teoria musical com finale

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    nenhum software de elaborao de partituras especificamente desenhado para ser utilizado no contextopedaggico. Assim sendo, a escolha do programa para o estudo recaiu no Finale 2005 por ser o maiscompleto, apresentando muitas funes e possibilidades de escolha e predefinio. Alm disso, o design,revelou-se bastante simples, funcional e relativamente fcil de utilizar.

    Por ltimo, foram descritas algumas funcionalidades do Finale 2005, consideradas como maispertinentes para o estudo, nomeadamente: salvar e abrir arquivos; imprimir um documento; configurar a

    pgina; escrever uma partitura; escolher a armadura; mudar a clave, o andamento e a dinmica de umamsica; escrever a letra de uma msica e escolher ou mudar o instrumento para tocar a melodia.

    3 Metodologia do estudoNeste estudo foi adoptada uma metodologia de cariz qualitativo e que tomou a forma de um estudo

    de caso.O estudo incidiu nos treze alunos do 3 ano de escolaridade pertencentes a uma turma do 2 e 3

    ano de escolaridade de uma escola do 1 ciclo, constituda por um total de dezanove alunos, sendo oprofessor titular o prprio investigador.

    Durante a recolha e anlise dos dados teve-se sempre em ateno as questes da investigao squais se pretendia dar resposta: (1) qual o contributo deste programa de elaborao de partituras para aaprendizagem da Educao Musical? (2) Quais as atitudes e reaces dos alunos do 3 ano de uma escolado 1 ciclo perante o uso deste programa de elaborao de partituras? (3) Quais as principais dificuldades

    e preferncias dos alunos em relao utilizao do programa Finale?Para responder a essas questes procedemos a uma recolha dos dados que se baseoufundamentalmente em observaes, em inquritos e em documentos.

    As observaes foram efectuadas pelo investigador durante a interaco dos alunos com oprograma Finale e visaram o registo das atitudes e reaces dos alunos durante a elaborao/transcriode partituras.

    Os questionrios utilizados foram o questionrio de caracterizao da turma e o questionrioindividual. As entrevistas utilizadas foram a entrevista colectiva e a entrevista aos grupos de trabalho.

    Foram considerados como documentos reunidos neste trabalho as partituras (msicas e sesses),os testes de avaliao dos conhecimentos e a gravao vdeo.

    Os dois testes de avaliao de conhecimentos pretenderam verificar quais os contedos tericos deEducao Musical apreendidos at ao momento pelos alunos.

    Foi gravado um vdeo com os alunos da turma, no final do estudo, com o objectivo de obter mais

    um registo das opinies dos alunos em relao elaborao de partituras no programa Finale.Depois de recolhidos todos os dados, estes foram organizados, estruturados e analisados,conduzindo identificao, desde logo, de algumas reaces e atitudes que os alunos tiveram em relaoao ambiente de trabalho criado pelo Finale, bem como a identificao de alguma dificuldades durante aelaborao de partituras no Finale.

    4. Resultados4. 1 Resultados da observao

    Inicialmente, foi dado a conhecer, o programa Finale aos grupos de trabalho, nomeadamentecomo abrir e guardar um documento e como colocar as figuras musicais na pauta. As primeirasreaces foram de surpresa e admirao quando as notas escritas podiam depois ser ouvidas.Seguidamente, cada aluno, escreveu algumas notas sorte para contactar com o programa. Depois deescreverem algumas notas musicais sorte, eles prprios clicavam no play para ouvir. Acharam

    engraadas e ao mesmo tempo esquisitas as melodias. Este facto, aconteceu porque estas melodias nofaziam qualquer sentido e no era nenhuma msica conhecida. No final da sesso, sugeriu-se aosgrupos de trabalho que procurassem msicas em livros para as escreverem neste programa na prximasesso.

    Numa sesso seguinte, de todos os grupos, apenas um aluno (nico aluno que tem aulas de msicana junta de freguesia) trouxe um porteflio com partituras e vinha todo animado para escrever msicas nocomputador. Das msicas existentes, escolheram o Titanic. Neste dia, um grupo, durante uma hora,acabou de passar a msica. Aprenderam a abrir e a fechar correctamente o ficheiro e a escolher uminstrumento musical para ouvirem a melodia por eles elaborada. Adoraram ouvir a msica no final datranscrio.

    A partir deste momento, os alunos, no decorrer ou no final de uma transcrio, passaram aescolher vrios instrumentos musicais para ouvirem a melodia por eles elaborada. Por vezes, medidaque terminavam um compasso, no faziam outra coisa a no ser ouvir o resultado. Este aspecto aumentou

    muito a motivao e vontade em acabar de transcrever as msicas. Alm disso, notou-se tambm umamaior preciso e discernimento em relao colocao das notas na pauta musical. Outro aspecto

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    interessante foi que, quando os alunos j conheciam a msica e ouviam o resultado da transcrio,detectavam imediatamente o erro e ficavam desagradados por esse facto, tentando por isso evitar o erroe/ou corrigi-lo.

    No final da transcrio de uma msica (D, R M), aparecia uma ligadura entre duas notas finaise os alunos, sem pedir ajuda, conseguiram coloc-la sozinhos. No entanto, a ligadura colocada no era ade prolongamento mas sim a de expresso (sem efeito na audio) porque era a nica que se encontrava

    no cone do ambiente de trabalho. Este facto, reala claramente a importncia dos cones comosimplificadores na percepo das intenes no ambiente de trabalho.Outro caso muito curioso prende-se com o facto de os alunos baterem ligeiramente o p medida

    que ouviam a melodia por eles elaborada. Esta marcao (quase instintiva) do compasso deveu-se audio constante da pea, desde o incio, medida que os alunos terminavam cada compasso. O prprio programa, por predefinio, faz uma marcao electrnica do tempo do compasso, facto que seapresentou como vantajoso para a compreenso da unidade de tempo que est implcita em cadacompasso.

    Depois de pouco mais de um ms de utilizao constante do Finale sentiu-se nos alunos algumcansao em relao ao programa, talvez por este ter sido utilizado de forma excessiva ou talvez por noter sido utilizado em articulao com as aulas de expresso musical. Assim, na segunda semana de Novembro, resolveu-se parar um pouco a explorao do programa e deixar os alunos (tambm porgrupos) trabalharem vontade no computador durante o intervalo da manh, nos programas sua escolha.

    Apenas lhes foi sugerido que registassem as actividades realizadas no computador numa folha previamente elaborada para o efeito onde os alunos registaram os programas utilizados bem como asdvidas surgidas at ao final do ms de Novembro.

    Durante duas semanas, os alunos consultaram principalmente dois programas que j conheciam eque o investigador lhes deu tambm a conhecer. O Dicionrio Jnior (programa previamente instaladopelo investigador) e o programa Word. No Dicionrio Jnior, os alunos fizeram sobretudo vrios jogos: jogo das palavras, jogo da forca, jogo dos anagramas e consultaram tambm os verbos e a gramtica.Depois tambm foi utilizado o Word onde passaram alguns textos do livro de Lngua portuguesa. S aofinal de duas semanas que os alunos recomearam a utilizar o Finale e a pedirem msicas paraescreverem novamente. As razes da preferncia dos alunos pelo dicionrio Jnior so bvias luz daavaliao de software educativo: programa muito atractivo do ponto de vista da interface e adequado idade dos alunos. No houve dvidas registadas pelos alunos durante estas actividades.

    No dia de So Martinho, o investigador, resolveu explorar rtmica e melodicamente uma cano

    alusiva poca (Uma, duas, trs castanhas) e, como no poderia deixar de ser, um grupo de trabalho,passou a msica no Finale para ouvirmos. Notou-se um grande entusiasmo por parte dos alunos peranteesta actividade, o que mostrou claramente que a interaco com o programa associada s aulas deExpresso Musical lhes agradou bastante. Desta forma, o programa Finale por si s no cativou tanto osalunos como quando foi utilizado e integrado na Expresso Musical. Assim, tudo leva a crer que oFinale (mesmo sem ser adequado idade dos alunos), utilizado de forma integrada, pode revelar-secomo uma excelente ferramenta de trabalho nas aulas de educao musical. Por este facto, o investigadorresolveu continuar a utiliz-lo nestes moldes at ao final do ms durante as aulas de Expresso Musical,na explorao de outras canes.

    No entanto, durante o intervalo da manh, os alunos continuaram a trabalhar no computador nosseus programas preferidos e, talvez pelo facto anteriormente referido, os grupos de trabalho tenhamrecomeado a utilizar novamente o Finale juntamente com o Jnior, o Word e o Paint.

    Tendo em vista a preparao da msica de Natal, o professor, resolveu apresentar a msica D,

    R M aos alunos atravs da visualizao num DVD musical Msicas da Carochinha Vol.2). Depois,um grupo de trabalho transcreveu a msica para o programa Finale. O professor, apenas preparou apartitura (compasso e tonalidade) e ensinou como deviam colocar e retirar o ponto de aumentao dasfiguras musicais, uma vez que constavam na partitura e era um dado novo. Depois desta breve explicao,os alunos transcreveram muito rapidamente a partitura na sua totalidade, chegando mesmo a colocarcorrectamente os sustenidos e um bemol (facto nunca explicado pelo investigador). As notas estavamcorrectamente colocadas e sem nenhum erro. O sinal do sustenido e do bemol, estava presente nos conesdo ambiente de trabalho e os alunos colocaram-nos na pauta de igual forma como colocaram as figurasmusicais.

    Quando interpelados pelo professor, estes alunos responderam que medida que iam escrevendo amsica, iam ouvindo para confirmar. Esta resposta mostrou claramente que os alunos apreciam muito aresposta imediata ou fedback das suas aces ou actividades desenvolvidas e, neste caso, de ouvir asmsicas logo depois de escritas no computador. O mais curioso que, durante a elaborao da partitura

    (considerada pelo investigador de difcil transcrio para estes alunos), os alunos apenas tinham umadvida: no sabiam como colocar a pausa de semnima na pauta. Facto este, devido ao grupo de cones

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    correspondente s pausas musicais, no estarem colocadas no ambiente de trabalho. Aps a activaodesta opo, complementada por uma breve explicao do professor, este problema foi facilmenteultrapassado.

    Foi curioso constatar que a cada compasso escrito pelos alunos, estes ouviam o resultado paraconfirmar se a melodia estava certa ou no, uma vez que j conheciam bem a msica, e que facilmentedetectavam qualquer erro e o corrigiam. Outro aspecto importante a realar nesta sesso, foi que a

    colocao dos acidentes (sustenido e bemol), desconhecidos pelos alunos, apenas foi possvel porqueestes se encontravam nos cones do ambiente de trabalho e os alunos colocaram-nos da mesma maneiraque colocavam as figuras musicais.

    Aps os alunos terem obtido destrezas e autonomia para transcrever uma msica para o programaFinale, foram-lhe atribudas tarefas (partituras de msicas e sesses musicais) para os alunostranscreverem para o programa Finale durante o decorrer da aula de Expresso Musical.

    Notou-se maior envolvimento dos alunos nas actividades de Expresso Musical durante autilizao do programa Finale. Este envolvimento, atingia o seu auge na altura em que a melodia acabavade ser transcrita pelo grupo de trabalho no computador e era ouvida por todos os alunos presentes. Estefacto, levou o investigador a considerar que a actividade de elaborao de partituras mais atractiva paraos alunos quando est inserida numa actividade exploratria de Educao Musical, constituindo o programa, neste caso, um excelente recurso motivador que se traduziu consequentemente numaaprendizagem mais eficaz.

    Durante a realizao das tarefas surgiram dificuldades aos alunos relacionadas com a teoriamusical, nomeadamente o nome das figuras musicais e a respectiva colocao na pauta, dvidas estas que podero ser consideradas como um excelente ponto de partida para a interiorizao desses conceitostericos numa fase posterior.

    Na fase inicial de realizao das tarefas, a generalidade dos alunos encontrou algumas dificuldades pelo facto de o professor no estar presente mas, passado algum tempo, rapidamente revelaram maisdestreza e autonomia. Este facto, deixou bem claro que, na generalidade, os alunos compreenderam afuncionalidade e dinmica do programa.

    Durante a transcrio das msicas e sesses, no programa Finale, sobressaram algumasdificuldades sentidas pelos alunos durante a utilizao do programa: apagar as figuras/notas e pausasmusicais; colocar as figuras na pauta musical; agrupar pares de colcheias separadas; colocar a haste dafigura musical para baixo; transcrever o incio das msicas que comeavam em Anacruse; abrir umnovo documento no programa.

    Em relao dificuldade Apagar as figuras/notas e pausas musicais no Finale, quando se activaa opo de apagar, a borracha aparece colocada ao lado da seta do rato mas o que realmente apaga a setae no a borracha. Os alunos colocavam a borracha em cima da figura/nota ou pausa e no a ponta da seta,por isso mesmo foi necessrio explicar esta situao. A transformao automtica do ponteiro do rato naborracha (como acontece na maioria dos programas educativos) parece-nos ser a opo mais eficaz.

    Em relao ao ponto colocao das figuras na pauta musical, quando se tratava de colocar asfiguras na pauta musical (apesar de se ter aumentado a percentagem de visualizao do documento noFinale para 150%), encontrou-se uma dificuldade muito vincada, principalmente na fase inicial detranscrio das msicas. Tudo indica que se os alunos soubessem o nome das figuras no teriam tidodificuldade neste trabalho. Por isso mesmo, seria extremamente interessante e didctico o software ter aopo udio (Ex. o rato passava pela figura e ouvia-se o nome), para uma aprendizagem eficaz semprecisar de explicaes adicionais do professor.

    Os alunos, inicialmente, no sabiam o nome das figuras musicais, por isso, diziam: Agora

    outra igual; vamos meter esta! Vamos aqui! Vamos para esta! e, apontavam para o cran.Em relao colocao das figuras musicais na pauta, os alunos orientavam-se dizendo: maisacima! mais abaixo!. Neste caso, parece bvio que se os alunos soubessem o nome das linhas edos espao espaos onde pretendiam colocar a figura musical seria mais simples esta tarefa. Este foi maisum aspecto relacionado com a teoria musical em que o professor ajudou mais durante a elaborao damsica, explicando o nome das figuras. Parece claro tambm que se o programa tivesse uma opo udioque ajudasse a explicar este assunto, seria certamente uma mais-valia para os alunos.

    Ainda em relao a este ponto, oportuno referir que, embora os compassos estivessem definidos por uma barra (barra do compasso), os alunos deixavam-nos por vezes incompletos. Esta dificuldadedeveu-se ao facto, destes desconhecerem a noo de compasso. O Finale, por predefinio preenche oscompassos incompletos com pausas e os alunos achavam estranho e questionavam-se sobre este facto.Aps uma breve explicao compreenderam rapidamente o que se passava e com a ajuda do professor,corrigiram a partitura.

    A dificuldade agrupar pares de colcheias separadas surgiu porque o programa estava predefinido para colocar automaticamente as colcheias separadas. Os alunos questionaram-se, pela primeira vez,

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    literrias dos Encarregados de Educao e, por outro, com informaes relacionadas com as prefernciasescolares e dos tempos livres dos alunos. As informaes especficas visaram obter informaesrelacionadas com a Expresso Musical e a informtica. Recordamos que este questionrio, emboradestinada a todos os alunos da turma, interessa para o estudo ao fornecer os dados referentes aos trezealunos do 3 ano de escolaridade.

    Desta forma, em relao s tecnologias, dos dezanove alunos, apenas cinco disseram possuir

    computador em casa, entre os quais apenas dois, responderam ter ligao Internet. Os alunosresponderam tambm que no computador apenas faziam jogos e escreviam textos. Quando interrogados,os alunos responderam que no ano anterior, j tinham utilizado algumas vezes o computador na escola,nomeadamente para escrever textos. Constatou-se que a maioria dos alunos do 3 ano j possua algumasdestrezas no trabalho com o computador, nomeadamente no manuseamento do rato e na escrita noteclado, facto que favoreceu a investigao. Alm disso, todos os alunos manifestaram gosto pelasactividades desenvolvidas no computador.

    Em relao Educao Musical, os alunos no tinham quaisquer conhecimentos tericos dadisciplina, nem mesmo o nico aluno que estudava msica na junta de freguesia. Este aluno, filho dosnicos pais da turma que possuam habilitaes superiores, tinha msica com um professor pertencente aoagrupamento e o qual o investigador veio a conhecer. Esse professor revelou, mais tarde, que os alunosgostavam de actividades ldicas e que por isso mesmo, no prestava muita ateno teoria porque estacansava os alunos. Em relao ao gosto pela msica, os alunos da turma manifestaram possuir gosto pela

    rea mas revelaram, no entanto, pouca expressividade e domnio nesta rea disciplinar.O questionrio individual constitudo por duas partes e, foi respondido por dez alunos dos trezealunos do 3 ano de escolaridade.

    A primeira parte do questionrio, constitudo por nove perguntas, teve como principal objectivorecolher opinies e preferncias dos alunos sobre a sua interaco com o programa Finale. Pela anlisedo questionrio, pudemos constatar que estes alunos tiveram, na grande maioria, uma atitude positiva perante o software Finale. Todos os alunos responderam que gostaram muito de trabalhar com oprograma e manifestaram interesse em continuar a trabalhar com o Finale (seis alunos gostavam detrabalhar muitas vezes e quatro responderam s de vez em quando).

    Nove alunos responderam que gostaram muito das cores e imagens (cones) do programa. Oitoalunos responderam que gostaram muito de ouvir as msicas que escreveram e manifestaram interesse emimprimir as respectivas partituras. Sete alunos disseram que gostavam de colocar os cones do ambientede trabalho em tamanho maior e disseram, ainda, que compreenderam o funcionamento do programa e

    que aprenderam muitas coisas de msica com ele manifestando ter tido apenas algumas dificuldades emtrabalhar com o Finale.A segunda parte do questionrio, constituda por sete perguntas, teve como finalidade recolher a

    opinio dos alunos sobre algumas caractersticas que o programa Finale no tem e que poderia ter, sefosse especialmente concebido para crianas. As perguntas foram as seguintes: 1- Gostavas que oprograma tivesse o texto escrito em portugus? 2- Gostavas que tivesse ajuda oral (falada) e animada? 3-Gostavas que tivesse uma mascote para te dar os parabns quando realizasses correctamente uma tarefa? ;4- Gostavas de ganhar pontos cada vez que fazes bem uma tarefa ou acabas de escrever correctamenteuma msica? 5- Gostavas de receber um diploma para imprimir, depois de realizares as actividadescorrectamente? 6- Gostavas de ver os instrumentos musicais em cones no ambiente de trabalho? 7-Gostavas que o programa Finale tivesse jogos?

    Desta anlise, pudemos constatar que a grande maioria dos alunos, manifestou preferncia pelascaractersticas apresentadas respondendo sim. Houve um ou dois alunos que responderam tanto me

    faz e apenas um aluno respondeu na pergunta dois que no gostava que o programa tivesse ajuda oral(falada) e animada.Em relao ltima questo, os alunos manifestaram interesse em que o programa Finale tivesse

    jogos. Em relao a esta pergunta, foi-lhes pedido para fazerem uma breve descrio (de acordo com assuas preferncias) do tipo de jogos que o programa Finale poderia ter. Dos oito alunos que disseramsim, apenas cinco responderam que o Finale poderia ter respectivamente: O Jogo dos carros; Jogodos animais; Jogo a dizer qual a msica; Gostava que tivesse o doutor maluco a adivinhar a msicaque punham l; Aula mgica, msica, matemtica, cincias e clube das chaves.

    Para a realizao da entrevista colectiva, e no sentido de facilitar a visualizao, o investigadoroptou por apresentar o programa Finale com o videoprojector, perguntar aos alunos quais as suaspreferncias e regist-las no papel. A entrevista foi tambm filmada na sua totalidade. Esta entrevista tevecomo principal finalidade registar as preferncias dos alunos em relao a algumas possibilidades,potencialidades e caractersticas deste programa.

    Pela anlise da entrevista, pudemos verificar que em relao forma de abrir um novo documentono Finale, oito alunos preferiram a opo Default Document e nove alunos tambm preferiram a

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    opo Document with setup wizard, sendo, portanto, irrelevantes as suas preferncias em relao a esteaspecto. Na percentagem do documento (tamanho de visualizao da partitura), tambm no houverelevncia nas preferncias dos alunos, uma vez que todos manifestaram preferncia pelas vriaspercentagens apresentadas.

    Quanto forma de visualizao do documento, oito alunos, preferiram a opo Page view eapenas dois alunos preferiram a opo Scroll view, o que pode significar a preferncia pela

    estabilidade da pgina ou por esta parecer mais realista.Em relao numerao dos compassos, nove alunos preferiram escrever msicas com compassosnumerados e apenas um aluno no manifestou preferncia pela numerao. Ainda neste ponto, os alunosque manifestaram preferncia pela numerao, gostavam tambm de ver estes nmeros inseridos porquadrados, tringulos e crculos, entre outros, no havendo no entanto, relevncia nas figuras geomtricasapresentadas. Parece-nos desta forma, que a numerao dos compassos e, preferencialmente contornados por uma figura geomtrica, aumenta o sentido de orientao dos alunos durante a transcrio daspartituras, evitando que se percam no decorrer dos compassos escritos.

    Quanto possibilidade de Adicionar/remover partituras e escrever vrias melodias (Staff), esta foido agrado de nove alunos e apenas um no gostou. De igual modo, em relao possibilidade de copiar ecolar melodias ou partes de melodias escritas, nove alunos gostaram desta opo e apenas um no gostou.

    Em relao possibilidade de aumentar e diminuir o andamento da msica, nove alunosmanifestaram interesse por esta opo e apenas um aluno no o fez. Em relao possibilidade de variar a

    intensidade (dinmica da msica) todos os alunos manifestaram interesse por esta opo.Em relao s questes colocadas sobre as possibilidades de o programa Finale adicionar/removerpartituras, copiar e colar melodias ou partes de melodias e aumentar e diminuir o andamento da msica,parece-nos que o nico aluno que respondeu no f-lo no sentido de se evidenciar dos restantes colegas, semelhana de situaes anteriores, no apresentando qualquer validade para o estudo. Neste sentido, ointeresse generalizado por estas caractersticas (inclusiv a possibilidade de variar a intensidade damsica) pode justificar-se pelo gosto dos alunos em modificar, alterar, personalizar e at brincar com amsica, apropriando-se desta forma dela.

    No que diz respeito possibilidade de escrever a letra da msica, nove alunos manifestarampreferncia por esta opo e apenas um disse que no. O tamanho grande das figuras e pausas musicaisapresentadas pelo programa foi do agrado de seis alunos, enquanto que o tamanho pequeno dos cones foido agrado de quatro alunos.

    A possibilidade de variao da cor das figuras e pausas musicais tambm foi do agrado de seis

    alunos, enquanto que os outros quatro alunos gostavam que estas tivessem sempre a mesma cor.Os cones grandes foram preferidos por seis alunos e os cones pequenos foram do agrado dequatro alunos. Neste item, foram ainda apresentados vrios estilos de cones, no havendo grandedistino entre eles, apenas o estilo Jazz maroon. Pensamos que a preferncia pelos cones, eparticularmente pelo estilo Jazz maroon, se deve s suas cores vivas apresentadas de forma moderada econsistente Horton (1994), principalmente o fundo dos cones (Rosa Choque). Este autor (Horton) falamuito em consistncia, realando que o contorno que delimita o cone deve ser acentuado e perceptvelpara melhor se distinguir dos outros, o desenho deve ser simples e constar apenas o essencial do querepresenta e o fundo e a cor devem ser utilizadas com equilbrio e moderao, atributos que se adaptam aoprograma Finale.

    Todos os alunos mostraram interesse em relao possibilidade de visualizao dos instrumentosmusicais (cones) no ambiente de trabalho, ao invs da sua seleco atravs do nome (ingls) no menuWindows. Ainda em relao aos instrumentos musicais, e no que diz respeito preferncia dos alunos em

    ouvir as msicas elaboradas no Finale, a grande maioria dos alunos mostrou preferncias pelosinstrumentos apresentados: flauta, piano, guitarra, violino, baixo clarinete, violino, trompete, trombone.Sobressaiu claramente o xilofone que foi o preferido de todos os alunos. Esta preferncia, poder dever-seao facto de os alunos terem assistido a um concerto de msica no dia anterior, no qual o instrumentalorff e nomeadamente os Xilofones marcaram uma forte presena e foram claramente os preferidos emais aplaudidos pela audincia.

    Todos os alunos manifestaram claramente preferncia em que o programa tivesse um cone para aopo de salvar (Disquete) e imprimir (impressora) o documento. Alm disso, todos os alunos acharamimportante a possibilidade de salvar o documento em formato de notao musical e em formato udio.Mais uma vez, os alunos manifestaram uma clara preferncia pelos cones no ambiente de trabalho. Estefacto, pode dever-se ao facto de estes serem mais realistas e representarem de forma mais fcil, rpida,atractiva e acessvel a sua leitura. Neste aspecto, Horton (1994) refere que os cones so facilitadores nouso de produtos, no entanto devem ser bvios para qualquer utilizador e em qualquer lugar, deve-se evitar

    qualquer ambiguidade. Sendo assim, parece-nos que os cones so de grande importncia no design desoftware educativo, pelo seu aspecto facilitador e comunicativo.

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    O crescendo e o diminuendo no foram tomados em conta uma vez que os alunos tiveram algumasdificuldades em compreender este assunto. No foram tambm tomados em conta muitos outrosinstrumentos existentes no Finale por falta de tempo para os experimentar. Foram seleccionados algunsmais representativos.

    A entrevista aos grupos de trabalhoteve como principal objectivo recolher algumas informaescomplementares ao questionrio individual e entrevista colectiva, bem como recolher opinies e

    reaces dos alunos em relao s suas preferncias quanto a trabalhar ou no em grupo.Desta forma, os programas de computador que os alunos conheciam at ao momento so oprograma Finale, a Aula Mgica (3 ano), o Professor Teles Copio (o ambiente I), o Dicionrio Jnior, aAventura do Corpo Humano, o Paint e o Word. Esses programas foram trabalhados durante o ano lectivocom os alunos, com a ajuda do professor. Em relao utilizao do computador na sala de aula, todos osgrupos disseram que gostavam de o utilizar. Quanto ao que costumam fazer, responderam que era jogarno programa da aula mgica; escrever msicas no programa Finale; pintar no Paint e escrevertextos no Word.

    Todos os grupos responderam que gostavam da expresso musical. Quando se perguntou o quecostumam fazer, os alunos responderam: fazer ritmos, escrever msicas e aprender os ritmos musicais.Estas foram as competncias essencialmente trabalhadas pelo professor durante as aulas de expressomusical.

    Em relao ao programa Finale, ainda nenhum aluno o conhecia e manifestaram que tinham

    gostado de trabalhar nele, principalmente de escrever e ouvir msicas. Todos os grupos responderam queacharam mais bonito ouvir os instrumentos, o som e as msicas e no houve nada que apresentassemcomo no sendo bonito. No entanto, no gostaram tanto de desligar o computador, das cores do programae de escolher os instrumentos. Dois grupos responderam ainda que no havia nada no programa que nogostassem.

    O mais fcil para os grupos foi escrever a msica. O mais difcil foi parar a msica, abrir oprograma, guardar a msica, perceber o ingls e ligar o computador da escola. Todos os grupos acharamque o programa Finale ajudou a aprender msica. Quase todos os grupos consideraram que no faltavanada ao programa Finale. Apenas um grupo achou que faltava mostrar os desenhos dos instrumentos noambiente de trabalho.

    Por fim, todos os grupos responderam que gostaram mais de trabalhar em grupo e as principaisrazes foram as seguintes: foi mais divertido, melhor, aprendemos mais e estamos entreamigos. Todos os grupos realaram novamente a sua vontade em continuar a escrever msicas neste

    programa.

    4.3 Resultados dos documentosNeste estudo, foram considerados documentos reunidos, as partituras (msicas e sesses), os testes

    de avaliao dos conhecimentos e a gravao vdeo.As tarefas decorreram durante as aulas de Expresso Musical cuja tarefa (partitura da msica ou da

    sesso) era explorada rtmica e melodicamente. Longe de se pretender fazer uma anlise exaustiva paracada partitura transcrita pelos alunos, apenas vamos realar alguns aspectos gerais relacionados com atranscrio das partituras j referidos anteriormente nas notas de campo e, acrescentar outros aspectosoportunos.

    Antes da atribuio de tarefas, foi dado a conhecer como abrir e guardar um documento do programa Finale e como colocar as figuras musicais na pauta musical. Como cada msica tinha umatonalidade e compasso diferentes, o prprio investigador continuou a ter o cuidado de ajudar na fase

    inicial de preparao da partitura, a colocar o compasso e a tonalidade. Depois, eram os prprios alunosquem transcrevia toda a partitura, interferindo o investigador apenas quando era solicitado.As dificuldades reincidentes, estavam relacionadas com o agrupamento de pares de colcheias

    separadas, a colocao da haste da figura musical para baixo e a transcrio inicial de msicas quecomeavam em Anacruse. A colocao de figuras na pauta que era umas das dificuldades iniciais,nunca mais surgiu. Os sustenidos e bemis existentes no ambiente de trabalho tambm foram colocadoscorrectamente sem a ajuda do professor. Por outro lado, surgiram outras dvidas aos alunos relacionadascom a teoria musical nomeadamente com o nome e durao das figuras musicais que podero serconsideradas como um excelente ponto de partida para a interiorizao desses conceitos.

    importante realar que as msicas j do conhecimento dos alunos eram mais fielmentetranscritas uma vez que, ao ouvir, podiam corrigir quando a audio no correspondia melodiaconhecida. Notou-se, claramente, a presena de mais erros quando os alunos transpuseram para oprograma sesses de solfejo musical (sesses tcnicas desconhecidas dos alunos), nomeadamente ao nvel

    da repetio de compassos. Este facto revelou que importantssimo e pedagogicamente aconselhvel,para estes alunos (pelo menos inicialmente), colocar a opo de numerar os compassos no programa para

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    evitar erros durante a transcrio. Alm disso, notou-se claramente maior motivao dos alunos natranscrio das partituras durante a explorao nas aulas de Expresso musical, principalmente dasmsicas conhecidas.

    Convm referir ainda, que as sesses musicais no foram trabalhadas antes da sua transcrio parao programa mas, foram exploradas rtmica e melodicamente com a ajuda do professor e, enquanto ogrupo de trabalho a transcrevia para o Finale, os restantes colegas passavam-na para o caderno de msica.

    Finalmente, as msicas elaboradas pelos alunos foram, no final do estudo, gravadas num CD em formatoudio e distribudas por todos juntamente com as respectivas partituras. Estas msicas foram includas noProjecto Curricular de Turma (elaborao da pgina da escola para a Internet) e esto disponveis noendereo: http://eb1jicasais.com.sapo.pt.

    O Teste de avaliao dos conhecimentosadministrado antes e depois da atribuio de tarefas,pretendeu verificar a reteno de alguns conceitos tericos at ao momento.

    De uma forma geral, podemos concluir que os alunos tiveram mais respostas certas no segundoteste de avaliao do que no primeiro. Este facto perfeitamente compreensvel uma vez que este assuntono foi abordado durante as aulas de Expresso Musical nem comentado pelo professor durante atranscrio de partituras no programa Finale.

    Os alunos demonstraram possuir maior conhecimento da teoria musical aps o professor ter feitouma abordagem durante as aulas de Expresso Musical e tambm aps terem sido feitos mais comentriosdurante a elaborao de partituras no programa Finale. Este facto aponta para a necessidade de uma

    utilizao concertada deste software juntamente com as aulas de Expresso Musical e devidamenteenquadrado no contexto pedaggico, pelo que os alunos dependem ainda fortemente de algumasexplicaes do professor. No entanto, acreditamos que se este software fosse desenhado e adaptado idade dos alunos, com animaes sugestivas, apelativas e explicativas (nomeadamente explicaes udio)durante o processo de interaco com o programa, poderia gerar nos alunos maior autonomia,dispensando muitas explicaes tericas por parte do professor.

    O vdeo gravado com os alunos da turma, teve como principal objectivo obter mais um registo dasopinies dos alunos em relao elaborao de partituras neste programa. Os alunos, dentro da sala deaula, comearam por falar sobre o Projecto Curricular de Turma (elaborao da pgina da escola para aInternet) e depois centraram a sua ateno no Programa Finale. Em relao s partituras transcritas paraeste programa, foram colocadas aos alunos quatro questes: O que gostaste mais? O que gostaste menos?O que achaste mais fcil? O que achaste mais difcil?

    Responderam a estas questes os oito alunos do 3 ano presentes nesse dia. Embora o ambiente

    criado fosse descontrado, notou-se um certo nervosismo nos alunos perante a cmara uma vez que osalunos bloqueavam, esquecendo-se facilmente do que iam falar. Tal facto originou que algumasperguntas ficassem sem resposta. De qualquer forma, pareceu-nos evidente que todos os alunos gostaramde escrever, fazer e ouvir a msica, achando tambm estas tarefas fceis de executar. Por outro lado, foitambm evidente que abrir o programa foi a opo mais difcil para os alunos e tambm aquela quemenos gostaram de fazer. Este facto sustenta, de certo modo, a ideia generalizada de que as actividades deque os alunos gostam mais so tambm aquelas consideradas mais fceis. De igual modo, as actividadesde que os alunos menos gostam so as que acham mais difceis.

    5 ConclusoComo foi referido no incio deste trabalho, o ensino da Educao Musical, no Ensino Bsico,

    recebeu um grande impulso com as novas pedagogias baseadas em princpios construtivistas. No entanto,continua a persistir o problema, nas escolas pblicas, da correcta interligao da prtica com a teoria

    musical. Por outro lado, a presena actual do computador na sala de aula e o crescente desenvolvimentode software educativo afiguram-se como potenciais auxiliares do professor no processo de ensino-aprendizagem, com carcter mais individualizado que podero, na nossa perspectiva, colmatar esta lacunano ensino da Educao Musical.

    Recordamos que o principal objectivo do estudo foi averiguar qual o contributo do software deelaborao de partituras Finale para o processo de ensino/aprendizagem da Expresso Musical e, maisconcretamente, da teoria musical, recolhendo as atitudes e reaces dos alunos, as suas preferncias edificuldades perante o uso do programa.

    De uma forma geral, todos os alunos tiveram uma atitude positiva perante o uso do programaFinale, ao qual se adaptaram rapidamente, conseguindo obter destrezas e autonomia suficiente paratranscreverem as msicas com alguma facilidade. Revelaram gostar muito de trabalhar com o programacom o qual, segundo eles, aprenderam muito, manifestando vontade em continuar a trabalhar com ele, depreferncia, em grupos de trabalho. Os alunos gostaram de escrever msicas, principalmente aps a sua

    explorao nas aulas de Expresso Musical e gostaram, particularmente, de ouvir as melodias por eles

  • 8/3/2019 Teoria Musical Com Finale

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    Ambientes Emergentes

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    transcritas e ouvi-las com vrios instrumentos musicais, facto que aumentou a sua motivao edesempenho na transcrio das msicas.

    Com o uso do Finale, os alunos revelaram que aprenderam muito de msica com este programa.Realamos que essa aprendizagem e motivao foram visivelmente notrias quando a transcrio dasmsicas foi efectuado e articulada em simultneo com as aulas de Expresso Musical. A prpriaactividade de transcrio das msicas mostrou condicionar os alunos para a aprendizagem.

    Partindo do princpio que este estudo revela que este tipo de software pode potenciar aaprendizagem em Educao/Expresso Musical, todos os professores desta rea disciplinar o deveriamintroduzir nas suas aulas, mesmo no sendo este software dirigido nem faixa etria dos alunos nem aoensino formal. Neste aspecto, e dentro dos programas de elaborao de partituras conhecidos peloinvestigador, todos eles destinados ao uso profissional, o programa Finale, dadas as suas potencialidades,simplicidade e design, parece ser actualmente o mais adequado para desenvolver este tipo de actividadescom alunos em contexto pedaggico.

    O presente estudo veio reforar a ideia de que a utilizao do Finale na sala de aula, durante asaulas de Educao/Expresso musical, pode contribuir para criar um ambiente de trabalho atractivo,motivador, dinmico e promotor de atitudes favorveis em relao aprendizagem desta disciplina, sendo por isso mesmo recomendvel a sua utilizao no contexto de ensino/aprendizagem. Este softwarerevelou que pode contribuir positivamente para o processo de ensino/aprendizagem emEducao/Expresso Musical, nomeadamente no que diz respeito aproximao da teoria prtica

    musical. Este facto deve-se, sobretudo, possibilidade de os alunos experimentarem e criarem as suas prprias msicas e poderem, acima de tudo, guard-las e ouvi-las em qualquer momento, em vriosinstrumentos musicais.

    Na perspectiva do professor, o programa, embora destinado utilizao profissional, revelou-seinovador e ajudou a criar uma ambiente positivo e agradvel, servindo de excelente complemento pedaggico s aulas de Expresso Musical. No entanto, mesmo depois de os alunos j conhecerem etrabalharem com o Finale, a ajuda do professor foi essencial para responder s questes relacionadas coma teoria musical, colocadas pelos alunos. Pela interaco dos alunos com outros programas educativos,somos levados a crer que as explicaes que ocuparam muito do tempo do professor seriam, na maioriados casos, desnecessrias se o software fosse adaptado idade dos alunos e ao prprio contextoeducativo.

    Finalmente, voltamos a reforar a ideia de que nossa convico que a criao de um prottipo pedagogicamente adequado, pensado e desenhado para a idade dos alunos, baseado na filosofia deste

    software de elaborao de partituras, constituiria de forma evidente uma excelente ferramenta deaprendizagem em Expresso/Educao Musical que poderia colmatar aquele que nos parece ser oprincipal problema do ensino da Expresso/Educao Musical: falta de uma correcta interligao entre ateoria e a prtica musical.

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