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IDADE MODERNA 18 história geral apostila 02 História Geral - Apostila 02 Nicolau Maquiavel Jean Bodin (1530-1596): Em seu livro “A República”, argumentou que a autoridade real era expressão da vonta-de divina. O soberano deveria ter poderes supremos sobre o Estado e seus súditos. Hugo Grotius (1583-1645): Fundador do direito internacional, considerava que a política internacional deveria ser efetuada por soberanos absolutos para que tivesse maior validade. Jacques Bossuet (1627-1704): Sua máxima era: “um rei, uma lei, uma fé”. Reforçou a teoria do direito divino do monarca em sua obra “Política tirada das Sagradas Escrituras”. Segundo Bossuet, o poder real era concedido por Deus, sendo o rei um predestinado. Desse modo, apenas Deus poderia julgar os atos reais. O Rei herético inglês Henrique VIII. O CAPITALISMO MERCANTIL Como vimos, o final da Idade Média foi marcado pelo renascimento comercial, esse fato acarretou o desenvolvimento de uma nova estrutura econômica na Europa moderna denominada Mercantilismo ou Capitalismo Comercial. O lucro auferido pelos entrepostos comerciais italianos (Gênova, Florença e Veneza) foram enormes. Em 1455, apenas a cidade comercial de Veneza teve um lucro de 800.000 ducados, maior que a renda de toda a Espanha cristã. A atividade mercantil tornava-se uma roda da fortuna sem precedentes. Famílias de banqueiros como os Fuggers, os Wilsens e os Sertz, ganharam imenso poder financiando reis, papas e príncipes por toda a Europa. As rotas comerciais cortavam o Continente em todas as direções, as feiras da região da Campagne na França negociavam produtos de todo o mundo, a liga hanseática dominava o comércio do Mar do Norte e Báltico. As manufaturas produziam cada vez mais. Os burgos sobrepunham-se aos feudos rapidamente. O mercantilismo se configurou numa verdadeira Revolução Comercial, favorecendo, assim, a transição entre o feudalismo e o capitalismo contemporâneo. Significou a ascensão definitiva da burguesia ao poder. Língua nacional: A coesão populacional interna deveria ser mediada por uma língua falada pela maioria. Unificação dos pesos e medidas. Teóricos do Absolutismo Thomas Hobbes (1588-1679): O título de seu livro sobre a teoria do absolutismo: “Leviatã”, é uma referência ao monstro mítico que governava o caos primitivo. Segundo Hobbes, antes do advento do Estado “o homem é o lobo do homem”, com suas guerras e massacres. O Estado Leviatã (absoluto), veio melhorar esse quadro, organizando a vida em sociedade. Assim, as pessoas cederam o poder para um único representante absoluto (rei), que em retribuição garantiria a ordem social. Nicolau Maquiavel (1469-1527): Rompeu com a ética medieval, separando a moral individual da moral pública. Em seu livro “O Príncipe”, defendeu a idéia de que “os fins justificam os meios”. Ou seja, não importam as atitudes do monarca, contanto que atinja seus objetivos de governo, foi conselheiro de grandes políticos de sua época.

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IDADE MODERNA

18

história geralapostila 02

História Geral - Apostila 02

Nicolau Maquiavel

Jean Bodin (1530-1596): Em seu livro “A República”, argumentou que a autoridade real era expressão da vonta-de divina. O soberano deveria ter poderes supremos sobre o Estado e seus súditos.

Hugo Grotius (1583-1645): Fundador do direito internacional, considerava que a política internacional deveria ser efetuada por soberanos absolutos para que tivesse maior validade.

Jacques Bossuet (1627-1704): Sua máxima era: “um rei, uma lei, uma fé”. Reforçou a teoria do direito divino do monarca em sua obra “Política tirada das Sagradas Escrituras”. Segundo Bossuet, o poder real era concedido por Deus, sendo o rei um predestinado. Desse modo, apenas Deus poderia julgar os atos reais.

O Rei herético inglês Henrique VIII.

O CAPITALISMO MERCANTIL

Como vimos, o final da Idade Média foi marcado pelo renascimento comercial, esse fato acarretou o desenvolvimento de uma nova estrutura econômica na Europa moderna denominada Mercantilismo ou Capitalismo Comercial.O lucro auferido pelos entrepostos comerciais italianos (Gênova, Florença e Veneza) foram enormes. Em 1455, apenas a cidade comercial de Veneza teve um lucro de 800.000 ducados, maior que a renda de toda a Espanha cristã.A atividade mercantil tornava-se uma roda da fortuna sem precedentes. Famílias de banqueiros como os Fuggers, os Wilsens e os Sertz, ganharam imenso poder financiando reis, papas e príncipes por toda a Europa.As rotas comerciais cortavam o Continente em todas as direções, as feiras da região da Campagne na França negociavam produtos de todo o mundo, a liga hanseática dominava o comércio do Mar do Norte e Báltico. As manufaturas produziam cada vez mais. Os burgos sobrepunham-se aos feudos rapidamente.O mercantilismo se configurou numa verdadeira Revolução Comercial, favorecendo, assim, a transição entre o feudalismo e o capitalismo contemporâneo. Significou a ascensão definitiva da burguesia ao poder.

• Língua nacional: A coesão populacional interna deveria ser mediada por uma língua falada pela maioria.

• Unificação dos pesos e medidas.

Teóricos do Absolutismo Thomas Hobbes (1588-1679): O título de seu livro sobre a teoria do absolutismo: “Leviatã”, é uma referência ao monstro mítico que governava o caos primitivo. Segundo Hobbes, antes do advento do Estado “o homem é o lobo do homem”, com suas guerras e massacres. O Estado Leviatã (absoluto), veio melhorar esse quadro, organizando a vida em sociedade. Assim, as pessoas cederam o poder para um único representante absoluto (rei), que em retribuição garantiria a ordem social.

Nicolau Maquiavel (1469-1527): Rompeu com a ética medieval, separando a moral individual da moral pública. Em seu livro “O Príncipe”, defendeu a idéia de que “os fins justificam os meios”. Ou seja, não importam as atitudes do monarca, contanto que atinja seus objetivos de governo, foi conselheiro de grandes políticos de sua época.

Page 2: Teóricos do Absolutismo - Curso Dynâmicon€¦ · Teóricos do Absolutismo Thomas Hobbes (1588-1679): O título de seu livro sobre a teoria do absolutismo: “Leviatã”, é uma

IDADE MODERNA história Geralapostila 02

19História Geral - Apostila 02

Características do Mercantilismo

Intervencionismo Estatal

A crise generalizada do final da Idade Média (guerra, fome, peste e cisma católico), pôs em cheque toda a organização sócio-econômico-política feudal. Necessitou-se de Estados fortes para que se superasse a crise, isso favoreceu o desenvolvimento do absolutismo no plano político e sua contrapartida econômica o capitalismo mercantil. Podemos afirmar que Absolutismo e Mercantilismo formaram, nesse período, um binômio inseparável.

Metalismo ou Bulionismo

Nessa época a riqueza de um Estado estava na proporção direta de seus estoques de metais preciosos (ouro e prata). O objetivo final das estratégias mercantilistas era acumular esses metais. A Espanha, país mais poderoso da Europa no século XVI, destacou-se nessa área devido ao fato de contar com colônias americanas que lhe for-neciam grandes quantidades de metais preciosos.A palavra “bulionismo” provém do inglês “bullion” que significa barra ou lingote de ouro ou prata.

Protecionismo

Estados não detentores de fontes naturais de metais preciosos, procuraram acumulá-los protegendo-se da evasão de divisas.Tributavam pesadamente os artigos importados e incentivavam a produção interna e as exportações.

Balança Comercial Favorável

“Vender muito, comprar pouco” esse ditado resume esse aspecto do mercantilismo, ou seja, através das medidas protecionistas obter acúmulo de metais pelas vantagens na balança comercial.

Industrialismo ou Colbertismo

Para obter balança de comércio favorável, era preciso ter uma produção manufatureira interna forte e competitiva no mercado internacional. Incentivou-se então o aparecimento de manufaturas, com um maior grau de organização e exploração do trabalho. As manufaturas, no século XVI e XVII, já prenunciavam a Revolução Industrial. A palavra “coubertismo” deriva do nome de Coubert, ministro de Luis XIV, que incentivava a produção de artigos de luxo com alto valor agregado na França no século XVII.

Cameralismo

Termo derivado do alemão “Kammer”. O cameralismo foi uma associação entre os pequenos Estados alemães liderados pela Prússia como forma de fazer frente às politicas mercantilistas dos grandes Estados europeus como França, Inglaterra e Espanha. Visava fortalecer a economia do Sacro Império utilizando a experiência mercantilista de outros paises.

Colonialismo

Todas essas medidas mercantilistas foram tomadas pelo conjunto dos Estados Europeus. Houve, portanto, a anulação mútua dessas medidas no plano interno da Europa. Desse modo, demandou-se a obtenção de mercados e matérias primas fora da Europa, na África, na Ásia e nas colônias americanas principalmente.

A EXPANSÃO MARÍTIMAA crise do fim da Idade Média favoreceu o declínio da sociedade feudal e impulsionou a ascensão da burguesia e o desenvolvimento do capitalismo. Com a queda de Constantinopla em 1453, a forma encontrada para o crescimento econômico foi a expansão marítimo-comercial.

Fatores Gerais Importantes• Busca pelas especiarias: necessidade de encontrar

um novo acesso às especiarias da Índia após a tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453.

• Busca por mercados: necessidade de vender os produtos feitos na Europa.

• Escassez de metais preciosos: os europeus necessitavam de novos recursos de metais como moeda de troca comercial.

• Novos conhecimentos técnicos: astrolábio, caravela, cartas marítimas e geográficas, esfericidade da Terra, bússola, pólvora e armas de fogo.

• Centralização administrativa: Apenas os Estados Nacionais centralizados tinham amplos recursos para promover os grandes empreendimentos de navegação.

• Ascensão da burguesia: avidez por novas possibilidades de expansão econômica.

• Espírito aventureiro: pessoas que sonhavam em melhorar de status social só possível fora da Europa.

A concepção medieval do mar tenebroso.