terras indÍgenas e os contrastes existentes no brasil · fortalecer suas identidades, línguas e...
TRANSCRIPT
1
TERRAS INDÍGENAS E OS CONTRASTES EXISTENTES NO BRASIL
Antonio Marcos Alves da Costa1
Diego Giachetto2
Vilmar Martins Moura Guarany3
“O que você tem capacidade de
fazer, tem capacidade também de
não fazer.”
Aristóteles.
RESUMO: O presente trabalho científico apresenta um estudo sobre as terras indígenas em território brasileiro,
quais as regiões em que os indígenas ocupam maiores territórios, como também as áreas em que são mais
habitadas por esses povos nativos, fazendo um recorte histórico, partindo da chegada dos colonizadores no ano
de 1500 até os dias atuais. Para isso buscaremos nos diplomas legais as definições do que são terras indígenas,
população indígena e quais são as modalidades de terras indígenas, como também dados apresentados pela
FUNAI e IBGE, com as mudanças que ocorreram nesse período. Com esse foco buscar-se-á os possíveis
desdobramentos das mudanças que ocorreram na ocupação das terras indígenas desde o século XV até os dias
contemporâneos, pois suas moradas eram encontradas em sua maioria nas faixas litorâneas e minoria no interior
do país, hoje encontramos uma situação inversa, já que a maioria da população indígena se encontra no interior
do país, concentrando grande parte de indígenas nas cidades, enfraquecendo a luta no seu ambiente natural, pois
com menos índios morando nas aldeias, essa população que cada vez fica menor nesse ambiente, ficando mais
suscetível de invasão das suas fronteiras, o que a longo tempo pode fazer com que as comunidades possam
desaparecer, o que seria uma perda inestimável para o país, mas não para exploradores que estão de olho nas
riquezas naturais que existem nessas terras.
Palavras-chaves: território; indígenas; população.
ABSTRACT: This scientific work presents a study on indigenous lands in Brazil, which regions in which
indigenous occupy larger territories, as well as the areas that are most inhabited by these native peoples, making
a historical period, starting from the arrival of the colonizers in 1500 to the present day. To seek this legislation
in settings that are indigenous lands, indigenous population and what are the modalities of indigenous lands, as
well as data presented by FUNAI and IBGE, with the changes that occurred during this period. With this focus
will pick-up the possible ramifications of the changes that occurred in the occupation of indigenous lands from
the fifteenth century to the contemporary days, because their dwellings were found mostly in coastal and
minority groups within the country, today we find a reverse situation, since most of the indigenous population is
within the country, focusing much of the indigenous towns, weakening the fight in their natural environment
because less Indians living in villages, the population that increasingly is lower in this environment , becoming
more susceptible to invasion of its borders, the long time can cause communities to disappear, what would be an
inestimable loss to the country, but for explorers who are eyeing the natural resources that exist in these lands.
Key-words: territory; indigenous; population.
SUMÁRIO: 1. Introdução; 2. Terras e população indígena. 2.1 As terras indígenas e suas modalidades; 2.2. A
população indígena brasileira; 3. A violência simbólica contra os indígenas no brasil; 4. Conclusão; Referências
bibliográficas.
1Antonio Marcos Alves da Costa - Acadêmico do X Termo do Curso de Direito pela AJES – Faculdade de
Ciências Contábeis e Administração do Vale do Juruena. E-mail para contato: [email protected] 2 Diego Giachetto - Acadêmico do X Termo do Curso de Direito pela AJES – Faculdade de Ciências Contáveis e
Administração do Vale do Juruena. E-mail para contato: [email protected] 3 Graduado em Direito pelo Centro Universitário de Goiás – Uni Anhanguera; Mestre em Direito pela PUC /PR;
Professor da AJES. E-mail para contato: [email protected]
2
1. INTRODUÇÃO
O presente artigo pretende levar ao leitor uma pequena introdução sobre as ocupações
das terras indígenas, os dispositivos legais que disciplinam sobre a matéria, como a
Constituição Federal de 1988, no artigo 231, a Lei 6001/73 Estatuto do Índio, como também o
decreto 1775/96, definem sobre o que são terras indígenas e suas modalidades e também as
atuais situações destas, pois existem várias que ainda estão em fase de processo
administrativo, e estas também possuem nome específico.
Outro ponto fulcral que se pretende explanar no presente trabalho versa sobre a parte
do território brasileiro em que se encontram as terras indígenas, qual a porcentagem de terras
brasileiras que são originariamente desses nativos brasileiros, como também as regiões
brasileiras que mais concentram essas populações, mesmo sabendo que todos os Estados
brasileiros e também o Distrito Federal tem populações indígenas, de acordo com o Censo do
IBGE 2010.
Num terceiro momento o trabalho focará na diminuição da população indígena, que
aconteceu desde a colonização até os dias atuais, afirmando que durante esses séculos a
população indígena vem sendo dizimada das terras brasileiras, perdendo o direito que
originariamente é seu.
O trabalho também explicitará que no momento da chegada dos colonizadores a
maioria da população ocupava faixas litorâneas e a minoria habitava no interior do país, o que
hoje se mostra inverso, concentrando grande número de indígenas nas cidades, fazendo com
que a população indígena acabe sofrendo exploração das formas mais variadas nos ambientes
citadinos, com a ocorrência dessa habitação, acaba por ocasionar a diminuição de indígenas,
sendo assim, com uma população indígena diminuta nas aldeias, a invasão dos territórios
indígenas acaba sendo facilitada.
O que nos leva a pensar que essa mudança pode estar ocorrendo premeditadamente
por parte das pessoas que desejam essas regiões, sendo que estas possuem grande riqueza,
tanto mineral (água), quanto de extrativismo de madeiras, como também de pedras preciosas,
o que acaba por aguçar o olhar das pessoas que dominam, tanto o país quanto ao mundo.
E por último, frisa-se a questão da ideologia dominante atual que produz violência
simbólica ao produzir uma imagem deformada do índio, passando uma visão que este é ser
“ingênuo” e “incapaz” de resolver os seus problemas cotidianos. Tal visão deturpada do índio
3
contribui parte negar direitos negados historicamente e constituir uma legislação que
contemple a existência e as reais necessidades da minoria étnicas do país.
2. TERRAS E POPULAÇÃO INDÍGENA
2.1 As terras indígenas e suas modalidades.
Antes de fazermos uma definição do que são terras indígenas, perpassaremos pelo
artigo 20, IX da Constituição Federal, que reza que “Art. 20: São bens da União: [...] IX – as
terras tradicionalmente ocupadas pelos índios”4, nesse sentido esse artigo traz a lume que
mesmo as terras indígenas sendo demarcações originárias desses povos, são bens a União. Tal
fato nos leva a uma discussão paradoxal, pois, como essas terras podem ser bens da União,
com demarcações para os indígenas e elas são invadidas e depois são dadas posse para outros
proprietários, ou mesmo esses novos “posseiros” ficam na terra usufruindo dela, não
apresentando informações, para a União muito menos para os índios. Será que a União não
tem essas informações sobre terras indígenas? Fica a reflexão.
Destarte, após esse questionamento, partimos para a definição de terras indígenas que
segundo o artigo 231 da Constituição Federal “são terras de domínio da União,
tradicionalmente ocupadas pelos índios, submetidas a um regime constitucional de usufruto5”,
essas são chamadas de terras indígenas tradicionalmente ocupadas, cujo processo de
demarcação é regido pelo Decreto n.º 1775/96.
Seguindo nessa esteira, temos outra uma segunda modalidade de terra indígena que
são as Reservas Indígenas que de acordo com a Funai (Fundação Nacional do índio) estas
“São terras doadas por terceiros, adquiridas ou desapropriadas pela União, que se destinam à
posse permanente dos povos indígenas. São terras que também pertencem ao patrimônio da
União, mas não se confundem com as terras de ocupação tradicional6”, observa-se aqui que
terras tradicionalmente ocupadas, não são o mesmo que reservas indígenas, já que estas
últimas são doadas e as primeiras são ocupadas tradicionalmente, então a reseva não é
regulada pelo Decreto 1775/96.
Uma terceira modalidade de terra indígena, são as dominiais, “São as terras de
propriedade das comunidades indígenas, havidas, por qualquer das formas de aquisição do
4 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, art. 20, inciso IX.
5 Idem, art. 231.
6 Modalidades de Terras Indígenas. Disponível em <http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-
brasil/terras-indigenas>. Acessado em 01 de setembro de 2014 às 15h25min.
4
domínio, nos termos da legislação civil”7, aqui já se observa que as terras dominiais necessita
da legislação civil para que tenha concretude o ato, diferentemente das anteriores.
A última modalidade de terra indígena de acordo com a Funai é a Interditada:
São áreas interditadas pela Funai para proteção dos povos e grupos indígenas
isolados, com o estabelecimento de restrição de ingresso e trânsito de terceiros na
área. A interdição da área pode ser realizada concomitantemente ou não com o
processo de demarcação, disciplinado pelo Decreto n.º 1775/96.8
Essa modalidade se consubstancia em proteger os silvícolas de explorações ou
invasões de terceiros, pois de acordo com o Estatuto do Índio Lei 6001/73, em seu artigo
Art.7º, parágrafos 2º e 8º, reza que:
Art. 7º Os índios e as comunidades indígenas ainda não integrados à comunhão
nacional ficam sujeitos ao regime tutelar, estabelecido nesta Lei:
§2º Incumbe a tutela à União, que a exercerá através do competente órgão federal de
assistência aos silvícolas.
§8º São nulos os atos praticados entre índios não integrados e qualquer pessoa
estranha, à comunidade indígena quando não tenha havido assistência do órgão
tutelar competente.9
Para o Estatuto do Índio que ainda é a forma utilizada pelo nosso ordenamento
Jurídico, para dirimir possíveis liames quando se trata da questão indígena, dessa forma a
Funai com essa medida pretende dar proteção a esses povos, pois a reflexão e a interpretação
que fazemos quando são abordados esses parágrafos, juntamente com o artigo do Estatuto,
concluímos que os indígenas são considerados incapazes, pelo próprio estatuto que os regem.
Contrapondo este pensamento, levanta-se aqui s uma discussão sobre o que é um índio
não integrado, pois tal definição pode gerar conflito, já que, índios devem ser determinados
pela sua própria comunidade, pois é ela quem vai determinar quem é e quem não é indígena, e
não por terceiros como prevê o decreto 1775/96, contrariando a Convenção 169 da OIT, que
traz os seguintes dizeres:
Reconhecendo as aspirações desses povos de assumir o controle de suas próprias
instituições e formas de vida e de seu desenvolvimento econômico e de manter e
fortalecer suas identidades, línguas e religiões no âmbito dos Estados nos quais
vivem, e Observando que, em diversas partes do mundo, esses povos não têm
condições de gozar de seus direitos humanos fundamentais na mesma medida que o
resto da população dos Estados nos quais vivem e que, em muitos casos, tem-se
observado um processo de erosão de suas leis, valores, costumes e perspectivas.10
Dessa forma fica explícito o foi proposto no parágrafo supracitado, contrariando o
Estatuto do Índio, já que o Estatuto nos remete a um órgão para fazer essa interpelação junto
7 Idem, Acessado em 01 de setembro de 2014 às 15h40min.
8 Idem. Acessado em 01 de setembro de 2014 às 16h15min.
9 ESTATUTO DO ÍNDIO – LEI 6001/73 – Art. 7º.
10 Convenção n° 169 sobre povos indígenas e tribais e Resolução referente à ação da OIT / Organização
Internacional do Trabalho. - Brasilia: OIT, 2011.
5
aos órgãos competentes do Índio não integrado, já a Convenção 169 da OIT (Organização
Internacional do Trabalho) da qual o Brasil é signatário, relata que os índios devem ser livres,
como também assumir o controle de suas próprias instituições, voltamos aqui a nos deparar
com um novo paradoxo, necessitando que órgãos que legislam tomem posição para com a
referida situação.
Regressando as modalidades de terras indígenas, após apresentar as quatro
modalidades de Terras indígenas mais utilizadas em nosso território, exporemos aqui um
gráfico da atual situação dessas terras, apresentando a quantidade de terras indígenas que
estão demarcadas para cada uma dessas modalidades, apresentando no gráfico 1:
MODALIDADE QTDE SUPERFÍCIE (ha)
INTERDITADA 6 1.084.049,0000
DOMINIAL 6 31.070,7025
RESERVA INDIGENA 30 33.358,7036
TRADICIONAMENTE OCUPADA 544 111.963.634,4401
TOTAL 585 113.112.112,8462
Fonte: FUNAI.11
Observa-se aqui no gráfico 1º, que a modalidade com maior ocupação quanto a área,
que aqui nos é apresentada em hectare é a Tradicionalmente Ocupada, e que a soma das
quantidades das terras são de 585, a soma desses hectares girando em torno de 12,2% de todo
o território nacional.
Sendo assim, essa quantidade de terra pode até parecer muita, mas para manter as suas
necessidades básicas de sobrevivência, como também a utilização das mesmas para suas
atividades produtivas, imprescindível à preservação dos recursos ambientais necessários a seu
bem-estar e necessária à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e
tradições, realmente são necessárias essa porções de terras, que são de seus direitos
originários.
Nesse diapasão, as terras indígenas estão nas cinco regiões do território nacional,
como diferentemente possa se existem terras indígenas em Estados como São Paulo, Rio de
Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, o que não é discutido pela grande mídia, fazendo com que
as pessoas acreditem que só existem terras indígenas nas regiões Centro-Oeste e Norte, mas o
11
Modalidades de Terras Indígenas. Disponível em <http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-
brasil/terras-indigenas>. Acessado em 12 de setembro de 2014 às 9h25min.
6
gráfico 2 abaixo, vem corroborar com nossa afirmação supracitada, que todas as regiões
brasileiras são ocupadas por terras indígenas, vejamos:
Fonte: Funai.12
Observa-se no presente gráfico que a maior parte das terras indígenas estão situadas na
região norte, o que não nos causa nenhum estranhamento, pois é a região brasileira que ainda
conserva o maior número de florestas, como também a que possui os ecossistemas mais ricos
do planeta, indícios de que tem preservação nesse ambiente, a região Centro-Oeste também
concentra grande território indígena, já as outras regiões brasileiras se equivalem, mas pelo
gráfico acima representam também boa porção de terra indígena de nosso território, cerca de
27% dos territórios indígenas nacionais.
2.2 A população indígena brasileira.
De acordo com números do IBGE a população indígena no Brasil desde a chegada dos
Portugueses sofreu alterações consideradas do século XV até os nossos tempos, pois no
momento em que os patrícios aqui chegaram a população indígena nacional girava em torno
de 3.000.000 (três milhões de índios), que ao observarmos o gráfico abaixo chegou a 70.000
(setenta mil índios) na década de 50, nesse momento histórico foram extintas várias etnias,
levando consigo, suas línguas, seus costumes e suas crenças.
Sendo assim observamos o que o gráfico 3º nos trás quando a população indígena no
nosso país, desde o descobrimento até os dias atuais, e posteriormente tiraremos
12
Modalidades de Terras Indígenas. Disponível em <http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-
brasil/terras-indigenas>. Acessado em 12 de setembro de 2014 às 10h40min.
7
considerações interessante sobre essa mudança radical na curva populacional que se fez
durante essas décadas, vejamos:
Fonte: Funai13
Observa-se no gráfico que a população indígena brasileira se locomoveu em grande
número dos litorais, onde a grande maioria se abrigava nos idos do ano 1500, partindo para o
interior do país, nos anos subsequentes, pois o colonizador chegará e a sua primeira morada
era no litoral, pois ainda não conhecia o que estava no interior do país.
Seguindo nessa esteira, os índios com seus costumes, crenças e hábitos de liberdade,
para não se tornar escravos, e muito menos para ter sua população dizimada, eles se
refugiavam no interior para ter sobrevida e cada vez mais adentrando as matas, algo ainda
desconhecido pelo invasor.
Sendo assim com a chegada dos colonizadores no interior do país e sem a proteção
devida do Estado naquele momento histórico, os índios quase se extinguiram do nosso solo, o
que seria uma perda inestimável para as futuras gerações do país, pois poderíamos perder
nossos primeiros habitantes.
Mas conforme o invasor ia conhecendo o interior, os índios tinham que lutar para se
manterem, observando o gráfico chega-se a conclusão que a luta indígena para se manter na
terra foi gloriosa, pois na década de 1957 a 1980 os índios quase sumiram do mapa, tinha-se
naquele período que a extinção dos índios do território nacional era questão de tempo.
Sendo assim a partir da década de 1980, houve uma significativa mudança, e a curva
populacional mudou o seu rumo, igualmente as terras e hoje ainda temos 12,2% do nosso
território legalizado como terra indígena, que como supracitado, são bens da União, mas
13
Modalidades de Terras Indígenas. Disponível em <http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-
brasil/terras-indigenas>. Acessado em 12 de setembro de 2014 às 14h08min.
8
pertencente aos índios de forma originária, com direito ao usufruto e também reaver para as
gerações vindouras.
Em contraposição o Estatuto do Índio que traz em si vários direitos aos indígenas,
contrapõem-se em seu artigo 4º, quando traz as nomenclaturas classificando índios em três
diferentes classes, sendo elas: Os índios isolados, quando vivem em grupos desconhecidos;
Em vias de integração, quando em contato com grupos estranhos conservam seu modo de vida
nativa e por último os Integrados, que são aqueles que são incorporados no pleno exercício do
direito civil, aqui há uma contradição no Estatuto do Índio, pois o correto seria seguir a
convenção 169 da OIT, conforme supracitado, pois são os índios que devem definir-se e não
órgãos governamentais.
Dizemos isto para afirmar o indígena como sujeito de direitos que é, deve ter direito a
sua autodeterminação de fato, e fatores como esse que negam que o índio se autodetermine,
pode trazer complicações futuras para essa população, e ser um entrave na proliferação das
etnias, pois atualmente os índios se encontram em outro momento.
Dessa forma a evolução tecnológica está presente na lavoura, como é o caso dos
Parecis, que são grandes produtores de grãos, e trabalham com tecnologia de ponta, assim
como na evolução em demarcações de terras por parte do Governo Federal, como também na
população, ainda deve haver muita luta pelas etnias, para que realmente os direitos indígenas
sejam respeitados, mas, as lutas hoje são para outros direitos além da terra, pois os povos
indígenas em nosso território aumenta de forma significativa, trazendo essa afirmação através
das autoras, Veiga; Azevedo e Colman, com a expansão dos Guarani em terras de São Paulo:
Na década de 1980, apoiados por algumas instituições não governamentais e pela
FUNAI, os Guarani demandaram do governo o reconhecimento de suas terras (ou
daquelas onde foram se estabelecendo no século 20). Nessa época eram cerca de 10
aldeias no Estado.
Atualmente (2012) a FUNAI identifica 28 aldeias Guarani em 19 terras indígenas ao
longo do Vale do Ribeira e Litoral paulista, além de outras 12 aldeias Guarani fora
das Terras Indígenas já reconhecidas, totalizando 40 aldeias. Além dessas, há 5
aldeias Guarani na cidade de São Paulo. Ao todo, são 45 aldeias, com uma
população total de 3.593 pessoas dos grupos Nhandeva e Mbyá.14
De acordo com as autoras, fica nítido que a expansão Guarani no Estado de São Paulo
se dá após a década de 1980, pois eram somente 10 aldeias no Estado, sendo hoje 45 aldeias
com a população de 3593 pessoas, isso nos faz refletir sobre o gráfico acima, e entender o
14
VEIGA, Juracilda; AZEVEDO, Marta M. A.; COLMAN, Rosa S.; Reocupando territórios, a expansão dos
Guarani no Estado de São Paulo. Disponível em
<http://www.abep.nepo.unicamp.br/xviii/anais/files/POSTER[548]ABEP2012.pdf>. Acessado 12 de setembro
de 2014 às 17h18min.
9
motivo dos índios chegarem a 70.000 em algumas décadas atrás e hoje termos quase 820 mil
índios em nosso território, o que não é muito, pois somam menos de meio porcento de toda a
população nacional, se compararmos a Bolívia essa porcentagem é irrisória, pois no país
vizinho onde o Presidente é Índio e 41 dos 130 deputados também são indígenas15
, a
população é de 60% (sessenta porcento) indígenas.
Tal fator acontece justamente pelas lutas dos povos indígenas pela terra e por também
algumas ações legislativas que garantiram os índios em suas terras, sendo a principal a
Constituição Federal, como também a Convenção 169, ambas são de suma importância, o que
acaba por livrar os povos indígenas de invasões por parte dos exploradores, e também por
parte de fazendeiros e madeireiros, essas benevolências, são as demarcações das terras
indígenas, início a assistência a saúde, educação investimento em ações como a
comercialização da castanha, que hoje é uma fonte de renda para os índios, entre outras
garantias que os índios ainda não tinham, e hoje algumas etnias já contam com essas benesses,
mesmo não sendo o ideal, já se tem um olhar esperançoso para o futuro dessas populações
indígenas.
3. A VIOLÊNCIA SIMBÓLICA CONTRA OS INDÍGENAS NO BRASIL
O conceito de violência simbólica foi primeiramente pensado Bourdieu (1970) para
descrever o processo pelo qual a classe que domina economicamente impõe sua cultura aos
dominados. Bourdieu, juntamente com o sociólogo Jean-Claude Passeron, partem do
princípio de que a cultura, ou o sistema simbólico, é arbitrária, uma vez que não se assenta
numa realidade dada como natural. O sistema simbólico de uma determinada cultura é uma
construção social e sua manutenção é fundamental para a perpetuação de uma determinada
sociedade, através da interiorização da cultura por todos os membros da mesma. A violência
simbólica expressa-se na imposição "legítima" e dissimulada, com a interiorização da cultura
dominante, reproduzindo as relações do mundo do trabalho. O dominado não se opõe ao seu
opressor, já que não se percebe como vítima deste processo: ao contrário, o oprimido
considera a situação natural e inevitável.
Partindo do pressuposto que o oprimido não se opõe ao opressor porque dentro do
processo de produção do sistema simbólico produzido e reproduzido pelo dominador, o
dominado é induzir a ver sua inferioridade como algo natural e inevitável. Nesta ótica pode-se
analisar o discurso da mídia traduz uma imagem do índio que parece só existir na região norte
15 Povos indígenas na América Latina. Disponível em <www.pnud.org.br/notícias.aspx?id=3731>. Acessado
em 11 de setembro de 2014 às 22h05min.
10
do Brasil? Ou que ser índio é caracterizado como um indivíduo que só vive na floresta em
harmonia com a natureza e os animais, portanto arco e flechas e avesso à cultura “civilizada”?
Essa naturalização dos povos indígenas no discurso dominante da mídia tem o propósito de
encobrir reais os direitos que essas populações têm, e afastar qualquer tentativa de revolta
contra o sistema. Então, essa imagem de não oposição ao índio, sendo visto como um ser
amigável visa mascarar suas reais condições de oprimidos, dos direitos negados a séculos pelo
colonizador.
Os povos indígenas foram massacrados desde muito tempo pelo colonizador. Isso ao
longo da história contribuiu com que esses povos se esfacelassem cultural e economicamente
e hoje muitos desses indivíduos que sobreviveram a essa herança maldita se encontram
dispersos por todo o território nacional, vivendo tanto nas áreas rurais quanto nas áreas
urbanas, os quais muitas vezes se encontram invisíveis aos olhos da sociedade e vivendo em
péssimas condições de vida.
Outro exemplo que pode ser ressaltado sobre violência simbólica produzindo no
discurso mediático reflete a concepção de determinados grupos sociais que reproduz uma
visão dos povos indígenas como pessoas “ingênuas” e “incapazes” de resolver os seus
problemas e, portanto, sempre estarão à mercê da solução e medidas tomadas pelos brancos.
Kárita Cristina Francisco em seu artigo “Retrato indígena pela mídia impressa sul-mato-
grossense”16
, analisa o discurso dos jornais “o Correio do Estado e O Progresso” que retratam
as etnias indígenas Bororo e Jaguapiri da região de Dourados/MS, como seres incapazes de
solucionar seus problemas, de autodeterminar-se e de autogerir-se. Conforme a autora “Nas
matérias relatam o caso dos golpes dos cartões, o índio é retratado como ingênuo, inocente. O
termo empregado é “índios”, mas não aquele imprevisível e valente da ocupação das terras,
mas o ingênuo e indefeso perante a sociedade branca”. E o termo “índios” é empregado por
tais jornais no intuito de reproduzir no consciente e inconsciente dos leitores a ideia de algo
indomado, imprevisível, selvagens.
Essa ideia do discurso do dominador de imprimir uma configuração como devem ser e
como devem agir os dominados vai ao encontro com as palavras de Stephen Grant Baines,
que os dominadores impõe sua visão de mundo e suas representações aos dominados para este
16
Kárita Cristina Francisco - Retrato Indígena pela mídia impressa Sul-Mato-Grossense. Disponível em
<http://www.unigran.br/interletras/ed_anteriores/n3/dossie/retrato.html>. Acessado em 12 de setembro de 2014
às 23h49min.
11
se percebam que são como os dominadores e assim perdem a própria identidade para assumir
a identidade do dominador:
[...] através de discursos de dominação, a sociedade dominadora impõe suas
representações da sua "realidade", que indicam a prescrevem aos dominados o que
devem pensar a como devem pensar, o que devem valorizar a como devem valorizar,
o que devem ser a como devem ser, o que devem fazer e como devem fazer, a além
disso, o que devem ser e como devem ser. (BAINES, 1990: p.114)17
É assim que o pensamento dominante se impõe violentamente como a única forma de
pensar e ser aos dominados. Se antes o discurso dominante pregava a inserção dos índios na
civilização ocidental moderna como forma de arrematá-los como mão-de-obra no processo
capitalista18
, hoje o discurso de dominação se inverte e nega o direito das etnias indígena de
possuir sua própria cultura e ao mesmo poder usufruir dos bens materiais e imateriais
conquistados pela civilização, significando que ser índio tem viver como “selvagem”,
“bárbaro”, “inculto”, ou seja, sem direito de usufruir das conquista materiais, tecnológicas e
econômicas da humanidade. No pensamento dominante se os índios passam a contextualizar
suas práticas a partir dos bens culturais da civilização branca “moderna”, então, deixam de ser
índios e passam a viver como brancos.
Podemos citar como exemplo, no pensamento alienado da mídia e da elite dominante o
índio ter veículos motorizados, usar tecnologias modernas para produzir grãos como é caso da
etnia Xavante do estado do MT, usar celulares e ou possuir casas modernas significa deixar de
ser índio, não contextualizar as práticas culturais indígenas. Tal absurdo é reproduzido
constantemente no consciente e inconsciente da população que o direito dos povos indígenas
como a dignidade de uma vida decente, a sua identidade cultural e a posse territorial de suas
terras lhes são negados, causando imensa confusão até na elaboração da legislação que lhes
confira o direito de viver e existir.
O próprio IBGE reconhece no senso de 201019
(Tabela abaixo) que milhares de
indígenas hoje confinados em centros urbanos, talvez vivendo as margens da sociedade, sem
direito de uma vida digna e decente dentro da sociedade urbana, entregue a mais pura sorte da
mazela social em que vivem nestes centros. Mesmo vivendo à margem social nas cidades
17
Baines, Stephen Grant. "E A FUNAI QUE SABE": a frente de atração Waimiri-Atroari. Belem:
MPEG/CNPq/SCT/PR. 1990. 18
Melo, Patrícia Raiol Castro de. Mão-de-obra indígena em corpos de trabalhadores. ANPUH – XXV
SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Fortaleza, 2009. Disponível em <http://anpuh.org/anais/wp-
content/uploads/mp/pdf/ANPUH.S25.0835.pdf>. Acessado em 12 de setembro de 2014 às 22h36min. 19
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Gráficos e Tabelas. Disponível em
<http://indigenas.ibge.gov.br/graficos-e-tabelas-2>. Acessado em 11 de setembro de 2014 às 14h05min.
12
brasileiras esses índios não deixaram de ser índio, não se esqueceram das suas raízes
ancestrais e culturais da etnia a que pertenciam. Agora estão conquistando autonomia e
reconhecendo que tem história e são sujeitos de direitos, vejamos:
Fonte: IBGE, 2010.
Em um país como Brasil em que a maior parte da sua história negou os direitos das
minorias étnicas em nome da razão branca dominante, passa a partir da CF de 1988, a ser um
estado democrático de direitos deferindo o direito destas minorias que sempre foi negado e
como se nunca tivesse existido. Essa consequência histórica de conquista de direitos pelas
minorias étnicas e que por tempo foi suprimidas da história e do espaço culminaram no
reconhecimento de mais de trezentos mil pessoas que declaram ser pertencentes às etnias
indígenas. Talvez sejam muitos mais, pois como diz CARVALHO, muitos índios no Brasil
não se reconhecem como índio por ter vergonha, por causa da imagem publicitária negativa
do índio construída pela mídia que vende para população:
[...] O Brasil é o único país da América Latina que apresenta índios com vergonha
de se afirmarem como tal. Isso não é de se estranhar, afinal, com a imagem deles
sendo retratada de maneira tão preconceituosa nas novelas, nos filmes e programas
televisivos, assumir que possuem essa identidade étnica dita “inferior” às demais,
chega a ser vergonhoso. 20
Graças à pesquisa e resultados trazidos a público pelo IBGE, esse quadro de ter
vergonha e de não reconhecer que é índio vem mudado, no entanto, há muito que fazer além
de reconhecer essas minorias étnicas existentes e que possuem territórios; como legalizar seus
direitos negados historicamente pela classe dominante possuidora do poder. Portanto, são a
partir de levantamentos de dados que poderão subsidiar os debates e elaboração de leis que
assegurem os direitos e as reais necessidades de sobrevivências dos grupos étnicos indígenas.
20
Maraysa Suellen Angelim de Carvalho – A política pública do Índio no Brasil. Disponível em
<http://www.fa7.edu.br/recursos/imagens/File/publicidade/ic/2006/artigo-com-05.pdf>. Acessado em 12 de
setembro de 2014 às 15h23min.
13
Embora com crescente aumento de direitos das minorias étnicas como os negros e os
índios no estado democrático Brasileiro e pesquisas que legitimam cada vez mais a existência
destes grupos, a elite dominante conservadora ainda insiste através de seus mecanismos de
reprodução ideológica em não aceitar o reconhecimento das etnias minoritárias no país,
repassando a população através das mídias uma imagem destorcidas do assunto como faz o
grupo Abril de comunicações, onde o colunista Reinaldo Azevedo, em artigo de opinião
publicado em 10/08/2012 no site da revista Veja, de maneira maniqueísta trata o aumento de
pessoas que se declararam índios como um bom “negócio”, pois segundo ele “Aos olhos da
lei, quem é considerado indígena passa a ter acesso garantido a terras demarcadas”21
. Não é de
estranhar que autor escreve isso, até porque ele representa à opinião de um meio de
comunicação que defende o projeto da elite conservadora que é manter a concentração de
terras e o agronegócio para um pequeno grupo. Por isso o colunista não ressalta que ao longo
da história milhares de etnias indígenas foram dizimadas, dispensas pelo território brasileiro
tendo seus direitos negados e hoje muitos indígenas reconhecidos e não-reconhecidos estão
desestruturados, vivendo em cidades muitas vezes abaixo da linha da pobreza e sem uma
perspectiva de vida futura melhor.
Então, negar de fato que existem grupos étnicos dispersados, invisíveis até pouco
tempo, pelo território nacional e vivendo nas cidades é negar-lhes direitos de reivindicar
pautas nas reformulações de políticas de estado que reforcem a cidadania e consolidação de
uma vida melhor.
4. CONCLUSÃO
No presente artigo, pretendeu-se dar ênfase dar peculiar atenção às terras indígenas,
como também as populações indígenas e seu gráfico durante os séculos, desde a chegada dos
colonizadores até os dias atuais, compreendendo o contexto de violência simbólica que vivem
os povos indígenas existentes no país.
Quando fala-se em terras indígenas o contexto a que nos é submetido, são os tempos
em que os nossos povos primários, tiveram e ainda tem que lutar de forma insistente contra
invasões que perdura por séculos, que começa a mudar após a Constituição Federal de 1988,
com as demarcações que ajudam os povos indígenas a situarem nos territórios que são seus. A
21
Reinaldo Azevedo. Artigo de opinião: É, leitor, cada vez mais, o bom negócio é ser índio. Comece a pensar
no assunto. – Disponível em <http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/e-leitor-cada-vez-mais-o-bom-
negocio-e-ser-indio-comece-a-pensar-no-assunto/>. Acessado em 12 de setembro de 2014 às 20h36min.
14
Constituição determina as Terras Tradicionalmente Ocupadas, as Reservas Indígenas, as
Dominias e as Interditadas.
Dessa forma as Terras Indígenas estão situadas nas cinco regiões brasileiras,
possuindo maiores porções na Região Norte e Centro-Oeste, que ocupam aproximadamente
73% do território indígena nacional, restando 27% para as demais regiões.
Quando observa-se o quesito população indígena temos um gráfico instável do ano de
1500 até os dias atuais, pois no ano da chegada dos colonizadores nossa população era de
aproximadamente 3 milhões de indígenas, onde esses viviam na maioria nas margens
litorâneas e a minoria no interior do país. Com a chegada do colonizador as condições
mudaram, e para evitar que eles fossem escravizados ou assassinados, os mesmo foram se
locomovendo para o interior do país, para se refugiarem e obterem sustento.
Conforme os anos se passaram essa população foi diminuindo, sendo vários povos
dizimados, levando consigo língua, tradição, cultura, o que é uma perda inestimável para o
país. Nos século XX mais necessariamente nos anos 50, a população indígena quase
desapareceu, chegando a 70 mil índios, então o que se observa é que ficamos por “um fio” de
perdê-los, já que tudo se encaminhava para isso.
O fato que foi crucial para o aumento dessa população principalmente nos 80, foi a
promulgação da Constituição, juntamente com políticas públicas e legislações, que ajudaram a
fazer um reviravolta no número de indígenas no Brasil, chegando no ano de 2010 a uma
população de 817 mil indígenas em nosso território.
Diante do exposto ainda reafirmamos que os indígenas ainda necessitam de muitas
mudanças para conquistarem seus direitos que realmente ainda não são plenos, pois ainda
vivem na condição de oprimidos dentro e fora de suas aldeias. A elite dominante
conservadora ainda insiste através de seus mecanismos de reprodução ideológica em não
aceitar o reconhecimento das etnias minoritárias no país, repassando a população através das
mídias uma imagem distorcidas do assunto, e a população acaba se deixando levar por falta de
conhecimento real do assunto, acabando por apoiar esses veículos de aparelhamento da classe
dominadora.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAINES, Stephen Grant. "E A FUNAI QUE SABE": a frente de atração Waimiri-
Atroari. Belem: MPEG/CNPq/SCT/PR. 1990.
15
BOURDIEU, Pierre; PASSERON, Jean-Claude. A reprodução: elementos para uma teoria
do sistema de ensino. Lisboa, 1970.
CARVALHO, Maraysa Suellen Angelim de. A política publicitária do índio no Brasil.
Trabalho de Iniciação Científica. Faculdade Sete de Setembro: São Paulo, 2006.
Convenção n° 169 sobre povos indígenas e tribais e Resolução referente à ação da OIT /
Organização Internacional do Trabalho. - Brasilia: OIT, 2011.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Gráficos e Tabelas. Disponível em
<http://indigenas.ibge.gov.br/graficos-e-tabelas-2>. Acessado em 11 de setembro de 2014 às
14h05min.
Kárita Cristina Francisco - Retrato Indígena pela mídia impressa Sul-Mato-Grossense.
Disponível em <http://www.unigran.br/interletras/ed_anteriores/n3/dossie/retrato.html>.
Acessado em 12 de setembro de 2014 às 23h49min.
Maraysa Suellen Angelim de Carvalho – A política pública do Índio no Brasil. Disponível
em <http://www.fa7.edu.br/recursos/imagens/File/publicidade/ic/2006/artigo-com-05.pdf>.
Acessado em 12 de setembro de 2014 às 15h23min.
Melo, Patrícia Raiol Castro de. Mão-de-obra indígena em corpos de trabalhadores.
ANPUH – XXV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Fortaleza, 2009. Disponível em
<http://anpuh.org/anais/wp-content/uploads/mp/pdf/ANPUH.S25.0835.pdf>. Acessado em 12
de setembro de 2014 às 22h36min.
Modalidades de Terras Indígenas. Disponível em
<http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/terras-indigenas>. Acessado em 01 de
setembro de 2014 às 15h25min.
Povos indígenas na América Latina. Disponível em
<www.pnud.org.br/notícias.aspx?id=3731>. Acessado em 11 de setembro de 2014 às
22h05min.
Reinaldo Azevedo. Artigo de opinião: É, leitor, cada vez mais, o bom negócio é ser índio.
Comece a pensar no assunto. – Disponível em
<http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/e-leitor-cada-vez-mais-o-bom-negocio-e-ser-
indio-comece-a-pensar-no-assunto/>. Acessado em 12 de setembro de 2014 às 20h36min.
VEIGA, Juracilda; AZEVEDO, Marta M. A.; COLMAN, Rosa S.; Reocupando territórios,
a expansão dos Guarani no Estado de São Paulo. Disponível em
16
<http://www.abep.nepo.unicamp.br/xviii/anais/files/POSTER[548]ABEP2012.pdf>.
Acessado 12 de setembro de 2014 às 17h18min.
ESTATUTO DO ÍNDIO – LEI 6001/73 – Art. 7º.