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TEORIA GERAL DO TEORIA GERAL DO PROCESSO PROCESSO

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TEORIA GERAL DO TEORIA GERAL DO PROCESSOPROCESSO

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Aula porAula por

Prof. Dr. Rosângelo Rodrigues de MirandaProf. Dr. Rosângelo Rodrigues de Miranda

Professor da Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce – FADIVALEProfessor da Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce – FADIVALE

Texto para uso exclusivo dos alunos em sala, Texto para uso exclusivo dos alunos em sala, favor não citar. Texto com base exclusiva nas favor não citar. Texto com base exclusiva nas fontes citadas, devendo a elas serem fontes citadas, devendo a elas serem creditadas quaisquer méritos. Aqui tão creditadas quaisquer méritos. Aqui tão somente se resumiu e se sistematizou os somente se resumiu e se sistematizou os temas para uso em sala de aula, sem temas para uso em sala de aula, sem preocupação com originalidade. Deixo meu preocupação com originalidade. Deixo meu reconhecimento às obras aqui utilizadas, em reconhecimento às obras aqui utilizadas, em particular as dos Profs. Marinoni e Portanovaparticular as dos Profs. Marinoni e Portanova

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Antes de adentrarmos Antes de adentrarmos especificamente ao tema do nosso especificamente ao tema do nosso fim de semana qual seja, teoria geral fim de semana qual seja, teoria geral do processo, necessário ressaltar a do processo, necessário ressaltar a existência de uma teoria geral do existência de uma teoria geral do direito.direito.

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Teoria geral do direitoTeoria geral do direito: : O que é direito?O que é direito? O que é Processo?O que é Processo? O que é Teoria?O que é Teoria? O que é ser Geral?O que é ser Geral? O que é neoconstitucionalismo?O que é neoconstitucionalismo? O que é Neoprocessualismo?O que é Neoprocessualismo?

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O direito deve ser visto num plexo normativo O direito deve ser visto num plexo normativo aberto; (normas princípios) dentro de um aberto; (normas princípios) dentro de um sistema de normas. O direito não se define sistema de normas. O direito não se define somente a partir de regras de comportamentos, somente a partir de regras de comportamentos, ele também cria qualificações.ele também cria qualificações.

O direito visto como sistemático não é vazio ou O direito visto como sistemático não é vazio ou omisso, pois os princípios que ali intermedeiam omisso, pois os princípios que ali intermedeiam dão vida a todo sistema, faz irradiar por todas dão vida a todo sistema, faz irradiar por todas as normas dando objetividade a caso não as normas dando objetividade a caso não expressamente previsto no ordenamento expressamente previsto no ordenamento

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A ordem jurídica se constrói A ordem jurídica se constrói independentemente da ordem natural. Há, independentemente da ordem natural. Há, pois, uma liberalidade, no mundo das pois, uma liberalidade, no mundo das normas, inteiramente inexistente no mundo normas, inteiramente inexistente no mundo natural, onde haverá uma diferenciação natural, onde haverá uma diferenciação entre o proposto no mundo normativo e no entre o proposto no mundo normativo e no mundo natural. Assim, ao tratarmos da mundo natural. Assim, ao tratarmos da ciência jurídica encontraremos, a partir ciência jurídica encontraremos, a partir destas discrepâncias, conseqüências no destas discrepâncias, conseqüências no campo cientifico campo cientifico

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Plenitude do sistemaPlenitude do sistema : “enclausurabilidade” do : “enclausurabilidade” do sistema jurídico (filósofo do direito mexicano. Prof. sistema jurídico (filósofo do direito mexicano. Prof. Recaséns siches) é pois, um sistema pleno, não Recaséns siches) é pois, um sistema pleno, não tem vazios, não tem lacunas. A lacuna é da norma tem vazios, não tem lacunas. A lacuna é da norma não do sistema. Dada a interpretação dos não do sistema. Dada a interpretação dos institutos jurídicos, haverá preceitos, comandos institutos jurídicos, haverá preceitos, comandos que não estão formulados expressamente eles que não estão formulados expressamente eles estão implícitos em outros preceitos. Cabe ao estão implícitos em outros preceitos. Cabe ao intérprete e conhecedores do direito a tarefa de ir intérprete e conhecedores do direito a tarefa de ir desvendar e descobrir onde estes comandos e desvendar e descobrir onde estes comandos e qual seu significado. É por isso que se garante a qual seu significado. É por isso que se garante a máxima do direito processual civil, de que o juiz máxima do direito processual civil, de que o juiz não pode deixar de sentenciar, que tem que dar não pode deixar de sentenciar, que tem que dar solução ao caso concreto.solução ao caso concreto.

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TEORIA GERAL DO TEORIA GERAL DO PROCESSOPROCESSO

Sua existência se consubstancia na Sua existência se consubstancia na definição dos conceitos lógico-definição dos conceitos lógico-jurídicas dos institutos fundamentais jurídicas dos institutos fundamentais do processo, aplicáveis a qualquer do processo, aplicáveis a qualquer dos ramos do direito processual.dos ramos do direito processual.

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Diante da norma jurídica verifica-se atributos Diante da norma jurídica verifica-se atributos encontrados nas normas religiosas, éticas, encontrados nas normas religiosas, éticas, morais, quais sejam, hipótese, mandamento morais, quais sejam, hipótese, mandamento e sanção, no entanto, há uma especificidade e sanção, no entanto, há uma especificidade na norma jurídica que é a coação, podendo na norma jurídica que é a coação, podendo ser encontrada na mais diferentes normas ser encontrada na mais diferentes normas jurídicas.jurídicas.

O direito é isto, coativo, instrumental, formal, O direito é isto, coativo, instrumental, formal, dogmático, sistemático, unitário, abstrato, e dogmático, sistemático, unitário, abstrato, e atributivo. E cabe ao profissional do direito a atributivo. E cabe ao profissional do direito a função de interpretá-lo, apurar o sentido e o função de interpretá-lo, apurar o sentido e o alcance do sistema. alcance do sistema.

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JURISDIÇÃO: JURISDIÇÃO: É O PODER DO ESTADO DE APLICAR E É O PODER DO ESTADO DE APLICAR E REALIZAR O DIREITO DE MANEIRA AUTORITATIVA COM REALIZAR O DIREITO DE MANEIRA AUTORITATIVA COM IRREVERSIBILIDADE EXTERNA DE SEUS PROVIMENTOS.IRREVERSIBILIDADE EXTERNA DE SEUS PROVIMENTOS.

Chiovenda Chiovenda – a jurisdição tem a – a jurisdição tem a função de atuar a vontade concreta função de atuar a vontade concreta da lei.da lei.

CarneluttiCarnelutti – justa composição da – justa composição da lide – o juiz cria a norma individual lide – o juiz cria a norma individual para o caso concreto.para o caso concreto.

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Essas noções de jurisdição são fruto Essas noções de jurisdição são fruto da concepção de direito no estado da concepção de direito no estado liberal em que o principio da liberal em que o principio da legalidade elevou a lei a um ato legalidade elevou a lei a um ato supremo independente de sua supremo independente de sua correlação com os princípios de correlação com os princípios de justiça, mas essa concepção perdeu justiça, mas essa concepção perdeu seu lugar de supremacia hoje a lei é seu lugar de supremacia hoje a lei é subordinada a constituição.subordinada a constituição.

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JURISDICÃO E O ESTADO JURISDICÃO E O ESTADO CONSTITUCIONALCONSTITUCIONAL

No estado constitucional, essa atividade No estado constitucional, essa atividade deve ser levada a efeito na dimensão da deve ser levada a efeito na dimensão da constituição, sem descuidar da eficácia constituição, sem descuidar da eficácia direta dos direitos fundamentais direta dos direitos fundamentais materiais e processuais sobre o materiais e processuais sobre o problema debatido em juízo e da problema debatido em juízo e da possibilidade de controle de possibilidade de controle de constitucionalidade das leis e atos constitucionalidade das leis e atos normativos em geral pelo poder normativos em geral pelo poder judiciário, tendo por objetivo realizar a judiciário, tendo por objetivo realizar a justiça do caso concreto.justiça do caso concreto.

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A quebra do paradigma. Da A quebra do paradigma. Da legalidade formal à legalidade legalidade formal à legalidade substancial em consonância com a substancial em consonância com a jurisdiçãojurisdição

Ao se dizer que a lei encontra limite e Ao se dizer que a lei encontra limite e contorno nos princípios constitucionais, contorno nos princípios constitucionais, admite-se que ela deixa de ter apenas admite-se que ela deixa de ter apenas uma legitimação formal, ficando amarrada uma legitimação formal, ficando amarrada substancialmente aos direitos positivados substancialmente aos direitos positivados na constituição na constituição

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A lei não vale mais por si, porém A lei não vale mais por si, porém depende de sua adequação aos depende de sua adequação aos direitos fundamentais. Se antes era direitos fundamentais. Se antes era possível dizer que os direitos possível dizer que os direitos fundamentais eram circunscritos à fundamentais eram circunscritos à lei, agora, torna-se exato afirmar que lei, agora, torna-se exato afirmar que as leis devem estar em conformidade as leis devem estar em conformidade com os direitos fundamentais.com os direitos fundamentais.

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Mas, se nessa nova concepção de Mas, se nessa nova concepção de direito ainda se exige que se fale em direito ainda se exige que se fale em princípio da legalidade, devemos princípio da legalidade, devemos compreende-lo de forma substancial, compreende-lo de forma substancial, pois o processo e todo o sistema pois o processo e todo o sistema normativo deve-se aperfeiçoar com normativo deve-se aperfeiçoar com a constituição e, em especial com os a constituição e, em especial com os direitos fundamentais. direitos fundamentais.

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A idéia de jurisdição voltada à A idéia de jurisdição voltada à atuação da lei não tem mais atuação da lei não tem mais qualquer legitimidade diante do qualquer legitimidade diante do estado constitucional de direito, o estado constitucional de direito, o juiz no seu dever-poder de dizer o juiz no seu dever-poder de dizer o direito deve abstrair-se da legalidade direito deve abstrair-se da legalidade formal e aplicar o direito a partir dos formal e aplicar o direito a partir dos princípios constitucionais de justiça e princípios constitucionais de justiça e dos direitos fundamentais. dos direitos fundamentais.

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Essa subordinação que alguns Essa subordinação que alguns pensam que aconteceu, da lei à pensam que aconteceu, da lei à constituição, não deve ser pensada constituição, não deve ser pensada numa mera continuação dos numa mera continuação dos princípios do estado legislativo, na princípios do estado legislativo, na verdade estamos diante de uma verdade estamos diante de uma transformação do direito e de transformação do direito e de jurisdição.jurisdição.

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SimplicidadeSimplicidade JustiçaJustiça Responsabilidade de todos com o Responsabilidade de todos com o

resultado da jurisdiçãoresultado da jurisdição Sentimento republicanoSentimento republicano altruísmoaltruísmo

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CRITICA ÀS TEORIA DA LEGALIDADE FORMAL CRITICA ÀS TEORIA DA LEGALIDADE FORMAL

NO ESTADO CONSTITUCIONAL DE DIREITONO ESTADO CONSTITUCIONAL DE DIREITO As escolas clássicas como por As escolas clássicas como por

exemplo a chiovendiana, jamais exemplo a chiovendiana, jamais chegou a questionar , por exemplo, o chegou a questionar , por exemplo, o acesso dos cidadãos ao poder acesso dos cidadãos ao poder judiciário e a efetividade dos judiciário e a efetividade dos procedimentos para atender aos procedimentos para atender aos direitos dos classes desprivilegiadas. direitos dos classes desprivilegiadas.

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Sustentava-se nesse contexto que a Sustentava-se nesse contexto que a sentença fixa a lei do caso concreto. Diziam sentença fixa a lei do caso concreto. Diziam que: “assim como a lei vale, enquanto está que: “assim como a lei vale, enquanto está em vigor, não porque corresponda à justiça em vigor, não porque corresponda à justiça social, senão unicamente pela autoridade social, senão unicamente pela autoridade de que está revestida”, assim também é a de que está revestida”, assim também é a sentença, uma vez transitada em julgado, sentença, uma vez transitada em julgado, vale não porque seja justa, senão porque vale não porque seja justa, senão porque tem, para o caso concreto, a mesma força tem, para o caso concreto, a mesma força da lei. No sistema da legalidade, tem da lei. No sistema da legalidade, tem sempre caráter declarativo, não criativo do sempre caráter declarativo, não criativo do direito.direito.

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Legalidade e o estado de direitoLegalidade e o estado de direito: : principio da justiça. Diante do estado principio da justiça. Diante do estado constitucional as leis não podem constitucional as leis não podem mais ser fruto da vontade mais ser fruto da vontade homogênea do parlamento. A homogênea do parlamento. A produção normativa deve se ater a produção normativa deve se ater a um controle que tome em um controle que tome em consideração os princípios da justiça.consideração os princípios da justiça.

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Com dantes dito, se a lei encontra Com dantes dito, se a lei encontra limite e contorno nos princípios limite e contorno nos princípios constitucionais, admite-se que ela constitucionais, admite-se que ela deixa de ter contornos apenas formal deixa de ter contornos apenas formal ficando entrelaçada ficando entrelaçada substancialmente aos direitos substancialmente aos direitos positivados na constituição.positivados na constituição.

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Não existe mais a idéia de jurisdição Não existe mais a idéia de jurisdição pautada à atuação da lei. O judiciário pautada à atuação da lei. O judiciário deve compreender e interpretar a lei deve compreender e interpretar a lei a partir dos principios constitucionais a partir dos principios constitucionais

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Positivismo criticoPositivismo critico: idéias que : idéias que nascem a partir do isolamento do nascem a partir do isolamento do estado legislativo – a transformação da estado legislativo – a transformação da concepção de direito – teorias dos concepção de direito – teorias dos direitos fundamentais – teoria dos direitos fundamentais – teoria dos princípios – a técnica da interpretação princípios – a técnica da interpretação de acordo- as novas técnicas de de acordo- as novas técnicas de controle de constitucionalidade – controle de constitucionalidade – possibilidade de controle de possibilidade de controle de inconstitucionalidade por omissão no inconstitucionalidade por omissão no caso concreto.caso concreto.

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NEOCONSTITUCIONALISMO NEOCONSTITUCIONALISMO OU PÓS-POSITIVISMOOU PÓS-POSITIVISMO

Novo constitucionalismo. É a fase Novo constitucionalismo. É a fase contemporânea do direito contemporânea do direito constitucional. Há diversas constitucional. Há diversas manifestações desse fenômeno manifestações desse fenômeno vejamos alguns deles: desenvolvimento vejamos alguns deles: desenvolvimento de uma nova hermenêutica de uma nova hermenêutica constitucional; força normativa da constitucional; força normativa da constituição; expansão da jurisdição constituição; expansão da jurisdição constitucional, controle de constitucional, controle de constitucionalidade difuso e abstrato. constitucionalidade difuso e abstrato. Propõe Propõe

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Sempre que houver uma colisão de Sempre que houver uma colisão de normas infraconstitucionais com a normas infraconstitucionais com a constituição, antes de usar o controle constituição, antes de usar o controle de constitucionalidade, deve se de constitucionalidade, deve se conferir ou tentar conferir a norma conferir ou tentar conferir a norma uma interpretação conforme a uma interpretação conforme a constituição, que é um mecanismo constituição, que é um mecanismo que propõe a constitucionalidade a que propõe a constitucionalidade a ela.ela.

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Convivência dos princípios: Convivência dos princípios: colisão de princípios x conflitos colisão de princípios x conflitos de regras.de regras.

As regras se esgotam em si mesmas, As regras se esgotam em si mesmas, na medida em que descrevem o que na medida em que descrevem o que se deve, não se deve ou se pode se deve, não se deve ou se pode fazer em determinadas situações fazer em determinadas situações

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Os princípios são constitutivos da Os princípios são constitutivos da ordem jurídica, revelando os valores ordem jurídica, revelando os valores ou os critérios que devem orientar a ou os critérios que devem orientar a compreensão e a aplicação das compreensão e a aplicação das regras diante das situações regras diante das situações concretas.concretas.

O direito por meio dos princípios O direito por meio dos princípios implica na ruptura com o positivismo implica na ruptura com o positivismo do estado liberal, que se expressava do estado liberal, que se expressava em um direito constituído por regras.em um direito constituído por regras.

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Os princípios expressam concepções e Os princípios expressam concepções e valores que estão indissociavelmente valores que estão indissociavelmente ligados ao ambiente cultural.ligados ao ambiente cultural.

Os princípios são fruto do pluralismo e Os princípios são fruto do pluralismo e marcados pelo seu caráter aberto.marcados pelo seu caráter aberto.

São avessos à lógica que governa a São avessos à lógica que governa a aplicação das regras e à hierarquização. A aplicação das regras e à hierarquização. A idéia de que um princípio prevalece sobre idéia de que um princípio prevalece sobre o outro, em uma perspectiva abstrata, o outro, em uma perspectiva abstrata, afronta a condição pluralista da sociedade.afronta a condição pluralista da sociedade.

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No positivismo clássico, o juiz No positivismo clássico, o juiz aplicaria a norma mediante o seu aplicaria a norma mediante o seu próprio texto, sem margem para próprio texto, sem margem para subjetividade do caso concreto, não subjetividade do caso concreto, não tendo, portanto, conciliação com a tendo, portanto, conciliação com a atribuição de significado que atribuição de significado que caracteriza a metodologia dos caracteriza a metodologia dos princípios.princípios.

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Os princípios devem conviver e para Os princípios devem conviver e para isso surge uma metodologia que isso surge uma metodologia que permite a sua aplicação diante dos permite a sua aplicação diante dos casos concretos.casos concretos.

Fala-se em ponderação dos princípio Fala-se em ponderação dos princípio ou de aplicação da ou de aplicação da “proporcionalidade” como regra “proporcionalidade” como regra capaz de permitir a sua capaz de permitir a sua coexistência .coexistência .

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No conflito de regras há um problema de No conflito de regras há um problema de validade. Uma regra vale ou não vale, validade. Uma regra vale ou não vale, Enquanto que na hipótese de colisão de Enquanto que na hipótese de colisão de princípios a questão é de peso ou princípios a questão é de peso ou importância. Diante das circunstancias do importância. Diante das circunstancias do caso concreto um princípio deve ceder diante caso concreto um princípio deve ceder diante do outro, de modo que não há como declarar do outro, de modo que não há como declarar a invalidade do princípio de menor peso, uma a invalidade do princípio de menor peso, uma vez que ele prossegue íntegro e válido no vez que ele prossegue íntegro e válido no ordenamento, podendo merecer prevalência, ordenamento, podendo merecer prevalência, em face do mesmo princípio que o precedeu, em face do mesmo princípio que o precedeu, diante de outra situação concreta diante de outra situação concreta

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HERMENÊUTICA HERMENÊUTICA CONTITUCIONALCONTITUCIONAL

O Neoconstitucionalismo, O Neoconstitucionalismo, base para o base para o

neoprocessualismoneoprocessualismo

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RoteiroRoteiro Conceito de Constituição;Conceito de Constituição; O método no estudo da constituição;O método no estudo da constituição; Interpretação constitucional;Interpretação constitucional; Conclusão: Conclusão: “A força normativa da “A força normativa da

constituição”constituição”**..

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CONCEITO DE CONCEITO DE CONSTITUIÇÃOCONSTITUIÇÃO

Uma constituição “tipo”Uma constituição “tipo”

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CONCEITO DE CONCEITO DE CONSTITUIÇÃOCONSTITUIÇÃO

Para Hesse, a Constituição é uma Para Hesse, a Constituição é uma ordem Histórico/concreta, fincada ordem Histórico/concreta, fincada nas linhas de força de culturais que nas linhas de força de culturais que dão vida ao presente e pretendem dão vida ao presente e pretendem dirigir, por meio de planejamento e dirigir, por meio de planejamento e programas, o futuro, sem desligar-se programas, o futuro, sem desligar-se completamente, entretanto, das completamente, entretanto, das influências do passado e da tradição. influências do passado e da tradição.

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Hesse, assim, rejeita a Hesse, assim, rejeita a possibilidade de se estabelecer, possibilidade de se estabelecer, em abstrato, um conceito de em abstrato, um conceito de Constituição. Constituição.

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I - Características e funções:I - Características e funções:

a) A Constituição é a ordem fundamental jurídica da a) A Constituição é a ordem fundamental jurídica da Coletividade.Coletividade.

Há, aqui, uma relação de implicação e bipolaridade Há, aqui, uma relação de implicação e bipolaridade entre Estado-Administração e Sociedade. A entre Estado-Administração e Sociedade. A Sociedade legitima as ações do Estado e o Estado Sociedade legitima as ações do Estado e o Estado exerce, de fato, a unidade do Poder, garantindo os exerce, de fato, a unidade do Poder, garantindo os Direitos Fundamentais por meio de intervenções na Direitos Fundamentais por meio de intervenções na realidade concreta. Contudo o Estado possui um realidade concreta. Contudo o Estado possui um função apenas residual, cabendo à sociedade a função apenas residual, cabendo à sociedade a maior tarefa de se auto-organizar visando a maior tarefa de se auto-organizar visando a realização dos princípios estabelecidos na realização dos princípios estabelecidos na Constituição ( pág. 32/33)Constituição ( pág. 32/33)

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b) A Constituição determina princípios b) A Constituição determina princípios diretivos formadores da unidade diretivos formadores da unidade política e para a planificação de política e para a planificação de metas e consecução de tarefas metas e consecução de tarefas estatais, dando norte e vida à tarefa estatais, dando norte e vida à tarefa de assistência mútua vital ( pág 32).de assistência mútua vital ( pág 32).

Trata-se de verdadeira Constituição Trata-se de verdadeira Constituição Dirigente ( normas programáticas)Dirigente ( normas programáticas)

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c) Cria procedimentos funcionais de c) Cria procedimentos funcionais de legitimação democrática e legitimação democrática e pacificação de conflitos.pacificação de conflitos.

d) Proporciona contornos d) Proporciona contornos administrativos à organização administrativos à organização estatal.estatal.

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e) Funda e estabelece competências.e) Funda e estabelece competências.

f) Funda e estabelece a ordem f) Funda e estabelece a ordem jurídica.jurídica.

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g) Estabelece uma ordem de valores ao g) Estabelece uma ordem de valores ao mesmo tempo mesmo tempo dinâmicadinâmica ( pág. 28 e 400, ( pág. 28 e 400, mutável e aberta, que não nega a possibilidade mutável e aberta, que não nega a possibilidade de lacunas ( pág. 39) e a existência de normas de lacunas ( pág. 39) e a existência de normas implícitas dentro do texto constitucional ( pág. implícitas dentro do texto constitucional ( pág. 44) mas que é, também 44) mas que é, também estáticaestática (pág. 28 e (pág. 28 e 40) quanto a um núcleo mínimo de 40) quanto a um núcleo mínimo de estabilidade e consciência de si que permite à estabilidade e consciência de si que permite à Coletividade reconhecer-se a si mesma e Coletividade reconhecer-se a si mesma e identificar-se enquanto pluralidade que perfaz identificar-se enquanto pluralidade que perfaz uma unidade político-social interdependente. uma unidade político-social interdependente. Em sua mobilidade e incompletude ( pág. 39), Em sua mobilidade e incompletude ( pág. 39), a Constituição limita-se a estabelecer apenas a Constituição limita-se a estabelecer apenas traços fundamentais ( pág. 46)traços fundamentais ( pág. 46)

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h) Trata-se de uma Constituição h) Trata-se de uma Constituição escrita, que reforça o efeito escrita, que reforça o efeito estabilizador e racionalizador do estabilizador e racionalizador do ordenamento jurídico, limitando as ordenamento jurídico, limitando as possibilidades de compreensão possibilidades de compreensão diferentes e proporciona pontos de diferentes e proporciona pontos de referência firmes à concretização da referência firmes à concretização da Constituição ( pág. 43) Constituição ( pág. 43)

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Nas palavra de Hesse:Nas palavra de Hesse:

“ “ A Constituição é a ordem fundamental jurídica da A Constituição é a ordem fundamental jurídica da coletividade. Ela determina os princípios diretivos, coletividade. Ela determina os princípios diretivos, segundo os quais deve formar-se unidade política e segundo os quais deve formar-se unidade política e tarefas estatais ser exercidas. Ela regula tarefas estatais ser exercidas. Ela regula procedimentos de vencimento de conflitos no interior procedimentos de vencimento de conflitos no interior da coletividade. Ela ordena a organização e o da coletividade. Ela ordena a organização e o procedimento da formação da unidade política e da procedimento da formação da unidade política e da atividade estatal. Ela cria bases e normaliza traços atividade estatal. Ela cria bases e normaliza traços fundamentais da ordem total jurídica. Em tudo, ela é o fundamentais da ordem total jurídica. Em tudo, ela é o plano estrutural fundamental, orientado por plano estrutural fundamental, orientado por determinados princípios de sentido, para a determinados princípios de sentido, para a configuração jurídica de uma coletividade”. ( pág. 37) .configuração jurídica de uma coletividade”. ( pág. 37) .

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Em conclusão: “ A Constituição cria Em conclusão: “ A Constituição cria regras de atuação e decisão política; regras de atuação e decisão política; ela dá à política pontos de ela dá à política pontos de referências dirigentes, mas ela não referências dirigentes, mas ela não pode substituí-los”. Ela, portanto, pode substituí-los”. Ela, portanto, abre-se para as atividades políticas abre-se para as atividades políticas em sentido amplo, numa implicação em sentido amplo, numa implicação de influências mútuas ( pág. 42)de influências mútuas ( pág. 42)

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O MÉTODO NO ESTUDO O MÉTODO NO ESTUDO DA CONSTITUIÇÃO.DA CONSTITUIÇÃO.

A concretização da norma A concretização da norma constitucionalconstitucional

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Hesse vai trabalhar com a Hesse vai trabalhar com a noção de: noção de:

CONCRETIZAÇÃO DA CONCRETIZAÇÃO DA NORMA CONSTITUCIONAL. NORMA CONSTITUCIONAL. Para tanto ele lança mão das idéias Para tanto ele lança mão das idéias de:de:

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1) Decidibilidade: O Direito é uma 1) Decidibilidade: O Direito é uma disciplina da decisão, donde sua disciplina da decisão, donde sua interpretação deve ser finalizada interpretação deve ser finalizada criando soluções para os problemas criando soluções para os problemas em pauta.em pauta.

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2) Tópica: A decidibilidade é tomada 2) Tópica: A decidibilidade é tomada via via inventio inventio de argumentos e de argumentos e topoitopoi argumentativos fornecidos pela argumentativos fornecidos pela tradição, pelos precedentes ( pág. tradição, pelos precedentes ( pág. 64, pelos limites do texto e 64, pelos limites do texto e influenciados pela lógica do razoável influenciados pela lógica do razoável e da proporcionalidade (pág. 67), e e da proporcionalidade (pág. 67), e pela comparação de direitos ( pág. pela comparação de direitos ( pág. 66)66)

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3) O caráter criador da interpretação ( 3) O caráter criador da interpretação ( pág. 61) pág. 61)

4) A Interpretação voltada para a 4) A Interpretação voltada para a solução de solução de problemas concretosproblemas concretos ( não há, portanto, ( não há, portanto, a prioria priori , , interpretações verdadeiras, só diante interpretações verdadeiras, só diante do caso concreto é que se pode do caso concreto é que se pode chegar a uma interpretação chegar a uma interpretação razoávelrazoável, , prudenteprudente. pág. 62).. pág. 62).

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5) A Interpretação constitucional 5) A Interpretação constitucional aceita certa influência dos métodos aceita certa influência dos métodos tradicionais de interpretação ( tradicionais de interpretação ( mens mens legis, mens legislatorislegis, mens legislatoris, teleológico, , teleológico, sistemático, silogístico, dentre sistemático, silogístico, dentre outros, pág. 60), mas sobretudo é outros, pág. 60), mas sobretudo é importante ater-se à objetividade importante ater-se à objetividade proporcionada pelo texto normativo.proporcionada pelo texto normativo.

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ConclusãoConclusão

A concretização e a realização da A concretização e a realização da Constituição ocorrem, por conseguinte, Constituição ocorrem, por conseguinte, quando o problema e os horizontes de quando o problema e os horizontes de significância do contexto histórico-significância do contexto histórico-concreto densificam semanticamente o concreto densificam semanticamente o âmbito norma, e a decisão encontrada, âmbito norma, e a decisão encontrada, via via inventioinventio, para solucionar o , para solucionar o problema não entra em contradição problema não entra em contradição com o programa da norma com o programa da norma constitucional, antes o acompanha. constitucional, antes o acompanha.

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PRINCÍPIOS DA PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONALCONSTITUCIONAL

O fecho da concretização da O fecho da concretização da norma constitucionalnorma constitucional

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PONTO IV - PRINCÍPIOS DA PONTO IV - PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONALINTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL

1) 1) Unidade da ConstituiçãoUnidade da Constituição: “ : “ todas as normas constitucionais todas as normas constitucionais devem ser interpretadas de tal modo devem ser interpretadas de tal modo que contradições com outras normas que contradições com outras normas constitucionais sejam evitadas. ( pág. constitucionais sejam evitadas. ( pág. 65). Há uma conexão total, interna e 65). Há uma conexão total, interna e externa ( faz se referencia às externa ( faz se referencia às normas de Direito Comunitário e normas de Direito Comunitário e Direito Internacional protetivas dos Direito Internacional protetivas dos Direitos Humanos, pág. 66).Direitos Humanos, pág. 66).

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2) 2) Princípio da Concordância Princípio da Concordância PráticaPrática : havendo conflito na : havendo conflito na proteção de bens jurídicos há que se proteção de bens jurídicos há que se realizar a realizar a “ponderação de bens”“ponderação de bens” e a e a “otimização”“otimização”, traçando limite a , traçando limite a ambos os bens para que “ possam ambos os bens para que “ possam chegar a eficácia ótima” (pág. 66), chegar a eficácia ótima” (pág. 66), instituindo uma “instituindo uma “proporcionalidade”proporcionalidade” a cada qual(pág. 67)a cada qual(pág. 67)

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3) 3) Princípio da exatidão funcional: Princípio da exatidão funcional: Na Na interpretação da Constituição, Hesse interpretação da Constituição, Hesse defende que cada Poder deve manter-se defende que cada Poder deve manter-se estritamente no exercício de sua função estritamente no exercício de sua função típica. Não deve o Tribunal Constitucional típica. Não deve o Tribunal Constitucional passar a ter pretensões normativo-ativas. passar a ter pretensões normativo-ativas. Não pode o Executivo passar a ter Não pode o Executivo passar a ter pretensões legiferantes (ex: abuso de pretensões legiferantes (ex: abuso de medidas provisória), nem o Legislativo ter medidas provisória), nem o Legislativo ter pretensões judicantes ( ex: perdão das pretensões judicantes ( ex: perdão das multas eleitorais). Pág. 67multas eleitorais). Pág. 67

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4) 4) Princípio do Efeito Integrador: Princípio do Efeito Integrador: A interpretação constitucional de A interpretação constitucional de visar constituir em efeito integrador visar constituir em efeito integrador para conservação da unidade política para conservação da unidade política ( ex: proibição, por ( ex: proibição, por inconstitucionalidade, da expressão inconstitucionalidade, da expressão das idéias de separação dos Estados das idéias de separação dos Estados do Sul do Brasil, com o objetivo de do Sul do Brasil, com o objetivo de criar o País dos Pampas. Pág. 68).criar o País dos Pampas. Pág. 68).

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5) 5) Princípio da Interpretação Conforme à Princípio da Interpretação Conforme à ConstituiçãoConstituição::““Uma Lei não deve ser declarada nula quando Uma Lei não deve ser declarada nula quando ela pode ser interpretada em consonância ela pode ser interpretada em consonância com a Constituição” ( pág. 71) . Parte-se da com a Constituição” ( pág. 71) . Parte-se da idéia de que a Constituição proporciona idéia de que a Constituição proporciona contornos precisos aos conteúdos de contornos precisos aos conteúdos de significância da Lei. Faz-se, assim, um significância da Lei. Faz-se, assim, um controle de constitucionalidade não apenas controle de constitucionalidade não apenas negativo, mas, também, positivo, explicitando negativo, mas, também, positivo, explicitando interpretação que torna a norma adequada a interpretação que torna a norma adequada a ter vigência dentro do sistema jurídico ter vigência dentro do sistema jurídico coordenado pela Constituição.coordenado pela Constituição.

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Pressupostos: Pressupostos:

a) A vontade do Legislador democrático a) A vontade do Legislador democrático possui presunção de constitucionalidade.possui presunção de constitucionalidade.

b) O Tribunal deve ater-se a um b) O Tribunal deve ater-se a um minusminus de de interpretação a fim de respeitar o princípio interpretação a fim de respeitar o princípio da exatidão funcional.da exatidão funcional.

c) A inconstitucionalidade só deve ser c) A inconstitucionalidade só deve ser declarada se for evidente declarada se for evidente

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d) Deve-se buscar um equilíbrio d) Deve-se buscar um equilíbrio entre o controle abstrato e o controle entre o controle abstrato e o controle difuso, sob pena de transformar o difuso, sob pena de transformar o Tribunal Constitucional em Tribunal Tribunal Constitucional em Tribunal Superior que decide sobre questões Superior que decide sobre questões atinentes às normas comuns de atinentes às normas comuns de Direito civil, penal, etc. pág. 74. Direito civil, penal, etc. pág. 74.

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e) A Interpretação conforme deve e) A Interpretação conforme deve respeitar a idéia de unidade da ordem respeitar a idéia de unidade da ordem jurídica, de maneira que as Leis jurídica, de maneira que as Leis promulgadas sob a vigência da promulgadas sob a vigência da Constituição devem ser interpretadas Constituição devem ser interpretadas em consonância com esta, e as Leis em consonância com esta, e as Leis antigas devem ser interpretadas antigas devem ser interpretadas adaptando-as à nova ordem adaptando-as à nova ordem inaugurada pela Constituição. Pág. 66.inaugurada pela Constituição. Pág. 66.

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6) Princípio da Força Normativa da 6) Princípio da Força Normativa da Constituição: Constituição:

A interpretação constitucional deve esforçar-se A interpretação constitucional deve esforçar-se para dar estabilidade a vigor à Constituição. Há para dar estabilidade a vigor à Constituição. Há que ter, para tanto, “VONTADE DE CONSTITUIÇÃO”, que ter, para tanto, “VONTADE DE CONSTITUIÇÃO”, isto é, a prática das ações dos governantes, dos isto é, a prática das ações dos governantes, dos indivíduos e dos grupos sociais deve ser no sentido indivíduos e dos grupos sociais deve ser no sentido de preservar o texto constitucional de mutações de preservar o texto constitucional de mutações constantes e de rupturas com o objetivo de se constantes e de rupturas com o objetivo de se efetivar, concretamente, as metas sociais buscadas efetivar, concretamente, as metas sociais buscadas pela Constituição, para tanto a Força Normativa da pela Constituição, para tanto a Força Normativa da Constituição pressupõe-se que: Constituição pressupõe-se que:

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a) Se estabeleça uma ordem normativa a) Se estabeleça uma ordem normativa estávelestável

b) Efetive um constante processo de b) Efetive um constante processo de legitimação democrática do texto legitimação democrática do texto constitucionalconstitucional

c) Implemente atos de vontade dos c) Implemente atos de vontade dos governantes, dos indivíduos e dos grupos governantes, dos indivíduos e dos grupos sociais no sentido de se fazer cumprir e sociais no sentido de se fazer cumprir e preservar o texto constitucionalpreservar o texto constitucional

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d) Adapte o conteúdo da Constituição d) Adapte o conteúdo da Constituição ao tempo presenteao tempo presente

e) Renuncie a fazer priorizar e) Renuncie a fazer priorizar interesses momentâneos em interesses momentâneos em detrimento ao texto constitucionaldetrimento ao texto constitucional

f) Tenha consciência dos limites da f) Tenha consciência dos limites da própria constituição e, em própria constituição e, em conseqüência, da interpretação conseqüência, da interpretação constitucional. (pág. 23 e 26 FN).constitucional. (pág. 23 e 26 FN).

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Exemplo de Exemplo de concretização da concretização da

norma:norma:O voto do “Juiz Joseph O voto do “Juiz Joseph

Kirkland” sobre o conflito Kirkland” sobre o conflito entre pró-vida e pró-escolha entre pró-vida e pró-escolha

na questão do aborto nos na questão do aborto nos Estados Unidos. (ver o filme Estados Unidos. (ver o filme O Desafio da Lei (Swing Vote)O Desafio da Lei (Swing Vote)

pesquisar na internet)pesquisar na internet)

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CONCLUSÃOCONCLUSÃO

Em conclusão, para Konrad Hesse, a Em conclusão, para Konrad Hesse, a Constituição, frente as forças Constituição, frente as forças políticas e materiais da Sociedade, políticas e materiais da Sociedade, possui, ainda que de maneira possui, ainda que de maneira limitada, uma força própria, isto é, limitada, uma força própria, isto é, uma FORÇA NORMATIVA.uma FORÇA NORMATIVA.

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Tal Força normativa traz para os agentes Tal Força normativa traz para os agentes sociais e os indivíduos uma pré-compreensão sociais e os indivíduos uma pré-compreensão de mundo e de valores que lhes permitem de mundo e de valores que lhes permitem coordenar suas ações políticas e as maneiras coordenar suas ações políticas e as maneiras pelas quais vivem. A constituição exerce uma pelas quais vivem. A constituição exerce uma função dirigente, planejando e determinando função dirigente, planejando e determinando metas a serem cumpridas para a consecução metas a serem cumpridas para a consecução da unidade política e social em que se vive da unidade política e social em que se vive nos quadrantes dos Estados Sócias e nos quadrantes dos Estados Sócias e Democráticos de Direito que seguem a Democráticos de Direito que seguem a tradição do Direito ocidental. Assim, a tradição do Direito ocidental. Assim, a Constituição legitima-se e se impõe por si Constituição legitima-se e se impõe por si mesma enquanto valor ( (pág. 12 FN) mesma enquanto valor ( (pág. 12 FN) necessário ao jogo democrático. necessário ao jogo democrático.

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É em tempos difíceis que a Força Normativa da É em tempos difíceis que a Força Normativa da Constituição deve prevalecer, impedindo Constituição deve prevalecer, impedindo rupturas e violências ( pág. FN 25), cabendo, rupturas e violências ( pág. FN 25), cabendo, segundo Hesse, ao Direito Constitucional segundo Hesse, ao Direito Constitucional efetivar esforços para evitar que questões de efetivar esforços para evitar que questões de Direito tornem-se questões de Poder, para Direito tornem-se questões de Poder, para tanto, compete ao Direito Constitucional tanto, compete ao Direito Constitucional despertar, incentivar e preservar a VONTADE despertar, incentivar e preservar a VONTADE DE CONSTITUIÇÃO, sem, contudo, cair em DE CONSTITUIÇÃO, sem, contudo, cair em ilusões, tudo de maneira a, ao cumprir as ilusões, tudo de maneira a, ao cumprir as metas de unidade, paz e bem estar social, metas de unidade, paz e bem estar social, CONCRETIZAR o texto constitucional, (pág. 27 CONCRETIZAR o texto constitucional, (pág. 27 FN).FN).

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Constituição e Processo: Constituição e Processo: modos de atuaçãomodos de atuação

Juiz singular: controle de Juiz singular: controle de constitucionalidade do processo constitucionalidade do processo como direito fundamental: como direito fundamental: o o processo volta a ser estudado a partir processo volta a ser estudado a partir de uma perspectiva constitucional, mas de uma perspectiva constitucional, mas agora seguindo esta nova fase em que agora seguindo esta nova fase em que permite aos sujeitos do processo operar permite aos sujeitos do processo operar com clausulas gerais, principio da com clausulas gerais, principio da proporcionalidade, controle difuso e etc.proporcionalidade, controle difuso e etc.

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Os juízes no exercício da jurisdição tem a Os juízes no exercício da jurisdição tem a obrigação de controlar a lei. O juiz não é obrigação de controlar a lei. O juiz não é mais a boca da lei, como queria mais a boca da lei, como queria Montesquieu, mas sim o produtor de um Montesquieu, mas sim o produtor de um direito que toma em consideração a lei à luz direito que toma em consideração a lei à luz da constituição e, assim, faz os devidos da constituição e, assim, faz os devidos ajustes para suprir as suas imperfeições ou ajustes para suprir as suas imperfeições ou encontrar uma interpretação adequada, encontrar uma interpretação adequada, podendo chegar a considerá-lo podendo chegar a considerá-lo inconstitucional no caso em que sua inconstitucional no caso em que sua aplicação não é possível diante dos princípios aplicação não é possível diante dos princípios de justiça e dos direitos fundamentais.de justiça e dos direitos fundamentais.

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Neoprocessualismo: Neoprocessualismo: o direito o direito processual deve estar adequado a processual deve estar adequado a esse novo constitucionalismo, esse novo constitucionalismo, portanto deve ser pensado de portanto deve ser pensado de maneira a valorizar os direitos maneira a valorizar os direitos fundamentais. Seja em sua dimensão fundamentais. Seja em sua dimensão subjetiva ou objetiva, a partir das subjetiva ou objetiva, a partir das premissas do estado constitucional.premissas do estado constitucional.

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PRINCÍPIOS GERAIS DO PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSOPROCESSO

Devido processo legalDevido processo legal: segundo nelson : segundo nelson nery jr., Trata-se do princípio base, sobre o nery jr., Trata-se do princípio base, sobre o qual todos os outros se sustentam.qual todos os outros se sustentam.

Origina-se da expressão inglesa Origina-se da expressão inglesa due due process of law.process of law.

Sua previsão inicial se deu com a magna Sua previsão inicial se deu com a magna carta do João sem terra, de 1215. carta do João sem terra, de 1215.

Este princípio tem aplicação generalizada Este princípio tem aplicação generalizada pois se manifesta a respeito da vida, pois se manifesta a respeito da vida, patrimônio, liberdade. Processo é uma patrimônio, liberdade. Processo é uma palavra gênero que engloba: legislativo, palavra gênero que engloba: legislativo, judicial, administrativo e negociai.judicial, administrativo e negociai.

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Hoje se fala sem embargo da aplicação de Hoje se fala sem embargo da aplicação de tal princípio na relações privadas.tal princípio na relações privadas.

Como dantes dito, é um princípio também Como dantes dito, é um princípio também de moldura substancial. de moldura substancial. SubstantiveSubstantive due due processprocess. As decisões jurídicas não devem . As decisões jurídicas não devem ter respeitado o processo só na sua ter respeitado o processo só na sua regularidade formal, mas também e muito regularidade formal, mas também e muito necessário que tal decisão seja erigida de necessário que tal decisão seja erigida de forma substancialmente razoável e forma substancialmente razoável e proporcional.proporcional.

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Princípio do direito fundamental à Princípio do direito fundamental à tutela efetiva:tutela efetiva: este princípio liga –se este princípio liga –se metodologicamente ao princípio da metodologicamente ao princípio da inafastabilidade que a partir do direito inafastabilidade que a partir do direito fundamental à tutela efetiva não deve fundamental à tutela efetiva não deve ser visto simplesmente como “bater às ser visto simplesmente como “bater às portas do judiciário”, mas, sim, como portas do judiciário”, mas, sim, como garantia de acesso á ordem jurídica garantia de acesso á ordem jurídica justa, consubstanciada em uma justa, consubstanciada em uma prestação jurisdicional célere, adequada prestação jurisdicional célere, adequada e eficaz.e eficaz.

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Marinoni diz: “o direito à sentença Marinoni diz: “o direito à sentença deve ser visto como direito ao deve ser visto como direito ao provimento e aos meios executivos provimento e aos meios executivos capazes de dar efetividade ao direito capazes de dar efetividade ao direito substancial, o que significa o direito substancial, o que significa o direito à efetividade em sentido estrito”.à efetividade em sentido estrito”.

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Diz a doutrina moderna : esse Diz a doutrina moderna : esse principio também pode designado de principio também pode designado de principio da máxima coincidência principio da máxima coincidência possível. Trata-se da velha máxima possível. Trata-se da velha máxima chiovendiana, segundo a qual o chiovendiana, segundo a qual o processo deve dar a quem tenha processo deve dar a quem tenha razão o exato bem da vida e que ele razão o exato bem da vida e que ele teria direito, se não precisasse de se teria direito, se não precisasse de se valer do processo jurisdicional.valer do processo jurisdicional.

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Assim o processo deve primar, na medida Assim o processo deve primar, na medida do possível, pela obtenção deste resultado do possível, pela obtenção deste resultado (tutela jurisdicional) coincidente com o (tutela jurisdicional) coincidente com o direito material.direito material.

As ultimas reformas do processo civil, As ultimas reformas do processo civil, quais sejam, lei 8.952, de 1994, 10.444, quais sejam, lei 8.952, de 1994, 10.444, de 2002, e 11.232, de 2005, deram uma de 2002, e 11.232, de 2005, deram uma grande importância a esse princípio. Os grande importância a esse princípio. Os artigos 273, 461, 461 a, e 475 j confirmam artigos 273, 461, 461 a, e 475 j confirmam o predito o predito

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Princípio da adequação e Princípio da adequação e adaptabilidade do procedimentoadaptabilidade do procedimento

Esse princípio é o que justifica a existência Esse princípio é o que justifica a existência de uma teoria geral do processo, diz alguns de uma teoria geral do processo, diz alguns autores, sabendo-se que as regras autores, sabendo-se que as regras processuais devem ser adequadas àquilo processuais devem ser adequadas àquilo que servirão de meio de tutela, será possível que servirão de meio de tutela, será possível aceitar a existência de uma serie de aceitar a existência de uma serie de conceitos que devem ser utilizados para a conceitos que devem ser utilizados para a compreensão de qualquer fenômeno compreensão de qualquer fenômeno processual processual

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O jurisdicionado, para obter aquilo O jurisdicionado, para obter aquilo que realmente tem direito de obter, que realmente tem direito de obter, precisa de uma série de medidas precisa de uma série de medidas estabelecidas pelo legislador, dentre estabelecidas pelo legislador, dentre as quais avulta a criação de um as quais avulta a criação de um procedimento adequado às procedimento adequado às particularidades da situação jurídica particularidades da situação jurídica substancial submetida à apreciação substancial submetida à apreciação do órgão jurisdicional do órgão jurisdicional

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O princípio da adaptabilidade confere O princípio da adaptabilidade confere ao magistrado, por exemplo, como ao magistrado, por exemplo, como direitor do processo, poderes para direitor do processo, poderes para conformar o procedimento às conformar o procedimento às peculiaridades do caso concreto, peculiaridades do caso concreto, tudo como meio de bem tutelar o tudo como meio de bem tutelar o direito material direito material

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Também deve permitir ao Também deve permitir ao magistrado que corrija o magistrado que corrija o procedimento que se revele procedimento que se revele inconstitucional, por ferir um direito inconstitucional, por ferir um direito fundamental processual como o fundamental processual como o contraditório. Assim é pois que se contraditório. Assim é pois que se revela o princípio em tela, revela o princípio em tela, é a é a elasticidade ou adequação elasticidade ou adequação judicial do procedimentojudicial do procedimento..

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Portanto, visualizamos que cabe ao Portanto, visualizamos que cabe ao órgão jurisdicional prosseguir na órgão jurisdicional prosseguir na adequação do processo, iniciada pelo adequação do processo, iniciada pelo legislador, mas que, em razão da legislador, mas que, em razão da natural abstração do texto natural abstração do texto normativo, pode ignorar normativo, pode ignorar peculiaridades de situações do caso peculiaridades de situações do caso concreto.concreto.

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Muitas vezes há previsão legal para Muitas vezes há previsão legal para essa adequação judicial ao essa adequação judicial ao procedimento: a- inversão do ônus da procedimento: a- inversão do ônus da prova em causa de consumo ( art. 6, prova em causa de consumo ( art. 6, viii, cdc). B- a possibilidade de viii, cdc). B- a possibilidade de conversão do procedimento sumário em conversão do procedimento sumário em ordinário, em razão da complexidade da ordinário, em razão da complexidade da prova técnica ou do valor da causa (art. prova técnica ou do valor da causa (art. 277, parágrafo 4 e 5 do CPC)277, parágrafo 4 e 5 do CPC)

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Principio da boa-fé processualPrincipio da boa-fé processual De acordo com a boa-fé processual De acordo com a boa-fé processual

os sujeitos do processo, e não os sujeitos do processo, e não somente as partes, devem somente as partes, devem comportar-se de acordo com as boa-comportar-se de acordo com as boa-fé, nesse caso, dever ser entendida fé, nesse caso, dever ser entendida como uma norma de conduta. Pode-como uma norma de conduta. Pode-se visualizar este princípio pelo inciso se visualizar este princípio pelo inciso ii do art. 14 do cpc. ii do art. 14 do cpc.

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Obviamente os destinatários deste princípio Obviamente os destinatários deste princípio não são somente as partes, mas todos não são somente as partes, mas todos aqueles que participam do processo, aqueles que participam do processo, inclusive o próprio judiciário, o estado-juiz inclusive o próprio judiciário, o estado-juiz que deve agir com lealdade e com proteção que deve agir com lealdade e com proteção à confiança.à confiança.

Esse princípio encontra sua compostura Esse princípio encontra sua compostura também na constituição quando também na constituição quando examinamos o devido processo legal examinamos o devido processo legal extraído portanto da dignidade da pessoa extraído portanto da dignidade da pessoa humana.humana.

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Principio da cooperação : Principio da cooperação : Vindo do direito estrangeiro, mas Vindo do direito estrangeiro, mas

com repercussão no direito com repercussão no direito brasileiro, este princípio orienta brasileiro, este princípio orienta magistrado a tomar uma posição de magistrado a tomar uma posição de agente-colaborador do processo, de agente-colaborador do processo, de participante ativo do contraditório e participante ativo do contraditório e não mais de um mero fiscal de não mais de um mero fiscal de regras.regras.

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O magistrado deve adotar uma postura de O magistrado deve adotar uma postura de diálogo com as partes e com os demais diálogo com as partes e com os demais sujeitos do processo, esclarecendo suas sujeitos do processo, esclarecendo suas dúvidas, e ainda dando orientações dúvidas, e ainda dando orientações necessárias, quando for o caso. necessárias, quando for o caso.

O processo deve ser perpetrado como o O processo deve ser perpetrado como o produto de atividade cooperativa, cada produto de atividade cooperativa, cada qual com suas funções, mas todos com o qual com suas funções, mas todos com o objetivo comum que é a prolação do ato objetivo comum que é a prolação do ato final.final.

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O magistrado é trazido ao debate O magistrado é trazido ao debate processual; prestigia-se o diálogo e o processual; prestigia-se o diálogo e o equilíbrio. Trata-se de princípio de que equilíbrio. Trata-se de princípio de que informa e qualifica o contraditório.informa e qualifica o contraditório.

É muito positivo a inspiração de tal É muito positivo a inspiração de tal processo em nossas relações processo em nossas relações processuais porque impede ou dificulta processuais porque impede ou dificulta a decretação de nulidades processuais a decretação de nulidades processuais

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Por fim, verifica-se que a cooperação Por fim, verifica-se que a cooperação gera deveres para o magistrado, gera deveres para o magistrado, quais sejam: dever de quais sejam: dever de esclarecimento, dever de consultar, esclarecimento, dever de consultar, dever de prevenir. (Art. 284 do cpc – dever de prevenir. (Art. 284 do cpc – emenda da inicial)emenda da inicial)

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Princípio do direito fundamental a um Princípio do direito fundamental a um processo sem dilações indevidas.processo sem dilações indevidas.

A convenção americana de direitos A convenção americana de direitos humanos, pacto de san josé da costa rica, humanos, pacto de san josé da costa rica, no art. 8, 1, prevê: “ toda pessoa em o no art. 8, 1, prevê: “ toda pessoa em o direito a ser ouvida com as devidas direito a ser ouvida com as devidas garantias dentro de um prazo razoável, por garantias dentro de um prazo razoável, por um juiz ou tribunal competente, um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial... Hoje a emenda independente e imparcial... Hoje a emenda constitucional 45 de 2004, incluiu o inciso constitucional 45 de 2004, incluiu o inciso lxxviii no art. 5 da CF de 1988.lxxviii no art. 5 da CF de 1988.

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O direito ao processo sem dilações indevidas, O direito ao processo sem dilações indevidas, como corolário do devido processo legal estava como corolário do devido processo legal estava em nosso ordenamento jurídico a muito e hoje em nosso ordenamento jurídico a muito e hoje de cunho constitucional deve ser respeitado de cunho constitucional deve ser respeitado sob pena de inconstitucionalidade, mas como sob pena de inconstitucionalidade, mas como nenhum direito constitucional é absoluto essa nenhum direito constitucional é absoluto essa duração razoável parte-se de três critérios a duração razoável parte-se de três critérios a serem verificados: complexidade do assunto – serem verificados: complexidade do assunto – o comportamento dos litigantes e de seus o comportamento dos litigantes e de seus procuradores ou da acusação e da defesa do procuradores ou da acusação e da defesa do processo – a atuação do órgão jurisdicional.processo – a atuação do órgão jurisdicional.

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Princípio do direito fundamental Princípio do direito fundamental à igualdadeà igualdade

Os litigantes devem receber Os litigantes devem receber tratamento processual idêntico; tratamento processual idêntico; devem estar em combate com as devem estar em combate com as mesmas armas, de modo que mesmas armas, de modo que possam litigar em pé de igualdade. possam litigar em pé de igualdade. Chamar-se a isso de paridade de Chamar-se a isso de paridade de armas.armas.

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Direito fundamental a amplitude Direito fundamental a amplitude de defesade defesa

É o conjunto de meios adequados É o conjunto de meios adequados para o exercício do adequando para o exercício do adequando contraditório. Trata-se do aspecto contraditório. Trata-se do aspecto material do contraditório material do contraditório

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Principio da instrumentalidade Principio da instrumentalidade O processo não é um fim em si mesmo, O processo não é um fim em si mesmo,

mas uma técnica desenvolvida para a mas uma técnica desenvolvida para a tutela do direito material . o processo é tutela do direito material . o processo é realidade formal – conjunto de formas realidade formal – conjunto de formas preestabelecidas.preestabelecidas.

Sucede que a forma só deve prevalecer se Sucede que a forma só deve prevalecer se o fim para o qual ela for desenvolvida não o fim para o qual ela for desenvolvida não lograr ter sido atingido.lograr ter sido atingido.

A visão instrumentalista do processo A visão instrumentalista do processo estabelece a ponte entre o direito estabelece a ponte entre o direito processual e o direito material.processual e o direito material.

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Não há uma minimização do processo na Não há uma minimização do processo na construção do direito, quando se fala em construção do direito, quando se fala em instrumentalização, na verdade, trata-se instrumentalização, na verdade, trata-se de dar-lhe a sua exata função, que é a de de dar-lhe a sua exata função, que é a de co-protagonista.co-protagonista.

A instrumentalidade do processo pauta-se A instrumentalidade do processo pauta-se na premissa de que o direito material na premissa de que o direito material coloca-se como o valor que deve presidir a coloca-se como o valor que deve presidir a criação, a interpretação e a aplicação das criação, a interpretação e a aplicação das regras processuais.regras processuais.

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Principio do direito fundamental Principio do direito fundamental à publicidadeà publicidade

Os atos processuais devem ser Os atos processuais devem ser públicos. Trata-se de direito públicos. Trata-se de direito fundamental que visa permitir o fundamental que visa permitir o controle da opinião pública sobre os controle da opinião pública sobre os serviços da justiça, máxime sobre o serviços da justiça, máxime sobre o poder de que foi investido o juiz.poder de que foi investido o juiz.

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A constituição estabelece a possibilidade de A constituição estabelece a possibilidade de restrição à publicidade, como nenhum direito é restrição à publicidade, como nenhum direito é absoluto: “a lei só poderá restringir a publicidade absoluto: “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”intimidade ou o interesse social o exigirem”

A restrição a publicidade tanto pode fundar-se no A restrição a publicidade tanto pode fundar-se no interesse público como também na preservação interesse público como também na preservação da intimidade, aplicando, sempre, o princípio da da intimidade, aplicando, sempre, o princípio da proporcionalidade. proporcionalidade.

Em conclusão, é um princípio que trata-se de Em conclusão, é um princípio que trata-se de verdadeiro instrumento de eficácia da garantia da verdadeiro instrumento de eficácia da garantia da motivação das decisões judiciais. motivação das decisões judiciais.

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Outros princípiosOutros princípios

Princípios informativos: Normas de Princípios informativos: Normas de natureza ética que representam um desejo natureza ética que representam um desejo de melhoria ao aparato processual, na de melhoria ao aparato processual, na busca do justo:busca do justo:

A) LógicoA) Lógico B) EconômicoB) Econômico C)PolíticoC)Político D)InstrumentalD)Instrumental E) EfetivoE) Efetivo

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Princípio LógicoPrincípio Lógico

O processo deve encaminhar-se O processo deve encaminhar-se segundo as formas mais aptas a segundo as formas mais aptas a descobrir a verdade e evitar erros. descobrir a verdade e evitar erros. Sendo marcha para frente, uma vez Sendo marcha para frente, uma vez iniciado ele vai racionalmente em iniciado ele vai racionalmente em busca da finalidade numa seqüência busca da finalidade numa seqüência lógica de atos. Ex: é lógico que a lógica de atos. Ex: é lógico que a defesa fala por último. defesa fala por último.

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Princípio econômicoPrincípio econômico

O princípio busca obter o máximo de O princípio busca obter o máximo de resultado possível com o mínimo resultado possível com o mínimo gasto, desforço, formalismos. gasto, desforço, formalismos. Também leva o nome de princípio da Também leva o nome de princípio da economia processual. Traz a economia processual. Traz a simplificação para o processo. simplificação para o processo.

Economia de custos, tempo, atos, Economia de custos, tempo, atos, eficiência da administração judiciária eficiência da administração judiciária ( art. 37 CF)( art. 37 CF)

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Princípio PolíticoPrincípio Político Participação do jurisdicionado na construção Participação do jurisdicionado na construção

da democracia e da paz social seja quando da democracia e da paz social seja quando obtém a justiça em particular, seja quanto, a obtém a justiça em particular, seja quanto, a partir de sua situação jurídica particular partir de sua situação jurídica particular contribui para a efetivação da justiça como contribui para a efetivação da justiça como um todo visando a paz social e o bem-estar um todo visando a paz social e o bem-estar ( art. 193 da CF). A justiça é uma das etapas ( art. 193 da CF). A justiça é uma das etapas da construção política da qualidade de da construção política da qualidade de vida( art 225 da CF) almejada como tarefa a vida( art 225 da CF) almejada como tarefa a ser cumprida por todos que vivemos nesta ser cumprida por todos que vivemos nesta sociedade fundada e regida pela constituiçãosociedade fundada e regida pela constituição

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Princípio da Justiça como Princípio da Justiça como equidadeequidade

Traduz-se na necessidade de se Traduz-se na necessidade de se tratar a todos com equidade, isto é, tratar a todos com equidade, isto é, tratar os desiguais na medida de tratar os desiguais na medida de suas desigualdades, procurando suas desigualdades, procurando reduzir as desigualdades existentes reduzir as desigualdades existentes com mecanismos de igualização com mecanismos de igualização permitindo a paridade e o equilíbrio permitindo a paridade e o equilíbrio entre as partes.entre as partes.

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Princípio da Princípio da InstrumentalidadeInstrumentalidade

Muito além de um aparato tecnico-Muito além de um aparato tecnico-formal a serviço da ordem jurídica, o formal a serviço da ordem jurídica, o processo é um instrumento de processo é um instrumento de efetivação de justiça substancial efetivação de justiça substancial ( Grinover). Um processo voltado a ( Grinover). Um processo voltado a fins, isto é, fazer justiça, pacificar e fins, isto é, fazer justiça, pacificar e gerar qualidade de vida e bem-estar. gerar qualidade de vida e bem-estar. Atribuindo a cada um o seu direito.Atribuindo a cada um o seu direito.

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Princípio EfetivoPrincípio Efetivo

Revela a supremacia do interesse Revela a supremacia do interesse social no processo. Liga-se ao social no processo. Liga-se ao principio político. As determinantes principio político. As determinantes de longa duração inscritas no art. 3 de longa duração inscritas no art. 3 da CF são os grandes objetivos a da CF são os grandes objetivos a serem efetivados pela função serem efetivados pela função jurisdicional em todo processo.jurisdicional em todo processo.

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Princípios setoriaisPrincípios setoriais

Princípios ligados ao JuizPrincípios ligados ao Juiz Princípios ligados à defesa e ao Princípios ligados à defesa e ao

acesso à justiçaacesso à justiça Princípio do Devido Processo legalPrincípio do Devido Processo legal Princípio sobre as nulidadesPrincípio sobre as nulidades Princípio sobre as provasPrincípio sobre as provas Princípio sobre a sentençaPrincípio sobre a sentença Princípio sobre os recursosPrincípio sobre os recursos

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Princípios ligados ao Juiz.Princípios ligados ao Juiz. Juiz NaturalJuiz Natural Inércia da jurisdiçãoInércia da jurisdição ImparcialidadeImparcialidade InafastabilidadeInafastabilidade Gratuidade judiciáriaGratuidade judiciária InvestiduraInvestidura Aderência ao territórioAderência ao território IndelegabilidadeIndelegabilidade IndeclinabilidadeIndeclinabilidade InevitabilidadeInevitabilidade Independia relativa das jurisdição civil e penalIndependia relativa das jurisdição civil e penal Perpetuatio jurisdicionisPerpetuatio jurisdicionis recursividaderecursividade

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Juiz Natural:Juiz Natural:

Não há tribunal de exceção. A Não há tribunal de exceção. A competência do juiz deve conter competência do juiz deve conter detalhamentos funcionais, material e detalhamentos funcionais, material e territorial do tribunal. (segurança e territorial do tribunal. (segurança e democracia. Planejamento)democracia. Planejamento)

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Princípio da inércia da Princípio da inércia da jurisdiçãojurisdição

Não procede o juiz de ofício ( Não procede o juiz de ofício ( ne ne procedat judex ex officioprocedat judex ex officio). Ninguém é ). Ninguém é juiz sem autor ( juiz sem autor ( Nemo judex sine Nemo judex sine actoreactore).).

O juiz, antes de iniciado o processo, O juiz, antes de iniciado o processo, só pode proceder se provocado, só pode proceder se provocado, traduz em segurança para o traduz em segurança para o jurisdicionado via neutralidade do jurisdicionado via neutralidade do juiz.juiz.

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Princípio da independênciaPrincípio da independência

O Juiz não deve obediência senão ao O Juiz não deve obediência senão ao Direito, à Justiça, aos fatos, e à sua Direito, à Justiça, aos fatos, e à sua consciência.consciência.

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Princípio da imparcialidadePrincípio da imparcialidade

O Juiz não deve ter interesse O Juiz não deve ter interesse econômico ou sentimental em econômico ou sentimental em relação às partes. Sumo princípio da relação às partes. Sumo princípio da ética do juiz.ética do juiz.

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Princípio da inafastabilidadePrincípio da inafastabilidade

Art. 5 XXXV. Não se pode excluir da Art. 5 XXXV. Não se pode excluir da apreciação do judiciário ameaça ou apreciação do judiciário ameaça ou lesão a direito.lesão a direito.

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O Princípio da gratuidadeO Princípio da gratuidade

Art. 5. LXXIV. O acesso ao judiciário e Art. 5. LXXIV. O acesso ao judiciário e gratuito aos necessitados.gratuito aos necessitados.

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Princípio da InvestiduraPrincípio da Investidura

Só pode julgar processo judicial Só pode julgar processo judicial aquele que foi investido na função de aquele que foi investido na função de juiz.juiz.

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Princípio da aderência ao Princípio da aderência ao territórioterritório

Cada juiz só exerce sua competência Cada juiz só exerce sua competência no território previamente delimitado no território previamente delimitado por lei.por lei.

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Princípio da Princípio da indelegabilidadeindelegabilidade

É proibido ao juiz delegar atribuições É proibido ao juiz delegar atribuições eminentemente judicantes.eminentemente judicantes.

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Princípio da Princípio da indeclinabilidadeindeclinabilidade

Non liquetNon liquet O juiz não pode deixar de julgarO juiz não pode deixar de julgar

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Princípio da InevitabilidadePrincípio da Inevitabilidade

Na medida em que foi provocado, e Na medida em que foi provocado, e na medida em que o processo em si na medida em que o processo em si espelha interesse público, o juiz deve espelha interesse público, o juiz deve atuar de modo a obter a verdade atuar de modo a obter a verdade processual independentemente das processual independentemente das partes.partes.

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Princípio da independência Princípio da independência relativa entre as jurisdições relativa entre as jurisdições

civis e penais.civis e penais. Pode haver julgamento do mesmo Pode haver julgamento do mesmo

fato tanto na esfera civil quanto na fato tanto na esfera civil quanto na penal.penal.

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Princípio da Princípio da perpetuatio jurisdictionisperpetuatio jurisdictionis

Em regra, a competência relativa Em regra, a competência relativa uma vez estabelecida não se altera uma vez estabelecida não se altera mesmo que haja mudança dos dados mesmo que haja mudança dos dados de fato e de direito no tocante às de fato e de direito no tocante às partes.partes.

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Princípio da recursividadePrincípio da recursividade

Aquele que se sentir prejudicado com Aquele que se sentir prejudicado com a decisão inicial, tem o direito de a decisão inicial, tem o direito de pedir o reexame da questão visando pedir o reexame da questão visando a reforma da decisãoa reforma da decisão

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Princípios do acesso à Princípios do acesso à justiçajustiça

Princípio da demandaPrincípio da demanda Princípio da autonomia de açãoPrincípio da autonomia de ação Princípio dispositivoPrincípio dispositivo Princípio da defesaPrincípio da defesa Princípio da defesa globalPrincípio da defesa global Princípio da eventualidadePrincípio da eventualidade Princípio da estabilidade subjetiva da Princípio da estabilidade subjetiva da

demandademanda Princípio da estabilidade objetiva da Princípio da estabilidade objetiva da

demanda.demanda.

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Princípio da demandaPrincípio da demanda

É do cidadão e não do juiz a iniciativa É do cidadão e não do juiz a iniciativa de movimentar ou não movimentar o de movimentar ou não movimentar o processo.processo.

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Princípio da autonomia da Princípio da autonomia da açãoação

O Direito de provocar o judiciário não O Direito de provocar o judiciário não está submetido a qualquer condiçãoestá submetido a qualquer condição

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Princípio dispositivoPrincípio dispositivo

As partes têm plena liberdade de As partes têm plena liberdade de limitar a atuação do juiz aos fatos e limitar a atuação do juiz aos fatos e aos direitos que elas entendem aos direitos que elas entendem necessários para compor a lidenecessários para compor a lide

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Princípio da ampla defesaPrincípio da ampla defesa

Em sua defesa as partes podem Em sua defesa as partes podem apresentar fatos e efetivar provas apresentar fatos e efetivar provas que entender necessáriasque entender necessárias

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Princípio da defesa global ou Princípio da defesa global ou da concentraçãoda concentração

O réu deve alegar na contestação O réu deve alegar na contestação toda a matéria de defesa.toda a matéria de defesa.

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Princípio da eventualidadePrincípio da eventualidade

As partes têm o dever de apresentar As partes têm o dever de apresentar de uma só vez todas as provas, de uma só vez todas as provas, requerimentos, fatos mesmo que requerimentos, fatos mesmo que pareçam incongruentes entre sipareçam incongruentes entre si

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Princípio da estabilidade Princípio da estabilidade objetiva da demandaobjetiva da demanda

O autor não poderá após a citação O autor não poderá após a citação mudar o pedido e a causa de pedirmudar o pedido e a causa de pedir

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Princípio da estabilidade Princípio da estabilidade subjetiva da demandasubjetiva da demanda

A citação estabiliza a relação A citação estabiliza a relação processual, e só permite mudanças processual, e só permite mudanças em casos previstos expressamente em casos previstos expressamente em lei.em lei.

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Princípio do devido processo Princípio do devido processo legallegal( o processo deve seguir as normas ( o processo deve seguir as normas

previamente estipuladas em lei)previamente estipuladas em lei) A) Princípio do debate A) Princípio do debate (o processo possui regras próprias e (o processo possui regras próprias e

os participantes a elas se submetem)os participantes a elas se submetem) B) Princípio do impulso oficialB) Princípio do impulso oficial C) princípio da boa-fé C) princípio da boa-fé (ética, verdade, moralidade, (ética, verdade, moralidade,

probidade)probidade) D)Princípio do contraditórioD)Princípio do contraditório E)Princípio da representação por advogadoE)Princípio da representação por advogado F) Princípio da publicidadeF) Princípio da publicidade G)Princípio da celeridadeG)Princípio da celeridade H) princípio da preclusão (H) princípio da preclusão (questões não suscitadas no questões não suscitadas no

prazo legal ou já suscitadas não poderão ser reexaminadas)prazo legal ou já suscitadas não poderão ser reexaminadas) i) Princípio da indisponibilidade do rito i) Princípio da indisponibilidade do rito

procedimentalprocedimental J) Princípio da preferibilidade do rito ordinárioJ) Princípio da preferibilidade do rito ordinário

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Princípios sobre as Princípios sobre as nulidadesnulidades

A) Princípio da liberdade, em regra, da formaA) Princípio da liberdade, em regra, da forma B) Princípio da instrumentalidade das formasB) Princípio da instrumentalidade das formas C) Princípio do aproveitamento máximo dos C) Princípio do aproveitamento máximo dos

atosatos D) Princípio do prejuízo ( D) Princípio do prejuízo ( pas de nullité sans pas de nullité sans

grief)grief) E) Princípio da convalidação E) Princípio da convalidação (sob pena de preclusão, a (sob pena de preclusão, a

nulidade deve ser alegada na primeira oportunidade)nulidade deve ser alegada na primeira oportunidade)

F) Princípio da causalidade (F) Princípio da causalidade (anulado um ato, os que anulado um ato, os que dele decorrem também serão nulos)dele decorrem também serão nulos)

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Princípios sobre as provasPrincípios sobre as provas A) Princípio da busca da verdade realA) Princípio da busca da verdade real B) Princípio da licitude e moralidade da provasB) Princípio da licitude e moralidade da provas C) Princípio inquisitivoC) Princípio inquisitivo ( o juiz é livre para determinar as medidas para a ( o juiz é livre para determinar as medidas para a

busca da verdade real)busca da verdade real) D) Princípio da livre admissibilidade das provas.D) Princípio da livre admissibilidade das provas. E) Princípio do ônus da provaE) Princípio do ônus da prova( quem alega deve provar) ( quem alega deve provar) F) Princípio da comunhão da prova F) Princípio da comunhão da prova ( a prova pertence ao juizo)( a prova pertence ao juizo) G) Princípio da avaliação da prova G) Princípio da avaliação da prova ( o juiz deve avaliar a prova)( o juiz deve avaliar a prova) H) Princípio da imediaticidade H) Princípio da imediaticidade (o juiz deve colher a prova oral (o juiz deve colher a prova oral

direta e pessoalmente)direta e pessoalmente) i) Princípio da concentração i) Princípio da concentração (as provas devem ser produzidas em (as provas devem ser produzidas em

momentos o mais próximos possíveis uns dos outrosmomentos o mais próximos possíveis uns dos outros J) Princípio da originalidadeJ) Princípio da originalidade (a prova em regra deve se referir a fato (a prova em regra deve se referir a fato

ainda por provar)ainda por provar)

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Princípios sobre a sentençaPrincípios sobre a sentença A) Princípio da vinculação do juiz aos fatos da A) Princípio da vinculação do juiz aos fatos da

causacausa B) Princípio da adstrição do juiz ao pedido da B) Princípio da adstrição do juiz ao pedido da

parteparte C) Princípio do C) Princípio do iuria novit curia iuria novit curia D) Princípio da identidade física do juizD) Princípio da identidade física do juiz E) Princípio do livre convencimentoE) Princípio do livre convencimento F) Princípio da motivaçãoF) Princípio da motivação G) Princípio da persuasão G) Princípio da persuasão (o juiz deve convencer racionalmente os (o juiz deve convencer racionalmente os

destinatários da justiça de sua decisão) destinatários da justiça de sua decisão)

i) Princípio da sucumbênciai) Princípio da sucumbência ( aquele que demanda sem razão ( aquele que demanda sem razão deve arcar com honorários advocatícios, custas, e possível condenação por deve arcar com honorários advocatícios, custas, e possível condenação por má-fémá-fé))

J) J) Princípio da Princípio da imutabilidade da sentença após publicadaimutabilidade da sentença após publicada

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Princípios sobre o recursoPrincípios sobre o recurso A) Princípio do duplo grau de jurisdiçãoA) Princípio do duplo grau de jurisdição B) Princípio da taxatividade B) Princípio da taxatividade ((numerus clausus numerus clausus

previstos emprevistos em Lei federal) Lei federal) C) singularidade (C) singularidade ( só cabe um recurso contra decisão só cabe um recurso contra decisão

recorrível)recorrível) D) fungibilidade dos recursos D) fungibilidade dos recursos (desde que haja boa-fé do (desde que haja boa-fé do

recorrente)recorrente) E) Princípio da dialeticidade E) Princípio da dialeticidade ( o recurso deve explicitar as ( o recurso deve explicitar as

razões de fato e de direito que embasam o inconformismo do recorrente)razões de fato e de direito que embasam o inconformismo do recorrente) F) devolutividade dos recursos F) devolutividade dos recursos ( o recurso devolve ao ( o recurso devolve ao

tribunal o conhecimento da matéria impugnada)tribunal o conhecimento da matéria impugnada) G) Princípio da irrecorribilidade em separado das G) Princípio da irrecorribilidade em separado das

interlocutórias interlocutórias ( o recurso das interlocutórias em separado ( o recurso das interlocutórias em separado não suspende o processo)não suspende o processo)

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ConclusãoConclusão NEOPROCESSUALISMONEOPROCESSUALISMO

CONSTITUIÇÃOCONSTITUIÇÃO VALORESVALORES JUSTIÇAJUSTIÇA

SIMPLICIDADESIMPLICIDADE RESPONSABILIDADERESPONSABILIDADE

SOCIEDADESOCIEDADE PROCESSOPROCESSO

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OBRIGADOOBRIGADO

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Aula porAula por

Prof. Dr. Rosângelo Rodrigues de MirandaProf. Dr. Rosângelo Rodrigues de Miranda

Professor da Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce – FADIVALEProfessor da Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce – FADIVALE

Texto para uso exclusivo dos alunos em sala, favor não Texto para uso exclusivo dos alunos em sala, favor não citar. Texto com base exclusiva nas fontes citadas, devendo citar. Texto com base exclusiva nas fontes citadas, devendo a elas serem creditadas qualquer mérito. Aqui tão somente a elas serem creditadas qualquer mérito. Aqui tão somente se resumiu e se sistematizou os temas para uso em sala de se resumiu e se sistematizou os temas para uso em sala de aula, sem preocupação com originalidade. Deixo meu aula, sem preocupação com originalidade. Deixo meu reconhecimento às obras aqui utilizadas, em particular dos reconhecimento às obras aqui utilizadas, em particular dos Profs. Marinoni e PortanovaProfs. Marinoni e Portanova

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BIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIA

HESSE, Konrad. Elementos de Direito HESSE, Konrad. Elementos de Direito Constitucional da República Federal Constitucional da República Federal da Alemanha. Trad. Luis Afonso da Alemanha. Trad. Luis Afonso Heck. Porto Alegre: Fabris, 1998.Heck. Porto Alegre: Fabris, 1998.

_____A força normativa da _____A força normativa da Constituição. Porto Alegre: Fabris, Constituição. Porto Alegre: Fabris, 1991.1991.

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MARINONI, Luiz Guilherme.Teoria Geral do MARINONI, Luiz Guilherme.Teoria Geral do Processo. Ed. RT (principal livro sobre o Processo. Ed. RT (principal livro sobre o assunto em pauta, em particular para o assunto em pauta, em particular para o conceito de neoprocessualismo. )conceito de neoprocessualismo. )

PORTANOVA, Rui. Princípios do Processo PORTANOVA, Rui. Princípios do Processo Civil. Ed. Livraria do Advogado, sexta edição Civil. Ed. Livraria do Advogado, sexta edição

( principalmente para os princípios ( principalmente para os princípios informativos e setoriais, excelente livro informativos e setoriais, excelente livro para estudo)para estudo)

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A Virtude Republicana como A Virtude Republicana como amor das leis e da pátria.amor das leis e da pátria.

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Foto tirada na Prefeitura de Paris.Esta mulher representa a República Francesa.

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A) A LiberdadeA) A Liberdade

A liberdade guiando o povo. Eugène Delacroix - 1830

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