teologia bÍblica escola diaconal santo estÊvÃo diocese de ponta grossa – paraná pe. sílvio...

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TEOLOGIA BÍBLICA TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin Pe. Sílvio Mocelin www.pspsp.com.br www.pspsp.com.br

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TEOLOGIA BÍBLICATEOLOGIA BÍBLICA

ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃOESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO

Diocese de Ponta Grossa – ParanáDiocese de Ponta Grossa – ParanáPe. Sílvio MocelinPe. Sílvio Mocelin

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ETAPAS DA ELABORAÇÃO DO ETAPAS DA ELABORAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO ANTIGO TESTAMENTO

Conhecendo como se formou esta Conhecendo como se formou esta bibliotecabiblioteca ( (BíbliaBíblia, é plural de , é plural de biblionbiblion = = livro) “feita em mutirão”, se adquire uma livro) “feita em mutirão”, se adquire uma noção mais justa do que seja realmente noção mais justa do que seja realmente este este livro divino‑humano que não caiu livro divino‑humano que não caiu pronto do céu, mas que foi sendo lenta e pronto do céu, mas que foi sendo lenta e pacientemente vivido, antes de ser pacientemente vivido, antes de ser escritoescrito, por , por “homens movidos pelo “homens movidos pelo Espírito Santo”Espírito Santo” (Cf (Cf 2Pd2Pd 1,20). 1,20).

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HISTÓRIA BÍBLICAHISTÓRIA BÍBLICASegundo o próprio Segundo o próprio

texto bíblico, a texto bíblico, a história começa história começa na migração de na migração de uma família, a uma família, a família defamília de Taré Taré, , pai de Abraão, pai de Abraão, que saiu de Ur que saiu de Ur dos caldeus e se dos caldeus e se deslocou para deslocou para Harã.Harã.

Page 4: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

HISTÓRIA BÍBLICAHISTÓRIA BÍBLICADepois da morte do patriarca Taré, a Depois da morte do patriarca Taré, a

família, liderada por Abrão, migrou para família, liderada por Abrão, migrou para Canaã, onde, após muitas idas e vindas, se Canaã, onde, após muitas idas e vindas, se estabelece. estabelece.

Devido a um período de seca e de fome, seus descendentes, chamados de hebreus, migram para o Egito. Lá no Egito, os migrantes se transformam num povo grande e numeroso.

Os egípcios, temerosos, escravizam os hebreus, obrigando-os a trabalhar na construção civil.

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HISTÓRIA BÍBLICAHISTÓRIA BÍBLICA Surge, então, um grande líder, Surge, então, um grande líder,

chamado Moisés, que, após chamado Moisés, que, após muitas peripécias, consegue muitas peripécias, consegue conduzir o povo pelo deserto em conduzir o povo pelo deserto em direção a Canaã. Nesta travessia, direção a Canaã. Nesta travessia, aqueles hebreus se transformam aqueles hebreus se transformam no povo de Israel. no povo de Israel.

Comandados por Josué, os Comandados por Josué, os hebreus conquistam todo de hebreus conquistam todo de Canaã, numa campanha rápida. Canaã, numa campanha rápida. Esta é a história que encontramos Esta é a história que encontramos nos livros de Gênesis, Êxodo, nos livros de Gênesis, Êxodo, Números e Josué.Números e Josué.

Page 6: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

HISTÓRIA BÍBLICAHISTÓRIA BÍBLICANo entanto, vários indícios dentro do No entanto, vários indícios dentro do

próprio texto bíblico mostram que próprio texto bíblico mostram que esta narrativa é mais uma esta narrativa é mais uma visão visão teológica da históriateológica da história do que do que propriamente um relato histórico propriamente um relato histórico moderno. moderno.

O povo de Deus não estava preocu-O povo de Deus não estava preocu-pado em transmitir a história tal como pado em transmitir a história tal como a concebemos em nosso tempo. a concebemos em nosso tempo.

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HISTÓRIA BÍBLICAHISTÓRIA BÍBLICA Hoje consideramos Hoje consideramos história história uma uma

narrativa linear, fundamentada em narrativa linear, fundamentada em fatos, datas, personagens e fatos, datas, personagens e lugares históricos, comprovados lugares históricos, comprovados pela arqueologia por muita pela arqueologia por muita documentação escrita. documentação escrita.

O povo de Deus não tinha esta O povo de Deus não tinha esta visão histórica moderna. visão histórica moderna.

A A preocupação deles era transmitir preocupação deles era transmitir fatos que comprovassem que Deus fatos que comprovassem que Deus era o construtor e o protetor do era o construtor e o protetor do povo em sua caminhada povo em sua caminhada históricahistórica..

Page 8: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

HISTÓRIA BÍBLICAHISTÓRIA BÍBLICAA história presente na Bíblia A história presente na Bíblia

não veio de livros didáticos, não veio de livros didáticos, mas surgiu nas rodas de mas surgiu nas rodas de conversa, à noite ao pé do conversa, à noite ao pé do fogo, relembrando os feitos fogo, relembrando os feitos antigos de gente que lutou antigos de gente que lutou pela liberdade do povo.pela liberdade do povo.

Nestas rodas não Nestas rodas não importavam tanto as datas importavam tanto as datas precisas, mesmo porque o precisas, mesmo porque o calendário naquela época calendário naquela época não era muito preciso.não era muito preciso.

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HISTÓRIA BÍBLICAHISTÓRIA BÍBLICA O mais importante era que O mais importante era que

os os acontecimentos acontecimentos principais fossem principais fossem transmitidos de geração transmitidos de geração em geraçãoem geração, para que não , para que não se perdesse a se perdesse a memóriamemória dos fatos e dos dos fatos e dos personagens antigos (cf. personagens antigos (cf. SlSl 78,1-8). 78,1-8).

A grande preocupação do A grande preocupação do povo de Deus era a povo de Deus era a fidelidade a Deus e aos fidelidade a Deus e aos antepassados chamados antepassados chamados por Deus.por Deus.

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A ESCRITA:A ESCRITA:SUMÉRIOS – escrita SUMÉRIOS – escrita

cuneiforme, 3.500 cuneiforme, 3.500 anos a.C., na região de anos a.C., na região de Warkah, sul da Warkah, sul da Babilônia.Babilônia.

SINAIS SINAIS IDEOGRÁFICOS – IDEOGRÁFICOS – cartas enigmáticas, cartas enigmáticas, conceitos de sílabas, conceitos de sílabas, símbolos orais.símbolos orais.

Page 11: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

A Bíblia, antes de ser A Bíblia, antes de ser escrita foi vivida, escrita foi vivida, contada, relembrada, contada, relembrada, narrada, celebradanarrada, celebrada. .

Para eles, a presença Para eles, a presença do Deus da vida, do Deus da vida, principal personagem principal personagem nestas histórias, era nestas histórias, era muito mais muito mais importante do que importante do que qualquer exatidão qualquer exatidão histórica.histórica.

Page 12: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

HISTÓRIA HISTÓRIA BÍBLICABÍBLICA

Por isso mesmo, quando buscamos Por isso mesmo, quando buscamos reconstruir a história a partir dos reconstruir a história a partir dos dados presentes na Bíblia, temos dados presentes na Bíblia, temos que ter em mente que o texto não que ter em mente que o texto não caiu pronto do céu. caiu pronto do céu.

Ele é Ele é fruto de um longo processo fruto de um longo processo de elaboração, passando por de elaboração, passando por muitas mãos, antes de ficar como muitas mãos, antes de ficar como está hoje registrado nos livrosestá hoje registrado nos livros. .

Para que este trabalho de Para que este trabalho de reconstrução da história seja reconstrução da história seja possível, temos que entender como possível, temos que entender como era a sociedade onde surgiu um era a sociedade onde surgiu um povo, o povo de Israel.povo, o povo de Israel.

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O PAÍS DE O PAÍS DE CANAÃCANAÃ

O povo de Israel surgiu num O povo de Israel surgiu num determinado espaço geográfico determinado espaço geográfico ((ver os mapas do mundo antigo ver os mapas do mundo antigo oriental nas primeiras folhas oriental nas primeiras folhas das nossas bíbliasdas nossas bíblias): o cobiçado ): o cobiçado corredor de passagem entre as corredor de passagem entre as grandes potências da época. grandes potências da época.

Do lado ocidental estava a Do lado ocidental estava a civilização civilização egípciaegípcia no vale do no vale do Nilo. Uma civilização antiga, Nilo. Uma civilização antiga, exuberante e poderosa. exuberante e poderosa.

Do lado oriental, a civilização Do lado oriental, a civilização mesopotâmicamesopotâmica, ocupando os , ocupando os vales dos rios Tigre e Eufrates. vales dos rios Tigre e Eufrates. Também ela uma civilização Também ela uma civilização muito antiga, exuberante e muito antiga, exuberante e poderosa. poderosa.

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O PAÍS DE O PAÍS DE CANAÃCANAÃ

A ligação entre estas duas A ligação entre estas duas potências eram as rotas potências eram as rotas comerciais que atravessavam comerciais que atravessavam uma pequena faixa de terra uma pequena faixa de terra entre o mar mediterrâneo e o entre o mar mediterrâneo e o deserto. deserto.

Esta faixa de terra era Esta faixa de terra era o país o país de Canaãde Canaã, com suas cidades-, com suas cidades-estados, independentes umas estados, independentes umas das outras, mas todas sob a das outras, mas todas sob a autoridade do faraó do Egito. autoridade do faraó do Egito. Fora das cidades estavam as Fora das cidades estavam as aldeias, sobretudo de aldeias, sobretudo de agricultores.agricultores.

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O surgimento do povo O surgimento do povo de Israelde Israel

Percebemos, através de uma Percebemos, através de uma leitura cuidadosa do texto leitura cuidadosa do texto bíblico, que diferentes grupos bíblico, que diferentes grupos se unem na formação do povo se unem na formação do povo de Israel. de Israel.

Não sabemos qual foi o grupo Não sabemos qual foi o grupo numericamente mais numericamente mais importante. importante.

Dentre estes grupos, Dentre estes grupos, a a proposta de vidaproposta de vida era muito era muito mais importante que o mais importante que o número. número.

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O texto bíblico dá mais O texto bíblico dá mais importância ao grupo importância ao grupo dos dos escravos que escravos que fugiram do Egitofugiram do Egito e este, e este, sem dúvida, não era o sem dúvida, não era o mais numeroso. mais numeroso.

No entanto, era o grupo No entanto, era o grupo com mais vivência e com mais vivência e mais tradição de luta. mais tradição de luta.

Também havia famílias Também havia famílias de pastores e bandos de de pastores e bandos de nômades em Canaã.nômades em Canaã.

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O surgimento do povo O surgimento do povo de Israelde Israel

QuandoQuando os grupos que fugiram os grupos que fugiram do Egito atravessaram o do Egito atravessaram o deserto e chegaram a Canaã, deserto e chegaram a Canaã, encontraram o país mergulhado encontraram o país mergulhado numa situação de crise numa situação de crise econômica. econômica.

Esta crise levou a conflitos Esta crise levou a conflitos entre as cidades e as aldeias, entre as cidades e as aldeias, com a consequente ruína do com a consequente ruína do sistema das cidades em Canaã sistema das cidades em Canaã ( cf. ( cf. JzJz 12,7-24). 12,7-24).

Page 18: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

Neste vazio de poder urbano Neste vazio de poder urbano surge o povo de surge o povo de IsraelIsrael. .

A palavra Israel significa A palavra Israel significa “É “É Deus quem luta”Deus quem luta” ( (GnGn 32,12). 32,12).

Sinal de uma divindade que Sinal de uma divindade que luta ao lado dos luta ao lado dos camponeses. camponeses.

As famílias de pastores As famílias de pastores permaneceram fiéis à suas permaneceram fiéis à suas divindade caseiras (divindade caseiras (GnGn 14,22; 34,46; Ex 3,6; 14,22; 34,46; Ex 3,6; SlSl 23; 23; 80,2).80,2).

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O surgimento do O surgimento do povo de Israelpovo de Israel

Outros grupos Outros grupos entraram entraram posteriormente posteriormente nesta fusão básica nesta fusão básica e se estabeleceram e se estabeleceram em Israel, como os em Israel, como os gabaonitas (gabaonitas (JsJs 9,3- 9,3-18), a tribo de 18), a tribo de Benjamim (Benjamim (JzJz 20,12) ou grupos de 20,12) ou grupos de edomitas (edomitas (GnGn 36,20- 36,20-29). 29).

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Mas, aos poucos, desta fusão de Mas, aos poucos, desta fusão de grupos tão distintos vai surgindo grupos tão distintos vai surgindo nas aldeias, agrupadas em nas aldeias, agrupadas em tribos, a consciência de que tribos, a consciência de que todos agora pertencem ao povo todos agora pertencem ao povo de de IsraelIsrael, o povo libertado pela , o povo libertado pela força de Deus (força de Deus (SlSl 44,4). 44,4).

Com a fusão de todos os grupos, Com a fusão de todos os grupos, Javé é o Deus Libertador que Javé é o Deus Libertador que luta por Israel e liberta todos os luta por Israel e liberta todos os grupos da opressão do faraó. grupos da opressão do faraó.

Este passa a ser o novo Este passa a ser o novo conteúdo da festa da Páscoa.conteúdo da festa da Páscoa.

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JAH WEH = EU SOUJAH WEH = EU SOU

NOMENOMEENDEREÇOENDEREÇOPROFISSÃOPROFISSÃOFAMÍLIAFAMÍLIAJESUS = EU SOUJESUS = EU SOUTUPÃTUPÃÓ MAGNÍFICO – QUEM ÉS?Ó MAGNÍFICO – QUEM ÉS?

Page 22: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

O surgimento O surgimento do povo de do povo de

IsraelIsrael

Israel não tinha Israel não tinha fronteiras fixas, mas o fronteiras fixas, mas o povo se identificava povo se identificava territorialmente através territorialmente através de uma rede de de uma rede de santuários nas santuários nas montanhas centrais de montanhas centrais de Canaã. Canaã.

O povo de O povo de Israel Israel tinha consciência de tinha consciência de que seu país ia desde o que seu país ia desde o santuário mais ao sul, santuário mais ao sul, BersabéiaBersabéia, até o , até o santuário mais ao norte, santuário mais ao norte, DãDã (cf. (cf. 1Sm1Sm 3,20). 3,20).

Page 23: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

O surgimento O surgimento do povo de do povo de

IsraelIsrael

Alguns santuários eram Alguns santuários eram centrais como Silo (centrais como Silo (1Sm1Sm 4,4), 4,4), onde ficava a arca da Aliança, onde ficava a arca da Aliança, os santuários de Betel (os santuários de Betel (GnGn 28,19) e de 28,19) e de MasfaMasfa ( (1Sm1Sm 10,17), 10,17), centros das tribos de centros das tribos de EfraimEfraim e e ManassésManassés, e o santuário de , e o santuário de HebronHebron ( (2Sm2Sm 2,1), centro da 2,1), centro da tribo de Judá. tribo de Judá.

O povo de Deus ocupou este O povo de Deus ocupou este espaço conquistado na luta espaço conquistado na luta libertadora e passa a libertadora e passa a implantar uma nova maneira implantar uma nova maneira de viver em sociedade. É o de viver em sociedade. É o que veremos no período dos que veremos no período dos juízes.juízes.

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A literatura desta épocaA literatura desta época Nesta época já temos uma Nesta época já temos uma

ampla literatura no mundo ampla literatura no mundo vizinho a Israel. vizinho a Israel.

Eram cartas-relatórios dos Eram cartas-relatórios dos reis cananeus ao faraó, reis cananeus ao faraó, conhecidas como Cartas de conhecidas como Cartas de AmarnaAmarna, mostram o , mostram o desenvolvimento de uma desenvolvimento de uma bem treinada classe de bem treinada classe de escritores em Canaã, escritores em Canaã, ocupando a rede de ocupando a rede de santuários. santuários.

Page 25: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

Toda a escrita era Toda a escrita era em em caracteres caracteres cuneiformescuneiformes, o , o que mostra que mostra dependência da dependência da cultura cultura mesopotâmica. mesopotâmica.

Destes santuários Destes santuários os Israelitas os Israelitas herdaram muitas herdaram muitas leis (por ex.: Ex leis (por ex.: Ex 21,28-36).21,28-36).

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A literatura desta épocaA literatura desta épocaMas a Bíblia também informa sobre livros Mas a Bíblia também informa sobre livros

antigos que se perderam. antigos que se perderam. O roteiro do êxodo estava registrado num O roteiro do êxodo estava registrado num

livro chamado livro chamado Livro das Guerras de JavéLivro das Guerras de Javé ((NmNm 21,14), sobre os feitos relacionados 21,14), sobre os feitos relacionados com a conquista de Canaã. com a conquista de Canaã.

Sabemos também da existência do Sabemos também da existência do Livro do Livro do JustoJusto ( (JsJs 10,13-14; 10,13-14; 2Sm2Sm 1,18). 1,18).

Estes livros não foram preservados e se Estes livros não foram preservados e se perderam na história.perderam na história.

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A literatura desta épocaA literatura desta época Outro tipo de literatura que surge Outro tipo de literatura que surge

nesta época são as nesta época são as tradições tradições tribais,tribais, preservadas pelos preservadas pelos contadores de histórias. contadores de histórias.

Bons exemplos destas tradições: Bons exemplos destas tradições: o o Hino de Libertação de MariaHino de Libertação de Maria ( (ExEx 15,21). 15,21).

O O Cântico do PoçoCântico do Poço ( (NmNm 21,17-18), 21,17-18), a história do surgimento dos a história do surgimento dos povos vizinhos (povos vizinhos (GnGn 19,30-38), as 19,30-38), as tradições dos pais e mães de tradições dos pais e mães de Israel (Israel (GnGn 12 a 38). 12 a 38).

Page 28: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

Estas tradições eram orais e assim Estas tradições eram orais e assim foram transmitidas de geração em foram transmitidas de geração em geraçãogeração..

Posteriormente, Posteriormente, foram sendo foram sendo compiladas e preservadas em compiladas e preservadas em santuários israelitassantuários israelitas, tais como o , tais como o santuário de santuário de HebronHebron, da tribo de , da tribo de JudáJudá, relacionado com as tradições , relacionado com as tradições de Abraão, ou o santuário de de Abraão, ou o santuário de BersabéiaBersabéia, da tribo de Simeão, , da tribo de Simeão, relacionada ao patriarca Isaac. relacionada ao patriarca Isaac.

Aos poucos, estas tradições, Aos poucos, estas tradições, ligadas a uma determinada tribo, ligadas a uma determinada tribo, passaram a fazer parte da história passaram a fazer parte da história de todas as tribosde todas as tribos..

Page 29: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

A Monarquia e a literatura A Monarquia e a literatura do pró e do contrado pró e do contra

Falamos que a literatura Falamos que a literatura nasce a partir de nasce a partir de tradição oral. Podemos tradição oral. Podemos imaginar um pai de imaginar um pai de família sentado à família sentado à tardinha à porta da tenda tardinha à porta da tenda ou já de sua casa em ou já de sua casa em Canaã, contando aos Canaã, contando aos seus filhos as histórias seus filhos as histórias de seus antepassados. A de seus antepassados. A isso chamamos de isso chamamos de tradição oraltradição oral. .

Page 30: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

Mais tarde, quando Israel não Mais tarde, quando Israel não é mais uma confederação de é mais uma confederação de tribos espalhadas pelo país, tribos espalhadas pelo país, mas se reúne em torno de um mas se reúne em torno de um Rei, residente em Rei, residente em JerusalémJerusalém (Daví e Salomão), ou em (Daví e Salomão), ou em alguma outra cidade ao norte alguma outra cidade ao norte (depois da divisão em dois (depois da divisão em dois reinos 930 a.C.) a corte reinos 930 a.C.) a corte necessita de atas, estatutos, necessita de atas, estatutos, registros comerciais. registros comerciais.

Uma monarquia exige Uma monarquia exige unidade de povo, e aquelas unidade de povo, e aquelas tradições cultivadas em torno tradições cultivadas em torno a tantos santuários tendem a tantos santuários tendem agora a serem unificados agora a serem unificados como “tradições de Israelcomo “tradições de Israel

Page 31: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

A Monarquia e a literatura do pró e A Monarquia e a literatura do pró e do contrado contra Nascem novas tradições como Nascem novas tradições como

aquelas que avaliam o reinado aquelas que avaliam o reinado como uma afronta a toda a como uma afronta a toda a experiência vivida com experiência vivida com JavéJavé conduzindo o seu povo (conduzindo o seu povo (JzJz 9,7- 9,7-15; 15; 1Sm1Sm 12,19). 12,19).

Outras tradições defendem a Outras tradições defendem a chegada da monarquia com chegada da monarquia com SaulSaul ( (1Sm1Sm 9,1-10,16; 11,12- 9,1-10,16; 11,12-15); justificam a ascensão ao 15); justificam a ascensão ao trono por parte de trono por parte de DavíDaví e e sucessão ao trono por parte de sucessão ao trono por parte de SalomãoSalomão, como vontade divina , como vontade divina ((2Sm2Sm 10-19; 10-19; 1Rs1Rs 1-2). 1-2).

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A Monarquia e a literatura A Monarquia e a literatura do pró e do contrado pró e do contra

Os funcionários da corte Os funcionários da corte necessitavam de necessitavam de conhecimentos e de conhecimentos e de tradições nas áreas jurídica e tradições nas áreas jurídica e administrativa. administrativa.

Os sábios foram buscar nas Os sábios foram buscar nas casas israelitas e no casas israelitas e no estrangeiro os estrangeiro os conhecimentos necessários conhecimentos necessários para administrar o país. para administrar o país. Surgem assim as coleções Surgem assim as coleções de de provérbiosprovérbios reunidos pela reunidos pela casa realcasa real. .

Page 33: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

O livro dos O livro dos Provérbios, que vai Provérbios, que vai ficar pronto apenas na ficar pronto apenas na época persa (após 538 época persa (após 538 a.C.), traz estas a.C.), traz estas coleções caseiras (cf. coleções caseiras (cf. PrPr 25,1), mas também 25,1), mas também as coleções as coleções importadas, como as importadas, como as Máximas deMáximas de Amenemopê, Amenemopê, trazidas trazidas do Egito (do Egito (PrPr 22,17 a 22,17 a 24,22).24,22).

Page 34: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

A Monarquia e a literatura do pró e A Monarquia e a literatura do pró e do contrado contra Da mesma forma Da mesma forma a liturgia a liturgia

dos templos estatais dos templos estatais incentiva as coleções de incentiva as coleções de cânticoscânticos litúrgicos litúrgicos. .

Surgem, assim, os vários Surgem, assim, os vários saltériossaltérios, mais tarde reunidos , mais tarde reunidos no livro dos no livro dos SalmosSalmos..

Destacam-se aqui os Destacam-se aqui os chamados "chamados "SalmosSalmos ReaisReais" " ((SlSl 2; 18; 20; 21; 45; 61; 72; 2; 18; 20; 21; 45; 61; 72; 89; 110; 132; 144), utilizados 89; 110; 132; 144), utilizados nas liturgias presididas pelo nas liturgias presididas pelo próprio rei.próprio rei.

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A Monarquia e a literatura do pró A Monarquia e a literatura do pró e do contrae do contra

Nascem também Nascem também as as correntes correntes proféticasproféticas que que fornecerão as bases para o desenvolvimento fornecerão as bases para o desenvolvimento futuro de uma literatura propriamente proféticafuturo de uma literatura propriamente profética, , com verdadeiras obras literárias como aquela de com verdadeiras obras literárias como aquela de Isaías (66 capítulos ao todo). Isaías (66 capítulos ao todo).

Temos pelo menos Temos pelo menos duas fortes correntes duas fortes correntes proféticas em Israelproféticas em Israel. .

A corrente A corrente israelitaisraelita, mais camponesa e , mais camponesa e revolucionáriarevolucionária ( (SamuelSamuel, , EliasElias, , EliseuEliseu, , AmósAmós, , OséiasOséias e e JeremiasJeremias), e ), e a corrente a corrente judaítajudaíta, de , de sacerdotes críticos do Estadosacerdotes críticos do Estado ( (IsaíasIsaías, , EzequielEzequiel). ).

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A Monarquia e a literatura do pró A Monarquia e a literatura do pró e do contrae do contra

Esta divisão se reflete Esta divisão se reflete na literatura profética.na literatura profética.

Antes de Antes de AmósAmós, temos , temos narrações de narrações de atividades de atividades de confrarias de profetas confrarias de profetas e de grandes figuras e de grandes figuras como como Samuel, Elias, Samuel, Elias, Eliseu e MiquéiasEliseu e Miquéias. .

Page 37: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

Mais tarde estas narrações Mais tarde estas narrações autônomas foram juntadas autônomas foram juntadas à história do povo de Israel, à história do povo de Israel, e por isso se encontram e por isso se encontram espalhadas nos livros que espalhadas nos livros que chamamos “Históricos” (chamamos “Históricos” (1 e 1 e 2 Samuel; 1 e 2 Reis2 Samuel; 1 e 2 Reis).).

Os profetas posteriores à Os profetas posteriores à revolta de Jeú, um rei do revolta de Jeú, um rei do Reino do Norte, tiveram Reino do Norte, tiveram suas mensagens suas mensagens preservadas em livros preservadas em livros independentes (independentes (Amós, Amós, Oséias, Miquéias e IsaíasOséias, Miquéias e Isaías).).

Page 38: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

O exílio na Babilônia: o antes e o O exílio na Babilônia: o antes e o depois na história de Israeldepois na história de Israel

A monarquia não se A monarquia não se desenvolveu com aquela desenvolveu com aquela paz desejável para uma paz desejável para uma história que é também história que é também religiosa. religiosa.

O primeiro rei, O primeiro rei, SaulSaul, logo , logo se mostrou um rei se mostrou um rei ciumento e confuso. ciumento e confuso.

Caiu em desgraça diante Caiu em desgraça diante de Deus e, claro, do povo. de Deus e, claro, do povo.

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O próprio O próprio DavíDaví, o , o eleito de Javé, teve eleito de Javé, teve que ser perdoado e que ser perdoado e muito. muito.

A verdadeira história A verdadeira história de de SalomãoSalomão em em nada se parece com nada se parece com aquele rei piedoso e aquele rei piedoso e sábio de alguma sábio de alguma tradição também tradição também bíblica.bíblica.

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O sonho de um só rei e O sonho de um só rei e reino, como um só é reino, como um só é Deus e seu santuário, Deus e seu santuário, logo deu lugar à fria logo deu lugar à fria realidade da realidade da divisão divisão entre o Norte e o sulentre o Norte e o sul. .

Enquanto Enquanto o Sul o Sul cultivoucultivou a tradição da a tradição da casa de casa de DavíDaví,, prometida pelo profeta prometida pelo profeta Natã (Natã (2Sm2Sm 7,1ss), 7,1ss), o o Norte se desfazia em Norte se desfazia em contínuas lutas pelo contínuas lutas pelo poderpoder. .

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O que aconteceu O que aconteceu a Israela Israel

As As intrigas internasintrigas internas e a falta de senso e a falta de senso para a para a política política externaexterna, logo , logo levaram o Reino do levaram o Reino do Norte, chamado Norte, chamado ““IsraelIsrael”, com a ”, com a capital em capital em SamariaSamaria, , para a perda total, para a perda total, num num exílio sem volta exílio sem volta para a Assíria (em para a Assíria (em 772 a.C.)772 a.C.). .

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Sozinho, o Sozinho, o Reino do Sul, Reino do Sul, chamado “chamado “JudáJudá””, , com a com a capital em capital em JerusalémJerusalém, , prosseguiu até que em 587 prosseguiu até que em 587 a.C. teve o mesmo fim, a.C. teve o mesmo fim, mas agora por mãos dos mas agora por mãos dos babilôniosbabilônios. .

De nada adiantou o De nada adiantou o castigo exemplar do irmão castigo exemplar do irmão ao norte, nem as ao norte, nem as admoestações dos admoestações dos profetas (sobretudo profetas (sobretudo JeremiasJeremias), e ), e Judá teve sua Judá teve sua capital saqueada e seu capital saqueada e seu templo destruídotemplo destruído..

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A Crise do Povo de DeusA Crise do Povo de DeusFoi a maior das crises do povo de Deus. Foi a maior das crises do povo de Deus.

Perdeu as principais referências: a Perdeu as principais referências: a terraterra, o , o reirei, , o o templotemplo. .

A religião dos novos governantes, os A religião dos novos governantes, os babilônios, começa a penetrar nas casas e nas babilônios, começa a penetrar nas casas e nas famílias. famílias.

Afinal, Afinal, como chamar Deus a Javé, se ele não como chamar Deus a Javé, se ele não conseguiu proteger o seu povoconseguiu proteger o seu povo dos invasores? dos invasores? ((JrJr 44,7). 44,7).

Muitos abandonam a religião dos seus pais e Muitos abandonam a religião dos seus pais e se voltam para práticas religiosas antigas, dos se voltam para práticas religiosas antigas, dos tempos dos réis cananeus (tempos dos réis cananeus (JrJr 44,17) ou então 44,17) ou então do novo deus dos babilônios Marduk.do novo deus dos babilônios Marduk.

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A Crise do Povo de DeusA Crise do Povo de DeusO profeta O profeta EzequielEzequiel reanima o seu reanima o seu

povo, mostrando que Deus não se povo, mostrando que Deus não se prende a um templo, mas que foi em prende a um templo, mas que foi em exílio com o seu povo. Deus está ali exílio com o seu povo. Deus está ali onde seu povo se encontra onde seu povo se encontra ((EzEz 11,22-25). 11,22-25).

O estado de ânimo do povo de Deus O estado de ânimo do povo de Deus pode ser lido nas linhas nostálgicas pode ser lido nas linhas nostálgicas do do SlSl 137: “ 137: “Como cantar em terra Como cantar em terra estrangeira os cantos de Sião?estrangeira os cantos de Sião?”.”.

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““Consolai, consolai o meu povoConsolai, consolai o meu povo” ” ((IsIs 40,1) 40,1)

Surge um profeta anunciando um retorno, Surge um profeta anunciando um retorno, maior que aquele do antigo êxodo do Egito, maior que aquele do antigo êxodo do Egito, que Deus está preparando para seu povo. Ele que Deus está preparando para seu povo. Ele mesmo, Javé, irá à frente conduzindo o seu mesmo, Javé, irá à frente conduzindo o seu povo.povo.

O seu livro foi conservado entre os capítulos 40 O seu livro foi conservado entre os capítulos 40 a 55 de Isaías, e por isso é comumente a 55 de Isaías, e por isso é comumente chamado chamado Segundo IsaíasSegundo Isaías. .

Este livro é um marca o início da Este livro é um marca o início da releitura da releitura da história e da profeciahistória e da profecia, a partir da crise gerada , a partir da crise gerada pelo exílio, para não perder a esperança e pelo exílio, para não perder a esperança e manter a identidade do povo de Deus.manter a identidade do povo de Deus.

Page 46: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

Neste trabalho, em primeiro lugar, Neste trabalho, em primeiro lugar, foram relidos os textos proféticos que foram relidos os textos proféticos que circulavam pelos antigos santuários, circulavam pelos antigos santuários, como as sagas de como as sagas de EliasElias e de e de EliseuEliseu. .

Estes Estes textos já estavam incluídos textos já estavam incluídos dentro da obra deuteronomista de dentro da obra deuteronomista de históriahistória, reunindo os , reunindo os atuais livros de atuais livros de Josué, Juízes, 1 e 2Samuel e 1 eJosué, Juízes, 1 e 2Samuel e 1 e 2Reis2Reis. .

MEMÓRIA E RELEITURAMEMÓRIA E RELEITURA

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Mas esta Mas esta HistóriaHistória DeuteronomistaDeuteronomista também também é relida a partir da crise é relida a partir da crise do exílio, recebendo sua do exílio, recebendo sua versão definitivaversão definitiva..

O ponto alto desta O ponto alto desta releitura é releitura é mostrar que mostrar que Deus continuamente Deus continuamente advertia seu povo para advertia seu povo para suas faltas e suas faltas e transgressões através de transgressões através de seus servos, os profetas.seus servos, os profetas.

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MEMÓRIA E CONVERSÃOMEMÓRIA E CONVERSÃOMas o povo não deu ouvidos aos mensageiros Mas o povo não deu ouvidos aos mensageiros

de Deus. de Deus. Mas havia ainda um caminho para Mas havia ainda um caminho para que houvesse um retorno. A história toda deve que houvesse um retorno. A história toda deve ser lida dentro do esquema ser lida dentro do esquema ""transgressão/falta/pecado - castigotransgressão/falta/pecado - castigo (o exílio) - (o exílio) - conversãoconversão (voltar-se para Deus e o seu (voltar-se para Deus e o seu projeto) - projeto) - libertaçãolibertação (o povo voltaria para (o povo voltaria para Judá)". Judá)".

Tal esquema encontra-se bem definido em Tal esquema encontra-se bem definido em JzJz 3,7-113,7-11. .

O momento que o povo vivia era de conversão O momento que o povo vivia era de conversão total e sincera, aguardando o sinal libertador total e sincera, aguardando o sinal libertador de Deus (cf. de Deus (cf. 2Rs2Rs 25,27-30 25,27-30).).

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PROFETAS E CONVERSÃOPROFETAS E CONVERSÃOA crise levou à valorização da literatura A crise levou à valorização da literatura

proféticaprofética. Os textos dos profetas do século . Os textos dos profetas do século oitavo oitavo (Amós, Oséias, Isaías e Miquéias)(Amós, Oséias, Isaías e Miquéias) foram foram recuperados e acolhidos como sinais de Deusrecuperados e acolhidos como sinais de Deus. .

A literatura profética passa a ter uma A literatura profética passa a ter uma autoridade que não tinha antes do exílio. autoridade que não tinha antes do exílio.

O mesmo acontece com os profetas O mesmo acontece com os profetas contemporâneos à catástrofe, principalmente contemporâneos à catástrofe, principalmente JeremiasJeremias. .

Os seguidores de Os seguidores de JeremiasJeremias deveriam ser deveriam ser muitos e bastante atuantes. muitos e bastante atuantes.

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PROFETAS E CONVERSÃOPROFETAS E CONVERSÃOAs palavras do profeta contra a elite dirigente As palavras do profeta contra a elite dirigente

de de JudáJudá estavam na memória de muitos. Neste estavam na memória de muitos. Neste processo de releitura, o livro do profeta processo de releitura, o livro do profeta JeremiasJeremias recebeu muitos acréscimos e re- recebeu muitos acréscimos e re-elaborações.elaborações.

Na comunidade dos exilados em Babilônia Na comunidade dos exilados em Babilônia surgiu entre os sacerdotes um profeta surgiu entre os sacerdotes um profeta chamado chamado Ezequiel. Ezequiel.

EEra membro de uma família sacerdotal, da ra membro de uma família sacerdotal, da linhagem de Sadoc, levado para o exílio na linhagem de Sadoc, levado para o exílio na primeira leva (597 a.C.). primeira leva (597 a.C.).

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RESTAURAÇÃO DO POVORESTAURAÇÃO DO POVOEzequielEzequiel é o primeiro é o primeiro

profeta a exercer sua profeta a exercer sua atividade longe da terra, da atividade longe da terra, da cidade de cidade de JerusalémJerusalém, do , do recinto sagrado do templo. recinto sagrado do templo.

EzequielEzequiel, ou os grupos a , ou os grupos a ele ligados, começam a ele ligados, começam a esboçar um projeto de esboçar um projeto de restauração para o povo na restauração para o povo na terra prometidaterra prometida ( (EzEz 40-48). 40-48).

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Dois tempos da históriaDois tempos da história Na história do povo Na história do povo

de Deus, de Deus, o período o período do exílio da do exílio da Babilônia é um Babilônia é um divisor de águasdivisor de águas. . Até hoje os judeus Até hoje os judeus dividem a história dividem a história em período do em período do ““primeiro tempoprimeiro tempo” ” (de Abraão até o (de Abraão até o exílio) e o período exílio) e o período do “do “segundo segundo tempotempo” (de 538 a.C. ” (de 538 a.C. até 70 d.C.).até 70 d.C.).

Também nos Também nos estudos bíblicos estudos bíblicos falamos do período falamos do período “pré-exílico” e “pré-exílico” e período "pós-período "pós-exílico".exílico".

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LIÇÕES DO EXÍLIOLIÇÕES DO EXÍLIOO exílio deixou marcas profundas no povo, O exílio deixou marcas profundas no povo,

como também na literatura presente na Bíblia. como também na literatura presente na Bíblia. É certo que, depois do exílio, Judá deixou de É certo que, depois do exílio, Judá deixou de ser uma nação independente e passou a ser ser uma nação independente e passou a ser uma pequena colônia de imensos impérios, uma pequena colônia de imensos impérios, como o Império Persa, o Império Grego e o como o Império Persa, o Império Grego e o Império Romano.Império Romano.

Durante muito tempo não haverá reis, ficando o Durante muito tempo não haverá reis, ficando o poder nas mãos de um imperador distante, que poder nas mãos de um imperador distante, que ninguém conhecia. ninguém conhecia.

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A religião dos opressores era uma A religião dos opressores era uma ameaça constante. Muita gente que não ameaça constante. Muita gente que não foi para a Babilônia tinha abandonado a foi para a Babilônia tinha abandonado a religião de Javé e se voltado para cultos religião de Javé e se voltado para cultos pré-Israelitas. pré-Israelitas.

Mas dentro do curto tempo de exílio o Mas dentro do curto tempo de exílio o povo descobriu novos caminhos para povo descobriu novos caminhos para superar suas dificuldades, manter a fé superar suas dificuldades, manter a fé recebida de seus antepassados e se recebida de seus antepassados e se lançar na aventura de reconstruir seu lançar na aventura de reconstruir seu país.país.

Page 55: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

A Bíblia surge neste contexto de exílio. A Bíblia surge neste contexto de exílio. Nesta época os livros começam, a ser Nesta época os livros começam, a ser

colecionados para servir de apoio na liturgia e colecionados para servir de apoio na liturgia e no ensino. no ensino.

No final do período do exílio, as coleções dos No final do período do exílio, as coleções dos livros históricos e dos proféticos estão prontas.livros históricos e dos proféticos estão prontas.

Page 56: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

A Escritura no período pós‑Exílico A Escritura no período pós‑Exílico (538 – 50 a.C.)(538 – 50 a.C.)

Tendo durado mais de 50 anos (a primeira leva Tendo durado mais de 50 anos (a primeira leva de deportados aconteceu em 597), o longo de deportados aconteceu em 597), o longo período de período de ExílioExílio levou à tentação de levou à tentação de acomodar‑se à nova situação, devendo acomodar‑se à nova situação, devendo sentir‑se pouco entusiasmo com os oráculos do sentir‑se pouco entusiasmo com os oráculos do Segundo Isaías e com a volta a Segundo Isaías e com a volta a JudáJudá e a e a reconstrução do reconstrução do TemploTemplo (Cf, a propósito, os (Cf, a propósito, os conselhos de conselhos de JeremiasJeremias aos primeiros exilados aos primeiros exilados em em JrJr 29,1‑14). 29,1‑14).

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Problemas e características do Problemas e características do início desse períodoinício desse período

Na comunidade que se formou em torno do Na comunidade que se formou em torno do TemploTemplo a duras penas reconstruído a duras penas reconstruído (inaugurado em 515, graças aos insistentes (inaugurado em 515, graças aos insistentes apelos de apelos de AgeuAgeu e e ZacariasZacarias). ).

Não era fácil manter a unidade, tal a Não era fácil manter a unidade, tal a divergência de opinião entre os conservadores, divergência de opinião entre os conservadores, mais apegados ao culto antigo, ao reino de mais apegados ao culto antigo, ao reino de DaviDavi e à exclusividade do povo escolhido, e os e à exclusividade do povo escolhido, e os progressistas, mais tolerantes e abertos após a progressistas, mais tolerantes e abertos após a mesma experiência de exílio e diáspora. mesma experiência de exílio e diáspora.

Page 58: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

Outras características da épocaOutras características da época a) a) O TemploO Templo, reconstruído de 521 a 515 , reconstruído de 521 a 515

a.C., novamente como santuário central, não a.C., novamente como santuário central, não foi aceito pelos samaritanos, desde então foi aceito pelos samaritanos, desde então sempre mais separados e adversários dos sempre mais separados e adversários dos judeus. judeus.

b) b) O culto e a LeiO culto e a Lei, foram se tornando cada , foram se tornando cada vez mais característicos do “vez mais característicos do “judeu fieljudeu fiel”, ”, especialmente pelos esforços de especialmente pelos esforços de NeemiasNeemias, , coadjuvado pelo sacerdote coadjuvado pelo sacerdote EsdrasEsdras, em meados , em meados do século V: do século V: NeemiasNeemias lutou ferrenhamente lutou ferrenhamente contra os casamentos mistos (cf contra os casamentos mistos (cf EsdEsd 10,1ss) e 10,1ss) e insistiu na observância do sábado e nas taxas insistiu na observância do sábado e nas taxas para o culto (cf para o culto (cf NeNe 13). 13).

Page 59: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

c) Escritura e Tradição: c) Escritura e Tradição: Os escritores Os escritores do período interessam‑se relativamente do período interessam‑se relativamente pouco pelos acontecimentos pouco pelos acontecimentos contemporâneos, preferindo retomar as contemporâneos, preferindo retomar as antigas tradições e os antigos escritos, antigas tradições e os antigos escritos, reescrevendo‑os à luz da renovada reescrevendo‑os à luz da renovada insistência sobre o culto e a insistência sobre o culto e a LeiLei. É então . É então que que se elabora a redação final do se elabora a redação final do Pentateuco, o Cronista redige sua obra Pentateuco, o Cronista redige sua obra histórica (1 e 2 histórica (1 e 2 CronCron + + EsdrasEsdras e e NeemiasNeemias) ) e se reúnem os escritos dos antigos e se reúnem os escritos dos antigos profetasprofetas..

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Escritos do Período Pós‑exílicoEscritos do Período Pós‑exílico Em meados do século V, é um Em meados do século V, é um redator redator

sacerdotalsacerdotal quem vai refundir os escritos quem vai refundir os escritos anteriores, incluindo os de sua corrente anteriores, incluindo os de sua corrente SacerdotalSacerdotal (sigla P). (sigla P).

Especialmente nos quatro primeiros livros Especialmente nos quatro primeiros livros do Pentateuco (do Pentateuco (GênesisGênesis, , ÊxodoÊxodo, , LevíticoLevítico, , NúmerosNúmeros), é evidente o enfoque cultual ), é evidente o enfoque cultual dado pelo redator P, que tanto dado pelo redator P, que tanto insiste no insiste no culto e na Aliança com Javéculto e na Aliança com Javé..

Page 61: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

Redação Final do Pentateuco Redação Final do Pentateuco (séc V a.C.)(séc V a.C.) Nessa redação final encontramos às Nessa redação final encontramos às

vezes longos trechos justapostos, como vezes longos trechos justapostos, como é o caso da narrativa da é o caso da narrativa da CriaçãoCriação, , apresentada primeiro pelo apresentada primeiro pelo SacerdotalSacerdotal ((GnGn 1,1‑2,4a) e depois por um antigo 1,1‑2,4a) e depois por um antigo autor que os estudiosos do assunto autor que os estudiosos do assunto chamam chamam JavistaJavista ( (GnGn 2,4b‑3,24), com 2,4b‑3,24), com perspectivas bastante diversas. perspectivas bastante diversas.

E encontramos também muitos trechos E encontramos também muitos trechos que são verdadeiras “colchas‑de‑retalho”.que são verdadeiras “colchas‑de‑retalho”.

Page 62: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

Quanto aos onze primeiros capítulos do Quanto aos onze primeiros capítulos do GênesisGênesis, ali encontramos duas correntes , ali encontramos duas correntes narrativas que se alternam: narrativas que se alternam: SacerdotalSacerdotal e e JavistaJavista, sendo que o primeiro contribuiu , sendo que o primeiro contribuiu especialmente com as genealogias e os dados especialmente com as genealogias e os dados cronológicos. cronológicos.

Esses onze capítulos não oferecem uma Esses onze capítulos não oferecem uma história científica das origens da humanidade e história científica das origens da humanidade e dos antepassados de Abraão, mas antes dos antepassados de Abraão, mas antes constituem uma constituem uma reflexão teológica sobre o reflexão teológica sobre o passado remoto, uma narrativa doutrinária e passado remoto, uma narrativa doutrinária e sapiencialsapiencial, com vários elementos semelhantes , com vários elementos semelhantes aos dos mitos babilônicos, embora aos dos mitos babilônicos, embora desmitologizando‑os, e preludiando a escolha desmitologizando‑os, e preludiando a escolha divina de Abraão em divina de Abraão em GnGn 12. 12.

Page 63: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

A Obra A Obra Histórica do Histórica do

Cronista (séc. Cronista (séc. V – IV a.C.)V – IV a.C.)

À semelhança do À semelhança do DeuteronomistaDeuteronomista, que , que compilou sua obra histórica compilou sua obra histórica durante o Exílio, também durante o Exílio, também neste período pós exílico foi neste período pós exílico foi sentida a sentida a necessidade de necessidade de recordar mais uma vez o recordar mais uma vez o passado de Israel, passado de Israel, remontando inclusive remontando inclusive através das genealogias de através das genealogias de 1Cron1Cron 1‑9, até Adão! 1‑9, até Adão! (Cf a (Cf a genealogia de Jesus, genealogia de Jesus, segundo segundo LcLc 3,23‑38). 3,23‑38).

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Mas este apelo ao passado tinha, Mas este apelo ao passado tinha, para o para o CronistaCronista, uma finalidade , uma finalidade específica: ele queria específica: ele queria justificar justificar historicamente as soluções que, no historicamente as soluções que, no período pós‑exílico, foram dadas a período pós‑exílico, foram dadas a problemas complexosproblemas complexos, especialmente , especialmente atribuindo a atribuindo a DaviDavi o papel de fundador o papel de fundador do culto e iniciador do “modo de vida” do culto e iniciador do “modo de vida” que se verificava agora, no judaísmo que se verificava agora, no judaísmo contemporâneo ao autor.contemporâneo ao autor.

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Idéias teológicas centrais do Idéias teológicas centrais do CronistaCronista:: 1ª 1ª Israel deve Israel deve aprender a reconhecer, na história, a aprender a reconhecer, na história, a

intervenção divinaintervenção divina. Seja de . Seja de salvaçãosalvação, seja de , seja de castigocastigo, , seja de vitória ou derrota, a ação de Deus é sempre seja de vitória ou derrota, a ação de Deus é sempre justa!justa!

2ª 2ª O grande O grande modelo é o rei Davimodelo é o rei Davi, apresentado sem , apresentado sem falhas humanas, como o herói perfeito e o liturgo falhas humanas, como o herói perfeito e o liturgo exemplar... e cuja devoção devia acender ainda mais exemplar... e cuja devoção devia acender ainda mais a grande a grande expectativa de um novo Davi – o expectativa de um novo Davi – o MessiasMessias!!

3ª 3ª A insistência no culto, nas funções sacerdotais A insistência no culto, nas funções sacerdotais levíticas, visava certamente a legitimar o levíticas, visava certamente a legitimar o sacerdócio sacerdócio levítico e o culto em Jerusalémlevítico e o culto em Jerusalém, tornada sede de uma , tornada sede de uma hierocracia (poder político exercido pelo sacerdote), hierocracia (poder político exercido pelo sacerdote), cuja figura central era o cuja figura central era o Sumo SacerdoteSumo Sacerdote. Essa . Essa insistência parece ter visado também a oposição dos insistência parece ter visado também a oposição dos samaritanos.samaritanos.

Page 66: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

Os Profetas pós‑Exílicos Os Profetas pós‑Exílicos (Séc. VI – II a.C.)(Séc. VI – II a.C.) Eles não têm mais o porte dos grandes Eles não têm mais o porte dos grandes

profetas de antes do Exílio, seus escritos são profetas de antes do Exílio, seus escritos são em geral breves, às vezes repetindo os seus em geral breves, às vezes repetindo os seus predecessores. predecessores.

Entre eles destacam-se, no período da Entre eles destacam-se, no período da reconstrução do Templo, o reconstrução do Templo, o TerceiroTerceiro IsaíasIsaías ( (IsIs 56 – 66), 56 – 66), AgeuAgeu e e ZacariasZacarias (a primeira parte do (a primeira parte do livro deste profeta: livro deste profeta: ZcZc 1 – 8). 1 – 8).

Em meados do século V, Em meados do século V, MalaquiasMalaquias e e AbdiasAbdias. . Possivelmente no século IV, os escritos do Possivelmente no século IV, os escritos do SegundoSegundo ZacariasZacarias ( (ZcZc 9 – 14) e 9 – 14) e JoelJoel. .

Page 67: TEOLOGIA BÍBLICA ESCOLA DIACONAL SANTO ESTÊVÃO Diocese de Ponta Grossa – Paraná Pe. Sílvio Mocelin

DOZE PROFETAS (Profetas Menores)DOZE PROFETAS (Profetas Menores)A coleção dos escritos proféticos deve ter sido A coleção dos escritos proféticos deve ter sido

encerrada, no mais tardar, durante o século III encerrada, no mais tardar, durante o século III (Cf o testemunho de (Cf o testemunho de Ben SiracBen Sirac, autor do , autor do EclesiásticoEclesiástico, no início do século II a.C. , no início do século II a.C.

Referindo‑se aos “Doze Profetas” = os profetas Referindo‑se aos “Doze Profetas” = os profetas ““menoresmenores”, já como uma unidade estabelecida ”, já como uma unidade estabelecida – – EcloEclo 49,12. 49,12.

Leia também todo o trecho do Leia também todo o trecho do EcloEclo 48,23 – 48,23 – 49,12 sobre 49,12 sobre Isaías‑Jeremias‑EzequielIsaías‑Jeremias‑Ezequiel e os e os DozeDoze ProfetasProfetas, onde falta a referência ao livro , onde falta a referência ao livro de de DanielDaniel, certamente ainda não escrito nesta , certamente ainda não escrito nesta época).época).

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A Literatura Sapiencial (séc. VI – I a.C.)A Literatura Sapiencial (séc. VI – I a.C.) Em parte já cultivada no período pré‑exílico (Cf Em parte já cultivada no período pré‑exílico (Cf PrPr

10‑22 e 25‑29, bem como muitos salmos), a literatura 10‑22 e 25‑29, bem como muitos salmos), a literatura sapiencial bíblica floresceu no período pós‑exílico, do sapiencial bíblica floresceu no período pós‑exílico, do século VI até o ano 50 A.C., produzindo obras século VI até o ano 50 A.C., produzindo obras importantes como a redação final dos Provérbios (importantes como a redação final dos Provérbios (PrPr 1‑9, bem como os capítulos 23‑24 e 30); 1‑9, bem como os capítulos 23‑24 e 30);

O impressionante livro de O impressionante livro de JóJó (séc VI? V?); o Cântico (séc VI? V?); o Cântico dos Cânticos (séc.IV?); o enigmático e pessimista dos Cânticos (séc.IV?); o enigmático e pessimista QohéletQohélet ou ou EclesiastesEclesiastes (m/m 30 a.C.), a sabedoria de (m/m 30 a.C.), a sabedoria de BenBen SiracSirac ou ou EclesiásticoEclesiástico (inícios do século II, (inícios do século II, traduzido para o grego m/m 130 a.C.); traduzido para o grego m/m 130 a.C.);

O livro de O livro de BarucBaruc, com o seu problema sapiencial de , com o seu problema sapiencial de BarBar 3,9‑4,4 (séc III ‑I a.C.) e, por último, o livro da 3,9‑4,4 (séc III ‑I a.C.) e, por último, o livro da SabedoriaSabedoria (m/m 50 a.C.), já redigido originalmente em (m/m 50 a.C.), já redigido originalmente em Grego.Grego.

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Influência da SabedoriaInfluência da Sabedoria

A sabedoria Israelita versou, no começo (Cf a A sabedoria Israelita versou, no começo (Cf a parte mais antiga do parte mais antiga do ProvérbiosProvérbios), os mesmos ), os mesmos temas do humanismo individualista e terreno temas do humanismo individualista e terreno que se encontravam nas literaturas sapienciais que se encontravam nas literaturas sapienciais vizinhas. vizinhas.

Pouco a pouco, porém, foi se deixando Pouco a pouco, porém, foi se deixando penetrar pelo Javismo e procurou descobrir as penetrar pelo Javismo e procurou descobrir as manifestações da Sabedoria de Deus, tanto na manifestações da Sabedoria de Deus, tanto na sua Palavra, como na Criação, como sobretudo sua Palavra, como na Criação, como sobretudo na história do seu povo.na história do seu povo.

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Quanto ao Quanto ao QohéletQohélet ou ou EclesiastesEclesiastes (m/m 300 (m/m 300 a.C.), notar que o seu pessimismo e a sua a.C.), notar que o seu pessimismo e a sua insistência na vaidade das coisas humanas, no insistência na vaidade das coisas humanas, no absurdo de tantas situações da vida, na absurdo de tantas situações da vida, na insatisfação mesmo das situações chamadas insatisfação mesmo das situações chamadas felizes, não lhe tiram a fé em Deus ‑ um Deus, felizes, não lhe tiram a fé em Deus ‑ um Deus, aliás, poucas vezes mencionado, a quem o aliás, poucas vezes mencionado, a quem o autor se refere em termos talvez mais de autor se refere em termos talvez mais de conformismo que de confiança. conformismo que de confiança.

QohéletQohélet ainda não vislumbra, como Daniel 12, ainda não vislumbra, como Daniel 12, o 2º livro dos Macabeus e o livro da Sabedoria, o 2º livro dos Macabeus e o livro da Sabedoria, a retribuição na outra vida.a retribuição na outra vida.

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A Literatura MidraxeA Literatura Midraxe O vocábulo “midraxe”, do hebraico “darash”, quer O vocábulo “midraxe”, do hebraico “darash”, quer

dizer “procura, investigação”. dizer “procura, investigação”. É um tipo de literatura religiosa que, partindo de É um tipo de literatura religiosa que, partindo de

tradições e textos antigos e ampliando‑os com novos tradições e textos antigos e ampliando‑os com novos dados, inclusive lendários, procurou dar respostas a dados, inclusive lendários, procurou dar respostas a muitas perguntas que precisavam de uma solução muitas perguntas que precisavam de uma solução que só a fé podia dar. que só a fé podia dar.

Assim os problemas levantados a partir do Assim os problemas levantados a partir do particularismo da reforma de particularismo da reforma de Esdras‑NeemiasEsdras‑Neemias, , proibindo os casamentos mistos e insistindo na proibindo os casamentos mistos e insistindo na situação particular de Israel como povo escolhido, situação particular de Israel como povo escolhido, encontraram resposta, no século V a.C., nos livros de encontraram resposta, no século V a.C., nos livros de JonasJonas e e RuteRute: : RuteRute, mesmo sendo moabita, entrou na , mesmo sendo moabita, entrou na genealogia do rei genealogia do rei DaviDavi... e ... e JonasJonas teve de teve de submeter‑se, embora a contragosto, à ordem divina submeter‑se, embora a contragosto, à ordem divina de pregar a conversão aos ninivitas!de pregar a conversão aos ninivitas!

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Proposta da MidraxeProposta da MidraxeNos tempos difíceis dos Nos tempos difíceis dos MacabeusMacabeus (meados do (meados do

séc. II a.C.), os livros de séc. II a.C.), os livros de JuditeJudite e e EsterEster mostraram plasticamente como Deus pode mostraram plasticamente como Deus pode servir‑se dos acontecimentos e das pessoas servir‑se dos acontecimentos e das pessoas para dirigir a história segundo seu beneplácito, para dirigir a história segundo seu beneplácito, salvando o seu povo mesmo do maior perigo.salvando o seu povo mesmo do maior perigo.

Quanto ao livro de Quanto ao livro de TobiasTobias, do século III a.C. , do século III a.C. (?), é um convite a confiar na providência (?), é um convite a confiar na providência divina – que pode tardar, mas não falha nunca divina – que pode tardar, mas não falha nunca – ao mesmo tempo que apresenta modelos de – ao mesmo tempo que apresenta modelos de fidelidade na provação, na vida familiar, na fidelidade na provação, na vida familiar, na bondade para com o próximo (cf. também, a bondade para com o próximo (cf. também, a história de história de JoséJosé, em , em GnGn 37,39‑50). 37,39‑50).

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Daniel Daniel (séc. II a.C.):(séc. II a.C.): literatura apocalítica literatura apocalítica É bom distinguir a literatura apocalíptica da É bom distinguir a literatura apocalíptica da

literatura profética, que a precede e que tem literatura profética, que a precede e que tem um enfoque bem diverso:um enfoque bem diverso:

1º 1º O profeta fala a seus contemporâneos, O profeta fala a seus contemporâneos, interpreta e quer transformar a realidade interpreta e quer transformar a realidade presente, para isso anunciando bênçãos e/ou presente, para isso anunciando bênçãos e/ou castigos divinos;castigos divinos;

2º 2º O escritor apocalíptico, escrevendo em O escritor apocalíptico, escrevendo em tempos de perturbação e perseguição, de certo tempos de perturbação e perseguição, de certo modo descrê da realidade presente e modo descrê da realidade presente e projeta‑se para o futuro de Deus, que surgirá projeta‑se para o futuro de Deus, que surgirá após a destruição desta era... após a destruição desta era...

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O livro de Daniel, é uma obra típica do final do Antigo O livro de Daniel, é uma obra típica do final do Antigo Testamento: seus catorze capítulos estão redigidos Testamento: seus catorze capítulos estão redigidos nos dois gêneros literários acima descritos. nos dois gêneros literários acima descritos.

Os capítulos 1‑6 e 13‑14 pertencem ao gênero Os capítulos 1‑6 e 13‑14 pertencem ao gênero midráxico, relatando casos edificantes de Daniel em midráxico, relatando casos edificantes de Daniel em Babilônia (compostos talvez já no século III a.C.); e os Babilônia (compostos talvez já no século III a.C.); e os capítulos 7‑12, escritos durante a perseguição de capítulos 7‑12, escritos durante a perseguição de Antíoco IV Epifânio (175‑163 a.C.), são do gênero Antíoco IV Epifânio (175‑163 a.C.), são do gênero apocalíptico propriamente dito. apocalíptico propriamente dito.

Por isso mesmo são redigidos em linguagem Por isso mesmo são redigidos em linguagem misteriosa, cheia de símbolos, números e enigmas, misteriosa, cheia de símbolos, números e enigmas, mas propondo inequivocamente a vitória final de Deus mas propondo inequivocamente a vitória final de Deus e dos que perseveram na fé.e dos que perseveram na fé.

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Literatura ApocalípticaLiteratura Apocalíptica

Narrando fatos e aludindo a pessoas do Narrando fatos e aludindo a pessoas do passado, por exemplo, ao destino fatal de passado, por exemplo, ao destino fatal de Nabucodonosor e Baltazar, seu autor tem Nabucodonosor e Baltazar, seu autor tem em vista a situação e as dificuldades do em vista a situação e as dificuldades do seu tempo, e prenuncia idêntico fim seu tempo, e prenuncia idêntico fim trágico para Antíoco IV, o perseguidor – trágico para Antíoco IV, o perseguidor – mas sem nomeá‑lo! – enquanto assegura mas sem nomeá‑lo! – enquanto assegura aos compatriotas perseguidos o triunfo aos compatriotas perseguidos o triunfo definitivo. definitivo.

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Assim o apocalipse quer ser, como a Assim o apocalipse quer ser, como a palavra grega o indica, uma revelação, palavra grega o indica, uma revelação, embora enigmática, do mistério da história embora enigmática, do mistério da história conduzida por Deus.conduzida por Deus.

Notar em Notar em DnDn 7,13‑14 a menção do “ 7,13‑14 a menção do “Filho Filho do homemdo homem”, encarregado de estabelecer ”, encarregado de estabelecer o reino “o reino “que não terá fimque não terá fim” e em ” e em DnDn 12,2 o 12,2 o anúncio explícito da ressurreição da carne anúncio explícito da ressurreição da carne e da retribuição escatológica (dos tempos e da retribuição escatológica (dos tempos finais da história).finais da história).

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Os Livros dos Macabeus Os Livros dos Macabeus (anos 120 – 100 a.C.)(anos 120 – 100 a.C.) São duas obras de autores diferentes e de São duas obras de autores diferentes e de

diferentes mentalidades, que não se encontram diferentes mentalidades, que não se encontram no cânon hebraico, contando‑se por isso entre no cânon hebraico, contando‑se por isso entre os livros “dêutero‑canônicos”.os livros “dêutero‑canônicos”.

O O 2Mc2Mc, mais rico em conteúdo teológico, mas , mais rico em conteúdo teológico, mas de menor valor histórico‑cronístico, foi redigido de menor valor histórico‑cronístico, foi redigido por volta de 120 a.C., em forma de resumo dos por volta de 120 a.C., em forma de resumo dos cinco livros de Jasão de Cirene (Cf cinco livros de Jasão de Cirene (Cf 2Mc2Mc 2,19‑32). 2,19‑32).

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Seu autor vibra de entusiasmo e recorre Seu autor vibra de entusiasmo e recorre freqüentemente às hipérboles (exageros freqüentemente às hipérboles (exageros deliberados), às circunstâncias maravilhosas deliberados), às circunstâncias maravilhosas como expressão do poder visível de Deus, cujo como expressão do poder visível de Deus, cujo nome é freqüentemente invocado. nome é freqüentemente invocado.

A doutrina da Ressurreição corporal e da A doutrina da Ressurreição corporal e da retribuição escatológica é claramente expressa, retribuição escatológica é claramente expressa, o sofrimento dos mártires tem valor de o sofrimento dos mártires tem valor de expiação, é já afirmada (Cf expiação, é já afirmada (Cf 2Mc2Mc 12,43‑46) a 12,43‑46) a comunhão dos santos, sua intercessão pelos comunhão dos santos, sua intercessão pelos mortos.mortos.

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Os Livros dos Macabeus Os Livros dos Macabeus (anos 120 – 100 a.C.)(anos 120 – 100 a.C.)

O O 1Mc1Mc, o mais documentado segundo a , o mais documentado segundo a historiografia helenística, abrange um período historiografia helenística, abrange um período bem maior de tempo (175‑134 a.C.) e foi bem maior de tempo (175‑134 a.C.) e foi redigido por volta do ano 100 a.C. redigido por volta do ano 100 a.C.

A fé e o patriotismo do seu autor vê nas A fé e o patriotismo do seu autor vê nas derrotas do povo o castigo por seus pecados e, derrotas do povo o castigo por seus pecados e, nas vitórias dos Macabeus, a assistência nas vitórias dos Macabeus, a assistência divina. divina.

A observância da Lei é o bem essencial, ao A observância da Lei é o bem essencial, ao passo que a helenização deve ser rejeitada a passo que a helenização deve ser rejeitada a todo custo!todo custo!

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SÍNTESESÍNTESE1ª 1ª Redação “Javista” no tempo da Monarquia Redação “Javista” no tempo da Monarquia

(século VIII a.C.).(século VIII a.C.).2ª 2ª Reforma do Rei Josias e descoberta do Reforma do Rei Josias e descoberta do

“Livro da Lei” (cf “Livro da Lei” (cf 2Rs2Rs 22‑23) em 622 a.C., em 22‑23) em 622 a.C., em Judá.Judá.

3ª 3ª Compilação final do Pentateuco (séc V Compilação final do Pentateuco (séc V a.C.) com Esdras.a.C.) com Esdras.

4ª 4ª Compilação final dos escritos proféticos Compilação final dos escritos proféticos no século III (cf alusão em no século III (cf alusão em EcloEclo 49,10‑12). 49,10‑12).

5ª 5ª Estabelecimento definitivo do Cânon do Estabelecimento definitivo do Cânon do Antigo Testamento no sínodo judaico de Antigo Testamento no sínodo judaico de Jâmnia, em 90 d.C.Jâmnia, em 90 d.C.

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TEOLOGIA BÍBLICATEOLOGIA BÍBLICA

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História do Antigo Oriente História do Antigo Oriente PróximoPróximo

O Antigo Oriente Próximo compreende o O Antigo Oriente Próximo compreende o EgitoEgito, a , a SíriaSíria--PalestinaPalestina, a , a AnatóliaAnatólia (Turquia), a (Turquia), a MesopotâmiaMesopotâmia (Iraque), a (Iraque), a PérsiaPérsia, a , a PenínsulaPenínsula ÁrabeÁrabe, e constitui-se , e constitui-se em zona de encontro dos continentes em zona de encontro dos continentes asiático, africano e europeu. asiático, africano e europeu.

Podemos limitar a história do Antigo Podemos limitar a história do Antigo Oriente até a conquista da Babilônia por Oriente até a conquista da Babilônia por DarioDario, da Pérsia (539 a.C.)., da Pérsia (539 a.C.).

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A “proto-história” mesopotâmica A “proto-história” mesopotâmica (3100-2850 a.C.)(3100-2850 a.C.)

Com a invenção da escritura e a sua rápida Com a invenção da escritura e a sua rápida expansão se inaugura uma nova fase na vida expansão se inaugura uma nova fase na vida do homem:do homem:

Em Em UrukUruk (ao sul da cidade de Babilônia, e (ao sul da cidade de Babilônia, e noroeste de noroeste de UrUr; cf ; cf GnGn 4,9; 10,10) onde nasceu 4,9; 10,10) onde nasceu a escritura, foram encontrados em arquivos de a escritura, foram encontrados em arquivos de templos 4.000 textos de caráter econômico-templos 4.000 textos de caráter econômico-administrativos, administrativos, escritos em língua sumériaescritos em língua suméria. .

É neste É neste período entre o IV e III milênioperíodo entre o IV e III milênio que se que se encontram as bases da civilização entre rios. encontram as bases da civilização entre rios. Se desconhece o lugar de origem e a pertença Se desconhece o lugar de origem e a pertença étnica dos sumérios.étnica dos sumérios.

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A “Proto-dinastia” mesopotâmica (2850-A “Proto-dinastia” mesopotâmica (2850-2334a.C.) e os ‘próximo-orientais’2334a.C.) e os ‘próximo-orientais’

A Mesopotâmia em três períodos: A Mesopotâmia em três períodos: Proto-dinastia IProto-dinastia I (2850-2750 a.C.), é a época (2850-2750 a.C.), é a época

do auge da urbanização e assentamentos do auge da urbanização e assentamentos em torno aos rios;em torno aos rios;

Proto-dinastia IIProto-dinastia II (2750-2600 a.C.), período (2750-2600 a.C.), período da proeminência das cidades de da proeminência das cidades de KisKis e e UrukUruk;;

Proto-dinastia IIIProto-dinastia III, prevalecendo , prevalecendo UrUr (destaque arqueológico para as tumbas (destaque arqueológico para as tumbas reais), reais), NippurNippur (capital da religião suméria), (capital da religião suméria), KisKis, e , e MariMari (abundante documentação da (abundante documentação da época).época).

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O Império Semítico de Accad O Império Semítico de Accad (2334-(2334-2154 a.C.)2154 a.C.)

Consistiu na primeira grande alternativa à Consistiu na primeira grande alternativa à potência suméria.potência suméria.

AccadAccad se localiza na região da se localiza na região da BabilôniaBabilônia, , em confins com o norte sumérico. em confins com o norte sumérico.

Com Com SargãoSargão, que sucedeu à potência , que sucedeu à potência sumérica, se difundiu a ideologia do sumérica, se difundiu a ideologia do império universal baseado na divinização império universal baseado na divinização do soberano. do soberano.

São São abundantes as documentações da abundantes as documentações da sua língua semita, o acádicosua língua semita, o acádico..

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Os guteus (2154-2120 a.C.)Os guteus (2154-2120 a.C.)

Destruidores do próspero Destruidores do próspero império império acádicoacádico, os , os guteusguteus provindos do provindos do ZagrosZagros dominaram a região dominaram a região babilônica por pouco tempo.babilônica por pouco tempo.

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A III dinastia Sumérica de Ur (2112-A III dinastia Sumérica de Ur (2112-2004 a.C.)2004 a.C.)

Foi a responsável pela recuperação do Foi a responsável pela recuperação do poder após o intervalo acádico-guteu com poder após o intervalo acádico-guteu com UrUr--NammuNammu, autor do primeiro código de , autor do primeiro código de leis da humanidade. leis da humanidade.

Com o fim desta dinastia, obra de Com o fim desta dinastia, obra de invasões e conquistas invasões e conquistas semíticas/amorreus-elamitas, termina semíticas/amorreus-elamitas, termina também a história sumérica, absorvida também a história sumérica, absorvida etnicamente pelos semitas da etnicamente pelos semitas da Mesopotâmia.Mesopotâmia.

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Os semitas-amorreus (vindos do Oeste)Os semitas-amorreus (vindos do Oeste) Enriquecidos pela cultura sumérica, os semitas-Enriquecidos pela cultura sumérica, os semitas-

amorreus recuperam a Mesopotâmia estendendo-se amorreus recuperam a Mesopotâmia estendendo-se ao norte (ao norte (AssíriaAssíria) e sul () e sul (BabilôniaBabilônia):):

a) a) Primeiro períodoPrimeiro período (ca. 2004-1760 a.C.): prevalece a (ca. 2004-1760 a.C.): prevalece a cultura sumérica, gradualmente substituída pela cultura sumérica, gradualmente substituída pela acádica; acádica;

MariMari (1810-1760), no médio-Eufrates, destaca-se (1810-1760), no médio-Eufrates, destaca-se pelos copiosos arquivos reais tratando de política e pelos copiosos arquivos reais tratando de política e diplomacia (descobertos em 1933); diplomacia (descobertos em 1933);

HammurabiHammurabi (1792-1750): autor (?) de famoso código (1792-1750): autor (?) de famoso código de leis da tradição mesopotâmica, mas com muitos de leis da tradição mesopotâmica, mas com muitos pontos comuns com a Bíblia.pontos comuns com a Bíblia.

Foi um período fértil pelas conquistas, organização Foi um período fértil pelas conquistas, organização sócio-administrativa, e produção literária. Sucumbiu sócio-administrativa, e produção literária. Sucumbiu sob os cassitas.sob os cassitas.

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Os cassitasOs cassitasVindos das montanhas do Vindos das montanhas do ZagrosZagros, ,

os cassitas conquistaram a os cassitas conquistaram a BabilôniaBabilônia em 1594 a.C. em 1594 a.C.

Adotaram a língua acádica, Adotaram a língua acádica, absorvendo a cultura babilônica. absorvendo a cultura babilônica.

Constituiram o Constituiram o MédioMédio ReinoReino babilônico, destruído pelos babilônico, destruído pelos assírios e elamitas em 1157;assírios e elamitas em 1157;

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O Médio Reino Assírio (1363-1076 a.C.)O Médio Reino Assírio (1363-1076 a.C.)

Se destacam Se destacam SalmanasarSalmanasar I I (1274-1245 a.C.) (1274-1245 a.C.)

e e TeglatTeglat--FalasarFalasar I (1115-1077 I (1115-1077 a.C.), a quem se deve as leis a.C.), a quem se deve as leis médio-assírias.médio-assírias.

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O Novo Reino Assírio (1010-609 a.C.)O Novo Reino Assírio (1010-609 a.C.)A refundação do império (745-705) foi obra de A refundação do império (745-705) foi obra de

TeglatTeglat--FalasarFalasar III. III. SargãoSargão II conquistou a II conquistou a SamariaSamaria (722), pondo (722), pondo

fim ao estado de fim ao estado de IsraelIsrael (reino do norte). (reino do norte). AssurbanipalAssurbanipal (668-627 a.C.) elevou (668-627 a.C.) elevou NíniveNínive a a capital e ali criou a famosa biblioteca contendo capital e ali criou a famosa biblioteca contendo 25.000 tabuinhas cuneiformes. 25.000 tabuinhas cuneiformes.

NíniveNínive caiu sob os medos e babilônios caiu sob os medos e babilônios (610a.C.). (610a.C.).

O O NovoNovo ReinoReino, pela sua organização estatal e , pela sua organização estatal e militar, pela literatura e arte, constitui-se em um militar, pela literatura e arte, constitui-se em um dos protótipos da cultura mesopotâmica.dos protótipos da cultura mesopotâmica.

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O Novo Reino Babilônio (626-539 a.C.)O Novo Reino Babilônio (626-539 a.C.)

Foi o último período da Mesopotâmia Foi o último período da Mesopotâmia independente. independente.

NabucodonosorNabucodonosor II (604-562) dominou toda a II (604-562) dominou toda a SíriaSíria--palestinapalestina, e em 587 destruiu , e em 587 destruiu JerusalémJerusalém..

CiroCiro da da PérsiaPérsia, em 539 pôs fim ao esse , em 539 pôs fim ao esse império.império.

A cidade de A cidade de BabilôniaBabilônia, ainda depois da queda , ainda depois da queda cultivou a literatura, as artes e ciências. cultivou a literatura, as artes e ciências.

Foi também sede da grande escola talmúdica Foi também sede da grande escola talmúdica para os hebreus que não retornaram, com o para os hebreus que não retornaram, com o ““EditoEdito dede CiroCiro”, para a ”, para a PalestinaPalestina..

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O Império Persa (559-331 a.C.)O Império Persa (559-331 a.C.)Fundado por Fundado por CiroCiro II, II, o Grandeo Grande (559- (559-

530), compreendia a 530), compreendia a MesopotâmiaMesopotâmia (desde 539 com a tomada de (desde 539 com a tomada de BabilôniaBabilônia), o ), o EgitoEgito (desde 525 a.C.) e (desde 525 a.C.) e a a SíriaSíria--palestinapalestina. .

Possibilitou o retorno dos povos exilado Possibilitou o retorno dos povos exilado na na BabilôniaBabilônia às sua pátrias de origem, às sua pátrias de origem, entre os quais os hebreus. entre os quais os hebreus.

Foi vencido por Foi vencido por AlexandreAlexandre MagnoMagno em em 333.333.

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O Egito do II milênio a.CO Egito do II milênio a.C..O Médio Reino (Tebano) de 1991-1785, O Médio Reino (Tebano) de 1991-1785,

foi um período próspero política, foi um período próspero política, economica e literariamente, em estreito economica e literariamente, em estreito relacionamento com a área siro-palestina. relacionamento com a área siro-palestina.

Da segunda metade do II milênio destaca-Da segunda metade do II milênio destaca-se a época dos Ramsés (1305-1347), se a época dos Ramsés (1305-1347), famosa pelas tumbas, templos (Luxor, famosa pelas tumbas, templos (Luxor, Karnak), e pela literatura (“Karnak), e pela literatura (“LivroLivro dosdos MortosMortos”, “”, “TextosTextos dasdas PirâmidesPirâmides”, etc.).”, etc.).

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Hititas, ou Eteus, “filhos de Het” Hititas, ou Eteus, “filhos de Het” (cf Gn 23):(cf Gn 23):

Indo-europeus influenciados pelos Indo-europeus influenciados pelos próximo-orientais, eram habitantes da próximo-orientais, eram habitantes da AnatóliaAnatólia centro-oriental (capital centro-oriental (capital HattusaHattusa). ).

Chegaram a constituir império (1370-Chegaram a constituir império (1370-1152 a.C.), dissolvido pela invasão 1152 a.C.), dissolvido pela invasão dos dos PovosPovos dodo MarMar, dando origem a , dando origem a uma série de estados neo-hititas na uma série de estados neo-hititas na SíriaSíria (Karkemis e Hatina, etc.). (Karkemis e Hatina, etc.).

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Os HurritasOs HurritasForam notáveis a partir do III mil. (Foram notáveis a partir do III mil. (EblaEbla), ),

habitavam a habitavam a MesopotâmiaMesopotâmia setentrional e setentrional e fundaram importantes cidades como fundaram importantes cidades como UrkisUrkis a a leste do leste do TigreTigre. .

Muitos dos seus textos do II mil. foram Muitos dos seus textos do II mil. foram encontrados a encontrados a NuziNuzi..

EblaEbla, descoberta em 1968, vizinha de , descoberta em 1968, vizinha de AlepoAlepo, , na Síria. Teve seu esplendor a 2500-2400 a.C., na Síria. Teve seu esplendor a 2500-2400 a.C., como documentam seus fartos arquivos reais como documentam seus fartos arquivos reais (ca. 17.000 textos e fragmentos). Com ela se (ca. 17.000 textos e fragmentos). Com ela se conhece a mais antiga língua semítica.conhece a mais antiga língua semítica.

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Síria-PalestinaSíria-PalestinaAs poucas informações do II mil. a.C. provêm As poucas informações do II mil. a.C. provêm

da da MesopotâmiaMesopotâmia e e EgitoEgito. . Discretas informações se encontram em Discretas informações se encontram em MariMari, ,

UgaritUgarit, , BibloBiblo. . UgaritUgarit nos deixou notável documentação dos nos deixou notável documentação dos

séc. XV-XIII a.C., representando uma ponte séc. XV-XIII a.C., representando uma ponte entre a cultura mesopotâmica e a futura entre a cultura mesopotâmica e a futura cultura-fenícia, pondo base para um alfabeto na cultura-fenícia, pondo base para um alfabeto na área, com auge em área, com auge em BibloBiblo, de onde se difundiu , de onde se difundiu na na SíriaSíria--PalestinaPalestina e e OcidenteOcidente..

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Os Povos do MarOs Povos do MarTentaram invadir o Tentaram invadir o EgitoEgito (1200 a.C) (1200 a.C)

numa época de crise para as numa época de crise para as potências (potências (EgitoEgito, , AssíriaAssíria e e HititasHititas). ).

Expulsos por Expulsos por RamsésRamsés III, III, dispersaram-se pelo Mediterrâneo. dispersaram-se pelo Mediterrâneo.

Dentre eles conhecemos Dentre eles conhecemos seguramente os filisteus.seguramente os filisteus.

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Os FeníciosOs Fenícios

De 1200 a.C. a 323 a.C. com a morte De 1200 a.C. a 323 a.C. com a morte de de AlexandreAlexandre MagnoMagno. .

Nunca criaram estado, porque suas Nunca criaram estado, porque suas cidades permaneciam autônomas. cidades permaneciam autônomas.

Um de seus méritos é de ter criado Um de seus méritos é de ter criado um alfabeto próprio (um alfabeto próprio (BibloBiblo) e de tê-lo ) e de tê-lo transmitido à transmitido à GréciaGrécia e ocidente. e ocidente.

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Os arameusOs arameusDescendentes dos Descendentes dos amorreusamorreus do final do final

do III mil, fixaram pequenos estados (I do III mil, fixaram pequenos estados (I mil.) na mil.) na SíriaSíria e e MesopotâmiaMesopotâmia setentrional e centro-meriodional setentrional e centro-meriodional ((SipparSippar e e BabilôniaBabilônia). ).

Apoiados na escritura alfabética Apoiados na escritura alfabética adotada, impuseram-se como língua adotada, impuseram-se como língua internacional no Oriente Próximo, internacional no Oriente Próximo, suplantando a acádica (séc. VIII-VII).suplantando a acádica (séc. VIII-VII).

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