ) sim

2. ( ) sim, em certos casos. Explicar: ______________________________________________________

3. ( ) não

4. ( ) não sabe

37.______

Fim do questionário.

Obrigado/a por sua colaboração.

85

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PROJETO DE CAPACITAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA ÁREA DE SAÚDE DO ADOLESCENTE

FORMULÁRIO 2 – AVALIAÇÃO DO TREINAMENTO

O presente instrumento tem como propósito avaliar o primeiro encontro do

treinamento em saúde do adolescente. Sua colaboração nas respostas às perguntas

formuladas será de grande valia para os organizadores, no sentido de identificar

falhas e melhorar os próximos treinamentos. Não há necessidade de identificar-se.

Obrigado/a pela atenção.

Nos quadros a seguir, marque com um X na categoria de valor que melhor

representa sua avaliação dos itens mencionados.

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO PARA USO DO PESQUISADOR

1. Município onde trabalha ________________________________________ 1.______

2. Sexo: 1. ( ) masc. 2. ( ) fem. 2.______

3. Idade: ________ (anos) 3.______

4. Categoria profissional?

1. ( ) médico/a

2. ( ) enfermeiro/a

3. ( ) agente de saúde

4. ( ) dentista

5. ( ) auxiliar de enfermagem

6. ( ) outra. Especifique ____________________________________

4.______

Auto-Avaliação

ITENS 1. RUIM

2. REGULAR

3. BOM

4. ÓTIMO

PARA USO DO PESQUISADOR

1.Seu conhecimento prévio dos temas abordados

1.______

2.Seu esforço em participar e colaborar durante o treinamento

2.______

3.Sua relação com os demais participantes

3.______

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Avaliação das Condições do Treinamento

ITENS 1. RUIM

2. REGULAR

3. BOM

4. ÓTIMO

PARA USO DO PESQUISADOR

4.O conforto do local 4.______

5.A adequação da carga horária 5.______

6.A qualidade dos equipamentos 6.______

7.A disponibilidade do material didático 7.______

8.A qualidade do material didático (transparências, textos etc.)

8.______

Avaliação do Treinamento

ITENS 1. RUIM

2. REGULAR

3. BOM

4. ÓTIMO

PARA USO DO PESQUISADOR

9.A correspondência do treinamento com os objetivos divulgados

9.______

10.A importância dos temas abordados 10.______

11.A contribuição do treinamento para a aquisição de novos conhecimentos

11.______

12.A importância das questões ou problemas levantados em sala de aula

12.______

13.A qualidade dos debates ocorridos em sala de aula

13.______

14.A troca de experiência entre os participantes

14.______

15.Como o treinamento atendeu às suas expectativas

15.______

Avaliação dos Instrutores

ITENS 1. RUIM

2. REGULAR

3. BOM

4. ÓTIMO

PARA USO DO PESQUISADOR

16.A conhecimento demonstrado pelos instrutores sobre os temas abordados

16.______

17.A clareza das exposições 17.______

18.A organização das apresentações 18.______

19.A interação com os alunos 19.______

20.O incentivo à participação dos alunos 20.______

Pontos positivos:

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___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Pontos negativos:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Fim do questionário.

Obrigado/a por sua colaboração.

88

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PROJETO DE CAPACITAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA ÁREA DE SAÚDE DO ADOLESCENTE

FORMULÁRIO 3 – QUESTIONÁRIO SEMI-ESTRUTURADO – 2º MOMENTO

Esta entrevista tem o objetivo de identificar coo foi a sua experiência com o projeto

de capacitação com a metodologia de auto aprendizagem promovido pela CEADOL.

Suas informações são fundamentais para avaliarmos a adequação da estratégia da

metodologia utilizada à realidade de trabalho dos profissionais do PSF bem como a

viabilidade da expansão do programa a outros municípios do Estado.

Esta entrevista é confidencial e você não precisa se identificar, pois as informações

que nos fornecer serão analisadas em conjunto com as dos demais participantes do

programa.

Obrigado/a pela atenção.

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO PARA USO DO PESQUISADOR

38.

Município onde trabalha ________________________________________ 1.______

39.

Sexo: 1. ( ) masc. 2. ( ) fem. 2.______

40.

Idade: ________ (anos) 3.______

41.

Categoria profissional?

1. ( ) médico/a

2. ( ) enfermeiro/a

3. ( ) agente de saúde

4. ( ) dentista

5. ( ) auxiliar de enfermagem

6. ( ) outra. Especifique ____________________________________

4.______

Adequação da Estratégia da Metodologia

ADEQUAÇÃO DO CRONOGRAMA DE REUNIÕES PARA USO DO PESQUISADOR

42.

Em relação às dificuldades de seguir o agendamento das reuniões marque nas opções abaixo:

1. ( ) não houve dificuldades

5.______

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ADEQUAÇÃO DO CRONOGRAMA DE REUNIÕES PARA USO DO PESQUISADOR

2. ( ) falta de disponibilidade de tempo de alguns ou de todos

3. ( ) falta de espaço físico nas unidade para as reuniões de estudo

4. ( ) a gerência da unidade não liberava um ou mais profissionais

5. ( ) freqüentemente precisavam interromper as reuniões, em função da demanda do atendimento

5. ( ) outra(s). Especifique:

_____________________________________________________

43.

De quantos estudos de caso você participou?

1. ( )

2. ( )

3. ( )

4. ( )

5. ( )

6. ( )

7. ( )

6.______

44.

Se você deixou de comparecer a alguma ou à maioria das reuniões, o que fez para acompanhar a seqüência dos estudos de caso?

1. ( ) o grupo repassava para você os resultados do(s) caso(s) não estudado(s)

2. ( ) estudava sozinho tal(is) caso(s)

3. ( ) dava como perdido o estudo de tal(is) caso(s)

4. ( ) Outra solução. Explique:

______________________________________________________

7.______

DIFICULDADES E FACILIDADES COM A METODOLOGIA PARA USO DO PESQUISADOR

45.

Em relação às dificuldades de estudar os casos apresentados marque as opções abaixo:

1. ( ) não houve dificuldade

2. ( ) alguns casos apresentados não existem na realidade local

3. ( ) outra(s) descrever:

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8.______

46.

No preenchimento do quadro resumo dos estudos de caso assinale em quais sentiu dificuldade:

1. ( ) na etapa de identificação dos problemas

2. ( ) nas ações propostas

3. ( ) da definição dos membros responsáveis

4. ( ) não tive dificuldades

9.______

90

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DIFICULDADES E FACILIDADES COM A METODOLOGIA PARA USO DO PESQUISADOR

47.

Você gostou de se reunir com o grupo para estudar os casos?

1. ( ) sim

2. ( ) nem sempre

3. ( ) não.

Justificar:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10.______

48.

A diferença de categorias profissionais/funções entre os integrantes do grupo teve alguma implicação no estudo de grupo?

1. ( ) enriqueceu as discussões

2. ( ) dificultou as discussões

3. ( ) não fez nenhuma diferença.

Justificar:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

11.______

49.

Você se sentiu motivado e interessado em estudar os casos?

1. ( ) sim

2. ( ) nem sempre

3. ( ) não.

Justificar:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

12.______

50.

Marque em que estudo de casos o grupo sentiu dificuldade:

1. ( ) não sentimos dificuldades

2. nos seguintes casos

( ) caso 1

( ) caso 2

( ) caso 3

( ) caso 4

( ) caso 5

( ) caso 6

( ) caso 7

13.______

51.

O grupo recorreu em algum momento aos instrutores/tutores

1. ( ) sim

2. ( ) não (não responda a próxima pergunta)

14.______

52.

Essa necessidade foi atendida? 15.______

91

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DIFICULDADES E FACILIDADES COM A METODOLOGIA PARA USO DO PESQUISADOR

1. ( ) sim 2. ( ) parcialmente

3. ( ) não.

53.

A assessoria prestada pelo(s) instrutores/tutores correspondeu às suas expectativas?

1. ( ) sim

2. ( ) não

16.______

54.

Você teve acesso à literatura de referência recomendada para o aprofundamento das temáticas abordadas nos estudos de caso?

1. ( ) sim

2. ( ) não

17.______

55.

Você consultou essa literatura em algum momento dos estudos de casos?

1. ( ) sim

2. ( ) não

18.______

56.

O tempo reservado pelo grupo para os estudos de casos foi adequado?

1. ( ) sim

2. ( ) não, foi necessário expandi-lo

3. ( ) o grupo concluiu os estudos antes do prazo agendado

Se indicou a opção 2, explicar a razão: ____________________________

___________________________________________________________

19.______

VALIDAÇÃO DA EXPERIÊNCIA / METODOLOGIA PARA USO DO PESQUISADOR

57.

Passar por essa capacitação fez alguma diferença na sua forma de ver os adolescentes?

1. ( ) sim

2. ( ) mais ou menos (de certa forma)

3. ( ) não

Por quê?____________________________________________________

___________________________________________________________

20.______

58.

Você acha que a experiência de capacitação à distância contribuiu para melhorar suas habilidade no atendimento a adolescentes e jovens?

1. ( ) sim

2. ( ) mais ou menos (de certa forma)

3. ( ) não

Por quê?____________________________________________________

___________________________________________________________

21.______

59.

Depois de finalizar os estudos, você passou a se reunir com os colegas de trabalho para discutir e avaliar casos e/ou diagnósticos dos adolescentes e jovens atendidos?

1. ( ) sim

22.______

92

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VALIDAÇÃO DA EXPERIÊNCIA / METODOLOGIA PARA USO DO PESQUISADOR

2. ( ) não (não responda a próxima pergunta)

60.

Com que freqüência isto tem ocorrido?

1. ( ) pelo menos 1 vez por semana

2. ( ) mais de uma vez por semana

3. ( ) pelo menos uma vez por mês

4. ( ) mais de uma vez por mês

5. ( ) dificilmente

23.______

Agora, gostaria de lhe fazer algumas perguntas sobre o atendimento que você presta aos adolescentes e jovens na comunidade onde você atua

61.

Com que freqüência você atende atualmente a adolescentes?

1. ( ) raramente

2. ( ) diariamente

3. ( ) pelo menos uma vez por semana

4. ( ) duas ou mais vezes por semana

5. ( ) outra

24.______

62.

A maior parte dos adolescente e jovens que você atende é do sexo:

1. ( ) masculino

2. ( ) feminino

25.______

63.

Como você aborda as necessidades dos adolescentes e jovens no atendimento?

1. ( ) através do diálogo (faz perguntas e os encoraja a falar)

2. ( ) existe uma caixinha de sugestões na unidade de saúde

3. ( ) conversa com os pais/família

4. ( ) de outra forma. Especifique: _______________________________

___________________________________________________________

26.______

64.

Você acha que é mais fácil abordar adolescentes e jovens:

1. ( ) do sexo masculino

2. ( ) do sexo feminino

3. ( ) não faz diferença

27.______

Marque com um X se você tem dificuldades, e em que grau, para abordar os temas abaixo relacionados com os/as adolescentes e jovens:

CASOS NENHUMA DIFICULDADE

UM POUCO DE DIFICULDADE

MUITA DIFICULDADE

PARA USO DO PESQUISADOR

28.

Gravidez na adolescência

28.______

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CASOS NENHUMA DIFICULDADE

UM POUCO DE DIFICULDADE

MUITA DIFICULDADE

PARA USO DO PESQUISADOR

29.

Sexualidade 29.______

30.

Violência 30.______

31.

DST/AIDS 31.______

32.

Problemas de crescimento e puberdade

32.______

33.

Acne 33.______

34.

Dependência química

34.______

35.

Relações familiares 35.______

36.

Outro. Especifique: ________________

36.______

37.

Você utiliza materiais de apoio para orientar os adolescentes e jovens atendidos? (folhetos, álbum seriado, etc.)

1. ( ) sim

2. ( ) não

28.______

38.

Você costuma participar de atividades educativas voltadas para adolescentes e jovens na comunidade?

1. ( ) sim

2. ( ) não

29.______

39.

Após o treinamento foi incluído atendimento aos adolescentes na agenda de atividades da sua equipe?

1. ( ) sim

2. ( ) não

30.______

Fim do questionário.

Obrigado/a por sua colaboração.

94