terra boa agronegócios - ed 13 mai/jun 2014 - projeto adir e parceiros
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Amigos, mais uma edição da revista Terra Boa Agronegócios está disponível para a leitura. Muitas comemorações marcam a nossa publicação como a grande festa pelos 80 anos da ExpoZebu, os 25 anos da Girolando e os grandes eventos do período como a Agrishow e o 24º Congresso Nacional da ABQM. Destacamos também o bom momento vivido pela raça Sindi e vários artigos de profissionais preparados especialmente para os leitores da Terra Boa. A partir desta edição iniciamos o nosso ano 03, uma grande conquista para nós. Obrigada pela parceria. Boa leitura!TRANSCRIPT
A Queima do Alho de Nova ResendeTradição
ExpoZebu 80 anos em fatos e fotosEspecial
O bom momento da raça SindiPecuária
Projeto Adir e Parceiros Fazenda Nova Piratininga
a g r o n e g ó c i o sano 3 | edição 13 | Maio /Junho 2014
LEILÕES OFICIAIS NELORE: um grande negócio para quem vende, melhor ainda para quem compra.
Oficialize
seu leilão
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6º LEILÃO GENÉTICA BALUARTE
01 DE JUNHO – 13H – CANAL RURAL
FAZENDA BALUARTE
LAGOA DOS PATOS/MG
(37) 2101-5566
LEILÃO SABIÁ SUPER SPECIAL
PRENHEZES
06 DE JUNHO – 20H – CANAL RURAL
FAZENDA DO SABIÁ
CAPITÓLIO/MG
(31) 3281-5255 / 8791-4561
LEILÃO DE PRODUÇÃO NELORE CS
EDIÇÃO 2014
08 DE JUNHO – 14H – CANAL RURAL
CLÁUDIO TOTÓ GARCIA DE SOUZA
TRÊS LAGOAS/MS
(67) 3521-2347
52º LEILÃO NELORE
MOCHO CV
14 DE JUNHO – 14H – CANAL DO BOI
CARLOS VIACAVA
SINOP/MT
(11) 3168-8001
53º LEILÃO NELORE MOCHO CV
27 DE JULHO – 13H – CANAL DO BOI
CARLOS VIACAVA
PAULíNIA/SP
(11) 3168-8001
LEILÃO BRUMADO
21 DE JUNHO – 13H – CANAL RURAL
ANTONIO JOSÉ PRATA CARVALHO E
JOSÉ RUBENS CARVALHO
BARRETOS/SP
(17) 3322-0166 / 3329-1188
I LEILÃO EAO
MÃES DE OURO
16 DE JUNHO – 21H – CANAL RURAL
EAO EMPREENDIMENTOS
VIRTUAL C/ PONTO DE ENCONTRO
SALVADOR/BA
(71) 2107-6169
LEILÃO TOUROS TERRA BOA
06 DE JULHO – 14H – CANAL RURAL
JOSE LUIZ NIEMEYER DOS SANTOS E
OUTRO – FAZENDA TERRA BOA
GUARARAPES – SP
(18) 3606-1132
LEILÃO DA SABIÁ
07 DE JUNHO – 12H30 – CANAL RURAL
FAZENDA DO SABIÁ, FAZENDA MATA VELHA
E FAZENDA TERRA BOA
CAPITÓLIO/MG
(31) 3281-5255 / 8791-4561
7º LEILÃO VIRTUAL ELITE CARPA
DE PRENHEZES E DOADORAS
02 DE JUNHO – 21H – CANAL RURAL
CARPA SERRANA
VIRTUAL
(16) 3987-9003
35º LEILÃO ANUAL CARPA
23 DE AGOSTO – 14H – CANAL RURAL
CARPA SERRANA
SERRANA/SP
(16) 3987-9003
LEILÃO CAMARGO
04 DE AGOSTO – 20H – CANAL RURAL
GRUPO CAMARGO
CUIABÁ/MT
(65) 3642-6396
LEILÃO MONTE VERDE
30 ANOS
26 DE JUNHO – 21H – CANAL RURAL
GRUPO MONTE VERDE
VIRTUAL
(34) 9676-8700 / (34) 9676-9100
LEILÃO GUADALUPE & EAO
PRENHEZES
01 DE AGOSTO – 20H – CANAL RURAL
FAZENDA GUADALUPE E EAO
SANTO ANTONIO DO ARACANGUÁ/SP
(18) 3303-7200
LEILÃO 2014
GUADALUPE EAO
LEILÃO GUADALUPE & EAO
PRENHEZES E ANIMAIS
02 DE AGOSTO – 13H – CANAL RURAL
FAZENDA GUADALUPE E EAO
SANTO ANTONIO DO ARACANGUÁ/SP
(18) 3303-7200
LEILÃO 2014
GUADALUPE EAO
LEILÃO GUADALUPE & EAO
TOUROS
03 DE AGOSTO – 13H – CANAL RURAL
FAZENDA GUADALUPE E EAO
SANTO ANTONIO DO ARACANGUÁ/SP
(18) 3303-7200
LEILÃO 2014
GUADALUPE EAO
12º LEILÃO VIRTUAL
FAZENDA VALÔNIA
21 DE AGOSTO – 21H – CANAL RURAL
JOÃO AGUIAR ALVAREZ
VIRTUAL
(14) 3532-6158 / (43) 3373-7077
LO - ACNB - AN REV NELORE JUNHO-14.indd 1 27/05/2014 18:05:06
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6º LEILÃO GENÉTICA BALUARTE
01 DE JUNHO – 13H – CANAL RURAL
FAZENDA BALUARTE
LAGOA DOS PATOS/MG
(37) 2101-5566
LEILÃO SABIÁ SUPER SPECIAL
PRENHEZES
06 DE JUNHO – 20H – CANAL RURAL
FAZENDA DO SABIÁ
CAPITÓLIO/MG
(31) 3281-5255 / 8791-4561
LEILÃO DE PRODUÇÃO NELORE CS
EDIÇÃO 2014
08 DE JUNHO – 14H – CANAL RURAL
CLÁUDIO TOTÓ GARCIA DE SOUZA
TRÊS LAGOAS/MS
(67) 3521-2347
52º LEILÃO NELORE
MOCHO CV
14 DE JUNHO – 14H – CANAL DO BOI
CARLOS VIACAVA
SINOP/MT
(11) 3168-8001
53º LEILÃO NELORE MOCHO CV
27 DE JULHO – 13H – CANAL DO BOI
CARLOS VIACAVA
PAULíNIA/SP
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LEILÃO BRUMADO
21 DE JUNHO – 13H – CANAL RURAL
ANTONIO JOSÉ PRATA CARVALHO E
JOSÉ RUBENS CARVALHO
BARRETOS/SP
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I LEILÃO EAO
MÃES DE OURO
16 DE JUNHO – 21H – CANAL RURAL
EAO EMPREENDIMENTOS
VIRTUAL C/ PONTO DE ENCONTRO
SALVADOR/BA
(71) 2107-6169
LEILÃO TOUROS TERRA BOA
06 DE JULHO – 14H – CANAL RURAL
JOSE LUIZ NIEMEYER DOS SANTOS E
OUTRO – FAZENDA TERRA BOA
GUARARAPES – SP
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LEILÃO DA SABIÁ
07 DE JUNHO – 12H30 – CANAL RURAL
FAZENDA DO SABIÁ, FAZENDA MATA VELHA
E FAZENDA TERRA BOA
CAPITÓLIO/MG
(31) 3281-5255 / 8791-4561
7º LEILÃO VIRTUAL ELITE CARPA
DE PRENHEZES E DOADORAS
02 DE JUNHO – 21H – CANAL RURAL
CARPA SERRANA
VIRTUAL
(16) 3987-9003
35º LEILÃO ANUAL CARPA
23 DE AGOSTO – 14H – CANAL RURAL
CARPA SERRANA
SERRANA/SP
(16) 3987-9003
LEILÃO CAMARGO
04 DE AGOSTO – 20H – CANAL RURAL
GRUPO CAMARGO
CUIABÁ/MT
(65) 3642-6396
LEILÃO MONTE VERDE
30 ANOS
26 DE JUNHO – 21H – CANAL RURAL
GRUPO MONTE VERDE
VIRTUAL
(34) 9676-8700 / (34) 9676-9100
LEILÃO GUADALUPE & EAO
PRENHEZES
01 DE AGOSTO – 20H – CANAL RURAL
FAZENDA GUADALUPE E EAO
SANTO ANTONIO DO ARACANGUÁ/SP
(18) 3303-7200
LEILÃO 2014
GUADALUPE EAO
LEILÃO GUADALUPE & EAO
PRENHEZES E ANIMAIS
02 DE AGOSTO – 13H – CANAL RURAL
FAZENDA GUADALUPE E EAO
SANTO ANTONIO DO ARACANGUÁ/SP
(18) 3303-7200
LEILÃO 2014
GUADALUPE EAO
LEILÃO GUADALUPE & EAO
TOUROS
03 DE AGOSTO – 13H – CANAL RURAL
FAZENDA GUADALUPE E EAO
SANTO ANTONIO DO ARACANGUÁ/SP
(18) 3303-7200
LEILÃO 2014
GUADALUPE EAO
12º LEILÃO VIRTUAL
FAZENDA VALÔNIA
21 DE AGOSTO – 21H – CANAL RURAL
JOÃO AGUIAR ALVAREZ
VIRTUAL
(14) 3532-6158 / (43) 3373-7077
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Leia na Terra Boa
CAPA Pojeto Adir e Parceiros
08
TRADIÇÃOQueima do alho em Nova Resende
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PECUÁRIAO bom momento do Sindi
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ARTIGOO lucro está no rendimento de carcaça
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ESPECIAL80 anos da ExpoZebu
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PROFISSÃOExecultiva da comunicação
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EQUINOCULTURAConformação e trabalho
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EVENTOAgrishow mantém faturamento de 2013
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GASTRONOMIAMedalão de Nelore
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EXPEDIENTE
a g r o n e g ó c i o s
EXPEDIENTETerra Boa Agronegócios é uma publicaçãobimestral da Editora Doce Marano 3 | edição 13 | maio/junho 2014
Direção executivaBolivar Filho
Conselho editorialBolivar FilhoDenise Bueno
EdiçãoBolivar FilhoDenise Bueno
Projeto gráficoEdição de imagens e DTPMultimarketing Comunicação Dalton Filho / Thiago Ometto [email protected] [email protected]
Jornalista ResponsávelDenise Bueno – DRT/MG 6173 [email protected]
RedaçãoDenise BuenoMarcela MuzzetiMônica Cussi
AtendimentoIsis Oliveira
RevisãoRuller Rodrigues [email protected]
FotosReginaldo Faria [email protected]ábio Fatori [email protected]
Impressão3 Pinti Editora e Gráfica
Tiragem10 mil exemplares
A Revista Terra Boa Agronegócios não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos
nos artigos assinados e informes publicitários.
Revista Terra Boa AgronegóciosAv. Com. Francisco Avelino Maia, 3866
Passos/MG - 37902-138 - Fone: (35) 3522-6252
www.facebook.com/terraboa.agrowww.issuu.com/terraboa
Publicidade: [email protected]
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a g r o n e g ó c i o s
a g r o n e g ó c i o s
Homenagem
O selecionador da raça Nelore, Ricardo Goulart de Carvalho fale-ceu no dia 08 de maio em Dourados/MS. Natural de Uberaba/MG, co-meçou a trabalhar com a pecuária aos 16 anos, atuando junto com o pai, João Humberto de Carvalho. No final dos anos 60 mudou-se para o Mato Grosso, onde se estabeleceu. Trabalhava nas fazendas Caarapó e Bonito, onde dedicava-se a pecuária seletiva com a marca Ribalta. Também selecionava Nelore Mocho com a marca JHC, uma das pri-meiras a ter animais registrados na ABCZ. Outras de suas paixões eram a raça Guzerá e Jumento Pêga.
Atuante, foi um dos primeiros a utilizar da inseminação artificial e a transferência de embriões. Um dos mais importantes remates da raça no Mato Grosso era promovido e realizado por ele.
Integrou a diretoria de várias entidades como a ABCZ, Associa-ção de Criadores Sul-mato-grossense (Acrissul), Sindicato Rural de Dourados, Nelore MS, Associação de Criadores de Jumento Pêga. Du-rante a abertura oficial da Expozebu foi homenageado pelos serviços prestados à pecuária nacional. Ricardo deixa a esposa Marina Rocha Carvalho, os filhos Ricardo Filho, Rafael e três netas.
Ricardo Goulartde Carvalho
1949 - 2014
O criador da raça Girolando mais conhecido por Minorinho faleceu em Uberaba/MG, em decorrência de um infarto, na noite do dia 09 de maio, quando participava de um leilão de animais. Fi-lho de Monoro Yamamoto, ex-presidente da Girolando, sempre vi-venciou o universo da pecuária leiteira, o que o levou a trabalhar e gostar das raças Gir e Girolando. Formado em medicina veterinária era apaixonado por torneios leiteiros e criava animais da raça Giro-lando com a marca Myto. Trabalhava acasalamentos visando vacas de alta produção. Aos 31 anos era um especialista desse segmento.
Minoro Helio Mauricio Yamamoto Júnior
1983 - 2014
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Ao leitor
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80 anos de muita história
Dos pioneiros
Mascates
Criadores
Importadores de animais
e de genética
Vencedores de grandes
campeonatos
e de Torneios Leiteiros
Associações e Instituições
Políticos
Diretores
Juízes
Parceiros
Imprensa
Colaboradores
Funcionários
Gente que fez
e faz a história
das raças zebuínas no Brasil
Nos 80 anos da ExpoZebu
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Genética Adirpromove negociaçãohistórica entre criadores
Capa
Foto Gustavo Ribeiro
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Desde 1960, o filho e neto de pecuaristas, Adir do Carmo Leonel, seleciona animais
Nelore para compor um plantel de produção, criado a pasto. Os animais adquiridos,
naquela época, das linhagens Brumado, VR e Dr. Cintra, foram para sua propriedade
em Ribeirão Preto, a Estância 2L, atualmente referência na pecuária de corte nacional.
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O trabalho com a gené-tica estendeu-se também para a Fazenda Barreiro Grande, em Nova Crixás, Goiás. Com as duas propriedades, os animais PO e POI estão distribuídos em aproxima-damente 2.500 hectares.
O gado sustentável da marca Adir tem algumas características imprescindíveis para a seleção, como alta habilidade materna, rusticidade, precocidade de aca-bamento e maior rendimento de carcaça. Não por acaso, Adir pos-sui em seu rebanho algumas das linhagens mais puras do Nelore, como Golias, Kavardi e Godavari.
Mesmo assim, o pecuaris-ta atento a todas as mudanças e novidades do mercado, buscava a garantia de um plantel padro-nizado com bons resultados. A parceria com o Centro Técnico de Avaliação Genética (CTAG) seria
Aderbal Ramos Caiado
o grande passo para se alcançar a meta de ter animais adaptados, criados a pasto, sem quaisquer ar-tificialismos, e prontos para ele-var os níveis de produtividade da pecuária extensiva brasileira. É o gado sustentável apresentado pe-los pesquisadores Raysildo Lôbo e Fausto Pereira Lima.
O Programa Nelore Adir de Seleção feito com o CTAG é um trabalho de aprimoramento ge-nético de linhagens indianas que são testadas e avaliadas com téc-nicas de seleção, genética mole-cular e bioinformática, para iden-tificar indivíduos e famílias com alta probabilidade de transmissão de valores genéticos, para aten-der aos objetivos de seleção 2L, sempre aliando o olho do criador com os números e a ciência.
A ideia era de produzir em es-cala, aumentando a produtivida-
de e atendendo a requisitos para a pecuária extensiva. Assim, as di-versas qualidades do rebanho de Adir começaram a chamar a aten-ção de criadores como Aderbal Ramos Caiado, diretor de pecuária da Fazenda Nova Piratininga, de São Miguel do Araguaia/GO que , em 2012, fez uma parceria com a Estância 2L e comprou 90 mil do-ses de sêmen de touros para a for-mação de gado comercial de alta qualidade em seis anos. É a maior negociação mundial de compra e venda de material genético dire-ta entre dois criadores, da qual já nasceram cerca de oito mil bezer-ros, que são criados ao pé.
“Quando o Adir adquiriu a Fa-zenda Barreiro Grande, uma ex-tensão da 2L, ele difundiu o cria-tório lá, fiquei conhecendo um gado diferenciado. A ideia do projeto era de resgatar o padrão
Fotos arquivo Nova Piratininga
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genético daquele plantel. Era a oportunidade, com a bagagem que ele tinha no Nelore e com a tradição dos importadores. Ele adaptou o animal para o que nos queremos hoje”, comenta.
Aderbal visualizou no gado de Adir a possibilidade da produ-tividade que ele tanto procurava, com animais bem acabados, rús-ticos que tinham consistência e
Touro Jallad FIV da 2L, um dos grandes reprodutores da Estância 2L
precocidade e com alto grau de resposta, caso fosse desejada a suplementação. “Eu não entendo de gado de elite, acredito na pro-dutividade e na adaptabilidade, na padronização que a genética Adir transmite para o rebanho e, também na mãe com habilidades maternas, preparada para produ-zir carne”. Para ele, Adir é um exí-mio conhecedor do Nelore e, aos
75 anos, continua indo à fazenda, e ensinando o pessoal a observar o animal. Como ele cita, “Adir pu-lou para dentro do curral com a idade que tem. Só acontece para as pessoas que acreditam. Ele não se interessou somente pela parte comercial”, pondera.
O índice de aproveitamen-to de inseminação na fazenda, com apenas uma dose, que antes do início da parceria era de 37%, após dois anos de andamento do projeto, já chegou a 52% e a expectativa é que na temporada 2014/2015 atinja 55%. Conside-rando-se, o alto volume de ani-mais inseminados, são feitas mais de 30 mil IATF´s por ano, obten-do-se esse índice na primeira in-seminação.
O pecuarista da Fazenda Nova Piratininga afirma que o rebanho tem que ser impecável. “O animal que não deu conta, tem que ser descartado. Temos uma preocu-
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O índice de aproveitamento
de inseminação na fazenda,
com apenas uma dose, que antes
do início da parceria era de 37%,
após dois anos de andamento
do projeto, já chegou a 52%
e a expectativa é que na temporada
2014/2015 atinja 55%.
Apresentação do Projeto Adir e Parceiros da Fazenda Nova Piratininga, durante ExpoZebu/2014.
Aderbal e Paulo Leonel na Casa do Zebu, no Parque Fernando Costa
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pação com a utilização do espa-ço, a fazenda tem que funcionar como um relógio. Acredito que estamos no caminho certo, pois a terra tem que ser produtiva, tem que ser aproveitada. Não estamos fazendo milagre, nem inventando nada com a produção. É um tra-balho árduo que vai desde a ge-nética até o cuidado com o meio ambiente e o social”, pondera.
Durante esses seis anos, a Fa-zenda Nova Piratininga fará uso exclusivo de genética da marca Adir. Todo o processo de insemi-nação apartação, acasalamento
e nascimento dos bezerros está sendo acompanhado pessoal-mente por Adir e seu filho Paulo Leonel, que considera ser esta a genética de que o Brasil precisa.
"Esta é uma nova forma de se pensar a pecuária extensiva. O boi verde é capaz de se adaptar e viver nas condições que o Cen-tro-Oeste brasileiro tem a ofere-cer. Isso maximiza os ganhos do criador em harmonia com o meio ambiente", analisa Paulo Leonel. "São os animais puros, os únicos responsáveis por transformar e criar plantéis de altíssima qualida-
de genética.” E essa base é refor-çada com a consistência do reba-nho, apresentada pelo diferencial das mães dos touros da Estância 2L, de altíssima produtividade. Uma fórmula imbatível quando aliada ao conhecimento e experi-ência dos criadores.
Ele explica que tem em an-damento, nos mesmos moldes, mais 12 projetos, com proporções diferentes. Um deles com o cria-dor Álvaro Costa Silva, de Arapi-raca/AL, que tem propriedade em Goiás, em que serão feitas 15 mil inseminações. “O volume desses
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NELORE PO E POI
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Fazenda Adir(16) 3637-3698
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Durante a ExpoZebu, na Casa do Zebu, a equipe da Fazenda Nova Piratininga, Adir e Paulo Leonel apresentaram o resultado de dois anos do Projeto Adir, em desenvolvimento na Nova Piratininga, com foco na formação de plantel, padronização do rebanho para a produção em alta escala.
Na primeira etapa do projeto, iniciado em 2012, foram selecionados 30 mil animais por Adir Leonel e efetuadas 22.500 IATFs na estação de monta daquele ano. Em 2013, as IATFs chegaram a 31.650 IATFs, a projeção para 2014 é de 45 mil. A meta é chegar a 100 mil vacas inseminadas.
Para dar suporte a genética, várias frentes de trabalho foram criadas. Entre elas o Projeto Cercas e o Projeto Água, por meio dos quais foram construídos mais 1.400 km de cerca e implantados mais 350 km de rede de água para abastecimento dos 350 bebedouros de 25 mil litros usados pelos animais.
Segundo Aderbal Ramos Caiado, diretor de pecuária, o projeto busca a padronização em rebanho adaptado para criação a pasto. Ele afirma que a escolha da genética selecionada de Adir Leonel veio da necessidade de ter animais adaptados, testados, com consistência genética forte e pureza racial. “A padro-nização do rebanho só acontece com a utilização de reprodutores de linhagem pura e POI, pois estão no Brasil há mais de 100 anos e são adaptados às mais diversas condições de produção do Brasil. A bezerrada da Nova Piratinga, fruto desse trabalho, já se igualou no dorso, na musculatura, nos aprumos”.
Aderbal destaca a base genética do criatório do Adir com as linhagens Golias, Karvadi, Godavari. Para ele os animais dessas linhagens imprimem regularidade no rebanho e mostram que é através da pureza racial que se chega a padronização. “Nós conhecemos os reprodutores do Adir no pasto. Eu vejo animais que nascem nas baias, crescem nas baias, vão para a pista e se transformam em touros de repro-dução. O animal nunca foi testado, nunca andou atrás de uma vaca, nunca atravessou um brejo, nunca enfrentou um calor como o do São Miguel do Araguaia. Nós buscamos animais para conviver com essa natureza, para fazer o boi verde, o boi que come capim e produz a melhor carne. Esta é a busca da Fazen-da Piratininga, animais adaptados que convivam em harmonia com a natureza. Genética não se faz com rapidez, é preciso de tempo e observação. Nós estamos alcançando o que programamos, transformando o gado da Nova Piratininga com o Nelore Adir.
projetos são menores, mas bas-tante representativos”, diz.
Paulo garante que este pro-jeto com a Nova Piratininga é grandioso, o maior do mundo e o acompanha constantemente, as-sim como todos os outros, para que a escolha do gado seja asser-tiva. “A vitória é o que aconteceu: temos um gado puro, que dá re-sultado, que não oscila na produ-ção”, comemora.
Adir Leonel afirma que a equa-ção é simples. O resultado positivo é a soma de vontades. “Eles que-riam e eu queria. Encontramos um caminho. Eles já vinham à procura de animais adaptados. Chegamos a uma conclusão e, aí, como os dois queriam, ficou muito fácil. Não tem nada difícil quando você quer al-guma coisa. Encontrei uma equipe de trabalho muito boa lá, a direção muito boa, o pessoal de campo, bem como proprietários que acre-ditaram no projeto”, finaliza.
Projeto Adir Nova Piratininga
Foto Gustavo Ribeiro
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O Lucro está noAr
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A utilização de touros de qualidade é impres-cindível em qualquer projeto que busque maiores mar-gens de lucro. O valor genético do reprodutor é ponto determinante no incremento de produtividade em um rebanho. Quando o “boi ponta de boiada” ou o “touro comum” são substituídos por reprodutores de alta ava-liação genética, o pecuarista passa a ter grandes chan-ces de sucesso na atividade.
Nos últimos anos, temos observado enorme oferta de touros ao mercado, principalmente, através de lei-lões. Tais vendas ocorrem com facilitações de pagamen-to, logística bonificada e assessorias de diversos perfis. A aquisição de touros tornou-se tarefa fácil, mas o com-prador deve ser atento a dois pontos que poderão fazer toda a diferença. Primeiro é importante buscar repro-dutores e matrizes realmente selecionados, ou seja, re-
banhos que disponibilizam apenas indivíduos melhora-dores. Segundo, apenas adquirir animais com avaliação genética, entre estes, os de maior valor genético. Em tempos de custos altos e margens de lucro apertadas, a utilização de animais sem informação seria prejuízo cer-to. As DEPs (Diferenças Esperadas na Progênie – valores estatísticos que indicam o patrimônio genético de um animal) são a certeza de que o touro será produtivo. A DEP’s e as avaliações intra rebanho são informações que garantem qualidade aos animais adquiridos.
Termos técnicos como área de olho de lombo e musculosidade, tornaram-se comum aos ouvidos da-queles mais atentos às tecnologias inerentes à pecuária moderna. Com a busca por animais jovens que forne-çam carcaças de qualidade (rendimento), a inclusão de características de carcaça em programas de melhora-
rendimentode carcaça
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Yuri Baldini FarjallaZootecnista pela Universidade Estadual de Londrina (UEL);
Mestre em Produção Animal pela ESALQ/USP e Técnico da Aval Serviços Tecnológicos
mento genético tornou-se necessária e, com isso, o uso da ultrassonografia tornou-se fundamental. Através desta tecnologia, geneticistas determinam quais animais são melhoradores para as caracterís-ticas de carcaça, os quais serão usados na produ-ção de animais mais adequados para a produção de carne.
Na seleção para qualidade de carcaça, não se trata apenas de selecionar aqueles animais que apresentem fenótipos que acreditamos ser relacio-nados com uma carcaça de melhor qualidade. Da mesma forma que para selecionar para maior cres-cimento é necessário pesar os animais, para selecio-nar para qualidade de carcaça é necessário medir esta qualidade.
A Área de Olho de Lombo representa maior musculosidade, portanto maior rendimento de car-caça, garantindo ao produtor melhor retorno eco-nômico ao abate de seus animais.
Um exemplo prático e real é o de comparar progênies de 2 touros, sendo touro A (melhorador) com DEP para Área de Olho de Lombo de 4 cm2 e o touro B (touro comum) sem qualquer informação genética para tal característica econômica. As pro-gênies foram confinadas em lotes diferentes e fo-ram abatidas com peso vivo 515 kg. Ao abate a pro-gênie A alcançou rendimento de carcaça de 55,% contra 52% da progênie B. A arroba com valor de mercado de R$120,00 obteve R$124,00 por animal a favor da progênie do touro A, o que significa apro-ximadamente 6% de incremento na margem de lu-cro. Se contabilizarmos a diferença de ganho médio diário entre as progênies e dias de confinamentos necessários para atingir peso de abate de 515 kg, certamente teríamos a margem de lucro ampliada.
São cálculos simples que nos possibilitam visu-alizar de forma clara a importância de utilizar repro-dutores produzidos de maneira profissional, e que, utilizar apenas o pedigree como critério de escolha, é prática que coloca atividade em risco.
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O bom momentodo Sindi
Na Expozebu, os criadores
mostraram os resultados
dos trabalhos desenvolvidos
nos criatórios, no último ano,
e surpreenderam
Pecu
ária
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O desempenho do SINDI na Expozebu 2014 mostra não só a força deste zebuíno, mas também o seu crescimento nos últimos anos. Forte como a sua própria história, a raça paquistanesa de mais de cinco mil anos resistiu a todos os percalços e diversidades ambientais e se manteve em crescimento no País, fortalecendo o merca-do de carne no momento certo, quando o Brasil comemora o título de maior expor-tador do mundo. A raça, que também tem dupla aptidão e que tão bem se integrou a produção nos trópicos, conquista cada dia mais novos investidores.
No Brasil, o Sindi chegou há 84 anos e seus registros marcam importações nas décadas de 1930 e 1950 com criatórios nos Estados de São Paulo e Pará, inicialmente. Hoje, é encontrada em todos os estados.
Na ABCZ, a raça foi registrada até 1974. Depois desse período, a maioria dos criado-res deixou de fazê-lo. A família Castilho, re-ferência nacional na criação do Sindi, com criatório em Novo Horizonte/SP, com quase 80 anos de experiência, manteve a seleção genética e seus registros. Em 2005, através de seu empenho, os animais voltaram a ser registrados pela ABCZ.
O trabalho sério realizado nas Fazen-das Reunidas Castilho trouxe o Sindi nova-mente ao cenário nacional, mostrando o verdadeiro potencial da raça em suas duas aptidões. Os resultados estão no Controle Leiteiro realizado pela ABCZ, mensalmente, e nos abates técnicos, que são efetuados, desde 2007, por Adaldio José de Castilho Fi-lho, e mostram a capacidade de produção dos animais, sua eficiência biológica, rendi-mento de carcaça, peso e acabamento. Os resultados médios são de 58%, índice supe-rior à média de bois abatidos no País.
Criador
Adaldio Castilho, além de tradicio-nal criador, sempre foi defensor da raça. Como ele mesmo diz, cresceu vendo o Sindi e acreditando nele. Nesse mês de ju-nho, celebra as vitórias nos campeonatos da Expozebu. Em Uberaba, seus animais conquistaram vários títulos.
No Campeonato de Fêmeas, desta-caram-se Dana FIV AJCF na categoria Novi-lha Maior e Pérola Da AJCF, que conquistou o título de Melhor Progênie. No Campe-onato de Machos, Buldogue AJCF foi o Grande Campeão e Belo AJCF o Reserva-
Grande Campeão ExpoZebu 2014 - Buldogue AJCF
Bicampeão da ExpoZebu 2007 e 2009. Carcaça Top Mix pela CRV Lagoa - Indio da Estiva
do. Demétrio AJCF foi Reservado na cate-goria Júnior Maior e Uruguai da Estiva ficou como o terceiro melhor na categoria Touro Jovem. Buldogue e Belo também levaram o título na categoria Touro Sênior.
Os resultados refletem o bom de-sempenho de seus animais, desde que vol-taram à pista de julgamento da Expozebu em 2005. De lá até os dias atuais, conquis-tou vários títulos importantes como o Bi--Campeonato com Índio da Estiva, animal que passa a sua descendência rendimento de carcaça, velocidade em ganho de peso
e precocidade de terminação e reprodu-tiva. Touro na Central com mais de 20 mil doses de sêmen comercializadas pela CRV Lagoa. Outro destaque da raça, também na CRV Lagoa, é Irapuru da Estiva cam-peão de 2006 em Uberaba e Leal da Estiva, o campeão de 2008 que superou a marca em peso de mais de uma tonelada.
Além dos campeonatos, os animais da raça mostraram a sua dupla aptidão no Torneio Leiteiro. A resposta veio dire-tamente dos baldes, que marcaram a pro-dução surpreendente. As médias foram de
Grande Campeão 2006 - Irapuru da Estiva
Fotos Arquivo Pessoal\Reunidas Castilho
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38,39 litros. A campeã Vaca Jovem, Bissetriz AJCF de Adaldio Castilho produziu 115,16 litros durante o evento. O índice é muito significativo em comparação a outras raças somente com aptidão para o leite.
A raça também surpreendeu e foi a única a mostrar superação, fazendo a campeã na categoria Persistência, nova classificação da ABCZ para animais com parição há mais de 180 dias e cuja produ-ção se mantém em alta. A campeã e re-cordista é Paz FIV da Estiva, propriedade de Adaldio Castilho que manteve média de 25 kg durante o Torneio. Seus números são ainda mais expressivos com o animal
a oito meses de parida e seis de gesta-ção. Desde 2012, com foco na dupla ap-tidão da raça, Adaldio leva seus animais em Torneio Leiteiros e participa do Con-trole Leiteiro da ABCZ. Paz da Estiva é uma campeã da Fazenda. Em 2013, durante a Interláctea registrou média de 32,62 kg em 10 ordenhas.
Adaldio mantém a seleção genética iniciada por seu pai com foco na seleção de animais cada vez mais precoces, resis-tentes, rústicos para criação a pasto e com muita habilidade materna. A docilidade da raça é um dos pontos fortes que facilita o manejo dos animais.
O resultado do trabalho realizado na Reunidas Castilho tem sempre compro-vação através dos novos programas re-alizados pelas Associações. Entre eles, o Programa de Melhoramento Genético da ABCZ, que pontuou 21 touros da Fazen-da entre os 45 touros com maior avaliação pelo Programa.
Julgamentos
Segundo Márcio Diniz, juiz de pista na Expozebu, as principais características observadas no julgamento deste ano fo-ram a qualidade da musculatura (quanto
Os resultados refletem
o bom desempenho
de seus animais,
desde que voltaram
à pista de julgamento
da Expozebu em 2005.
De lá até os dias atuais,
conquistou vários
títulos importantes
Momentos da ExpoZebu 2014 com a consagração nos campeonatos de Machos e de Fêmeas
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mais comprida e convexa melhor), qualida-de dos aprumos, (posteriores e anteriores de bom direcionamento) racial, (a cabeça, o pescoço, a pelagem, a forma do cupim) tudo isso aliado a um bom ponderal. “Hoje os criadores têm se empenhado em sele-cionar animas cada vez mais adaptados ao regime a pasto, porém sem perder o por-te, a capacidade de conversão alimentar e a beleza plástica. Já tive oportunidade de julgar animais em exposições e, depois de alguns dias, encontrá-los em suas fazendas de origem, no regime a pasto, com as mes-mas condições físicas que se encontravam na pista”, afirmou Márcio. Para o juiz, a maior virtude da raça Sindi é a sua capacidade de adaptação a ambientes mais rústicos, o que pode ser considerado seu maior ganho ge-nético, tudo isso sem perder o escore e a beleza plástica.
Corte e Leite
A capacidade de produção leiteira da raça é uma realidade destacada pelo criador José Humberto Vilela Martins, que mantém propriedade em Cárceres/MS. Representando a 5ª geração de uma fa-mília de pecuaristas, conheceu o Sindi há dois anos e começou a investir na raça.
Com foco a pecuária de corte, ele diz que a produção leiteira da raça é muito maior do que o bezerro precisa, o que leva a ne-cessidade de ordenhar os animais. Como o seu trabalho é direcionado a pecuária de corte, busca cruzamentos com animais de linhagens de menor produção de leite, para evitar a ordenha.
“Conheci o Sindi há dois anos quan-do estava em busca de fêmeas Nelore, na região de Jataí/GO. Apesar da seca daque-le período, os animais da raça Sindi esta-vam vistosos, produzindo, parindo mes-mo com a falta de pasto. As demais raças não apresentavam o mesmo viço. Encan-tei-me com o que vi, pois conhecia a raça somente de exposições, onde os animais estão preparados. A partir daquele mo-mento, comecei a comprar animais. Não tenho nada contra a raça, só vejo pontos positivos como o desempenho, o acaba-mento de carcaça, a rusticidade e fertili-dade, com ciclo de parição 20 dias menor que a raça Nelore, o que gera a condição de um cio a mais em uma estação de monta mais curta”, exemplificou.
Para formar o seu rebanho adquiriu animais de criatórios de São Paulo, entre eles, alguns de Adaldio Castilho, e de cria-dores do Nordeste. Prepara-se para no final
desse ano vender os seus primeiros tou-rinhos. As fêmeas ainda ficam na fazenda para a formação do seu plantel. No entan-to, os criadores de Goiás já o descobriram e a procura por seus animais já começaram. “Isso mostra o bom momento da raça, em ascensão”, concluiu.
Embora seja adepto da criação de animais puros, quer preparar alguns cru-zamentos com Nelore e Red Angus para amostragem. O cruzamento do Sindi com zebuínos ou taurinos é uma realidade já comprovada por Adaldio Castilho. Em 2013, abateu 20 animais ½ sangue resulta-dos do cruzamento com o Nelore. Na en-trada do confinamento pesavam 15, 3 ar-robas, depois de 92 dias saíram com 24,6 arrobas. O ganho líquido por animal foi de 1. 516 kg/dia e rendimento médio de 59,64%, o melhor resultado dos abates téc-nicos realizados por Adaldio no primeiro semestre de 2014.
Paixão de pai para filho, Adaldio e seu filho Adaldio José Delsim de Castilho
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Uma grande festa para comemorar os
80 anos da ExpoZebu
A festa dos 80 anos da ExpoZebu envolveu pecuaristas, políticos e as muitas histórias dessa trajetória entre os dias 03 a 10 de maio, em Uberaba/MG, a capital do zebu.
As homenagens foram extensivas a pecuaristas de outros países, que man-tém laços estreitos com o Brasil, seja pela busca de material genético, como por profissionais especializados na pecuária. O boliviano Ciro Añez Ruiz e o venezue-lano Alejo Hernández, foram homenage-ados na categoria Mérito Internacional. Os políticos que contribuíram para a evolu-ção do segmento e funcionários da casa, além de muitos outros elos que formam este grande setor de produção que é a pecuária brasileira, tiveram seu trabalho reconhecido. Na categoria Nacional re-ceberam homenagens Felipe Carnei-ro Monteiro Picciani, Haroldo Brunow Fontenelle da Silveira, José Coelho Vitor, Luiz Antonio Felippe, Manoel Dantas Vi-lar Filho, Patrícia Zancaner Caro, Ricardo Goulart Carvalho, Udelson Nunes Fran-co, Vicente Rodrigues da Cunha. Na polí-tica José Aldo Rebelo Figueiredo, Marcos Montes Cordeiro, Paulo Piau Nogueira, Ronaldo Ramos Caiado e representan-
Espe
cial
Reconhecendo as dificuldades vencidas e as grandes conquistas,
em oito décadas de muito trabalho, a ABCZ (Associação Brasileira
dos Criadores de Zebu) organizou uma grande festa que homenageou centenas
de pessoas, de diversos segmentos, que colaboraram para que as raças
zebuínas conquistassem todo País, conforme a característica de cada estado,
e tornasse o Brasil grande produtor mundial de carne e de leite.
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do os funcionários da casa, Jerônimo Pio. Na abertura oficial da festa, 1.800 convidados foram homenageados pela contribuição à pecuária zebuína nos últimos 80 anos, entre eles a Revista Terra Boa Agronegócios.
No ano em que celebra tantas décadas de trabalho, a ABCZ lançou uma nova feira, a ExpoZebu Dinâmica, que tem como propósi-to informar toda a tecnologia e ciência dispo-nível para a pecuária. A feira já nasceu grande. Na sua primeira versão, atraiu 38 empresas do setor e 12 mil pessoas.
Convergência
A primeira semana de maio foi tempo de encontrar velhos e novos amigos, come-morar e relembrar os bons momentos vividos na ExpoZebu. Para os criadores de Indubrasil, o período foi importante e marcou a história da raça que inaugurou a sua sede no Parque Fernando Costa. O momento também foi oportuno para firmar parcerias, comerciali-zação e eleição da diretoria para o mandato 2014/2017. “Durante a 80ª Expozebu vários momentos ficarão para sempre na memória e na história da Associação Brasileira dos Cria-dores de Indubrasil (ABCI), entre alegrias e lá-grimas de saudade, ouso dizer que a ABCI não é apenas uma associação promotora da raça, mas sim uma família, nas palavras sábias do criador, Dr. Cláudio Resende: “Somos um gru-po de selecionadores e amantes da raça In-dubrasil. Amizade forte, construída à sombra das orelhas deste grande zebuíno, que tem o Brasil até no nome”, ressaltou a advogada e criadora Paty Sibin.
A exposição é um marco durante o ano na vida dos pecuaristas, pois é uma baliza-dora do mercado de produção e de comer-cialização, como também de debate político em busca de melhorias para as questões que envolvem a classe. No evento deste ano, que coincidentemente é um ano eleitoral, pas-saram pelo parque os três pré-candidatos à presidência da república, a presidente Dilma Roussef, que participou da abertura oficial e anunciou a publicação do CAR, Cadastro Am-biental Rural, o senador Aécio Neves e o ex--governador Eduardo Campos. Todos ouvi-ram reivindicações do setor.
A ABCZ também sediou uma reunião da Assembleia Legislativa de Minas Gerais ( ALEMG) que discutiu com entidades de classes e pecua-ristas as questões que envolvem o Código Flo-restal. A reunião foi liderada pelo deputado esta-dual, Antônio Carlos Arantes.
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“Conhecer as manhas e as
manhãs.Tem coisas que
só um nativo pode saber.
(34) 3333.1466www.nativapropaganda.com.brA AGÊNCIA NATIVA DO MEIO RURAL!
Foto
: JM
Mat
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“A presença dos três principais pré--candidatos à Presidência da República na ExpoZebu 80 anos primeiro nos en-che de orgulho por terem escolhido o evento como grande palanque para ex-posições de propostas e recebimento de demandas e depois nos mostra a impor-tância que a cadeia produtiva da pecuá-ria tem para o futuro político e econômi-co do nosso País”, ressaltou o presidente da ABCZ, Luiz Claudio Paranhos que ain-da no mês de maio teve novo encontro com a presidente, desta vez em Brasília, quando foram discutidos os principais desafios a serem vencidos pelo setor mais dinâmico da economia.
Arte e cultura
Ao longo dessas oito décadas, a história do Zebu no País se entrelaçou às muitas outras histórias de vidas, de de-dicação às raças, de conquistas. O pró-prio Parque Fernando Costa é uma gran-de conquista para a cidade de Uberaba e, também, para os pecuaristas de todo País que ali se sentem em casa.
Os 80 anos da exposição foram revi-vidos em marcos espalhados pelo Parque. Um Museu a Céu Aberto garantiu o aces-so a esta retrospectiva, com informações das raças, de criadores, políticos e de co-mercialização. Outras ações culturais pon-
tuaram a festa como o lançamento dos li-vros “ História contada pelo vovô”, “ Zebu, Visionários e Pioneiros”, do professor Hugo Prata e a cartilha pedagógica “ A turma do Zebuzinho”. O cartilha é um trabalho da jornalista Larissa Vieira, assessora de co-municação da ABCZ. Em linguagem dire-ta, a cartilha mostra o histórico das raças zebuínas e a história da ABCZ. “Existe um grande distanciamento entre o campo e a maioria das crianças brasileiras que in-felizmente compromete a compreensão do público infantil sobre a real importân-cia do agronegócio para a sociedade, tan-to em relação à parte econômica quanto à parte alimentar. O campo não integra o material pedagógico das escolas e nem é tema de livros infantis. A ideia de criar a
Turma do Zebuzinho foi justamente para minimizar essa escassez por informações sobre a pecuária brasileira. Foi um desafio porque nunca tinha feito algo para o pú-blico infantil, mas era um sonho que vinha adiando. Apesar de já trabalhar há mais de 10 anos no setor, foi preciso fazer uma pes-quisa profunda da história da pecuária no mundo, na Índia e no Brasil e também do padrão racial das raças zebuínas. Os textos ganharam o reforço das ilustrações do ar-tista Ney Braga, que contaram essa história de forma bem humorada. Não queremos parar por aí. Nas próximas edições quere-mos enfocar outros temas relacionados ao agronegócio”. Boa música, artes circenses, grafitismo e gincana ainda marcaram a agenda cultural da exposição.
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Números da E xpozebuCrescimento de 10%
240.107 pessoas passaram pelo Parque Fernando Costa
R$ 150 milhões foram comercializados entre equipamentos e animais
Comitivas de 34 países visitaram a Exposição
12 mil pessoas passaram pela Expozebu Dinâmica
120 empresas participaram do evento
68 animais das raças Gir Leiteiro, Sindi e Guzerá participaram do Torneio Leiteiro
31 países acompanharam a transmissão ao vivo da Exposição
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“Conhecer as manhas e as
manhãs.Tem coisas que
só um nativo pode saber.
(34) 3333.1466www.nativapropaganda.com.brA AGÊNCIA NATIVA DO MEIO RURAL!
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Leilões
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Tradicionalmente
a ExpoZebu vem
sendo o palco dos
grandes eventos
e de grandiosos
leilões, afinal, não
é todo dia que se
consegue reunir,
em Uberaba,
criadores de todos
os estados que
apostam na pecuária,
em momento
único de disputar a
genética de ponta
selecionada por
diversos criadores.
Durante a exposição, foram comercializados nos 36 leilões oficiais R$ 46.821.551,60, com a venda de 1.540 animais em 1.275 lotes. A média por animais ficou em R$30.403,60; e por lote, R$36.722,79. A maior comercializa-ção de animais da ExpoZebu 2014 acon-teceu no 30º Leilão Noite dos Campe-ões, quando a fêmea Nelore Beluga TE da Sabiá teve 50% de sua posse com-prada por Aguinaldo Ramos e família pelo valor de R$1.160.000,00.
A raça Guzerá mostrou a sua força durante a Expozebu e também o seu cres-cimento. O Leilão Rainhas do Guzerá, pro-movido por Antônio Pitangui de Salvo e convidados, comercializou 20 lotes da raça e registrou faturamento de R$ 1.024.500,00 com média de R$ 51.255,00. “ Os resultados comerciais da Expozebu foram muito bons. Tivemos quatro leilões com mais de R$ 4,5 milhões de reais em vendas. Destaque para a Heloise FIV TIR vaca nova recordista de preço da raça adquirida por R$ 420 mil
reais. Além disso, registramos uma procura muito grande por animais Guzerá de países como Colômbia, Venezuela, México e Para-guai”, disse Antônio Pitangui.
A raça Tabapuã no leilão Peso Pe-sado registrou média de R$ 17.751,72. A raça Sindi, no leilão Essência da Raça Sindi movimentou R$1.011.360,00 com a venda de 38 lotes e média/lote de R$26.614,74. Para José Coelho Vitor, cria-dor de Tabapuã, o leilão foi muito bom. “Hoje nós temos bons animais, bem selecionados, para participação em todas as exposições e leilões”, disse.
A raça Gir Leiteiro registrou bons arre-mates. No leilão Caminho das Índias os 32 lo-tes foram comercializados por R$ 832.800,00 com média de R$ 26.025,00. No Leilão Me-lhor que a Encomenda, uma parceria das Fazendas do Basa e da Shoppingen, foram comercializados 40 lotes por R$ 792.000,00 com média de R$ 19.800,00. A raça Gir Lei-teiro atraiu compradores do Brasil e de outros países.
Promotores do Leilão Noite dos Campeões no final do evento
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Torneio Leiteiro registra novos recordes
No 36º Torneio Leiteiro da ExpoZebu recordes foram quebrados
e novas regras pontuaram a competição, que reuniu 68 animais
das raças Gir Leiteiro, Guzerá e Sindi
Entre as novas regras estava a categoria Persistência, que valorizou as fêmeas paridas há mais de 180 dias e que mantiveram o pico de produ-ção e a classificação dos animais por idade, independente de serem PO ou LA. Este ano, a produção média diá-ria mínima para que a matriz pudes-se receber a premiação no Concurso Leiteiro passou de 08 para 10 kg para fêmeas jovens e de 12 para 15 kg para matrizes vaca adulta.
Entre os recordes quebrados, a raça Gir Leiteiro superou os números conquistados na Expozebu. A Gran-de Campeã, Artemiza FIV do exposi-tor Carlos Eduardo de A. Bezerra, pro-duziu 185,74 litros de leite com média de 61,91 litros, sagrando-se a nova recordista da categoria Vaca Adulta.
A vitória na Expozebu foi um marco para o criador. Segundo Carlos Eduar-do, o Dudu Bezerra, Artemiza segue os caminhos da mãe, Palas, hoje pro-priedade de Winston Drumond. Mãe e filha são recordistas mundiais e es-tão classificadas nas 10 maiores lac-tações de torneios oficiais. “A Arte-miza é uma fêmea muito forte. Está na sua segunda cria e vamos buscar o seu ápice de produção na sua terceira cria”. A genética de Artemiza deverá ser multiplicada no criatório da fazen-da Ponte Alta, em Goiás.
Na categoria Fêmea Jovem, o novo recorde pertence à Oquema FIV Vila Rica, da expositora Maria do Car-mo Oliveira Menezes, cuja produção total foi de 146,70 litros de leite e a média de 48,90 litros.
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A raça Guzerá quebrou recorde mundial na categoria Vaca Adulta. A Grande Campeã Manaca JF, do expo-sitor José Transfiguração Figueiredo, atingiu produção total de 137,18 litros de leite e média de 45,73. Na cate-goria Fêmea Jovem, a vencedora foi Abelia FIV Taboquinha, do expositor Sinval Martins de Melo, que bateu o recorde da Feileite 2012 com a produ-ção de 90,70 litros de leite e média de 30,23.
Na raça Sindi, o novo recorde foi estabelecido na categoria Vaca Jovem pela fêmea Bissetriz AJCF, do exposi-tor Adaldio José de Castilho Filho. Ela produziu 115,16 litros de leite e média de 38,39 litros. A Grande Campeã da raça foi Aroeira JNB, do mesmo expo-sitor, com produção total de 98,18 li-tros de leite e média de 32,73.
Todas as raças participaram do con-curso de qualidade do leite para gordu-ra e proteína. Na categoria Persistência a premiação ficou com a raça Sindi. A campeã é Paz FIV da Estiva, do expositor Adaldio José de Castilho Filho.
foto Jadir Bison
31GRANDE CAMPEÃ NELORE: ESPN Javanesa
Galeria dos Grandes Campeões
a g r o n e g ó c i o s
31GRANDE CAMPEÃO NELORE: Kayak TE Mafra
GRANDE CAMPEÃ INDUBRASIL: Assucena da NaturezaGRANDE CAMPEÃO INDUBRASIL: Skank da NP
GRANDE CAMPEÃO NELORE MOCHO: Onix Da CarGRANDE CAMPEÃ NELORE MOCHO: Oferenda Da Car
O Grande Campeonato da ExpoZebu, o mais esperado do ano, pois contempla as raças zebuínas em produção no Brasil, confirmou os melhores ani-mais em pista e que serão referência para a comercialização de genética. A genealogia desses animais, associada ao desempenho das futuras gerações, serão referência para a seleção genética nos próximos anos. Confira abaixo o resultado do Grande Campeonato. Resultado completo com todas as categorias no site da ABCZ www.abcz.com.br
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GRANDE CAMPEÃO BRAHMAN: MR 1661 Portobello
GRANDE CAMPEÃO GUZERA LEITEIRO: Escoteiro FIV Uniube
GRANDE CAMPEÃO GUZERA: Faroeste SMPF
GRANDE CAMPEÃ SINDI: Babalu Porangaba
GRANDE CAMPEÃ BRAHMAN: MISS Lince Vida IV
GRANDE CAMPEÃ GUZERA LEITEIRO: Havana FIV
GRANDE CAMPEÃ GUZERA: Ganda S
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Galeria dos Grandes Campeões
a g r o n e g ó c i o s
GRANDE CAMPEÃO GIR LEITEIRO: Folião Kubera
GRANDE CAMPEÃ GIR LEITEIRO: Inércia FIV F. Mutum
GRANDE CAMPEÃO SINDI: Buldogue AJCF
GRANDE CAMPEÃO GIR: Gaiato BI
GRANDE CAMPEÃ GIR: Historiadora BI
GRANDE CAMPEÃO TAPUÃ: Pascal FIV de Tabapuã
GRANDE CAMPEÃ TABAPUÃ: Oiana FIV de Tabapuã
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As RaçasNesse contexto de festas e re-
alizações, a grande família de zebuzeiros, composta das mais diversas raças, tem, nesse período, momentos únicos para o direcionamento de seus trabalhos.
Para a raça Brahman, que elegeu nova diretoria há poucos meses, a expo-sição foi um marco para o realinhamento das atividades e da seleção do Brahman, com foco direcionado para o desenvolvi-mento funcional e como excelente opção para o cruzamento industrial. “Durante a exposição, tivemos um Workshop que discutiu estratégias e programas de me-lhoramento genético em rebanhos Brah-man, com dados muito interessantes, que levaram a uma ampla discussão do assun-to entre os associados. Além disso, lança-mos a ExpoBrahman 2014, que, neste ano, será feita em conjunto com a Expoinel e a Nacional do Guzerá, em setembro. Na Ex-poBrahman, acontecerá a grande novida-de do ano com o julgamento do Brahman
a campo. A nova proposta foi amplamen-te apoiada pelos criadores e que com cer-teza trará um grande número de animais para a Exposição”, disse o presidente da ACBB- Alexandre Ferreira.
Para o homenageado da ABCZ na categoria Nacional, José Coelho Vitor, cria-dor de Tabapuã, a exposição é importan-te, pois reúne amigos, proporciona a troca de ideias e o conhecimento de mais pes-soas. “Observamos também o julgamen-to, o que os juízes estão avaliando, para criarmos um campeão. É gratificante e estimula o aprendizado se perdemos ou ganhamos”.
A visão dos criadores se diversifica conforme cada raça e o seu foco sobre a exposição. Para Léo Machado, da Fazenda Mutum, que conquistou o tricampeonato com a Grande Campeã da raça Gir Leitei-ro, o bem-estar dos funcionários marcaram esta Expozebu. “A Exposição foi maravilho-sa com a valorização dos funcionários. Os novos dormitórios em busca do bem-es-tar desses profissionais marcam esta ex-posição. Quanto aos animais, a qualidade está cada vez melhor. Não foi a feira com o
maior número de animais, mas com certe-za a melhor representada”, afirmou.
Para o gerente da RM Nelore, Fer-nando Oliveira, o lado comercial sobres-sai na sua avaliação. “A Expozebu é, sem dúvida, o acontecimento mais importante das raças zebuínas. Ela baliza o mercado e faz dos leilões um recorde a ser batido. A raça Nelore fez mais uma vez as recordis-tas de preço e mostrou ser a base da ge-nética de corte do País. Parabéns à ABCZ e todos os envolvidos nesse grande evento e nos grandes leilões”.
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Fernando Oliveira
Léo Machado
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Para o criador da raça Sindi, Arthur Targino, a Expozebu se supera a cada ano. “As matérias e coberturas jornalísticas não dão a real dimensão da grandiosidade da exposição. So-mente estando lá é que entendemos o porquê de Uberaba ser chamada de a Meca do Zebu”, disse. Mas os jornalis-tas não se cansam e buscam mostrar essa grandiosidade em várias cober-turas para TV, sites, revistas e jornais.
Para Daniel Bilk Costa, da Revis-ta Nelore, as exposições ficam a cada ano mais duras, mais difíceis para os criadores, não só pela disputa, mas por uma questão econômica, o que reflete no público da festa. “Ubera-ba é uma cidade cara no período das exposições, o que dificulta a vida de muitas pessoas que gostariam de vir à exposição. A cada ano que passa, di-minuiu um pouco o número de cria-dores, mas a Expozebu é referência. Quem está nesse meio, quem selecio-na as raças zebuínas, e até mesmo o criador de outras raças têm que pas-sar pela exposição. Eu acredito que a
Na Mídia
Da esquerda para a direita, Cesar Kearling, Daniel Bilk, Rodrigo Rodrigues e Daniel de Paula
ExpoZebu sempre terá este caráter, esta importância. Um ponto impor-tante que gostaria de deixar registra-do é o glamour que conseguiram dar a cerimônia de abertura, normalmen-te distante do associado. A abertura foi muito bonita. Um ponto alto da Expozebu 2014”.
Jornalistas que acompanhavam comitivas de vários países também gravaram vários programas entre os registros dos julgamentos, análise de juízes e muitas visitas a fazendas da região de Uberaba. Cesar Kearling, pela primeira vez no Brasil, gravou programas para a TV do Paraguay, fi-cou impressionado ao conhecer ou-tras raças que não são referência no seu país como a Sindi e o Guzerá. Le-varia para a TV informações técnicas para a difusão do potencial dessas ra-ças em seu País. Repórteres da TV pa-namenha buscavam informações de pastagem a genética com foco na pe-cuária de leite e de corte em uma série especial que será apresentada no mês de junho.
De 03 a 07 de maio, a Expozebu foi notícia para toda a mídia
nacional, mas com tantos acontecimentos diversos, ao mesmo
tempo, reportar tudo isso não foi uma missão das mais fáceis.
Para o jornalista Daniel de Paula, do SBA, a Expozebu é o maior con-graçamento entre empresários rurais do mundo. “Um encontro de vários patrões com vários peões e várias ra-ças, misturando cores e morfologias diferentes em pistas e pelas alamedas do Parque. Tenho muito orgulho de transmitir isso tudo há nove anos com tanta dedicação. E fico ainda mais or-gulhoso quando ouço alguém me di-zer que sentiu a exposição dentro da sua sala, porque viu a nossa cobertura. Isso paga qualquer cansaço”, disse.
No Salão Internacional, onde as comitivas são assessoradas pelos in-tegrantes do Brazilian Cattle, as inten-ções dos estrangeiros são traduzidas pelos intérpretes. Segundo Rodrigo de Moraes Rodrigues, a busca por bio-tecnologia, por sêmens e embriões é crescente com o número de visitantes voltados para a parte comercial. O nú-mero de países que visitam a exposi-ção se mantém entre 23 a 32 países. Em 2014 no Salão Internacional passa-ram comitivas de 34 países.
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O importante trabalho dosmascates de tourinhos
Assim era a vida desses homens apai-xonados pela pecuária nacional. Eles sa-biam vender o seu peixe – melhor dizendo, o seu gado - e desbravaram muitos luga-res deste país, que mais tarde se tornaria o maior exportador de carne do mundo.
Apesar das facilidades conquistadas com rodovias melhores e até a contribui-ção da tecnologia, com a compra a distân-cia de animais, a profissão se mantém fir-
me, sólida e sadia como explica um de seus representantes, Antônio Brandão.
Natural de Passos/MG, cidade reco-nhecida pelo seu grande reduto de masca-tes, a sua história é um dos casos de suces-so do ofício de vender, mascatear animais, como ele mesmo afirma. Comerciante de tourinhos há 65 anos, o tempo o fez um grande conhecedor das raças, bem como grande e inteligente contador de histórias.
Começou na atividade aos 17 anos, ajudando o seu pai. Mas, depois de dois anos, passou a negociar por ele mesmo. Criativo e comunicativo percebeu que te-ria a necessidade de conversar mais com os criadores da época. Por isso aprendeu algumas mágicas e fazia apresentações nas muitas das fazendas nas quais pernoitava. O que era uma brincadeira acabou o apro-ximando de muitas pessoas e conquistan-
As estradas eram longas, cansativas. Eles rodavam o país, sem comunicação,
com dificuldades no caminho e distantes da família. Mas nada disso foi
impedimento para aqueles que até hoje são reconhecidos como mascates
de tourinhos e que, de fazenda em fazenda, de estado em estado,
comercializavam animais e difundiam as raças.
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Marcelo e Antônio Brandão
Fotos Museu do Zebu e arquivo pessoal Antônio Brandão
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do muitos amigos, além de facilitar a nego-ciação dos animais.
“Naquele tempo não existia leilão. Era olho no olho. Eu acostumei. Eu gosto de ver o freguês. Vende pra um, vende pra outro e vai levando a vida assim. Vivi bem, eduquei meus filhos, conquistei muitos amigos. Tive uma vida boa. Valeu a pena”, descreve seu Antônio que adora a profis-são e, aos 82 anos, continua na ativa. “Eu não paro, porque adoro o que faço. Con-quistei muitos amigos e construí a minha vida sendo mascate de tourinhos”. Casado com Margarida e pai de três filhos, passou a tradição da família que começou com o seu avô para o filho, Marcelo.
Mascate da raça Gir, sempre atuou nas regiões leiteiras dos estados de Minas Ge-rais, São Paulo, Paraná, Goiás, Espírito Santo. “Hoje, algumas vezes, meu filho leva Guzerá e Nelore, mas sempre por encomenda”.
Apesar da quantidade de leilões e das mudanças no formato da comercialização, o seu negócio ainda está em alta. “Se sairmos todo mês, vendemos uma média de 20 tou-rinhos”, garante.
Com tantos anos de experiência sem-pre compra animais selecionados. “Hoje olhamos muito a genética”. Entre os desta-ques ele cita o touro Gir Krishna, importado por Celso Garcia Cid. “Era um animal positi-vo que deixou, na sua descendência, uma boa produção para leite”. Foi Antônio quem mostrou ao Celso Garcia parte da região do Sul de Minas e apresentou criadores de Gir. Integrado no mundo dos giristas, chegou a reunir em sua propriedade, em encontro de amigos, 70 criadores de várias regiões do país, entre eles muitos conhecidos na raça como Maurício Andrade, Arnaldo Machado Borges, João Machado Prata, Olavo Andra-de, Vicentinho Araújo e José Sales.
Ainda nas Minas Gerais, mais precisa-mente na Capital do Zebu, Uberaba, mora o mascate Heli Caetano Ribeiro, hoje com 75 anos. Com esta profissão, a bordo de um Chevrolet Brasil (caminhão a gasolina), ele conseguiu dar educação a cinco filhos. O destino era qualquer lugar do país em que se quisesse comprar um exemplar de gado zebuíno. Bahia, Ceará, Mato Grosso. Onde ti-vesse um criador, lá estava ele oferecendo os animais, já adquiridos de selecionadores como Claudio Sabino, Torres Homem e Ru-bico Carvalho. “Fomos nós que introduzi-mos o Zebu nos estados. Comprávamos a produção deles e tratávamos nas cocheiras,
Heli Caetano Ribeiro
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4as chácaras de mascates. Depois saíamos de caminhão vendendo sem destino e, depois, nas exposições”, lembra.
Para ele, os mascates são pessoas de-terminadas. Eram comerciantes que viviam da vontade de prosperar, pois ele afirma que era um negócio muito rentável: “senão não teria sido mascate por 20 anos”.
Entre suas histórias está uma das expo-sições realizadas em Salvador. Chegou sem ter feito a inscrição, mas com o seu poder de convencimento, conseguiu deixar os ani-mais nas baias dos cavalos. Entre um papo e outro, foi fazendo amizade e os exempla-res foram para o pavilhão. A audácia valeu a pena: “tirei naquela exposição o Reservado Campeão Indubrasil”.
Na carroceria do caminhão ele e um funcionário se revezavam na direção. As ra-ças, principalmente Nelore, Indubrasil e Gir Leiteiro, eram a bola da vez daquela época. A sua história começou com uma parceria com o tio-avô Nenê Gomes, falecido aos 99 anos e muito conhecido no Brasil. Os ani-mais comprados eram do criatório VR. Eles compravam, engordavam e vendiam nas exposições. “Um dia fomos a um dos pri-meiros leilões do Noite dos Campeões. Tí-nhamos umas três cocheiras com uns 400 bezerros. E meu tio falou assim: vamos aca-bar com esse negócio, porque está vindo aí uma tal de inseminação e isso vai acabar com o mascate!”
Assim, eles foram pensando no futu-ro e Heli comprou terras no Mato Grosso, onde hoje compra, recria e engorda o seu Nelore. “Chegou a tal da inseminação, que já está defasada com a evolução. Eu nunca imaginava que ia chegar a ver essa tecnolo-gia”, conta.
A dupla não vendeu somente no Bra-sil. Venezuela, Bolívia e Paraguai também receberam os zebuínos dos mascates. “Os venezuelanos vieram conhecer os animais e fizemos contato. Para entrar com o gado lá, tinha que fazer uma quarentena. Era mui-to rigoroso como é até hoje. Então, compra-mos uma filmadora Bolex alemã, e um pro-jetor Super 8, e filmamos o gado com uma lente zoom que mostrava todos os ângulos do garrote. Passamos o filme no quarto do hotel e, assim, vendemos o gado”, concluiu. Da criatividade dos mascates foi construída a grande nação zebuína, que já alcançou a mesma marca da população humana, cerca de 200 milhões de cabeças espalhadas pelo Brasil afora.
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Estrangeirosbuscam genética brasileira
A expectativa de negociações de US$ 300 milhões em exportações
de produtos da genética brasileira em 2014 não é nada alarmante
para um país como o Brasil, com aproximadamente 200 milhões
de cabeças de gado e que obtém no campo e nas indústrias
resultados diferenciados na produção de carne e de leite
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A estimativa é do Brazillian Cat-tle, consórcio que promove a pecuária na-cional no exterior e, há sete anos, vem con-solidando este cenário, firmando parcerias, principalmente, durante a ExpoZebu.
Para Icce Garbellini, gerente interna-cional da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), um visitante estrangeiro ir a ExpoZebu é, sem dúvida, uma atitude de total interesse na genética e tecnologia bra-sileira. “Sabemos da dificuldade para se che-gar até aqui, mas temos a certeza também do quanto o trabalho dos criadores brasi-leiros, capitaneados pela ABCZ, é referência mundial”, diz.
Os números comprovam: 365 pessoas de 34 países são os responsáveis pela come-moração da equipe do Brazillian Cattle, que os recebeu no Salão Internacional. O au-mento do interesse, durante a maior feira do setor, foi de 20% em relação ao ano anterior.
Mesmo assim, os desafios continu-am: “temos um vasto mercado em ex-pansão, já atingimos praticamente todos os países tropicais da América Latina e, através do projeto internacional da ABCZ, o Brazilian Cattle, alçamos voos mais dis-tantes. Estamos promovendo abertura de mercado em vários países africanos e prospectando o sudeste asiático”.
Um dos objetivos mais importantes do Brazillian Cattle, como cita Icce, é articular a abertura de protocolos sanitários para que se possa levar genética, produtos e tecnolo-gias nacionais ao maior número possível de países. “Precisamos também promover o Zebu, criadores, associações e empresas in-
tegrantes do projeto, auxiliando assim todo o mundo tropical no processo de produzir alimento de qualidade, a baixo custo, de ma-neira sustentável”, finaliza.
E é exatamente este ponto de aber-tura de protocolos que incomoda o sul-afri-cano Diederic Johannes Ludwig Ferreira. Em visita ao Brasil, pela quinta vez, ele tem na tradição familiar a marca de primeiro im-portador de Brahman para o seu país. Audá-cia realizada por seu pai, em 1957, quando importou dos Estados Unidos. No Brasil ele tem 20 animais, que ficam nas suas fazen-das de origem, pois o governo brasileiro não liberou a exportação de material genético para a África. O criador explica que já pro-curou as embaixadas de ambos os países e não tem respostas aos pedidos. “Começa-mos o processo do protocolo com a Argen-tina bem depois e lá já está tudo resolvido. A burocracia entre Brasil e África está atrapa-lhando os nossos negócios”, garante.
O interesse dele no Brahman é por-que na região de Joannesburgo, onde vive, a raça é a mais produtiva. “Nada se compara ao Brahman na África do Sul. É a maior raça. Não existe Nelore, nem Guzerá, somente um pouco de Gir”, comenta.
Sílvio Castro Cunha Júnior, diretor da Agro Export, empresa que exporta animais vivos, embriões, sêmen e equipamentos, atendendo aos acordos sanitários interna-cionais aprovados pelo Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), afirma que hoje o principal país receptor dos produtos é a Venezuela, que importa do Brasil animais e material genético das raças
Gir, Guzerá e Girolando. “Está começando a procura por Nelore, mas os campeões são os búfalos e o Girolando, já somando 10 mil animais por ano”, conta.
Entre um embarque e outro, o país vizinho adquire somente bois por enquan-to, com grande interesse em fêmeas, o que garante negociações durante todo o ano para a empresa Agro Export. “Os demais países compram mais sêmen e embrião. Fizemos menos negócios na África este ano. A Venezuela continua sendo o nosso maior mercado.”
Os visitantes Ladeados por intérpretes contra-
tados pelo Brazillian Cattle, os visitantes da Venezuela, Paraguai, Colômbia, África, Estados Unidos, entre tantos outros, bus-caram na ExpoZebu 80 anos novidades técnicas e materiais apropriados para o desenvolvimento dos zebuínos, um novo referencial, para levar aos seus países.
O norte americano Jay Mattison, ad-ministrador da National Dairy Herd Informa-tion Association, na região de Whashington/EUA, veio ao Brasil, especificamente à Expo-Zebu e Expozebu Dinâmica, para conhecer sistemas novos para a produção leiteira, o forte da pecuária em que atua. O interesse dele foi direcionado a informações tecnoló-gicas. “Viemos ver como são colhidas as in-formações nas fazendas, os dados de produ-ção e de manejo. Queremos saber como o Brasil trabalha e com certeza levarei alguma coisa daqui.” Ele admite que viu ideias dife-
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De cima para baixo, Jay Mattison, Manuel Gonzales, Polo Rocha, Mário Pereira e Sílvio Júnior
rentes que poderão ser aplicadas no seu tra-balho, mesmo a tecnologia americana sen-do considerada mais avançada.
Já Mário Pereira, presidente da Asso-ciação do Brahman, no Paraguai, acredita na genética brasileira e mantém, com o apoio da Alta Genetics, as exportações de sêmen para o seu país. Há alguns anos frequenta a ExpoZebu e leva para os produtores de lá as novas opções de linhas de sangue Brahman, tentando introduzir a raça a custos menores do que os apresentados pelas importações via Estados Unidos.
No seu país a produção de carne pre-valece. São dez milhões de cabeças para este segmento e três milhões para a pe-cuária leiteira. “Somente uma cooperativa tem 400 mil cabeças. Fizemos uma parceria técnica e vamos levar 15 embriões sexados machos para o Paraguai, para introduzir a genética lá e consolidar essa união entre a cooperativa e a Associação do Brahman do Brasil”, ressalta.
O papel da imprensa Não foram somente criadores que vi-
sitaram a ExpoZebu. A imprensa estrangeira também marcou presença no Parque Fer-nando Costa e na ExpoZebu Dinâmica, bus-cando divulgar nos seus respectivos países o que há de melhor sobre a genética zebuína.
Os programas de televisão e impres-sos de países como Venezuela, Colômbia, Bolívia, Paraguai, Panamá, México, entre
outros receberam, durante os dias de feira, muitas informações sobre o gado brasileiro, que serão veiculadas nos próximos meses.
O mexicano Polo Rocha, que tem um programa na Televisa, visitou pela primeira vez a cidade de Uberaba/MG, e ficou fasci-nado pela organização e a atenção aos jor-nalistas. “Visitamos fazendas importantes e gravamos imagens e comentários dos cria-dores. Temos muito material para exibir nos próximos programas”.
Já Manoel A. Gonzales Cano, da Agro TV, do Panamá, acredita que a Ex-pozebu é uma vitrine de oportunidades para todo o mundo. E pretende levar para o seu país muitas novidades para os pro-dutores, confiando no excelente material visto em Uberaba.
Para ele, a imprensa tem o papel fun-damental para abrir caminhos de protocolos sanitários, que beneficiariam a economia de cada país. Além da busca pela genética, os agropecuaristas do Panamá também se in-teressam pelas sementes de pastagens.
Para ele, o intercâmbio da impren-sa estrangeira, assim como dos criadores de vários países aumentam as chances do Zebu se alastrar pelo mundo. “Queremos levar a genética brasileira do Girolando, do Nelore e do Brahman para fortalecer o pro-dutor panamenho. Mostraremos também o material agrícola, provando que o relacio-namento entre os países é uma relação po-lítico-comercial que tem dado muitos frutos para todos nós”, concluiu.
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Andréa Florentino executiva da comunicação
e do agronegócio
Ela chegou à empresa há exatos 23 anos. Começou como telefonista, passou por vários setores e se tornou proprietária há um ano, resultado de toda a sua dedicação e paixão pelo que faz e pela Nativa.
Entrevistar uma profissional do marketing, responsável pela conta da ABCZ, em plena ExpoZebu, não é uma missão fácil. Mas o nosso bate-papo aconteceu em pleno Parque Fernando Costa, na sede da ABCZ, entre um inter-valo e outro dos muitos compromissos da primeira semana de maio, quando leilões, julgamentos e comemorações marcaram à exposição. Nada mais opor-tuno para a profissional que conhece esse palco, desde a sua infância, quando acompanhava o seu pai, mascate de tou-rinhos, nas suas idas a ABCZ e aos leilões de domingo. Andréa estava em casa.
Gestora de marketing especializa-do, e comunicativa naturalmente, come-çou a sua vida profissional em um escri-tório de advocacia. Mas no seu destino, a comunicação sobressairia e, por isso, ela foi parar na Nativa. Na agência, especia-lizou-se e cresceu conhecendo cada um dos departamentos da casa, além, é cla-
ro, do mundo do agronegócio e as pes-soas que o fazem acontecer.
Para atuar em uma agência espe-cializada no agronegócio, é necessário conhecer o meio, o mercado em que atua. Andréa carrega essa experiência no sangue. A pecuária marcou a sua traje-tória. Além das experiências da família, que trabalhou com o universo da pecuá-ria, as vivências da fundadora da agência, Cristiana Musa, neta de Torres Homem, grande criador da raça Nelore, promo-veram o seu conhecimento com o meio, seus investidores e suas necessidades. A especialização aconteceu com o tempo.
Hoje a Nativa é considerada uma das melhores agências segmentadas do agro-negócio no País. Tanto que, recentemen-te, concorreu com agências de São Paulo e conquistou uma das contas da JBS, referente à campanha direcionada ao pecuarista. “Eles buscavam uma agência que conversasse com o pecuarista e nós fomos a escolhida”, ressaltou. Concorrer com agências e ganhar uma conta significativa como esta enche de orgulho qualquer profissional. E com Andréa não foi diferente, prova do reconhecimento pelo trabalho efetuado. Outro momento
É uma apaixonada pelo seu ofício.
Essa é a impressão que a identifica,
desde o primeiro momento em que a vemos.
Ela respira e transpira comunicação, o que reflete
em seu trabalho realizado na Nativa Propaganda,
agência especializada no agronegócio,
há 25 anos no mercado.
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importante para a publicitária foi a campa-nha dos 80 anos da ABCZ. Data importan-te e que marca a sua carreira, por ser a pri-meira campanha como sócia-proprietária da agência.
Comunicativa e transbordando con-fiança, Andréa ressalta que uma das gran-des conquistas da Nativa ao longo dos seus 25 anos é a relação de transparência com os seus clientes. “Nosso papel é colocar em uma campanha tudo que nosso cliente faz da porteira pra dentro, aquilo que ele nos informa nas reuniões de briefing. Mas ne-nhuma campanha se sustenta se ela não for verdadeira. E o contrário também é ver-dade, nenhum negócio se perpetua, se é bem feito, mas o cliente não comunica”, destacou. Essa parceria e confiança são ob-servadas nas contas atendidas pela agên-cia como a ABCZ, a maior associação do mundo, e outras grandes empresas como a ABS Pecplan, JBS e grandes criatórios como Fazenda do Sabiá, Grupo VR, Bruma-do, Claudio Toto, Fazenda Baluarte, Naviraí, Matinha, Nelore Vera Cruz entre tantos ou-tros que deveriam ser citados. Contas que foram motivos de comemoração durante a ExpoZebu pelas boas comercializações concretizas durante a Exposição, batendo recorde como a da Fazenda do Sabiá com a venda de Beluga TE da Sabiá e da Chácara Naviraí, com a venda do touro Funcionário de Naviraí. O relacionamento com o cliente há anos fez com que conhecesse o perfil de cada um deles, o que facilita o proces-so de criação da equipe. “Eu gosto de es-tar com o cliente, conhecer o seu mundo, a sua realidade, para poder transmitir o que realmente ele quer”, ressaltou.
Motivar a equipe é seu um grande desafio, além de fazer dos designers e re-datores profissionais conhecedores das ra-ças, do mercado agropecuário. Os desafios atuais estão na especialização da equipe, em mostrar a grandiosidade do agrone-gócio, e o quanto desafiador e bom é atu-ar nesse segmento. Para gerenciar uma equipe de 15 profissionais, Andréa conta com a parceria de Leandro Lima, seu sócio, que direciona a área do designer.
Na casa da ABCZ, Andréa terminou a entrevista mostrando a sua gratidão pela campanha dos 80 anos da ABCZ e afir-mando as suas metas para daqui 20 anos, quando espera estar desenvolvendo as peças para os 100 anos da ABCZ. “Eu vou chegar lá”.
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O grande evento oficial de con-formação e trabalho também reuniu a 30ª Prova Oficial AQHA e pela terceira vez consecutiva, o 3º Latin American Cham-pionships (LAC). Foram distribuídos mais de R$ 1 milhão em prêmios.
O crescimento do esporte no Brasil é uma realidade e o fomento do comércio de animais também, o que ficou evidente durante o evento com o número de inscri-ções (5.150) e resultado dos cinco importan-
tes leilões da raça, que comercializaram 208 animais com média de R$ 46, 8 mil e fatura-mento de R$ 9.737.280,00.
O Bem-Estar Animal foi discutido du-rante o Congresso. A presença de um inspe-tor de Bem-Estar Animal circulando entre as baias de animais e nos arredores das pistas de competição chamou a atenção. Pela pri-meira vez em um evento oficial a entidade adota a prática de manter, em tempo inte-gral, um profissional dedicado a fiscalizar o
cumprimento das regras descritas no regu-lamento do Bem-Estar Animal que rege as competições envolvendo animais da raça Quarto de Milha.
“O Bem-Estar Animal é uma preo-cupação da ABQM. Tanto que temos con-duzido várias mudanças nas regras nas competições que realizamos e apoiamos, visando a preservar tanto a integridade física dos cavalos, quanto dos bovinos participantes de algumas modalidades”,
Conformação e Trabalho
Esporte, comercialização, parcerias, sanidade e bem- estar animal
foram os temas que promoveram o 24º Congresso Brasileiro da
ABQM, tradicional palco de encontro dos quartistas e apaixonados
pela equinocultura, realizado de 21 a 27 de abril,
no Parque Fernando Cruz Pimentel, em Avaré/SP.
Esporte, comercialização, parcerias, sanidade e bem- estar animal
foram os temas que promoveram o 24º Congresso Brasileiro da
ABQM, tradicional palco de encontro dos quartistas e apaixonados
pela equinocultura, realizado de 21 a 27 de abril,
no Parque Fernando Cruz Pimentel, em Avaré/SP.
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destaca o presidente da ABQM, Marcelo Waldemaria Alves Ferreira.
Competidores
O Haras Laucin conquistou os prin-cipais títulos das competições com o ma-cho de dois anos Obvious Chance (Classical Chance x Obvious Asset), que deu um show de performance nas pistas. Na LINCC Ob-vious Chance apresentado por Willian Luiz
Iared foi o Grande Campeão Amador, com julgamento unânime pelos juízes. Já no Congresso ABQM, o animal foi além e sua bela conformação o levou ao pódio como Grande Campeão da Categoria Aberta. Ob-vious também se consagrou como Grande Campeão AQHA e Campeão do Latin Ame-rican Championship, destacando-se entre outros animais apresentados, nas três com-petições. O animal é de criação e proprieda-de do Haras São Matheus, sendo a sua cam-
panha em pista feita pelo Haras Laucin, de Calil e Neli Iared.
Outro destaque ficou com Almeida dos Santos, 51, um dos mais antigos com-petidores da Apartação, que participou pela categoria Aberta Júnior. Esbanjando vitalidade participa da competição há 27 anos, sempre na mesma modalidade. Pela ABQM, ostenta os títulos de bicampeão Po-tro do Futuro e do Congresso e tricampeão do Campeonato Nacional. Mas em sua car-
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Da esquerda para direita, Dave Wolf, presidente da RSNC (Ranch Sorting National Championships) e Marcelo Waldemarin Alves Ferreira, presidente da ABQM.
reira vitoriosa nunca se esquece do ano de 1998, quando conquistou a nota 78 no Campeonato Derby, promovido pela Anca, em Minas Gerais. Montando Son Ofa Jay, na categoria Aberta Júnior, con-seguiu a maior nota da história da moda-lidade no Brasil, 78 pontos. “Nos últimos cinco anos, o nível dos animais melhorou muito com a importação de grandes pro-dutos. Contudo, até hoje, essa nota ainda não foi superada”, orgulha-se.
Pistas internacionais
Os conjuntos que passaram pela pis-ta de provas durante as disputas do Ranch Sorting causaram boa impressão aos olhos apurados do presidente da Ranch Sorting National Championship (RSNC), Dave Wolf, que, das arquibancadas, acompanhou todas as disputas da modalidade no dia 23/04.
“A qualidade dos cavalos e dos competidores é impressionante. Vi dis-putas de alto nível, tal qual temos nos Estados Unidos”, comentou o dirigen-te da maior organização do mundo na modalidade, que reúne nos Estados Unidos mais de 22 mil competidores e organiza mais de 400 provas por ano.
Ao lado presidente Marcelo Ferrei-ra, Wolf também se disse impressiona-do com a organização da prova realiza-da pela ABQM e salientou o potencial de crescimento do Brasil na modalida-de. “O cenário que vejo aqui é similar ao que tínhamos nos Estados Unidos, sete anos atrás. No nosso último evento ti-vemos mais de 6,5 mil duplas inscritas. E creio que no Brasil o Ranch Sorting
também pode ter competições com essa escala”, afirmou.
A visita de Wolf ao Brasil se deu para acelerar o processo de criação da RSNC Brazil, subsidiária da organização nos Estados Unidos, que irá fomentar ainda mais o esporte no País.
Com a criação dessa nova organi-zação, os competidores mais bem clas-sificados no Brasil poderão disputar a final mundial da RSNC nos Estados Uni-dos. “Esperamos que esse intercâmbio de conhecimento possa ajudar o acele-rar ainda mais o crescimento do Ranch Sorting no Brasil”.
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Feira mantém faturamento de 2013
Even
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Foram utilizados para a demonstração de máquinas, equipa-mentos, culturas e serviços 440 mil m2 de área de exposição, onde o visitante encontrou desde aviões até sofistica-das soluções para agricultura de preci-são, passando por ferramentas, monta-doras de veículos, fabricante de pneus, acessórios, entre outros produtos.
A feira ainda estendeu sua atua-ção para outros setores como arma-zenagem, corretivos, fertilizantes, de-fensivos, equipamentos de segurança (EPI), equipamentos de irrigação, saca-rias e embalagens, autopeças e pneus, produtos e serviços para produção de biodiesel, sementes em geral, além de serviços de seguro e financeiros.
Com público de mais de 160 mil pessoas em cinco dias do evento, a fei-ra registrou movimentação financeira de R$ 2,7 bilhões, pouco mais do que os R$ 2,6 bilhões de 2013. O resultado pode ser decorrente da estiagem e da crise do se-tor sucroalcooleiro. Embora os números não tenham mostrado o crescimento previsto pelos organizadores, a venda de produtos é diferenciada entre fabrican-tes, mostrando estagnação para alguns, mas crescimento para outros.
A Feira também foi palco de ho-menagens e comemorações. O Estado
do Mato Grosso recebeu homenagem em reconhecimento ao expressivo crescimento do agronegócio e por ser o maior produtor de grãos do Bra-sil. O Ano Internacional da Agricultura Familiar também foi comemorado por meio de um tributo ao produtor rural Fernando Kubota, primeiro agricultor a receber recursos do Pronaf (Progra-ma Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).
A formação de mão de obra es-pecializada foi outro foco do evento. O presidente da Fiesp e Senai, Paulo Skaf, inaugurou na feira a primeira Es-cola Móvel de Simulação de colhedo-ras de cana de açúcar do País.
Com investimento de R$ 1,8 mi-lhão, o projeto faz parte de ações da entidade para ampliar a competitivi-dade do setor, que deve atender Pro-tocolo Agroambiental, previsto para entrar em vigor nesta safra, proibin-do a queima da cana e priorizando a colheita mecanizada da cana crua. O presidente da Agrishow, Maurílio Bia-gi, ressaltou a contribuição do SESI para o Brasil, lembrando que o País precisa melhorar a sua educação, pois sem ela não progredirá. “Este projeto do SESI vem somar na área de educa-ção”, disse Biagi.
Tudo que o produtor rural precisa para aumentar a sua
produção, reunido em um só local.
Tecnologia, ciência, inovações para
o Brasil e o mundo foram apresentadas
durante a AGRISHOW 2014, – 21ª Feria Internacional de
Tecnologia Agrícola em Ação, a maior
feira tecnológica do País, realizada entre os dias 28 de abril e 02 de maio, em Ribeirão Preto/SP.
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No lançamento da ExpoZebu para jornalistas, em São Paulo,no mês de março, no restaurante Varanda Grill, o chefe Fábio Lazarrini preparou o Medalhão de Nelore com Molho de Vinho do Porto, com a legítima carne Nelore Natural. A receita chamou a atenção de nossa equipe e fomos buscá-la para dividir com os nossos leitores. O sabor inigualável da carne do Nelore Natural se mistura ao do Vinho do Porto, presente no molho. Uma delícia para servir aos amigos e a família em almoços especiais. O preparo é fácil. Vale a pena conferir a receita do chef.
Medalhão de Nelore com Molho de Vinho do Porto
Fábio Lazarrini
É chef executivo no Varanda Grill em São Paulo. Graduado em gastronomia fez estágios em vários restaurantes no Brasil. Na Europa, especializou-se na Escola Italian Culinary Institute for Foreigners, em Costiglione d´ Asti, na Itália.
Colaborou Danyella Ferreira
Filé Mignon de Nelore 0,360 kgManteiga 0,075 kgAçúcar 0,350 kgCebola 0,125 kg
Ingredientes
Receita molho de Vinho do Porto
Modo de preparo
Refogue a cebola na manteiga.Acrescente os vinhos após a manteiga derreter, em seguida, coloque o açúcar e o sal. Abaixe o fogo quando o preparo entrar em fervura. Cozinhe por 15 minutos e em seguida coe. Retorne ao fogo até que o volume inicial diminua ¼.Caso necessário, engrossar com maisena diluída em água. Leve o molho ao liquidificador e bata rapidamente até obter a consistência desejada.Ajuste o tempero de acordo com o paladar e sirva.
Carne
Temperar a carne com sal. Em uma frigideira dourar os lados do medalhão de Nelore. Acomodar em uma assadeira e finalizar no forno a 180ºC por 10 minutos.Assim que retirar do forno acrescente o molho e sirva!
Sal 0,003 kgVinho do Porto 0,750 mlVinho tinto 0,750 ml
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TradicionalTr
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atrai 15 mil pessoasQueima do Alho
No final de semana de 30/05 a 01/06, a acolhedora Nova Rezende, de manhãs, tardes e noites geladas, du-rante o outono, conseguiu ficar aque-cida com a chegada das comitivas de Minas Gerais e São Paulo, mais mora-dores e visitantes, que se reuniram na 6ª Queima do Alho. A festa, organiza-da pela Associação dos Cavaleiros de Nova Resende, reuniu 15 mil pessoas, que lotaram o parque de exposições para saborear, gratuitamente, a culiná-ria dos tropeiros. Crianças, adolescen-tes, adultos, idosos, todos com trajes típicos, (chapéu, camisa, bota e boti-nas) participaram do evento.
A festa, criada por Emídio Madeira, o Emidinho, tem como uma de suas mar-cas a solidariedade. Os hospitais do Cân-cer e Otto Krakauer, da cidade de Passos/MG, divulgaram suas campanhas duran-te o evento.
A festa, que hoje é uma tradi-ção, surgiu da vontade de pai e filho de participarem do mesmo evento em Barretos/SP. Segundo Emidinho, ele e seu pai estavam em Barretos e não conseguiram participar da festa, que era apenas para convidados. De-cidiram então criar uma em Nova Re-sende, onde residem. “A semente bem plantada e cultivada trouxe frutos, a Queima do Alho é hoje um evento re-gional”, disse.
Gastronomia
O ponto forte da festa é a gastrono-mia, com suas particularidades e regiona-lismo. Os pratos preparados com amor e dedicação atraem visitantes de vários es-tados. A proposta da festa é manter viva a tradição dos tropeiros, por isso os pratos são preparados de forma simples, nos fo-gões à lenha improvisados no chão, como os tropeiros faziam durante as comitivas.
O cardápio é legitimamente de tro-peiro. Foram preparados 27 pratos diferen-tes, pelas 50 comitivas do estado de Minas e São Paulo: porco assado, churrasco, arroz carreteiro, feijão tropeiro, molho de abó-bora, feijão gordo, porco à paraguaia, car-ne seca, torresmo, entre outros. Para alcan-çar o melhor sabor, a farofa foi preparada no pilão.
Além da gastronomia, as comiti-vas lembram o modo de vida dos tropei-ros. Na ornamentação das barracas, galos como mascotes, ficam pendurados e via-jam para todas as etapas do Circuito Quei-ma do Alho, realizado em 24 etapas entre cidades do Sul de Minas.
Na festa de 2014 não houve julga-mento das comitivas. “Decidimos por bem não fazer o julgamento. A Queima do Alho é uma festa muito boa. O pessoal partici-pa e estamos satisfeitos”, disse o coorde-nador da festa e patrono da Queima do Alho, Emidinho.
Realizada em Nova Resende/MG, a festa promoveu o encontro de
muitas comitivas. Os pratos típicos foram preparados pelos tropeiros
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Na versão de 2014 a festa foi realiza-da em três dias com a acolhida das comi-tivas no dia 30 de maio e a festa no dia 31. No encerramento, dia 01 de junho, uma prova de marcha, foi apresentada para os visitantes. Além da comida típica, shows animaram milhares de pessoas que passa-ram pelo local.
A administração pública apoia a fes-ta, que mantém o resgate de tradições de uma região predominantemente agro-pecuária. A importância da tradição e do resgate cultural é ressaltado por Odair Al-ves da Silva, do Departamento de Cultura e Turismo. “A prefeitura, cada vez mais, vai incentivar esse evento, pois faz parte da nossa história”, disse o secretário.
A administração pública contribui como toda população. O foco está no res-gate cultural, para que os mais jovens não se esqueçam das tradições. “Quando ve-mos um trabalho bem feito, colaboramos. Essa festa é importante para a nossa cida-de. Não há diferenças, todos são tratados da mesma forma”, disse o prefeito, Celso José de Oliveira
Tropeiros
O encontro das comitivas é uma grande festa que mantém milhares de pessoas reunidas em torno de uma boa gastronomia, muitas histórias e música. Entre elas, representantes que acompa-nham a festa de Nova Resende desde o seu início, como a comitiva de Monte San-to de Minas, “O Trem Bão”, que participa há cinco anos.
Presente em todos os eventos da Queima do Alho, o produtor rural Deu-smar Miguel Martins, mais conhecido como Deusinho, 52, serve o prato: feijão
tropeiro, arroz com galinha. “Fazemos com carinho para o pessoal.Um feijão bem ca-prichado com bacon, que eu mesmo faço. Gosto do evento porque é o meu estilo de viver”, disse.
O empresário Dermival dos Reis Ma-deira, 53, participa da comitiva “Vô Tião” que há três anos foi criada.Tião é seu so-gro e originou o nome da comitiva. Servi-ram feijão tropeiro, paçoca de carne seca socada no pilão e mandioquinha frita. “A procura é grande e a turma come mesmo. Recordam experiências do passado de pa-rentes ou amigos e nós recordamos o que meu sogro viveu,” conta Dermival.
Já a comitiva “Celeiro”, de Nova Re-zende, há quatro anos participa da fes-ta em parceria com a cidade de Juruaia. Tarcísio Alves dos Santos, mais conhecido como “Calango”, conta que serviu porco à paraguaia, arroz e feijão frito. “Consegui-mos dez porcos, graças a Deus deu tudo certo. A turma é muito unida. Se não fosse não daríamos conta. Esta festa faz lembrar a cultura do mineiro.”
Representando a cidade de Car-mo do Rio Claro, que finalizará a etapa da Queima do Alho, o vendedor agrícola Ma-theus Andrade Lima, 18, faz parte da co-mitiva “Os PéVertidos”. Para ele a festa de Nova Resende é uma das melhores do Sul de Minas. “Já participei de outras, mas nada se compara a Nova Rezende.”
O evento também atrai apreciado-res da cultura popular como a empresá-ria Nelma Guerra da Silva, 41, da cidade de Santo André/SP. “Acho que a fama da fes-ta está correndo Brasil afora. Fiquei curio-sa para ver os elementos típicos da festa, a simplicidade e o aconchego. Evento mara-vilhoso, muito bonito e bem organizado,” concluiu.
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Galeria Queima do Alho
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