teoria geral do processo aÇÃo,procedimentos,defesa

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PROCESSO meio de solução de conflitos ou lide (conceito de Carnelutti). Rrelação jurídica processual somada ao procedimento. Composto pelo aspecto interior (processo) e exterior (procedimento). O processo sempre vai ter um conteúdo de direito material. PROCEDIMENTO é o aspecto externo, é a seqüência dos atos no processo relação jurídica processual. Aspecto Interno (substancial): relação jurídica que se instaura e se desenvolve entre autor, réu e juiz actum trium personarum”. → processo Aspecto Externo (formal): sucessão ordenada de atos dentro de modelos previstos pela lei. → procedimento Generalidades e distinção Já se viu que para cumprir função jurisdicional o judiciário não atua livremente. Dada a própria natureza dessa função ele se vale de uma forma de atuação, que é o processo. O processo é o meio de que se vale o Estado para cumprir a função jurisdicional. O processo é, pois, o instrumento da jurisdição, visto que é através dele que é cumprida a função jurisdicional. Constitui-se de uma série de atos dos órgãos jurisdicionais, de atos dos seus sujeitos ativo e passivo, cuja participação é necessária, tendentes ao cumprimento da função jurisdicional, que é a atuação da vontade da lei aos conflitos ocorrentes, ou seja da realização do direito. O critério de classificação dos processos é o mesmo que se adota para a classificação das ações. Os tipos processuais correspondem às tutelas jurisdicionais a que visam. Sendo três as espécies de tutela jurisdicional, são respectivamente três os tipos de processo: processo de conhecimento, processo de execução, processo cautelar ou preventivo (art. 270 CPC). Já o procedimento é o conjunto regulador daqueles atos concatenados, de que se constitui o processo, esteado em disposições legais e que dizem respeito à forma, à sequência, ao lugar, à oportunidade etc..., com que devem eles desenvolverem-se. O procedimento é noção formal, é o meio pelo qual se instaura, desenvolve-se e termina o processo. Os conceitos de processo e procedimento, portanto, não são idênticos. Na verdade, num mesmo procedimento podem existir e serem decididos diversos processos[1], como é o caso da reunião de processos (CPC, art. 105). Da mesma forma, podem haver dois procedimentos para uma só modalidade de processo, como o de conhecimento (CPC, arts. 271 e 272)[2]. O processo é instrumento de realização do poder. Como instrumento, tem uma forma constituída pelos atos e suas relações entre si e a força motriz revelada pela relação jurídica. Na utilização da forma com vistas a um fim, há a necessidade de um ritmo que imprima seu movimento, esse é o procedimento. Procedimento, portanto, é o ritmo disciplinado em lei, pelo qual o processo se movimenta para atingir o fim. É o lado visível do processo em sua forma. Tomando-se a sistemática adotada pelo Código de Processo Civil, o procedimento pode ser classificado em procedimento comum e procedimentos especiais. O procedimento comum é aquele aplicado a todas as causas para as quais a lei não previu forma especial (art. 271, CPC). Já os procedimentos especiais, assim, dizem respeito àquelas hipóteses que por refugirem a à regra comum, se acham previstas pelo legislador no Código de Processo Civil em seu Livro IV (art. 270, in fine) e em outras leis extravagantes. Mas, a própria lei processual (art. 272) se encarrega de subdividir o procedimento comum em ordinário e sumário. De molde que, o procedimento ordinário se aplicará a todo aquele processo, para o qual não esteja previsto algum procedimento especial ou o procedimento sumário.

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Page 1: TEORIA GERAL DO PROCESSO AÇÃO,PROCEDIMENTOS,DEFESA

PROCESSO – meio de solução de conflitos ou lide (conceito de Carnelutti).

Rrelação jurídica processual somada ao procedimento. Composto pelo aspecto interior (processo) e exterior (procedimento).

O processo sempre vai ter um conteúdo de direito material.

PROCEDIMENTO – é o aspecto externo, é a seqüência dos atos no processo relação jurídica processual.

Aspecto Interno (substancial): relação jurídica que se instaura e se desenvolve entre autor, réu e juiz “actum trium personarum”. → processo

Aspecto Externo (formal): sucessão ordenada de atos dentro de modelos previstos pela lei. → procedimento

Generalidades e distinção

Já se viu que para cumprir função jurisdicional o judiciário não atua livremente. Dada a própria natureza dessa função ele se vale de uma forma de atuação, que é o processo. O processo é o meio de que se vale o Estado para cumprir a função jurisdicional. O processo é, pois, o instrumento da jurisdição, visto que é através dele que é cumprida a função jurisdicional. Constitui-se de uma série de atos dos órgãos jurisdicionais, de atos dos seus sujeitos ativo e passivo, cuja participação é necessária, tendentes ao cumprimento da função jurisdicional, que é a atuação da vontade da lei aos conflitos ocorrentes, ou seja da realização do direito. O critério de classificação dos processos é o mesmo que se adota para a classificação das ações. Os tipos processuais correspondem às tutelas jurisdicionais a que visam. Sendo três as espécies de tutela jurisdicional, são respectivamente três os tipos de processo: processo de conhecimento, processo de execução, processo cautelar ou preventivo (art. 270 CPC).

Já o procedimento é o conjunto regulador daqueles atos concatenados, de que se constitui o processo, esteado em disposições legais e que dizem respeito à forma, à sequência, ao lugar, à oportunidade etc..., com que devem eles desenvolverem-se. O procedimento é noção formal, é o meio pelo qual se instaura, desenvolve-se e termina o processo.

Os conceitos de processo e procedimento, portanto, não são idênticos. Na verdade, num mesmo procedimento podem existir e serem decididos diversos processos[1], como é o caso da reunião de processos (CPC, art. 105). Da mesma forma, podem haver dois procedimentos para uma só modalidade de processo, como o de conhecimento (CPC, arts. 271 e 272)[2].

O processo é instrumento de realização do poder. Como instrumento, tem uma forma constituída pelos atos e suas relações entre si e a força motriz revelada pela relação jurídica. Na utilização da forma com vistas a um fim, há a necessidade de um ritmo que imprima seu movimento, esse é o procedimento. Procedimento, portanto, é o ritmo disciplinado em lei, pelo qual o processo se movimenta para atingir o fim. É o lado visível do processo em sua forma.

Tomando-se a sistemática adotada pelo Código de Processo Civil, o procedimento pode ser classificado em procedimento comum e procedimentos especiais. O procedimento comum é aquele aplicado a todas as causas para as quais a lei não previu forma especial (art. 271, CPC). Já os procedimentos especiais, assim, dizem respeito àquelas hipóteses que por refugirem a à regra comum, se acham previstas pelo legislador no Código de Processo Civil em seu Livro IV (art. 270, in fine) e em outras leis extravagantes. Mas, a própria lei processual (art. 272) se encarrega de subdividir o procedimento comum em ordinário e sumário. De molde que, o procedimento ordinário se aplicará a todo aquele processo, para o qual não esteja previsto algum procedimento especial ou o procedimento sumário.

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A lei disciplina exaustivamente somente o procedimento ordinário. Nos procedimentos especial e sumário serão aplicadas as regras que lhe são próprias. No entanto, naquilo que essas normas não dispuserem, incidirão subsidiariamente sobre os procedimentos especial e sumário as disposições gerais do procedimento ordinário (art. 273, CPC).

Fases do procedimento

O procedimento em primeiro grau apresenta-se estruturado conforme as fases lógicas, que tornam efetivos os princípios fundamentais que o orientam: princípio da iniciativa da parte, princípio do contraditório e princípio do livre convencimento do órgão judicial[3].

No nosso ordenamento jurídico, tratando-se de matéria civil, o órgão jurisdicional só age quando provocado (art. 262, CPC). É necessária a iniciativa da parte, formulando a demanda, para que o órgão dela se manifeste sobre a providência postulada.

Sobre o pedido formulado pelo autor na demanda, há que ser aberta a oportunidade para a manifestação do réu. Essa oportunidade de o réu manifestar-se, é o que substancia o princípio do contraditório.

Para formar convicção sobre a veracidade dos fatos alegados pelas partes em suas manifestações, é necessário que o juiz as examine à luz das provas. Há, pois, na formação da do livre convencimento do juiz uma atividade de instrução. É sobre as provas que o juiz, formando seu convencimento, irá julgar a causa fazendo atuar a vontade da lei ao caso concreto[4].

Essas fases nem sempre mostram limites nitidamente delineados. O importante, porém, para a sua caracterização é mais a predominância com que se dá cada uma das atividades correspondentes do que a exclusividade das mesmas[5]. Quanto mais concentrado é o procedimento, mais se torna difícil a limitação das fases. É bem mais fácil a verificação fronteiriça das fases no procedimento ordinário, do que no procedimento sumário onde a concentração das atividades atinge um grau elevado[6].

Fases do procedimento ordinário

Do que foi visto se tem que o procedimento deverá conter diversas fases, consoante as atividades desenvolvidas. No procedimento ordinário as fases apresentam-se com maior nitidez: fase postulatória, fase do julgamento conforme o estado do processo, fase instrutória e fase decisória.

A fase postulatória compreende predominantemente a formulação e propositura da demanda, mais a eventual resposta do réu. No entanto, pode avançar para abranger as providências preliminares determinadas pelo juiz. Do mesmo modo que, pode encerrar-se desde logo, mesmo antes da eventual resposta do réu, quando o juiz indeferir a petição inicial, com ou sem julgamento do mérito, consoante se dê o fundamento para a rejeição. A resposta do réu, conforme o artigo 297, do CPC, pode consistir em: contestação, quando o réu opõe resistência à pretensão do autor; exceção, quando o réu opõe defesa indireta processual; e reconvenção, quando o réu formula demanda contra o autor.

A fase de julgamento conforme o estado do processo, pode ser precedida de uma extensão da fase postulatória, também chamada de fase intermédia de ordenamento do processo[7], que pode ensejar diversas alternativas. Essa fase pode corresponder à das providências preliminares, quando o juiz poderá determinar que se as cumpram ou, não sendo necessárias, proferirá julgamento conforme o estado processo (art. 328, CPC).

No julgamento conforme o estado do processo, por seu turno, poderá ocorrer: a extinção do processo sem julgamento do mérito, quando incidentes as hipóteses do artigo 267, do Código de Processo Civil (art. 329); julgamento antecipado da lide, se a matéria for de unicamente de direito, ou, se de direito e

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de fato, não houver necessidade da produção de prova em audiência, seja por ter havido confissão, seja pelo fato já estar suficientemente provado por documento, produzido na inicial ou na resposta e quando ocorrer a revelia (art. 330, CPC); saneamento do processo com a designação da audiência de instrução, mas que nas hipóteses de direitos disponíveis deve ser precedido de audiência de tentativa de conciliação (art. 331, §§ 1° e 2°, e art. 448, CPC); extinção do processo com julgamento do mérito, se incidentes as hipóteses do artigo 269, incisos II a V, ou seja se ocorrer o reconhecimento do pedido, a renúncia, o reconhecimento da decadência ou da prescrição ou da transação (art. 329).

Havendo a necessidade da produção de prova oral ou pericial, passa-se para a fase instrutória, que vai do saneamento até a audiência (art. 331, § 2°, CPC).

Com o encerramento da audiência, após a produção das provas e os debates orais das partes ou, em substituição, os memoriais escritos oferecidos por elas (art. 454 e § 3° CPC), encerra-se a fase instrutória.

A fase decisória segue-se imediatamente, isto é o juiz proferirá sentença desde logo, se o juiz diante do feito já se encontrar habilitado para tanto, ou, não sendo este o caso, no prazo de até dez dias (art. 456, CPC).

Não havendo recurso, a sentença que encerra o procedimento em primeiro grau de jurisdição, encerra o processo definitivamente.

Fases do procedimento sumário

A rigor não se pode falar de fases diferenciadas no procedimento sumário. Sua estrutura é muito mais simplificada e concentrada que a do procedimento ordinário. A distinção entre as fases processuais é, nesse procedimento, quase imperceptível.

O procedimento sumário tem por escopo propiciar solução mais célere a determinadas causas, especificadas em face de seu valor ou em face de sua natureza. Pelo disciplinamento legal esse escopo de celeridade reflete-se na acentuada concentração e simplificação dos atos processuais, de tal modo que a atividade postulátória e a atividade instrutória acabam por interpenetrar-se.

Sua estrutura é tão simplificada que, nos conformes da lei, pode-se dizer que as fases postulatória e instrutória já podem ser exercitadas em grande parte na audiência de instrução e julgamento, passando-se em seguida à decisão (arts. 277 a 280, CPC)[8].

Embora concentrado, o procedimento sumário não é de cognição sumária, isto é superficial[9]. No sistema brasileiro, a despeito da concentração dos atos processuais e da denominação, a cognição é plena.

Processo, em direito, é uma forma sistemática de proceder necessária ao válido exercício do poder.

Etimologicamente, tem o sentido de marcha para frente, avanço, progresso ou desenvolvimento.

O processo no direito é necessariamente formal porque suas formas atuam como garantia de imparcialidade, legalidade e isonomia na consecução das atribuições do Estado. A formalidade do processo também atua como barreira à busca de interesses individuais e à prática de arbitrariedades por aqueles que estão no Poder.

O Estado utiliza o processo em todos as suas atividades, em quaisquer dos poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário, para a consecução de fins variados.

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Processo judicial

A acepção mais conhecida de processo é o processo judicial, que são os instrumentos postos à disposição do Poder Judiciário para o exercício de suas funções típicas. O processo judicial é o instrumento pelo qual se opera a jurisdição, cujos objetivos são eliminar conflitos e fazer justiça por meio da aplicação da Lei ao caso concreto.

É comum a confusão entre processo, procedimento e autos. O procedimento é a sequência formal de atos consistente no desenvolvimento do processo. Em um processo pode haver mais de um procedimento. Os autos são o conjunto de documentos que se ordenam cronologicamente para materializar os atos do procedimento. O processo, por sua vez, se caracteriza pela sua finalidade, qual seja, a jurisdição; é o “instrumento para o legítimo exercício de poder”

[1].

Por intermédio do processo o direito estabelece uma relação de cooperação entre as partes para a consecução de um objetivo comum (solução da controvéria), segundo a qual as partes estão interligadas por uma série de direitos, faculdades, obrigações, sujeições e ônus. São pressupostos gerais para a constituição da relação processual (i) uma demanda regularmente formulada, (ii) capacidade de quem a formula, e (iii) presença de um juiz devidamente investido de poderes pelo Estado . Se presentes tais pressupostos, a relação processual será devidamente instaurada, independentemente da validade do direito substancial em questão. Isto caracteriza a autonomia da relação processual em relação ao direito material controvertido

[2].

A fonte primeira das normas e princípios do processo judicial é a Constituição Federal, que prevê regras sobre (i) criação, organização e funcionamento do Poder Judiciário, (ii) direitos e garantias dos sujeitos em processo judicial, (iii) iinstrumentos processuais específicos, e (iv) princípios específicos à relação processual.

O maior acervo de normas processuais ordinárias são o Código de Processo Civil, o Código de Processo Penal, a Consolidação das Leis de Trabalho, o Código de Processo Penal Militar e a Lei dos Juizados Especiais, mas elas podem ser encontradas também em leis extravagantes, constituições estaduais e tratados internacionais.

Também são fontes do processo, desde que não confrontem o conteúdo das Leis, os usos, costumes e o negócio jurídico. Além do processo tradicional, materializado em papel e sem acompanhamento informatizado, existe o Processo eletrônico, que vem sendo regulamentado, também, por leis específicas.

Em casos excepcionais, chamados de jurisdição voluntária, o processo judicial existe sem que ocorra litígio.

Sujeitos da Relação Processual

São três os principais sujeitos do processo: o juiz, o autor e o réu.

O juiz compõe a relação processual como representante do Estado, gerindo a relação processual entre as partes de maneira imparcial e com a função de solucionar a lide e gerar pacificação social. Assim sendo, o juiz deverá ser um terceiro que não possua nenhum interesse no conflito, que conduza o processo segundo as regras e princípios estabelecidos pela ordem jurídica e que permita às partes participarem amplamente e igualmente para a solução da controvérsia.

Ator e réu são sujeitos contrapostos na relação processual e que terão sua esfera de direitos atingida pelo resultado alcançado ao final do processo. O autor é quem dá início à relação processual e o réu é aquele contra quem o processo é promovido. Suas posições no processo são guiadas por ao menos três

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princípios básicos: (i) necessidade de haver ao menos duas partes envolvidas em posições contrárias na relação processual; (ii) igualdade de tratamento processual entre as partes; e (iii) contraditório, que garante às partes ciência e possibilidade de atuar no processo em defesa de seus interesses

[3].

É possível haver mais de uma pessoa em um ou em cada lado da relação jurídica processual, hipóses denominada de litisconsórcio. Há o litisconsórcio necessário, caso em que sua existência é essencial para a validade e eficácia do processo e sentença. Há também o litisconsócio unitário, segundo o qual os litisconsortes devem receber exatamente o mesmo tratamento no processo e sentença.

É possível também a participação de terceiros na relação processual para substituir ou para acrescentar a alguma das partes.

Salvo em casos específicos como os exemplos da justiça trabalhista e da impetração de habeas corpus, o advogado é essencial à relação processual. É, em verdade, obrigatório às partes estarem devidamente representadas por um advogado. Esta função pode ser exercida pela Defensoria Público e pelo Ministério Público.

Perspectiva metodológica

Houve evolução na metodologia de estudo do processo, partindo do sincretismo, passando pela fase autonomista e chegando na instrumentalidade.

Na fase sincretista do processo ele era considerado como mero apêndice do direito material. Na fase autonomista o processo ganha idenpendência em relação ao direito material, tornando-se objeto autônomo de estudo. Neste momento houve grande avanço no seu desenvolvimento e foram delineados os seus institutos fundamentais, tais como jurisdição e ação.

Na fase instrumentalista houve uma ruptura com o formalismo na interpretação do processo, que passa a ser compreendido como instrumento para a consecução de determinados fins, que são a satisfação do direito material e consequente pacificação social.

Carlos Alberto de Salles propõe ainda mais uma perspectiva metodológica na interpretação do processo, a instrumentalidade metodológica. Sua nova perspectiva busca radicalizar, mas não romper, com a instrumentalidade acima descrita (classificada por ele como instrumentalidade finalista) de modo a adequar o processo não somente ao direito material, mas também à realidade social na qual está inserido. Isto porque há uma diversidade de situações da realidade fática que não encontram correspondência plena com o direito material

[4].

Classificações do processo judicial

O processo judicial pode ser dividido em processo de conhecimento, processo cautelar e processo de execução.

O processo de conhecimento é aquele no qual o juízo é provocado para processar e julgar determinada pretensão. O processo de conhecimento é subclassificado em (i) declaratório, no qual busca-se apenas ver declarada a existência ou inexistência de relação jurídica; (ii) condenatório, no qual busca-se a declaração da existência de relação jurídica e punição do réu; e (iii) constitutivo, no qual há a sentença constitui e modifica uma relação jurídica substancial.

O processo cautelar busca garantir, em casos excepcionais nos quais há comprovada urgência, a eficácia dos processos de conhecimento ou de execução. Por isso, ele é auxiliar, subsidiário, instrumental e

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provisório. Dependendo do caso, ele pode ser requerido anteriormente ou incidentalmente ao processo de conhecimento.

O processo de execução consiste na na realização de providências judiciais para dar cumprimento a título executivo extrajudicial que reconheça a existência de obrigação a ser cumprida. O cumprimento de obrigação determinada em sentença judicial não é promovido por meio de processo de execução, mas sim no próprio processo no qual ela foi proferida.

Processo legislativo

No Poder Legislativo, o processo legislativo é "um conjunto de atos preordenados visando à criação de normas de direito. Esses atos são a) iniciativa legislativa; b) emendas; c) votação; d) sanção e veto; e) promulgação e publicação."

[5] É, portanto, é o conjunto de atos e decisões necessários para a elaboração

das leis em geral, definidas pela constituição de um país, especificados conforme o nível de competência normativa.

Processo administrativo

No Poder Executivo, o processo administrativo é "a sequência de atividades da Administração, interligadas entre si, que visa a alcançar determinado efeito final previsto em lei"

[6]. Trata-se do modo

como a Administração Pública toma suas decisões, seja por iniciativa de um particular, seja por iniciativa própria. A Lei que trata das diretrizes gerais do processo administrativo é a Lei n.º 9.784 de 1999, a qual se aplica a todos entes da Administração Pública Direta e Indireta federais. Além disso, o STJ tem reconhecido a aplicação desta lei federal para entes estaduais e municipais que ainda não aprovaram leis próprias.

A Lei nº 9.784, de 29 de Janeiro de 1999 regula o processo administrativo no âmbito da Administração pública Federal.

O processo administrativo, como espécie do gênero processo de direito, é um conjunto de atos administrativos, sucessivos e concatenados, praticados pela Administração Pública com o objetivo de satisfazer determinadas finalidades de interesse público. Suas disposições têm aplicabilidade obrigatória apenas sobre a Administração Pública direta e indireta, incluindo os 3 poderes da união, restando os demais entes da federação como coralário fora de sua abrangência. São órgãos todas as unidades de atuação desprovidas de personalidade jurídica, integrantes de estrutura organizacional da Administração Pública direta e indireta. Quando direta pertencem à estrutura do Estado, caso pertençam a Administração indireta encontra-se dentro das estruturas das autarquias, associações públicas, empresas públicas e sociedade de economia mista. Entidades são todas as unidades personalizadas precisamente por serem pessoas jurídicas, como as autarquias, associações públicas, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista e, evidentemente, o próprio Estado. As entidades são sujeitos de direitos e obrigações diferentemente dos órgãos.

AULAS DE TEORIA GERAL DO PROCESSO: FORMAS PROCESSUAIS - PROCEDIMENTO

XIV - FORMAS PROCESSUAIS: PROCEDIMENTO 27. O sistema da legalidade das formas: Àquele conjunto de atos do processo, vistos pelo aspecto de sua interligação e combinação de sua unidade teleológica, como se viu, chama-se procedimento. Cada ato, dentro desse procedimento, tem o seu momento oportuno, dependendo os posteriores dos anteriores para sua validade, tudo porque o desiderato com que todos são praticados é um só: preparar o provimento final, que é a solução do conflito. Teoricamente, são admissíveis três sistemas para a disciplina da formas do procedimento: a) liberdade das formas; b) soberania do juiz (ou sistema de eqüidade); c) sistema da legalidade da formas.

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A ausência absoluta de formas legais poderia levar à desordem, à confusão e à incerteza. Por isso, atende mais à segurança das partes, em suas relações recíprocas e com o juiz, a regulamentação legal (sistema da legalidade). Entretanto, as formas não devem sufocar o fluxo natural e rapidez do processo. A aversão às formas é motivada, em geral, pelo excesso de formalismo, mas não é aconselhável extirpar por completo esse inconveniente formal ou deixando a tarefa ao juiz de determinar as formas, pois essa solução abriria caminho ao arbítrio. A disciplina legislativa das formas do procedimento é a melhor alternativa, acatada pelo direito moderno. Mas o bom resultado do processo depende da maneira pela qual o legislador cumpre sua tarefa. A experiência secular demonstrou que as exigências legais quanto à forma devem atender critérios racionais, não se olvidando a finalidade com que são impostas, evitando-se, sempre, o culto da forma como se elas fossem um fim em si mesmas. Esse pensamento é a manifestação do princípio da instrumentalidade das formas, o qual vem dar a justa medida do sistema de legalidade formal. Dois sistemas informam qual esquema formal o procedimento deve se exteriorizar: rígido e flexível . Pelo primeiro, as formas obedecem a cânones rigorosos, desenvolvendo-se o procedimento através de fases claramente determinadas pela lei e atingidas pelo fenômeno da preclusão. No segundo caso, as formas procedimentais são mais livres, não sendo tão rigorosa a ordem em que os atos devem ser praticados. Da interpretação filológica do art. 154, tem-se a impressão que O CPC adotou o princípio da liberdade das formas, ao proclamar que "os atos processuais não dependem de forma determinada, senão quando a lei expressamente o exigir" Contudo, na disciplina dos atos procedimentais em espécie, impõe-lhes exigências formais, situando-se o seu sistema, portanto, na linha da legalidade formal, ou seja, o procedimento brasileiro é do tipo rígido. 27.1. O lugar dos atos do procedimento: Os atos procedimentais, em regra, devem ser praticados na sede do juízo, salvo quando, por sua natureza ou por disposição legal, devam efetuar-se noutro lugar, como por exemplo, citação, notificação, intimação, penhora, sequestro etc. (CPC, arts. 176, 410 e 411; CPP, arts. 403 e 792 e suas exceções arts. 792, § 2º, 220, 221, 403 etc.). 27.2. O tempo dos atos do procedimentos: O tempo é levado em conta pela lei, sob dois aspectos: a) determinando a época em que devem ser exercidos; b) estabelecendo prazos para sua execução (CPC, arts. 177 ss..; CPP, arts. 93, § 1º, 395, 401, 403, 361, 705 etc.). Termos ou prazos, são a distância temporal entre os atos do processo. Quando a lei determina a distância mínima, para evitar que se pratique o ato antes do vencimento do prazo, este se diz dilatório (prazo para comparecer em juízo - CPC, art. 192). Quando ela estabelece a distância máxima durante a qual pode praticar-se o ato, o prazo é aceleratório - prazo recursal). Os prazos, podem ser legais (aqueles determinados pela lei) ou judiciais (aqueles cuja fixação ficam a critério do juiz) e outros que são estabelecidos por convenção das partes (os convencionais). Os prazos podem ser ordinatórios e peremptórios. Os peremptórios são os prazos que as partes não podem modificar para mais ou para menos (CPC, 182); os ordinatórios (dilatórios na letra da Lei - art. 181 do CPC) são os prazos estabelecidos para beneficiar as partes, podendo ser dilatados ou encurtados, dependendo de convenção. De qualquer forma, independente da natureza do prazo (se ordinatórios ou peremptórios), quando vencido acarretam a preclusão temporal. Vale recordar que a preclusão só ocorre quando se trata de prazos próprios; são impróprios os prazo não preclusivos, conferidos ao juiz, aos auxiliares da Justiça, e, ao MP no processo civil. Contudo, a ausência de preclusão para estas pessoas, não significa que não estão sujeitas a sanções de outra ordem (como as sanção administrativas, p. ex.).

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Outra questão relevante é a relativa a contagem de prazos, que no processo civil se faz por dias corridos e não por dias úteis. Contudo, nenhum prazo se inicia (dies a quo) em feriados, no sábado ou no domingo. Da mesma forma nenhum prazo fatal (dies ad quem) se encerra em feriados, no sábado ou domingo. O prazo se inicia sempre no dia seguinte ao ato judicial que deflagra a contagem do prazo (com exceção dos prazos contados em horas, como era o prazo para pagamento da dívida ou nomeação da penhora na execução antes da mais recente alteração do CPC), mas se o referido dia é feriado, sábado ou domingo, o prazo começa a correr no primeiro dia útil seguinte (art. 184, parágrafo segundo do CPC). O mesmo ocorre quando o prazo vence em dia santo, sábado ou domingo: ocorre a prorrogação do término do prazo para o primeiro dia útil (art. 184, parágrafo primeiro do CPC). Todavia, estes dias (sábados, domingos e feriados) não são descontados quando localizados no intercurso de um prazo já iniciado. Estas regras que estabelecem a denominada continuidade dos prazos (CPC, 178) se suspende apenas com a superveniência de férias forenses (art. 179, CPC). Atualmente, entre os órgãos que exercem a jurisdição civil comum, somente o STF e o STJ têm férias coletivas (CF, art. 93, inc. III), e, conquanto, só aos feitos ou recursos que ali tramitam tem aplicação do disposto no art. 179 do CPC. 27.3. O modo do procedimento e dos seus atos: Quanto ao modo, o procedimento para a realização de atos processuais pode ser analisado considerando linguagem; atividade e o rito. (a) A linguagem no procedimento é representado pela palavra escrita ou manifestada que, em nosso ordenamento jurídico, é derivada da língua portuguesa (CPC, arts. 139, 151, 156 e 157; CPP, arts. 193, 223, 236 e 784, parágrafo primeiro). Ademais, a palavra empregada pode ser falada ou escrita (procedimento oral, escrito e misto). Os procedimentos pode seguir práticas orais, apenas escrita ou amba em combinação. Quando se exige que as alegações ou provas orais sejam conservadas por escrito, fala-se no princípio da documentação. O procedimento oral está associado necessariamente ao outros conceitos e institutos de direito processual como os princípios da concentração, da imeidação, da identidade física do juiz e da irrecorribilidade das decisões interlocutórias para ser implementado na sua forma pura. No Direito processual pátrio vigora o procedimento misto, que entrelaça institutos do procedimento oral e estritamente escrito. (b) A atividade é o impulso do procedimento e depende das partes (princípio do impulso das partes) e do juiz (princípio do impulso oficial). O princípio o impulso oficial foi consagrado na processualística civil (CPC, arts. 73 e 262, fine). Apesar de atenuado, o princípio do impulso das partes existe como, p. ex., quando as partes pretendem abreviar ou prorrogar prazos (prazos dilatórios é claro), bem como requerer diligências necessárias. Aliás, o processo pode ser extinto se por abandono das partes por mais de 30 (trinta) dias, disposição que alerta sobre a importância do impulso que compete às partes. No processo penal, em virtude da indisponibilidade que lhe é característico, é norteado pelo princípio do impulso oficial. Contudo, a ação penal de iniciativa privada admite a composição entre querelante e querelado, notoriamente um exemplo de impulso pelas partes (CPP, art. 60). O conceito de preclusão está umbilicalmente associado ao princípio do impulso oficial. Preclusão é fato impeditivo destinado a garantir o avanço progressivo da relação processual e evitar seu recuo para fases anteriores do procedimento. A preclusão representa a perda da faculdade ou de um poder ou direito processual. A preclusão pode ser temporal (CPC, art. 183); lógica (CPC, art. 503); consumativa (CPC, art. 473). (c) O rito é decorrente da evolução processual e dos objetivos colimados pela prestação jurisdicional que pretende alcançar seu objetivo com a maior brevidade e segurança possível. Assim, a própria natureza dos vários processos exige uma diferença de procedimentos, levando-se em conta a natureza da relação jurídica material, bem como outras circunstâncias como, p. ex., o valor da causa. Para atender estas particularidades das relações processuais, existem vários tipode de procedimentos penais e civis. Assim temos: i. Penal: comuns (divididos em ordinários e sumários); e especiais (competência do júri, CPP, 503; crimes de responsabilidade, Lei 4.898/65). Além dos procedimentos especiais, existe os juizados especiais que trata de infrações penais de menor potencial ofensivos e adota um rito rumaríssimo (Lei 9.099/95); ii. Civil: o processo de conhecimento existe o rito comum (CPC, art. 272), subdividido em ordinário e sumário; e especial (Livro IV do CPC), subdivididos em jurisdição contenciosa (CPC, art. 890 ss) e jurisdição voluntária (CPC, arts. 1103/1210). Na execução há a execução para entrega de coisa (certa ou

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incerta - CPC, arts. 621/631); da execução das obrigações de fazer e das de não fazer (CPC, arts. 632/645); da execução por quantia certa contra devedor solvente ( CPC, arts. 646/731); e da execução por quantia certa contra devedor insolvente (CPC, arts. 748/786). Ademais, existe a execução de cumprimento de sentença, que se realiza no próprio processo de conhecimento (CPC, arts. 475 e ss). No processo cautelar existe o procedimento genérico (CPC, arts. 801/811); e específico (CPC, arts. 813/889). Finalmente, com relação às pequenas cusas (Lei 9.099/95) estabeleceu um procedimento especial. iii. Trabalhista: No processo trabalhista de conhecimento existem o ordinário (CLC, arts. 837/852) e especiais, divididos em rito sumário (reclamações com valor até duas vezes o salário mínimo - Lei 5.584/70) e outros (procedimentos civis que se aplicam à Justiça do trabalho, como a consignatória, p. ex).

SUJEITOS PROCESSUAIS Dividem-se em principais e acessórios Principais São aqueles cuja a ausência torna impossível a existência da relação processual. São eles : O juiz e as partes. O Juiz é o sujeito imparcial e as partes são os sujeitos parciais representadas pela acusação e pelo Ministério Público, ou o assistente de acusação, ou ainda na ação privada pelo querelante e pela defesa representando o réu e o querelado. Acessórios ou secundários Não são indispensáveis à ação, mas atuam no curso do processo. Subdividem-se em : Interessados e não interessados. Exemplo: Auxiliares da justiça, peritos, testemunhas, etc. Do Juiz O juiz exerce papel principal no processo. Exerce poderes necessários para zelar pelo processo e solucionar a lide em nome do Estado. São poderes do juiz Artigo 251 – C.P.P. 1)Poderes de polícia ou administrativo Significa que o juiz deverá manter a ordem e o decoro no decorrer do processo. Exemplo : Artigo 792 parágrafo 1º. C.P.P. e Artigo 794 – C.P.P. 2) Poderes jurisdicionais a) Poderes meio a.1) Poderes Ordinatórios Consistentes dos atos de condução do processo. Exemplo: Intimar o réu. a.2) Poderes Instrutórios Destinados a colher material para a formação da sua convicção, podendo inclusive determiná-los de ofício. Objetivo: Verdade real do processo consistindo na procedência ou improcedência acolhendo o pedido da acusação, ou não aceitá-la. b) Poderes fins São os atos de decisão e de execução. Exemplo: Decretação de prisão provisória (temporária e preventiva)

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Exemplo: Concessão de livramento condicional (na execução penal) Exemplo: Liberdade provisória (absolver, condenar, etc) Funções atípicas ou anômalas a) Fiscalizar o princípio da obrigatoriedade da ação penal Artigo 28 – C.P.P. b) Requisitar a instauração de Inquérito Policial Artigo 5º. Inciso II – C.P.P. OBS: Pode também requisitar o arquivamento do Inquérito Policial. c) Receber a noticia criminis Artigo 39 C.P.P. Pressupostos subjetivos relativos à função do Juiz a)Investidura A jurisdição só pode ser exercida por quem tenha sido regularmente investido no cargo, e esta se dá pela aprovação em concurso público de provas e títulos. b) Imparcialidade O juiz não pode ter qualquer interesse na causa c) Competência O juiz deve ser o competente para julgar a lide. Do autor Na ação pública , o autor é o Ministério Público e na ação privada é o querelante (é o ofendido) ou seu representante legal. OBS: A ação penal privada pode ser exclusivamente privada ou subsidiária da pública, quando o Ministério Público não oferece a denúncia no prazo legal. Acusado O acusado é aquele contra quem se dirige a pretensão do Estado. É o sujeito passivo da relação jurídico-processual. É a pessoa a quem se imputa a prática do crime. Querelante Em regra, a ação penal é proposta pelo Ministério Público, por exceção a acusação, será realizada pelo ofendido, ou seu representante legal nas seguintes hipóteses: Ação penal exclusivamente privada nos casos previstos na lei penal. Exemplo: Crimes contra os costumes (Artigo 225 – C.P.) O acusado deve ser identificado pelo nome e por todos os qualificativos (Pré-nome, estado civil, profissão, filiação, apelido, residência e idade) Observação Haverá revelia no processo penal, quando o réu for citado e não compareceu. Porém, se o réu não for encontrado para citação, o processo será suspenso, e será decretada a prisão preventiva. O C.P.P. autoriza que o réu seja processado apenas por suas características físicas nos termos do Artigo 259 – C.P.P., sendo sua identidade revelada, será imediatamente registrada nos autos. O acusado tem capacidade: a)Ad causam ou legitimatio

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Deve haver coincidência entre a pessoa apontada na peça inicial, como o autor do crime e o suspeito da prática da infração. Legitimidade – “Ad processum” Capacidade de estar no pólo passivo Capacidade de ser parte Capacidade de estar em juízo 1) 18 anos 2) Gozo das faculdades mentais, será submetido a medida de segurança. Observação Não podem ser processadas as pessoas que gozem de imunidade parlamentar ou diplomática. Não podem ser acusadas ou processadas: Pessoas que dispõe de imunidade parlamentar Assistente de acusação O assistente de acusação é parte contingente eventual no processo Podem intervir no processo como assistentes do Ministério Público a) O Ofendido b) Seu representante legal c) O cônjuge, irmão do ofendido, ascendente ou descendente (filho, neto, etc) tais pessoas sempre serão representadas por advogado. Artigo 31 – C.P.P. O Estado pode intervir como assistente da acusação? Primeira Resposta Não, uma vez que, o Ministério Público já defende o interesse da sociedade, portanto não há necessidade desta atuação. (Tourinho Filho) Segunda Resposta Sim, Vicente Grecco, segundo ele é possível a intervenção do Estado na assistência, pois o Ministério Público quando atua defende interesse público primário (sociedade) e o Estado quando se habilita como assistente defenderá interesse público secundário (patrimonial) Finalidades da assistência Qual o interesse do assistente de acusação em ingressar no processo penal? Primeira corrente: O assistente tem o interesse de auxiliar o Ministério Público na busca da realização da justiça, reforçando a acusação e secundariamente garantido a reparação do dano causado pelo crime. Doutrina, jurisprudência. É a posição majoritária. A reparação do dano é também um fim perseguido pelo assistente, além é claro da pena propriamente dita, todavia, cabe lembrar que a reparação do dano nos termos da Lei 9099/95, ou seja, nos crimes de menor potencial ofensivo é o primeiro ato a ser realizado em uma audiência preliminar. Se a ação for privada, ou publica condicionada, a reparação produz a extinção da punibilidade. Segunda corrente O autor responsável Tourinho Filho, para ele o assistente de acusação fundamenta-se na busca de uma decisão condenatória, a qual, produzirá um título executivo judicial a ser executado no juízo civil.

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Momento da assistência O assistente da acusação intervém em todos os atos da ação pública, enquanto não passar em julgado a sentença. A intervenção é cabível a partir do recebimento da denúncia. Deferida sua habilitação, receberá o processo no estado em que ele se encontrar. A intervenção é realizada por meio de advogado com capacidade postulatória. No júri, a habilitação deverá ocorrer três dias antes do julgamento. A ausência do assistente neste caso não adia o julgamento. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão do assistente. No caso de recusa infundada da assistência, não há recurso cabível, restando ao interessado propor mandado de segurança. Atividades do Assistente – Poderes do Assistente Artigo 271 a) Propor meios de prova (Perícias, testemunhas) b) Requerer perguntas às testemunhas c) Aditar o libelo (Peça de acusação oferecida imediatamente após a pronúncia, é uma denúncia especial) d) Aditar arrazoado (questionar) É o ato em que se pede o exercício de um direito no curso da relação processual. e) Participar dos debates orais. Sempre depois do Ministério Público. e) Arrazoar os recursos do Ministério Público. Observação: O C.P.P. só autoriza as seguintes interposições: e.1) Recurso de apelação no juízo singular e perante o tribunal do júri e.2) Recurso em sentido estrito contra decisão de impronúncia e que julga extinta a punibilidade. Impronúncia não vai para o Tribunal. Observações Pronúncia : Vai para o tribunal Absolvição sumária : Vai para o tribunal Desclassificação: Vai para o tribunal, mas para outro juízo. Impronúncia : Não vai para o tribunal Querelante : Queixa – Ação penal pública Denunciante : Ministério Público – Ação penal pública condicionada ou incondicionada Assistente de acusação : Para o Ministério Público, para o ofendido (vítima) ou para os familiares ou pessoas legitimadas. Artigos 268 e 31 – C.P.P.

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ESTUDOS PARA PROVA DE TGP II UNIDADE”

Ação

Requisitos da ação (CONDIÇÕES DA AÇÃO)

- Interesse de agir (interesse processual) – Buscar no judiciário algo que você não tem, e algo que não foi possível de forma espontânea e/ou consensual.

- Legitimidade das partes – Os sujeitos da ação tem de ter a legitimidade para estar contido na ação. Legitimidade para propor a ação e para ser parte no processo.

LEGITIMIDADE ORDINÁRIA = Possibilidade do titular de uma pretensão defender essa pretensão.

LEGITIMIDADE EXTRA ORDINÁRIA = Quando alguém (um terceiro), que não é titular dessa pretensão pode defender essa pretensão em nome próprio. É necessária estar previsto em lei. EX. o MP quando entra com uma ação contra alguém, defendendo toda a população. O D.A. defendendo os interesses dos alunos do curso de direito, ele tem a legitimidade defender os alunos, em nome do próprio D.A.. Um sindicato que defende o interesse dos seus membros de uma determinada classe também tem legitimidade extra ordinária. (O MP, quando legitimado extra ordinariamente não é parte do processo, a parte é o povo que ele está representando)

PS. Legitimidade X Capacidade (são coisas diferentes)

As vezes, quem tem a legitimidade para propor a ação, não tem a capacidade para estar só no processo, precisa ser assistido (caso do menor), ou não tem capacidade postulatória, competência exclusiva do advogado.

- Possibilidade jurídica do pedido – É quando é possível a tutela jurisdicional. O objeto do pedido deve ser licito.

Legitimidade extra ordinária é diferente da representação, pois na primeira, o sujeito age em nome próprio defendendo o direito de outro(s), já na representação, o sujeito age em nome do terceiro (da parte) para defender os interesses dele (a parte).

OBS. Capacidade postulatória só quem tem é o advogado, com exceção de ações no juizado especial cível com causa de até 20 salários mínimos.

CAPACIDADE CIVIL = é a aptidão para praticar atos na vida civil

CAPACIDADE PROCESSUAL = é a aptidão que o sujeito tem para praticar atos processuais (a parte dentro do processo tem de ter obrigatoriamente capacidade processual, isso é mais um pressuposto processual)

CAPACIDADE PROCESSUAL PLENA TEM QUE SER ANALISADA SOBRE 3 ASPECTOS OU REQUISITOS:

1. CAPACIDADE DE SER PARTE

Capacidade de ser parte dentro do processo, capacidade de integrar uma dos polos no processo. (Pessoas físicas, jurídicas, entes despersonalizados, MP, nascituros). Ex. No processo penal, um menor de 18 anos, não pode ser parte do processo, ele não tem capacidade sequer de ser parte no processo penal. Uma criança recém nascida pode ser parte de uma ação civil, como o pedido de alimentos.

É a capacidade de ser sujeito de direito que é diferente da capacidade de estar em juízo.

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1. CAPACIDADE DE ESTAR EM JUIZO

Pode ser sujeito de direito, ter a capacidade de ser parte e não ter a capacidade de estar em juízo sozinho. Tem tudo haver com a capacidade civil (maior de 18 anos, com pleno gozo de suas capacidades). É a capacidade de integrar um dos polos processuais e a capacidade de exercer esse direito por si só. Caso seja um capaz de fazer parte no processo, mas não tenha a capacidade de estar em juízo sozinho, ele precisa ser representado ou assistido pela mãe. Lembrando que a mãe (o representante) neste caso NÃO faz parte da relação processual, pois ela está no processo unicamente para completar a capacidade da parte que estar em juízo, neste caso o filho numa ação de alimentos, já que a capacidade de estar em juízo é dele, o menor, é para que ele que se pede.

Uma criança de um ano preenche o primeiro requisito, porem não preenche o segundo, devendo para isso, suprir essa carência sendo assistido pela mãe ou responsável.

1. CAPACIDADE POSTULATÓRIA – Capacidade de requerer em juizo, peticionar ao judiciário, esse jus postulandi é exclusivo, em regra, dos advogados (capac. pessoal) e o MP (capac. institucional). Toda ação tem de ser peticionada por um profissional de direito com a OAB ou pelo MP.

EX. Uma criança de um ano (capacidade de ser parte) precisa de representante (capacidade de estar em juízo) e de um advogado (capac. postulatória)

Casos em que a capacidade postulatória não é requerida obrigatoriamente (porem o cidadão pode SIM, caso queira, mesmo nessas ações, chamar o advogado). Nesses casos a capacidade postulatória é dada ao cidadão.

- Habeas Corpus

- Vara da infância (adoção)

- Juizado especial cível (até 20 salários mínimos)

- Ação popular

Elementos da ação

1º elemento - Partes (autor e réu)

Litisconsórcio = Pluralidade de sujeitos no mesmo polo, quer seja no pólo ativo ou passivo (ou misto, que é a pluralidade nos dois polos)

Quanto à uniformidade da decisão, ela pode ser SIMPLES ou UNITÁRIA. (isso se sabe no ajuizamento da ação, se é simples ou unitário)

SIMPLES= Quando as decisões/sentença podem ser diferentes para os LITISCONSORTES. Ex. Uma ação de indenização de danos Moraes contra 3 pessoas, uma delas pode ser condenado, enquanto as demais podem ser inocentadas.

UNITÁRIA = Quando as decisões não podem ser diferentes, tem obrigatoriamente de ser igual entra todos os litisconsortes. Ex. O MP ajuíza uma ação de anulação de casamento, essa ação, caso seja julgada procedente, ela fará efeito sobre os dois, pois o casamento acabará para os dois. Outro exemplo, Ajuizado uma ação para anular o concurso, em caso de deferimento, o concurso será anulado para todos, e em caso de indeferimento, da mesma forma, os efeitos da sentença será igual para todos.

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Quanto à obrigatoriedade de se formar o Litisconsórcio, ela pode ser FACULTATIVO ou “NECESSÁRIO / OBRIGATÓRIO”.

- Litisconsórcio facultativo ocorre quando resolvem por si só se juntar e ingressar com a ação, com a intenção de contratar um único advogado e brigarem juntos pelos seus interesses, imaginando serem mais fortes juntos.

- Litisconsórcio necessário/obrigatório ocorre em razão da lei processual assim determinar pelos motivos da natureza da ação ou do que se pretende conseguir com aquela ação. EX.: Uma ação de Uso Capião, que uma ação para transformar a posse em propriedade, obrigatoriamente a ação tem de ser ajuizada contra todos os vizinhos do imóvel, tem de chamar os vizinhos para a ação. Um casal casado no civil, no momento de uma ação ser impetrada contra eles que envolva imóvel em nome de um deles, a lei determina que se chame o outro cônjuge para estar no pólo passivo (o que não ocorre no caso contrário, onde um cônjuge, entra com ação sobre o imóvel, contra um terceiro, neste caso, precisasse apenas da autorização do cônjuge e não de pluralidade de partes). OBS. Caso o Litisconsórcio seja necessário/obrigatório, e não se chame/cite a outra parte para fazer parte do processo, esse processo é nulo por falta de um pressuposto processual.

OBS. Ações conexas são as que tem o mesmo pedido, mesmo que a causa de pedir seja diferente. EX. pedido de anulação do ENEM por diferentes alunos, que tem motivos diferentes para pedir, porem o mesmo pedido que é anulação do ENEM.

Em caso de conexão, por conta, dentre outros, pela economia processual, e também para se evitar julgamentos de forma diferentes, se unirá o processo em um só processo, tramitando juntas, porem de forma autônomas, cada qual continuando com seus prazos e cada autor terá que cumprir todos os ônus, sem por conta disso, poder prejudicar os demais, apesar de eles estarem correndo numa única vara e num púnico processo.

OBS. Em caso de Litisconsórcio facultativo, onde envolva muitas partes, que esteja atrapalhando o andamento do processo, infringindo um principio processual da celeridade processual, o juiz pode determinar o desmembramento do processo.

2º elemento – Causa de pedir – o porque de se pedir, a narração dos fatos que geraram aquele fato e o motivo do pedido. É a junção dos fatos (causa de pedir remota) mais os fundamentos jurídicos (causa de pedir próxima)

2º elemento – Objeto ou Pedido – Decorre da causa de pedir, é o que se quer com a ação, o que se espera ou pretende com a petição.

Imediato – A tutela jurisdicional que se espera

CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO

Ação de conhecimento = é análise de conhecimento do processo, onde o juiz vai sentenciar se o autor tem ou não o direito aquele pedido. (quero que o réu seja condenado a pagar)

Ação de execução = não se faz a análise do direito, pois já existe um titulo executório, então se pula esta etapa e vai direito para a execução daquele direito, que entende-se ser certo, sem a necessidade de o juiz analisar se temos ou não aquele pretendido direito. (quero que o réu pague, que o juiz determine o pagamento)

Ação cautelar = Medida provisória, resguardando a matéria do pedido para que se aguarde o julgamento do mérito. (quero que o juiz resguarde o meu pedido para que este não se perca)

Mediato – É a matéria pedida, o que o autor quer, almeja.

Page 16: TEORIA GERAL DO PROCESSO AÇÃO,PROCEDIMENTOS,DEFESA

Para se saber se duas causas são idênticas, devemos analisar os elementos da ação; partes, causa de pedir, pedido. Neste caso, pode haver:

LITISPENDÊNCIA = duas ações idênticas, com as mesmas partes, mesmo causa de pedir e mesmo pedido, sendo que estão tramitando ao mesmo tempo, só que em ações diferentes, logo, um deles deve ser extinto sem resolução do mérito.

COISA JULGADA = Quando duas ações idênticas quanto aos elementos, uma ação já transitou em julgado e o autor ingressa com outra, esperando que desta vez o seu suposto direito seja tutelado. Neste caso o juiz determinará a extinção da ação, sem julgamento do mérito, visto que já foi sentenciado aquele pedido na outra ação, e nota-se que o autor está apenas tentando novamente por uma causa já outrora perdida. (Obs.: Se ação não tiver sido julgada o mérito, o autor pode ingressar com outra ação, mesmo com os mesmo elementos, visto que a ação não foi julgada provavelmente por uma carência de ação, e quando esta carência é sanada, pode-se impetrar nova ação contendo os mesmo elementos da ação anterior)

PROCESSO E PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

Processo é a forma/instrumento que o estado tem para materializar a ação e poder resolver a LIDE. É toda e qualquer forma de resolução da LIDE.

O que forma o processo é o conjunto de atos processuais, o processo em si, é abstrato, o que se pega e sê vê são os autos do processo.

Pressupostos processuais são os requisitos para que o processo possa se constituir e desenvolver validamente. Sem estes, o processo não vai seguir validamente.

Os pressupostos processuais classificam-se em PRESSUPOSTOS DE CONSTITUIÇÃO E PRESSUPOSTOS DE DESENVOLVIMENTO.

- PRESSUPOSTOS DE CONSTITUIÇÃO = “Criação do processo” 1- Petição Inicial (reclamação trabalhista em caso de processo trabalhista). 2- Buscar um órgão que exerça o poder jurisdicional. 3- Citação válida do réu (existem exceções). 4- Capacidade Postulatória (juizado dispensa o advogado, habeas corpus também).

- PRESSUPOSTOS DE DESENVOLVIMENTO = 1 - A petição inicial tem de ser conter os requisitos de validade, sob risco de, apesar de constituído o processo, ser finalizado sem o julgamento do mérito. Esses motivos podem ser, carência de ação, ou até mesmo o pedido ou a causa de pedir estarem mal explicados, gerando duvidas ao juiz competente, o que geraria um pedido por parte do juiz para a petição fosse emendada. Apta, que preencha os requisitos legais. 2- Competência do juiz e que o mesmo não seja impedido ou parcial.

- PRESSUPOSTOS NEGATIVOS - Alem disso existem os pressupostos negativos, como a 1 - Litispendência, 2 - Coisa julgada ou 3 - Perempção.

Perempção é a perca do direito de ação, eu razão do abuso processual.

Um dos pressupostos processuais é que tenha as duas partes no processo, autor e réu

Ausente um dos pressupostos processuais, temos de analisar se o processo vai ser ou não extinto sem julgamento do mérito. Não existe uma norma clara sobre isso, o que o estado deve fazer, é o possível para que a ausência seja sanada, prezando sempre pela resolução do mérito, portanto o processo só será extinto em último caso, quando não houver nenhuma possibilidade de resolver aquela pendência.

Page 17: TEORIA GERAL DO PROCESSO AÇÃO,PROCEDIMENTOS,DEFESA

OBS.: Uma mesma pessoa pode ter as três características para entrar sozinha com uma ação, ou seja, capacidade civil, capacidade por ser pessoa física ou jurídica e a capacidade postulatória por ser advogado.

DIFERENÇA ENTRE PROCESSO E PROCEDIMENTO

Procedimento é o rito que o processo percorre, a forma e o conjunto que os atos processuais serão realizados dentro do processo.

ATOS PROCESSUAIS

É a menor unidade dentro do processo

SUJEITOS DO PROCESSO E SUJEITOS DA RELAÇÃO PROCESSUAL

Sujeito do processo é todo o agente que pratica atos dentro do processo, ex. Oficial de justiça, juiz, autor, réu, testemunha, perito.

Os sujeitos da relação processual são apenas o autor, o estado juiz e o réu.

Sujeitos da relação processual

- Sujeitos da relação processual (imparcial (juiz) e parcial (partes))

Juiz (imparcial)

Funções:

Administrativas= O juiz é quem conduz/coordena o processo, marca a audiência, a data, o horário, controla a audiência para o seu bom andamento.

Jurisdicionais = O juiz pratica atos de decisão, atos que vão culminar com o julgamento do processo. (os atos jurisdicionais podem ser alvo de recursos, por terem força de causar dano a uma das partes, ao contrário dos atos administrativos)

Atos processuais do juiz dentro do processo.

Despacho (despacho de mero expediente) = São atos sem natureza decisória, e são de natureza meramente administrativa. O despacho não favorece, nem prejudica as partes (os atos de despacho não estão sujeitos a recurso). EX. Designação de audiência

Decisões interlocutórias = Decisão tomada ao longo do processo, que independente do conteúdo, não finaliza o processo, EX. deferir ou não uma liminar, deferir ou não um mandado de prisão, determinar a mudança da data de audiência pelo pedido de uma das partes, são decisões que decidem sobre alguma coisa dentro do processo. Apesar de ter conteúdo decisório, mas não decidem/finalizam o processo, dessa forma, ainda não é a sentença. Podem ser provocadas ou de oficio. (ao contrário dos despachos, os atos interlocutórios podem sofrer recurso, por terem a potencialidade de causar dano a uma das partes).

Sentença = É o ato através do qual o juiz decide o processo, as decisões e a sentença são atos jurisdicionais. Julgando ou não o mérito. (por ser ato de caráter jurisdicional, pode sofrer recurso)

OBS.: “JULGAR O MÉRITO É JULGAR O CONTEUDO DO PROCESSO”

Page 18: TEORIA GERAL DO PROCESSO AÇÃO,PROCEDIMENTOS,DEFESA

Partes (autor e réu) (parcial)

Partes da relação processual, (ATIVA OU PASSIVA)

Na lide não podemos dizer que uma parte é ativa e a outra é passiva, essa distinção existe apenas na relação processual, pois neste caso, a parte ativa é quem provoca o estado, quem toma a iniciativa, que exerce o seu direito de ação, e a parte passiva é contra quem se ajuíza a ação, sobre a qual vai recaiar as consequências da partes autora ativa.

Em geral a partes é simples, ou seja, é composta de um única sujeito. Quando há mais de um sujeito na mesma parte, forma o LITISCORSÓRCIO.

Litisconsórcio = Pluralidade de sujeitos no mesmo polo, quer seja no pólo ativo ou passivo (ou misto, que é a pluralidade nos dois polos)

OBS.: LITISCONSORTES SÃO OS INTEGRANTES (SUJEITOS) QUE FAZEM PARTE DO LITISCONSÓRCIO. Lembrando que os litisconsortes tem autonomia entre si, não precisam de autorização uns dos outros, e em relação a outra parte. Ex. Juntar autos ao processo, recorrer da decisão, participar dos atos processuais.

Quanto à hipótese de se substituir uma das partes no processo, um dos sujeitos do processo. (substituição de uma das partes é sinônimo de legitimidade extra ordinária)

Na ação civil, dependendo do direito discutido, (numa ação de cobrança, de indenização sempre é possível a substituição da parte) existe sim a possibilidade. EX.: Numa ação patrimonial, em caso de morte de uma das partes, o herdeiro ou espólio pode substituir a parte.

Tem de se analisar sempre se a ação é do tipo personalíssima, e só aquele sujeito pode responder, em caso de não ser de natureza personalíssima, o processo é suspenso até que o substituto de uma das partes adentre ao processo através da citação e o processo dará continuação, pois a intenção do poder jurisdicional é sempre a resolução do mérito e só se deixará que o processo se encerre sem o julgamento do mérito em ultimo caso.

Na ação trabalhista – existe a possibilidade de ser transferida, caso o direito seja transmissível.

Na ação penal sempre é do tipo personalíssima, e não existe a possibilidade de ser substituída a parte ré no processo.

FUNÇÕES ESSENCIAIS A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA OU FUNÇÕES ESSENCIAIS À JURISDIÇÃO (advocacia e MP)

Advocacia (CF/88, arts 131/133 / Lei 8.90/94, normas legais que regem a advocacia)

1. Privado

O contrato é feito entre o profissional e o cliente de forma particular, quem deve o remunerar pelos serviços prestados é o cliente e não o estado

1. Público

O advogado tem como cliente principal o estado, portanto quem o remunera é o estado.

A advocacia pública dividi-se em: União e Estados

Page 19: TEORIA GERAL DO PROCESSO AÇÃO,PROCEDIMENTOS,DEFESA

- União _ Advocacia da união (advogados do governo federal, ajuíza ações em defesa da união tanto no polo ativo como no polo passivo). É quem recebe todos os processos contra a união, é quem intimado em nome da União.

_ Procuradores autárquicos (advogados das autarquias) tem procuração, ou seja, ele defende as autarquias judicialmente.

_ Defensoria pública da união (exclusivos para ajuizar ações da justiça federal)

- Estado _ Defensores públicos Estaduais (não defende o interesse do estado, mas do cidadão que não pode pagar a um advogado privado). A defensoria estadual pode, inclusive, ajuizar ações contra o estado ou contra a união, porque apesar de ser paga pelo poder publico, ela trabalha em defesa do cidadão que não pode pagar.

_ Procuradores do estado, tem procuração, ou seja, ele defende o estado judicialmente. (é uma espécie de escritório de advocacia que trabalha exclusivamente na defesa do estado). O procurador geral do estado é chefe dos procuradores do estado. É quem recebe todos os processos contra o estado, é quem intimado em nome do Estado. Pode ter também a procuradoria municipal, criado por uma lei municipal. Se não existir uma lei municipal que crie essa procuradoria, quem responde em nome do município é o prefeito.

_ Procuradores de justiça, diferente, do procurador do estado, o procurador de justiça é o promotor de justiça que atua nos tribunais de justiça.

IMPORTANTISSIMO

MINISTÉRIO PUBLICO (CF/88, art 127) é uma instituição permanente, indispensável a função jurisdicional, mas que atua fora da estrutura do judiciário e o MP não integra a estrutura do judiciário. O MP tem autonomia e ao contrário da função jurisdicional, a atuação do MP independe de provocação, ele não é inerte e nem tampouco imparcial, já que ele pode ser parte da relação processual.

Características do Ministério Público:

- clausula pétrea, não pode ser removido;

- é indispensável a função jurisdicional do estado.

- Órgão estatal que não faz parte do judiciário, não tem a função jurisdicional.

- Não compõe nenhum dos três poderes, ele atua como um dos freios e c ontra pesos de cada um dos três poderes.

- É um interventor através do interesse público, que pode ser primário ou secundário.

Intervenção através do interesse público

Primário: É o interesse público da defesa dos interesses da sociedade como um todo, e é o que legitima a intervenção do MP

Secundário: É o interesse público da defesa da administração pública, que são os advogados da união, procuradores do estado e município, que defendem o interesse secundário.

Junto ao advogado, é quem tem o jus postulandi.

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Intervenção através do interesse público

O MP tem o objetivo de defender: (o MP sempre atua na defesa desses 4 elementos)

1 - A ordem jurídica (que é diferente de lei). Ordenamento jurídico é um conjunto de normas e princípios muito mais amplo que a lei, que regem uma sociedade.

2 - Defender o regime democrático

3 - Os interesses sociais – defender os direitos sociais (saúde, educação, moradia, previdência, assistência social). É incumbência do MP tomar providências na defesa de qualquer interesse social. Se estiver em jogo um interesse social, o MP tem de fazer parte. Esses interesses são de natureza difusa, ou seja, são interesses coletivos que não tem um titular desse direito.

4 - Interesses individuais indisponíveis – É semelhante ao direito difuso, sendo que neste caso o direito é individual, se assemelha ao direito difuso porque é um direito social. É um direito que é do individuo, da pessoa, porém ele não pode dispor. EX. direito do incapaz. Direito de se matricular em escola no seu bairro. É a única situação em que o MP atua na defesa de um individuo de forma individual, quando os interesses estão indisponíveis.

Atuação do MP (toda ação do MP, é baseado no interesse publico)

- Extrajudicial – Atuar fora do processo

Civil – EX. Compete ao MP abrir inquérito civil sobre desmatamento do meio ambiente, já que este é um interesse difuso. Depois do inquérito é que o MP decide se ajuíza a ação ou não.

Penal – Pode instaurar uma investigação penal e após isso, analisar se deve ajuizar a ação criminal. Atuação extra judicial

Trabalhista - EX. Compete ao MP se as empresas estão empregando menor

- Judicial (processual) é a que nos interessa

- O MP dentro do processo pode exercer 2 funções:

a) Parte = Neste caso, o MP vai ser parte integrante da relação processual. Com todas as prerrogativas e ônus das partes.

Prerrogativas processuais quando o MP atua como parte:

- Liberdade instrutória (produzir provas)

- Recurso (mesmo quando ele atua como fiscal)

- Intimações sempre pessoais

- Prazos diferenciados no Proc. Civil, Proc. Penal e Proc. Trab.

b) Fiscal do ordenamento jurídico = (Neste caso ele não integra a relação processual). Neste caso ele é um terceiro interveniente (terceiro porque não é parte, interveniente porque intervém na relação processual sem participar dela), ele é sujeito do processo. Fiscaliza um dos 4 objetivos de atuação do MP, que são: a defesa do ordenamento jurídico, a defesa do regime democrático, a defesa dos

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interesses sociais e a defesa dos interesses sociais indisponíveis. Quando ele atua como fiscal, ele apenas opina, quando ele atua como parte, ele requer.

OBS.: No processo penal, o MP sempre atua, por ser de interesse coletivo difuso.

No processo civil, o MP nem sempre atua, só em casos específicos.

Não intervenção = sendo obrigatória a participação do MP, se ele não é intimado, isso leva a nulidade processual (é um pressuposto processual)

ATOS PROCESSUAIS

Os atos processuais é uma espécie de ato jurídico que gera efeitos dentro do processo. Ele é que dão forma ao procedimento

Ato processual é diferente de Fato processual

No ato, depende da vontade das partes, enquanto no fato processual, independe da vontade das partes, mas gera efeitos dentro do processo.

A petição inicial é o primeiro ato processual dentro do processo, é um ato do autor do processo.

Classificação dos atos

- Quanto aos sujeitos

Quem pratica atos processuais:

- as partes

- o julgador

- os sujeitos do processo

- Quanto ao objeto (finalidade do ato)

- Atos de comunicação

- Atos de instrução

Atos de comunicação CITAÇÃO E INTIMAÇÃO

Citação – só se cita o réu, é uma atribuição exclusive ao réu, só ele pode ser citado, pois o conceito dele é que se dá conhecimento ao réu da ação e apartir daí se dá a ele, réu, o direito de defesa. Os demais sujeitos do processo podem apenas ser intimados

Intimação – é a notificação a qualquer sujeito do processo, para que este tenha ciência de um ato ou para o notificar de fazer alguma coisa, sobre o andamento do processo. EX. Intimar testemunha (dia, hora, local), Intimar perito (comunicação da perícia)

Atos de instrução – Esse é o momento de colher provas, ouvir testemunhas, pericia. É atribuição das partes, do MP se estiver no processo, o julgador de oficio, pode trazer provas ao processo, como intimar testemunha. O julgador é imparcial e não neutro.

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Após o ato de instrução, vem o ato decisório, que é a sentença, que é o que julga o processo, com ou sem o julgamento do mérito.

INCIDENTE PROCESSUAL é uma situação controvertida que surge no curso do processo, e não diz respeito necessariamente a LIDE.

Prazo e preclusão

Prazo é o período de tempo para a realização de um ato processual, tem um inicio e um fim.

Preclusão é quando acaba uma faculdade processual, quer seja porque já o praticou, ou porque passou o prazo e perdeu o direito de praticar o ato processual.

Questões do teste

1- Quais os requisitos para que se possa exercer validamente o direito de ação?

Interesse de agir, Possibilidade jurídica do pedido e legitimidade das partes

2- Qual a diferença entre legitimidade e capacidade?

Capacidade tem haver com a aptidão da pessoa de praticar atos e a legitimidade tem haver com a aptidão da pessoa de participar de uma relação jurídica. Uma criança de 1 ano, não em capacidade de praticar atos civil, mas tem a legitimidade de participar de uma relação processual.

3- Defina Litispendência

Litispendência ocorre quando duas ações tem os mesmos elementos, partes, causa de pedir e pedido.

4- Enumere três pressupostos processuais.

São os requisitos para que o processo se constitua e se desenvolva de forma válida. Petição Inicial. Citação válida. Capacidade processual. Advogado. Imparcialidade do julgador. Competência do julgador.

5- Pode se dizer que a ação de alimentos do filho contra o genitor é considerada de execução, já que, a necessidade de certidão de nascimento do autor demonstrando parentesco pra o ajuizamento da ação?

Não. A execução é para materializar uma obrigação, e a simples certidão de nascimento não gera a obrigação a execução, pois não é um titulo executivo. A ação é de conhecimento, pois é uma LIDE onde o menor quer receber os alimentos, e o genitor resiste em pagar determinado valor, então o juiz vai ter o conhecimento da ação, afim de determinar a sentença. A certidão de nascimento serve unicamente de prova.

6- É possível o ajuizamento de uma ação contra o estado de Pernambuco na justiça estadual? (a pergunta seria: O estado de Pernambuco tem capacidade para ser parte e tem, capacidade para estar em juizo?)

É. Pois o estado de Pernambuco é uma pessoa jurídica e pode ser parte de uma ação tanto na parte autora, quanto na parte ré, na justiça estadual ou federal dependendo da LIDE.

Page 23: TEORIA GERAL DO PROCESSO AÇÃO,PROCEDIMENTOS,DEFESA

DEFESA PROCESSUAL Na defesa processual, o réu pode tomar dois caminhos:

=> DEFESA PROCESSUAL PEREMPTÓRIA

Leva à extinção do processo sem o julgamento do mérito: - indeferimento da petição inicial;

- abandono do processo pelas partes, por mais de um ano; - desídia (o autor abandonar a causa por mais de trinta dias);

- perempção; - litispendência; - coisa julgada;

- falta de qualquer das condições da ação; - se morrer a parte e o direito for intransferível;

- se houver confusão entre autor e réu. Produz coisa julgada?

Sim, referente ao processo, à forma.

=> DEFESA PROCESSUAL DILATÓRIA Procrastina o prazo.

Deve estar resguardado o princípio da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal.

Não somente o réu tem o direito de se defender, mas as partes têm o direito de se defender do que a parte adversa apresentar.

O direito de ação é genérico e abstrato. Por isso é preciso instrumentalizá-lo. Inicia com a petição inicial, mas se forma somente com a distribuição dela.

A feição é triangular: o réu tem que ser citado, de forma válida (nesse momento inicia-se o contraditório).

O contraditório é a oportunidade para a parte adversa se manifestar.

Vamos inicialmente trabalhar com a Teoria Geral do Processo: Quais as condições da ação ?!? É a nossa LIPO do processo: LEGITIMIDADE, INTERESSE

DE AGIR e a POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. Lembrem-se que elas devem estar

sempre presentes para a análise do mérito da demanda, assim, a sua ausência acarreta a

extinção do processo SEM resolução de mérito, pelo indeferimento da petição inicial (295 c/c

267, I) ou pela carência de ação (267, VI). E quais são os elementos da ação ??!? São as PARTES – sujeitos da ação – pólo ativo e pólo

passivo, CAUSA DE PEDIR – fatos e fundamentos jurídicos e PEDIDO o objeto da ação. A

importância dos elementos da ação está para os institutos da LITISPENDÊNCIA, COISA

JULGADA, PEREMPÇÃO, CONEXÃO e CONTINÊNCIA. Na LITISPENDÊNCIA é repetida a ação que está em curso entre as mesmas PARTES, com a

mesma CAUSA DE PEDIR e o mesmo PEDIDO. Consequencia jurídica – extinção do processo

SEM resolução de mérito. Na COISA JULGADA é repetida a ação (PARTES, CAUSA DE PEDIR E PEDIDO) que já foi

decidida por sentença, de que não caiba mais recurso. Consequencia jurídica – extinção do processo

SEM resolução de mérito.

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PEREMPÇÃO – perda da possibilidade de intentar nova ação contra o réu com o mesmo objeto por

conta de ter ocorrido a extinção do processo por 3 vezes por abandono. Consequencia jurídica –

extinção do processo SEM resolução de mérito. CONEXÃO – identidade parcial dos elementos da ação (CAUSA DE PEDIR ou PEDIDO) conseqüência jurídica REUNIÃO dos processos para julgamento conjunto !!! CONTINÊNCIA – identidade das partes e a causa de pedir, mas o OBJETO de uma ação por ser

mais amplo abrange o das outras ações conseqüência jurídica REUNIÃO dos processos para

julgamento conjunto. Qual juízo que irá reunir as ações nos casos de CONEXÃO e CONTINÊNCIA ?!? JUÍZO PREVENTO – entre juízes de mesma competência territorial, prevento será o que despachou

em primeiro lugar (art. 106) e entre juízes de competência territorial distinta, a regra é da

prevenção por conta da citação válida (art. 219). Vamos falar sobre a DEFESA DO RÉU (contestação e reconvenção) !!! CONTESTAÇÃO – é a clássica defesa do Réu onde ele irá se opor aos fatos e fundamentos da

inicial, vigora o princípio da CONCENTRAÇÃO. Assim, temos a defesa PROCESSUAL -

preliminares processuais e defesa de MÉRITO - argumentando PRESCRIÇÃO e

DECADÊNCIA e rebatendo os fatos. A contestação é um momento único e o réu deve alegar toda a sua matéria de defesa. O CPC traz três exceções (art. 303) possibilitando ao réu deduzir novas alegações após a

contestação: a) relativas a direito superveniente; b) competir ao juiz conhecer de ofício e; c) por expressa autorização legal puderem ser formuladas em qualquer tempo e juízo. Ainda, o réu tem o ÔNUS DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA sobre os fatos narrados na inicial sob

pena de presunção de serem verdadeiros os fatos não impugnados (302). ATENÇÃO !!! Não se

aplica esta regra ao ADVOGADO DATIVO, CURADOR ESPECIAL e ao MP. Também não se aplica esta regra quando: a) não for admissível confissão; b) a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento público que a lei considerada da

substância do ato e; c) os fatos estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. REVELIA – ausência de contestação – reputam-se verdadeiros os fatos afirmados pelo autor –

presunção relativa (319). Não haverá esse efeito quando: a) havendo pluralidade de réus um deles contestar a ação; b) o litígio versar sobre direitos indisponíveis e; c) a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento público que a lei considere

indispensável à prova do ato. Ocorrendo a revelia o autor não pode alterar o pedido ou a causa de pedir, nem demandar declaração

incidente SALVO SE PROMOVER NOVA CITAÇÃO !!!

Page 25: TEORIA GERAL DO PROCESSO AÇÃO,PROCEDIMENTOS,DEFESA

Os prazos para o réu revel que não tenha advogado constituído correm independentemente de

intimação a partir da publicação de cada ato decisório. Pode o Réu revel intervir no processo, mesmo diante da revelia operada ?!? Pode o réu revel

intervir no processo em qualquer momento, recebendo-o no estado em que se encontra, sem

poder renovar a contestação. Vamos falar sobre a RECONVENÇÃO !!! A reconvenção só cabe no rito ordinário – no sumário é promovido o pedido contraposto. Qual é o

PRAZO da RECONVENÇÃO ?!? A reconvenção será oferecida simultaneamente à contestação

em peças autônomas e será processada nos mesmos autos. A reconvenção tem natureza jurídica de ação, o Réu formulando pedidos contra o Autor, assim para

que seja possível deve haver conexão com a ação principal ou com o fundamento da defesa. Na

reconvenção as partes são chamadas de RÉU RECONVINTE e AUTOR RECONVINDO. ATENÇÃO !!! Não pode o réu em seu próprio nome reconvir ao autor quando este demandar em

nome de outrem o autor reconvindo será INTIMADO NA PESSOA DE SEU ADVOGADO para

contestar a reconvenção no prazo de 15 dias. A desistência da ação principal ou a sua extinção não impede o prosseguimento e julgamento da

reconvenção. Serão julgadas na mesma sentença a ação e a reconvenção. Em uma ação que tramita pelo rito ordinário, o Réu pode alegar em contestação a incompetência ?!? A incompetência pode ser vista como ABSOLUTA ou RELATIVA e, uma das diferenças existentes

entre as mesmas é que a incompetência ABSOLUTA tem como melhor momento a

CONTESTAÇÃO como preliminar, mas pode também ser alegada a qualquer tempo e grau de

jurisdição, ou seja não há PRECLUSÃO !!!