teologia contemporânea

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Teologia Contemporânea O primeiro a escrever dentro da tradição do liberalismo religioso moderno, foi Friedrich Scheiermacher no inicio do século XIX. O Impacto do Iluminismo (pessoas sendo iluminada e estas se tornam o centro das atenções) A teologia moderna surge no berço do iluminismo. Teve seu apogeu nos séculos XVII e XVIII fazendo que a maioria das ciências e disciplinas universitárias tivesse uma abordagem moderna. Foi um período de intensa autoconsciência da metodologia para todas as matérias. Havia uma desconfiança geral da tradição, dos costumes, da antiguidade e da autoridade, e eram premiados o ceticismo, a razão e analise. Como o iluminismo impactou o pensamento teológico de então: O HISTORICISMO; Os cânones da história científica (frequentemente chamada de historiografia) foram refinados durante o iluminismo juntamente com os mais altos padrões para a exatidão e objetividade his tóricas. Isto levou a um continuo questionar a integridade e credibilidade históricas das matérias históricas nas Sagradas Escrituras. O CIENTISMO: A ciência moderna, desde Galileu até o presente, tem sido uma história de sucesso. Consequentemente, já não é considerada tarefa dos filósofos contar-nos acerca do mundo em geral ou do mundo nos seus pormenores. A ciência é considerada capaz de dar respostas sólidas. Além das informações avulsas, dá uma visão cientifica, ou retrato da realidade, que substituiu aquilo que os homens tem pensado no passado. Para a mentalidade do iluminismo, que quando as antigas escrituras entram em conflito com a ciência moderna, a geologia, a astronomia, e a biologia em especial, então a escritura deve ceder lugar a ciência. Sempre que a Escritura retrata o universo de modo contrário ao conceito mundo de cientismo ou descreve eventos que são sobrenaturais, o homem moderno deve escolher a ciência em preferência à Escritura. A CRÍTICA: Estudos nos manuscritos dos períodos medieval e clássico têm revelado que muitos documentos que alegam ser autentico e fidedignos realmente não o são. Como consequência, todos os documentos do passado devem ser cuidadosamente perscrutados quanto a autenticidade, à exatidão e à fatualidade. Surge a ALTA CRÍTICA, que pôr exemplo diz que o livro de Isaías foi escrito por duas ou três pessoas, que o Pentateuco foi escrito por varias pessoas depois da história de Israel.

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Teologia Contemporânea

O primeiro a escrever dentro da tradição do liberalismo religioso moderno, foi Friedrich Scheiermacher no inicio do século XIX.

O Impacto do Iluminismo (pessoas sendo iluminada e estas se tornam o centro das atenções)A teologia moderna surge no berço do iluminismo. Teve seu apogeu nos séculos XVII e

XVIII fazendo que a maioria das ciências e disciplinas universitárias tivesse uma abordagem moderna. Foi um período de intensa autoconsciência da metodologia para todas as matérias. Havia uma desconfiança geral da tradição, dos costumes, da antiguidade e da autoridade, e eram premiados o ceticismo, a razão e analise. Como o iluminismo impactou o pensamento teológico de então: O HISTORICISMO; Os cânones da história científica (frequentemente chamada de historiografia) foram refinados durante o iluminismo juntamente com os mais altos padrões

para a exatidão e objetividade his tóricas. Isto levou a um continuo questionar a integridade e credibilidade históricas das matérias históricas nas Sagradas Escrituras.O CIENTISMO: A ciência moderna, desde Galileu até o presente, tem sido uma história de sucesso. Consequentemente, já não é considerada tarefa dos filósofos contar-nos acerca do mundo em geral ou do mundo nos seus pormenores. A ciência é considerada capaz de dar respostas sólidas. Além das informações avulsas, dá uma visão cientifica, ou retrato da realidade, que substituiu aquilo que os homens tem pensado no passado. Para a mentalidade do iluminismo, que quando as antigas escrituras entram em conflito com a ciência moderna, a geologia, a astronomia, e a biologia em especial, então a escritura deve ceder lugar a ciência. Sempre que a Escritura retrata o universo de modo contrário ao conceito mundo de cientismo ou descreve eventos que são sobrenaturais, o homem moderno deve escolher a ciência em preferência à Escritura.A CRÍTICA: Estudos nos manuscritos dos períodos medieval e clássico têm revelado que muitos documentos que alegam ser autentico e fidedignos realmente não o são. Como consequência, todos os documentos do passado devem ser cuidadosamente perscrutados quanto a autenticidade, à exatidão e à fatualidade. Surge a ALTA CRÍTICA, que pôr exemplo diz que o livro de Isaías foi escrito por duas ou três pessoas, que o Pentateuco foi escrito por varias pessoas depois da história de Israel.RACIONALISMO: Esta confiança na razão foi resumida pôr Kant nas suas três grandes críticas, em que argumentou que a razão é a rainha na ciência, ou no conhecimento; na ética e na religião; e na beleza, ou na estética. Se é esta situação, então os teólogos cristão devem sujeitar elementos irracionais ou misterioso na fé cristã à razão. As doutrinas que ofendem a razão, em qualquer das suas funções, devem então ser eliminadas por não serem tópicos viáveis da teologia.O TOLERACIONISMO: Os exploradores desde os tempos de Colombo até o tempo presente têm descoberto grandes culturas com sua respectivas religiões em toda parte do mundo. E, conforme afirmou Gotthold Lessing “Nenhuma religião por si só deve reivindicar a verdade total na presença doutras grandes religiões”: a tolerância é a virtude suprema em questão de religião, e o dogmatismo é a atitude mais repreensível. A implicação tende ao ecumenismo não somente da comunhões cristãs, mas também das religiões no mundo. Ademais, uma religião natural, composta dos melhores elementos de muitas religiões é preferível.O OTIMISMO: A mentalidade do iluminismo já não acredita na sombria doutrina do pecado original. O progresso da humanidade, levado a efeito nos avanços de todas as ciências, bem como um conhecimento melhor da psicologia e da sociologia, significa que a raça esta na curva ascendente.

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O KANTIANISMO: além desta ênfase importante do iluminismo, A matriz de onde se desenvolveu a teologia moderna, foi a filosofia de Emmanuel Kant (1724-1804) requer menção especial de muitas maneiras, foi o fundador teorético do liberalismo religioso, porque grande de teólogos liberais edificou diretamente sobre a filosofia de Kant ou sobre uma versão alternativa da mesma. Criou uma nova apologia da religião cristã (conforme ele entendia) em seu livro critica da razão pura (1781) que a ciência era muda no que diz respeito a religião. A ciência, por sua própria natureza, nada podia dizer em prol dela ou contra ela. Depois, na sua critica da sua razão pratica (1788), fez a tentativa de fundamentar sobre a razão, e a razão somente, a validez dos conceitos de Deus, da liberdade, e da imortalidade. Ao assim fazer, deu a religião uma forte interpretação ética, que tem sido uma característica do liberalismo religioso a partir de então até o tempo presente. Suas teses propostas na crítica da razão pura eram muito semelhantes aquelas de David Hume, e muitos fizeram para desacreditar a apologética da teologia ortodoxa bem como a possibilidade da religião sobrenatural.

A Ascensão do Liberalismo ReligiosoSegundo a definição mais ampla possível, o liberalismo religioso foi o esforço no

sentido de reformular a fé cristã em harmonia com iluminismo, e a partir das perspectivas do iluminismo.

A suposição básica a partir da qual a maioria dos teólogos liberais religiosos operavam foi que alguma forma de idealismo filosófico era a melhor base para reconstruir a fé cristã para a mentalidade do iluminismo.

O pioneiro para a reconstrução da teologia mediante o uso de uma base filosófica articulada era Sheiermacher. Trabalhou com diferentes aspectos do idealismo filosófico Alemão para criar uma teologia aceitável á mentalidade do iluminismo. O exame de três conceitos filosóficos básicos demonstrará como a filosofia está operante na sua teologia.

1- A religião diz respeito essencialmente ao sentimento. Trata-se do sentimento entendido filosoficamente com aquele senso que há dentro do homem quanto a sua continuidade com o espírito do universo e sua união com Deus. Não é mera emoção. A filosofia Alemã da idendade, a saber: no fundo, todas as diferenças no universo têm sua origem numa só raiz, e, naquela raiz, são idênticas, isso usualmente se chama de panteísmo.

2- Em termos de resposta dada a Deus pelo homem, ou à medida que este sentimento torna-se consciente, é um sentimento de dependência total de Deus. Há algum debate acerca da tradução de Schlechtlinnigen (absoluto, ou incondicional). Mas o significado é de que se trata de alguma coisa que o homem pode dar somente a Deus.

3- Este sentimento pode ser expressado a níveis de consciência. O pecado é essencialmente a consciência sensual, o que quer dizer qualquer tipo de preocupação total com este mundo, excluindo-se a total dependência do homem diante de Deus, e sua consciência de Deus, o sentimento ou o senso de depender incondicionalmente de Deus.

Em segundo lugar, todas as doutrinas cristãs ou são reconstruídas a fim de se conformarem com estes critérios filosóficos, ou são eliminadas. A localização da fé já não se acha naquilo que Deus diz (A revelação divina) nem naquilo que o homem experimenta. A esperança era que estes desprezadores dos cultos da religião na Alemanha que rejeitavam a ortodoxia agora viessem a aceitar esta versão trabalhada do cristianismo.

Em terceiro lugar, o centro de gravidade do cristianismo agora acha na experiência do cristão e não naqueles atos soberanos da graça e de revelação realizados pôr Deus na história. A essência de toda a religião, inclusive o cristianismo, é a experiência; sua sede não é razão, a consciência, a vontade. Mas sim, o sentimento. Cristo é redentor pôr criar a mudança de consciência dentro de nós através da pregação na igreja.

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Shleimacher não deu inicio a uma escola propriamente dita, mas foi sendo uma inspiração em muitas escolas. Uma destas era conhecida como uma escola de teologia da mediação (Vermittlungstheo-Logie, pôr exemplo: Flucke, Neander, Nitsch, Tholuck, Lange, Dorner, Rothe, Marttensen, Beyschlag). Este grupo preeencheu o espaço entre Scheiemarcher e Ritschi. Era orientado por três princípios:

1- Os avanços intelectuais gerais do iluminismo não deviam ser navegados.2- A centralidade de Cristo e a importância de uma profunda experiência cristã, conforme

os ensinos de Schleirmacher eram conquistas positivas.3- A severa redução da teologia pôr parte de Schleiemacher, no entanto, era errada, e

uma atitude mais positiva para com a teologia histórica deveria ser procurada. Certo numero das grandes doutrinas que Schleiemacher rejeitara ainda tinha validez dentro da Igreja Cristã.

Depois de Kant, a filosofia veio a ser dominada por Georg Hegel (1770-1831), um contemporâneo de Schleiemarck que estava no corpo docente da mesma universidade. A contribuição sem igual que Hegel fez à filosofia foi que a história levava consigo o seu próprio significado. A própria historia estava passando por um processo de evolução, embora fosse de um tipo racional e cultural, e não biológico, que é que Darwin haveria de dizer mais tarde, além disto, esta evolução da cultura passava por um processo do simples para o complexo, e em razão de em razão de empurrões e puxadas (a dialética) que forçavam todos os elementos da cultura para frente e para a cima.

A influencia de Hegel estendia-se à crítica bíblica e à teologia, no campo da crítica bíblica, Wellhausen e seus seguidores no A.T. e Baur e seus seguidores no N.T. procuraram reconstruir a história bíblica usando como ponto de apoio a filosofia Hegeliana da história. Quanto à teologia, Hegel a incluiu na sua teologia filosófica, ou melhor, na própria filosofia. Embora Hegel possuísse sua própria versão do cristianismo, não parecia desempenhar um papel importante no desenvolvimento da teologia senão obliquamente.

Um teólogo Hegeliano era A. E. Biedermann (1819-1885). Em comum com os Hegelianos, fazia uma distinção entre o “principio de Cristo” e o “Jesus da História”. O “Principio de Cristo” era a união entre Deus e o homem, ou a união no Deus-homeme. O “principio de Jesus” é que esta consciência da união de Deus-homem atingiu em Jesus sua manifestação mais alta; mas não temos necessidade absoluta do Jesus histórico, pois a humanidade pode viver segundo o principio de Cristo. A infiltração de uma filosofia que corrompe totalmente o testemunho do Novo Testamento é óbvio para o leitor evangélico.

Outro é P.K. Markeineze (1780-1846), tem certa importância, porque alguns estudiosos acreditam que Karl Barth derivou dele a noção de que a revelação é um encontro ou experiência e não a comunicação da verdade divinamente revelada da maneira global, o impacto de Hegel foi maior entre os críticos vetero e neo-testamentários do que entre os teólogos.

Deve ser mencionado que havia um forte elemento apologético na filosofia de Hegel, que tinha seu impacto mais forte na Dinamarca, e da qual Soren Kierkegaard (1813-1855) fez uma refutação tão vigorosa. A filosofia dizia de modo literal aquilo que a teologia dizia de modo metafórico ou simbólico. Todas as doutrinas da teologia eram passíveis da defesa filosófica se fossem traduzidas em linguagem filosófica literal. Logo, a doutrina histórica do Deus-homem ficou sendo na filosofia um símbolo da continuidade entre o divino e o humano. Traços de tais retraduções filosóficas da teologia podem ser achados na teologia de Paul Tillich no século XX.

O nome de Albrecht Ritschl (1822-1889). O liberalismo religioso que havia se espalhado pela Inglaterra, ao Estados Unidos, e finalmente para os campos missionários do mundo, tinham as marcas da teologia de Ritschl. Embora este repudiasse o papel da filosofia metafísica na teologia e alegasse ter uma teologia fundada sobre uma religião histórica – a saber, o Jesus histórico – descobrimos na realidade, que se trata de outra teologia filosófica. Filosoficamente, Ritschl devia muita coisa a Kant, mas com variações adaptadas do filosofo

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alemão Hermann Lotze (1817-1881), que muita coisa fizera para desenvolver a teoria dos valores. Tivera grande impacto sobre Ritschl. Destarte, ao invés de cisão entre questões da ciência e questões da ética que caracterizava a filosofia de Kant, Ritschl substituiu questões da ética por questão do valor, embora a ética por questão do valor, embora a ética ainda desempenhasse uma parte de importância na sua teologia.

Baseado nas suas pressuposições filosóficas, Ritschl dividiu todas as frases em frases que expressavam julgamentos de fatos e julgamento de valores, sendo que julgamento é uma expressão Kantiana. Logo, que Jesus morreu na cruz é um julgamento histórico fatual; mas que Jesus em certo sentido morreu por mim é um julgamento de valores. A teologia, portanto, ocupa-se com julgamento de valores.

Parece que Ritschl quis dizer que julgamentos de valores faziam parte da realidade tanto quanto os julgamentos históricos. Mas, no avanço da abordagem moderna à ciência e à história, ficou sendo cada vez mais difícil asseverar que o julgamento histórico. Foi esta uma das razões por que a teologia liberal finalmente começou a desfazer-se, e com toda a razão. A ressurreição de Cristo; por exemplo, é para o evangélico um julgamento histórico e um julgamento de valores de modo semelhante, para o evangélico a revelação é algo que acontece na história em si bem como dentro dos profetas; e, é, portanto, um julgamento de valores e um julgamento histórico.

Embora temas Ritschilianos tenham permeado a teologia liberal, mencionaremos somente dois dos teólogos Ritschlianos de maior destaque, Wilhelm Herrmann (1846-1922) e Ernst Troeltsch (1865-1923). A relevância de Hermann derivou-se da influência largamente difundida que exerceu. Foi da máxima influência teológica sobre Bultmann e Barth quando eram estudantes. Bultmann achou fácil avançar do personalismo de Hermann para o existencialismo de Heidegeer, e Barth disse que começou seu primeiro pastoreado depois dos seus dias na universidade de Genebra sem qualquer outra teologia senão a de Hermann.

Hermann era um discípulo de Kant e Ritschl. Era muito Kantiano nisto: O cristianismo foi reduzido aos ensinamentos morais de Jesus Histórico. Aquilo que não pode ser vivido na prática (de modo moral?) não pode ser questão da cristã. Logo, questões tais como a preexistência de Cristo ou da Sua posição a destra de Deus não podiam ser questões da fé salvífica. Mais uma vez, é coisa típica do reducionismo liberal. Outra faceta da teologia liberal que é especialmente típica do liberalismo Note Americano deve ser delineada – assim chamado evangelho social. Ritschl tinha redefinido a Igreja e o Reino de Deus em termos fortemente éticos. A máxima suprema era a ética do amor conforme Jesus ensinava, e a Igreja era composta daqueles que aceitaram esta ética. Espalhar esta ética na totalidade da sociedade era estender o Reino de Deus. Nestas teses havia as sementes daquilo que mais tarde haveria de ser chamado Evangelho social. “é transformar a fé em um ideal comum”.

O socialismo cristão existia como movimentos na Alemanha, na Suíça e na Inglaterra antes do evangelho social emergir na America do Norte. Foi na América do Norte que as expressões evangelho social e liberalismo ficaram sendo praticamente sinônimo.

Ao invés de pensar na salvação que traz a reconciliação entre o individuo e Deus, e que leva a efeito a vida eterna no céu, os partidário do evangelho social tendiam a pregar a salvação na sociedade do aqui e agora, numa tentativa de aliviar os males sociais dos tempos, esta obra seria levada a efeito por meio de propagar a ética do amor de Jesus, que reconcilia os indivíduos entre si, e reestrutura as instituições da sociedade.

A QUESTÃO DA BÍBLIAO iluminismo não somente colocou pressão sobre os teólogos no sentido de

procurarem uma nova base para a fé cristã, com raízes filosóficas, como também forçou os teólogos a enfrentarem os estudos críticos que ocorreram nas pesquisas históricas nas disciplinas seculares.

A aplicação de métodos literários críticos as escrituras, juntamente com os estudos históricos críticos, os dois não podem ser separados, levou aquilo que era chamado

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“alta critica”. A baixa critica era o estudo do texto das escrituras e do problema de variações textuais; alta critica era o estudo da autoria, da data, da razão para a composição, a unidade literária do livro, a quaisquer outros problemas que o livro levantasse.

Por causa de a alto crítica chegar a criticar tanto os conceitos tradicionais acerca das sagradas escrituras, ficou sendo como a atividade dos teólogos liberais.

Com isto mais e mais crescia a discussão dos teólogos liberais e contra os fundamentalistas que por causa de toda esta celeuma se uniram para defender as teorias que acreditavam e que de certo modo estava sendo deturpada pelos liberais.

A CRISTOLOGIA E O LIBERALISMOUm dos resultados da subversão histórica dos evangelhos foi a subversão da

cristologia histórica. Foi criado assim o problema de “Jesus ou Cristo” ou seja: até que ponto o Cristo da teologia sistemática é realmente o da história? Ou será que acrítica sinótica subverteu de tal maneira a confiabilidade histórica dos evangelhos que nenhuma matéria cristológica pode ser obtida deles? Além disto, os Ritschilianos especialmente consideravam as afirmações da preexistência, divindade e encarnação de Cristo como sendo reflexões de conceito metafiscos gregos sem qualquer lugar justificável na teologia cristã. Como consequência, a cristologia do liberalismo usualmente envolvia a negação das doutrinas históricas da divindade de Cristo (conforme é afirmado no credo de Nicéia) e da encarnação (duas naturezas numa só pessoa, conforme é afirmado em Calcedônia). Ao invés disto, o liberalismo surgiu que Cristo fosse o Urbild (o quadro original, o Arquètipo) e que os cristãos fossem o ABBILD (aquilo que é tirado do Urbild, a cópia). Cada teólogo liberal elaborou os detalhes desta teoria para si mesmo. Segundo o que os conservadores podiam perceber, os liberais estavam dizendo que Cristo era somente o grande exemplo, e que nós somos cristãos porque “andamos nos seus passos”.

A grande redução na cristologia é vista nas famosas preleções de Adolf Von Harnack (1851-1930). Foi o historiador eclesiástico mais destacado do mundo, e um dos teólogos mais eruditos dos tempos modernos. No inverno de 1899-1900, deu preleções em Berlim, uma exposição dos seus conceitos Ritschlianos do cristianismo. Estas preleções, reconstruídas a partir de anotações dos ouvintes, acabaram sendo publicas. Ali disse que o evangelho dizia a respeito do Pai, mas não ao Filho. Ou seja, Cristo não era o Filho de Deus sem igual, encarnado para a salvação dos homens, e morrendo de uma vez por todas pelos pecados do mundo inteiro; pelo contrário, ele era aquele cuja pura espiritualidade e piedade filial nos mostram o que significa ser verdadeiramente Filho de Deus. Os dogmas posteriores acerca de Cristo eram perversões do Cristianismo, a obra do espírito grego no terreno evangelho. O cristianismo era coisa prática, e não teórica.

Outra espécie de cristologia que foi alvo de muita discussão foi a cristologia Quenótica, baseada no verbo grego de Filipenses 2.7 (Kenoõ). Nos termos mais simples, a questão era se Cristo se esvaziou dos seus assim chamados atributos naturais (tais como a onipotência e a onipresença) Mas não dos seus assim chamados atributos espirituais ou pessoais (tais como o amor e a justiça). Aqueles que defendiam uma cristologia Quenótica defendiam o ponto de vista de que nosso Senhor realmente se esvaziou dos seus atributos naturais. A questão em debate é muito complexa, e os pormenores são detalhados em Donald Dawe, na Inglaterra Charles Gore estava defendendo uma cristologia Quenótica a fim de aliviar problemas vinculadas com a crítica Bíblica. Estava sendo argumentado que se Cristo era onisciente, então tudo quanto falava acerca de questões veteo testamentárias era a verdade total. Mas se esvaziara da sua onisciência, então Jesus nada mais do que o Judeu comum dos seus tempos a respeito da critica bíblica e, portanto, não se pode apelar para suas palavras para solucionar questões deste tipo.

Um dos livros mais famosos sobre a cristologia foi o de Martin Kahler. Nele, alegou que o Cristo dos evangelhos, o Cristo da teologia, e o Cristo da pregação eram mesmíssimo Cristo. O livro tem recebido atenção positiva entre os estudiosos posteriores neo-

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ortodoxos e evangélicos. É usado contra os Butmanianos modernos que gostariam de fazer clara separação entre o Cristo dos evangelhos, não peneirados pela crítica, e o Cristo peneirado pela Querigma existencial deles.

DOUTRINAS DE DEUSNa medida em que a doutrina ortodoxia de Deus e da trindade sofria erosão na

teologia liberal, novos esforços foram feitos para reformular a doutrina de Deus. A teologia liberal realmente teve como ponto de partida o panteísmo da teologia de Schleiemacher. Mas este não poderia ser o lugar de descanso final da doutrina de Deus sustentada pelos liberais. A fim de ressaltar a imanência de Deus, sem, porém, cair no panteísmo, o liberalismo falava do panteísmo, “Deus em todas as coisas”. Isto salvaguardaria a doutrina da imanência divina que era tão importante para o liberalismo religioso, e, porém, segundo se esperava, salvá-la-ia de um panteísmo que seria fatal para a teologia cristã.

Um segundo desvio muito importante para longe do modo histórico de entender a doutrina de Deus foi o impacto da teologia ética sobre a teologia cristã. Foi o filósofo Kant que realmente introduziu o conceito da teologia ética, este conceito recebeu reforço forte do filosofo Johann Fichte (1762-1814), um seguidor fiel de Kant. O resultado foi uma sentimentalização do conceito de Deus. Deus como Pai celestial é também um Deus moral sentimental. Um Deus assim não poderia castigar severamente os maus nesta vida; nem sequer era segundo a ética para Jesus carregar sobre si os pecados e o julgamento em prol do mundo; nem era segundo a ética castigar os homens para sempre no inferno. Logo, quando a teologia na sua doutrina da paternidade de Deus, foi subvertida toda a severidade e fibra moral do modo histórico ortodoxo de entender a Deus.

O unitarismo tem tido longa história no cristianismo e era conhecido na Igreja primitiva como o monarquismo. No século XX tinha um defensor articulado na Grã-Bretanha na pessoa do famoso estudioso James Martineau (1815-1900). Nos Estados Unidos, a negação do trinitarismo teve suas raízes no racionalismo dos anos de 1700, e emergiu como denominação no ano de 1800.

Outro produto de repensamento da doutrina de Deus ficou sendo conhecido como o Teísmo empírico. Os Teístas empíricos se propuseram a desenvolver a teologia a partir dos dados da experiência religiosa e/ou do caráter universo. O mais famoso entre tais esforço na Grã-Bretanha foi Federick Tennant (1866-1956), a sua obra foi considera a maior defesa empírica do cristianismo durante a vida dele. Ao mesmo tempo, a assim chamada Escola de Chicago, ou a Teologia do Processo, estava emergindo na liderança de Alfred North WAo mesmo tempo, a assim chamada Escola de Chicago, ou a Teologia do Processo, estava emergindo na liderança de Alfred North Whitehead. Mais recentemente, tem tido porta vozes de destaque na pessoa de John Cobb, Normann Pittenger. Considera-se que Deus tem uma parte estável da sua natureza, que faz com que Deus seja Deus, e uma segunda parte de sua natureza “consequentemente, em contraste com a sua natureza primordial” que pode crescer como resposta ao universo e ao homem. A Teologia do Processo é uma reação ao Deus supostamente estático da teologia tradicional, o Deus da plenitude da existência. (mas que a teologia do processo, mais recente, tem tratado com justiça as noções tradicionais de Deus, das quais alega distanciar-se tão seriamente, deve ser seriamente duvidado, e considerado uma falha principal da sua erudição). A teologia do processo também é uma adaptação ao conceito moderno pragmático relacional e processivo da realidade.

ESCATOLOGIAO século XIX e a primeira parte do Século XX eram ricos em escatologia, tanto

no arraial conservador quanto no liberal. Embora não sejam de grande estatura teológica, os escritores J. N. Darby (1800-1882) tem exercido enorme influencia sobre os evangélicos, fundamentalistas, e até mesmo pentecostais. Seus sistema de dispensacionalismo foi codificado com modificações em a Bíblia de Scofield, e, à medida que milhões de exemplares foram sendo vendidos, espalhou-se o sistema dispensacionalista. Além disso, foi

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institucionalizado nos institutos Bíblicos e nalguns Seminários Teológicos, e assim recebeu ainda mais divulgação. É a escatologia básica daqueles evangélicos contemporâneas que veem significância profética na restauração de Israel.

A discussão escatológica dispensacionalistas é apenas uma parte de um debate mais amplo. Durante quase cem e cinquenta anos os teólogos evangélicos e ortodoxo têm lutado entre si sobre questão de se as Escrituras ensinam o Amilenismo (Cristo agora reina na Igreja), o pós-milenismo (A Igreja ganhará o mundo para Cristo mediante o poder do Espírito; depois, Cristo virá), ou pré-milenismo (Cristo virá pessoalmente para estabelecer seu reino).

O Século XIX também era um século de universalismo. Entre alguns na tradição evangélica, o universalismo era ensinado na base de que, se Cristo morreu pôr todos os homens, então todos seriam salvos. Ou, se Adão levou a raça inteira para a condenação, então Cristo leva a raça inteira para a salvação. Ou, se todos pecam em Adão, todos são eleitos em Cristo. Ou, a única maneira de solucionar o grande problema da perdição do mundo pagão é incluí-lo no Reino. Tal era a escatologia do universalismo.

O liberalismo tinha duas plataformas básicas na sua escatologia. De um lado, o reino de Deus como conceito ético e estreitamente vinculado com o evangelho social poderia, ou talvez acabaria chegando a cristianizar o mundo inteiro nas suas ordens social, política e econômica. Foi realmente um ponto de vista otimista quanto a direção da história humana e quanto ao papel do cristianismo. Embora tenha sido debatido até que ponto era divulgado este otimismo, não há duvida de que os eventos do século XX o destroçaram. Os teólogos liberais também foram muito atraídos a uma doutrina da imortalidade pessoal. Consideram que a ressurreição do corpo era uma doutrina materialista e não-cristã, mas tinham uma fé poderosa na imoralidade.

O movimento que foi mais aclamado na escatologia foi o da escatologia consistente, da qual era pioneiro Johannes Weiss (1863-1914), mas que ficou mais famoso por meio de Albert Schwitzer. E este via Jesus como essencialmente um fanático escatológico que esperava ver o Reino de Deus irromper a qualquer momento. A ética de Jesus era uma ética interina, a saber: Uma ética entre sua pregação e o irromper do Reino. O conceito de Schwitzer não é geralmente sustentada hoje, mas serviu para relembrar aos teólogos liberais que a escatologia era uma parte central da teologia do Novo Testamento e não parte da casca externa que poderia ser facilmente descartada.

Paulo Althaus (1888-1966) Ficou famoso por seu levantamento de escatologia e por seu conceito da escatologia Axiológica, que era muito semelhante escatologia realizada de C. H. Dold. Os dois consideravam que os temas, os motivos ou os símbolos escatológicos dalguma forma tiveram realização na era presente.

OS TEÓLOGOS DA ORTODOXIATemos feito referência frequentes às respostas de teólogos evangélicos e

ortodoxos; mais é necessário enfatizar ainda mais que há, nas grandes tradições protestantes uma corrente ininterrupta de teólogos ortodoxos, desde os tempos da grande ortodoxia protestante do século XVII até o presente, pôr mais incomodo que seja para os teólogos liberais confessar este fato. Havia alguns esforços especiais no século XIX, dignos de menção específica, no sentido de fortalecer a ortodoxia. Um destes movimentos, dentro do Anglicanismo, é conhecido como movimento de Oxford.

Na Holanda, uma sólida nova Escola de ortodoxia foi inspirada por Abraham Kuyper (1837-1920). Embora fosse criado num lar ortodoxo e calvinista, nos seus dias de estudante universitário abandonou aquela fé em troca do liberalismo que então imperava na Holanda. Quando foi para a primeira Paróquia, descobriu que somente os membros ortodoxos realmente sabiam em que acreditavam, e por que. Voltou a ortodoxia da sua educação no lar. Descobrindo que era impossível reformar as faculdades de Teologia das Universidades, começou a partir das origens mais humildes a Universidade Livre de Amsterdã. Um dos

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escritores mais prolíficos que a Holanda já produziu, defendia sua versão do Calvinismo por meio de livros e panfletos eruditos, e, por décadas, de editar jornais religiosos.

Nos Estados Unidos, a defesa mais incomum da Teologia ortodoxia foi feita pela antiga Escola de Princeton fundada sob a liderança de Archibald Alexander (1772-1851). Tinha uma das histórias mais impares de qualquer instituição Teológica. Sustentou por mais cem anos de integridade da sua posição teológica na confissão de fé de Westminister, e além disto manteve um padrão de erudição que não podia ultrapassar. Seus nomes mais famosos eram os dos Hodges (Charles, Archilbald e Gaspar).

P. T. Forsyth (1848-1921) era sui Gêneris como teólogo no começo do século XX, e tem sido chamado o Barth antes de Barth. Não gostava nem da opção liberal nem da opção fundamentalista na teologia. Embora fosse treinado na teologia liberal, progrediu em direção de uma teologia mais evangélica à medida que avançava pela vida. O impacto básico dos seus escritos posteriores era defender uma versão evangélica, Cristocêntrica e experimental do cristianismo. Aceitava uma versão da Cristologia Quenótica para tornar a encarnação mais crível, e procurou dar a doutrina da autoridade um caráter mais centralizado no evangelho e mais orientado em direção à experiência, sem abrir mão da prioridade da Palavra divina. Em anos recente, seus esforços pioneiros tem recebido muita apreciação.