A CORREÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES FRENTE À

CONCEPÇÃO LOGOSÓFICA DE HOMEM

DANIELLA SILVA DOS ANJOS

TATIANA MARQUES VERONEZE

Colaboração:

Corpo Docente do Colégio Logosófico

Unidade Brasília – 2006/2007

Brasília, 21 de março de 2008.

2

Índice

Resumo e Palavras-Chave p. 03

Introdução p. 04

Fundamentos Teóricos p. 06

Serviço de Orientação Educacional - SOE p. 13

Investigando Sempre - Procedimentos, métodos, experiências e resultados p. 18

Conclusões p. 38

Referências Bibliográficas p. 39

3

Resumo

O objetivo desse trabalho é identificar, apresentar e ressaltar os cuidados,

técnicas e estratégias para uma correção mais efetiva na educação de crianças e

adolescentes, pautadas na Pedagogia Logosófica. Apresenta resultados das

experiências que foram compiladas pelo Projeto Investigando Sempre desenvolvido

pelo Serviço de Orientação Educacional, SOE, do Colégio Logosófico – Unidade

Brasília nos anos de 2006 e 2007.

Palavras-chave

Correção, Pedagogia Logosófica, Colégio Logosófico, Erro e Acerto, Exemplo,

Homem, Deus, Universo, Leis Universais.

4

Introdução

A educação é a responsável pela forma com que crianças e adolescentes

vêem, compreendem e se relacionam com a vida e os grandes conceitos expressos

na Natureza. Por meio dela é que se estabelecem os limites, forjam-se os conceitos

de bem e mal, certo e errado, a verdade e o erro. Logo, nesse período de formação

de caráter e contato com as reservas morais expressas em toda a Criação, a

educação estabelece uma orientação segura e firme para que crianças e adolescentes

em formação movam suas energias internas, principalmente mentais e sensíveis, para

o bem e a superação.

Porém, não há como dissertar sobre educação sem compreender a correção.

O que significa? Como exercê-la de forma significativa, primeiro em si mesmo, depois

estendê-la aos demais? Responder essas indagações não é tarefa fácil. Ao contrário,

quantos não são os esforços, a constância e a paciência necessários para conseguir

abarcar a real extensão do conceito de correção.

A Pedagogia Logosófica abarca em sua missão essa imensa responsabilidade

e dá elementos de razão e sensibilidade para que seus docentes estejam preparados

e aptos à correção. É o ensinamento logosófico a morada de tais elementos: grandes

conceitos, levar a criança a observar, a pensar e a formar sua razão são alguns deles.

Conhecer-se, cultivar valores morais e éticos, identificar o erro e o acerto e

superar-se num movimento contínuo e ininterrupto são prerrogativas humanas que se

deve resgatar. Se o conhecimento de tais prerrogativas se faz desde a tenra idade,

esse ser estará mais livre e determinado em conquistar esses fins durante sua vida.

Nesse contexto, a educação torna-se o meio mais propício e efetivo para

alcançar tal desígnio. E, os docentes do Colégio Logosófico, uma instituição com fins

tão elevados, buscam por técnicas, orientações e formas de realizar uma correção

que instrumentalize a educação de forma a se alcançar, como um conjunto, resultados

tão louváveis. Nossos alunos vivenciam verdades que aos olhos da sensibilidade e do

entendimento são fáceis de captar. Mudam fisionomia, a forma de caminhar ou a

expressão de seus gestos e alcançam um ser perene, ansioso por crescer e conhecer

os mistérios até então não revelados. Mudanças que marcam suas vidas de forma

indelével e muito superior.

5

Alunos que não são diferentes das outras crianças ou adolescentes, tão pouco,

possuem fórmulas prontas que os conduzem ao acerto. O diferencial está na

pedagogia logosófica que valoriza o ser humano e o eleva à semelhança de Deus

quando consciente de sua responsabilidade frente ao bem e à grandiosa oportunidade

de estar vivo e proclamar o amor, o respeito e a gratidão a tudo que nos rodeia e

interpenetra.

Esse trabalho propõe-se a identificar, apresentar e ressaltar os cuidados,

técnicas e estratégias para uma correção mais efetiva na educação de crianças e

adolescentes, trazendo os resultados pautados nas experiências que foram

compiladas pelo Projeto Investigando Sempre desenvolvido pelo Serviço de

Orientação Educacional, SOE, do Colégio Logosófico – Unidade Brasília.

6

Fundamentos Teóricos

A logosofia define o homem como um ente que apresenta uma configuração

biopsicoespiritual dividida em uma natureza física formada pela parte biológica a

psíquica e outra espiritual. A natureza física compõe-se por sistemas e órgãos

constituídos por diversas partes que são inter-relacionadas e responsáveis por uma

ou mais atividades. A parte psíquica constitui-se de três sistemas: Mental, Sensível e

Instintivo.

O sistema mental é dividido pela mente inferior e superior e possui faculdades

(pensar, raciocinar, intuir, observar, imaginar, julgar, entender, recordar, predizer,

conceber, combinar, refletir, discernir) que, integradas, formam a inteligência. A mente

inferior ocupa-se de atividades comuns do cotidiano, enquanto a superior, vincula-se

ao que é permanente e transcendente, ou seja, aos fins da evolução humana. Quando

coordenadas, ambas as mentes levam o homem a alcançar a consciência individual

e coletiva.

O sistema sensível possui faculdades que, integradas, formam a sensibilidade.

São elas: sofrer, compadecer, perdoar, amar, sentir, querer, consentir, agradecer,

entre outras. É na faculdade de sentir que se criam e se desenvolvem os sentimentos,

agentes virtuais da sensibilidade. Logo, é ela a responsável pelo equilíbrio entre os

três sistemas, já que nunca erra. Porém, não se pode confundir sensibilidade com

sentimentalismo, falsa expressão do sentir e que tem suas causas em diferentes

pensamentos de toda índole.

O sistema instintivo está presente em todos os sistemas e é responsável pelas

energias internas que constituem e movem toda a configuração biopsicoespiritual. É

necessário que suas energias atuem em equilíbrio com os demais sistemas para que

o ser não seja tomado por seu domínio e ceda às paixões; hipertrofia do querer de

pensamentos que se traduzem comumente como luxúria, ódio, vingança, inveja,

cobiça, entre outros. Conforme nos explica os trechos de ensinamento a seguir:

As energias que movem este sistema sempre se opuseram às demandas

circunstanciais dos outros dois sistemas, sendo isso motivo para as grandes

perturbações que na ordem interna e externa o homem veio sofrendo até aqui.

7

Fora da função geradora específica que o coloca a serviço da conservação do

indivíduo, o instinto se caracteriza pelas manifestações ardentes que sua atividade

funesta sempre desencadeou na natureza humana.1

Uma vez já discriminadas as partes biológica e psicológica que formam o

homem, falta a definição do que é sua parte espiritual. O espírito é a centelha divina

presente no homem, dessa forma, é o que une o homem ao Seu Criador. Por meio do

processo de evolução consciente, é permitido ao homem conhecer Sua Vontade

expressa em Suas Leis e evoluir de forma que sua consciência individual alcance a

divina e o eleve à Sua Semelhança.

O caráter é a fisionomia da alma, ou seja, da individualidade do ser; começa a

se formar na infância e, quando o menino cresce, dá lugar ao caráter do homem.

Forma-se pela impressão dos estímulos que recebe. Quando esses estímulos são

naturais, motiva a criança a compreender as coisas que o rodeia e combate a

tendência de acreditar que vive em um mundo que não lhe pertence. Porém, há que

cuidar para que esses estímulos não sejam artificiais. Pois, quando o são, produzem

uma inversão de valores e motivam a criança a identificar-se com o erro. Essa

identificação pode ocasionar o engano, a obstinação e a invalidez mental como explica

o fragmento abaixo:

Está plenamente comprovado quão difícil é convencer a quem se acha

identificado com o erro, de que vive fora da realidade. Achar-se identificado com o

erro é viver sob uma permanente sugestão que a tudo deturpa ou tergiversa.

Exemplo eloqüente obtemos no campo político. Quantos não se deixaram enganar

pelas afirmações dos líderes totalitários, que se proclamam paladinos da

democracia, da liberdade e do direito? Nem mesmo vendo tudo ao contrário, tais

pessoas saem de seu erro; tal a obstinação e a invalidez mental que as domina.2

A moral, base dos valores humanos, é a que sustenta e fundamenta o caráter

que vai se formando com o passar do tempo. É ela quem alicerça e dá vazão aos

elementos divinos expressos na Criação. De acordo com a herança individual, cada

ser traz, impresso em sua célula genésica, os valores morais que já conquistou. E, a

partir deles, começa sua nova jornada na descoberta e desenvolvimento de novos

valores. Concomitantemente, caráter e moral vão definindo e dando características

individuais aos seres que as estão formando. A expressão desse caráter e moral

elevados é uma conduta ética acima de toda prova, como evidencia o autor da

Logosofia no trecho a seguir:

8

O conceito logosófico da conduta humana, que cada logósofo torna próprio

por considerá-lo imprescindível para a garantia de sua vida de relação, leva a

compreender, sem lugar a dúvidas, que a formação ética de uma pessoa depende

de certos fatores e, muito especialmente, do cultivo que faça de suas qualidades

morais e sensíveis. A ética não teria finalidade ou melhor ainda, não cumpriria seu

verdadeiro objetivo social, se não contivesse os elementos básicos que a fazem

possível, a saber: elevação de propósitos, tolerância, paciência, obsequiosidade

sincera, naturalidade no trato, afabilidade, prudência e tato nos juízos que se emitem

sobre terceiros. Encerrando este enunciado ético, diremos também que, acima de

tudo, haverá de privar a cortesia como expressão de afeto e de respeito, e, do mesmo

modo, o pensamento conciliador, que afirma a mútua consideração e entendimento.3

Nesse contexto, a Pedagogia Logosófica define e instrumentaliza seus

docentes para que estes possam, conscientemente, estimular de forma natural e dar

elementos de razão para que seus discentes cumpram esses processos de formação

de maneira gradual, perene e buscando o saber e o bem. Bem esse que está expresso

em toda a Criação e que, por meio de suas experiências, o ser humano vai

diferenciando e adotando como postura evolutiva em detrimento do mal. Nessa

perspectiva, o mal é a outra face da moeda que dá condições para o homem

diferenciar, compreender e vivenciar o bem constitutivo da Natureza.

A Ciência Logosófica define ainda o erro como princípio do acerto, conceitos

que, de acordo com essa concepção, propõe-se a trabalhar os Colégios Logosóficos.

A Pedagogia Logosófica beneficia seus alunos com conceitos reais e transcendentes,

e no que diz respeito ao erro e acerto, os auxilia na conscientização e valorização do

erro em suas vidas. Os docentes estimulam seus discentes a perceberem em suas

condutas, quando identificadas com erro, ensinamentos que os amparem na busca

de uma melhor atuação.

A consciência, depositária dos saberes que conquista-se durante a existência,

busca no caráter e nas reservas morais os valores e conhecimentos que deverão

integrá-la e fortalecê-la. Ainda incipiente na infância e adolescência, a consciência

apontará os erros e acertos pautados em sua conduta e no mundo em que vive. A

partir dessa diferenciação, há como evoluir e forjar uma herança individual e coletiva

mais sábia e ligada ao permanente.

(...) O acerto na aplicação converte o ensinamento em conhecimento. O

conhecimento desperta a consciência individual para a realidade que o substancia,

fluindo daquela, cada vez que as circunstancias o demandem, como aptidões

9

adquiridas. O exercício habitual das aptidões conscientemente adquiridas as vai

aperfeiçoando. Dessa forma, o uso diário concorre para gravar no ser, com

caracteres indeléveis, o emblema arquetípico da espiral, representado pelo método

psicodinâmico que a Logosofia instituiu para os processos vivos e ultracientíficos,

destinados ao desenvolvimento das qualidades superiores da espécie.4

As Leis Universais, expressas em toda Criação, determinam, orientam e

corrigem o homem de forma indelével e generosa. Compreender suas atuações e

identificar seus elementos de valor irá guiar o homem pelos caminhos da evolução e

na formação de uma consciência mais plena de suas funções, perspectivas e

prerrogativas. Só assim a herança individual será a depositária fiel de um caudal de

saberes acumulados por uma existência mais consciente e ligada ao eterno, ou seja,

ao Próprio Criador.

Mas, como ajudar crianças e adolescentes na formação dessa herança? Como

orientá-los no caminho da evolução e do bem? Qual a relação entre herança, caráter,

moral, Bem e Mal, homem, Deus e Universo?

A Pedagogia Logosófica pauta-se na verdade, na formação integral de nossos

alunos e no conceito logosófico de Homem, Deus e Universo. Logo, é sua

responsabilidade preparar docentes e discentes para uma vida mais plena, cheia de

realizações e desafios. Pois, são os desafios o primeiro passo para o acerto. E são os

acertos que guiam as experiências individuais e coletivas para maiores realizações.

Assim, mais conscientes de seus erros, esforçados em uma atuação mais acertada e

com vistas à uma realização consciente que integrará suas heranças, os envolvidos

nessa Pedagogia irão prodigalizar uma herança mais efetiva e de acordo com o

Pensamento de Deus, suas Leis. Como realizar essa mudança? O conhecimento

logosófico traz parte dessa resposta:

Se foi possível ao homem cometer tantos erros e acumular tantas

imperfeições, também lhe foi dado - porque tem faculdades para isso - eliminá-los,

fazê-los desaparecer, alcançando o que se ajusta à verdade, em uns casos, e

corrigindo erros, em outros. Eis aí o imenso jogo estendido por todas as partes do

mundo, jogo que ainda não se pôde aprender; por isto, são tantos os perdedores.

Quando se aprender esse jogo, posso assegurar que se ganhará muito; e serão

tantos os ganhos que, com eles, se fará possível quebrar todas as resistências que

se opõem ao aperfeiçoamento humano.5

10

Nesse grande labor de ensinar e diante da realidade em que o mundo, hoje, se

encontra, vê-se a necessidade de transmitir conceitos que permitam à juventude um

futuro melhor. Até então, foram abordados durante esse trabalho, importantes

conceitos que auxiliam na formação do caráter dessa juventude. Todas as

conceituações que trazemos até aqui são para orientar e dar o real significado à

correção. Os valores e o bem exemplificados nas correções devem ser levados de

maneira a corrigir crianças e adolescentes para a vida, ou seja, para suas atuações

em todos os ambientes em que vive e não apenas no Colégio. A verdadeira correção

traz, impregnada em sua atuação, a formação do caráter e a identificação de valores

morais imprescindíveis à formação da consciência.

O que é correção? O que devemos corrigir? Um pensamento, um

comportamento, adequar a conduta da criança à uma norma comum? Qual o papel

do exemplo na correção? Essas e tantas outras inquietudes pautam a busca por uma

correção para a vida que estimule os alunos a identificarem o erro que foi a causa do

desvio em que incorreu, aprender a ver no erro uma chance para um futuro acerto,

orientar a conduta de acordo com as Leis Universais e levar os alunos a

compreenderem a conseqüência de seus erros e que só o bem pode redimi-lo. Logo,

pode-se afirmar que educar não é fácil, é uma tarefa de grande hierarquia e que exige

muita responsabilidade.

Pero enseñar, cualquiera diría que es fácil. ¡Es lo más difícil que existe!

Enseñar significa corregir lo que no se aprende bien, encauzar cuando se desvía del

concepto exacto de una enseñanza. Y todo esto muchas veces hace que los

discípulos no tengan la suficiente comprensión para darse cuenta del beneficio que

obtienen de esa corrección, de ese encauzamiento.6

Com a razão ainda incipiente, a criança não compreende o que é o erro e o que

é o acerto. Logo, sem uma explicação, apenas o temor irá pautar a mudança em um

comportamento e a criança só irá atuar de acordo com o que foi colocado quando

estiver sendo vigiada ou observada por um adulto que já a corrigiu. Logo, a criança

não compreende seus erros, não os diferencia de seus acertos e acaba por não

compreender como pautar sua conduta de acordo com valores morais e o caráter que

o individualiza e forma.

A sabedoria logosófica permite optar entre viver no erro, que escraviza, ou na

verdade, que faz o homem livre e forte como o requer seu destino.7

11

Aprenda a ver em cada observação ou correção, que seu comportamento

mereça, uma oportunidade de melhorá-lo; se não a aproveitar, deixará passar uma

preciosa oportunidade.8

Uma das leis que mais auxilia na correção de crianças e adolescentes é a Lei

do Afeto. Em correspondência com outras leis: a de causa e efeito, de conjunto, de

herança, ela traz a sensibilidade para a correção e faz dela uma orientação mais

equilibrada e acertada. O docente vê em seu aluno a criança ou adolescente que é,

além de seus erros. Para esses alunos, o elemento que foi levado irá penetrar em

suas mentes de forma mais natural e sem reações mentais desfavoráveis.

Há que ser, então, dócil à palavra que corrige iluminando, que permite

emendar-se sem violências e que, alternando a suavidade com a firmeza, persuade

e convence, até conseguir o bem que se persegue.9

Sensível por excelência, o aluno irá minimizar o domínio de seu instinto e, no

futuro, saberá como recorrer à sua sensibilidade para abrandar e corrigir a atuação

exacerbada das forças instintivas em seu dia-a-dia. Como é a sensibilidade uma força

que ativa a vontade do ser para seus desígnios superiores, uma vez cultivada e

estimulada em seu cotidiano, o aluno poderá acercar-se dela sempre que necessite.

Alternar suavidade e firmeza é como os docentes dos Colégios Logosóficos

procuram atuar em suas correções. Com a enérgica doçura o elemento de valor

penetra na mente e coração do aluno e, uma vez revalidado pelo exemplo, pode

conduzir sua vida. O exemplo funciona como um fixador do aprendizado e atesta os

valores morais e éticos daquele que o ensinou a portar-se melhor.

Todo ensinamento moral não avalizado com o exemplo de quem o profere,

atua em sentido contrário na alma do que o recebe. Este é um fato tão evidente que

ninguém ousará pô-lo em dúvida. A Logosofia declara que a moral surge, no

indivíduo, das excelências de seu sentir interno. É preciso cultivar essas excelências

e ser consciente de que elas constituem uma força imponderável quando postas a

serviço dos desígnios superiores do espírito.10

Nessa tarefa educativa, tanto família quanto colégio devem dar o exemplo

daquilo que corrigem e atuar de forma complementar na educação da criança ou do

adolescente. Pois, não há como trabalhar valores morais e éticos de uma forma no

Colégio e de outra, completamente diferente, na família. Ambas têm de estar unidas

aos mesmos objetivos para que a educação seja mais efetiva, colaborativa e perene.

12

Para auxiliar nessa sublime e difícil tarefa de educar, os Colégios Logosóficos

contam com o Serviço de Orientação Educacional, SOE. Sua ação é orientar

discentes, docentes e família a descobrir qual a melhor forma de encaminhar suas

vidas identificando em si mesmo as condições para fazê-lo. Mas, como fazer isso? O

que é o SOE? Quais suas estratégias e objetivos? Como definir suas áreas de

atuação? Como se define o Orientador Educacional?

Essas e outras perguntas serão respondidas no próximo capítulo, O SOE.

13

Serviço de Orientação Educacional - SOE

O SOE tem como objetivo despertar e auxiliar todo o corpo docente do Colégio

Logosófico a orientar o aluno a perceber suas condições reais e superar-se frente à

própria vida formando, então, uma nova individualidade. Em um âmbito mais

específico, tem por objetivo:

Quanto aos alunos:

• Despertar o gosto pelo estudo;

• Despertar o interesse pelo cultivo de bons pensamentos, boas ações e

bons sentimentos;

• Despertar o interesse pelos conceitos logosóficos;

• Proporcionar o conhecimento de si mesmo para que o discente perceba

suas ações, pensamentos, sentimentos e valores, buscando sempre a

superação.

• Auxiliar na superação de suas dificuldades escolares e sociais;

• Valorizar e ressaltar sua boa aprendizagem e convivência;

• Acompanhar seu rendimento escolar;

• Sensibilizá-los quanto a um melhor aproveitamento do tempo: tarefas

escolares e extra-escolares;

• Favorecer a harmonia no ambiente escolar;

• Acolher com afeto, simpatia e alegria, ouvindo-o e auxiliando-o.

Quanto aos pais e/ou responsáveis:

• Reconhecer sua importância na vida de seus filhos;

• Reconhecer a importância do exemplo na educação dos filhos;

• Despertar o interesse pelo estudo dos conhecimentos logosóficos;

• Orientar que participem com gosto, serenidade e entusiasmo no

processo de ensino-aprendizagem de seus filhos;

14

• Informar sobre a aprendizagem, o rendimento e conduta escolar de seus

filhos.

• Orientar a busca de um profissional especializado quando identificada

alguma dificuldade no processo de ensino-aprendizagem dos filhos;

• Unir forças com o Colégio frente às necessidades dos alunos.

Quanto aos professores:

• Despertar o interesse pelo estudo e aplicação dos conhecimentos

logosóficos na prática docente e em sua vida;

• Informar e analisar o rendimento escolar dos alunos, suas dificuldades e

necessidades;

• Promover estudos dos ensinamentos logosóficos compatíveis com cada

faixa etária de atuação;

• Despertar a importância de seus exemplos na vida dos discentes;

• Orientar que a tarefa de corrigir deve estar pautada no conceito

logosófico de homem, nunca usando do temor;

• Estimular os docentes a registrarem suas vivências com o aluno e

intercambiá-las para que juntos possam estimulá-lo a valorizar-se e

superar suas dificuldades.

• Orientar nas dificuldades e necessidades individuais junto aos alunos,

aos pais, e ao ambiente.

• Favorecer um ambiente harmônico de convivência entre todos.

Quanto à Direção:

• Colaborar nas atividades administrativas;

• Informar as atividades que serão realizadas no ano em curso;

• Informar as atividades desenvolvidas para acompanhamento bimestral;

• Colaborar no processo de seleção e demissão do corpo docente;

• Colaborar no preparo das semanas pedagógicas, sábados letivos e

outras atividades.

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Quanto à Coordenação:

• Colaborar na elaboração de estratégias que auxiliem no processo de

ensino-aprendizagem dos alunos;

• Colaborar na organização de eventos relativos à cada segmento;

• Colaborar na coordenação e desenvolvimento de reuniões junto aos

pais;

• Informar sobre o rendimento escolar do aluno;

• Reunir para estudar os ensinamentos que orientam o trabalho

pedagógico do bimestre

Quanto aos Funcionários:

• Despertar a importância de seus exemplos na vida dos discentes;

• Orientar que a tarefa de corrigir deve estar pautada no conceito

logosófico de homem, nunca usando do temor;

• Favorecer um ambiente harmônico de convivência entre todos;

• Orientar na condução de uma vida mais acertada e para o bem.

Quanto à Mantenedora:

• Colaborar e participar do Ciclo de Estudos sobre temas da Pedagogia

Logosófica;

• Divulgar palestras e atividades promovidas pela Mantenedora junto ao

corpo discente, docente e familiar.

Quanto à Comunidade:

• Divulgar e informar sobre a Pedagogia Logosófico e Colégio Logosófico;

• Adequar as necessidades que os especialistas de ensino-aprendizagem

trazem à Pedagogia Logosófica.

Para atender os objetivos destacados e orientar melhor o processo de ensino-

aprendizagem, o orientador deve empenhar-se em realizar reuniões para atender

16

necessidades e interesses do corpo discente, docente e familiar, seja no processo de

ensino-aprendizagem, seja na convivência diária em todos os ambientes.

O orientador também deve procurar se acercar dos especialistas que atendem

às dificuldades específicas de cada discente. Assim, unificará suas ações e

promoverá um melhor ensino-aprendizagem. Somadas a essas formas de orientar, há

outras atividades que ficam à cargo do orientador educacional:

• Sessões Coletivas: conversas com o corpo discente, em sala de aula,

sobre temas logosóficos para atender à necessidade de cada turma;

• Ciclos de Estudos: promovidos pelo Colégio e Fundação Logosófica,

coordena reuniões sobre temas de educação para promover um melhor

entendimento da Pedagogia Logosófica;

• Entrevistas: com pais, alunos, docentes e funcionários de acordo com

as necessidades;

• Conselho de Classe: participar e auxiliar nas reuniões do Ensino Infantil

ao Ensino Fundamental;

• Ocorrências (orais ou escritas): deliberá-las e registrá-las junto à

comunidade escolar;

• Plano Anual de Trabalho: planejamento das atividades que serão

realizadas no ano em curso;

• Relatórios Bimestrais: para informar as atividades desenvolvidas

naquele período;

• Pasta de Anotações Individuais: Registro dos docentes sobre os

aspectos cognitivos e de conduta do discente;

• Atendimento ao Público Externo: informar estagiários de Orientação

Educacional ou do magistério, ex-alunos, pais interessados na

Pedagogia ou outros, sobre a Pedagogia e Colégio Logosófico;

• Horas Cívicas: participar de atividade cívica semanal, programadas

pelas coordenações pedagógicas do Ensino Infantil e Fundamental,

onde cada turma apresenta números referentes ao seu aprendizado;

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• Investigando Sempre: orientar o professor na elaboração de um

registro detalhado de uma experiência vivida no processo de correção

junto ao aluno ou à turma.

Tendo em vista a correção, tema do presente trabalho, essa última atividade do

SOE será o foco de seu desenvolvimento. Logo, será feito uma descrição de seu

surgimento, objetivos e alcances até o momento.

O Investigando Sempre foi planejado no início de 2000 com a participação de todos

professores e tinha como objetivo muni-los de técnicas para correção. Continuou com

o mesmo formato no ano de 2001 e, em 2002, esse projeto passou a se chamar

Sugestões Docentes, contando apenas com professores do Ensino Fundamental,

Séries Finais. Em 2003 e 2004, esse trabalho não foi realizado. Porém, em 2005, uma

professora pediu técnicas para correção e o SOE entregou os documentos produzidos

anteriormente. A professora interessou-se pela idéia e resolveu-se, então, continuá-la

a partir de 2005.

Dessa forma, desde 2005, todos os professores relatam uma experiência

detalhada de correção junto ao seu aluno ou à sua turma para promoverem a troca de

técnicas e praticarem o registro como forma de aprimoramento em suas anotações e

observações didáticas. Há um formato base que o SOE pede que seja seguido:

• 1º) Situação-problema, objeto de estudo ou fato ocorrido;

• 2º) Objetivos com esse trabalho;

• 3º) Ensinamentos-base para o trabalho docente;

• 4º) Técnicas, estratégias ou metodologia utilizadas;

• 5º) Resultados obtidos.

Porém, esse formato não é rígido, o professor pode adequá-lo da maneira que

se sentir mais à vontade para registrá-lo. No próximo capítulo, serão apresentadas

algumas das experiências relatadas nos trabalhos de 2006 e 2007.

18

Investigando Sempre

Procedimentos, métodos, experiências e resultados

Muitos foram os trabalhos realizados durante o projeto do Investigando

Sempre. A tarefa de escolher apenas alguns para essa monografia foi árdua. Depois

de muito analisar, selecionou-se três relatos de cada segmento do Colégio, Educação

Infantil, Ensino Fundamental – Séries Iniciais e Finais.

Esses relatos detalham todo o desenvolvimento da correção de crianças e

adolescentes, seus objetivos, técnicas e conclusões. Há que ressaltar a participação

do SOE como orientador dessas práticas docentes de correção e lembrar que o aluno

é visto dentro do conceito logosófico de homem. Além dele, os conceitos de Deus,

Leis Universais e Universo também estiveram presentes na condução do trabalho

docente.

Nas próximas páginas desse capítulo, uma cópia desses trabalhos é

apresentada.

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PATRÍCIA SOUZA E DÉBORA RAQUEL FERNANDES Professora e Assistente do Infantil III

Fatos

Alguns alunos da turma estavam apresentando atitudes bruscas em suas atuações: batendo, empurrando, gritando e tomando os objetos das mãos dos colegas.

Objetivos

• Valorizar e estimular atitudes suaves e cordiais entre a turma;

• Promover uma convivência mais harmoniosa entre os alunos.

Técnicas /Estratégias Após relatar estes fatos ao SOE, a professora Celma veio à sala para realizar uma

rodinha sobre a suavidade. Ela trouxe um abacaxi e um ursinho de pelúcia. Explorou suas características (cor,

cheiro, peso, tamanho, áspero, liso), fazendo vários questionamentos sobre os dois objetos.

Pediu para cada um manusear e acariciar o abacaxi. Em seguida, os alunos foram questionados sobre a sensação de segurar uma fruta tão dura e áspera.

Depois do abacaxi, a turma teve a oportunidade de abraçar um lindo e macio ursinho de pelúcia. Em geral, a turma concluiu que é muito mais agradável estar perto e brincar com o ursinho.

Após esta atividade, foi realizada a analogia com os pensamentos, onde concluíram que é preciso muito esforço para ter o pensamento de ursinho que é macio e muito agradável de se estar perto (pensamento de suavidade, simpatia, alegria, amizade...) e evitar pensamentos de abacaxi, que “espetam” e incomodam (pensamento de brusquidão, aspereza).

No final da tarde, os alunos saborearam o suco de abacaxi e brincaram com o ursinho de pelúcia.

Recursos e Técnicas:

• Abacaxi;

• Ursinho de pelúcia;

• Trabalhos de Artes com lixa (áspero) e algodão (macio);

• Histórias com fantoches sobre a suavidade. Ensinamentos Básicos

“A suavidade inteligente cultivada faz o ser valente”.

“As atitudes bruscas definem uma pessoa cujos gestos, palavras e atitudes sofrem variações repentinas, pela aparição súbita de impulsos sobre os quais não tem governo”.

20

“Tal como acontece com as demais deficiências, quem aspira a corrigi-la deve prestar especial atenção a seus pensamentos, e, se tem consciência de sua brusquidão, trate no possível de ser suave, freando a tempo todo impulso contrário”.

Deficiências e Propensões do Ser Humano - pág. 107

Resultados

As professoras continuaram o trabalho ao longo do ano. Sempre recordando com a turma a importância da suavidade durante as rodinhas e nas conversas individuais.

Observamos que a analogia sobre os pensamentos surtiu o efeito esperado na turma. Pois, até hoje, os alunos, em seus diálogos com as professoras e colegas, recordam da suavidade do ursinho e dos pensamentos de abacaxi.

Percebemos, também, que a presença das Leis do Afeto e da Repetição foram peças fundamentais para que obtivéssemos o resultado desejado. A seguir, dois depoimentos de alunos:

Caio Vinícius - “Eu não sou abacaxi”. Bruna - ”Eu tive um pensamento de ursinho, não bati no colega”.

Período do trabalho de investigação: 1º semestre de 2006

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LUCIENE FARIAS ARANTES Professora Regente do Infantil IV

Situação para analisar: Durante o 1º bimestre o pensamento que mais me incomodava era o da desobediência. Existia um grupo de crianças que não ficava na sala, corria para o portão, escondia debaixo dos brinquedos no pátio, ia para parque sozinho etc. Técnicas e estratégias: A primeira preocupação que me veio foi a de descobrir se as atividades estavam interessantes, se o ambiente da sala estava agradável e afetuoso. A cada vez que saía para buscar essas crianças, passava pela minha mentes muitos pensamentos deficientes. Mas, observava que dentro de mim existiam outros pensamentos, como se estivessem me policiando e dizendo: Cuidado! Isso não é da Pedagogia Logosófica. Paciência! Você está lidando com crianças. E toda vez que estava atenta e recordava da Pedagogia Logosófica, brotava em mim uma vontade grande de acertar e conquistar as crianças. Nesses momentos, atuava com acerto e tranqüilidade e conseguia meu objetivo. Muitas conversas ocorreram para explicar às crianças que precisavam ficar junto das professoras, aproveitar as oportunidades junto à turma e que, no momento certo, sairiam da sala. Às vezes, tínha de ser mais enérgica. Outra técnica que busquei foi a de criar o Colaborador do Dia. Expliquei, na rodinha, que a criança, para ser o colaborador, precisava ficar na sala para ajudar as professoras. Indiquei as crianças que fugiam para serem os primeiros colaboradores, fazendo com que se sentissem úteis e amadas. Elas organizavam as mochilas dos colegas, distribuíam o material, buscavam o lanche na cantina, limpavam as mesinhas etc. Ensinamentos: “Também há que favorecer sempre as boas ações da criança, há que exaltá-las sempre, e nunca se deve corrigir qualquer má ação ou inconduta na presença dos demais, porque então não tem nenhum efeito, já que sobrevém a reação da criança ao sentir-se humilhada ante aos demais. A correção, em vez de fazer bom efeito, é todo o contrário.” “Depois da correção há que lhe dar alguma palavra de compreensão e de afeto para que penetre mais.” “A criança é argila moldável onde uma mão amorosa, firma e segura, pode ir delineando perfis formosos, aparando arestas formados em sua conduta em sua curta passada pela vida, ou corrigindo falhas de uma psicologia anterior”. Conclusão: Durante a rodinha perguntava às crianças se gostaram de ser colaboradores e o porquê. O resultado foi maravilhoso! Uma criança me respondeu que adorou ser colaboradora porque penteou o cabelo dos colegas durante o repouso e que gostaria de sê-lo novamente. Todos os dias, na rodinha, procuro parabenizar as crianças pelas suas conquistas. Estou bastante estimulada, pois os alunos quase não saem mais da salinha.

1º Bimestre de 2006

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LUCIENE FARIAS ARANTES E IZABEL LIMA KALINOWSKI Professoras Regente e Assistente do Infantil IV

Situação para analisar: Surgiram na sala os pensamentos de desrespeito e indiscrição. Algumas crianças começaram a formar grupos e colocar apelidos em uma colega, chamavam-na de feia, gorda e não permitiam que a menina brincasse com elas. Técnicas e estratégias: Observamos os fatos e começamos a realizar um trabalho com a turma sobre o respeito ao outro e o cultivo da amizade. Conversamos muitas vezes no individual e todos os dias, durante a rodinha, falávamos sobre o assunto. Explicávamos que éramos todos amigos e que deveríamos brincar todos juntos. Paralelamente a este trabalho, conversamos com os pais das crianças e obtivemos uma grande ajuda; elas crianças começaram a trazer de casa agradinhos e bilhetinhos para a menina. Aproveitando o tema bimestral Semeando valores para a formação de grandes cidadãos, fizemos uma analogia com sementes. Pudemos explicar para as crianças os cuidados necessários para a ela germinar, e evidenciamos que o mesmo se faz com a mente: precisamos semear bons pensamentos. Os valores trabalhados com essa analogia foram: respeito, discrição e amizade. Visitávamos com freqüência a semente que plantamos e recordávamos das que deveríamos jogar na mente. Outra técnica que usamos foi a de misturar as cadeirinhas e sugerir às crianças que as mantivessem naquele lugar para cultivarem a amizade com os colegas ao lado. Criamos também o “Diário da Amizade”. Fizemos um sorteio e, durante o bimestre, cada criança levou o “Diário da Amizade” para casa. Cada um escrevia uma carta afetuosa para o colega que sorteou. Cultivavam, também, a discrição; não contando para ninguém o nome do seu amigo. Conclusão: Estamos vivendo momentos lindos junto à turma quando revelam o nome do amigo e lemos a cartinha. Eles se abraçam com muito afeto e nós, professoras, ressaltamos os elementos valiosos escritos nas cartas. Podemos concluir que a turma está bem mais tranqüila. Quase não vemos mais crianças colocando apelidos nas outras. Estão brincando muito, chamam a colega para participar das brincadeiras. Ensinamentos: “Em toda amizade deve-se cultivar o respeito, principalmente se essa amizade nos honra e nos é sã e agradável. Sempre em todo momento, deve reinar entre amigos um grande respeito”. Bases para sua Conduta “O intrometido é um ser que deseja ardentemente, é só por curiosidade, saber o que pensam, dizem ou fazer os demais, e é particularmente afeito a exercer gratuitamente o papel de alcoviteiro, crendo agradar ou agir bem”.

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NÍLCIA DE ANDRADE OLIVEIRA Professora Assistente da 1ª série e Regente da 2ª Série

Relato:

Observei, desde o ano de 2005, quando acompanhei a 1ª. Série, um aluno em especial. Demonstrava ser muito sofrido, pois vivia quebrando lápis, óculos – jogava-os contra a parede até quebrá-los – mordia o lápis e borracha etc.

Suas atividades eram sempre rasgadas, sujas, borradas. Vivia constantemente inquieto, pois não parava quieto em sua cadeira, chegava até colocar sua carteira em seu colo. Isso acontecia quase todos os dias. Chorava sempre que algo o incomodava, não sabia controlar seus pensamentos de irritabilidade, nem seus sentimentos.

Mas, apesar disso tudo, tinha algo em especial que eu observava: seus desenhos. Sempre muito tristes, sem vida, sem colorido e muito confusos, não conseguia desenhar algo sem que fizesse muita bagunça, demonstrando neles todo o seu estado mental e espiritual.

Contudo, era possível perceber sua sensibilidade e sua criatividade com os desenhos que fazia, além de outros valores que possuía.

Precisava descobrir uma maneira de aproximar-me dele, criar um vínculo afetivo era o primeiro caminho, tinha de fazer com que brotasse um sentimento de confiança e segurança, para assim atuar de forma positiva e colaboradora com o seu aprendizado. Objetivo Geral: Favorecer à criança um ambiente agradável e de descobertas, onde possa aprender com alegria e entusiasmo, permitindo câmbios positivos.

Objetivos Específicos:

• Trabalhar sempre com os estímulos positivos;

• Motivar o aluno para que se sentisse feliz em mudar suas atitudes;

• Ressaltar a importância da vida, e mostrar que ela poderá ser mais feliz se aprendemos a aceitar as coisas como elas são;

• Cultivar e preservar o respeito;

• Conquistar a confiança em si mesmo, a partir do momento em que vá descobrindo suas potencialidades;

• Valorizar seus desenhos, mostrando que a nossa vida pode ser alegre e colorida. Ensinamentos:

GONZALEZ PECOTCHE (1901-1963), ensina: “... há que favorecer sempre as boas ações da criança, há que exaltá-las sempre. E não se deve nunca chamar a atenção da criança frente a outras crianças ou adultos – qualquer má ação ou efeito, já que vem a reação da criança ao sentir-se humilhada diante dos demais. A correção, em vez de ter um bom efeito, acontece o contrário”.

Pecotche ainda complementa: “...a confiança que inspira a amizade sincera, semelhante à da família, se fundamenta na reciprocidade de afeto e do conhecimento pessoal. Desde o simples conhecido até o amigo verdadeiro, existe uma escala de graus de vínculo que os aproxima, vinculo suscetível de alterar-se por qualquer motivo, enquanto não se

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manifeste o apreço e a consideração como uma afirmação de conceito mútuo. A confiança é, então, produto da garantia moral que cada um se outorga”. Técnicas e Estratégias:

Em uma atividade geral para ser exposta em um dos nossos murais, pedi aos alunos que desenhassem a natureza. Em particular, e dando curso ao meu projeto, valorizei aquele aluno pela atividade realizada. Ressaltei o colorido e o capricho com que ele fez o desenho e estimulei-o a fazer outros desenhos, pois era muito bom no que fazia. Ele, com muita alegria, desenhou muitas coisas, inclusive um beija-flor. Gostei do beija-flor que desenhou e pedi que desenhasse um maior para que eu pudesse recortá-lo e colocá-lo em destaque, estimulando-o a desenhar outros pássaros.

Em outra atividade, na hora do recreio, percebi o aluno triste e choroso. Perguntei o que estava acontecendo; ele me disse que não gostava de perder e que também, o barulho estava muito grande e incomodando seus ouvidos. Falei que se ele não aprendesse a perder, iria chorar ainda mais, pois todo dia a gente perde e ganha. Falei, também, que se ele cultivasse a valentia e conseguisse vencer esse pensamento, nunca mais iria chorar. Assim, estaria vencendo a maior de todas as lutas, a luta interna, e seria um grande vencedor.

Quanto ao barulho, trouxe que todo ambiente o possui. Quando algo nos incomoda, a gente muda de lugar ou de pensamento. Chorar ou tapar os ouvidos não o ajudaria muito, porque, naquele momento, além do barulho que o estava incomodando, havia algo ainda maior que dificultava seu bem estar: os pensamentos de raiva, de impulsividade e de agressividade.

Foram muitas as conversas individuais, a dedicação, os estímulos transmitidos e o afeto direcionado. Também pude contar com a colaboração de outros docentes que acompanharam a experiência desse aluno. Resultado:

A partir daquele dia, notei que o aluno passou a se interessar mais sobre a natureza e mudar os desenhos que fazia. Eles são, agora, muito mais alegres, demonstrando a alegria que seu interno experimenta.

Gradualmente, com afeto, palavras de estímulo e elogios, procurei sempre estimular novas criações. Assim, surgiram novos desenhos da natureza, de pássaros e animais, todos alegres e coloridos. Ao mesmo tempo, também foi mudando sua atuação com os colegas, ele passou a prestar mais atenção durante as aulas e, principalmente, houve um grande interesse pelo aprendizado em geral.

Atualmente, o aluno mudou aquela posição inicial, comportando-se adequadamente em sala. Ele é muito mais afetuoso, dedicado, paciente, amigo e procura não mais se aborrecer com o barulho, mostrando uma grande valentia interna.

Brasília DF, 27 de outubro de 2006

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MARIOMAR CORRÊA DE LERY COSTA

Bibliotecária e Professora de Artes do Ensino Fundamental – Séries Finais Situação, Técnicas e Estratégias:

• Corrigir para a vida e não para o momento, tendo claro os conceitos de: Homem, Universo, Deus e Leis Universais;

• Identificar o conhecimento como guia para solucionarmos os problemas que a vida nos coloca;

• Comprovar que a Pedagogia Logosófica, se aplicada com seriedade e comprometimento, cumpre seu objetivo independentemente das características psicológicas.

Situação:

O aluno T.O., de nove anos, é uma criança saudável fisicamente, mas tem restrições alimentares quanto a lactose e glúten, que estão presentes em grande parte dos produtos consumidos e desejados nessa fase de idade.

Quanto ao comportamento em sala, notava-se uma grande inquietude e irritabilidade, relacionada ao desenvolvimento de atividades. Pressionava o lápis ao escrever e desenhar, quebrando-os e mastigando-os constantemente; rasgava quase todas as folhas das atividades. Com relação aos colegas, seu relacionamento era muito restrito, selecionando e afeiçoando-se geralmente a dois ou três colegas no máximo. Apresentava também pouca resistência diante aos conflitos, chorando sempre quando algo o incomodava ou desagradava. Técnicas e Estratégias:

Apesar dessas dificuldades, notava-se algo de especial: o aluno era receptivo ao afeto e gostava de agradar àqueles com quem se identificava. Gostava muito de desenhar. Seus desenhos eram muito tristes, sem vida, sem colorido, demonstrando muita tensão. Seus temas preferidos eram ligados à violência, tais como lutas, robôs, máquinas e armas, sem uma adequada organização espacial e gráfica.

Percebendo sua criatividade e sensibilidade, buscou-se uma aproximação para que se estabelecesse um vínculo afetivo, para que brotasse o sentimento de confiança e desse a ele mais segurança. Assim pode-se notar melhor aprendizado e uma interação feliz com todos.

Pensando-se na importância de estabelecer esse vínculo, foi proposto um trabalho geral, com o objetivo de promover uma interação, na qual os alunos estariam envolvidos numa atividade de desenho. Como se percebeu sua habilidade em desenhar, o desenho solicitado foi direcionado ao tema natureza viva. Este desenho apresentou uma organização maior e um colorido mais alegre. O aluno envolveu-se com entusiasmo, sentindo-se confiante no que estava fazendo diante dos estímulos recebidos. Notou-se uma alegria muito grande e uma satisfação maior ainda, quando ele percebeu que foi valorizado pelo que realizou, uma vez que seu trabalho ficou em destaque e foi apreciado por muitos.

Quanto ao choro, foi realizado um trabalho individual, falando da importância de enfrentar as dificuldades com valentia para superar-se a cada dia.

Este aluno era estimulado a fazer novos desenhos e sentia-se à vontade e confiante ao esclarecer uma determinada dúvida, e sempre estava disposto a aceitar os direcionamentos. A partir do vínculo estabelecido mediante uma perspectiva psicopedagógica, percebeu-se grande envolvimento nas atividades propostas, principalmente

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nos desenhos, tornando-os mais alegres e organizados, demonstrando neles a alegria que seu interno experimentava.

Em relação à interação com seus colegas, tornou-se mais afetuoso, dedicado, paciente e amigo, passando assim a ter mais tolerância em casos de frustração. Ensinamentos:

“... há que favorecer sempre as boas ações da criança, há que exaltá-las sempre. E não se deve nunca chamar a atenção da criança frente a outras crianças ou adultos – qualquer má ação ou efeito, já que vem a reação da criança ao sentir-se humilhada diante dos demais. A correção, em vez de ter um bom efeito, acontece o contrário”.

“... a confiança que inspira a amizade sincera, semelhante à da família, se fundamenta na reciprocidade de afeto e do conhecimento pessoal. Desde o simples conhecido até o amigo verdadeiro, existe uma escala de graus de vínculo que os aproxima, vínculo suscetível de alterar-se por qualquer motivo, enquanto não se manifeste o apreço e a consideração como uma afirmação de conceito mútuo. A confiança é, então, produto da garantia moral que cada um se outorga”.

Ano de 2007.

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GLAUCIA MARIA DA SILVA

Coordenadora do Ensino Fundamental – Séries Iniciais Justificativa: Ao registrar as vivências junto à uma criança, percebi a necessidade de primeiro observar meu interno para buscar os elementos que pudessem nortear minha atuação. Passei a observar suas reações diante dos fatos e as minhas atuações.Notei que atuar com energia no momento exato do acontecimento, não era uma boa estratégia. Percebi também que o estímulo, atrelado a uma “porção” de observação, poderia ser o caminho, pois “o estímulo é como que uma força viva que interpenetra o ser e o satura de novas energias”. Exercitar a faculdade da observação propicia manter a mente sempre alerta para captar e reproduzir o fato, objetivando a atuação inteligente. “O conhecimento logosófico começa por reeducar os seres fazendo com que aprendam bem o que aprenderam mal ou deficiente...”. “... Há que ser, então, dócil a palavra que corrige iluminando, que permite emendar-se sem violência e que, alternando a suavidade com a firmeza, persuade e convence, até conseguir o bem que persegue”. Ensinamentos Norteadores: “A indiferença com os erros, tanto para com os que estão cometendo tanto para com os passados, é o que semeia muitas desgraças e desventuras para o futuro. E isto acontece tanto no individual como no coletivo”.ICL249/2 “Pero enseñar, cualquiera diría que es fácil. Es lo más difícil que existe! Enseñar significa corregir lo que no se aprende bien, encauzar cuando se desvía del concepto exacto de una enseñanza. Y todo esto muchas veces hace que los discípulos no tengan la suficiente comprensión para darse cuenta del beneficio que obtienen de esa corrección, de ese encauzamiento”. Conf.VI1990/2 “As observações que fazemos sobre os demais devem servir à própria razão e contribuir inexoravelmente para o melhoramento individual, pois da observação justa e inteligente surge a capacidade para corrigir os defeitos próprios. Assim, cada semelhante se converterá num espelho no qual cada um verá projetada sua imagem...” “... Já a Logosofia, como ciência integral, propicia todas as observações que contribuam para ampliar o campo das experiências, já que, nas múltiplas fases em que costumam se configurar, delas se extraem, ou melhor, podem extrair-se valiosíssimos ensinamentos.” “Fica assim esclarecido que a observação deve ser considerada questão fundamental para a evolução consciente do ser. E se for avaliado o que significa para a superação individual, ver-se-á que na vida comum ou diária é pouco ou nada o que se observa, visto que simplesmente se vê o que se quer ver, e na maior parte das vezes até isso é julgado de forma arbitrária.” “Logosoficamente, observar é exercitar a reflexão enquanto o entendimento estende sua mão para tocar e palpar o que se vê. A observação é, portanto, ativa, nunca passiva ou indiferente; e, sendo ativa, é lógico que deva encontrar a mente sempre disposta a receber com alegria o fruto da observação, e que esse fruto sirva eficazmente ao enriquecimento das energias internas do ser.”

CRL,I, 107,108

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“A faculdade da observação é como um olho que vê; há que manter esse olho desperto, que olhe de verdade. Muitos não olham com esse olho e lhes passam por alto muitos detalhes com os quais poderiam ter edificado a própria felicidade.” “Quando se exercita essa faculdade, chega-se a observar até os movimentos quase imperceptíveis para aqueles que não sabe observar e posso dizer aos discípulos que tem um valor imenso o surpreender esses detalhes imperceptíveis, esses movimentos imperceptíveis tem um imenso valor. Estou-lhes falando por experiência mais que por sabedoria.”

Fragmentos da classe de Montevidéu, de 30/06/56. “É notável observar que, sendo o estímulo o que instantaneamente produz um efeito edificante, a ponto de reavivar um entusiasmo incomum no indivíduo, este se preocupe tão pouco em aproxima-lo de si, para experimentar as saudáveis reações que proporciona à alma. Pode-se dizer que o estímulo é como que uma força viva que interpenetra o ser e o satura de novas energias; mas poucos, muito poucos, são os que sabem aproveitar essa força viva e manter o máximo de tempo possível a reação benéfica do estímulo, conservando o entusiasmo que ela gera.” “Criar estímulos para que eles constituam a fonte de energias mais fecundas, aí está o segredo. É necessário que a força flua permanentemente do interno, a fim de satisfazer às exigências do externo...” “A necessidade costuma ser, em todos os casos, o grande acicate que induz a criar estímulos, a fim de que sejam motivos de impulsos motores da vontade para encarar atividades antes evitadas por temor ou fracasso. Porém, como a vida é luta de modo algum significa pessimismo ou derrota, mas sim a própria vida cumprindo seu papel ante os fins da evolução, a ninguém deve surpreender que muitas vezes, nos momentos de premência e angústias, surjam perspectivas de estímulos que o homem não teria sido capaz de criar para si nos momentos de sossego”. “Todo esforço fecundo sempre gera estímulos que fortalecem o ânimo e asseguram a solidez dos empenhos. É lamentável ver quantos são órfãos deles, solicitando-os para terem um incentivo em que depositar suas esperanças. Falta-lhes, precisamente, aquilo que podem encontrar em toda parte”. “... o poder dos estímulos tem uma influência nas possibilidades humana de superação integral”. Vivência: Há, aproximadamente, dois anos, observo a conduta de um aluno em especial. Fui chamada pela docente para resolver um atrito entre duas crianças, dentre eles estava o aluno de minhas observações.Tentei um diálogo sem sucesso, pois um deles se recusava falar. Busquei, então, outra estratégia; de posse de duas folhas e dois lápis, pedi que registrassem o ocorrido. Um deles, de imediato pôs-se a escrever, o outro relutou e depois o fez também. Depois de conhecer o fato, os conduzi à reflexão quanto ao respeito e aos direitos e deveres para uma boa convivência. Fato superado. Com o passar do tempo, a conduta inadequada desse aluno tornou-se mais freqüente. Não atendia à docente e, conseqüentemente, era encaminhado ao SOE. Após algumas tentativas sem êxito, a professora decidiu não encaminhá-lo mais para esse atendimento, pedindo, então, a minha colaboração. No incidente seguinte, ele foi retirado da sala e eu fui solicitada a intervir. Ao notar minha aproximação, o aluno cruzou os braços, abaixou a cabeça e, com voz áspera disse que não iria para o SOE e nem escreveria o acontecido. Observei que na minha primeira atuação, havia adotado uma estratégia inadequada para aquela criança. Sendo assim, convidei-o a sentar-se perto de mim para conversarmos. Perguntei o que tinha acontecido e ele disse que estava conversando e que tinha ido até a carteira de alguns colegas para mostrar seu

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desenho. Perguntei ao aluno se gostava de desenhar e obtive uma resposta afirmativa. Em seguida, indaguei se estavam na aula de artes e ele respondeu que não. Então, falamos sobre o momento oportuno para cada ação, ressaltei o empenho da professora em planejar as aulas e também recordamos os combinados para a prática diária. Outras situações de desrespeito aos colegas aconteceram, tanto em sala quanto no recreio. Muitas foram às minhas atuações. Optamos por sinalizar os pais e ao ser comunicado que convidaríamos seus pais para uma entrevista, o aluno ficou furioso. Pediu que agíssemos assim e prometeu mudar, porém, foi dito que era necessário, pois precisávamos da colaboração da sua família. Na entrevista, foram relatados aspectos positivos e os considerados inadequados da criança. O aluno foi até mesmo convidado a participar, porém quase nada falou. Ficou cabisbaixa e chorou muito. Os pais disseram que, em casa, ele era dócil, mas não aceitava perder. Durante algum tempo sua conduta oscilou. Ao passar para a série seguinte e mudar de professora, a conduta em sala era melhor, porém, no recreio, nos jogos e nas aulas de Educação Física, hostilizava os colegas e até mesmo o professor. Tentava impor sua vontade, o que julgava ser correto e, quando não era atendido, ficava bravo e falava palavrões. Depois de várias entrevistas e de alguns comunicados na agenda, convidamos os pais para outra entrevista. Desta vez, para comunicar que adotaríamos uma conduta mais enérgica, haveria a suspensão da aula de Educação Física e do futebol durante os intervalos da semana seguinte.Os combinados foram cumpridos e o semestre encerrado. Muitas são minhas inquietudes sobre essa criança e minhas atuações junto a ela. Ao estudar sobre o estímulo e a faculdade da observação, mudei a atuação. Procurei observar os detalhes, por mais insignificantes que aparentassem, para tecer um elogio. Aproximar-me para um contato, um carinho, mesmo percebendo resistência por parte dele. Percebo que tem se esforçado para criar defesas mentais e não ser joguete dos pensamentos ruins e alheios. O SOE continua com as seções coletivas dentro das necessidades da turma. E eu passei a entrar na sala para falar de “regras” para a boa convivência, elogiar a turma pelas ações desenvolvidas e, em alguns momentos, elogios individuais aos colegas e a ele. Em uma dessas visitas, tive a grata surpresa de, ao estar fazendo um elogio à turma, com o objetivo de atingi-lo, vê-lo levantar de sua carteira com um chocolate na mão. Aproximou-se, meio que sem jeito, abraçou-me fortemente e entregou o pequeno regalo. Fiquei emocionada, pois era a primeira vez que recebia um carinho espontâneo. Após o acontecido, recordei com muita gratidão dos ensinamentos norteadores do meu estudo. Conclui que, agora sim, meu trabalho está iniciando. Serei perseverante e paciente, pois o ensinamento diz que a experiência propicia a identificação com o erro e que o discernimento pode levar o ser a compreensão da atuação equivocada.

Anos de 2006 e 2007

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MARCELO COUTINHO

Professor de Educação Física Ensino Fundamental – Séries Finais Situação problema: Indisciplina – Como atuar com a turma da 5ª série se os alunos não conseguem ficar quietos? Como controlar a ansiedade desses alunos? O que fazer para conscientizá-los do tempo perdido? Como conseguir me impor à turma sem ser um professor chato, um ditador? Ensinamentos utilizados: “Corrigir desde a infância a indisciplina, persuadindo a criança das vantagens de submeter-se a uma forma organizada de viver e induzindo-a aos bons hábitos, é cooperar na formação de um indivíduo socialmente apto e moralmente são.” (DPSH 97/3) Estratégias: • A suave firmeza: procurei sempre ser firme com os alunos sem perder a calma e estar

atento para não tomar atitudes precipitadas e impensadas; • A defesa mental (pensamentos): tentei mostrar aos alunos o quanto é importante que eles

tenham suas próprias atitudes, não copiando as iniciativas dos colegas. Principalmente, quando são de pensamentos de bagunça;

• A paciência (persistência): busquei estar sempre paciente para repetir, quantas vezes fosse preciso, os ensinamentos que julgava serem os melhores em cada momento vivido.

Ações docentes realizadas:

Entrava na sala de aula somente quando os alunos estavam comportados. Aproximei-me do grupo que foi detectado como o maior causador das bagunças, por meio de conversas coletivas e individuais e deleguei responsabilidades aos componentes deste grupo, bem como aos alunos que, isoladamente, causavam mais problemas à turma;

Chamava a atenção dos alunos sempre que incorriam em bagunças. Porém, se não fosse o suficiente, os tirava de sala. Também conversava, individualmente, com os alunos fora do horário das aulas (entrada, recreio e saída) sobre assuntos diversos. Inclusive sobre o aproveitamento do tempo durante as aulas; Resultados alcançados: Os resultados aconteceram aos poucos. O grupo de alunas que detectei mais bagunceiro tornou-se mais próximo de mim, o que facilitou minhas ações com ele. Quanto ao restante da turma, alguns alunos melhoraram muito, outros não têm conseguido manter um equilíbrio, oscilando entre momentos calmos e agitados. Há ainda alunos que eram calmos e se soltaram mais, participando de momentos de agitação junto com outros colegas da turma. Penso que não é mesmo fácil conseguir resultados com meninos da faixa etária dos alunos da 5ª série e que não vai ser em curto prazo que isto irá acontecer. O desenvolvimento já conseguido por eles irá evoluindo de acordo com a chegada da maturidade de cada um e com o passar do tempo. No próximo ano, teremos de dar continuidade a este trabalho, visando ajudar nossos alunos por meio da gratificante missão de educar.

Março a Outubro / 2006

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DENISE TERESINHA RESENDE PESSOA Professora de Informática do Ensino Fundamental (Séries Finais)

Situação para analisar:

No início do mês de março de 2007, algumas alunas do 9º ano, com faixa etária entre 14 a 15 anos, começaram a usar uma pequena flor de crochê nos cabelos e eu comentei com elas que sabia fazer crochê e que não era tão difícil confeccionar as florzinhas. Entusiasmadas elas perguntaram se eu poderia lhes ensinar a fazer, e combinamos que “as aulas de crochê” seriam na hora do recreio, a partir daquela mesma semana. Prometi trazer o material que eu já tinha em casa (linhas, agulhas e tesouras) e usaríamos a sala de artes com esta finalidade, uma vez que ela não era ocupada no recreio. As alunas vibraram com a idéia; “espalharam” para as outras que se dispuseram a participar também da atividade, todas com muito bom ânimo. Objetivos da análise: A iniciativa desta experiência foi motivada pelo SOE que me sugeriu observar até que ponto iria o estímulo das alunas de forma que sustentassem aquele “querer aprender” a fazer o trabalho manual, e o acompanhamento do propósito, possibilitando que ele tivesse continuidade de forma a chegar ao objetivo final. Ensinamento base de estudo:

Os ensinamentos escolhidos para nortear a experiência foram a “Concepção do querer – Forma de conseguir um propósito e comportamento posterior”, do livro Diálogos e trechos do livro “Deficiências e Propensões do Ser Humano” que tratam da deficiência inconstância, ambos de Carlos Bernardo González Pecotche:

“Tenho vivido também esta outra experiência: depois de haver conseguido algo que constituíra meu querer, seu valor começa a dissipar-se, tornando-se, em pouco tempo, carente de atrativo, como se eu tivesse me equivocado ou se desvanecido em mim a ilusão alimentada, até o momento da posse”. Diálogos, 32

“A inconstância toma volume nas mentes desorganizadas e acusa falta de responsabilidade. Submete a pessoa a uma permanente mudança, manifestada na facilidade com que interrompe sua dedicação a uma coisa para dedicar-se a outra, variando continuamente seus motivos de interesse.

Produto da inconsciência a respeito dos valores fundamentais da vida, esta deficiência revela falta de noção cabal sobre a importância que assume, para a própria existência, a continuidade em cada um dos processos que o ser põe em marcha ao longo da mesma. Ao interromper esses processos, o inconstante desaproveita o tempo, anula os esforços feitos e diminui a eficácia dos elementos que usou em cada oportunidade.

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É sabido que o que se começa hoje e se abandona amanhã conduz a estados psicológicos de permanente insatisfação. Esta deficiência não permite desfrutar de situações estáveis, resultado de projetos levados a termo. Não permite degustar a felicidade de um propósito perdurável, de uma idéia construtiva em vias de desenvolvimento, e ainda expõe a perder o que se tem.” Deficiência Inconstância, Deficiências e Propensões do Ser Humano, 128/último e 129/1º e 2º)

Estratégia usada:

Inicialmente, a estratégia utilizada para estimular o aprendizado do crochê, foi levar prontas algumas florzinhas com cores e modelos diferentes, bem bonitos para que as alunas sentissem vontade de fazer igual e surtiu efeito, logo que viram as flores no primeiro intervalo de recreio, elas se animaram.

Começaram-se os primeiros pontos e junto com eles as primeiras dificuldades,

algumas nem conseguiam manejar a agulha com a destreza necessária para dar o primeiro ponto, começaram a reclamar, dando surgimento ao pensamento de desistir, o que segundo González Pecotche, é natural no início de qualquer projeto, “parece que mil impedimentos se opõem tenazmente à satisfação de meus propósitos”; umas diziam que “não tinha jeito para aquele tipo de trabalho”, outras “não tinham coordenação motora” que as auxiliassem e assim foi o primeiro contato com a atividade.

Para que as alunas tivessem noção do percurso que teriam que percorrer do início do

aprendizado até o objetivo final, que era uma flor prontinha, expliquei o procedimento passo-a-passo, falei da paciência que todo trabalho manual requer, da constância e da alegria que representaria no final, ao vislumbrarem uma florzinha feita por elas mesmas, que seria indescritível. Algumas duvidavam que chegariam até o final, umas não se propuseram nem tentar.

O interessante que nos recreios seguintes algumas alunas foram desistindo e outras

foram se aproximando, se propondo “tentar fazer”. Teve uma até que “rondou” o grupo de aprendizes durante todos os recreios, mas não tentou nenhuma vez, e sempre que era convidada, respondia que só estava olhando e que em outro dia tentaria... e este dia nunca

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chegou. Dois meninos também ficaram rodeando, um desde o primeiro dia ficou em volta das alunas que estavam aprendendo, ora ele tentava atrapalhar fazendo brincadeiras inoportunas, outras vezes chegava bem perto e ficava observando com muito interesse. Oferecemos a ele a oportunidade de participar, mas ele disse que crochê era “coisa de mulherzinha”, porém não deixou de “rondar” as aprendizes e para não atrapalhar, uma vez que observamos em sua mente o pensamento de “chamar a atenção”, oferecemos-lhe o posto de “fotógrafo da atividade”, ele vibrou de alegria, segurando a máquina fotográfica meio desajeitado, passou a chegar na sala de artes no início do recreio para registrar todos os momento.

O outro aluno quem também ficava por perto disse que já sabia fazer crochê, sua

mãe tinha lhe ensinado e que ele estava fazendo uma colcha, mas mesmo assim me pediu para ensinar-lhe a fazer as florzinhas, queria presentear duas colegas de sala. Desde o primeiro instante em que se propôs participar, este aluno pegou na agulha com muita destreza e fez rapidamente “meia” florzinha durante o recreio e pediu para levar o novelo de linha e a agulha para terminar em casa.

No dia seguinte o aluno trouxe prontas duas lindas florzinhas feitas com linhas

coloridas mescladas e costurou, com grande habilidade, os dois grampos que eram afixados para prender as flores aos cabelos. As alunas-aprendizes ficaram entusiasmadíssimas com o trabalho dele, elogiaram e algumas se candidataram para ganhar uma florzinha pronta, mas ele saiu à procura das alunas que ele tinha elegido para presentear. Em seguida elas apareceram na sala de artes com as florzinhas já presas nos cabelos o que serviu para motivar as aprendizes, que agora, diante do trabalho já concluído pelo colega, viram que era possível a cada uma também concretizar, finalizando a sua florzinha. Eu continuei estimulando-as, dizendo que era necessário esforço e persistência, que foram os recursos que o aluno demonstrou ter praticado para concluir o seu trabalho.

Neste dia, todas ficaram muito entusiasmadas diante da imagem da flor de crochê finalizada, imaginaram-se também capazes de fazer, cada uma, a sua flor.

Diariamente eu anotava a freqüência das alunas, no sentido de observar aquelas que dariam prosseguimento ao aprendizado. No primeiro dia foram para a sala de artes 13 alunas, no segundo foram 10, no terceiro dia compareceram 15, pois se juntaram alunas de outras turmas que ficaram estimuladas observando os primeiros passos das colegas. Do quarto dia em diante o número de alunas participantes foi reduzindo, a

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ponto de ter dia que participaram apenas duas. Mesmo assim continuei a ir para a sala de artes nos próximos recreios, objetivando formar o hábito e dar continuidade ao estímulo do que tínhamos nos proposto realizar.

Ao final do primeiro mês, o grupo de alunas que se dispuseram a iniciar o

aprendizado do crochê já tinha se dissipado, as de outras turmas que continuaram tentando, ficaram até o final do mês de abril, portanto a experiência durou apenas 1 mês e meio, no último dia a única que participou como aprendiz foi a professora de português que pretendia fazer duas florzinhas de cores diferentes para sua filha colocar nos cabelos. Ela começou a aprender no recreio, levou o material para casa e terminou de fazer as flores lá.

Depois de ficar sozinha, três dias consecutivos na sala de artes, durante o recreio, avisei as alunas que ainda ficavam às voltas, mas sem fazer nenhuma tentativa de conseguir fazer a florzinha, que eu continuaria à disposição e que se qualquer delas se interessassem, me avisassem que eu me sentaria novamente com elas para ensina-las. Levei o material para o Colégio durante muitos outros dias, porém, nenhum aluno mais se interessou.

Tive oportunidade de conversar em separado com algumas das que iniciaram sobre a experiência, analisando junto com elas as dificuldades que todo aprendizado novo requer, levei alguns elementos de reflexão, porém, a resistência ao esforço que teriam que fazer para concluir o trabalho foi maior e elas desistiram de continuar e como não era uma atividade “obrigatória”, foi interrompida sem terminar.

Flores prontas só tivemos 4 (quatro), duas do aluno do sexo masculino e duas de outras alunas (não da turma que iniciou), mas que também já tinham noção de como fazer crochê, habilidade ensinada pelas mães ou avós. As outras todas desistiram sem terminar o trabalho. E mesmo os que concluíram o trabalho não se dispuseram a continuar o aprendizado, confirmando o ensinamento de González Pecotche que diz: “ depois de haver conseguido algo que constituíra meu querer, seu valor começa a dissipar-se, tornando-se, em pouco tempo, carente de atrativo, como se eu tivesse me equivocado ou se desvanecido em mim a ilusão alimentada, até o momento da posse.”

Conclusão:

A conclusão formulada ao final desta “tentativa” foi de que realmente é muito fácil iniciar uma atividade, uma tarefa, um projeto; o difícil é dar continuidade, é prosseguir ate o resultado final. Eu observei também que para algumas pessoas, possivelmente para a maioria delas, é mais fácil realizar numa atividade quando ela é “obrigatória”, o que foi previsto pelo autor da Logosofia, no Livro Bases para sua conduta, com relação às atividades que nos propomos realizar, seja em qualquer plano, no estudo ou no trabalho, ele disse o seguinte:

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“Temos que formular um propósito ou um plano e segui-lo como se alguém nos tivesse imposto esta realização, como se fosse uma obrigação”. Ele ainda acrescenta que “... se você interromper ou alterar continuamente esse plano, debilitará sua vontade e perderá o apoio e suas próprias decisões.”

Observei também que o pensamento de desânimo é contagioso e as alunas que reclamaram das dificuldades desde o início do aprendizado levaram outras colegas a também desistir de continuar tentando, o que causou o afastamento de quase todas.

As alunas de outras turmas que conseguiram prosseguir até o final, se esforçaram muito, levaram o material para casa, tentaram, repetiram e ao final sentiram-se muito felizes com o resultado de seus esforços, ao vislumbrarem as flores prontas.

As alunas que desistiram, não têm consciência que desaproveitaram o tempo e que a inconstância “anulou os esforços feitos” até o momento que desistiram e como conseqüência “não desfrutaram do resultado que um projeto levado a termo permite desfrutar”, ficando ainda um saldo mais grave, segundo afirmações de González Pecotche de que “o que se começa hoje e se abandona amanhã conduz a estados psicológicos de permanente insatisfação” e que “a inconstância não permite desfrutar de situações estáveis, resultado de projetos levados a termo. Não permite degustar a felicidade de um propósito perdurável, de uma idéia construtiva em vias de desenvolvimento, e ainda expõe a perder o que se tem”.

Da minha parte, esta experiência foi uma oportunidade muito grata, da qual colhi alguns elementos para a minha própria vida e que pretendo colocar em prática daqui para frente, firmando alguns propósitos como o de “não interromper uma atividade já começada”, “não desanimar diante da primeira dificuldade”, “vislumbrar o resultado como estímulo para continuar” e “me esforçar sempre para enfrentar as dificuldades, sejam elas de que natureza for, superando-me sempre”.

Ao SOE, minha gratidão pela oportunidade de investigação e incentivo ao registro escrito desta experiência.

Brasília, 6 de julho de 2007

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ADRIANA GUIMARÃES ROCHA CAMPOS

Professora de Geografia do Ensino Fundamental – Séries Finais Dentre várias situações muito significativas, vividas neste colégio, com a aplicação da Pedagogia Logosófica, escolhi para relatar, neste momento, uma que ainda está em curso: o trabalho com o 8º ano sobre a responsabilidade na entrega de tarefas de casa. Esse trabalho iniciou-se no 2º bimestre, quando vi que as notas dos alunos em todas as matérias estavam baixas e que durante o conselho de classe a maior queixa dos professores era quanto à entrega de trabalhos e deveres de casa. Eles estavam sendo prejudicados porque não entregavam trabalhos, mas sabiam os conteúdos, as notas das provas não eram tão ruins. Eles perdiam os pontos destinados aos deveres de casa e à entrega de trabalhos por esquecimento ou por irresponsabilidade.

Após o conselho de classe, fiquei pensando muito em como ajudar esses alunos a se organizarem melhor, ou seja, organizar melhor o seu tempo livre (destinado aos deveres de casa no período da tarde). Na primeira aula após o conselho, conversei com cada aluno sobre suas atividades no período vespertino e sentei com cada aluno, durante a aula, individualmente, e montamos um cronograma de estudos. Cada aluno anotou na sua agenda o seu cronograma de estudo. Entreguei a eles também técnicas de estudo, como organização do tempo e espaço utilizados no estudo diário. Na sala de aula, colei, no mural, um quadro de atividades do bimestre e pedi à representante da sala para anotar nesse quadro todos os deveres que os professores estavam passando. As anotações deveriam ser ao fim de cada aula. Trabalhei com eles o ensinamento a seguir:

“Consagre todo o tempo possível ao estudo- com fé e entusiasmo-, aumentando a cada dia seu saber e sentindo-se disposto, ao mesmo tempo, a conservar esse saber que necessitará, de sua parte, a atenção e dedicação que sempre devemos prestar às coisas que nos hão de ser úteis”.

Durante o intercâmbio, os alunos chegaram a várias conclusões:

• Estudar com gosto fica mais fácil;

• É importante sentir-se bem internamente para estudar;

• A organização para o estudo é fundamental;

• Ter iniciativa e não deixar acumular conteúdos também ajuda. Após essa conversa, observei que os alunos não sabiam se organizar e não sabiam

técnicas de estudo. Sobre a organização do tempo, do espaço e das tarefas a serem realizadas eu

conversei individualmente e montamos juntos outro cronograma de estudo. Em relação às técnicas de estudo, montei um pequeno cartaz explicativo com algumas

regras/ estratégias que podem ajudá-los no estudo diário. Nomeamos assim: Estratégias que podem apoiar o sucesso na escola. Ao final do texto, segue uma cópia desse cartaz.

O cartaz gerou uma série de explicações onde os alunos retiraram algumas dúvidas e fundamentaram ainda mais o cronograma de estudo diário que havíamos planejado.

Essa experiência continua, pois eu sei que eles precisam melhorar. Já observei um pequeno crescimento nas minhas aulas, poucos alunos esquecem os deveres de casa ou o Atlas para trabalho em mapas.

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Já estou organizando um momento de reflexão e intercâmbio com a turma antes do trabalho com a viagem do Projeto Interdisciplinar. Com ensinamento abaixo, buscarei estimulá-los no cumprimento das tarefas.

“Todo tempo livre, dedique-o a aprender o que não sabe e faça-o logo, como se fosse necessitar disso num futuro imediato”.

Ao voltarmos da viagem, voltarei ao ensinamento e recordaremos as técnicas de estudo. Estamos sempre conversando sobre essas técnicas. Durante a confecção dos trabalhos, observarei o comprometimento em relação aos trabalhos.

Essa vivência ainda continua...

ESTRATÉGIAS QUE PODEM APOIAR O SUCESSO NA ESCOLA

Organize-se: o Espaço de trabalho bem organizado:

§ Bem iluminado, com todos os materiais necessários à mão e livre de barulhos.

o Manejo do tempo:

§ Montar um calendário de tarefas a serem feitas. (Registrar tarefas, eventos e atividades).

o Estruturação das tarefas:

§ Qual tarefa deve fazer primeiro? § Qual é a mais simples? § Que tarefa levará mais tempo a realizá-las?

o Localização do material escolar:

§ Deixar á mão: • Deveres de casa • Livros • Cadernos • Estojos com lápis • Atlas

BOM ESTUDO!

Ano de 2007

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Conclusões

Como a correção é um processo essencial e indissociável da educação, não

há educação sem correção. No entanto, corrigir vai muito além de inculcar medo e

temor em crianças e adolescentes. Corrigir é orientá-los para a vida, dar condições

para que suas configurações biopsicoespirituais sejam respeitadas e valorizadas,

estimular o bem e saber identificá-lo na Criação.

Para tais objetivos, a Pedagogia Logosófica instituiu uma nova forma de

educar, onde o aluno é visto integralmente e a ação docente é pautada no

conhecimento logosófico. Logo, busca-se educar para a vida. E essa responsabilidade

tão grandiosa está expressa na missão a que se propõem os Colégios Logosóficos.

“Oferecer à infância e à adolescência um amparo e um saber

que favoreçam o desenvolvimento pleno de suas aptidões físicas,

mentais, morais e espirituais, formando as bases de uma nova

humanidade, mais consciente de sua responsabilidade frente à própria

vida, à sociedade em que vive e ao mundo”.

Para favorecer o trabalho docente, o Serviço de Orientação Educacional, SOE,

cumpre um importante papel: despertar e auxiliar todo o corpo docente do Colégio

Logosófico a orientar o aluno a perceber suas condições reais e superar-se frente à

própria vida formando, então, uma nova individualidade.

Frente a todos os elementos, técnicas e estratégias de correção apresentados

nesse trabalho, pode-se concluir que a melhor forma de se corrigir ainda permanece

como um tema de estudo para todo o Colégio Logosófico. Porém, já há alguns

resultados em sua prática com crianças e adolescentes. Resultados esses que vão

de encontro com os objetivos da Pedagogia Logosófica e da missão do Colégio.

Assim, há como afirmar que, respeitando-se os grandes conceitos logosóficos,

homem, Deus, Universo e Leis Universais, realiza-se um trabalho que estimula a

formação de caráter e a conquista de valores morais pelas crianças e adolescentes.

Dessa forma, eles irão se superar a cada dia e alcançarão uma educação mais plena,

efetiva e integral.

Referências Bibliográficas

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1. PECOTCHE, Carlos Bernardo González, Logosofia Ciência e Método. P. 80 e 81.

2. PECOTCHE, Carlos Bernardo González, Curso de Iniciação Logosófica, § 114.

3. PECOTCHE, Carlos Bernardo González, Curso de Iniciação Logosófica, § 156.

4. PECOTCHE, Carlos Bernardo González, Curso de Iniciação Logosófica, § 22.

5. PECOTCHE, Carlos Bernardo González, Introdução ao Conhecimento Logosófico,

p.156.

6. PECOTCHE, Carlos Bernardo González, Conferências VI, p.190, 3.

7. PECOTCHE, Carlos Bernardo González, Curso de Iniciação Logosófica, § 116.

8. PECOTCHE, Carlos Bernardo González, Bases para sua Conduta, p.28.

9. PECOTCHE, Carlos Bernardo González, Introdução ao Conhecimento Logosófico,

p.289.

10. PECOTCHE, Carlos Bernardo González, Curso de Iniciação Logosófica, § 138.