teoria geral do direito civil - defeitos dos negócios jurídicos

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA Dayane Torres Belém-PA 2014 DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

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Trabalho Acadêmico.

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Page 1: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

Dayane Torres

Belém-PA2014

DEFEITOS

DOS

NEGÓCIOS

JURÍDICOS

Page 2: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

INTRODUÇÃO

1. Conceito: Defeitos dos Negócios Jurídicos são vícios que prejudicam

a validade do negócio jurídico. Os defeitos se subdividem-se em

Vícios de Consentimento e Vícios Sociais.

1.1. Vícios de Consentimento: Erro, Dolo, Coação, Lesão e Estado de

Perigo.

1.2. Vícios Sociais: Fraude Contra Credores e Simulação.

Art. 178, CC/02 – É de quatro anos o prazo de decadência para

pleitear-se a anulação do negócio.

Page 3: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

ERRO

DOLO

COAÇÃO

LESÃO

ESTADO DE PERIGO

VÍCIOS

DE

CONSENTIMENTO

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

Page 4: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

ERRO

• Caracteriza-se erro quando o agente por desconhecimento ouconhecimento errado, atua de forma oposta a sua a vontade casosoubesse a real situação.

• Erro x Ignorância

• Error In Negotio;

• Error In Corpore;

• Erro In Persona;

• Art. 138, CC/02

• 4 anos o prazo de decadência - Art. 178, II, CC/02

Page 5: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

ERRO SUBSTANCIAL E ERRO ACIDENTAL

• Erro Substancial: “Tem papel decisivo na determinaçãoda vontade do declarante, de modo que, seconhecesse o verdadeiro estado de coisas, não teriadesejado, de modo nenhum, concluir o negócio”.

(SILVIO VENOSA)

• Art. 139, I, II, III, CC/02

• Art. 144, CC/02

• Erro Acidental: Erro ligado aos motivos ou qualidadessecundárias da pessoa ou do objeto, de forma a nãoalterar a validade do negócio.

• Não anula o negócio jurídico.

• Art. 142, CC/02

Page 6: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

VÍCIO REDIBITÓRIO• Trata-se de um defeito oculto na coisa ou objeto do contrato

comutativo, prejudicando o valor dos mesmos ou os tornandoimpróprios para uso.

• Não anula o negócio jurídico.

• Exemplo: Rony compra um carro de seu vizinho e alguns dias

depois ele apresenta pane em seu maquinismo.

• Art. 441, CC/02

• Art. 443, CC/02

• Art. 445, CC/02

Page 7: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

DOLO

• “Dolo é artifício ou expediente astucioso, empregado parainduzir alguém à pratica de um ato jurídico, que o prejudica,aproveitando ao autor do dolo ou a terceiro”.

(Clóvis Beviláqua)

• Requisitos: Intenção de Confundir a Parte; Utilização deRecursos Fraudulentos; Os Artifícios Sejam Causa Determinanteda Declaração de Vontade; Que Procedam de OutroContratante; Causar Prejuízo ao Outro Contratante emVirtude do Equívoco.

• Art. 145, CC/02• Art. 150, CC/02

• 4 anos o prazo de decadência - Art. 178, II, CC/02

Page 8: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

DOLO PRINCIPAL E DOLO ACIDENTAL

• Dolo principal:- Torna o ato anulável;- Tem como objetivo incitar o declarante a realizar um ato jurídico;

- Dolo determinante para o negócio jurídico;

• Dolo acidental:- Há ato ilícito que gera responsabilidade para o culpado;- O dolo não é o motivo originário do negócio;- Celebrado independentemente da malícia proposta pelo autor;

- Exemplo Dolo Acidental: Matheus pretendendo adquirir um automóvel,ele o escolhe de cor metálica; no ato do recebimento do automóvel, elenota que foi enganado pois a tintura do veículo é comum e não metálica.

- Art. 146, CC/02

Page 9: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

DOLUS BONUS E DOLUS MALUS

• Dolus Bonus:- Dolo ilício aceitável;

- Sem finalidade de prejudicar;

- Exemplo: Vendedor enaltece seu produto alegando queeste é o melhor da categoria, que nenhum outro produto podeo superar.

• Dolus Malus:

- Finalidade de prejudicar;- Benefício próprio ou de terceiros;

- Exemplo: Anunciante deturpa as informações do produto,fornecendo informações falsas, tratando-se então depropaganda enganosa.

Page 10: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

DOLO POSITIVO E DOLO NEGATIVO

• Dolo Positivo:

- Atitude comissiva;

- Exemplo: Minerva faz imprimir cotação falsa da Bolsa deValores para induzir o ingênuo a adquirir certas ações.

• Dolo Negativo:

- Silêncio intencional;

- Intenção de induzir à erro;

- Relação entre omissão dolosa e declaração de vontade;

- Omissão do próprio contraente;

- Exemplo: Vendedor permanece calado diante do erro docomprador acerca das qualidades do produto de que ovendedor conhece melhor à respeito.

Page 11: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

DOLO POR PARTE DE TERCEIROS

• Dolo proveniente de terceiros, ou seja, desconhecidos donegócio jurídico;

• Vicia o negócio jurídico caso o beneficiário tenha conhecimentoou tivesse como ter conhecimento do dolo;

• Art. 148, CC/02

• Exemplo: Fred que pretender adquirir uma joia, imaginando-a serde ouro quando na verdade não é; o fato de não se der ouronão é alegado pelo vendedor Tom e muito menos por Fred;Narcisa, terceira que nada tem a ver com o negócio, opina deforma a encarecer alegando que a joia é de ouro. A partir disto,o comprador efetua a compra. O fato de o vendedor ter ouvidoa manifestação de Narcisa e não ter alertado Fred é quepermitirá a anulação. Daí que o ato é anulável se a parte aquem aproveite tivesse conhecimento ou dele devesse terconhecimento.

Page 12: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

DOLO DE REPRESENTANTE, DE AMBAS AS PARTES E DE APROVEITAMENTO

• Dolo de Representante:

- Presença de representante legal ou convencional;

- Pode causar vício ao negócio jurídico;

- Art. 149, CC/02

- Exemplo: Minerva, curadora de Harry (joalheiro), agindo dolosamente, vende à Narcisa anelfolheado a ouro como se fosse de ouro maciço. No caso, o dolo decorreu da conduta dorepresentante legal de Harry.

• Dolo de Ambas as Partes:

- Ambas as partes praticam o dolo;

- Não vicia o negócio jurídico;

- Art. 150, CC/02

- Exemplo: Hermione deseja comprar um anel de pedra verde. Comparece À joalheria deArthur, este apresenta à Hermione uma bijuteria barata, como se fosse de Esmeralda. Hermione dizentender de pedras preciosas, dizendo tratar realmente de uma esmeralda, sentindo-se esperta porter enganado o joalheiro. E ele satisfeitos por ter vendido a bijuteria como joia.

• Dolo de Aproveitamento:

- Aproveitamento de situação de extrema necessidade ou de inexperiência da outra parte paraobter lucro desproporcional;

- Exemplo: Fred deseja vender um Rolex por estar necessitando de dinheiro, e Jorge diante detal situação oferece uma quantia ínfima pelo produto, mas Fred aceita por estar numa situação denecessidade.

Page 13: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

COAÇÃO

• “Um estado de espirito, em que o agente, perdendo a

energia moral e a espontaneidade do querer, realiza o atoque lhe é exigido” .

(Clóvis Beviláqua)

• Art. 145, CC/02

• 4 anos o prazo de decadência - Art. 178, I, CC/02

Page 14: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

COAÇÃO ABSOLUTA, COAÇÃO RELATIVA E COAÇÃO DE TERCEIROS

• Coação Absoluta:

- Violência física;

- Não há vontade pois não há escolha;

• Coação Relativa:

- Coação moral;

- Há vontade, pois há escolha/opção;

• Coação por Parte de Terceiros:

- Pode levar à anulação do negócio;

- Só se admite a nulidade caso o beneficiário soube ou devessesaber da coação;

- Art. 154, CC/02

- Art. 155, CC/02

Page 15: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

ESTADO DE PERIGO

• Situação de perigo de conhecimento da outra parte;

• Iminência de dano atual e grave;

• Nexo de causalidade entre a manifestação e o perigo

de dano;

• Ameaça de dano próprio ao declarante ou à sua

família;

• Obrigação excessivamente onerosa;

• Art. 156, CC/02

• 4 anos o prazo de decadência - Art. 178, II,CC/02

Page 16: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

LESÃO

• Desproporcionalidade das prestações;

• Vicia o negócio jurídico tornando-o anulável, salvo em casodisposto no Art. 157, §2º, CC/02;

• Lucro exorbitante por inexperiência ou necessidadeeconômica de uma das partes;

• Requisitos de Natureza Subjetiva (desequilíbrio psicológico deuma das partes, ou seja, inexperiência ou necessidadeeconômica) e Natureza Objetiva (desproporção entreprestações);

• Art. 157, §1º e §2º, CC/02

Page 17: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

FRAUDE CONTRA

CREDORES

SIMULAÇÃO

VÍCIOS

SOCIAIS

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

Page 18: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

FRAUDE CONTRA CREDORES• Devedor efetua negócio jurídico com o intuito de prejudicar os direitos

dos credores;

• Garantia dos Credores – Patrimônios do Devedor;• Oneração ou Alienação dos bens do devedor insolvente;• Anterioridade de Crédito;• Consilium Fraudis e Eventus Damni;

• DEVEDOR SOLVENTE x DEVEDOR INSOLVENTE;

• Credores Quirografários;• Ação Pauliana;

• Art. 158, CC/02• Art. 159, CC/02• Art. 162, CC/02• Art. 163, CC/02

Page 19: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

SIMULAÇÃO

• Declaração de vontade de cunho enganoso;

• Objetivo – Produzir efeito oposto ao indicado;

• Causa de Nulidade do negócio jurídico;

• O declarante NÃO é vítima e sim o agente;

• Art. 167, §1º , I, II, III, §2º, CC/02

Page 20: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

SIMULAÇÃO ABSOLUTA E SIMULAÇÃO RELATIVA

• Simulação Absoluta:

- Declaração de vontade ou confissão de dívida para não gerar efeitos jurídicos;

- Situação jurídica irreal e lesiva;

- Exemplo: Sujeito simula com outro a locação de um bem, sem que de fato o

contrato exista; da pessoa que emite títulos de crédito em seu desfavor para

demonstrar à determinado credor que existem outras dívidas a serem pagas.

• Simulação Relativa:

- Há declaração de vontade ou confissão falsa como o objetivo de encobrir o ato;

- Declaração emitida aparentando destinar direitos à alguém quando na verdade

os transfere para terceiros;

- Exemplo: Homem casado, pretende doar um bem a sua concubina; ante a

proibição legal, o alienante simula uma compra e venda que, em seu bojo, encontre

o ato que efetivamente, se quer praticar: a doação do bem com o efeito de

transferência gratuita da propriedade.

Page 21: Teoria Geral do Direito Civil - Defeitos dos Negócios Jurídicos

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

Belém-PA2014

CONCLUSÃO