"tempos lÍquidos": novas perspectivas acerca do uso de tecnologias digitais na educaÇÃo

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“TEMPOS LÍQUIDOS”: NOVAS PERSPECTIVAS ACERCA DO USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO Joyce Fettermann [email protected] Elaine Teixeira [email protected]

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Page 1: "TEMPOS LÍQUIDOS": NOVAS PERSPECTIVAS ACERCA DO USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO

“TEMPOS LÍQUIDOS”: NOVAS PERSPECTIVAS ACERCA DO USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO

Joyce Fettermann [email protected]

Elaine Teixeira [email protected]

 

Page 2: "TEMPOS LÍQUIDOS": NOVAS PERSPECTIVAS ACERCA DO USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO

IntroduçãoA  vida  líquida,  assim  como  a  sociedade  líquido-moderna,  não  mantém  sua forma nem permanece da mesma maneira por muito tempo.

“As  condições  sob  as  quais  agem  seus  membros  mudam  num  tempo  mais curto do que aquele necessário para a consolidação, em hábitos e rotinas, das formas de agir” (BAUMAN, 2007, p. 7). 

Page 3: "TEMPOS LÍQUIDOS": NOVAS PERSPECTIVAS ACERCA DO USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO

IntroduçãoNo  ambiente  líquido-moderno  a  educação  e  a  aprendizagem  devem  ser contínuas  e  inconclusas,  reformadas  eternamente,  pois  a  formação  da personalidade  é  impensável  de  outra  forma.  O  sujeito  vive  em  constante transformação, em contínuo aprendizado (MOURA, 2009).

Page 4: "TEMPOS LÍQUIDOS": NOVAS PERSPECTIVAS ACERCA DO USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO

IntroduçãoO que significa aprender e ensinar nos dias atuais? 

Como os alunos desta geração aprendem? 

Qual seria a relevância de utilizar as tecnologias digitais para a aprendizagem? 

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Aprender

• Dicionário Michaelis: “tomar conhecimento de”.

Tomar  conhecimento  de  um  objeto  “é  agir  sobre  ele, modificá-lo,  transformá-lo  e  compreender  o processo  dessa  transformação,  compreendendo  o modo como o objeto foi construído” (MOURA, 2009, p.9873). 

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EnsinarExigências e desafios para o professor

•Capacitação  e  aperfeiçoamento  de  suas habilidades;

•Abrir  portas  para  as  novas  tecnologias  e abordagens em suas práticas.

•Mudança de postura frente às demandas atuais.

Page 7: "TEMPOS LÍQUIDOS": NOVAS PERSPECTIVAS ACERCA DO USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO

Aprender & Ensinar

Devido  a  essa  onipresença  nos  ambientes digitais  e  ao  grande  volume  de  interação  que têm com a tecnologia, os alunos de hoje pensam e  processam  as  informações  de  maneira  bem diferente  das  gerações  anteriores  (PRENSKY, 2001).

Page 8: "TEMPOS LÍQUIDOS": NOVAS PERSPECTIVAS ACERCA DO USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO

Como os alunos desta geração aprendem?

Os  Nativos  Digitais  estão  acostumados  a  receber informações  muito  rapidamente.  Eles  gostam  de processar  mais  de  uma  coisa  por  vez  e  realizar múltiplas  tarefas.  [...].  Eles  preferem  acesso  aleatório (como  hipertexto).  Eles  trabalham  melhor  quando ligados a uma rede de contatos. Eles têm sucesso com gratificações  instantâneas  e  recompensas  frequentes. Eles preferem jogos a trabalho “sério” (PRENSKY, 2001, p. 3).

Page 9: "TEMPOS LÍQUIDOS": NOVAS PERSPECTIVAS ACERCA DO USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO

Entre os benefícios de aprender conectados...

[...]  pode-se  mencionar  a  possibilidade  de  ambientes colaborativos,  plataformas  colaborativas,  onde  a cooperação  está  presente,  contemplando  o  trabalho coletivo  a  partir  de  exposição  de  ponto  de  vista,  de debates, de reflexão, de resolução de problemas. Essa colaboração  pode  acontecer  entre  professores,  entre alunos  de  uma  mesma  turma  ou  de  outras  turmas (GOMES et al., 2015, pp.12-13). 

Page 10: "TEMPOS LÍQUIDOS": NOVAS PERSPECTIVAS ACERCA DO USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO

Qual seria a relevância de utilizar tecnologias digitais para a aprendizagem?

Habilidades adquiridas pelos estudantes deste século (HOLDEN E ROGERS, 2001):

a) Habilidade social;b) Habilidade de estudo ou de pensar;c) Habilidade de autoconscientização;

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Qual seria a relevância de utilizar tecnologias digitais para a aprendizagem?

• Aprimoramento das habilidades através da  prática de compartilhar informações e colaborar uns com os outros em redes de aprendizagem;

• Uma  discussão  iniciada  em  sala  de  aula  continua  a repercutir  nos  ambientes  online,  podendo  até inverter  seus  espaços  e  modificar  a  maneira  como alunos e professor se relacionam. 

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Objetivos

• Analisar  algumas  características  identificadas  nos atos  de  ensinar  e  aprender  nos  tempos contemporâneos,  denominados  pelo  sociólogo Bauman (2007) como “tempos líquidos”; 

• Refletir  sobre  a  possibilidade  de  relacionar  essas características à utilização de Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDIC) na educação;

• Observar  a  comunicação  em  inglês  de  alunos  no Facebook.

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Metodologia• Metodologia qualitativa com:

• Revisão de literatura (PRENSKY,  2001,  2012;  BAUMAN,  2007;  MATAR,  2011; 

MOUSQUER  E  ROULIM,  2014;  LACORTE,  2015;  GOMES  et al, 2015; entre outros).

• Observação participante -  Grupo  criado  no  Facebook  para  a  observação  do 

desenvolvimento da comunicação de alunos do nível básico (de um curso livre localizado no município de Itaperuna-RJ) em língua inglesa.

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Resultados

1.  A  comunicação  em  língua  inglesa  aconteceu  de forma natural no ambiente virtual,  inclusive com erros e acertos; 

2. O papel  de  facilitadora  e mediadora das  interações assumido  pela  professora  foi  importante,  pois incentivou os alunos a continuarem se comunicando.

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Resultados

3. Realizar tarefas no ambiente virtual permitiu tanto a ampliação do espaço da sala de aula, quanto a inversão do mesmo, pois  foi  possível  levar  a  sala  de  aula física para a rede virtual (LACORTE, 2015).

4.  O  feedback  através  das  correções  de  erros possibilitaram uma atenção individualizada, criando um ambiente  de  apoio  ao  ensino  e  ao  aprendizado  e ajudando a desenvolver a escrita dos alunos.

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Considerações finais

• As novas configurações das relações humanas (do  real  para  o  virtual)  têm  atingido  a educação,  que  passa  por  mudanças consideráveis,  assumindo  uma  fase  mais líquida, dinâmica, a cada geração; 

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Considerações finais• Professores e alunos assumem novos papéis;• O  processo  de  ensino  e  aprendizagem  se tornou mais  interativo e  colaborativo através do uso das redes virtuais;

• Os  espaços  e  as  dimensões  da  sala  de  aula estão  se  invertendo,  o  que  traz  diversas vantagens (observadas neste trabalho).

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ReferênciasBAUMAN, Z. Modernidade Líquida. Trad. Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. ___________. Tempos líquidos. Trad. Carlos Alberto Medeiros. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.

___________. Vida Líquida. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.

BELLONI, M. L. Ensaio sobre a educação a distância no Brasil. In: Educação & Sociedade, ano XXIII, n. 78, Abril, 2002.

GOMES, A. S. et al. Cultura digital na escola: habilidades, experiências e novas práticas. Recife: Pipa comunicação, 2015.

HOLDEN, S.; ROGERS, M. O ensino da Língua Inglesa. 1ª ed. São Paulo: Special Books Services Livraria, 2001. 

LACORTE, Roberto Flores. Sala de aula invertida para uma aprendizagem invertida. Disponível em: <http://www.simposiohipertexto.com.br/2015/04/19/sala-de-aula-invertida-para-uma-aprendizagem-invertida/>.  Acessado em: 02 jun. 2016.

MATTAR, J. Guia de educação a distância. São Paulo: Cengage Learning: Portal Educação, 2011.

MOURA, J. D. P. A formação do professor em “tempos líquidos modernos”. IX Congresso Nacional de Educação – EDUCERE e III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia, 2009.

PRENSKY, M. Nativos Digitais, Imigrantes Digitais. Tradução do artigo Digital natives, digital immigrants, cedida por Roberta de Moraes Jesus de Souza: professora, tradutora e mestranda em educação pela UCG. On the Horizon, NCB University Press, v. 9, n. 5, out. 2001.

_____________________ Aprendizagem baseada em jogos digitais. Tradução de Eric Yamagute; revisão técnica de Romero Tori e Deio Di Lascio. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2012.

VARGAS, C. P. EDUCAÇÃO LÍQUIDA? Relato de uma experiência com o método EAD numa leitura com Zygmunt Bauman. In: Instrumento – Revista de Estudo e Pesquisa em Educação. v. 13, n. 1, 2011.