teoria musical - protótipo

Upload: alan-huff

Post on 09-Mar-2016

231 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Versão experimental do kIt básico da teoria musical. Por Sérgio Nardes.

TRANSCRIPT

  • Teoria Musical Captulo 1Por: Srgio Nardes

  • 1: O que o som?Na disciplina da Fsica denominada Acstica, estudamos que o som produzido sempre por um processo mecnico e que precisa de matria para se propagar. O som no se propaga no vcuo. No ar - que um complexo de vrios gases, no nos esqueamos disso - o som se propaga a uma velocidade de 340 metros por segundo. Em outros meios, como a gua ou algum slido, como metais, madeira ou outro material sinttico, essa velocidade de propagao diferente. Peguemos como exemplo do que quero demonstrar o som produzido pelas nossas pregas vocais; o ar, pressionado pelos msculos do nosso corpo, empurrado por entre as pregas e conforme o controle que exercemos sobre a espessura, tenso e resilincia dessas membranas, obtemos variedade de diferentes timbres, de diferentes matizes sonoras; a interao mecnica entre o ar sob presso muscular e as infinitas formataes de nossas duas membranas que produz a nossa voz, nossos diferentes timbres, nossa entonao. Mas como que o som produzido pela interao mecnica sai do meu aparelho fonador e chega at os ouvidos do meu aluno? Que mgica essa que leva, que carrega essa interao mecnica de um lugar at outro no espao? Escrevi aqui em cima que o ar um composto de vrios gases, e mesmo que no os vejamos, evidentementeeles esto aqui entre ns e dentro de ns, entrando, transformando-se e saindo. A unidade bsica da constituio de um gs a molcula, no ? ento imagine uma molcula de gs dentro da sua laringe, que onde ficam as suas pregas vocais. Imagine essa molcula como se ela fosse uma pequena bolinha - a dentro paradinha, encostada nas suas membranas. Da a membrana vibra e durante essa vibrao ela encosta na molcula e a contamina com essa vibrao! A molcula agora no est mais parada, porque pegou, assim que nem se pega gripe, ela pegou a vibrao da membrana, e como ela agora est vibrando, esse movimento vibratrio passa tambm para a bolinha-molculado lado que por sua vez passa para outra que passa para outra e outra, at que essa vibrao alcance o ouvido da outra pessoa. O ouvido um rgo que se especializou em perceber, em sentir e decodificar essas vibraes moleculares, mas isso outra histria. No vcuo no tem gs, e por isso que o som no se propaga. Se existe algo no vcuo ou se o vcuo um lugar de no existncia eu no sei, mas sem ar, caro leitor, sem som!

  • 2: Frequncia sonoraAgora tu j sabes que o som se propaga no ar por meio da vibrao das molculas, vibrao essa causada por uma interao mecnica. Vamos nos deter um pouco mais nessa vibrao e pensar a respeito. Como que se mede uma vibrao? Um cientista chamado Hertz resolveu o problema pra gente; conforme a quantidade de vezes que uma vibrao ocorrer por segundo, as classificamos em graves ou agudas. Quanto mais vibrao por segundo, mais agudo e quanto menos vibrao por segundo, mais grave. Explicar essas coisas no papel sempre difcil, entovou usar algumas analogias que, espero, ajudem a compreenso. Nas aulas de teoria para crianas costumo mostrar a voz da vaca como exemplo de som grave e a voz do passarinho como exemplo de voz aguda, mas isso no explica o que o grave e o que o agudo, e fazendo isso estou apenas dando exemplos e no conceituando o que so essas palavras e que significados elas contm. Algumas analogias sobre o grave;Imagine aquele som de apito de navio, sabes, ou a voz do Tropeo, aquele mordomo da Famlia Adams, ou tente produzir com a sua voz o som mais grave que conseguires. Quanto mais grave o som, mais tu vais conseguir identificar, ouvir mesmo, as freqncias batendo. Pense num motor de caminho, em marcha lenta, em ponto morto; a vibrao lenta e d pra imitar com a boca. Quando o caminho anda, o que acontece quando o motorista acelera? A rotao aumenta e a vibrao fica mais rpida, por isso que temos aquele som to caracterstico do barulho do motor trocando de marcha e acelerando; a velocidade das freqncias que est aumentando porque os pistes do motor esto se movimentando cada vez mais rpido - de modo que parece que se continuarmos acelerando e no trocarmos de marcha - o que faz a rotao do motor diminuir novamente o som vai ficar to agudo que o motor vai explodir. Por outro lado, quanto mais grave, menos vibrao por segundo, at que chega num ponto em que conseguimos quase que contar as vibraes. Sonoramente, essa vibrao to lenta nos d uma sensao de rugosidade, de irregularidade de relevo, de esfarelamento. Agora algumas analogias sobre o agudo;Pensemos num violino tocando uma nota muito aguda, ou num passarinho cantando, ou mesmo numa destas pessoas que assoviam muito agudo. A vibrao destes sons to rpida que no conseguimos cont-la. Na verdade no conseguimos sequer identific-la, de to rpida que ela . A segunda corda do violino vibra 220 vezes por segundo, e por ser to rpida essa vibrao, temos a impresso dos sons agudos de que eles so lisos e sem rugosidade, sem desnveis, aquosos, vtreos, limpos, transparentes.

  • Sabe telha de Brasilit? Ela tem um formato de onda, no ? Sobe e desce, sobe e desce. Assim d pra encaixar uma na outra e a gua se escorre pelas partes mais baixas. A vibrao sonora se propaga num desenho parecido com o da telha essa, fazendo o sobe e desce enquanto vai de uma molcula para outra, lembras? Pois , como eu ia escrevendo ali em cima, quanto mais grave o som, quanto mais lentamente a vibrao ocorre, mais longo vai ser esse movimento de sobre e desce, de modo a que se fssemos desenhar essas ondas conforme o som que ouvssemos, o som grave da voz da vaca seria ondas altas e baixas, assim:

    Mas se quisssemos desenhar o movimento das ondas do som de um pssaro cantando, sabendo que sons agudos, de alta frequncia vibram muito rapidamente, teramos um desenho assim:

    Uma confuso muito freqente a do agudo com o alto e do grave com o baixo, ento vamos esclarecer isso para que ningum saia por a falando bobagens. Quanto mais rpida a ondulao da onda, j sabemos que o som ser mais AGUDO, assim como quanto mais lenta for a ondulao dessa onda, o som ser mais GRAVE. O alto e o baixotratam do volume. Um passarinho cantando na tua janela est cantando agudo e o volume da cantoria dele que est alto, afinal o bicho est quase em cima da tua cama! Mas se ele estiver l do outro lado da rua, ele continuar cantando agudo afinal, o passarinho o mesmo, com a mesma voz aguda de passarinho - mas o volume vai ser mais baixo,

  • entendeu? Isso acontece porque a distncia que a vibrao tem que percorrer maior e a quantidade de molculas que a vibrao da garganta do penoso tem que contaminar muito maior se ele estiver longe do que se ele estiver cantando perto de ti. Do mesmo modo, uma vaca mugindo longe continuar com a sua voz grave de vaca s que com o volume baixo, enquanto que se ela estiver mugindo na tua janela, certamente, alm de alto no volume, o teu sono vai ficar comprometido...muuuuuuu.Que fique claro pra ti ento que som agudo vibra muitas vezes por segundo. Por sua vez, som grave vibra, ondula menos vezes por segundo.Tu podes pensar quea freqncia grave mais pesada e a freqncia aguda mais leve; o grave lento e o agudo rpido.

    3: Cromatismo

    DO# RE# FA# SOL# LA#

    DO RE MI FA SOL LA SI DO

    REb MIb SOLb LAb SIb

    Olhe o exemplo acima e pense comigo. Vamos supor que o primeiro D que vemos no lado esquerdo vibra 700 vezes por segundo. Quantas vezes vai vibrar o outro D, o ltimo da direita? Resposta = 1400 vezes por segundo! As notas como as separamos, como as dividimos,ns o fazemos pela quantidade de vezes em que elas vibram por segundo. Na msica ocidental, modernamente, entre uma nota - uma determinada freqncia e o seu dobro ou sua metade, existem doze divises, da afirmarmos que existem 12 notas. A este conjunto de 12 notas chamamos cromatismo. Ele essa tabelinha a em cima. Daqui para frente vamos estudar algumas ferramentas, alguns operadores que so usados para nos movermos dentro desse cromatismo.

  • 4: Operadores de distnciaOs operadores de distncia nos dizem o quanto que estamos nos movendo. O nosso primeiro operador o semitom. Semitom a menor distncia possvel entre duas notas, dentro do cromatismo. Qualquer nota imediatamente vizinha uma da outra no cromatismo tem um semitom de distncia uma da outra. Um macete para decorar o conceito pensar que andar um semitom sempre andar 1 casinha.Nosso segundo operador de distncia o tom. Tom a menor distncia possvel entre duas notas, dentro do cromatismo, mas admitindo, porm, 1 nota intermediaria. Usei para escrever o numeral 1 e no a palavra uma porque s uma (1!) nota que cabe intermediariamente mesmo (!) um macete para este conceito pensares que andar um tom sempre pular 1 casa.

    5: Operadores de sentido Os operadores de sentido nos dizem para qual lado estamos nos movendo no cromatismo; se para a esquerda para o grave ou se para a direita para o agudo. Temos dois operadoresdesentido. O primeiro o sustenido, representado por este smbolo#. O # tem uma s funo que a de elevar a altura da nota em um semitom. No importa em que nota do cromatismo eu estiver, sempre que eu colocar um # na nota, ela sobe vai para a direita, para o agudo, um semitom.O segundo operador de distncia o bemol, que representado pela letra b sempre escrita em minscula, no se esquea. A letra b em maiscula tem, em msica, outro significado. Nas partituras essa letra b em minscula pode ter a barriguinha pontuda, para no ser confundida com uma nota musical. A funo do bemol o contrario da funo do sinal #. O bemol desce a altura da nota em 1 semitom. No interessa em que nota tu estejas, se colocares um bemol nela, ela desce um semitom. Lembras que um semitom uma casinha do lado?.. Agora que j vimos os dois operadores, de distncia e de sentido, vamos comear a parte divertida.

  • 6: Escalas maioresO que uma escala? Uma escala uma sucesso de notas- de degraus -dentro do cromatismo, entre uma nota dada e o seu dobro ou sua metade. Menos do que isso chamaremos aqui de trecho de escala, segmento de escala. Deixe-me dar um exemplo de escala

    do re mi fa# - sol# - la# - do

    Vejamos agora se ela preenche o nosso conceito de escala. A primeira nota tem metade das vibraes, metade das freqncias da ltima? Sim, porque a primeira e a ltima nota tem uma relao de dobro e metade, e lembre que ns j sabemos que quando dobramos a quantidade de vibraes de uma nota, chegamos nela mesma s que mais aguda. uma sucesso de notas? Sim, mas qual o padro de distncia que esta sucesso de notas, que esta escala tem? Se olhares no cromatismo, vers que ela tem um padro de distncia de um tom entre todas as notas, entre todos os graus. Podemos inferir disso que d para montar uma escala que preencha nosso conceito se o fizermos sempre com um tom entre cada um dos seus graus. Na msica ocidental existem duas escalas que mais do que as outras so importantes para o nosso estudo de teoria e delas que vamos tratar primeiro. A primeira a escala maior. Esta escala tem 7 graus, sendo que o oitavo o primeiro novamente, depois dea escala estar completa. Vem da quantidade de graus desta escala a expresso oitava acima ou oitava abaixo. Mas importante ter em mente que a oitava nem sempre ser o dobro da nota. Na escala por tons do exemplo anterior, o primeiro grau aparece novamente no stimo grau e no no oitavo. Tudo depende da quantidade de graus que nossa escala tiver, porque conforme o padro de distncia entre os graus, nossa escala vai ter mais ou menos graus. Vamos ento ver agora a regra de formao de escalas maiores.

    1 2 3 4 5 6 7 8

    1 T

    1 T

    1 ST

    1 T

    1 T

    1 T

    1 ST

    T: tomST: semitom

  • Veja que nesta escala temos os dois operadores de distncia, o semitom e o tom. Temos semitom entre os 3 e 4 graus e entre os 7 e 8 graus. Entre todos os outros temos tom.Este um modo bem rpido de decorar esta regra. Vamos ver como fica a escala de Do maior

    do re mi fa - sol - la - si - do

    6.1: Escalas maiores com sustenido (quintas)

    Agora vamos pegar o 5 grau da escala de D que Sol, certo? - e transformar ele no primeiro de uma nova escala e aplicar toda a regra novamente;

    Sol - La - si - Do - re - mi - fa# - sol

    Note que para obedecer o que a regra pede do sexto para o stimo grau, em vez de usar a notaFa, eu precisei usar o Fa#. Isso acontece porque do Mi para o F tem apenas um semitom mas eu precisava para seguir a regra, do sexto para o stimo grau, de um tom. Como eu sei que o # eleva a altura da nota em um semitom, tasquei o # no F e ele foi para frente para a direita, para o agudo, uma casinha, um semitom, e assim eu consegui a distncia que a regra me pedia. Que difcil, n?.. Vamos seguir pegando o quinto grau desta escala que terminamose usar ele como o primeiro da prxima escala. Usando essa regra nossa prxima ser a de Re maior, certo?

    Re - mi - fa# - sol - La - si - Do# - re

    Dessa vez, para seguir a regra, foi preciso usar o mesmo expediente entre o segundo e o terceiro graus e novamente entre o sexto e o stimo graus. Seguindo esse sistema de pegar sempre o quinto grau da escala que acabarmos, vamos ter uma tabela assim vou fazer novamente as trs que j foram feitas para ficar completo;

    Do - re - mi - fa -sol - La - si - Do

    Sol - La - si - Do - re - mi - fa# - sol

    Re - mi - fa# - sol - La - si - Do# - re

    La - si - Do# - re - mi - fa# - sol# - La

  • Mi - fa# - sol# - La - si - Do# - re# - mi

    Si - Do# - re# - mi - fa# - sol# - La# - si

    Fa# - sol# - La# - si - Do# - re# - mi# - fa#

    Do# - re# - mi# - fa# - sol# - La# - si# - Do#

    Quando chegamos na escala de Do# maior, completamos o ciclo das quintas. Pense assim, D no tem nenhum #, ento, por quintas, vamos acrescentando # nas escalas at que em Do# maior todos os graus so sustenidos para que a regra seja seguida.

    6.2: Escalas maiores com bemol (quartas)

    Voltemos a Do maior, aquela escala que no tem nenhum acidente nenhum sustenido e nenhum bemol - lembras? Agora, em vez de ir por quintas, vamos por quartas. Vou fazer a de Do maior novamente.

    Do - re - mi - fa - sol - La - si - Do

    Agora, qual o quarto grau da escala de d? F! Vamos fazer;

    Fa - sol - La - sib - Do - re - mi - fa

    Olhe l no cromatismo e veja que do terceiro para o quarto grau a regra nos pede um semitom a menor distncia possvel entre duas notas, lembra? mas do L que aqui o terceiro grau da escala - para o Si tem um tom, ora! E quando precisamos voltar uma casa no cromatismo, quando precisamos voltar, descer uma casa, usamos o bemol, da que vamos do L at o Sib - casinha do lado - e assim seguimos a regra. Falando em Sib, no que ele justamente o quarto grau da escala que acabamos de fazer? Ento ele ser o primeiro grau da nossa prxima escala.

    Sib - Do - re - mib - fa - sol - La - sib

    Agora, novamente, do terceiro para o quarto grau precisamos de um semitom, mas do Re para o Mi temos um tom; novamente precisamos de uma distncia menor do que aquela que as notas naturais sem acidentes- nos do. Ora, se estamos em Re e precisamos subir um semitom, casinha do lado nele e p! Paramos no Mib.

  • E ele o nosso quarto grau, e o nosso primeiro da prxima escala.

    Mib - fa - sol - Lab - sib - Do - re - mib

    Aconteceu um fenmeno novo nas nossas escalas. Do terceiro para o quarto grau, precisamos de um semitom, ento, do Sol, subindo um semitom, paramos em Lab, certo? Da, do Lab, para subir um tom, paramos onde? Se estamos em Lab e precisamos subir um tom, pulamos a casa do La natural e paramos no Sib. Vou fazer todas agora, e assim como nas escala com sustenido vou fazer novamente as primeiras, para que tu tenhas toda a tabelinha. Professor bonzinho sou eu...

    Do - re - mi - fa - sol - La - si - Do

    Fa - sol - La - sib - Do - re - mi - fa

    Sib - Do - re - mib - fa - sol - La - sib

    Mib - fa - sol - Lab - sib - Do - re - mib

    Lab - sib - Do- Reb - mib - fa - sol - lab

    Reb - mib - fa - Solb - lab - sib - Do - Reb

    Solb - lab - sib - Dob - Reb - mib - fa - Solb

    Dob - Reb - mib - Fab - Solb - lab - sib - Dob.

    1 2 3 4 5 6 7 8

    1 T

    1 ST

    1 T

    1 T

    1 ST

    1 T

    1 T

    T: tomST: semitom

    7: Escalas menores (modo primitivo)

    A escala menor tambm tem sete graus, exatamente como a escala maior e tambm tem padro de semitom e de tom. Lembras que na escala maior o semitom aparece em dois lugares? Entre o terceiro e o quarto graus e entre o stimo e oitavo. A diferena entre a escala maior e a que vamos estudar agora que os semitons esto em outros lugares, entre outros graus. Continuam acontecendo em dois lugares assim como a escala maior, mas entre graus diferentes.

  • No verdade o que eu disse? Onde esto os semitons na escala menor? Entre os segundo e terceiro e entre os quinto e sexto graus. De resto, tudo igual ao que fizemos nas escalas maiores. Vamos fazer a de La menor;

    La - si - Do - re - mi - fa - sol - La

    Deixe-me explicar uma coisa que pode estar confusa pra ti. Porque que a primeira escala MAIOR que eu fiz foi a de D? E por que a primeira escala MENOR que estou fazendo agora a de L? A resposta para as duas perguntitas a mesma. porque na escala maior a de D a que no tem nenhum acidente, nenhum # e nenhum b assim como na escala menor a de L a que no tem, igualmente, nenhum # e nenhum b. Neste sistema de ensino de teoria musicalparto das escalas que no tm nenhum acidente, sejam eles # ou b e vou aumentando um de cada vez. Partindo dessas escalas que no tm acidentes (D para as escalas maiores e L para as escalas menores) indo por quintas ns aumentamos a quantidade de # e indo por quartas ns aumentamos a quantidade de b. Tem gente que confunde a idia de # e b com a idia de maior e menor, mas funciona assim, podemos ter escalas maiores com sustenidos e com bemis e podemos igualmente ter escalas menores com sustenidos e com bemis. Vamos voltar para a escala de L menor.

    7.1: Escalas menores com sustenido (quintas)

    Qual o quinto grau de La menor? Muito bem, Flipper! Mi! Vamos adentrar novamente nos ciclo das quintas...

    Mi - fa# - sol - La - si - Do - re - mi

    Tu vs que o caso de precisarmos de um tom quando as notas naturais (sem acidentes) nos oferecem apenas um semitom aconteceu novamente; do Mi para o F temos um semitom, mas a regra nos pede que do segundo para o terceiro grau tenhamos um tom (lembre que estamos falando de escalas menores, viu?) ento, assim como fizemos antes, l nas escalas maiores, vamos do Mi para o Fa# para que a regra seja cumprida. E falando em cumprir a regra, qual mesmo o quinto grau da escala que acabamos de acabar?, ein?, ein? Isso a, Si.

    Si - Do# - re - mi - fa# - sol - La - si

  • Olha a regra ali, ! Do primeiro para o segundo grau precisamos de um tom, no ? Mas do Si para o Do temos um semitom, ento, lembrando que tom quando pulamos uma casa, deSi, pulando uma casinha chegamos em Do# e assim seguimos a regra corretamente e ficamos faceiros. Vou fazer as outras, seguindo por quintas e,assim como fiz com as escalas maiores, copiar novamente as que j fiz, para que tu tenhas toda a tabela para o teu estudo.

    La - si - Do - re - mi - fa - sol- La

    Mi - fa# - sol - La - si - Do - re - mi

    Si - Do# - re - mi - fa# - sol - La - si

    Fa# - sol# - La - si - Do# - re - mi - fa#

    Do# - re# - mi - fa# - sol# - La - si - Do#

    Sol# - La# - si - Do# - re# - mi - fa# - sol#

    Re# - mi# - fa# - sol# - La# - si - Do# - re#

    La# - si# - Do# - re# - mi# - fa# - sol# - La#

    7.2: Escalas menores com bemol (quartas)

    Pois , como tu j deves estar imaginando, agora voltarei para a escala de L menor que no tem nenhum # e nenhum bemol e vou pegar o seu quarto grau, que nem que ns j fizmu. O quarto grau de L menor Re.

    Re - mi - fa - sol - La - sib - Do - re

    Vamos ver; do segundo para o terceiro grau ns precisamos de um semitom, e realmente, do Mi para o Fa ns j temos um semitom, ento at a est tudo certo sem que precisemos fazer clculos e sem que precisemos usar o # ou o b. Mas vamos para o quinto grau; La, correto? Do quinto para o sexto grau, numa escala menor, precisamos de um semitom, mas do L, que o nosso quinto grau aqui, para o Si, temos um tom! mais do que precisamos...E ento, quando precisamos voltar uma casa, qual o sinal que usamos? Exatamente, o b. DeL para o Sib temos um semitom, que o que a regra nos pede. Vou seguir por quartas, construindo toda a tabela pra ti, de mo beijada.

  • La - si - do - re - mi - fa - sol - La

    Re - mi - fa - sol - La - sib - do - re

    Sol - La - sib - do - re - mib - fa - sol

    Do - re - mib - fa - sol - lab - sib - do

    Fa - sol - lab - sib - do - Reb - mib - fa

    Sib - do - Reb - mib - fa - Solb - lab - sib

    Mib - fa - Solb - lab - sib - Dob- Reb - mib

    Lab - Sib - Dob - Reb - mib - Fab - Sob - lab

    7.3: Escalas relativasEscalas so relativas umas com as outras na medida em que possurem notas em comum. Veja a escala de Mi Maior;

    Mi - Fa# - Sol# - La - Si - Do# - Re# - Mi

    e compare com a de Do# Menor,

    Do# - Re# - Mi - Fa# - Sol# - La - Si - Do#

    Elas tm exatamente as mesmas notas, o que muda de uma para a outra a nota que escolhemos para ser o primeiro grau. Vamos enunciar nossa regra.Dada uma escala MAIOR qualquer, obtemos a sua relativa menor no sexto grau. Olhem e vejam como bem assim que aconteceu na escala de Mi; o Do# o sexto grau, no ? No tem complicao, para saber a relativamenor de qualquer escala MAIOR, s achar o sexto grau desta escala escala maior aquela que do quinto para o sexto precisa de um tom, lembra?T, mas e se tivermos uma escala menor, como achamos a sua escala relativa maior? Vamos para a regra novamente.Dada uma escala MENOR qualquer, obtemos a sua relativa maior no terceiro grau. Lgico! Ainda pensando no exemplo da escala de Mi Maior e da de Do# Menor, Mi o terceiro grau da escala de Do# Menor. Sabe a regra de formao de escalas menores? Lembras que entre o segundo e o terceiro grau tem um semitom? Pois , esse terceiro grau a nossa relativa maior.

  • 8: AcordesSeguido eu ouo algum que toca violo dizer assim essa msica tem poucas notas ou ento quais so as notas daquela msica ou ainda qual o nome dessa nota que tu fez a no violo? na verdade, essas pessoas esto dando um nome errado para o que corretamente chamamos de acorde. Uma nota um nico som, e j sabemos que existem, na msica ocidental 12 deles, cada um com o seu nome. Para testar o conhecimento musical de algum, costumo perguntar quantas notas existem, e invariavelmente me respondem coisas como infinito, ou no sei quantas ou ainda umas duzentas... mas, caro leitor, sabemos que so apenas 12. Um acorde a execuo simultnea de 3 ou mais dessas notas unssonos e oitavas no contam. Sabendo disso, podemos dizer que instrumentos como o piano e o violo, o xilofone, a harpa, o acordeon, o cavaquinho, que todos eles conseguem fazer acordes, certo? Pois todos eles podem fazer soar 3 ou at mais sons ao mesmo tempo. Mas, e um instrumento como a flauta, ela ento no pode fazer acordes j que s consegue tocar uma nota de cada vez, no ? Pois , ao mesmo tempo no tem como mesmo, mas instrumentos meldicos assim que chamamos instrumentos que s tocam um som de cada vez podem tocar uma de maneira a que podemos reconhecer o acorde. No , reconheo, literalmente simultneo, mas uma flauta harpejando um acorde muito diferente de uma flauta simplesmente tocando, sem contexto, uma nota depois da outra. Voltaremos nesta questo mais adiante.Um acorde perfeito formado pelos primeiro, terceiro e quinto graus da sua respectiva escala, simples assim. Qualquer outro grau de escala - ou de fora dela torna o acorde imperfeito. Vamos montar o acorde de Sol maior. Importante salientar! De escalas Maiores tiramos acordes Maiores, ento vamos lembrar a escala de Sol Maior;

    Sol - La - si - do - re - mi - fa# - sol

    O primeiro, evidentemente, o prprio Sol, o terceiro Si e o quinto Re. Fica assim

    SOL - SI - RE

    Complicado, isso....

  • E se fosse o acorde de Sol Menor? De escalas Menores tiramos acordes Menores. Vamos ver a escala de Sol Menor;

    Sol - La - Sib - Do - Re - Mib - Fa - Sol

    O primeiro neste caso Sol, n?, o terceiro Sib e o quinto Re.

    SOL - Sib - RE

    Vamos pensar um pouco sobre esse negcio de acordes. O acorde de d maior formado por d-mi-sol, no ? Por qu? Porque para form-lo ns fomos ali na escala de d Maior e olhamos quis eram os primeiro, terceiro e quinto graus dela, como nos ensinou a regra de formao de acordes perfeitos. Mas e se for mi-do-sol, continua sendo o mesmo acorde? Sim! Lembra da regra da multiplicao que postula que a ordem dos fatores no altera o produto? A ordem na qual as notas aparecem no muda o nome do acorde (pelo memos no agora...), portanto do-mi-sol o mesmo acorde que mi-sol-do e tambm que sol-do-mi. Em teoria musical chamamos isso de inverso de acordes; Quando a nota que d nome ao acorde a mais grave, a que est mais embaixo, dizemos que o acorde est em estado fundamental. o caso mais comum;do-mi-sol, bem como a regra enuncia;Depois, quando o terceiro grau que est em baixo, como nota mais grave, dizemos que a primeira inverso. Olha s; mi-sol-do. T vendo o terceiro grau como nota mais grave do acorde?Por ltimo mas no menos importante, a segunda inverso que, como j deu pra perceber, o quinto grau do acorde como nota mais grave; sol-do-mi.

    9: Formao de tonalidades

    Quando falamos em tom estamos sempre querendo especificar, alm da altura, algum modo, ou o Maior ou o Menor. Ento posso perguntar, quais so as notas do tom de Sib Maior? Da, para responder essa questo tu vais na tabela de escalas Maiores e procura pela de Sib Maior ( na verdade tu tem mesmo que decorar a regra e fazer as escalas de cor, n, meu?). Se eu quiser que tu formes o acorde de Sib Maior, tu olhas nesta escala e pega o primeiro e o terceiro e o quinto grau para formar o acorde para mim. Sofisticando um pouco nossa percepo de tonalidade, podemos entender que o tom de Sib inclui todas as combinaes possveis entre as notas que fazem parte da sua escala. Vou seguir com a explicao, mas vou voltar para o tom de D Maior,

  • para mantermos aquela idia de comear cada contedo pelas escalas que tm menos acidentes e depois ir acrescentando, um a um, os acidentes, sustenidos por quinta e bemois por quarta. Pequemos a escala de do Maior

    Do re mi fa sol La si do

    Cada tonalidade, assim como tem sete graus cada um uma nota- tambm tem sete acordes. Vamos montar a regra e seguimos explicando;

    Para que ningum se assuste, vamos analisar esta nova regra por pedaos beeeeem pequenos. Antes de tudo, cada grau agora um acorde e no mais uma nota isolada, ento nossa tonalidade tem sete acordes, sete graus vou cham-los de graus daqui para frente, mas sempre lembre que so acordes e no notas isoladas, certo? No se preocupe que quando eu quiser falar em notas sozinhas, eu aviso (um riso)!Cada grau um acorde, muito bem, muito bem. Embaixo de cada grau est escrito Maior ou ento est escrito menor. Reparaste que Maior eu escrevi com letra maiscula e menor escrevi com minscula? Foi de propsito, viu? Em Teoria Musical escrevemos normalmente Maior em maiscula e menor em minscula. Voltaremos nessa questo ainda. Seguindo... vamos montar a tonalidade de Do Maior . P, se a tonalidade de Do Maior, evidentemente o nosso primeiro grau deve ser o acorde de d Maior, e exatamente isso o que essa nova regra nos pede, que o primeiro grau da nossa tonalidade seja Maior. Como j sabemos que acordes Maiores ns tiramos de escalas Maiores...

    Da onde que eu tirei isso?? Simples; estamos montando uma nova regra onde cada grau um acorde, e sabemos que um acorde perfeito s estamos usando acordes perfeitos por enquanto formado pelos primeiro e terceiro e quinto graus da sua respectiva escala. Tambm sabemos que nesta nova regra, o primeiro grau (que um acorde no esquea) Maior, ento preciso de um acorde Maior, n? D... De onde eu tiro este acorde Maior? Ns j sabemos

    1 2 3 4 5 6 7 Maior menor menor Maior Maior menor menor 5diminuta

    1DoMiSol

  • que de escalas Maiores tiramos acordes Maiores, ora! T resolvida a questo. E porque justo o acorde de D Maior? Porque ns j concordamos que melhor comear com tonalidades que no tenham acidentes e ir acrescentando aos pouquinhos. Vamos acrescentar o segundo grau agora. Vamos ver, do primeiro para o segundo grau no modo Maior, tem um tom de distncia, ento, se D o primeiro, qual vai ser o segundo,ein? ein? Sim!!!! R. Vamos ver o que esta nossa nova regra nos pede quanto ao segundo grau, tem que ser Maior como o primeiro? Nanano, careto! o segundo grau menor.

    Como chegamos aqui? Bom, o segundo grau da nossa regra nos pede um acorde menor, e sabemos que estando em d maior, o segundo grau re, ento juntamos as duas informaes e p, temos o acorde de R menor como segundo grau da nossa tonalidade de D Maior. Legal. Do segundo para o terceiro faremos a mesmssima coisa,

    Tu j te deu conta de que se pensares horizontalmente, continuamos fazendo a escala Maior, que nem no comeo do nosso estudo? Pois , isso j te poupa um tempo de ficar pensando e fazendo clculos. Do terceiro para o quarto grau, a regra as escalas maiores nos pede um semitom, certo?, certo, ento, do Mi, que nessa escala que estamos fazendo o terceiro grau, para o quarto, vamos parar onde, se subimos um semitom? No F.. agora me diz uma coisa, esse quarto grau a, ele Maior ou menor? Diz a...

    Como j sabamos, tu e eu, o quarto grau Maior. Do mesmo modo vamos aplicar esse mesmo processo e seguir adiante. Vou fazer dois graus de uma vez s, que ainda tem muito contedo pra ver e tu tem que pensar um pouco tambm, seno no d.

    1DoMiSol

    2ReFaLa

    1DoMiSol

    2ReFaLa

    3MiSolSi

    1DoMiSol

    2ReFaLa

    3MiSolSi

    4FaLaDo

  • Pois, , pois . Agora apareceu aquele stimo grau e tem um troo ali que ns ainda no vimos. Eu j te contei que esta primeira parte da teoria eu chamo de Teoria Fundamental? Eu no trabalho estes contedos na partitura de propsito, sabe? Que para o aluno no se condicionar a sempre ler a msica quando falo em ler a msica no quero dizer ler uma determinada pea de msica erudita ou uma cano popular. Entendo que saber as escalas e os acordes e as tonalidades como saber a tabuada; podemos,claro, usar uma calculadora para somar 1+1, porm ter as funes mais bsicas, mais fundamentais da aritmtica j instaladas dentro da nossa cacholeta nos permite um dinamismo incrvel para calcular nmeros complexos, e de um modo bem parecido, conhecer estes fundamentos da msica de cabea far de ti um musicista, ou mesmo um apreciador da msica muito mais qualificado, rpido, inteligente e crtico. O que isso tem que ver com a 5 diminuta que est escrita embaixo do stimo grau? Bom, uma explicao definitiva do que ela significa matria do nosso contedo de Solfejo, por isso vou dar agora uma explicao tampo, uma verso simplificada porm totalmente operacional do que ela . Quando encontrarmos ela novamente, essa primeira explicao vai at ajudar. Achar a quinta diminuta de qualquer acorde to somente achar o quinto grau da escala aquele que sempre precisamos encontrar quando formamos um acorde, lembra? e depois voltar uma casa. S isso, s isso, s isso. Nosso stimo grau na tonalidade de d Si, que segundo a instruo que a regra est nos informando, tem que ser menor e com a quinta (quinto grau) diminuta. Ento eu s preciso formar o acorde de si menor

    e depois olhar mais de perto para o seu quinto grau, que Fa#. Vamos fazer o que eu disse para achar a quinta diminuta, que apenas voltar uma casinha, e ento tararar!, Fa# voltando uma casinha, se transforma em fa natural.

    1DoMiSol

    2ReFaLa

    3MiSolSi

    4FaLaDo

    5SolSiRe

    6LaDoMi

    1DoMiSol

    2ReFaLa

    3MiSolSi

    4FaLaDo

    5SolSiRe

    6LaDoMi

    7SiReFa

    1SiSi

    2Do#

    3ReRe

    4Mi

    5Fa#Fa#

    6Sol

    7La

    8Si