terra santa - a viagem dos sonhos e de sempre

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Peregrinação a Portugal, Itália e Terra Santa, realizada no período de 02 a 19 de maio de 2008.

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TERRA SANTA,

A VIAGEM DOS SONHOS E DE SEMPRE.

Peregrinação a Portugal, Itália e Terra Santa, realizada no período de 02 a 19 de maio de

2.008.

Botucatu (SP)

Dezembro 2009

1ª Edição

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TERRA SANTA,

A VIAGEM DOS SONHOS E DE SEMPRE.

Autor

Paulo Edward Pires de Camargo

Apreciação Geral

Sueli A. Svissero Pires de Camargo

Fotos

Igor Svissero Pires de Camargo

Capa

César Pires de Camargo Amat Rego Monteiro

Revisão Ortográfica

Maria Carolina Mori Pires de Camargo

Revisão Técnica Religiosa

Padre José Lorusso

Pesquisa

Internet-Google

Dedico este livro a minha esposa Sueli,

aos meus filhos Yuri e Igor e

também a minha tia Elza Coelho

pelo incentivo para a realização dessa viagem.

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PREFÁCIO

“Que os bons fluidos deste livro,

tal como sementes jogadas em

terra boa, ecoem pelos quatro

cantos do mundo, como ecoam os

cantos na Basílica de Sant’ana e

de São Joaquim”.

Esta é a primeira vez que tenho a honra de prefaciar um livro. Escrever o prefácio de

um livro é o mesmo que abrir a porta de uma casa que não é sua, mas onde você também não

é apenas visita.

Sinto-me bastante honrado em contribuir, minimamente, com esta louvável decisão do

Paulo Edward, de publicar um livro sobre sua viagem a Terra Santa. Assim, suas lembranças

não se perderão.

Não sei como ocorreu a idéia para este livro, mas imagino que tenha sido primeiro,

para reforçar a fé do autor na obra do Criador e, segundo, a gratidão pela graça de poder

realizar esta viagem.

O mais importante de toda viagem é o destino. Sempre é importante saber pra onde se

vai, mas é a viagem a parte que se desfruta. E é essa parte que, de tão bela, o autor resolveu

compartilhar com familiares, amigos e amigas, e até para leitores imprevisíveis, pois nunca se

sabe por quantos olhos o livro será visto, visto que um livro tem longa duração. Falo por mim

e pelo autor.

Compartilhar, por exemplo, a emoção da visita à Basílica da Anunciação, onde o Anjo

Gabriel anunciou a Maria que ela seria a mãe de Jesus. Compartilhar a emoção da visita à

Capela de São José, onde o Santo concretizava, em madeira, os projetos do Grande Arquiteto

do Universo. Estamos felizes com essa iniciativa. Ele, o autor, muito mais.

Parabéns, pois, ao meu querido irmão, a quem conheço há cinqüenta e oito anos,

tempo mais do que suficiente para saber de sua capacidade e persistência.

De minha parte, desejo que este livro atinja seus objetivos.

Vamos ver o que acontece daqui para frente. A viagem vai começar. Preparem-se, ela

foi e será inesquecível.

Paulo Wilson Pires de Camargo

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INTRODUÇÃO

Este livro foi escrito, após ler o relato de meu amigo Toninho Sanches, de sua

caminhada de Botucatu á Aparecida do Norte, durante 21 dias, num percurso de 497 km.

Neste livro procuro detalhar os locais percorridos durante a nossa peregrinação de 18 dias a

Portugal, Itália e a Terra Santa, dando ênfase aos lugares santos.

Narro, ainda, alguns fatos pitorescos e curiosos acontecidos durante a peregrinação,

mas principalmente os momentos de introspecção que certamente ocorreram em meu coração

como também nos corações de nossos irmãos peregrinos, pessoas de diferentes lugares do

Brasil, que conhecemos no aeroporto de Lisboa; pessoas de diversas classes sociais,

despojadas dessa condição, para conviver no mesmo nível com as demais.

Durante toda a viagem fomos uma família, procurando nos ajudar mutuamente para

que o nosso objetivo fosse alcançado.

Do Monte das Oliveiras, mais precisamente do alto, onde está localizada a Igreja

Dominnus Flevit, temos uma ampla visão da Jerusalém moderna. Deleto da minha mente tudo

que é atual e imagino Jerusalém no tempo de Jesus; um lugar seco, árido, com pouquíssima

vegetação, casas humildes, grandes muralhas, mostrando os principais lugares.

Desse mirante pode-se visualizar e imaginar os 2 km, aproximadamente percorridos

por Jesus deste o seu julgamento no Palácio de Pilatos até o Monte Calvário, local de sua

crucificação.

Todos esses lugares florescem em minha mente quando são mencionados durante uma

missa, numa leitura do evangelho, na recitação do santo terço ou em eventos religiosos.

É um filme em que imagino os lugares percorridos pelo Pai e que tive oportunidade de

conhecer.

Aproveito a oportunidade para sugerir para outras pessoas que, se tiverem oportunidade, que

façam essa viagem porque, sem dúvida, conhecer a Terra Santa é a viagem dos sonhos e de

sempre.

Sumário

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Local Página

Fátima 13

Nazaré (Portugal) 15

Óbidos 17

Lisboa 18

Roma / Vaticano 21

San Giovanni Rotondo 25

Monte Sant`Ângelo 26

Lanciano 27

Cássia 28

Assis 31

Veneza 33

Pádua 35

Milão 36

Tel Aviv 39

Jopper 40

Cesaréia Marítima 40

Haifa 41

Nazaré (Jerusalém) 42

Igreja Bem-Aventuranças 43

Cafarnaum 45

Tiberíades 46

Canaã da Galiléia 47

Monte Tabor 48

Mar Morto 49

Jerusalém 50

Belém 51

Monte das Oliveiras 55

Retorno 56

Foto do grupo 58

Relação dos peregrinos 59

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Sempre fui temente ao Pai, principalmente após ter participado do Retiro

Querigmático, o qual aflorou em mim uma vontade ainda maior de participar das atividades

da igreja, procurando seguir os ensinamentos do Pai.

Sabedora disso, Elza, minha tia, que também tem uma vida centrada nas coisas da

Igreja, com participação ativa na Ordem das Franciscanas do Santuário de Nossa de Lourdes,

em Botucatu-SP, colaboradora assídua das irmãs do Convento das Servas do Senhor, também

em Botucatu e, dentre outras atividades, freqüentadora constante de grupos de oração em

Itaici, fez-me o convite para participar da peregrinação à Terra Santa, alguns meses antes da

viagem.

Aceitei por aceitar, mas sem muita convicção. O tempo foi passando e pouco antes da

viagem ela veio novamente falar comigo. Nisso, eu já tinha até esquecido da peregrinação, e

então tive que definir se sim ou se não, e pesar os prós e os contras.

Dentre os contras estavam situação minha financeira, medo dos problemas de

comunicação que eu encontraria e o uso de moeda diferente e, principalmente, a desconfiança

e o receio dos acontecimentos político- religiosos que normalmente ocorrem naquela região.

Todos esses impedimentos me foram esclarecidos pela Elza, pois ela já tinha uma

experiência de duas peregrinações em anos anteriores.

Criei coragem já que a vontade de conhecer os lugares por onde Jesus passou sua vida

terrena, superavam as dificuldades que imaginava.

Agora precisava tomar algumas providências como a documentação, pois era a

primeira vez que eu sairia do Brasil.

Procurei me informar sobre a documentação necessária e, em companhia de dona

Darci mãe do Monsenhor Edimilson, que também iria à peregrinação, fui para Bauru, na

Polícia Federal, para providenciar os passaportes. Em uma semana já estávamos de posse dos

passaportes.

Numa casa de câmbio arrumei “uns trocos”, dólares e euros que, aliás, nunca tinha

visto, para uso na viagem.

A empresa Práxis Viagens, por meio do guia Cleiton que, diga-se de passagem, é

gente finíssima, nos deu todas as orientações que deveríamos tomar quanto ao transporte de

nossa bagagem.

Falei para o César, meu patrão da CRS, que “daria um chapéu” nele por uns vinte dias,

pois faria uma viagem imperdível. Expliquei os motivos e ele, como sempre, não colocou

obstáculos.

Finalmente chegou o dia da partida e aquele friozinho na barriga não podia faltar.

Agora não podia fugir da raia.

Fomos esperar nossos amigos que vinham de Cerqueira César e de Águas de Santa

Bárbara na casa da dona Darci. Uma forte chuva os aguardava.

Para minha grata surpresa, um dos peregrinos era o Robertinho, meu contato na

Fabrica de Doce Pingo de Leite, em Cerqueira César, que eu conheci quando trabalhava na

consultoria da Telesp.

Após um cafezinho feito pela dona Darci, colocamos nossa bagagem na Van, que

parecia mais uma lata de sardinha do que outra coisa. Para se ter uma idéia para mudarmos de

pensamento tínhamos que sair do carro de tão apertado.

No dia 02 de maio, saímos de Botucatu com um pouco de atraso. Devido à chuva na

estrada, aliada à lentidão do veiculo e o congestionamento na Marginal, chegamos atrasados

ao Aeroporto de Cumbica, não tendo tempo de pegar o avião da Alitalia, que decolaria às

14h14min para Lisboa.

Devido a esse problema, houve uma relativa confusão, pois tivemos que ficar

praticamente o dia todo no aguardo do embarque em outro vôo. O almoço no aeroporto,

logicamente, foi por conta da Alitalia, que vendeu passagens acima do número de assentos, o

famoso “over book”.

Tudo bem, fazer o que? Depois de vários horários prometidos, saímos de Cumbica às

0h00 do dia 3 de maio, pela TAP.

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Fizemos excelente viagem. Chegamos a Lisboa às 9h40min do Brasil, 13h40min de

Lisboa. Carimbamos o passaporte e ficamos esperando a turma de peregrinos de São Paulo e

outras cidades, que saiu 10 horas antes, porém chegou 1 hora e 30 minutos mais tarde, pois

houve escala no Aeroporto de Roma.

No aeroporto de Lisboa, a expectativa de conhecer os outros peregrinos era grande,

pois sabíamos que haveria gente de várias cidades do Brasil.

Logo de início houve um problema com a bagagem do Mannarino, torcedor do

Fluminense, que havia sido violada.

FÁTIMA

Em seguida tomamos o ônibus dirigido pelo João e pela guia Marília que nos levaram

até Fátima.

Durante a viagem a guia foi falando sobre a cidade, a aparição de Nossa Senhora do

Rosário em maio de 1917, aos pastorzinhos Lúcia e seus primos Francisco e Jacinta.

Explicou-nos sobre a origem do nome da cidade de Fátima, homenagem ao grande

amor havido entre um cristão e uma muçulmana de nome Fátima, amor proibido por motivos

religiosos. Após muitos anos Fátima, converteu-se ao Cristianismo e casou-se.

Poucos anos depois do casamento, Fátima veio a falecer e como ela gostava muito da

natureza, seu marido enterrou-a num campo com muitas árvores e flores, chamando aquele

lugar de Fátima, de onde, então, surgiu a cidade que tem hoje esse nome.

Contou-nos sobre a coroa de Nossa Senhora de Fátima, que foi feita com a doação de

ouro, por senhoras portuguesas, em 13 de outubro de 1942. O artista executor da coroa, após

elaborar todos os detalhes, deixou na parte de baixo um pequeno orifício.

Durante o atentado ao Papa João Paulo II, ocorrido em 13 de maio de 1981, ficou

comprovado que o projétil que penetrou no corpo do Santo Padre, não caminhou em linha

reta, mas como que se desviando dos órgãos vitais.

Diante do ocorrido, o Santo Padre, considerou esse fato como um milagre de Nossa

Senhora. No dia 25 de março de 1984, esse projétil, que fora mantido sob guarda no Vaticano,

foi entregue ao Bispo de Leiria - para que fosse levado à Fátima.

Após indefinição quanto ao local onde deveria ser colocado, o projétil foi incrustado

naquele orifício deixado pelo idealizador da coroa e que, para espanto de todos, tinha o

diâmetro justamente igual ao do projétil que atingiu o Santo Padre.

À noite tivemos um jantar no Hotel Três Pastorzinhos com a participação de todo o

grupo, com uma comida parecida com a nossa, e com vinho à vontade.

Certa pessoa, maliciosamente, recolheu todas as garrafas de vinho das outras mesas e

colocou-as na mesa dos padres de Barra de São Francisco (ES), Delcy o corintiano, Edson o

do vozeirão bonito e Belmiro Ohnezorge, que era o mais sério deles, ocasionando risos dos

presentes e certa preocupação dos padres, caso a foto chegasse ao conhecimento do Arcebispo

da localidade..

Depois desse momento de descontração algumas rusgas ocasionadas pela viagem

foram aparadas e estávamos ansiosos para iniciar a peregrinação.

No dia seguinte, 03 de maio, fizemos uma visita ao Santuário de Nossa Senhora do

Rosário de Fátima, situado na Cova da Iria, onde Nossa Senhora fez a aparição aos três

pastorzinhos, sobre uma azinheira, árvore da região.

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Cova da Iria - Fátima

O pedestal onde se encontra a imagem de Nossa Senhora, na Capela da Aparição,

marca o local exato onde estava a pequena azinheira, desaparecida devido à devoção dos

primeiros peregrinos que a destruíram, levando raminho por raminho da árvore sobre a qual

Nossa Senhora apareceu aos três meninos. A atual Capela foi inaugurada em 12 de maio de

1982, quando da visita do Papa João Paulo II.

A Basílica foi iniciada em 1928 e sagrada em 07 de outubro de 1953. Os seus 15

altares são dedicados aos 15 mistérios do rosário. Dentro da Basílica encontram-se os túmulos

de Francisco, Jacinta e Irmã Lucia.

Em seguida dirigimo-nos a Aljustrel, na periferia de Fátima, para visitar as casas de

Francisco, Jacinta e Lucia. Na casa de Francisco e Jacinta, tivemos a oportunidade de ver seus

aposentos com fotos da família na parede. Depois fomos até a casa de Lucia, que está bastante

conservada, inclusive com o redil das ovelhas e o poço onde apanhavam água, local onde o

Anjo da Paz apareceu pela segunda vez aos jovens pastorzinhos.

Voltamos à cidade para participar da Santa Missa, onde estavam aproximadamente

25000 fieis, e que contou com a participação de diversos padres, inclusive dos quatro padres

do nosso grupo.

Após a missa houve a procissão do Adeus, onde os fiéis acenavam com lenços brancos

a retirada da Virgem.

Durante a Santa Missa os para-médicos tiveram de socorrer várias pessoas, dentre elas

a irmã Maria Setembrina, que teve uma queda de pressão, problema logo solucionado, após

um passeio de maca.

Dali fomos, então, até a Loca do Cabeço, local onde as três crianças pastoreavam suas

ovelhas e aproveitavam para descansar e se alimentarem.

Foi nesse local, onde há muitas pedras e cavernas, que o Anjo da Paz, o Anjo de

Portugal, apareceu na forma de uma figura toda de branco, pela primeira e terceira vez aos

três jovens.

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1ª Aparição do Anjo – Loca do Cabeço

A segunda aparição do Anjo da Paz deu-se em julho de 1916, no poço situado atrás da

casa dos pais de Lúcia.

Depois nos dirigimos a um lugar chamado Valinhos onde Nossa Senhora apareceu às

crianças pela quarta vez, no dia 19 de agosto, visto que no dia 13 de agosto as crianças

estavam detidas pela polícia. Todas as aparições anteriores de Nossa Senhora ocorreram na

Cova da Iria.

No término das atividades do dia visitamos o santuário novo, Igreja da Santíssima

Trindade, local que permite acomodação para 9000 pessoas sentadas. Esse santuário tem doze

portas de bronze, cada uma simbolizando os doze apóstolos, com frases alusivas a cada um.

Atrás do altar, há uma parede toda revestida em ouro, de valor aproximado de 80

milhões de euros, segundo informação prestada pela guia Marília.

No altar Cristo está crucificado e o artista caracterizou-o como homem comum, que

parece estar vindo ao encontro dos fiéis.

Ao iniciarmos as atividades do dia 5, participamos, às 5h30min, da Santa Missa na

Capela da Aparição, presidida pelo Monsenhor Edimilson.

NAZARÉ

Saímos de Fátima com destino a Nazaré, uma distancia de 50 km, uma região típica de

pescadores, situada no Distrito de Leiria. Sua área é de aproximadamente 40 km², com uma

população de 10000 habitantes.

Lá visitamos a igreja de Nossa Senhora de Nazaré, que é toda em estilo barroco, onde

não é permitido tirar fotos com flash, para não prejudicar as pinturas da parede.

Ao lado da igreja de Nossa Senhora existe uma capela, construída em 1182 pelo nobre

português Dom Fuas Roupinho.

Conta-se que na manhã do dia 14 de setembro de 1181, quando o alcaide do castelo

caçava em suas terras junto ao litoral, ao avistar um veado, imediatamente começou a

persegui-lo, porém não percebeu que uma densa neblina que se levantava do mar encobria

uma gruta ao lado de um precipício. Ao ver-se nessa situação de perigo e iminente morte,

rogou à Virgem Maria.

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Imediata e milagrosamente o cavalo estacou, fincando as patas no bico rochoso

suspenso sobre o vazio, salvando-se assim o cavaleiro e a sua montaria da morte certa que

adviria de uma queda de mais de 100 metros de altura.

Nazaré- Portugal

A popularidade da devoção de Nossa Senhora de Nazaré era tão grande, que os

homens do mar, como Vasco da Gama, antes e depois da viagem às Índias, e Pedro Álvares

Cabral, antes da viagem do descobrimento do Brasil, vieram em peregrinação a Nazaré

pedindo a ajuda de Maria.

Uma curiosidade do local são as vendedoras ambulantes na Praça da Matriz, com suas

barraquinhas de frutas secas e as tradicionais roupas com sete saias.

Outra curiosidade são os trajes das viúvas e viúvos que se vestem de preto,

perseverando o luto de seus entes queridos até os dias de hoje e não permitem em hipótese

alguma, serem fotografados.

Ambulante nazarena com sete saias

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ÓBIDOS

Em seguida fomos a Óbidos, vila portuguesa, que é patrimônio da humanidade.

Óbidos é uma das mais bem preservadas vilas amuradas de Portugal, sendo local

obrigatório de visitas de turistas. Essa vila é rodeada de muralhas do século XIV que foram

construídas para proteger seus habitantes contra os invasores mouros. Outrora era o lugar

escolhido pelos reis e rainhas para seu descanso.

As ruelas e ladeiras são todas empedradas, dando um charme e romantismo a esse

pequeno tesouro português.

Nessa localidade existe apenas uma rua, a Direita, local onde se encontram o

comércio, os órgãos públicos e as igrejas, destacando-se a Capela de Nossa Senhora do

Carmo. Essa rua liga o portal de entrada da vila ao Paço Municipal.

As residências são pintadas de azul e brancas, pois, entendiam os supersticiosos que

era para a proteção contra maus olhados e ataque de mosquitos.

O castelo de Óbidos é um exemplo de fortaleza medieval portuguesa, erguido sobre

um pequeno monte a beira-mar, mantendo suas características de maneira quase cenográfica.

Para o abastecimento de água para a cidade foi edificado um aqueduto que trazia água

de muitos quilômetros de distância.

Na cidade existe uma pousada, com diárias caríssimas, cuja reserva requer uma espera

entre 3 a 4 anos.

A curiosidade da cidade é o famoso licor de Ginja fabricado com fruta típica da região

e que se toma em copinho de chocolate o qual, depois de utilizado, é comido. Logicamente

eu, o professor Aranha e o Eduardo, de Brasília, não só o experimentamos como também o

trouxemos em nossa bagagem.

Castelo de Óbidos

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Retornamos à Fátima para, no dia seguinte 06 de maio, rumar a Lisboa. Antes, porém,

a guia Marília nos levou a um shopping para que pudéssemos comprar algumas lembranças.

Parecia um supermercado, pois colocávamos as coisas num carrinho e pagávamos no caixa,

ao final das compras.

Dentre as lembranças comprei uma camiseta do Cristiano Ronaldo que, até o

momento, nunca foi usada pelos meus filhos.

LISBOA

Chegamos a Lisboa próximo da hora do almoço. Fomos à Rua Direita, local do

comércio, bancos, negócios e restaurantes.

Numa praça de alimentação sentamo-nos, eu, a Elza, a Virginia, a Neiza e a dona

Paulina, uma senhora de 80 anos que, com sua simplicidade, participava de todas as nossas

atividades.

Estando em Portugal, nada melhor que experimentar o bolinho de bacalhau e o famoso

pastel de Belém. Na hora de pagar ficamos abismados com o preço salgado dos quitutes.

Em seguida dirigimo-nos à Praça do Comércio, com uma área de 36000 km². Devido

sua grande extensão, foi o local escolhido pelos portugueses para se reunirem a fim de

salvaguardar suas vidas, durante o grande terremoto de 1757.

Nessa praça encontram-se a estátua de D. João I e as muralhas do Castelo de São

Jorge.

Ao fundo encontra-se o Rio Tejo, um verdadeiro mar, por onde os navegantes

portugueses iniciavam suas viagens.

Após a visitação a vários pontos turísticos atravessamos a Ponte Salazar, construída

em 1966 com 2278 metros de extensão. Essa ponte é utilizada por veículos, na parte superior,

e por trens, na inferior. Atualmente chama-se Ponte 25 de Abril em homenagem à Revolução

dos Cravos que aconteceu no dia 25 de abril de 1974.

Ponte Salazar – Lisboa

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Nessa revolução os soldados adornaram os canos de suas armas com cravos,

revoltando-se contra a mais longa ditadura do mundo.

Atravessamos a ponte e, no lado de Almada, fomos visitar o Santuário de Cristo Rei,

que possui uma gigantesca estátua, erguida em 1915, em agradecimento por Portugal não ter

participado da Segunda Guerra Mundial.

Do alto de seus 82 metros vislumbra-se uma belíssima panorâmica de Lisboa e de

Almada, além da barra do Rio Tejo.

Continuamos nossa caminhada até o Mosteiro de São Jerônimo que abrigava religiosos, até o

século XVII. Isso porque, em 30 de maio de 1834, foi promulgada pelo governo português,

por meio de Joaquim Antonio de Aguiar, uma lei que extinguia as ordens religiosas

masculinas e suas respectivas propriedades.

Após essa data, nenhum religioso poderia mais ingressar em qualquer ordem religiosa,

mantendo-se, apenas, as existentes. Por isso, essa lei foi chamada de “Lei Mata Padres”. Outra

curiosidade é que quando ocorreram o terremoto e o tsunami em 1757, as águas chegaram

bem próximas, mas não destruíram o mosteiro.

Mosteiro de São Jerônimo – Lisboa

Passamos ao lado da Torre de Belém, construída em 1515 por D. Manoel, para que

fosse uma torre de vigia e de segurança para a cidade.

Ao lado dela encontra-se a réplica do hidroavião no qual Sacadura Cabral e um amigo

fizeram, em 1922, a travessia do Atlântico.

Visitamos também o Monumento dos Descobridores, de onde os navegadores

portugueses partiam para suas viagens, entre eles Cabral, que de lá partiu para descobrir o

Brasil.

Outra curiosidade de Lisboa são os veículos utilizados pelos policiais, os bondes com

seus motorneiros e os ônibus sem teto que levam os turistas a conhecer a cidade. Em dias de

chuva a utilização desses ônibus deve ficar complicada.

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Marília, nossa guia, como prometido, nos levou para dormir embaixo da ponte. Só

que, nesse local, está construído o belíssimo e exuberante Hotel Vila Galé Ópera.

No dia seguinte 07 de maio, levantamos bem cedo, preparamos nossas bagagens,

tomamos um revigorante café da manhã no Hotel, que teve até salmão, e preparamos o

embarque para Roma.

Antes, porém,, fizemos um “tour” pela cidade, conhecendo outros pontos turísticos da

capital portuguesa.

Fomos até a Igreja de Santo Antonio, lugar onde nasceu Santo Antonio, em 1195, cujo

nome familiar era Fernando Bulhões. Descendente de uma rica família portuguesa, aos 15

anos entrou para o Convento Agostiniano, trocou seu nome para Antonio, em 1220, e

ingressou na Ordem Franciscana. Após um ano de catequese no Marrocos, voltou doente para

a cidade de Pádua, na Itália, onde faleceu em 1231.

Sobre seu tumulo, foi construída uma basílica a ele dedicada na cidade de Pádua.

Igreja de Santo Antonio - Lisboa

Santo Antonio é conhecido como o padroeiro dos pobres, o santo casamenteiro e é

invocado, também, para a recuperação de objetos perdidos, por meio do seu responsório. Foi

canonizado pelo Papa Gregório IX, em 13 de maio de 1232, após 11 anos de sua morte.

A igreja construída em sua homenagem foi destruída pelo terremoto de 1755, restando

dela, apenas, a cripta, com entrada pela sacristia. A igreja foi reconstruída em 1757, graças à

ajuda das crianças que pediam uma moeda para Santo Antonio. Atualmente, podemos ver

uma quantidade muito grande dessas moedas incrustada em seu piso.

Lá participamos da Santa Missa celebrada pelos padres do nosso grupo e por um padre

de Araras que estava com um grupo de peregrinos daquela cidade. Após a missa tivemos a

oportunidade de ver no ostensório um pedaço do osso do punho de Santo Antonio.

A igreja de Santo Antonio é em estilo românico, com pouca luz, a qual penetra na

igreja pelos poucos vitrais em mosaicos. Fomos até a Capela da Santíssima Trindade, onde se

vê um belíssimo vitral com Cristo rodeado pelos 12 apóstolos.

Saindo da igreja, atravessamos a praça e fomos até a Sé Catedral, local onde Santo

Antonio foi batizado em 1195 e onde se encontra até hoje a pia batismal original.

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Nessa catedral, no subsolo encontram-se ruínas de sepulturas e de casas de estilo

romano de épocas passadas.

Em seguida nos dirigimos ao aeroporto de Lisboa com destino a Roma.

ROMA / VATICANO

Ao chegarmos a Roma, fomos recebidos pelo guia Tony, rapaz muito prestativo,

simpático, que estava sempre à disposição dos peregrinos, e pelo motorista Antonio, um tanto

sério e carrancudo.

Ainda no aeroporto de Roma, “prá variar” houve outra confusão com algumas malas

que se extraviaram.

Depois da perda de muito tempo para a recuperação das malas, rumamos ao Hotel

Pineta Palace, onde jantamos saboreando uma bela massa. E eis que surge uma nova surpresa:

tivemos que pagar o vinho. Nós estávamos mal acostumados porque em Fátima, no Hotel

Três Pastorinhos, o vinho era de graça e à vontade, o que nos deixava contentes e felizes após

a peregrinação do dia.

No dia seguinte 08 de maio, novamente nos levantamos bem cedo, com a expectativa

de poder participar da audiência pública que seria feita no Vaticano por Sua Santidade, o Papa

Bento XVI.

O ônibus permaneceu no estacionamento e caminhamos pelas cercanias da Praça São

Pedro, observando as construções de séculos passados, onde predominam as enormes colunas

revestidas de mármore.

Chegamos muito cedo, conseguimos lugares privilegiados nas cadeiras colocadas na

Praça de São Pedro.

Vaticano

Depois de algum atraso, Sua Santidade entrou na praça no papa-móvel passando pelo

meio do povo para, posteriormente, dirigir-se ao altar onde proferiu as bênçãos, as quais

foram endereçadas aos grupos de diversos países que estavam presentes.

Page 22: TERRA SANTA - A Viagem dos Sonhos e de Sempre

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O nome dos grupos ia sendo anunciado e uma sensação diferente nos acometeu,

quando o Papa deu ênfase ao Brasil, ao mencionar a Paróquia de Santa Terezinha, e uma

emoção especial, quando citou o nome de Botucatu.

Nessa audiência estavam presentes fieis de várias partes do mundo, num total

aproximado de 25000 pessoas que, com suas bandeiras, faixas e adereços pessoais, saudavam

o Santo Padre.

Para nos dar maiores informações sobre o Vaticano, o nosso guia Tony, transferiu seu

trabalho para um senhor gordo, de chapéu, que usava a calça até o meio da barriga, e sapatos

numero quarenta e seis e meio, e era muito detalhista. Mais adiante, esse senhor iria discutir

com os ambulantes na Praça da Basílica de Santa Maria Maior, alegando que eles estavam

atrapalhando seu trabalho.

Moram no Vaticano aproximadamente 1000 pessoas. O atendimento é feito por 3000

funcionários. Sua área é de 140 hectares. A Praça de São Pedro mede 340 x 240 metros.

O espaço entre o obelisco central da praça e o lugar onde está montado o altar do Papa

era o local em que Nero montou seu circo, no ano de 64, para queimar os cristãos vivos.

Observamos o desfile da guarda Suíça, criada em 1506. Seus soldados após prestarem

serviços por 2 anos, são substituídos com grande orgulho particular, por terem prestado

serviços a Sua Santidade.

Seus uniformes são em cetim nas cores azul- Royal, amarelo-ouro e vermelho-sangue,

mostrando um colorido especial aos visitantes.

Após a audiência pública, visitamos a Basílica de São Pedro cuja construção teve

inicio em 1506 e concluída em 1627. Sua cúpula, que é vista de longe, é adornada com 140

estátuas de santos e de mártires. A Basílica é um local de beleza indescritível. Nela destaca-

se a Capela de Pietá, de Michelangelo, o retrato dos evangelistas, o altar da Cátedra de São

Pedro. A estátua de São Pedro foi construída em bronze e, por ter acesso permitido ao

publico, apresenta-se com seus pés desgastados pelo toque dos fiéis.

A cúpula de Michelangelo construída em 1590 e possui 138 metros de altura.

O altar do Papa foi construído 18 metros acima da tumba onde está sepultado São

Pedro.

Basílica de São Pedro - Vaticano

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Começamos visitando as tumbas dos papas, nos subterrâneos da Basílica. Nesse local

estão sepultados 151 papas, entre eles João Paulo II, cuja tumba é a mais visitada e a que mais

emociona e sensibiliza os visitantes.

A Basílica de São Pedro é a maior igreja do Cristianismo; sua área é de 23000 m²,

podendo acolher 60000 fiéis. Aproximadamente 30000 pessoas participam das audiências

públicas realizadas todas as quartas-feiras.

Após a audiência com o Santo Padre, aproveitamos a oportunidade para fazer mais

algumas compras. Os padres Delcy e Belmiro compraram paramentos para uso em suas

paróquias. Comprei por um preço bastante acessível um chip com capacidade maior para

minha câmera, pois o chip original já estava esgotado, tamanha a quantidade de fotos batidas.

Um fato também observado é que naquela praça não há, pelo menos não encontramos,

sanitários públicos, o que obrigou a mim e ao Padre Edson a fazer outra peregrinação à

procura de um lugar para fazer xixi.

Depois de idas e vindas e a coisa apertando cada vez mais, entramos numa escola de

freiras e como não dava para explicar nossas necessidades por gestos, utilizamos o primeiro

sanitário que encontramos; posteriormente ficamos sabendo que era feminino. Ainda bem que

ninguém viu, porque foi a nossa salvação.

Continuamos as visitas pela cidade Roma, que tem mais de 3.000 anos e foi edificada

sobre 15 colinas, tendo hoje 5.500 milhões de habitantes.

Dentre vários monumentos históricos, passamos pelo Rio Tibre, escavações rochosas

de remotas colonizações, pelo Coliseu, local onde os cristãos eram devorados pelas feras e os

gladiadores combatiam.

Coliseu - Roma

Do Castelo de Sant’angelo até ao Vaticano existe um corredor que era utilizado pelos

papas em momentos de perigo, quando havia risco iminente de prisão.

Em seguida fomos à Igreja de Santa Maria Maior, também de grande beleza em estilo

barroco. Sua construção foi iniciada em 432, durante o pontifício do Papa Xisto III, sendo

dedicada ao culto de Maria Mãe de Jesus.

Depois de um dia muito cansativo voltamos ao hotel para um descanso reparador.

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Iniciamos as atividades do dia 8 começando por um passeio pela cidade; depois nos

dirigimos à Basílica de São Paulo Fora dos Muros, local pertencente ao Vaticano e onde se

encontra a estátua e a tumba de São Paulo. Essa igreja, a segunda maior do mundo, foi

construída em menção aos profetas Isaias, Geremias, Daniel e Ezequiel. Fica localizada a

aproximadamente 2 km da Muralha Aureliana, originando-se daí o nome Fora dos Muros.

Nos mosaicos no alto da igreja se vê fotos de todos os papas da igreja, inclusive o Papa atual,

Bento XVI.

Sua Santidade, João Paulo II, vinha quatro vezes ao ano a essa igreja para rezar

missas.

Depois, fomos em direção às catacumbas de Santa Domitila, nos arredores de Roma,

local de grande sensibilidade e comoção espiritual que também pertence ao Vaticano.

Sua extensão é de 15 km de galerias subterrâneas, construídas em quatro pisos, porém,

visitamos somente até o segundo piso.

A temperatura lá embaixo chega aos 15 graus centígrados. Durante o percurso

encontramos objetos pessoais dos que lá estão sepultados, dentre eles as lamparinas que eram

depositadas ao lado do corpo.

Como não podia deixar de ser, o ambiente fúnebre do local deixou-nos bastante

perplexos e comovidos.

Catacumbas de Santa Domitila

Ao sairmos das catacumbas com destino à Basílica de São João Latrão, tivemos que

enfrentar um pequeno problema que, graças a nossa criatividade, foi facilmente superado. O

nosso ônibus não podia efetuar uma curva, pois um veículo que estava estacionado

indevidamente obstruía a sua passagem. Com vontade e muito humor, “na unha,

movimentamos o veiculo, colocando-o na calçada, possibilitando assim a manobra do ônibus.

A catedral de São João Latrão, também conhecida como Catedral de Roma é a maior

igreja da Diocese de Roma.

A fachada da catedral foi terminada em 1745 pelo neto de Galileu Galilei.

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Na parte frontal vemos a estátua de Jesus Cristo, rodeada por João Batista e João

Evangelista.

Nesse local encontramos a tumba do Papa Martinho IV, local onde os peregrinos

jogam moedas e fazem suas preces. Trata-se de um gesto supersticioso, contrariando os

princípios cristãos.

SAN GIOVANNI ROTONDO

Dia 9, dirigimo-nos a San Giovanni Rotondo, local onde viveu e morreu o Santo Padre

Pio.

Logo que chegamos, participamos da celebração efetuada na capela do Hotel Centro

di Spirilituà Padre Pio pelos padres do nosso grupo de peregrinos.

Nessa capela havia belíssimos vitrais com a imagem de Padre Pio, que mostravam o

padre sendo atingido pelos raios de luz. Era nesse local que logo de manhã, eu a Elza e a

Virginia fazíamos a recitação do santo terço.

San Giovanni Rotondo é uma pequena cidade da região de Puglia no sul da Itália,

porém, muito importante na peregrinação, principalmente para o turismo religioso.

San Giovanni Rotondo

Esse turismo reflete expressivamente na economia da cidade, a qual sobrevive graças à

agricultura, aos albergues, às casas de acolhimento, aos peregrinos e a um grande número de

lojas de souvenires.

Sua população é de aproximadamente 26000 habitantes, e ocupa uma área de 259 km².

O centro mais forte de visitação é a Igreja Antiga, onde se encontram a cripta e o

Museu de Padre Pio.

Após passar pela cripta o peregrino é convidado a ver o acervo histórico da vida do

santo, como as vestes, luvas e objetos de devoção.

Na cela utilizada pelo santo, onde muitas vezes ele foi tentado pelo maligno, está a

cadeira na qual ele faleceu pronunciando o nome de Jesus e Maria.

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Santo Padre Pio nasceu em 1887 e morreu em 1968. 40 anos após seu sepultamento,

seu corpo foi exumado. Foram encontradas suas mãos, pés e parte do tórax, tudo em perfeito

estado de conservação. Parte do rosto foi refeita com uma máscara de silicone.

Cripta de Padre Pio

Em 1918 quando estava orando defronte a um crucifixo, recebeu cinco raios de luz

que ultrapassaram seu corpo, ocasionando estigmas que o acompanharam durante toda a sua

vida, ficando ali com o sangue coagulado. Alguns dias antes da sua morte, milagrosamente, as

feridas desapareceram totalmente.

Para acessar a igreja precisamos subir uma ladeira bastante íngreme, na qual as

pessoas com dificuldades de locomoção tiveram de ir de táxi.

Depois dirigimo-nos ao santuário novo, de uma arquitetura moderna, muita beleza,

com sistema de ventilação através do piso, pois não há janelas. Sua capacidade é para 7000

pessoas sentadas. Normalmente, de 8 a 10000 pessoas visitam a igreja diariamente.

As colunas de sustentação do Santuário foram harmoniosamente arquitetadas tendo a

forma curvada da mão do Santo.

Santo Padre Pio de Pieltrecina foi canonizado em 16 de junho de 2002 pelo Papa João

Paulo II. Uma grande festa popular ocorreu no Vaticano, em San Giovanni Rotondo e em

Pieltrecina, pois se trata de um dos santos mais venerados em toda a Itália.

MONTE SANT ÂNGELO

Percorremos 24 km e subimos a serra com destino ao Monte Sant Ângelo, para visitar

a Basílica de São Miguel Arcanjo.

Monte Sant’ Ângelo é uma pequena comunidade italiana da região da Puglia,

província de Foggia, ao sul da Itália, com aproximadamente 14000 habitantes, ocupando uma

área de 242 km2.

A paisagem é maravilhosa. Da altitude de 843 metros, vê-se o Mar Adriático,

separando a Itália da Bósnia, antiga Iugoslávia.

Nessa cidade destacam-se as pequenas casas de cor branca, construídas uma ao lado da

outra.

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A curiosidade da cidade é o queijo de leite de ovelha, a massa com formato de

orelhinha e o pão redondo, com diâmetro aproximado de 80 centímetros.

O nome da cidade deve-se às várias aparições do anjo São Miguel Arcângelo, sendo as

mais importantes aquelas de 490, 492 e 493.

Em suas aparições o anjo, sempre com uma espada na mão, deixava uma mensagem

de vitória do bem sobre o mal, mostrando dragões e demônios esmagados. Nessa época o

catolicismo estava sob sérias ameaças de muitas heresias.

Descendo aproximadamente 200 degraus chegamos ao subterrâneo onde foi

construído um altar. O lugar é de impressionante beleza.

Coincidentemente, no dia de ontem, 8 de maio, foi comemorado o aniversário da

primeira aparição do Arcângelo São Miguel, ocorrida em 490.

Após as aparições do anjo esse local tornou-se um ponto de devoção e de visita

obrigatória dos peregrinos.

LANCIANO

No período da tarde dirigimo-nos a Lanciano, no centro da Itália, local onde aconteceu

o maior milagre eucarístico.

Lanciano localiza-se na região dos Abruzos, pertencente à província de Chieti, possui

uma área de 66 km² e uma população de aproximadamente 36000 habitantes.

No ano de 700, viviam no mosteiro de São Legoziano os monges de São Basílio.

Dentre esses monges, havia um que acreditava mais nas coisas mundanas do que nas coisas de

Deus. Sua fé era vacilante e tinha dúvida de que a hóstia consagrada fosse o verdadeiro o

corpo de Cristo e o vinho o seu verdadeiro sangue. Certa manhã, celebrando a Santa Missa,

sempre atormentado pela dúvida, após proferir as palavras da Consagração, ele viu a hóstia

converter-se em carne e o vinho em sangue. Esse milagre foi guardado em segredo pelos

monges até 1258.

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Milagre Eucarístico - Lanciano

Em 1970 e 1981 foram efetuados exames científicos que comprovaram a autenticidade

da carne (parte do coração) e de cinco partes do sangue (tipo AB) coagulado. Essas são as

partes integrantes desse Milagre Eucarístico.

Um fenômeno extraordinário e que, após 12 séculos, a conservação da carne e do

sangue é se mantém até os dias de hoje.

Outro detalhe que impressiona é que as cinco pedrinhas do sangue coagulado são de

tamanhos diferentes, porém, cada uma delas tem exatamente o mesmo peso das cinco

pedrinhas juntas, não importa a combinação com que se pese. Por exemplo, tanto faz pesar

uma, duas ou todas as pedrinhas juntas, elas têm o mesmo peso.

CÁSSIA

No dia 10, saímos cedinho de Lanciano com destino a Cássia, num percurso de 190

km. A viagem foi maravilhosa devido ao cenário que observávamos: à direita íamos

margeando o mar Adriático e à esquerda os Apeninos, destacando-se o Monte Gran Sasso

(Grande Pedra), levemente coberto de neve.

Os Apeninos são uma cadeia de montanhas que se estende ao longo da Península

Itálica, tendo na Gran Sasso, sua maior altitude (superior a 2500 metros)

A rodovia cortava as grandes montanhas de até 1000 m de altura, através de túneis

enormes, alguns com até 4500 metros de comprimento. Víamos, também, os imensos vales

cobertos por vegetação diversificada, bastante colorida.

Ao nos aproximarmos de Cássia, de longe já se podia observar o mosteiro das irmãs

Agostinianas, que se situa no alto do morro.

Para acessar o mosteiro são utilizadas escadas rolantes e elevadores, porém, quem não

quiser se utilizar desse meio de transporte poderá fazer uma pequena penitencia galgando os

1200 degraus da escada.

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Cássia

Cássia (em italiano, Cascia) situa-se na região da Umbria, província de Perugia, com

cerca de 3500 habitantes, ocupando uma área de 180 km².

O mosteiro foi construído há 1400 anos e guarda o corpo de Santa Rita de Cássia,

nascida em 1381, na cidade que leva seu nome. Desde criança ela manifestava sua vocação

religiosa.

Certa vez seus pais se assustaram ao observar um enxame de abelhas sobre seu berço e

ao se aproximarem viram que as abelhas, ao invés de a atacarem, colocavam mel em sua boca,

ou seja, ela já nasceu santa.

Essas abelhas, conhecidas posteriormente como abelhas de Santa Rita, ainda hoje

fazem morada nas paredes do mosteiro, só saindo no inverno à procura de alimento.

Durante sua vida, Rita, para atender aos pedidos de seus pais, casou-se com um

marido violento e agressivo. Convicta da mudança do jeito de ser de seu marido e com muita

fé e abnegação, conseguiu converte-lo aos preceitos do amor a Cristo, o que o tornou bom pai

e bom esposo.

Porém, devido ao seu passado, muitas inimizades foram criadas, sendo uma delas a

responsável por seu assassinato.

Quando os filhos tornaram-se adolescentes, ao saberem da verdadeira causa da morte

do pai, prometeram vingança aos assassinos. Como cristã, Rita perdoou os assassinos do

marido, porém não conseguia afastar da cabeça dos filhos o desejo de vingança.

Não sabendo mais o que fazer, Rita ofereceu seus filhos a Deus, dizendo “Meu Deus,

antes mortos que assassinos”. Uma grave enfermidade colocou fim na vida de seus filhos.

Depois do falecimento do marido e dos filhos ela tentou várias vezes ingressar no

convento.

Após muitas orações e insistentes súplicas ao Senhor para ingressar no convento, uma freira,

só para distraí-la, deu-lhe a incumbência de regar um pé de uva que já estava seco e morto.

A surpresa foi grande quando as outras freiras observaram que aquele toco, seco e

morto, sem vida há vários anos, começou a florescer e produzir frutos, o que ocorre até os

dias de hoje.

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Mosteiro das Irmãs Agostinianas

Depois desse acontecimento ela foi aceita no convento, aos 37 anos de idade. Este foi

considerado o primeiro milagre de Santa Rita.

Outro milagre concedido à Santa Rita de Cássia foi, quando, após uma pregação sobre o

sofrimento de Jesus Cristo, ela orava em sua cela, em frente a um crucifixo. No instante em

que ela pediu ao Senhor um pouco de suas dores, um espinho saiu do crucifixo e foi em

direção a sua testa, ocasionando-lhe uma ferida que perdurou por 15 anos, e que só

desapareceram alguns dias antes de sua morte.

Quando estava prestes a morrer, pediu para sua irmã que estava a sua cabeceira para ir

buscar uma rosa na sua cidade natal que ficava a uns 15 km.

Sua irmã, somente para atender ao pedido de Rita, já que fazia um inverno rigoroso e,

portanto, impossível de se achar uma flor, acabou indo até o local e, para sua surpresa e

espanto, encontrou uma belíssima rosa brotando da neve. Mudas dessa planta foram trazidas

para o mosteiro e se encontram no jardim, até hoje.

No interior do mosteiro encontram-se, ainda, um pedaço do terço, o anel e os

aposentos da Santa.

Na Basílica dedicada à Santa Rita, conserva-se até os dias de hoje o insigne “Milagre

Eucarístico”, ocorrido em 1330. O fato ocorreu quando um sacerdote, ao fazer atendimento a

um camponês enfermo, ao invés de colocar a hóstia consagrada num recipiente adequado,

colocou dentro de seu breviário de orações.

Para sua surpresa, quando, ao pegar a hóstia para entregar ao doente, viu que a mesma

tinha se transformado em sangue, em tanta quantidade que várias páginas de seu livro ficaram

manchadas, e também em carne, com a figura de Jesus Cristo.

A curiosidade dessa cidade é a produção do tartufo, um fungo subterrâneo que só é

encontrado, com muita sorte, por cães farejadores especialmente treinados.

O tartufo branco (raro) é vendido em leilão público tendo o valor mínimo de 1000

euros o grama. Um grama do tartufo é suficiente para se colocar em massa para servir 60

pessoas. Um prato de massa com tartufo custa entre 25 a 30 euros.

No Brasil as importações já começaram, custando o quilo aproximadamente R$

6.000,00.

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O culto ao tartufo deve-se ao forte aroma, característica essencial na classificação dos

alimentos, para delírio dos “chefs” de cozinha do mundo inteiro. O seu gosto é parecido com

cheio de gás de cozinha.

Estávamos interessados em provar o “tal” de tartufo, porém, depois de verificarmos os

preços, preferimos comer um “sanduba” de pão com mortadela.

Outra curiosidade é o consumo da carne de javali.

ASSIS

Após 1 hora e meia de viagem chegamos a Assis, onde ficamos hospedados por dois

dias no Assisi Garden “Casa per ferie”. Hotel com acomodações simples e confortáveis

Como em Cássia, para se chegar ao alto, onde está construída a Basílica de São

Francisco, também são utilizadas escadas rolantes.

Nossa primeira atividade foi a visita à Basílica de Santa Clara de Assis (em italiano,

Santa Chiara d’Ássisi), nascida nessa cidade em 16 de julho de 1194 e falecida no ano de

1253.

A vontade de sua mãe era ter uma filha que iluminaria o mundo. Pertencia a uma

família nobre e mesmo durante sua infância e juventude sempre teve um respeito e caridade

muito grande aos necessitados. Ao se deparar com a pobreza evangélica de Francisco (São

Francisco de Assis), foi tomada de irresistível tendência religiosa em segui-lo.

Como essa não era a intenção da família, aos dezoito anos. Clara deixou o lar para

seguir Jesus mais radicalmente. Foi ao encontro de Francisco na Porciúncula e fundou a ala

feminina da Ordem Franciscana, também conhecida por “Damas Pobres”.

Seu primeiro milagre ocorreu, quando do retorno de uma irmã ao convento, depois de

não ter conseguido quase nada de esmolas. Consolou a irmã desolada dizendo que ela que

deveria confiar em Deus. Quando a irmã se afastou, outra irmã do convento, ao pegar o

embrulho trazido, não conseguiu levantar, pois as moedas se multiplicaram.

Um segundo milagre foi durante a invasão dos sarracenos em Assis. Clara pegou um

cálice com hóstias consagradas e enfrentou o chefe deles dizendo “Jesus Cristo é mais forte

que vocês”.

Os agressores, tomados de pânico, fugiram, inexplicavelmente. Por esse milagre é que

Santa Clara segura o cálice nas mãos.

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Basílica de São Francisco de Assis

Após participarmos da Santa Missa, visitamos o Santuário de São Francisco e o

túmulo onde ele foi sepultado.

Como outros santos, Francisco descendia de uma família rica. Era líder da juventude

de sua cidade. Alegre, amante de músicas e de festas, com muito dinheiro, rapidamente

tornou-se ídolo entre seus companheiros. Adorava banquetes, noitadas de diversão e cantar

serenatas para festas de belas damas de sua cidade.

Em virtude desse modo de viver foi preso. Durante esse tempo na prisão, Francisco

ficou enfraquecido, o que lhe acarretou uma grave enfermidade. Depois desse sofrimento e

humilhação na prisão, Francisco tornou-se outra pessoa. Havia perdido o gosto pelas festas e

pelos prazeres mundanos. Seus pais ficaram contentes, quando souberam que Francisco iria se

alistar no exército. Porém, em sonho, Deus falou com ele dizendo: “A quem queres servir, ao

servo ou ao Senhor?”. Ao Senhor respondeu, imediatamente.

Pra desvendar os desígnios e a vontade de Deus, passou a se dedicar mais

intensamente à oração e à meditação. Percorria campos e florestas em busca de lugares mais

tranqüilos.

Sua família e amigos ficaram muitíssimos frustrados com a decisão de Francisco.

Depois de uma viagem a Roma, trocou seus ricos trajes com os de um mendigo.

O que estaria acontecendo com Francisco? Essa era a duvida de seus pais e amigos.

Será que está em pleno juízo?

Sem se preocupar com o que os outros diziam e pensava, Francisco continuava com

seu novo modo de vida.

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Durante uma missa, uma voz saindo do crucifixo pedia para Francisco: “Francisco vá

e construa minha igreja que está em ruínas”.

Como não tinha dinheiro, foi à loja do pai, pegou um grande fardo de fazenda e

vendeu-a.

Isso foi a gota d’água para seu pai, o Senhor Pedro Bernardone, que mandou prendê-lo

num cativeiro na sua própria casa. Após ser libertado por sua mãe, Francisco afastou-se

totalmente da família, entregando a Deus sua vida de pobreza e ajuda ao próximo.

Passou a ser um pregador itinerante, percorrendo localidades próximas pregando o

Evangelho.

Certo dia ao sair para uma missão, num local com muitas árvores e pássaros, fez uma

pregação às aves.

As aves que estavam nas árvores desceram ao chão, juntando-se às que já estavam

nesse lugar. Embora Francisco circulasse entre elas, as aves não se assustavam enquanto ele

falava do Criador.

Em outra oportunidade, um bando de andorinhas fazia uma tremenda algazarra, não

permitindo que os habitantes do lugar entendessem uma só palavra. Da pregação de

Francisco. Com muita tranqüilidade, olhou para as andorinhas e disse: “irmãs andorinhas,

parece-me que agora é a minha vez de falar. Já cantaram e falaram bastante, fiquem em

silencio e escutem, pois é a palavra de Deus que lhes trago”. Elas silenciaram de imediato.

Como São Francisco gostava dos animais, até hoje sempre há dois ou três pombos

próximo do local em que morreu o Santo, como que fazendo companhia àquele que tanto as

amou.

Outro detalhe da vida de São Francisco é que para evitar as tentações do maligno ele

se jogava sobre as rosas do jardim do convento. Diante dessa provação os espinhos

desapareceram, havendo ainda hoje rosas com pouquíssimos espinhos.

É creditada a São Francisco a célebre frase: “Senhor faça com que eu procure mais

consolar do que ser consolado, compreender do que ser compreendido, amar do que ser

amado, pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive

para a vida eterna”.

Ainda na cidade de Assis, fomos até o Santuário de Santa Maria dos Anjos, capela

maior terminada em 1569. Nessa capela foi onde São Francisco fundou a Ordem dos

Franciscanos e onde morreu em 4 de outubro de 1226.

A capela menor, chamada de Porciúncula, fica dentro do Santuário.

VENEZA

Levantamos bem cedo no dia 11, pois teríamos que viajar uns 500 quilômetros até

Veneza.

Para chegarmos a Veneza, saímos da região da Úmbria, centro da Itália e rumamos até

o norte onde se localiza a cidade.

A paisagem é maravilhosa. Novamente fomos acompanhados pelos Apeninos, onde as

montanhas eram cortadas por enormes túneis. Passamos pela região de Padano, local com

acentuada vocação para a agricultura. O Rio Pó atravessa a planície, por 652 km e desemboca

no Mar Adriático.

Veneza foi fundada em 1400, quando o povo da região, para fugir dos bárbaros,

refugiou-se no arquipélago formado por 118 ilhas. A cidade é unida por 400 pontes e por 150

canais, motivo pelo qual o transporte é feito por gôndolas ou vaporetos.

As edificações da cidade são construídas sobre colunas de madeira.

Para chegarmos à Praça de São Marcos, utilizamos um vaporeto, barco de transporte

de passageiros. Esse percurso durou aproximadamente 30 minutos.

Visitamos a Basílica de São Marcos, que é a mais famosa das igrejas de Veneza e um

dos melhores exemplos da arquitetura bizantina. Sua construção teve inicio em 828 e

terminada, após várias reconstruções, em 1063.

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Veneza

Visitamos a fabrica de vidros Murano, de renome internacional, onde foram mostrados

alguns produtos ali fabricados.

A técnica para a fabricação das peças de vidro está na moldagem através do sopro.

Esse conhecimento no início era transmitido de pais para filhos, ficando estes proibidos de

saírem da ilha, sob pena de perderem a própria vida, para que não revelassem o segredo.

Veneza é conhecida como cidade museu, porém, é a mais cara da Europa.

Um lustre da Murano custa em torno de R$ 75000,00, o que fez com que o Padre

Deucy perdesse a vontade de levar um deles para sua igreja, em Barra do São Francisco,

cidade do Espírito Santo.

O estacionamento dos ônibus custou 350 euros, quase mil reais. Um passeio de

gôndola custa 30 euros, o que fez com eu, o Professor Aranha e o Eduardo perdesse a vontade

de passear nesse meio de transporte.

Só para nos sentarmos em cadeiras de restaurantes na Praça de São Marcos para tomar

um café, o custo é de 25 euros.

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Praça San Marco

Para um casal se hospedar num hotel cinco estrelas, a diária sem o café da manhã, é de

3000 euros, o que também tirou minha vontade de uma segunda lua de mel.

Fizemos um “tour” pela praça e observamos no cais vários transatlânticos

luxuosíssimos. Na praça havia as tradicionais barraquinhas, onde o turista pode escolher suas

lembrançinhas, principalmente, as famosas máscaras de Veneza, que até hoje lamento por não

ter trazido uma.

PÁDUA

De Veneza tomamos novamente o vaporeto e rumamos para Pádua onde pernoitamos

no Crowne Plaza Hotel Padova.

Num desses dias de hospedagem nesse hotel, como faço diariamente, procurei um

lugar tranqüilo, para fazer a recitação do santo terço. Atravessei um longo corredor e abri uma

enorme e pesada porta. Deparei-me, então, com um belo cenário, local apropriado para

recitar o terço. Após a recitação procurei voltar pelo mesmo caminho, porém, aquela porta

enorme era uma porta corta-fogo, que só é aberta pelo lado de dentro. Cansei de bater para ver

se alguém escutava e abrisse a tal porta para mim. Como não obtive resultado, o negócio era

descer uma grande escada tipo marinheiro que saia para os fundos do hotel.

Atravessei canteiro de verdura, jardim, cozinha, lavanderia até que saí na recepção do

hotel, de onde voltei para meu quarto. A principio foi relativamente trágico, porém o término

foi hilariante.

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Basílica de Santo Antonio de Pádua

Pádua, para os italianos, Padova, localiza-se na região do Vêneto, nordeste do país.

Possui uma população de 212000 habitantes e ocupa uma área de 92 km². A cidade é

conhecida como a cidade de Santo Antonio.

Visitamos a Basílica de Santo Antonio de Pádua, a maior igreja da cidade, porém, não

é a Catedral. A Basílica é administrada pelos Frades Franciscanos Conventuais.

Sua construção começou em 1238, sete anos após a morte de Santo Antonio e foi

concluída em 1310. A Basílica é um edifício enorme, sem um estilo arquitetônico definido.

Relíquias do santo são encontradas na Capela do Tesouro e seu corpo encontra-se

numa capela especial, criada por Túlio Lombardo.

MILÃO

No dia 12, saímos de Pádua com destino a Milão. A auto-estrada estava com grande

movimento, lembrando a Via Dutra que liga São Paulo ao Rio de Janeiro.

As cidades importantes dessa região são Verona, Pádua, Treviso. Na região milana

destacam-se as cidades de Bérgamo, Bréscia, Mantova e Monza.

Nessa região cultivam-se uvas para a produção de vinho branco suave. O vinho

Lambrusco é da região da Emilia Romana, próximo às cidades de Bologna e Modena.

Com a nossa chegada a Milão, rodamos aproximadamente 2300 km de ônibus.

Foi em território italiano que passamos mais tempo dentro do ônibus, devido às longas

distâncias entre as cidades.

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João motorista, Tony guia na Itália e Robertinho

Algumas vezes, devido ao cansaço, o pessoal “apagava”, mas no geral, os peregrinos

estavam atentos e observando os cenários e as curiosidades dos locais por onde passávamos.

No ônibus, as pessoas sentavam-se sempre nos mesmos lugares. Toda vez que

iniciávamos uma viagem, Monsenhor Edmilson, logo atrás do assento do motorista, fazia a

prece matinal. A dona Darcy, no segundo banco, sempre tinha ao seu lado pacotes de

bolachas e biscoitos que oferecia aos amigos.

Eu e a Elza ficávamos sempre ao lado do guia, para facilitar minhas anotações e para

fazer o registro fotográfico. Logo atrás de nós, o Robertinho e a Marleni, que de vez em

quando puxava um ronco. Na parte central ficava a dona Paulina, muito humilde e simples,

sempre usando uma touca preta.

Instigada pelo Robertinho, Dona Paulina falava das coisas do seu sítio em São Berto:

da saudade do feijão com arroz e uns torresminhos, tudo temperado na banha de porco.

Falava, também, de uma pamonha especial e de uma sopa de mandioca com cambuquira que

sua filha Margareth preparava.

Só para atazanar mais ainda a vida da coitada da dona Paulina, certa pessoa, ou

melhor, este autor, sempre voltava aos assuntos culinários, o que fazia com que a boa e

paciente senhora repetisse as receitas.

Também na parte central do ônibus, sentavam-se os inseparáveis amigos, Professor

Aranha e Eduardo. Ao lado deles, os amigos cariocas da família Mannarino, torcedores do

Fluminense, cujo time, “prá variar”, não estava com nada.

Também me lembro do Waldemar, o gaúcho. Quando o vi pela primeira vez, pensei

que fosse padre, diácono, pois portava um enorme crucifixo no peito.

Havia casal Alair e Ruth, sempre elegantes e comedidos em suas maneiras.

E não posso me esquecer, de maneira nenhuma, do amigo de sempre, Cleiton José

Pires, responsável pela peregrinação, sempre à nossa disposição, prestativo, pacificador,

orientador, enfim aquela pessoa que não media esforços para atender todas as nas nossas

necessidades.

Lá no fundão do ônibus, na chamada “cozinha”, Padre Dercy e seus cantores, sempre

alegrando o ambiente com músicas nordestinas e, de vez, com algumas piadas.

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Milano, como se diz em italiano é a capital da região da Lombardia e província de

Milão. Situa-se na região do rio Pó, numa área de 182 km2, com uma população de

aproximadamente 1.300.000 habitantes.

Catedral de Milão

Em Milão fizemos um “tour”, a pé, pela cidade. Passamos pelo famoso Teatro Scalla,

onde grandes tenores, dentre eles Pavarotti, fizeram suas apresentações, pela estátua de

Garibaldi, famoso revolucionário italiano, com participação importante na guerra dos

Farrapos no Brasil.

Galeria Victorio Emannuelle - Milão

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Passamos, também, diante da Prefeitura de Milão e visitamos a belíssima e elegante

Galeria Vitório Emmanuelle, onde comprei uma camisa da seleção da Itália, um calção e um

meião do Juventus (La vecchia signora) para meus filhos.

A Catedral de Milão ocupa uma área de 12000 m², sendo Santo Ambroglio e São

Carlos Borromeu seus primeiros bispos. O piso e as paredes são de mármore, sua arquitetura é

em estilo gótico, com vitrais feitos na forma de mosaicos lembrando passagens do novo

testamento.

Durante a segunda guerra mundial, a catedral foi preservada dos bombardeiros. É a

terceira maior igreja da Europa, tendo uma extensão de 108 metros e uma altura de 50 metros.

No teto as pinturas aparentam ser em alto relevo. Lá visitamos o local onde está enterrado São

Carlos Borromeu, padroeiro da Igreja que freqüento quando estou em Sorocaba, aqui no

Estado de São Paulo.

TEL AVIV

De Milão voamos a Roma, onde fizemos conexão para Tel Aviv, em Israel.

A expectativa de todos era muito grande para conhecer a Terra Santa, o objetivo maior

de nossa peregrinação.

Tivemos que ir à casa de câmbio para trocar, no meu caso, os poucos dólares que

restavam por shekel, a moeda daquele país. Cada real equivale a 2.2592 shekels.

Desembarcamos no Aeroporto Ben Gurian, às 4 horas da manhã, onde fomos recepcionados

pela guia Dafne e pelo motorista Afif, parente do Paulo Maluf, que é proprietário de uma

empresa de ônibus de turismo naquela cidade, pessoa muito simpática, prestativa e

comunicativa.

O aeroporto de Ben Gurion possui instalações moderníssimas, proporcionando aos

seus usuários conforto, funcionalidade e beleza. O usuário pode optar por esteiras rolantes

para sua locomoção dentro do aeroporto.

Em termos de segurança, na entrada não houve nenhuma exigência além das normais,

encontradas nos outros aeroportos, porém, na saída...

Dormimos pouquíssimo tempo, pois às 8h00 da manhã já iniciaríamos nossas

atividades naquele país.

Israel ocupa uma área de 22000 km², sendo metade dela ocupada por deserto. Suas

atividades econômicas são a lapidação de diamantes, a informática e a agricultura que, pela

escassez de água, só pode ser desenvolvida por meio de técnicas de irrigação artificial, dentre

elas, o gotejamento contínuo.

Tel Aviv é a segunda maior cidade de Israel, com uma população estimada de 390000

habitantes, ocupando uma área de 52 km². Foi fundada em 1909 nos arredores da antiga

cidade portuária de Jaffa.

Atualmente a cidade dispõe da maior concentração de edifícios de estilo moderno.

Devido à diversidade de bares, restaurantes, hotéis, ao ótimo clima, às belas praias e seu estilo

cosmopolita, Tel Aviv ganhou a reputação de “A metrópole do Mediterrâneo que nunca

dorme”.

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Aeroporto de Bem Gurion

Ao iniciarmos nossa peregrinarão em Israel, Dafne, nossa guia, ressaltou a importância

e o cuidado de sempre termos água e de usar roupas leves, pois iríamos enfrentar temperaturas

altíssimas.

JOPPER

No dia 13, após o café da manhã no Hotel Mercure Suítes Bat-Yam, rumamos para

Jopper, o terceiro porto de Tel Aviv, e o mais antigo.

Nesse local, há 4000 anos, Jonas, como não tinha muita convicção do seu apostolado

em Jopper, tomou um navio para Tarsis, para fugir do Senhor. Após uma tempestade em alto

mar ele foi engolido por uma baleia e devolvido à praia, após alguns dias, na cidade de

Nínive, para onde deveria ter ido. (Jonas 1-2) “Levanta-te e vai a Nínive, a grande cidade e

profere sobre ela teus oráculos, porque sua iniqüidade chegou a minha presença.”

(Jonas 2-1) “O Senhor fez que ali se encontrasse um grande peixe para engolir Jonas,

ficando três dias e três noites no seu ventre”.

Em seguida dirigimo-nos para o lugar, onde Paulo saía para suas viagens e ao lugar

onde era a casa de Simão Curtidor.

A profissão de Simão era considerada impura, pois consistia no tratamento de peles de

animais mortos. Imaginemos esse ambiente, peles, ossos, carnes amontoadas, pois foi nesse

lugar que Pedro se hospedou por alguns dias.

Pois foi aí, que Pedro teve a visão (Atos 10-11) “viu descer do céu um lençol com

todas as espécies de animais imundos, quando uma voz disse: Levanta-te, Pedro, mata e

come. Ao que Pedro respondeu: de jeito nenhum, Senhor, pois nunca comi coisa imunda”.

A visão significava um mundo perdido, considerado imundo, carente de salvação.

Deus queria mostrar a Pedro que ele não poderia recusar o convite dos pagãos, que eram

considerados imundos. Pedro entendeu e obedeceu ao Senhor. Tudo isso aconteceu na casa de

Simão Curtidor.

Em seguida fizemos um “tour” pela cidade passando defronte à embaixada dos EUA e

pelo centro comercial de Tel Aviv.

CESÁREA MARÍTIMA

Daí, seguimos para Cesárea Marítima onde visitamos as ruínas de 2000 anos.

Cesárea Marítima, é uma cidade antiga, fundada por Herodes, o Grande, em 13 a.C.

Situa na costa mediterrânica de Israel, entre Tel Aviv e Haifa.

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Herodes não descuidou de sua nova cidade: seu palácio foi construído ao lado do mar,

com piscina decorativa rodeada de elementos arquitetônicos, que consistia em colunas

formando um pórtico coberto.

A água doce da piscina era transportada por um aqueduto de 14 km.

Nesse local, com toda a mordomia, Herodes construiu teatro, hipódromo e salas de

conferências. A cidade é toda cercada, desde o tempo das Cruzadas.

Para esse lugar é que Paulo foi transferido. Sendo essas as palavras do tribuno: Atos

23-23 “Preparem duzentos soldados, setenta cavaleiros e duzentos lanceiros para irem a

Cesárea, à terceira hora da noite”.

Sentamo-nos nas ruínas do pretório (escritório) onde Herodes tomava suas decisões,

principalmente contra os cristãos.

Em 1961, no teatro de Cesárea, foi encontrada uma pedra com uma inscrição em latim,

que continha o nome de Pôncio Pilatos.

HAIFA

Continuando nossa viagem, rumamos para Haifa.

De Cesárea até Haifa rodamos 33 km.

Israel é um país do tamanho do Estado de Sergipe, medindo 460 km de comprimento

por 116 km de largura. Ao longe observamos a divisa entre Israel e Líbano.

Haifa é maior cidade do norte de Israel e a terceira maior cidade do país, ficando atrás

de Jerusalém e Tel Aviv. Possui uma população aproximada de 265000 habitantes e ocupa

uma área de 64 km².

A cidade possui parques industriais, de alta tecnologia, um porto industrial e uma

refinaria de petróleo.

Haifa foi construída nas encostas do Monte Carmelo. Esse monte é famoso por sua

ligação com a vida do profeta Elias. Foi lá que o profeta Elias triunfou sobre os profetas de

Baal.

(Reis 1 18:20-21) Elias reuniu os profetas no Monte Carmelo e disse : “Até quando

claudicarei dos dois pés ? Se o Senhor é o verdadeiro Deus, segui-o; mas se é Baal, segui a

Baal”.

Foi também no Monte Carmelo que Elias fez descer do céu o fogo que consumiu, por

duas vezes, os cinqüenta soldados que o Rei Acazias mandou para prendê-lo.

Nesse local, em 16 de julho de 1251, a Virgem apareceu em grande cortejo, tendo na

mão o hábito da Ordem dos Carmelitas e o escapulário. Disse ela a São Simão: “Isto é um

sinal de salvação, uma salvaguarda nos perigos, aliança da paz e de uma proteção

perpétua. Quem morrer revestido com ele será preservado do fogo eterno”.

Almoçamos num ambiente de muita beleza e com uma vista privilegiada para o Mar

Mediterrâneo.

Em seguida fomos visitar a Igreja de Stella Maris (Estrela do Mar), hoje pertencente à

Ordem dos Carmelitas.

Ao atravessarmos a cidade passamos pelos Jardins de Barhai. A fé Barhai é uma

religião monoteísta, fundada na Pérsia, que enfatiza a unidade espiritual da humanidade.

Na cúpula da igreja foram utilizadas 200 folhas de ouro. Os jardins tiveram um custo

de 500 milhões de dólares.

Saímos de Monte Carmelo com destino a Nazaré. Foram percorridos 35 km, numa

vegetação seca, rochosa, quente e sem nenhuma beleza.

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Basílica da Anunciação

NAZARÉ

Nazaré possui, atualmente, 60000 mil habitantes. Naquela época, abrigava cerca de

vinte famílias, sendo a população composta 30% de cristãos e 70% de muçulmanos. A

cidade dista 25 km do mar da Galileia e 9 km do Monte Tabor.

Em Nazaré visitamos a Basílica da Anunciação, onde o Anjo Gabriel anunciou a

Maria que ela seria a mãe de Jesus.

É a maior igreja de Nazaré Sua construção moderna mostra um enorme domo que se

destaca na paisagem da cidade montanhosa.

Esta é a quinta construção da igreja visto que ela foi destruída várias vezes. A primeira

construção deu-se no ano de 350.

Esta Basílica foi construída sobre a gruta legendária, onde Maria recebeu do Anjo

Gabriel o anúncio de que ela conceberia Jesus, o filho de Deus. (Lucas 1: 35) ”O Espírito

Santo descerá sobre ti e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, aquele

que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus”.

A Basílica da Anunciação tem no piso inferior o local da aparição e, no piso superior,

imagens de Nossa Senhora de diversos paises, dentre elas a imagem de Nossa Senhora

Aparecida do Brasil.

Posteriormente nos dirigimos à Capela de São José, onde o santo fazia seus trabalhos

de carpintaria. No subsolo observamos o local de armazenamento de alimentos e água, para

uso de sua família pelo tempo que fosse necessário.

Terminamos o dia com a celebração da Santa Missa pelos padres do grupo na capela

da Igreja de São José.

Para entrar nessa Basílica a inspeção dos trajes dos peregrinos é bastante rígida. Não é

permitida a entrada de mulheres com roupas contrárias ao decoro que o ambiente exige.

Bermudas também não são permitidas, nem para os homens. Como eu estava usando uma,

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para disfarçar, tive que baixá-la, bem abaixo dos joelhos de modo a cobrir as pernas; porém,

“outras partes” tornaram-se visíveis, o que causou risos do Robertinho e de outros amigos que

observaram a cena.

No dia 14 nos levantamos cedo, tomamos o café da manhã e, para nossa surpresa,

encontramos saladas de verduras e legumes, além de queijos, iogurte, pães de diversos tipos,

café, chás, etc.

Pela tradição do povo não é permitido associar produtos de laticínios com de carne,

tanto é que salames, presunto, copa, mortadela e outros embutidos não fazem parte do café

matinal.

Ao nos dirigirmos a Tiberíades na costa noroeste do Mar da Galiléia, observamos as

ruínas da cidade de Magdala, onde viveu Maria Madalena.

Durante a viagem deparamos com um cenário muito seco e quente, típico daquela

região. Notamos no horizonte uma espécie de névoa a qual ficamos sabendo tratar-se de

poeira do deserto. Havia muitas pedras ao lado da rodovia o que nos fazia lembrar a parábola

das sementes jogadas em terra boa, pedras, espinhos, etc.

Igreja Bem-Aventuranças

IGREJA DAS BEM-AVENTURANÇAS

Visitamos a Igreja das Bem-Aventuranças, de arquitetura moderna, que foi concluída

em 1937, no alto da colina, defronte ao Mar da Galiléia ou Lago de Genesaré. A igreja tem

forma octogonal e é circundada por varandas, onde os fiéis podem admirar a belíssima

paisagem do local.

No interior da igreja os vitrais reproduzem o início de todas as bem-aventuranças,

proclamadas por Jesus.

Nas escadarias de acesso à igreja, Padre Edson fez a leitura do evangelho de São Mateus:

(Mt 5)

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Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus;

Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados;

Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra;

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados;

Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão a misericórdia;

Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus;

Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados de filhos de

Deus;

Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino do

céu;

Bem-aventurados sois vós quando injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem

todo tipo de mal contra vós por causa de mim, porque será grande a vossa

recompensa no céu.

Passamos ao lado de Dommus Gali, onde o papa João Paulo II rezou missa.

Às margens do Mar da Galiléia, ou Lago de Genesaré, foi feita a leitura do Evangelho (Mt

4) Caminhando ao longo do Mar da Galileia, viu dois irmãos. Simão, que se chama Pedro e

André, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores e disse: “Vinde a mim que os

fareis pescadores de homens”. Na mesma hora abandonaram as redes e o seguiram. Mais

adiante viu Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, consertando as redes. Chamando-os,

eles abandonaram a barca e seu pai e o seguiram.

Passamos depois pela Igreja da multiplicação dos peixes em Tabgha. Tabgha é o local

onde ocorreu o milagre da multiplicação dos pães e peixes. (Mt 14: 19) Mandou então a

multidão sentar-se na relva, tomou cinco pães e dois peixes e, elevando os olhos ao céu,

abençoou-os. Partindo em seguida os pães, deu aos discípulos que os distribuíram ao povo.

Todos comeram e sobraram doze cestos cheios.

O nome Tabgha está ligado às fontes de águas sulfurosas existentes no local. A igreja de

Tabgha foi construída em 1950, com mosaicos dos anos 360, século V.

Cafarnaum

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CAFARNAUM

Em Cafarnaum visitamos as ruínas da casa da sogra de Pedro, quando Jesus a curou de

febre altíssima, (Mt 8-14) Foi então a casa da sogra de Pedro, cuja sogra estava acamada,

tomou-a pelas mãos e a febre a deixou. Ela levantou-se e foi servir-lhe.

Ao lado da casa da sogra de Pedro, encontra-se a sinagoga, onde Jesus disse: (Jô 6-54)

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue já tem a vida eterna e eu o ressuscitarei

no último dia”.

Cafarnaum – Sinagoga

O Mar da Galiléia (de água doce) encontra-se a menos 211 metros abaixo do nível dos

demais mares. Essa diminuição do mar é devido às secas, podendo transformar o mar em

deserto, caso a utilização e o consumo da água desse mar pela população não seja

regulamentada.

Foi nesse lugar que Jesus caminhou sobre o mar. (Mt 14- 25: 27) Pelas três horas,

Jesus veio a eles caminhando sobre o mar. Ao vê-lo os discípulos pensaram que era um

fantasma, quando Jesus disse: “Tranqüilizai-vos, sou eu, não temais”.

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Mar da Galileia – Milagre da Calmaria do mar

No mar da Galileia, a caminho de Tiberíades, foi feita uma celebração num barco, em

alto mar, com direito ao hasteamento da bandeira e o canto do hino nacional.

O almoço foi feito num restaurante a beira-mar. A sugestão foi “peixe de São Pedro”,

ao preço de 26 dólares por pessoa.

Na verdade comemos para experimentar, pois o prato não teve muita aceitação, a não

ser para os gatos que estavam nas pedras ao lado do restaurante, aguardando as espinhas que

eram jogadas.

No final do dia, paramos no Rio Jordão, onde os padres fizeram a renovação do

batismo dos peregrinos.

Nesse local conforme (Mc 1:9) Jesus, vindo de Nazaré da Galileia foi batizado por

João Batista.

TIBERÍADES

Posteriormente, nos dirigimos a Tiberíades, onde ficamos hospedados por três dias no

Hotel Holiday-Inn Tiberias. Hotel com belíssimas e confortáveis instalações, pratos

diversificados, tanto no café da manhã como no jantar, com bebidas vontade, especialmente

um delicioso vinho, que nós mesmos nos servíamos, em máquinas, iguais a essas venda de

refrigerantes.

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Normalmente nos jantares as pessoas sempre se reuniam cada uma no seu grupo;

depois, algumas iam assistir a algum show ou jogar bingo, como podia se fazer nesse hotel.

Outras preferiam dar uma voltinha nas proximidades para fazer a digestão e outras iam

repousar mesmo de barriga cheia, isto é, cada uma estava liberada para fazer o que quisesse.

Num desses dias, a festa foi boa. Depois do jantar, já meio tarde, sentei-me junto com

os padres de Barra de São Francisco. Entre uma conversa e outra, um assunto e outro, e como

já narrei, vinho á vontade. Como muito conversamos muito vinho tomamos. Observamos até

um trilho no chão unindo nossa mesa à máquina do vinho.

Depois de algum tempo, percebemos que o pessoal do hotel já estava fazendo a

limpeza, apagando as luzes, pois somente nós estávamos no restaurante e já era meio tarde, ou

melhor, já estava começando o outro dia. Era hora de também irmos para os nossos

apartamentos. E qual era o numero do meu?

A recepcionista, além da língua deles, só falava inglês. Aí tive que me lembrar das

aulas de inglês de muitos anos atrás e saiu “How many numbers the may appartament?”,

bastante errado, mas ela entendeu respondendo o numero em inglês.

Depois de muitos “hâ, e hã, pois não estava entendendo o que ela dizia, ela escreveu

num papelzinho o número 759. Consegui achar o apartamento, porém, nem deu para terminar

o Sinal da Cruz e já havia “desmaiado”.

No dia seguinte, o “circo” continuou. Como eu estava com os lábios queimados de

tanto sol, calor e vento seco, e não tinha manteiga de cacau, passei um batom da Elza, meio

cor de rosa, o que chamou um pouco a atenção dos nossos amigos. O que importa é, amenizou

a queimadura.

Canaã – Milagre da transformação da água em vinho

CANAÃ DA GALILEIA

No dia 15 levantamos cedo e rumamos para Canaã da Galileia.

No caminho observamos do alto, a diferença do nível do mar da Galiléia com relação a

outros mares. Ao lado da estrada observamos o reflorestamento com pinheiros, iniciado em

1950.

Nesse local Jesus e seus apóstolos foram convidados a participarem de um casamento.

No meio da festa, Maria observou que o vinho estava terminando, o que seria uma

desonra para os noivos.

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Maria, então, pediu a Jesus que interferisse na situação, porém Ele disse-lhe que não

era o momento, mas devido aos insistentes pedidos de sua mãe, enfim, atendeu a seu pedido.

Então Maria ordenou aos serventes que fizessem o que Jesus iria pedir: (Jô 2:6-9) Havia ali

seis talhas de pedra contendo 80 a 120 litros cada. Então Jesus disse aos serventes:

“Encham as talhas com água e levem para o chefe dos garçons para experimentar”. Ao

beber, o chefe dos garçons ficou admirado com a qualidade do vinho que lhe foi fornecido.

Esse acontecimento ficou conhecido como o primeiro milagre de Jesus na sua vida pública.

Após a leitura do evangelho foi feita a renovação do casamento dos casais presentes.

Monte Tabor – Milagre da Transfiguração

MONTE TABOR

Em seguida nos dirigimos ao Monte Tabor que é uma alta colina na região da Galileia,

a 17 km do Mar da Galileia e a 575 metros acima do nível do mar, com uma belíssima vista.

Dentro da capela nova, observamos ruínas das antigas igrejas. Nas paredes, mosaicos

com imagens, de outras transfigurações ocorridas com Jesus:

- Nascimento de Jesus;

- Jesus na eucaristia;

- Cordeiro imolado (paixão e morte);

- Ressurreição de Jesus;

Esse local é conhecido pela transfiguração de Jesus.

Certo dia Jesus convidou Pedro, Tiago e João a acompanhá-lo para orar no alto do

monte. Enquanto Jesus rezava, seu rosto mudou de aspecto e suas vestes ficaram brancas e

resplandecentes. Nesse momento os apóstolos tiveram a visão de Jesus falando com Moisés e

Elias. Pedro ainda falava, quando uma nuvem os encobriu e da nuvem saiu uma voz que

falava: “Esse é meu filho amado”.

Quando a voz parou de ressoar, Jesus pediu aos apóstolos que não comentassem nada

com ninguém daquilo que tinham visto.

A nossa celebração diária foi feita ao lado da Igreja da Transfiguração.

Para acessar o topo do Monte Tabor, local onde foi construída a Igreja da

Transfiguração, tivemos de utilizar vans, pois a estrada era muito íngreme e com curvas que

serpenteiam uma floresta de pinheiros.

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Foi nesse local que “levaram” o meu chapéu de estimação, pois tinha uma medalha de

San Tiago de Compostela, trazida pelo Toninho Sanches, do Grupo Papa-Trilhas, de minha

cidade, além de outra medalha de Nossa Senhora Aparecida, que nos ajudava em nossas

caminhadas.

Estava na expectativa de ver algum gringo com meu chapéu, inclusive estava

preparado para a intervenção e dizer-lhe: “ô meu, this hat is mine”. O que infelizmente não

aconteceu.

Saindo do Monte Tabor, observamos, à direita, montanhas sem vegetação alguma e à

esquerda, uma diversidade de culturas, com destaque às tamareiras.

Presenciamos, também, pastores com seus rebanhos, barracas de vendas de produtos

locais dentre eles a cebola. Todas essas plantações eram protegidas por estufas.

Ao atravessarmos o deserto da Judéia, observamos nômades (beduínos) vivendo em

casas paupérrimas, porém, em duas situações distintas: pessoas paupérrimas que sobrevivem

do pastoreio, e outras que ganham muito dinheiro com o comércio e, principalmente, com o

contrabando.

Mar Morto

MAR MORTO

Fizemos uma parada no Mar Morto (Mar Salgado para os Judeus, devido à altíssima

quantidade de sal), onde nos foi recomendado um cuidado especial para não ingerir a água,

nem permitir o contato com os olhos.

O Mar Morto possui quase 80 km de comprimento por 18 de largura.

Há algum tempo ele vem diminuindo de tamanho devido à evaporação de suas águas

quentes e pesadas, e também pelo ar seco, parado e denso. A lama do Mar Morto é rica em

minerais que estimulam o equilíbrio do metabolismo, regenerando as células da pele. Como o

próprio nome diz, nesse mar não existe ser vivente.

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Antes de seguirmos para Jerusalém fizemos outra parada para o almoço num

restaurante próximo às ruínas de Qumram.

Apesar do preço “salgado”, a comida deixava muito a desejar. Certamente foi o pior

lugar em que fizemos refeições.

As ruínas de Qumram localizam-se na margem noroeste do Mar Morto, a 12 km de

Jericó e a 22 km de Jerusalém.

Nesse lugar praticamente não chove o ano todo. O ar é tão seco que a água das poucas

evaporações seca imediatamente, criando uma névoa com cheiro de enxofre. Ali

experimentamos um passeio de camelo para conhecer o meio de transporte utilizado pelos

habitantes daquela região.

Em 1947 foram descobertos os manuscritos do Mar Morto.

Qumram

JERUSALÉM

Ao subirmos para Jerusalém saímos de menos 400 para mais de 860 metros do nível

do mar.

Ao chegarmos aos altos da cidade de Jerusalém, como é tradição aos peregrinos,

fomos brindados com suco de uva servido em uma pequena taça de madeira.

Desse local dava para se observar um amplo panorama da cidade, de onde obtivemos

belíssimas fotos.

Jerusalém é a maior cidade de Israel e conta com 700000 habitantes. Ficamos

hospedados no The Olive Tree Hotel.

Dia 16 saímos em direção a Ein Karen, cidade de Maria e João Batista.

Durante o trajeto passamos por lugares públicos tradicionais, tais como o mercado

municipal, o Parlamento de Israel, o museu do holocausto e o cemitério militar, onde estão

sepultados presidentes e chefe de estados.

Antes de irmos à Igreja de São João Batista e à Igreja da Visitação, passamos pela

fonte pública, onde a população abastecia suas casas com água.

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A Igreja da Visitação é o lugar onde Isabel se refugiou para esconder sua gravidez.

Maria caminhou l80 km de Nazaré para visitar sua prima Isabel e dar-lhe assistência

por três meses.

A igreja foi construída sobre à casa de Izabel e Zacharias, local onde nasceu João

Batista.

Foi efetuada a seguinte leitura (Lc 1:39-56) Ao ouvir a saudação de Maria, o filho de

Isabel que estava em seu seio estremeceu e Isabel, inspirada pelo Espírito Santo, disse:

“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o filho que vai nascer de ti. Que grande graça

receber a mãe do meu Senhor”.

A caminho de Belém visitamos a Basílica da Natividade, construída no século IV, hoje

em poder dos gregos ortodoxos.

No trajeto, passamos pelo estádio de Jerusalém, observamos as construções das casas

de pedras. O solo e subsolo de Jerusalém são formados apenas de pedra.

Jerusalém é conhecida como a cidade do mel (tâmaras) e do leite (de cabra, camelo,

ovelhas).

BELÉM

Ao chegarmos a Belém nos deparamos com altos muros que cercam a cidade e com o

fortíssimo aparato policial na porta de entrada. Por motivos políticos, nossa guia, Dafne, não

pode entrar em Belém, porque é judia.

Belém tem 18 km² de extensão e sua atividade econômica principal são o turismo, a

lapidação de madrepérolas e a confecção de artesanato em madeira de oliveira.

A missa diária foi celebrada na Igreja da Natividade, lugar onde Jesus nasceu. O

evangelho foi sobre os acontecimentos do dia do nascimento de Jesus.

A igreja foi construída em 326 sendo dividida entre armênios católicos e gregos

ortodoxos. A porta de entrada foi doada pelo papa João Paulo II. Na parte ortodoxa existem

doze colunas, com portas pequenas (portas da humildade) numa altura de 1,50 metros,

construídas dessa forma, para impedir a entrada de soldados a cavalo ou a camelo.

Em uma das pilastras existe um sinal de cinco dedos, que dizem serem os dedos de

Maria, quando segura essa pilastra, durante um terremoto.

Ao longe se avista a fortaleza de Herodes. O que mandou matar os recém-nascidos.

Ao sairmos da cidade jovem militares fiscalizaram nosso ônibus. A princípio

mostraram-se carrancudos, mas quando dissemos que éramos do “Bresil”, eles ficaram mais

simpáticos, inclusive mencionando os jogadores de futebol Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho,

Robinho e Kaká.

Um dos guardas, mais gozador, citou a Argentina, devido, talvez, à rivalidade com o

Brasil.

Continuando a peregrinação fomos até Monte Sião (Casa de Sião), local onde Maria

adormeceu (morreu) para que, posteriormente, houvesse a assunção ao céu.

O Papa João Paulo II, em julho de 1.997, em uma de suas catequeses, explica a

assunção nos seguintes termos: “O dogma da Assunção, afirma que o corpo de Maria foi

glorificado após sua morte. Com efeito, para os demais homens a ressurreição dos corpos

ocorrerá no fim do mundo, para Maria a glorificação do seu corpo se antecipou por

singular privilégio de Deus”.

Visitamos o local onde Jesus instituiu a eucaristia e o sacerdócio. (Lc 22: 14-20)

Quando chegou à hora do culto divino da Ceia Pascal, Jesus sentou-se à mesa com seus

discípulos e lhes disse: “Desejei ansiosamente, celebrar hoje com vocês este Sacrifício da

Páscoa”. Depois tomando o cálice em suas mãos fez uma oração de agradecimento e disse

estas palavras: “Bebam desse cálice, este é o meu sangue que deverá ser derramado por

vós”. Em seguida tomou o pão em suas mãos, abençoou-o e deu aos seus discípulos

dizendo: “Isto é meu corpo que deverá ser entregue por vós”.

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Na saída passamos defronte ao túmulo de David. Continuando o trajeto passamos pela

Igreja de São Pedro In Gallicantu, local onde Pedro negou Jesus por três vezes.

Igreja de São Pedro In Gallicantu

Ao término da tarde fomos até o Muro das Lamentações que é o lugar mais sagrado e

venerado pelo povo judeu, por tratar-se da única relíquia do último templo.

O muro é uma pequena parte da muralha construída por Herodes, no ano 20 a.C., ao

redor do grande templo.

No ano 70, quando da destruição da cidade de Jerusalém por Tito, este deixou em pé

uma parte da muralha, com seus enormes blocos de pedras, a fim de mostrar às gerações

futuras o poderio dos soldados romanos que foram capazes de destruir o resto da edificação.

Nesse local de oração, os Judeus passam várias horas orando pela paz em Israel. Os

filhos, desde pequenos, acompanham os pais no culto, sempre usando seus trajes típicos.

Para se chegar ao Muro das Lamentações é obrigatório estar com cabeça

coberta, em sinal de respeito. O pedido de oração é colocado nas fendas do

muro.

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Muro das Lamentações

A primeira atividade do dia 17 foi a visita ao Monte das Oliveiras, Igreja Oleona

(Oliveiras), onde Jesus ensinou seus discípulos a rezarem o Pai Nosso. Ela é a quarta Basílica

construída no mundo. Atualmente está sendo ocupada pelas Irmãs Carmelitas.

Numa pedra branca de mármore em Jerusalém, no Monte das Oliveiras, está escrita,

em aramaico, a oração do Pai Nosso, na seguinte versão:

“Pai nosso dos céus, santo é o teu nome, venha o teu reino, tua vontade se faz na terra

como também nos céus. Dai-nos hoje nossa parte do pão, perdoa-nos as nossas culpas,

quando nós perdoamos as culpas de nossos devedores. Não nos deixes entregues à

provação; porque nos resgatas do mal. Amem.

No caminho, fotografamos outras belas vistas de Jerusalém, passamos pelo cemitério

judeu onde, em vez de flores, colocam-se pedrinhas sobre os túmulos. O túmulo que tiver

mais pedrinhas é aquele mais visitado.

Iniciamos o dia entrando pela porta de Santo Esteves, ou Porta dos Leões. A cidade

possui sete portas e é toda cercada por muralhas. Passamos pela Porta de Damasco e pela

Porta das Flores.

Dentro dessa muralha de 1 km2 vivem aproximadamente 50000 habitantes.

Passamos pelos tanques de Betsaida, junto à porta das Ovelhas, construídos em 700

a.C, os quais, diziam-se, conter águas milagrosas. Nesse lugar Jesus curou um paralítico.

(Jô 5:5-9) Achava-se ali um homem que há trinta e oito anos sofria de paralisia. Jesus,

vendo o homem deitado no chão perguntou: “Você gostaria de ficar curado?”. O enfermo

respondeu: “Sim, mas não tenho ninguém que me ponha no tanque quando a água é

agitada”. Jesus disse então ao homem: “Levanta-te toma o seu leito e ande”. No mesmo

instante o homem ficou curado.

Entramos na Basílica de Santana e São Joaquim, pais de Maria. A curiosidade dessa

basílica é a beleza do eco produzido durante os cantos.

Passamos pela fortaleza Antonia onde foram feitas a primeira e a segunda leitura da

Via Sacra: “Jesus é condenado à morte” e “Jesus carrega sua cruz”.

As demais estações foram feitas na rua do mercado, entre o povo, em lugares pré-

determinados.

A décima segunda estação foi onde Jesus foi crucificado. Local de difícil acesso, com

subidas e descidas íngremes.

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O altar foi construído onde Jesus foi crucificado. Havia uma fenda na rocha onde se

dizia ser o local onde foi fixada a cruz.

A celebração diária foi ministrada numa capela próxima ao Santo Sepulcro.

Santo Sepulcro

Enfrentamos uma grande fila de fiéis para entrar no Santo Sepulcro. O acesso era

coordenado pelo vigilante do sepulcro, um sacerdote grego ortodoxo, que queimava

levemente as mãos das pessoas, com a chama de uma vela, para sua purificação, antes de

adentrarem à sepultura.

As preces dos fiéis dentro do Santo Sepulcro representam um momento de grande

emoção para todos.

Após o almoço, fomos até a Dominnus Flevit, a capela franciscana construída em

1955, em forma de lágrima, pois foi nesse local onde Jesus chorou porque a cidade ia ser

destruída. (Lc 19: 41-44). E quando chegou perto e viu a cidade, chorou sobre ela dizendo:

“Ah Jerusalém, se tu conhecesses, ao menos neste dia, o que te poderia trazer a paz! Mas

agora isso está encoberto aos teus olhos. Porque virão dias sobre ti em que seus inimigos te

cercarão, e te derrubarão a ti e seus filhos que dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti

pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo de sua visitação.

Descemos até os Jardins de Get Semani, onde observamos oliveiras com 700 anos,

“netas” das oliveiras do tempo de Jesus.

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Jardim de Get Semani

MONTE DAS OLIVEIRAS

Efetuada a leitura. (Lc 22: 39-44) Jesus saiu dali e como de costume, dirigiu-se ao

Monte das Oliveiras. Ao chegarem Jesus disse a seus discípulos: “Rezem, para não caírem

em tentação!” Depois afastando deles ajoelhou e rezou. “Pai, se for de Vossa vontade,

afastai de mim esse cálice de sofrimento, não se faça, porém, a minha vontade, mas a

Vossa”.

Nesse local está construída a Igreja da Agonia ou Igreja das Nações. Próximo ao altar

está a pedra em que Jesus chorou..

No teto da igreja construída com a ajuda de diversos paises, encontra-se o brasão do

Brasil, da época que era presidente Epitácio Pessoa.

Com essa visita, encerramos nossa peregrinação pelas terras por onde Jesus passou, as

quais nós tivemos a graça de conhecer.

E foi assim com chave de ouro, que encerramos a nossa viagem a Israel.

Jerusalém é tudo o que você imagina e muito mais, certamente agrada a todos: judeus,

muçulmanos, islâmicos, cientistas, arqueólogos, historiadores, turistas e especialmente, a nós

cristãos que pisamos nos mesmos lugares que o Pai pisou.

Com esses novos conhecimentos, nossa fé e nossa vontade de servir ao Senhor ficaram

ainda mais consolidadas.

Ao voltarmos ao ônibus a Dafne presenteou-nos com ramos de oliveira.

À noite, no hotel, fizemos a confraternização com os membros do grupo e a entrega

dos presentes ao amigo secreto.

Nessa hora ficamos sabendo como era a voz da Maria Lucia Brito, que não abria a

boca, mas que, obrigatoriamente, teve que anunciar o nome de seu amigo secreto.

Minha amiga secreta foi a Maria Cristina e, da Virginia recebi um lindo crucifixo, que

está apoiado nos ramos de oliveira, presenteado pela Dafne, em meu oratório.

Descansamos poucas horas, pois a uma hora da manhã teríamos que estar no aeroporto

de Tel Aviv, de onde voaríamos até Roma, para fazermos conexão e retornar ao Brasil.

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RETORNO

No aeroporto, o “check-in” foi muito rigoroso, pois tivemos que praticamente desfazer

nossas malas para serem revistadas. Graças a Deus estávamos de acordo com as exigências

alfandegárias daquele país.

No aeroporto de Roma chegamos às 06h00 e tivemos que esperar até ás 22h00 para

tomarmos o avião para o Brasil.

Amontoamos as nossas bagagens num canto e tivemos que “fazer hora” para o tempo

passar.

Alguns foram tomar um lanche, outros foram olhar as novidades das lojas do

aeroporto, e outros ficaram descansando para a longa viagem para São Paulo.

O Aeroporto de Roma é formado por dois ambientes interligados por um metrô

automático de superfície, que não exige o comando de maquinista.

Convidei o Roberto para ir ao outro lado, para ver se encontrava uma loja de material

esportivo. Tomamos o metrô, descemos uma escadaria, subimos por outra, caminhamos por

um corredor, por outro e, de repente, percebemos que tínhamos saído do aeroporto.

Para minha sorte eu estava com o passaporte, porém, o Robertinho ficou detido, pela

falta do seu. De nada adiantaram nossas explicações ao comandante, tive que voltar e pegar o

passaporte dele.

Ao chegar ao local onde o grupo estava reunido, a Marleni perguntou pelo Roberto.

Quando eu disse que ele estava detido, o pessoal, primeiro, ficou desconfiado, e depois veio o

choro da Marleni. Mas, após o riso de minha parte, a situação ficou mais ou menos

esclarecida.

Nesse ínterim, o Cleiton, nosso guia, com o espírito de ajudar, acompanhou-me para

tentar libertar o Roberto das “garras” da polícia italiana. Fizemos o mesmo trajeto e, quando

chegamos ao posto da polícia, os carabinieres pediram o passaporte do Cleiton. “Ai! Dio

mio”, ele também não o tinha levado, “conclusione”, também ficou detido.

Depois de passar por muitas revistas, novamente entrei no aeroporto, para pegar o

passaporte dos dois.

Ao chegar ao lugar onde estava o grupo, perguntaram pelos dois e eu respondi que

ambos estavam detidos.

Foram momentos de apreensão do pessoal do grupo e de muito, mas muito riso de

minha parte, pois era sabedor da situação de ambos.

Peguei os passaportes dos dois e os levei aos “homens” e, finalmente, nossos amigos

foram liberados. No retorno, risos, risos e mais risos.

Depois de muito tempo de espera, chegou a hora do embarque.

Após localizar a minha poltrona, percebi que ela estava com um problema, não

reclinava. Com todo o meu conhecimento da língua italiana, chamei o comissário de bordo

dizendo: “ô meu, per favore, senhore, la mia poltrona è rotta”. Fiquei no aguardo de que

alguma providencia iria ser tomada.

Após o avião levantar vôo, chamei novamente o comissário e cobrei uma posição, ao

que me respondeu: “Mi scusi, signori, ma non posso fare niente”.

Descontente com a resposta, falei meio agressivamente com o italianinho, dei umas

pancadas na poltrona, porém, nada adiantou.

Fique meio “P” da vida, pois somente a minha poltrona estava com problema e sequer

havia uma poltrona livre. Resultado: durante as quatorze horas de vôo, viajei sentado num

ângulo de 90º, chegando São Paulo todo “quebrado”.

Ao chegarmos a São Paulo, momentos diferentes aconteceram conosco. Primeiro, a

alegria do retorno e o reencontro, em breve, com nossos familiares, á volta aos nossos

afazeres, aos nossos trabalhos, enfim a retomada de novas vidas e segundo, a tristeza da

separação daqueles amigos que fizemos durante os dezoito dias de viagem, dos momentos

alegres, dos momentos de reflexão, das celebrações realizadas, enfim, por tudo que aconteceu

na viagem. Era a hora da despedida.

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Antes, porém, outro fato digno de registro foi o “sumiço”, após o desembarque, do

Alair, o proprietário da Loja Universal, a maior loja de eletrodomésticos de Barra de São

Francisco, e quiçá de todo o nordeste, num futuro próximo. De uma hora para outra o homem

desapareceu. Logicamente ficamos preocupados. Procuramos nos banheiros em várias

dependências do aeroporto, colocamos seu nome até no alto-falante.

Foram minutos de apreensão e até de certo desespero, tanto é que a Rute, apesar de

toda sua elegância, não impediu que algumas lágrimas brotassem de seus olhos.

Após algum tempo, e de repente, da mesma forma como sumiu, eis que reaparece o

Alair, para alegria e alivio de todos.

Certamente, ao chegar à Barra de São Francisco, ele teve de se explicar a Rute. O

resultado da conversa não ficamos sabendo, talvez o Padre Deucy tenha sido obrigado a

interferir.

E assim terminamos nossa peregrinação, com saudades de todos e de tudo o que

aconteceu, pelas novas amizades dos irmãos peregrinos, pelos conhecimentos adquiridos e,

certamente, porque após a peregrinação as nossas vidas ganharam um significado muito

maior, pela consolidação de fé cristã.

Obrigado Senhor, pela Graça dessa peregrinação à TERRA SANTA, A VIAGEM

DOS SONHOS E DE SEMPRE.

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PEREGRINAÇÃO A PORTUGAL, ITÁLIA E TERRA SANTA

02 A 19 DE MAIO DE 2.008

Guia: Cleiton José Pires

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PARTICIPANTES:

Monsenhor Edmilson Zanin – Cerqueira Cesar (SP)

José Carlos Império – Cerqueira Cesar (SP)

Rogéria Solano – São Manoel (SP)

Darci Zanin – Botucatu (SP)

Padre Belmiro Ohnezorge – Barra São Francisco (ES)

Padre Deucy Correa – Barra São Francisco (ES)

Padre Edson Alexandre dos Santos – Barra São Francisco (ES)

Maria Lucia Brito – Guararapes (SP)

Maria Cristina Brito – Guararapes (SP)

Paulina Novaga – Cerqueira Cesar (SP)

Neyza Lima – Cerqueira Cesar (SP)

Waldemar Amaral – Porto Alegre (RS)

Maria Setembrina Silva- Belo Horizonte (BH)

Maria José Almeida- São Paulo (SP)

Virginia Guimarães – Cerqueira Cesar (SP)

José Aranha – Brasília (DF)

Eduardo Queiroz – Brasília (DF)

Helia Lamb – Céu Azul (PR)

Suzana Colombo – Céu Azul (PR)

Paulo Edward Pires de Camargo – Botucatu (SP)

Elza Coelho – Botucatu (SP)

Francesco Mannarino – Rio de Janeiro (RJ)

Maria Cristina Mannarino – Rio de Janeiro (RJ)

Alair Souza – Barra de São Francisco (ES)

Ruth Costa – Barra de São Francisco (ES)

Roberto Esteves – Cerqueira Cesar (SP)

Marleni Esteves – Cerqueira Cesar (SP)

Miguel Oliveira – Curitiba (PR)

Rosi Oliveira – Curitiba (BR)

Rachel Lanhas – Niteroi (RJ)

Yolanda Baptista – Rio de Janeiro (RJ)

Maria Del Carmen Gonzáles – Niterói (RJ)

Nadir Generoso – São Paulo (SP)

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