teoria de sistemas amostrados e controle digital - d.j pagano

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Teoria de Sistemas Amostrados e Controle Digital - D.J Pagano

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  • Teoria de Sistemas Amostrados e

    Controle Digital

    Prof. Daniel Juan Pagano

    Departamento de Automa~ao e Sistemas

    Centro Tenologio

    Universidade Federal de Santa atarina

    CEP 88040-900 Florianopolis - SC

    Tel.: +55 48 331 7601/7670, FAX: +55 48 331 9934

    E-mail: danieldas.ufs.br

  • Agradeimentos

    A Cesar Torrio, aluno de doutorado do programa de Posgradua~ao em

    Engenharia Eletria (PPGEEL-UFSC), pela assiste^nia e suporte na elabo-

    ra~ao desta apostila. Tambem agradeo ao professor Julio E. Normey Rio,

    do Departamento de Automa~ao e Sistemas (UFSC), pelo material aportado

    para a onfe~ao desta apostila.

  • Sumario

    1 Introdu~ao 5

    1.1 Deni~oes Basias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

    1.2 Sinais Contnuos e Disretos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

    1.3 Controle digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

    1.3.1 Problemas ligados ao ontrole de sistemas amostrados . . . . . . . . 12

    2 Transformada Z e aplia~oes 14

    2.1 Deni~ao da Transformada Z . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

    2.2 Propriedades da Transformada Z . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

    2.3 Inversa da Transformada Z . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

    2.3.1 Aplia~ao a equa~oes a diferenas e sistemas . . . . . . . . . . . . . 18

    2.3.2 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

    3 Interonex~ao de sistemas ontnuos e disretos 21

    3.1 A amostragem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

    3.2 Analise da onex~ao Interpolador - Sistema ontnuo . . . . . . . . . . . . . 25

    3.3 Fun~ao de transfere^nia amostrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

    3.3.1 Ganho estatio de um sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

    3.3.2 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

    3.3.3 Rela~ao plano S - plano Z . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

    3.4 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

    4 Estabilidade e resposta no tempo 40

    4.1 Deni~ao e rela~ao om a fun~ao de transfere^nia . . . . . . . . . . . . . . 40

    4.2 Estabilidade e resposta no tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

    4.2.1 Sistemas amostrados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

    4.2.2 Tipos de resposta estaveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

    4.3 Estabilidade de sistemas om para^metros variaveis . . . . . . . . . . . . . . 45

  • Sumario 4

    4.3.1 Lugar das Razes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

    4.4 Estabilidade utilizando lugar de razes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

    4.5 Conlus~oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

    5 Funionamento de sistemas em regime permanente 54

    5.1 Funionamento no regime permanente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

    5.2 Conlus~oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

    6 Projeto de ontroladores disretos 59

    6.1 Metodo de projeto por aproxima~oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

    6.1.1 Metodo de Euler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

    6.1.2 Metodo de Tustin (ou Bilinear) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

    6.1.3 Metodo de aproxima~ao Zero-Polo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

    6.1.4 Metodo aproxima~ao zero-polo modiado . . . . . . . . . . . . . . 64

    6.2 Metodo de projeto direto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

    6.2.1 Elementos basios de ontrole . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

  • Captulo 1

    Introdu~ao

    A area de ontrole de proessos industriais teve um grande desenvolvimento nos

    ultimos 100 anos e hoje em dia os sistemas automatios de ontrole est~ao presentes

    em quase todas as maquinas e equipamentos utilizados pelo homem, inlusive na vida

    domestia. Este desenvolvimento somente foi possvel graas a utiliza~ao de ferramentas

    matematias de modelagem, analise e projeto de sistemas de ontrole. Dentro desta area,

    a teoria de sistemas lineares teve e ainda tem um papel fundamental, pois uma grande

    quantidade de problemas reais podem ser analisados e resolvidos om a sua utiliza~ao.

    Duas perguntas podem ajudar a eslareer estas ideias.

    (a) Que e, omo funiona e para que serve um sistema de ontrole?

    (b) Qual a rela~ao entre estes problemas e a teoria de sistemas?

    Analisaremos as respostas utilizando um exemplo. Suponhamos un sistema de arma-

    zenamento de gr~aos onde deve-se manter onstante a temperatura do ar dentro do silo.

    O primeiro a fazer e dotar ao silo dum sistema de aqueimento-esfriamento e de um sis-

    tema de medi~ao de temperatura. Instalado o sistema de atua~ao e medi~ao a planta e

    oloada a funionar simplesmente om uma regula~ao manual da entrada de alor-frio

    ate atingir o ponto de equilbrio de temperatura T

    0

    desejado. Mas quem assegura que

    isto se mantera ao longo do tempo? Se a temperatura ambiente varia o sistema n~ao vai

    manter as ondi~oes ideais, pois n~ao existe nenhum dispositivo que avise ao gerador de

    alor-frio que a situa~ao mudou. A solu~ao mais simples onsiste em oloar um operador

    a atuar no sistema de aqueimento-esfriamento para orrigir as possveis varia~oes de T .

    Este proedimento denomina-se ontrole manual e mostra-se na gura 1.1.

    E laro que neste sistema de ontrole o termo manual signia que a opera~ao de

    ontrole e realizada no erebro do operador, que possui o onheimento da dina^mia do

    sistema, ompara os valores medidos om os neessarios e atua seguindo a diferena.

  • Introdu~ao 6

    T

    SILO

    Operador Aquecedor

    Termometro

    Figura 1.1: Controle manual de temperatura dentro do silo.

    Uma forma mais interessante de realizar esta opera~ao e mediante um meanismo ou

    sistema automatio apaz de substituir ao operador. Este sistema e hamado de ontrola-

    dor automatio ou simplesmente ontrolador. Este ontrolador possui uma lei de atua~ao

    interna que lhe permite ajustar os valores de pote^nia de aqueimento-esfriamento, de

    aordo om a varia~ao de T omo mostra-se na gura 1.2.

    automatico

    SILO

    Aquecedor

    Termometro

    T

    sistema de

    controle

    Figura 1.2: Controle automatio de temperatura do silo.

    De forma geral, os resultados deste exemplo podem extender-se a todos os siste-

    mas de ontrole, que omp~oem-se de tre^s elementos basios: MEDIC

    ~

    AO, CONTROLE e

    ATUAC

    ~

    AO, omo pode ser visto no esquema da gura 1.3.

    Os problemas relativos a medi~ao e atua~ao ser~ao estudados em outras disiplinas

    espeas. Neste urso o objetivo e entender omo denir e implementar a lei de ontrole

    que mantem o sistema operando omo desejado.

  • Introdu~ao 7

    CONTROLE

    ATUADOR SISTEMA MEDIDOR

    Figura 1.3: Esquema geral do ontrole automatio de proessos.

    Para poder projetar adequadamente o ontrole, devemos onheer as araterstias

    dos sistemas envolvidos: atuadores, proesso e medidores. Para poder analisar o seu om-

    portamento sem neessidade de operar o proprio sistema devemos gerar modelos que re-

    presentem adequadamente este omportamento. Estes modelos matematios permitir~ao,

    atraves da teoria de sistemas, denir leis de ontrole espeas para ada aplia~ao.

    Pode-se dizer que em geral a analise de um sistema divide-se em tre^s etapas basias:

    Desenvolvimento de um modelo matematio para o sistema fsio e montagem das

    equa~oes orrespondentes;

    Obten~ao da solu~ao das equa~oes;

    Interpreta~ao dos resultados em termos do sistema real.

    Assim, nesta disiplina estudaremos os elementos basios da teoria de sistemas de ontrole,

    que diz respeito a analise dos sistemas e seus sinais. Todos os resultados que estudaremos

    ser~ao a base para as disiplinas seguintes.

    1.1 Deni~oes Basias

    Deni~ao 1.1 Sinal e uma desri~ao quantitativa de um determinado feno^meno, asso-

    iado a um dado meio.

    Exemplos de sinais s~ao os sinais sonoros, eletrios, visuais, et...

    Deni~ao 1.2 Sistema e uma parte do meio que ria sinais proprios e que permite que

    ele se relaione om o restante do meio ambiente.

    Exemplos de sistemas s~ao os iruitos eletrios (assoiados a sinais eletrios), hi-

    draulios, mea^nios, et...

    Deni~ao 1.3 Entradas e Sadas de um Sistema. Os sinais que relaionam ou omuni-

    am o sistema om o meio s~ao os sinais de entrada e sinais de sada. O meio atua sobre

    o sistema atraves dos sinais de entrada e o sistema atua sobre o meio atraves dos sinais

    de sada.

  • Introdu~ao 8

    A gura 1.4 mostra esta rela~ao.

    E laro que em geral n~ao existe uma rela~ao unia entre

    SaidaEntradaSistema

    Figura 1.4: Sinais de entrada e sada.

    entrada e sada. Quando a rela~ao e unia, isto e, para ada entrada a sada e determinada

    de forma unia, diz-se que o sistema e Sistema Entrada-Sada Mapeado (sesm, pois existe

    um mapeamento entre a entrada e a sada e o mapa e hamado mapa do sistema.

    Esta n~ao e a unia maneira de representar sistemas, porem e a mais utilizada na

    maioria das aplia~oes. Uma outra forma de representar um sistema e atraves de sua

    desri~ao de estados.

    1.2 Sinais Contnuos e Disretos

    Na maioria dos sistemas que s~ao estudados em sistemas de ontrole e automa~ao

    industrial, o tempo e importante e os sinais relaionados om estes s~ao fun~oes do tempo.

    Estas fun~oes do tempo podem ser disretas ou ontnuas, isto e, estarem denidas para

    um numero ontavel de pontos no eixo dos tempos ou para intervalos om innitos pontos.

    Exemplo: O ndie da bolsa do RJ (media dos ndies de ota~ao das diferentes a~oes

    da bolsa) e um sinal disreto. Cada dia tem-se um ndie.

    I(k) = f8:3; 7:2; 5:0; : : :g

    Exemplo: Temperatura de um forno medida om termopar.

    Para ada instante t " [0;1) tem-se um dado valor de temperatura.

    Os sistemas assoiados a sinais disretos s~ao hamados de Sistemas Disretos e os

    assoiados a sinais ontnuos de Sistemas Contnuos. As araterstias partiulares de

    estas duas lasses de sistemas s~ao apresentadas no proximo aptulo.

    Exemplo: Sistemas amostrados.

    Um aso partiular de sistemas disretos s~ao os sistemas amostrados, onde o tempo

    n~ao e inteiro mas um multiplo inteiro do perodo de amostragem esolhido.

    Muitas vezes na pratia, sobretudo nos sistemas de ontrole, trabalha-se om ombi-

    na~ao de sinais e/ou sistemas ontnuos e disretos. Ent~ao para poder analisar matema-

    tiamente estas ombina~oes faz-se neessario amostrar os sinais ontnuos de forma tal a

  • Introdu~ao 9

    X(t)

    tempo

    x(n)

    x(0) x(1) x(2)x(3)

    x(4) x(5)

    Amostragem do sinal X(t)X(t)

    t0 t1 t2 t3 t4 t5

    Figura 1.5: Amostragem de um sinal.

    onstruir seque^nias que os representam. Este proesso e realizado olhendo amostras do

    sinal ontnuo em determinados instantes.

    O sinal obtido e dito de sinal amostrado. Em geral este proesso e feito usando inter-

    valo entre amostras onstante T . Este valor e hamado de perodo de amostragem e sua

    inversa

    1

    T

    freque^nia de amostragem. O proedimento de amostragem se mostra na gura

    1.5.

    Quando o proesso de amostragem e feito para obter uma representa~ao disreta de

    um sinal ontnuo, deve se onsiderar quanta informa~ao de sinal e "perdida"nesse pro-

    esso. De forma intuitiva pode-se armar que quanto mais proximas no tempo sejam as

    amostras, menos informa~ao sera perdida. Por outro lado, a utiliza~ao de freque^nias de

    amostragem muito altas eleva o usto omputaional e produz problemas de identia~ao.

    Estes problemas ser~ao disutidos om detalhe en temas posteriores.

    Exemplo: Para ilustrar a importa^nia da amostragem onsidera-se o ontrole digital

    de um proesso ontnuo. Imaginemos que para ontrolar um dado proesso e neessario

    implementar uma serie de alulos matematios omplexos em pouo tempo. Para rea-

    lizar estes alulos utiliza-se um omputador digital. Assim, a sada do proesso e lida,

    onvertida em sinal disreto e enviado para o omputador. Este faz os alulos e envia

    um outro sinal disreto que e onvertido em ontnuo para ser apliado ao proesso, omo

    se mostra na gura 1.6.

    Uma aplia~ao pratia deste proedimento mostra-se na gura 1.7. Em um aso omo

    o analisado, a fun~ao realizada pelo sistema de ontrole pode ser representada por um

  • Introdu~ao 10

    Referencia

    Atuador Processo Medidor

    Filtro D/AComputador Digital

    u(t) y(t) m(t)

    Amostragem

    m(kt)u(kt)

    u(t)

    Figura 1.6: Diagrama de ontrole disreto de um proesso ontnuo.

    h(t)

    h

    Atuador

    Eletromecanico

    ComputadorDigital

    Filtro

    H

    Medidor de nivel

    f1

    f2

    Amostragem

    Referencia de nivel

    T

    Sinal eletricocontinuo

    Figura 1.7: Controle por omputador do nvel do tanque.

    onjunto de equa~oes a diferenas omo por exemplo:

    e(kT ) = y

    r

    (kT ) y(kT )

    u(kT ) = u[(k 1)T + 2e(kT )

    onde u representa o ontrole, e o erro e y

    r

    a refere^nia.

    Do ponto de vista pratio, esta lei de ontrole tem uma interpreta~ao bem simples: o

    ontrole permanee onstante somente quando o erro e zero, o que implia que a sada do

    sistema atingiu a refere^nia.

    Assim omo os sistemas podem ser lassiados de aordo om o domnio do tempo

    onde s~ao tratados, tambem e possvel lassia-los de aordo om outras araterstias.

    1.3 Controle digital

    Por diversas raz~oes (que ser~ao exempliadas a seguir) alguns sistemas apresentam

    sinais disponveis em determinados instantes de tempo disreto. Por exemplo:

    sistemas eono^mios

  • Introdu~ao 11

    sistemas de manufatura

    sistemas biologios

    Dentre as varias situa~oes que originam o apareimento de sinais disretos no tempo e

    interessante menionar:

    reparti~ao de um instrumento de alto usto (multiplexagem)

    PLANTA

    Proessamento

    Medi~ao e

    Sistema de

    Figura 1.8: Multiplexador

    ontrole de sistemas utilizando omputadores digitais (ontrole digital)

    Por exemplo, na Fig.1.9 se mostra o aso mais omum de ontrole digital de proessos

    ontnuos. Neste aso, o ontrole e implementado de forma disreta utilizando para tal

    -

    Sada

    Ref

    Medidor

    ProessoAtuadorControle

    +

    Figura 1.9: Controle Digital de proessos ontnuos

    diferentes elementos (amostrador, onversores A/D e D/A, bloqueador) que permitem

    proessar os sinais analogios do sistema ontnuo. Na Fig.1.10 s~ao mostrados os diferentes

    elementos utilizados no ontrole digital de proessos ontnuos.

    analogio

    Calulo

    BloqueadorConv. D/A

    ontrole

    da lei de

    analogio disreto

    Amostrador

    digital disreto

    digital disreto

    analogio

    disreto

    analogio

    ontinuo

    Conversor A/D

    ontinuo

    Figura 1.10: Elementos de um ontrolador digital.

  • Introdu~ao 12

    1.3.1 Problemas ligados ao ontrole de sistemas amostrados

    O primeiro problema que se apresenta e omo realizar a amostragem dos sinais

    ontnuos. Na Fig.1.11 e representado o proesso de amostragem de um sinal ontnuo.

    Neste proesso dois fatores s~ao importantes:

    a) a esolha do perodo de amostragem T ou taxa de amostragem f =

    1

    T

    ;

    b) e a representa~ao matematia utilizada.

    Em rela~ao a esolha de T , n~ao existiria uma perda importante de informa~ao se T fosse

    suientemente pequeno frente a veloidade de varia~ao do feno^meno onsiderado. Isto

    impliaria, no entanto, em um usto elevado em termos de tempo de alulo, fun~ao da

    freque^nia de amostragem. Tem-se, ent~ao, que quanto maior a freque^nia de amostragem,

    melhor a informa~ao e mais alto o usto. Por outro lado, quanto menor a freque^nia de

    amostragem, maior sera a degrada~ao da informa~ao, mas baixara o usto. Existe portanto

    um ompromisso entre qualidade da informa~ao e usto de alulo. Como veremos este

    ompromisso se resolve apliando o Teorema de Shannon.

    x(t)

    x((k + 1)T )x(kT )

    x(kT )

    t

    x

    T

    : : :

    Figura 1.11: Amostragem de sinais ontnuos.

    O segundo problema e omo fazer a onvers~ao analogio/digital (A/D) e digi-

    tal/analogia (D/A). Este proesso de onvers~ao de sinais implia neessariamente na

    quantia~ao dos sinais ontnuos para poder ser transformados em sinais disretos. Os

    sinais digitais so podem ter valores multiplos do \tamanho" de quantia~ao. Isto produz

    inevitavelmente erros de quantia~ao uja magnitude depende diretamente do numero

    de bits dos onversores A/D e D/A. O problema relaionado om o erro gerado na quan-

    tia~ao aparee em tre^s nveis:

    na onvers~ao das medidas analogias em sinais disretos digitais: devido a natureza

    intrnsea da representa~ao digital, a onvers~ao de uma medida analogia em uma

    medida digital so pode ser realizada aproximadamente. Este e um feno^meno n~ao

    linear onde e neessario n~ao deteriorar a preis~ao original do elemento de medi~ao.

  • Introdu~ao 13

    Entretanto, na pratia, s~ao utilizados onversores de 10, 12, 14 e ate 16 bits, om o

    qual o erro pode ser onsiderado muito pequeno.

    durante os alulos do proessador: neste aso n~ao existe maior problema devido ao

    fato de poder trabalhar om preis~ao estendida no proessador digital;

    no posiionamento numerio de alguns atuadores: usando odigos de mais de 8 bits

    este aso n~ao onstitui maior problema, ja que o erro sera menor que o rudo proprio

    do sistema.

    t

    x

    q

    x

    0

    0

    11

    t

    Figura 1.12: Quantia~ao de um sinal ontnuo.

    Outro problema onsiste em omo projetar o algoritmo de ontrole. Para soluionar

    este problema s~ao empregadas ferramentas de analise e projeto para tempo disreto, as

    quais ser~ao estudadas nos proximos aptulos.

    Finalmente, existe o problema de omo reuperar o sinal analogio ontnuo. Para

    resolver esta situa~ao e neessario utilizar um elemento que permita interpolar o sinal

    disreto ente amostras. Este proesso denomina-se de bloqueamento ou interpola~ao e

    o elemento assoiado de bloqueador ou sustentador. A interpola~ao pode ser realizada

    utilizando diferentes tipos de sinais, por exemplo, degraus e rampas (Fig.1.13).

    x((k + 1)T )

    : : :

    : : :

    : : :

    T

    x

    t

    x(kT )

    : : :

    x((k + 1)T )x(kT )

    t

    x

    T

    : : :

    : : :

    a) b)

    Figura 1.13: Proesso de bloqueamento por a) degraus b) rampas.

  • Captulo 2

    Transformada Z e aplia~oes

    Da mesma forma que no aso ontnuo, a analise de sistemas disretos pode ser feita

    atraves das transformadas. Para transformar uma equa~ao a diferenas nos sinais de

    entrada e sada dum sistema numa equa~ao algebria e introduzida a transformada Z.

    2.1 Deni~ao da Transformada Z

    Deni~ao 2.1 A transformada Z e o mapa que transforma o sinal x(n) na fun~ao om-

    plexa

    X(z) = Zfxg

    dada por:

    X(z) =

    1

    X

    n=0

    x(n)z

    n

    z "

    1

    C

    onde

    1

    e a regi~ao de onverge^nia.

    As regi~oes de existe^nia s~ao, para algum real :

    1

    = fz " C; j z j> g

    Exemplos:

    x(n) =

    (

    a

    n

    n 0

    qualquer n < 0

    X(z) =

    1

    X

    0

    a

    n

    zn =

    z

    z a

    j z j>j a j

  • Transformada Z e aplia~oes 15

    Se a = 1 ) x(n) = 1 n 0 e obtemos

    X(z) =

    z

    z 1

    = Z f1(n)g

    2.2 Propriedades da Transformada Z

    (a) Linearidade

    Se existem as transformadas de x e y numa regi~ao , ent~ao vale:

    Z fax + byg = aX + bY

    (b) Desloamento

    Seja x om transformada X em . Seja o operador de desloamento unitario e "

  • Transformada Z e aplia~oes 16

    lim

    n!1

    x(n)

    existe, vale que:

    lim

    n!1

    x(n) = lim

    z!1

    (z 1)X(z)

    Nota: Este teorema e muito importante para teoria de ontrole, pois permite quando

    validas suas hipoteses, alular valores de regime permanente de sinais.

    Exemplo: Deve-se veriar sempre as hipoteses do teorema.

    Seja x(n) = a

    n

    a > 1

    lim

    t!1

    a

    n

    =1 ) n~ao pode apliar-se o teorema do valor nal

    Porem X(z) =

    z

    za

    lim

    z!1

    (z 1)X(z) =

    z

    z a

    = 1=(1 a) 6= lim

    n!1

    x(n)

    (f) Teorema do valor iniial

    Seja x(n) om transformada X(z). Logo vale que:

    lim

    jzj!1

    X(z) = x(0)

    Exemplo:

    x(n) = n1(n) = (n1(n)). Usando propriedade (f) temos:

    Z fn1(n)g = z

    dX(z)

    dz

    X(z) = Z f1(n)g j z j> 1

    Z fn1(n)g = z

    d

    dz

    z

    z 1

    =

    z

    (z 1)

    2

    j z j> 1

    Transformada da rampa:

    z

    (z 1)

    2

    j z j> 1

  • Transformada Z e aplia~oes 17

    2.3 Inversa da Transformada Z

    Antes de ontinuar estudando as aplia~oes da transformada Z, disutiremos o pro-

    blema da invers~ao, ou seja, da obten~ao do sinal x a partir da sua transformada X. Da

    mesma forma que na transformada de Laplae existem diversas maneiras de realizar esta

    invers~ao:

    usando a formula ou integral de invers~ao e

    usando redu~ao da fun~ao a outras mais simples e om antitransformada onheida.

    Na pratia geralmente s~ao usadas as tenias de redu~ao.

    Redu~ao

    Para usar redu~ao basta apliar as propriedades das transformadas e o onheimento

    de pares transformados basios usualmente em tabelas.

    De forma geral, usando deomposi~ao e fra~oes elementares, e possvel, apliando

    linearidade, obter a fun~ao x de forma simples. Tambem pode se usar o metodo de

    identia~ao da serie de pote^nias em z.

    Exemplo: Veremos fra~oes pariais e series de pote^nia

    X(z) =

    1

    z

    2

    1

    j z j> 1

    Veremos primeiro omo deompor em fra~oes pariais.

    X(z) =

    A

    z 1

    +

    B

    z + 1

    A =

    z 1

    z

    2

    1

    j

    z=1

    =

    1

    2

    B =

    z + 1

    z

    2

    1

    j

    z=1

    =

    1

    2

    Logo

    X(z) =

    1=2

    z 1

    1=2

    z + 1

    =

    1

    2

    z

    1

    z

    z 1

    | {z }

    (1)

    n

    1(n)

    1

    2

    z

    1

    z

    z + 1

    | {z }

    (1)

    n

    1(n)

    Usando tabelas temos:

    x(n) =

    1

    2

    1(n 1) +

    1

    2

    (1)

    n

    1(n 1) =

    (

    1 8 n par n 2

    0 8 outro n

    Usaremos agora a serie (dividindo numerador e denominador)

  • Transformada Z e aplia~oes 18

    1

    z

    2

    1

    =

    z

    2

    1 z

    2

    = z

    2

    1

    1 z

    2

    Logo

    1

    z

    2

    1

    = z

    2

    1 + z

    2

    + z

    4

    +

    = z

    2

    + z

    4

    +

    que e onvergente para j z j > 1.

    1

    z

    2

    1

    =

    1

    X

    n=1

    x(n)z

    n

    onde

    x(n) =

    (

    1 se n 2 e par

    0 em outro aso

    que e o resultado ja obtido.

    2.3.1 Aplia~ao a equa~oes a diferenas e sistemas

    Seja uma equa~ao a diferenas linear e a oeientes onstantes, representando um

    sistema linear e invariante no tempo:

    Q()y = P ()u = operadoravano

    onde

    (

    y(k) = sada

    u(k) = entrada

    Se alulamos Z [y(k) = Y (z) e Z [u(k) = U(z) e lembrando as propriedades da

    transformada Z temos:

    Z [Q()y = Z [P ()u

    Z

    q

    n

    n

    y + q

    n1

    n1

    y + + q

    1

    y + q

    0

    y

    = Z

    p

    m

    m

    u+ p

    m1

    m1

    u+ + p

    0

    u

    Supondo ondi~oes iniiais nulas obtem-se:

  • Transformada Z e aplia~oes 19

    q

    n

    z

    n

    Y (z) + q

    n1

    z

    n1

    Y (z) + + q

    0

    Y (z) = p

    m

    z

    m

    U(z) + p

    m1

    z

    m1

    U(z) + + p

    0

    U(z)

    ou

    Q(z)Y (z) = P (z)U(z)

    que leva a equa~ao algebria que dene Y (z):

    Y (z) =

    P (z)

    Q(z)

    U(z)

    Logo, onheida u(k), alula-se U(z) e a seguir Y (z) e utilizando a transformada inversa,

    y(k).

    No aso de ondi~oes iniiais n~ao nulas a solu~ao estara omposta, da mesma forma que no

    aso ontnuo, por duas partes: uma que depende de U(z) e outra das ondi~oes iniiais.

    Ilustraremos isto om alguns exemplos.

    2.3.2 Exemplos

    Exemplo 1: Considera-se um algoritmo de ontrole disreto onde a lei implementada

    pelo omputador tem por objetivo apliar un sinal igual a integral do erro entre o sinal

    de refere^nia e a sada:

    e(k) = y

    r

    (k) y(k)

    O alulo da integral do erro pode ser aproximada pela somatoria dos valores do erro

    multipliados pela largura do tempo entre k e k + 1, que para simpliar onsideraremos

    igual a 1.

    u(k) =

    k

    X

    0

    e(i)

    e para o passo anterior:

    u(k 1) =

    k1

    X

    0

    e(i)

    o que pode ser oloado de forma reursiva omo:

    u(k) = u(k 1) + e(k):

  • Transformada Z e aplia~oes 20

    Desta forma a lei de ontrole resulta:

    u(k) = u(k 1) + y

    r

    (k) y(k):

    Apliando transformada Z nesta equa~ao e usando as propriedades:

    U(z) = U(z)z

    1

    + Y

    r

    (z) Y (z)

    U(z)(1 z

    1

    ) = Y

    r

    (z) Y (z)

    U(z) =

    Y

    r

    (z) Y (z)

    (1 z

    1

    )

    que permite alular o sinal de ontrole se onheemos a refere^nia e a sada do sistema.

    Exemplo 2: Qual a diferena om o exemplo anterior se o algoritmo e do tipo propor-

    ional mais integral?

    Usando as propriedades da transformada basta alular a parte proporional e somar

    ao resultado do exemplo anterior.

    u(k) = Ke(k)

    U(k) = KE(z) = K(Y

    r

    (z) Y (z))

    U(z) = K(Y

    r

    (z) Y (z)) +

    Y

    r

    (z) Y (z)

    (1 z

    1

    )

    e nalmente:

    U(z) = (K +

    1

    (1 z

    1

    )

    ((Y

    r

    (z) Y (z))

  • Captulo 3

    Interonex~ao de sistemas ontnuos e

    disretos

    Em muitas aplia~oes e neessario ou resulta pratio utilizar ontroladores disretos

    para ontrolar sistemas ontnuos. Assim, do ponto de vista formal, e neessario estudar

    uma forma de representar matematiamente estes sistemas hbridos.

    As duas opera~oes basias para esta interonex~ao s~ao a amostragem e a interpola~ao.

    Assim, dado um sistema ontnuo om entrada u(t) e sada y(t), geraremos o y(kT )

    amostrando y(t) om perodo T , k " Z

    +

    . Ja se a sada de um sistema disreto deve ser

    onetada a entrada de um sistema ontnuo, usaremos um interpolador entre ambos, que

    transforma o sinal u(kT ) disreto no u(t) ontnuo. A gura 3.1 mostra estas opera~oes.

    Interpoladoru(kT) u(t)

    y(t) y(kT)AmostradorProcesso Continuo

    Figura 3.1: Fun~oes do interpolador e do amostrador.

    Como ja disutimos, duas quest~oes basias devem ser oloadas:

    1. o perodo de amostragem T deve ser esolhido de forma adequada para que o sinal

    amostrado ontenha toda a "informa~ao"do sinal ontnuo;

    2. o interpolador pode ser de varios tipos: por degraus, linear, et. Na pratia usare-

    mos somente o de degraus, tambem denominado bloqueador ou sustentador de or-

    dem zero ("Zero Order Holder- ZOH) e que representaremos por uma transfere^nia

    Bo(s).

  • Interonex~ao de sistemas ontnuos e disretos 22

    Veremos ent~ao omo representar matematiamente estas opera~oes.

    3.1 A amostragem

    Supomos que temos um sistema ontnuo representado por H(s) om entrada u(t) e

    sada y(t). Como denir T para que o sistema amostrado represente adequadamente o

    sistema ontnuo? Como representar matematiamente esta transforma~ao de sinais?

    A opera~ao de amostragem, realizada mediante uma have que abre e feha periodia-

    mente (vide Fig.3.2), e bem simples de simular ou implementar, porem difil de analisar.

    Idealmente a sada u(kT ) do amostrador om entrada u(t), e uma seque^nia de valores

    representando as amostras u(t). Como e muito pequeno dene-se ru

    (kT ) omo o valor

    T

    u

    u

    t t0 T 2T 3T

    t

    P

    0

    T 2T 3T

    Figura 3.2: Proesso de amostragem.

    da \amostra em kT".

    Matematiamente idealiza-se o amostrado supondo ! 0. Na pratia o sinal u(kT )

    sera um sinal tipo pulso ontnuo de largura t e amplitude u(kT ), omo se mostra na

    gura 3.2.

    Dado que a largura do pulso e muito pequena, onsidera-se uma idealiza~ao onde os pulsos

    s~ao substitudos por impulsos de a~ao u(kT ). Assim denimos um sinal u

    (t) dado por:

    u

    (t) =

    1

    X

    k=0

    u(t)(t kT )

    que e o resultado da modula~ao do sinal u(t) om um trem de impulsos denido omo:

  • Interonex~ao de sistemas ontnuos e disretos 23

    p(t) =

    1

    X

    k=0

    (t kT ) ) u

    (t) = u(t)p(t)

    Esta representa~ao n~ao e real, mas faz-se neessaria para a analise matematia do

    problema e os resultados obtidos pela teoria s~ao ondinentes om a pratia. Calulando

    as transformadas de Laplae de u

    (t) temos:

    U

    (s) = Lfu

    (t)g =

    Z

    1

    0

    e

    st

    u

    (t)dt

    =

    Z

    1

    0

    e

    st

    u(t)

    1

    X

    1

    (t kT )dt =

    1

    X

    1

    Z

    1

    0

    e

    st

    u(t)(t kT )dt

    =

    1

    X

    1

    Z

    1

    0

    e

    st

    u(t)(t kT )dt =

    1

    X

    1

    e

    skT

    u(kT )

    pois u(t) = 0 8t < 0. Como

    s = + j! ) U

    (s) =

    1

    X

    1

    e

    kT

    u(kT )e

    j!kT

    que om = e

    T

    gera a transformada Z de u(kT ). Assim z = e

    (+j!)T

    = e

    sT

    e

    U

    (s) = Zfu(kT )g = U(z) (3.1)

    z = e

    sT

    $ s =

    1

    T

    ln z

    Isto dene uma rela~ao entre o planos omplexos s e z, que permite relaionar diversas

    quest~oes de sistemas ontnuos om seus pares amostrados.

    Vejamos agora omo esolher o valor de T . Para isto onsideramos que um sinal

    ontnuo u(t) e amostrado e depois deve ser reuperado sem perda de informa~ao. Con-

    siderando que o sinal u(t) tem um espetro em freque^nia u^(f) alulado omo:

    u^(f) =

    Z

    1

    1

    u(t)e

    j2ft

    dt

    om uma forma omo a da gura 3.3.

    Ja o sinal amostrado tera:

  • Interonex~ao de sistemas ontnuos e disretos 24

    ffo-fo

    u(f)

    Figura 3.3: Espetro em freque^nia u^(f).

    u^

    (f) =

    Z

    1

    1

    k=1

    X

    k=1

    u(t)(t kT )e

    j2ft

    dt =

    =

    k=1

    X

    k=1

    Z

    1

    1

    u(t)(t kT )e

    j2ft

    dt =

    k=1

    X

    k=1

    u(kT )e

    j2fkT

    que e periodia de perodo 1=T .

    Desta forma o espetro do sinal amostrado tera uma forma omo a da gura 3.4.

    Desta forma, somente quando os espetros repetidos n~ao estejam superpostos sera possvel

    limitado a fo

    f

    Espectro em frequencia

    u(f)

    -fo fo1/2T-1/2T-3/2T 3/2T

    Figura 3.4: Espetro em freque^nia u^

    (f).

    reuperar o espetro original do sinal u(t) utilizando um ltro passa baixas.

    Esta ondi~ao esta dada pelo teorema de amostragem ou teorema de Shannon.

    Teorema de Shannon

    Se a transformada de Fourier de um sinal ontnuo u(t) e nula para todo f > f

    0

    , isto

    e, u^(f) 0 8 f > f

    0

    , ent~ao u(t) pode ser determinada de forma unia a partir de suas

    amostras u(kT ) se o perodo de amostragem e esolhido veriando a rela~ao:

    T

    1

    2f

    0

  • Interonex~ao de sistemas ontnuos e disretos 25

    Observa~oes:

    1. O teorema oloa que, amostrando um sinal x(t) om uma freque^nia pelo menos

    duas vezes maior do que a maior das omponentes em freque^nia do sinal, e possvel

    reuperar toda a informa~ao ontida em x(t) a partir de x(kT ). Isto a bem laro

    a partir da analise graa pois n~ao ha superposi~ao de espetros.

    2. Teniamente os sinais utilizados na pratia tem espetro em freque^nia n~ao limi-

    tado, isto e, x^(f) 6= 0 8 f > 0 e assim o teorema indiaria usar T 0. Porem,

    omo na pratia os sinais tem a maior parte da sua energia ondensado em baixas

    freque^nias, e possvel ahar uma freque^nia f

    0

    para a qual x^(f) ' 0 8 f > f

    0

    .

    3. Devido ao solapamento do espetro do sinal original e a suas replias aparee um

    efeito de distor~ao onheido omo "aliasing"que impede a orreta reupera~ao do

    sinal original.

    Na gura 3.5 mostra-se um espetro em freque^nia de um sinal real om o aliassing.

    aliassing

    f

    u(f)

    1/2T-1/2T-3/2T 3/2T

    Espectro em frequencia sinal real

    Figura 3.5: Espetro em freque^nia dum sinal real amostrado.

    Alem desta quest~ao, na pratia apareem alguns outros problemas. Em geral o sinal que

    se deseja amostrar vem aompanhado de rudos que alteraram o espetro original. Assim,

    normalmente s~ao utilizados ltros analogios passa baixa que eliminam boa parte do rudo

    e limitam o espetro do sinal a ser amostrado a uma freque^nia f

    0

    . Este tipo de ltro e

    onheido omo "ltro anti-aliasing"pois evitam a distor~ao riada pela superposi~ao do

    sinal e seus "alias".

    3.2 Analise da onex~ao Interpolador - Sistema

    ontnuo

    Estudaremos agora o problema de onetar um sistema disreto om um sistema

    ontnuo atraves de um interpolador ou bloqueador. Como foi oloado anteriormente, o

    objetivo do bloqueador onsiste em reuperar o sinal ontinuo a partir do sinal disreto.

  • Interonex~ao de sistemas ontnuos e disretos 26

    Usaremos o ZOH omo interpolador. Para representar matematiamente este bloo ZOH

    utilizaremos novamente a amostragem ideal. Observa-se que a sada veria:

    u(t) =

    1

    X

    k=0

    u(kT ) [1(t kT ) 1 (t (k + 1)T ) k " Z

    +

    (3.2)

    om t " [kT; (k + 1)T .

    Lembrando que:

    1(t kT ) 1[t (k + 1)T =

    (

    1 8 t " [kT; (k + 1)T

    0 outro aso

    u(kT ) india o valor do degrau

    Se desejamos obter na sada do ZOH um sinal u(t) igual ao da gura 3.6, teremos que

    integrar os pulsos, ja que:

    d1(t)

    dt

    = (t)

    Como o valor u(kT ) deve ser mantido somente entre kT e (k + 1)T , devemos usar o

    proprio sinal integrado atrasado de T . Graamente isto e mostrado na gura 3.6, onde

    u

    d

    = u(kT ).

    (k + 1)T

    u

    u

    d

    t

    t

    B

    0

    (s)

    kT

    Figura 3.6: Transforma~ao dos pulsos em degraus.

    Idealmente transforma-se um impulso em um pulso. Na Fig.3.7 se representa um

    pulso omo a diferena de dois degraus desloados no tempo. Esta representa~ao ma-

    tematia permitira determinar a fun~ao de transfere^nia do bloqueador, omo sera visto

    a ontinua~ao.

    Assim temos:

    u

    (t) =

    Z

    1

    0

    u

    d

    (t)dt

    Z

    1

    0

    u

    d

    (t T )dt

    Apliando Laplae:

    U

    (s) =

    1

    s

    U

    d

    (s)

    1

    s

    e

    sT

    U

    d

    (s)

  • Interonex~ao de sistemas ontnuos e disretos 27

    kT

    u

    0

    u

    u

    0

    u

    u

    0

    u

    t

    t

    t

    kT (k + 1)T

    (k + 1)T

    Figura 3.7: Representa~ao matematia do pulso.

    A fun~ao de transfere^nia do ZOH e:

    Bo(s) =

    U

    (s)

    U

    d

    =

    1

    s

    1 e

    sT

    3.3 Fun~ao de transfere^nia amostrada

    Tendo omo representar o ZOH, sera possvel estudar a Fun~ao de Transfere^nia (FT)

    de um sistema amostrado ligado a sistemas disretos. Como a parte disreta do sistema

    so tem validade para t = kT om k " Z

    +

    , n~ao sera possvel estudar o sistema ompleto

    em tempo ontnuo, mas apenas nos instantes de amostragem. Assim aharemos a fun~ao

    de transfere^nia amostrada do sistema ZOH + proesso, omo se mostra na gura 3.8.

    Bo(s) Processo Continuou(kT) u(t) y(t) y(kT)

    Figura 3.8: Sustentados em asata om o proesso

    A seguir alularemos

    Y (z)

    U(z)

    = H(z). A fun~ao resposta impulsiva da asata ZOH +

    proesso e:

    h(t) = g(t) b

    0

    (t)

  • Interonex~ao de sistemas ontnuos e disretos 28

    e apliando a transformada de Laplae tem-se que:

    H(s) = G(s)Bo(s) = Bo(s)G(s)

    Ao amostrar om perodo T riamos a fun~ao h(kT ) e logo usando transformada Z

    obtemos H(z).

    H(z) =

    Y (z)

    U(z)

    = Z

    +

    fh(kT )g = T

    1

    X

    k=0

    h(kT )z

    k

    Como em geral onheemos H(s) e n~ao h(t), deveramos fazer:

    H(s)

    L

    1

    ! h(t)

    Amost

    ! h(kT )

    Z

    ! H(z)

    porem existe uma forma direta para passar de H(s) ! H(z). Notaremos ent~ao que

    H(z) = ZfH(s)g e alularemos esta rela~ao usando tabelas de transformadas. Apliando

    esta ideia ao produto Bo(s)G(s) tem-se:

    Z fZOH:G(s)g = Z

    1 e

    sT

    s

    G(s)

    = Z

    G(s)

    s

    Z

    e

    sT

    G(s)

    s

    = Z

    G(s)

    s

    z

    1

    Z

    G(s)

    s

    =

    1 z

    1

    Z

    G(s)

    s

    = BoG(z)

    BoG(z) =

    1 z

    1

    Z

    G(s)

    s

    Que da uma forma geral para o alulo da FT amostrada de um proesso quaisquer.

    3.3.1 Ganho estatio de um sistema

    Supomos um sistema linear representado pela sua FT H(). Consideremos uma en-

    trada u(t) tal que lim

    t!1

    u(t) = U

    1

    = te e que o sistema seja estavel, isto e, a sada

    y(t) veriara lim

    t!1

    y(t) = Y

    1

    = te. Assim o ganho estatio de H() e denido omo:

    K

    e

    = ganho estatio =

    Y

    1

    U

    1

    (3.3)

    Se lembramos as propriedades das transformadas Z e L temos:

    aso disreto:

  • Interonex~ao de sistemas ontnuos e disretos 29

    U

    1

    = lim

    z!1

    (z 1)U(z) vale pois 9 lim

    n!1

    U(n)

    Y

    1

    = lim

    z!1

    (z 1)Y (z) = lim

    z!1

    (z 1)H(z)U(z)

    Como o sistema e estavel ! polos om j j< 1 ) lim

    z!1

    H(z) existe. Assim

    Y

    1

    = lim

    z!1

    (z 1)U(z) lim

    z!1

    H(z) = U

    1

    lim

    z!1

    H(z)

    Impliando:

    lim

    z!1

    H(z) =

    Y

    1

    U

    1

    = K

    e

    (3.4)

    valida se

    i

    = polo de H(z) j

    i

    j< 1 8 i.

    Nota: lembrei que para o aso ontnuo o ganho estatio se determinava omo mostrado

    a seguir:

    U

    1

    = lim

    s!0

    sU(s)

    Y

    1

    = lim

    s!0

    sY (s) = lim

    s!0

    sH(s)U(s) = U

    1

    lim

    s!0

    H(s)

    lim

    s!0

    H(s) =

    Y

    1

    U

    1

    = K

    e

    (3.5)

    valida se

    i

    = polo de H(s) Re(s) < 0 8 i.

    Exemplos: Sejam os sistemas representados pelas FT:

    (1)H(s) =

    2

    1 + 3s

    (2)H(s) =

    5(s+ 1)

    s(s+ 2)

    (3)H(z) =

    z + 1

    z + 0:5

    (4)H(z) =

    z

    z + 2

    Calular o ganho estatio de ada uma.

    1. Como H(s) tem polo p = 1=3, o sistema e Entrada-Limitada-Sada-Limitada

    estavel (ELSL-estavel) e ent~ao pode-se obter:

  • Interonex~ao de sistemas ontnuos e disretos 30

    K

    e

    = lim

    s!0

    H(s) = 2

    2. Como H(s) tem polos p = 2 p = 0, o sistema e ELSL-instavel. 6 9K

    e

    .

    3. Como H(z) tem polo p = 0:5, o sistema e ELSL-estavel

    K

    e

    = lim

    z!1

    H(z) = 4=3

    4. Como H(z) tem polo p = 2, o sistema e ELSL-instavel. 6 9K

    e

    .

    Exemplo: Filtro digital

    y(n+ 1) ay(n) = (1 a)u(n+ 1) a 6= 0; a 6= 1

    Z fy(n+ 1) ay(n)g = Z f(1 a)u(n+ 1)g

    (z a)Y (z) = (1 a)zU(z)

    H(z) =

    Y (z)

    U(z)

    =

    (1 a)z

    z a

    j z j>j a j

    que tem polo em z = a, um zero em z = 0 e ganho unitario.

    3.3.2 Exemplos

    Exemplo 1: seja o sistema de ontrole disreto representado na Fig.3.9, omposto por

    uma planta ontnua (representado pela sua fun~ao de transfere^nia mais a do bloqueador)

    e o algoritmo de ontrole disreto. Para poder estudar este sistema hbrido devemos

    determinar a fun~ao de transfere^nia disreta (apliando a transformada Z) para:

    1. o algoritmo disreto(equa~ao a diferenas);

    2. o onjunto proesso + bloqueador (transfere^nia no plano s).

    Consideremos primeiro o aso da transformada do algoritmo disreto e vamos supor

    que a lei de ontrole disreta orresponde om um ontrolador tipo PI, ujas equa~oes a

  • Interonex~ao de sistemas ontnuos e disretos 31

    u(kT )

    Tr(z)

    s(z)E(z)

    Bloo

    s(kT )e(kT )

    C

    r(kT )

    y(kT )

    +

    B

    0

    G(s)

    y(t)

    Figura 3.9: Fun~ao de transfere^nia em z

    diferenas s~ao:

    8

    >

    :

    u

    1

    (k) = k

    1

    e(k)

    u

    2

    (k) = u

    2

    (k 1) + k

    2

    Te(k)

    u(k) = u

    1

    (k) + u

    2

    (k)

    A transformada z para ada termo da express~ao anterior sera ent~ao:

    8

    >

    >

    >

    >

    >

    >

    >

    >

    >

    >

    >

    :

    U

    1

    (z) = k

    1

    E(z)

    U

    2

    (z) = U

    2

    (z)z

    1

    + k

    2

    TE(z)

    U

    2

    (z) =

    k

    2

    T

    1 z

    1

    E(z)

    U(z) = k

    1

    +

    k

    2

    T

    1 z

    1

    E(z)

    Portanto a fun~ao de transfere^nia disreta do ontrole sera:

    C(z) =

    U(z)

    E(z)

    = k

    1

    +

    k

    2

    T

    1 z

    1

    Em segundo lugar, determinaremos a transformada Z do onjunto proesso + bloque-

    ador, omo mostrado na Fig.3.10.

    u(kT )

    1

    1+s

    y(kT )

    B

    0

    y(t)

    Figura 3.10: Proesso + bloqueador de ordem zero.

    BoG(s) =

    1

    s

    (1 e

    Ts

    )

    1

    1 + s

  • Interonex~ao de sistemas ontnuos e disretos 32

    BoG(s) =

    1

    s

    1

    1 + s

    e

    Ts

    1

    s

    1

    1 + s

    BoG(s) = (1 z

    1

    )

    1

    s

    1

    1 + s

    BoG(z) = (1 z

    1

    )

    z(1 e

    T

    )

    1

    (z 1)(z e

    T

    )

    BoG(z) =

    (1 e

    T

    )

    1

    1 e

    T

    Exemplo 2: seja a fun~ao de transfere^nia T (z) orrespondente ao onjunto proesso

    e bloqueador de um sistema de ontrole, representado na Fig.3.11.

    B

    0

    y(k)

    k

    p

    1+s

    p

    1

    1+s

    T

    u(k)

    Figura 3.11: Bloqueador + pro

    esso + amostrador do exemplo 2.

    BoG(s) =

    1

    s

    (1 e

    Ts

    )

    1

    1 + s

    T

    k

    p

    1 + s

    p

    BoG(z) = (1 z

    1

    )Z

    k

    p

    s(1 + s

    T

    )(1 + s

    p

    )

    Regra geral

    BoG(z) = (1 z

    1

    )Z

    G(s)

    s

    BoG(z) =

    z 1

    z

    Z

    8

    >

    >

    >

    :

    k

    p

    T

    p

    s(s+

    1

    T

    )(s+

    1

    p

    )

    9

    >

    >

    =

    >

    >

    ;

    Deomposi~ao para usar tabela

  • Interonex~ao de sistemas ontnuos e disretos 33

    k

    p

    (

    T

    p

    )

    1

    s(s+

    1

    T

    )(s+

    1

    p

    )

    =

    k

    p

    s

    +

    k

    p

    1

    p

    1

    p

    1

    T

    s+

    1

    T

    +

    k

    p

    1

    T

    1

    T

    1

    p

    s+

    1

    p

    =

    k

    p

    s

    +

    k

    p

    T

    T

    p

    s+

    1

    T

    +

    k

    p

    p

    p

    T

    s+

    1

    p

    BoG(z) =

    k

    p

    1 z

    1

    +

    z

    k

    p

    T

    T

    p

    z e

    T

    T

    +

    z

    k

    p

    p

    p

    T

    z e

    T

    p

    e agrupando tem-se a fun~ao de transfere^nia disreta da planta:

    BoG(z) =

    k

    p

    (z z

    0

    )

    "

    (1 e

    T

    T

    )(1 e

    T

    p

    )

    (1 z

    0

    )

    #

    (z e

    T

    T

    )(z e

    T

    p

    )

    Observe que:

    existe uma rela~ao entre os polos da planta ontnua e da planta disretizada dada

    por z = e

    Ts

    .

    os zeros de ambas transfere^nias s~ao diferentes e n~ao guardam rela~ao alguma entre

    si.

    o ganho estatio de ambas transfere^nias deve ser o mesmo. O ganho estatio de

    G(s) se determina fazendo s ! 0, desta forma obtem-se G(s) = G(0) = G

    0

    . Para

    determinar o ganho estatio de BoG(z), se faz z ! 1, BoG(z) = BoG(1). Deve,

    ent~ao, veriar-se que G

    0

    = BoG(1).

    Estas tre^s observa~oes permitem validar se a transforma~ao de um domnio a outro, foi

    realizada om suesso.

    Para a esolha do tempo de amostragem T , vamos supor ertos valores dos para^metros

    do sistema e deniremos os objetivos de ontrole omo:

    Resposta em malha aberta om t

    subida

    ' 1:5

    p

    = 30 seg

  • Interonex~ao de sistemas ontnuos e disretos 34

    Resposta em malha fehada: Ajustar para t

    subida

    ' 10 seg

    Uma possvel esolha para o tempo de amostragem pode ser T =

    t

    sub

    10

    = 1 seg. Com

    estes valores a fun~ao de transfere^nia disreta e:

    BoG(z) = G(z) =

    4:18(z + 0:35)

    (z 0:951)(z 0:036)

    A representa~ao polo-zero da fun~ao G(z), no plano Z, e mostrada na 3.12.

    0.951-0.35 0.036

    dois polos

    zero

    negativo

    -1

    j!

    1

    Figura 3.12: Representa~ao polo-zero da fun~ao G(z) no plano Z.

    Exemplo 3: Analisar as fun~oes de transfere^nia ontnua e amostrada dos sistemas abai-

    xo.

    a) G(s) =

    2

    1 + s

    b) G(s) =

    3

    s 2

    ) G(s) =

    1

    (1 + 2s)(1 + 3s)

    Para o aso (a): G(s) =

    2

    1 + s

    BoG(z) =

    z 1

    z

    Z

    2

    s(s+ 1)

    =

    z 1

    z

    z(1 e

    T

    )

    (z 1)(z e

    T

    )

    Esolhendo T = 0:2 seg., tem-se

    BoG(z) =

    0:4

    z 0:8

  • Interonex~ao de sistemas ontnuos e disretos 35

    R

    I

    -1

    Figura 3.13: Representa~ao polos de G(s) no plano S, para o aso a).

    0.8

    -1

    R

    I

    1

    Figura 3.14: Representa~ao polos de BoG(z) no plano Z, para o aso a

    I

    R2

    Figura 3.15: Representa~ao polos de G(s) no plano S, para o aso b

  • Interonex~ao de sistemas ontnuos e disretos 36

    Caso (b): G(s) =

    3

    s 2

    Esolhendo T = 0:2 seg, e

    2T

    = 1:49, hega-se a

    BoG(z) =

    z 1

    z

    Z

    3

    s(s 2)

    =

    z 1

    z

    :

    z(1 e

    2T

    )

    (z 1)(z e

    2T

    )

    BoG(z) =

    0:49

    z 1:49

    -1

    I

    R

    1.49

    1

    Figura 3.16: Representa~ao polos de BoG(z) no plano Z, para o aso b

    Caso (): G(s) =

    1

    (1 + 25)(1 + 35)

    =

    1

    6

    (s+

    1

    2

    )(s+

    1

    3

    )

    1

    2

    I

    R

    1

    3

    Figura 3.17: Representa~ao polos de G(s) no plano S, para o aso

    Esolhendo T =

    3

    10

    = 0:3 seg. e apliando tabela de transformadas ou utilizando o

    programa MATLAB, hega-se a

    BoG(z) =

    k

    p

    (z z

    0

    )

    (1 a)(1 b)

    1 z

    0

    (z a)(z b)

    om a = e

    0:3

    2

    =

    0:86, b = e

    0:3

    3

    =

    0:90, z

    0

    = 0:92, k

    p

    = 1 (ganho do sistema

    ontnuo).

  • Interonex~ao de sistemas ontnuos e disretos 37

    A fun~ao disreta e

    BoG(z) =

    0:0069(z + 0:92)

    (z 0:86)(z 0:9)

    :

    Note que esta fun~ao de transfere^nia apresenta um zero negativo.

    3.3.3 Rela~ao plano S - plano Z

    A rela~ao entre os planos S e Z pode ser obtida mapeando pontos de um plano no

    outro utilizando a rela~ao z = e

    sT

    . Na Fig.3.18, se mostra a orresponde^nia que existe

    entre diferentes regi~oes do plano S e do planoZ.

    jzj < 1

    z

    1

    1

    Im

    Re

    s

    Re(s) < 0

    a

    Im

    s

    0

    Re

    Re(s) <

    0

    a = e

    T

    0

    jzj < a

    z

    1

    1

    espiral

    Im

    Re

    s

    Re(s) > Im(s)

    em z

    z

    1

    1

    0

    Im

    Re

    s

    z

    1

    1

    a

    Combina 2 e 3

    Figura 3.18: Rela~ao plano S - plano Z.

    Observe que:

    o limite de estabilidade e o rulo unitario;

    z = 1 no plano Z se orresponde om s = 0 no plano S;

  • Interonex~ao de sistemas ontnuos e disretos 38

    os lugares geometrios no plano Z forneem informa~ao normalizada em rela~ao ao

    perodo de amostragem T mais que em rela~ao ao tempo omo aontee no plano

    S;

    o eixo real negativo do plano Z sempre representa a freque^nia ! =

    2

    =

    !

    0

    2

    onde

    !

    0

    =

    2

    T

    e a freque^nia de amostragem;

    lineas vertiais no semiplano negativo do plano S orrespondem a rulos dentro

    do rulo unitario do plano Z;

    lineas horizontais no plano S, (j! = te), mapeiam-se em lineas radiais no plano Z;

    freque^nias ! >

    !

    0

    2

    =

    2

    (denominada freque^nia de Nyquist) apareem superpostas

    a outras freque^nias devido a natureza das fun~oes trigonometrias e

    j!

    = os(!T )+

    j sin(!T ). Este solapamento e onheido omo feno^meno de "aliasing"e, portanto,

    para evitar este efeito e neessario amostrar apliando o Teorema de Shannon, omo

    foi visto no iniio deste aptulo.

    3.4 Exemplos

    Exemplo 1: Seja o proesso ontnuo

    G(s) =

    1

    s+ 1

    Calulando

    BoG(z) =

    1 z

    1

    Z

    1

    s(s+ 1)

    para perodo T e usando tabelas temos:

    BoG(z) =

    1 z

    1

    z

    z 1

    z

    z e

    T

    BoG(z) =

    (1 e

    T

    )z

    z e

    T

    Exemplo 2: Seja o proesso ontnuo

    G(s) =

    3

    (s+ 1)(s+ 3)

    =

    1

    (1 + s)(1 + s=3)

    Calulando

  • Interonex~ao de sistemas ontnuos e disretos 39

    BoG(z) =

    1 z

    1

    Z

    3

    s(s+ 1)(s+ 3)

    para perodo T e usando tabelas temos:

    BoG(z) =

    1 z

    1

    z

    z 1

    3

    2

    z

    z e

    T

    +

    1

    2

    z

    z e

    3T

    Deve-se observar aqui que na transforma~ao o numero de polos e mantido e que logia-

    mente estes dependem do perodo de amostragem T . Ja quanto aos zeros o numero pode

    variar.

  • Captulo 4

    Estabilidade e resposta no tempo

    Estabilidade e um oneito muito importante na teoria de ontrole. Existem varias

    formas de denir estabilidade que se apliam a diferentes ondi~oes de trabalho dos sis-

    temas. Quando se trabalha om sistemas representados por fun~ao de transfere^nia e

    normal utilizar o oneito de estabilidade Entrada Limitada - Sada Limitada (ELSL).

    Neste aptulo deniremos este tipo de estabilidade, num segundo passo estudaremos

    alguns metodos de analise de estabilidade de sistemas em malha fehada (MF).

    4.1 Deni~ao e rela~ao om a fun~ao de transfere^nia

    Caso ontnuo:

    Um sistema entrada sada e dito ELSL (Entrada Limitada - Sada Limitada) estavel

    se a resposta y(t) a toda entrada u(t) om amplitude nita tem amplitude nita 8 t 0.

    se jjujj

    1

  • Estabilidade e resposta no tempo 41

    todos os polos da fun~ao de transfere^nia disreta tem j z j< 01 (ou seja pertenem

    ao interior do irulo unitario no plano Z);

    sistema Proprio.

    4.2 Estabilidade e resposta no tempo

    A estabilidade e a resposta no tempo est~ao intimamente relaionadas. Um sistema e

    estavel, se para uma entrada limitada gera uma sada tambem limitada. Para estudar

    a estabilidade de um sistema qualquer em malha aberta basta analisar os polos de sua

    fun~ao de transfere^nia propria. Para isto podem ser utilizados metodos analtios ou

    numerios de alulo de razes de polino^mios.

    Exemplo: Seja o sistema da Fig.4.1 dado pela seguinte fun~ao de transfere^nia

    G(s) =

    b

    s+ a

    om b 6= 0 e onsidere uma entrada do tipo degrau unitario, omo mostrado na Fig.4.2.

    sada

    entrada

    SISTEMA

    Figura 4.1: Sistema linear.

    u

    t

    Figura 4.2: Sinal de entrada tipo degrau apliado ao sistema.

    Dependendo do valor do para^metro a a sada do sistema sera estavel ou instavel (vide

    Fig.4.3).

    A ondi~ao de estabilidade do sistema esta dada por a > 0.

    4.2.1 Sistemas amostrados

    Para o aso dos sistemas amostrados, pode-se utilizar a rela~ao existente entre o plano

    S e o plano Z dado pela express~ao z = e

    Ts

    , om T > 0, onde s e polo do sistema ontnuo

  • Estabilidade e resposta no tempo 42

    t

    Instavel

    Estavel

    a < 0

    a = 0

    a > 0

    y

    Figura 4.3: Resposta do sistema a entrada degrau.

    e z e polo do sistema amostrado, para estudar a estabilidade do sistema. A ondi~ao de

    estabilidade para os sistemas ontnuos Re(z) < 0 passa a ser j z j< 1. Na gura 4.4, se

    mostra a regi~ao de estabilidade no plano Z.

    j z j< 1

    I

    m

    (z)

    R

    e

    (z)-1 1

    Figura 4.4: Regi~ao de estabilidade j z j< 1 no plano Z.

    Exemplo: Seja o sistema denido pela fun~ao de transfere^nia disreta

    G(z) =

    b

    z

    (4.1)

    Considerando uma entrada tipo degrau dada por

    U(z) =

    z

    z 1

    (4.2)

  • Estabilidade e resposta no tempo 43

    a sada do sistema no domnio da transformada Z e

    y(z) =

    bz

    (z 1)(z )

    Da mesma forma, se utilizamos a tabela de transformadas, o alulo da sada Y (z)

    resultara em

    y(z) =

    z(1 e

    aT

    )

    (z 1)(z e

    aT

    )

    onde

    b = 1 e

    aT

    = e

    aT

    A resposta no domnio do tempo obtem-se apliando a transformada Z inversa a Y (z)

    y(kT ) = 1 e

    akT

    :

    Analisando a express~ao da resposta obtida, tem-se que: (i) se jj < 1, ent~ao aT > 0 e

    portanto a sada y(kT ) e uma exponenial limitada, omo se mostra na Fig.4.5.

    limitada

    y

    t = kT0 T 2T

    : : :

    : : :

    sada

    Figura 4.5: Sada limitada y(kT ) para j j< 1.

    (ii) Se jj > 1, ent~ao aT < 0 e portanto y(kT ) e uma exponenial ilimitada, omo se

    representa na Fig.4.6.

    4.2.2 Tipos de resposta estaveis

    A posi~ao dos polos da fun~ao de transfere^nia disreta F (z) no plano Z determina o

    tipo de resposta do sistema. Na Fig.4.7 s~ao mostradas diferentes ongura~oes de polos e

    a sua orrespondente resposta disreta no domnio do tempo.

    Respostas mais rapidas no domnio do tempo impliam em polos de F (z) om menor

    j z j (Vide Fig.4.8).

  • Estabilidade e resposta no tempo 44

    sada ilimitada

    y

    t = kT0 T 2T : : :

    : : :

    Figura 4.6: Sada ilimitada y(kT ) para j j> 1.

    -1

    Re(z)

    Im(z)

    1

    Figura 4.7: Rela~ao polos - resposta no tempo.

    -1

    Im(z)

    Re(z)

    t

    y

    1

    Figura 4.8: Rela~ao polos - resposta no tempo. Caso polos reais.

  • Estabilidade e resposta no tempo 45

    Respostas menos osilatorias no domnio do tempo impliam em uma menor rela~ao

    Imag(p)

    Real(p)

    , onde p representa o polo do sistema (Vide Fig.4.9).

    -1

    Im(z)

    Re(z)

    y

    t

    1

    Figura 4.9: Rela~ao polos - resposta no tempo. Caso polos omplexos onjugados.

    4.3 Estabilidade de sistemas om para^metros va-

    riaveis

    Na maioria das aplia~oes de ontrole a fun~ao de transfere^nia do sistema que se deseja

    estudar depende de um ou varios para^metros. Estes para^metros podem ser de ajuste para

    o melhor funionamento do sistema, ou apenas varia~oes proprias das araterstias do

    mesmo. Assim, por exemplo, o ganho de um ampliador pode ser um para^metro de

    ajuste, e o valor da resiste^nia do estator de uma maquina um para^metro que varia om

    as ondi~oes de opera~ao.

    Devido a estes motivos interessa estudar a estabilidade ou posi~ao dos polos de um

    sistema quando variamos estes para^metros. A analise deve-se fazer variando-se um

    para^metro por vez. Assim a equa~ao que determina os polos do sistema resulta:

    P (z;K) = 0 K 2 < para^metro variavel

    Determinando as razes do polino^mio araterstio P (z;K) e possvel estudar a es-

    tabilidade ou estabilidade relativa do sistema para diferentes valores de K. Porem, se

    interessa n~ao somente determinar se o sistema e estavel mas tambem onheer a varia~ao

    dos polos om o para^metro K pode-se utilizar a ferramenta de Lugar das Razes (LR). Su-

    ponhamos que na equa~ao P (z;K) = 0 o para^metro K varia linearmente. Ent~ao pode-se

    oloar:

  • Estabilidade e resposta no tempo 46

    P (z;K) = A(z) +KB(z) = 0 ou 1 +K

    B

    A

    (z) = 0 (4.3)

    e estudar a solu~ao da equa~ao 4.3 omo sendo:

    z 2 C tq

    B

    A

    (z) =

    1

    K

    e omo K 2 < pode-se oloar:

    8

    >

    >

    >

    >

    >

    >

    >

    :

    B

    A

    (z)

    =

    1

    jKj

    'B

    A

    (z)

    =

    (

    (2i + 1) se K > 0

    (2i) se K < 0

    i 2 Z

    (4.4)

    A vantagem desta ultima express~ao e que ela permite, de uma forma simples, a ons-

    tru~ao do grao das trajetorias que seguem as razes da equa~ao 4.3 quando varia o

    para^metro K. O metodo torna-se ainda mais interessante quando observamos que a ex-

    press~ao 4.3 representa a equa~ao araterstia da fun~ao de transfere^nia do sistema da

    gura 4.10:

    Y (z) =

    K B=A

    1 +K B=A

    Assim o metodo de LR permite estudar a varia~ao dos polos de MF de um sistema om

    uyr yeB(s)/A(s)

    processo1

    K

    ganho varivel

    Figura 4.10: Diagrama de bloos do sistema om ontrole K.

    fun~ao de transfere^nia de malha aberta K B=A(z) quando K 2 (1;1). Estudaremos

    agora as regras basias do LR.

    4.3.1 Lugar das Razes

    Todos os oneitos e regras de traado ontnuo s~ao validas para o aso disreto. As

    diferenas est~ao no estudo da estabilidade. Calulemos as razes dos polino^mios A(z) e

    B(z) supostos mo^nios. As express~oes da equa~ao 4.4 resultam:

  • Estabilidade e resposta no tempo 47

    Q

    m

    l=1

    jz+z

    l

    j

    Q

    n

    j=1

    jz+p

    j

    j

    =

    1

    jKj

    P

    m

    l=1

    '(z + z

    l

    )

    P

    n

    j=1

    '(z + p

    j

    ) =

    (

    (2i+ 1) K > 0

    (2i) K < 0

    (4.5)

    Observamos ent~ao que se identiamos as express~oes 4.5 om o diagrama da Fig.??:

    p

    j

    = polos de malha aberta (MA) do sistema

    z

    l

    = zeros de MA do sistema

    A express~ao da fase tem uma interpreta~ao graa simples: a soma das ontribui~oes

    de fase para um dado ponto do plano omplexo z deve somar (2i+1) se K > 0 ou (2i)

    se K < 0.

    Apos estabeleer a ondi~ao na fase e simples alular o valor de K

    0

    omo K

    0

    =

    A(z

    0

    )=B(z

    0

    ).

    Baseado neste prinpio a onstru~ao do LR pode ser feita onsiderando apenas a

    ondi~ao de fase. A determina~ao dos valores K para ada ponto apenas dara a parame-

    triza~ao da urva. Veremos ent~ao as regras basias obtidas de apliar 4.5.

    4.3.1.1 Regras Basias de Constru~ao do LR

    Disutiremos as regras onsiderando K >= 0 sendo que para K < 0 os resultados s~ao

    omplementares.

    1) Pontos Espeiais: K = 0 e K !1

    Se K = 0 a equa~ao A(z) + KB(z) = 0 tem solu~ao A(z) = 0 ou seja as razes de

    A(z), que hamamos de polos de MA. (p

    j

    )

    Se K !1 a equa~ao

    B(z)

    A(z)

    =

    1

    K

    diz que

    B(z)

    A(z)

    ! 0

    ou seja que z !zeros da fun~ao de transfere^nia de MA que s~ao os valores:

    (

    z

    l

    razes de B(z)

    z !1 se o grau B(z) < grau A(z)

    Observamos que B(z)=A(z) tem tantos zeros em z ! 1 quanto a diferena de grau

    do denominador e numerador.

    Assim o LR omeara (K = 0) nos polos de MA e terminara (K ! 1) nos zeros de

    MA.

    E bom observar que se grauB > grauA ent~ao o LR omeara no innito pois existiram

  • Estabilidade e resposta no tempo 48

    p

    j

    innitos. QuandoB(z)=A(z) representa um sistema real isto n~ao pode aonteer, porem

    omo o metodo permite o estudo de razes de equa~oes do tipo P (z;K) = 0 os polino^mios

    A e B podem n~ao ter signiado fsio.

    2) Ramos do LR

    Dada a ontinuidade da solu~ao da equa~ao P (z;K) = 0, quando variamos K de

    forma ontnua, o LR sera formado por \ramos" ou urvas ontnuas que uniram pontos

    de partida p

    j

    om pontos de hegada z

    l

    no plano z.

    A quantidade de ramos sera igual ao maior de (grauA; grauB).

    3) Simetria do LR

    Como os oeientes da equa~ao P (z;K) = 0 s~ao reais, as razes z omplexas apa-

    reer~ao sempre em pares onjugadas e por tanto o LR sera simetrio em rela~ao ao eixo

    real.

    4) Comportamento Assintotio

    Quando o LR e tal que para algum K, z !1 e possvel oloar que:

    B(z)

    A(z)

    =

    z

    n

    z

    m

    =)

    z

    n

    z

    m

    =

    1

    K

    Assim os a^ngulos das assntotas do LR veriam:

    i

    =

    (2i+1)

    nm

    i = 0; 1; 2; : : : jnmj 1

    e s~ao laramente simetrios em rela~ao ao eixo real.

    5) Interse~ao de Assntotas

    Todas as assntotas se ruzam num ponto no eixo real dada a simetria do LR. Alem

    disto, este ponto pode ser determinado pela express~ao:

    =

    P

    p

    j

    P

    z

    l

    nm

    p

    j

    = polos nitos

    z

    l

    = zeros nitos

    6) LR no Eixo Real

    O omportamento do LR no eixo real pode ser estudado failmente apliando a on-

    di~ao de fase do LR da equa~ao 4.5. Para pontos sobre o eixo real a ontribui~ao das

    singularidades fora do eixo e nula. Por outro lado a ontribui~ao das singularidades no

    eixo vale 0 ou , segundo z esteja a direita ou a esquerda da singularidade respetiva-

    mente. Assim um ponto do eixo real pertene ao LR se tem a sua direita um numero

    de singularidades mpar (K 0) e par (K

  • Estabilidade e resposta no tempo 49

    A equa~ao P (z;K) = 0 pode ter solu~oes multiplas, isto e, para um mesmo valor de

    K uma raiz z tem multipliidade maior que um. Isto pode ser interpretado omo um

    ruzamento de ramos no LR. A quantidade de ramos que se ruzam e igual a ordem de

    multipliidade da raiz. Para determinar estes pontos lembra-se que se z

    0

    e raiz multipla

    de P (z;K) = 0 vale que:

    d

    m1

    P (z;K)

    dz

    m1

    z=z

    0

    = 0

    m = 1; 2; : : :M

    M = ordem de multipliidade de z

    0

    Usando a igualdade para m = 1, e m = 2 temos:

    A(z) +KB(z) = 0

    dA(z)

    dz

    +K

    dB(z)

    dz

    = 0

    9

    >

    =

    >

    ;

    =)

    dA

    dz

    +

    A

    B

    dB

    dz

    = 0

    z = raiz multipla

    ou seja:

    B(z)

    dA

    dz

    A(z)

    dB

    dz

    = 0 z raiz multipla

    Mas

    K =

    A

    B

    )

    dK

    dz

    =

    1

    B

    2

    dA

    dz

    B

    dB

    dz

    A

    dK

    dz

    =

    1

    B

    2

    B(z)

    dA

    dz

    A(z)

    dB

    dz

    Se

    dK

    dz

    z=z

    0

    = 0 )

    B(z)

    dA

    dz

    A(z)

    dB

    dz

    z=z

    0

    = 0

    ou seja, usando a express~ao

    dK

    dz

    podemos, alulando as razes, enontrar os possveis

    valores de pontos de ruzamento. Isto pois mesmo que z

    0

    seja tal que

    dK

    dz

    z=z

    0

    = 0 n~ao

    neessariamente K(z

    0

    ) sera real e pertenera ao intervalo onsiderado para o para^metro

    K.

    8) Simetria de Partes Reais

    Uma outra propriedade util do LR para ter ondi~oes de esboar rapidamente o grao

    e observar que quando o LR tem duas ou mais assntotas, a equa~ao A(z) +KB(z) = 0

    tem os oeientes de grau n e n1 (maior e seguinte) independentes de K. Assim omo a

    P

    n

    i=1

    Re (

    i

    ) das razes da equa~ao depende apenas destes oeientes, sera independente

    de K. Assim os ramos do LR dever~ao guardar uma simetria de partes reais om a varia~ao

    de K. Por exemplo, n~ao pode-se ter todos os ramos saindo no mesmo sentido do eixo

    real.

  • Estabilidade e resposta no tempo 50

    Na pratia, n~ao e neessario lembrar todas as regras de onstru~ao do LR, ja que

    existem paotes omputaionais (exemplo: ontrol toolbox - Matlab) que permitem traar

    automatiamente o LR para um dado sistema.

    4.4 Estabilidade utilizando lugar de razes

    Como foi analisado a estabilidade de um sistema esta assoiada a posi~ao dos polos

    no plano omplexo. Assim, um sistema e dito estavel se todos os seus polos est~ao dentro

    do rulo unitario do plano Z. A estabilidade de um sistema tambem pode ser estudada

    usando o metodo do lugar das razes.

    Exemplo 1:

    Seja o seguinte sistema de primeira ordem om ontrole proporional (Fig.4.11).

    G(s) =

    k

    s

    ! Bog(z) =

    b

    z a

    onde

    8

    >

    >

    >

    :

    > 0

    jaj < 1

    k =

    b

    1 a

    +

    T

    y(k)

    u(t)

    y(t)

    G(s)B

    0

    K

    y

    r

    (k)

    Figura 4.11: Sistema de ontrole orrespondente ao exemplo 1.

    O ajuste do ganho do ontrolador k

    e realizado utilizando o LR. A equa~ao ara-

    terstia do sistema (polino^mio P (z; k)) e

    1 + k

    b

    z a

    = 0

    Observando a Fig.4.12 pode ser determinado o valor do ganho do ontrolador, k

    max

    ,

    que torna o sistema instavel.

    Analisando esta equa~ao tem-se que za+k

    b = 0, de onde se obtem o polo, z = ak

    b,

    em fun~ao dos para^metros do sistema.

  • Estabilidade e resposta no tempo 51

    k

    = 0

    k

    "

    a

    1-1

    R

    I

    Figura 4.12: LR, aso disreto, para o exemplo 1.

    a > 0

    b > 0

    k

    > 0

    9

    >

    =

    >

    ;

    ! jzj < 1) ja k

    bj < 1

    A desigualdade 1 < a k

    b < 1 pode ser analisada por partes omo mostrado a

    ontinua~ao

    1 a < k

    b

    k

    b < a+ 1

    k

    0

    a k

    b < 1

    a 1 < k

    b

    k

    >

    a 1

    b

    g < 0

    De onde de deduz que o valor maximo do ganho do ontrolador e

    k

    max

    =

    a+ 1

    b

    Note que no aso ontnuo, i.e. para G(s) =

    K

    1+s

    , K

    max

    ! 1 sem que o sistema

    pera a sua estabilidade. O LR para o aso ontinuo e mostrado na Fig.4.13.

    A quest~ao que surge e porque os dois asos s~ao diferentes?. A resposta reside em que

    o sistema amostrado esta em "malha aberta"entre amostras, ent~ao se o ganho for alto

    perde-se o ontrole da variavel.

    Exemplo 2:

    Seja o sistema de segunda ordem

    G(s) =

    k

    (1 + s

    1

    )(1 + s

    2

    )

  • Estabilidade e resposta no tempo 52

    1

    k

    !1

    I

    R

    Figura 4.13: LR, aso equivalente ontnuo, para o exemplo 1.

    a orrespondente fun~ao de transfere^nia disreta G(z) e

    BoG(z) =

    k

    d

    (z z

    0

    )

    (z a)(z b)

    O ajuste do ontrole proporional sera realizado utilizando o metodo do LR. Para isto

    determinamos a equa~ao araterstia do sistema:

    1 +

    k

    k

    d

    (z z

    0

    )

    (z a)(z b)

    = 0

    Assumindo os seguintes valores para os para^metros do sistema: k = 1;

    1

    = 2;

    2

    = 3;

    T = 0; 3; k

    d

    = 0:0069; z

    0

    = 0; 92; a = 0:86; b = 0; 9, onstrue-se o LR quando da

    varia~ao do para^metro k

    , omo mostrado na Fig.4.14.

    0.86 0.9

    0.92

    K

    max

    (estav)

    1

    I

    R

    -1

    Figura 4.14: LR para o aso disreto do exemplo 2.

    Vamos a determinar o valor maximo do ganho do ontrolador (k

    max

    ), para o qual o

    sistema perde a estabilidade.

    (z a)(z b) + k

    k

    d

    (z z

    0

    ) = 0

  • Estabilidade e resposta no tempo 53

    Denindo k

    k

    d

    = k

    1

    , tem-se

    (z

    2

    1:76z + 0:774 + k

    1

    z + 0:92k

    1

    ) = 0

    z

    2

    + (k

    1

    1:76)z + (0:774 + 0:92k

    1

    ) = 0:

    Devemos resolver esta equa~ao determinando as suas razes para diferentes valores de

    k

    1

    . De tal forma que: se as razes enontradas pertenem ao rulo unitario (jzj < 1),

    ent~ao o sistema sera estavel. Caso ontrario o sistema e instavel. No limite entre estas

    duas situa~oes se tem a estabilidade rtia para K

    max

    . Para os valores aima oloados

    se tem que K

    max

    = 44:2.

    Se omparamos om o aso ontnuo, o orrespondente LR e mostrado na Fig.4.15.

    Note que, para o aso ontnuo, k

    max

    !1.

    R

    I

    1

    2

    1

    3

    Figura 4.15: LR para o aso equivalente ontnuo do exemplo 2.

    4.5 Conlus~oes

    Os oneitos de estabilidade disutidos neste aptulo s~ao de importa^nia fundamental

    para o desenvolvimento do projeto de ontroladores. A partir do estudo da estabilidade

    riou-se a base teoria para a abordagem dos problemas de ontrole. Como ja foi disutido

    anteriormente a aloa~ao de polos e zeros no plano omplexo permitira estabeleer a

    dina^mia da resposta de MF do sistema. Assim as ferramentas de LR e de resposta

    em freque^nia permitiram n~ao somente analisar a estabilidade mas tambem auxiliar no

    projeto do ontrole.

  • Captulo 5

    Funionamento de sistemas em

    regime permanente

    A maioria dos proessos de gera~ao de energia ou de produtos (energia eletria,

    industria qumia, era^mia et) opera em regime permanente durante a maior parte

    do tempo. Isto e, xa-se um ponto de opera~ao para o sistema e trabalha-se nele por

    grandes perodos de tempo. Devido a isto, o estudo de tenias de ontrole que permitam

    garantir estas araterstias de funionamento e de grande importa^nia. Neste aptulo,

    analisaremos o problema e iniiaremos o estudo dos aminhos de solu~ao.

    5.1 Funionamento no regime permanente

    Nos ambientes industriais, os dois tipos de problemas de ontrole mais importantes

    s~ao: o seguimento de sinais (problema de servomeanismo) e a rejei~ao de perturba~oes

    (problema de regula~ao) (vide Fig.5.1).

    Ref

    T

    C B

    0

    Proesso

    yu

    Perturba~ao

    Sada

    Erro

    -

    +

    Figura 5.1: Sistemas de ontrole sujeito a varia~oes de arga e mudanas de refere^nia.

    Nos problemas de ontrole os sinais mais omuns s~ao do tipo degrau ou rampa. Por

    exemplo em opera~oes de "liga-desliga"(vide Fig.5.2b) de sistemas ou em etapas de ini-

    ializa~ao ("start-up") do sistema (vide Fig.5.2b). Na maioria dos asos, os sistemas de

    ontrole em regime permanente tem dois objetivos prinipais:

  • Funionamento de sistemas em regime permanente 55

    x

    liga - desliga

    x

    t

    lenta

    varia~ao

    t

    Figura 5.2: a) sinal tipo degrau; b) sinal rampa.

    rejeitar as perturba~oes de arga;

    aompanhar ou seguir a refere^nia om erro nulo ou onstante.

    Para alanar estes objetivos, e sempre que a planta no possua integradores proprios,

    se faz neessario utilizar uma a~ao do tipo integral no ontrole. Em geral, observa-se que,

    para se obter erro nulo em regime permanente, e neessario que a fun~ao de transfere^nia

    de malha aberta possua os modos dos sinais de refere^nia e perturba~ao a que o sistema

    seria submetido. Este tipo de resultado pode ser failmente demonstrado apliando o

    teorema do valor nal de Laplae sobre o sinal do erro do sistema. Portanto deixamos

    a argo do leitor a demonstra~ao analtia deste enuniado, assim omo dos oloados a

    seguir.

    Se o objetivo for rejeitar argas ou seguir sinais de refere^nia do tipo degrau ent~ao

    sera neessario utilizar um integrador na malha de ontrole. Para o aso de sinais tipo

    rampas sera neessario utilizar dois integradores. A utiliza~ao de a~oes integrais na malha

    de ontrole estabeleera um ompromisso om a estabilidade do sistema, que logiamente

    devera ser estudada quando do projeto do ontrolador.

    Exemplo 1: (seguimento de degraus) Controle PI

    C(z) = k

    (z z

    0

    )

    (z 1)

    z

    0

    e k

    ajustam-se para transitorio

    U(z)

    E(z)

    =

    k

    z k

    z

    0

    z 1

    =

    k

    k

    z

    0

    z

    1

    1 z

    1

    U(z) U(z)z

    1

    = k

    E(z) k

    z

    0

    z

    1

    E(z)

    U(k) U(k 1) = k

    e(k) k

    z

    0

    e(k 1)

  • Funionamento de sistemas em regime permanente 56

    U(k) = U(k 1) + k

    e(k) k

    z

    0

    e(k 1)

    | {z }

    Quando o erro for zero (e(k) = e(k 1) = 0) ent~ao o ontrole mantem-se onstante

    (u(k) = u(k 1)).

    Exemplo 2 (seguimento de rampas) Controle PI Duplo

    C(z) = k

    (z z

    1

    )

    (z 1)

    (z z

    2

    )

    (z 1)

    Os para^metros k

    , z

    1

    e z

    2

    s~ao ajustados para veriar as espeia~oes da resposta

    transitoria.

    Ref

    gera uma rampa

    Com entrada degrau o PI

    2

    gera sinal degrau

    Com erro zero o PI

    1

    u

    B

    0

    PPI

    2

    PI

    1

    y

    Sada

    Erro

    -

    +

    Figura 5.3: Diagrama de bloos do sistema de ontrole om dois ontroladores PI em

    asata.

    Com erro zero, o primer ontrolador PI gera um sinal de ontrole tipo degrau. Com

    esta entrada degrau, o segundo bloo PI gera uma rampa.

    Exemplo 3: Seja o sistema de ontrole de malha fehada representado na Fig.5.4, onde

    o proesso e BoG(z) =

    0:1

    z 0:9

    e o ontrolador disreto C(z).

    C(z)

    r

    p

    -

    +

    y

    +

    +

    Bog(z)

    Figura 5.4: Diagrama de bloos do sistema de ontrole para o exemplo 3.

    Ajustar C(z) para:

  • Funionamento de sistemas em regime permanente 57

    a) rejeitar perturba~ao p tipo degrau e obter resposta sem osila~oes;

    b) seguir uma rampa de ref(r) om erro zero, e om transitorio pouo osilatorio.

    a) Usar um ontrolador om 1 integrador (representado pelo polo em z = 1)

    C(z) = PI = k

    (z z

    0

    )

    (z 1)

    e ajustar k

    e z

    0

    utilizando o Lugar de Razes no plano Z. Se n~ao se utiliza o zero do

    ontrolador z

    0

    ent~ao o LR resultante e mostrado na Fig.5.5. Note que para um dado valor

    do ganho do ontrolador k

    = k

    0

    , o sistema se torna instavel. Considerando o zero do

    1

    -1

    R

    I

    0.9

    C(z) =

    k

    z 1

    N~ao usar z

    0

    somente k

    Figura 5.5: LR para o exemplo 3 sem o zero do ontrolador.

    ontrolador, o diagrama do LR se modia segundo apresentado na Fig.5.5. Observa-se

    1-1 R

    I

    0.9

    C(z) =

    k

    z 1

    Usar z

    0

    e k

    Figura 5.6: LR para o exemplo 3 om o zero do ontrolador.

    que utilizando z

    0

    e k

    se onsegue uma resposta mais rapida do sistema.

    b) Para seguir uma rampa om erro nulo e om resposta transitoria pouo osilatoria

    e neessario oloar 2 integradores no denominador de C(z) (para ter erro nulo) e dois

  • Funionamento de sistemas em regime permanente 58

    zeros no numerador de C = (z) para atender as espeia~oes transitorias.

    C(z) =

    k

    (z z

    1

    )(z z

    2

    )

    (z 1)

    2

    O orrespondente diagrama do LR e mostrado na Fig.5.7.

    1

    -1

    R

    I

    0.9

    Figura 5.7: LR para o exemplo 3, parte b).

    O ajuste nal de K

    , z

    1

    e z

    2

    e realizado usando programas de omputador e simula~ao.

    5.2 Conlus~oes

    Neste aptulo foram estudados os problemas de funionamento em regime permanente

    mais enontrados na pratia. Os resultados deste estudo ser~ao a base de onstru~ao dos

    ontroladores que disutiremos nos aptulos seguintes.

  • Captulo 6

    Projeto de ontroladores disretos

    A diferena da eletro^nia analogia, os omputadores digitais n~ao podem exeutar

    fun~oes de integra~ao. Portanto as equa~oes difereniais que desrevem um ontrolador

    ontinuo C(s) devem ser aproximadas utilizando equa~oes a diferenas que envolvem

    somente termos de adi~ao e multiplia~ao. Neste aptulo estudaremos este problema de

    aproxima~ao e introduziremos as prinipais tenias de Projeto de Controladores Digitais

    (ou disretos).

    Basiamente estudaremos duas tenias de projeto de ontroladores disretos:

    por aproxima~oes (ou emula~ao);

    projeto disreto ou direto.

    6.1 Metodo de projeto por aproxima~oes

    Esta tenia onsiste em projetar um ontrolador ontinuo C(s) para uma determinado

    proesso, utilizando ferramentas do domnio ontinuo e, em um segundo passo, transladar

    o ontrolador do domnio ontnuo ao disreto , mediante aproxima~oes, obtendo assim o

    ontrolador disreto C(z).

    O ontrolador ontinuo C(s) e aproximado mediante equa~oes a diferena obtidas

    atraves de diferentes metodos, omo por exemplo: o metodo de Euler, de Tustin ou

    bilinear, aproxima~ao zero-polo, et. A seguir s~ao apresentados os prinipais metodos de

    aproxima~ao utilizados na pratia.

  • Projeto de ontroladores disretos 60

    6.1.1 Metodo de Euler

    Este metodo basiamente onsiste na aproxima~ao da derivada de x(t) pela seguinte

    express~ao matematia:

    _x

    =

    x(k + 1) x(k)

    T

    Exemplo 1: Dado o ontrolador

    C(s) =

    U(s)

    E(s)

    = K

    s + a

    s+ b

    projetado a partir de ferramentas de projeto para sistemas ontnuos, pode-se obter a

    seguinte express~ao

    U(s)(s+ b) = k

    (s+ a)E(s)

    e apliando a transformada de Laplae inversa, tem-se

    _u(t) + b u(t) = k

    _e(t) + k

    a e(t) = k

    ( _e(t) + a e(t)):

    Apliando a aproxima~ao de Euler as derivadas _u(t) e _e(t), obtem-se

    u(k + 1) u(k)

    T

    = b u(k) = K

    e(k + 1) e(k)

    T

    + a e(k)

    om o qual a lei de ontrole na forma de equa~oes a diferenas e

    u(k + 1) = u(k) + T

    b u(k) +K

    e(k + 1) e(k)

    T

    + a e(k)

    ou atrasando 1 perodo de amostragem

    u(k) = u(k 1) + T

    b u(k 1) +K

    e(k) e(k 1)

    T

    + a e(k 1)

    Observa~ao: Vide omo o perodo de amostragem T inuenia a equa~ao a diferenas

    afetando o valor dos oeientes da lei de ontrole. Este e outro fator importante na

    esolha do T .

  • Projeto de ontroladores disretos 61

    O algoritmo de ontrole que permite implementar a lei de ontrole e

    Ler y(k), y

    r

    (k)

    Calular e(k) = y

    r

    (k) y(k)

    Calular u(k) = u(k1)+T

    b u(k 1) +K

    e(k) e(k 1)

    T

    + a e(t)

    Limitar u(k) aos valores maximos (U

    max

    ; U

    min

    )

    Apliar u(k)

    Atualizar variaveis u(k 1) = u(k), e(k 1) = e(k)

    Espera ate ompletar T seg.

    Este algoritmo exeuta-se a ada T segundos via interrup~oes ou mediante "pooling".

    Exemplo 2: Seja

    G(s) =

    1

    s(s+ 1)

    um proesso de segunda ordem om 1 polo na origem do plano S (1 integrador) e seja

    C(s) = 70

    (s+ 2)

    (s+ 10)

    um ontrolador (ompensador de avano) projetado utilizando ferramentas lassias.

    Apliando o metodo anterior, a disretiza~ao do ontrolador ontnuo nos permite

    enontrar o ontrole disreto (ja na forma de equa~oes a diferenas)

    u(k + 1) = u(k)(1 10T ) + 70 [e(k + 1) + (2T 1)e(k)

    ou atrasando 1 perodo de amostragem

    u(k) = u(k 1) + T

    10u(k 1) + 70

    e(k) e(k 1)

    T

    + 2e(k)

    Se a freque^nia de amostragem for f =

    1

    T

    = 20 Hz ! T = 0:05 seg, ent~ao

    u(k) = 0:5u(k 1) + 70 [e(k) 0:9e(k 1)

    Entretanto, se for f =

    1

    T

    = 40 Hz ! T = 0:025 seg., temos

  • Projeto de ontroladores disretos 62

    u(k) = 0:75u(k 1) + 70 [e(k) 0:95e(k 1)

    Reserva-se ao leitor a tarefa de obter resultados de simula~ao omparando as duas leis

    de ontrole aima determinadas. Devendo veriar a seguinte observa~ao:

    Observa~ao: Com f = 40 Hz (aproximadamente 30 vezes a largura de banda do

    proesso) o sistema disreto se omporta essenialmente omo no aso ontnuo, no entanto

    om f = 20 Hz (aproximadamente 15 vezes) a resposta se degrada. Conlus~ao f 20f!.

    6.1.2 Metodo de Tustin (ou Bilinear)

    Seja o seguinte ontrolador ontnuo:

    C(s) =

    U(s)

    E(s)

    =

    1

    s

    de onde tem-se que

    U(s) =

    1

    S

    E(s)

    ou no tempo

    u(t) =

    Z

    t

    0

    e(t)dt:

    Operando no domnio do tempo disreto pode-se oloar a equa~ao anterior omo

    u(kT ) =

    Z

    (k1)T

    0

    e(t) dt+

    Z

    kT

    (k1)T

    dt

    ou

    u(kT ) = u[(k 1)T + area baixo e(t) no perodo T .

    Utilizando uma aproxima~ao retangular para a area baixo a urva obtem-se a seguinte

    equa~ao a diferenas

    u(kT ) = u[(k 1)T +

    T

    2

    [e((k 1)T ) + e(kT )

    ou eliminando T das express~oes das variaveis

    u(k) = u(k 1) +

    T

    2

    [e(k 1) + e(k) :

  • Projeto de ontroladores disretos 63

    Apliando a transformada Z, hega-se a

    U(z) = U(z)z

    1

    +

    T

    2

    E(z)(1 + z

    1

    )

    om o qual a fun~ao de transfere^nia disreta do ontrolador e

    C(z) =

    U(z)

    E(z)

    =

    T

    2

    (1 + z

    1

    )

    (1 z

    1

    )

    =

    1

    2

    T

    1

    (1z

    1

    )

    (1+z

    1

    )

    :

    Comparando esta ultima express~ao om a do ontrolador ontnuo

    C(s) =

    1

    s

    se deduz a aproxima~ao Bilinear ou de Tustin:

    s

    =

    2

    T

    (1 z

    1

    )

    (1 + z

    1

    )

    =

    2

    T

    (z 1)

    (z + 1)

    Apliando esta aproxima~ao (substituir s pela express~ao aima) diretamente sobre a

    equa~ao de um dado ontrolador ontnuo obtem-se o ontrolador disreto.

    6.1.3 Metodo de aproxima~ao Zero-Polo

    Basiamente este metodo onsiste em:

    1. mapear polos e zeros de C(s) em C(z) utilizando a rela~ao z = e

    sT

    ;

    2. se o polino^mio do numerador for de menor ordem que o polino^mio denominador,

    ent~ao adiionar termos (1 + z

    1

    ) ao numerador ate que os dois tenham a mesma

    ordem;

    3. oloar o ganho estatio de C(z) igual ao de C(s)

    Exemplo 3: Seja o ontrolador

    C(s) = k

    C

    (s+ a)

    (s+ b)

    :

  • Projeto de ontroladores disretos 64

    Mapeando-se polos e zeros, obtem-se

    C(z) = k

    D

    (z e

    aT

    )

    (z e

    bt

    )

    e igualando os ganhos estatios, tem-se

    k

    C

    a

    b

    = k

    D

    1 e

    aT

    1 e

    bT

    k

    D

    = k

    C

    a

    b

    (1 e

    bT

    )

    (1 e

    aT

    )

    om o qual

    C(z) = k

    D

    (1 e

    aT

    z

    1

    )

    (1 e

    bT

    z

    1

    )

    = k

    D

    (1 z

    1

    )

    (1 + z

    1

    )

    =

    U(z)

    E(z)

    U(z)(1 + z

    1

    ) = k

    D

    E(z)(1 z

    1

    ):

    Apliando a transformada Z inversa se hega a express~ao em equa~oes a diferenas do

    ontrolador disreto

    U(k) = u(k 1) + k

    D

    [e(k) e(k 1)

    6.1.4 Metodo aproxima~ao zero-polo modiado

    Este metodo e uma variante do metodo de aproxima~ao polo-zero e se utiliza quando

    o suporte de hardware n~ao permite trabalhar om tempos de alulo t