tempo de renascimento? a trajetória histórica da fiperj … · história oral articulada com a...

15
1 Tempo de Renascimento? A Trajetória Histórica da FIPERJ PAULA RITTER e ALESSANDRA COSTA* 1 RESUMO Esse texto visa tecer uma reflexão sobre uma instituição pública do estado do Rio de Janeiro a partir de dois momentos distintos de sua história. Trata-se da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro Fiperj. Por meio de projetos executados no passado e relembrados pelos entrevistados foi possível identificar que a organização passa por um importante momento que lhe possibilita refletir acerca de estratégias futuras no que concerne à sua gestão, identidade, imagem, reconhecimento e legitimação. Em termos metodológicos foi a História Oral articulada com a leitura e análise de documentos institucionais que permitiram essa reflexão. INTRODUÇÃO Esse trabalho visa tecer uma reflexão sobre Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro Fiperj a partir de dois momentos distintos de sua história. A inspiração para tal análise surgiu dos relatos dos entrevistados, nos quais foi evidenciado que a organização passa por um importante momento, simbolicamente representado pelo renascimento institucional. A Fiperj tem como missão promover o desenvolvimento sustentável da aquicultura e pesca fluminense, ao gerar e difundir informações e tecnologias, articulando e consolidando políticas públicas para o setor em benefício da sociedade 2 . A organização realiza pesquisas aplicadas em diversas áreas 3 , trabalhos de assistência técnica e extensão (ATEPA) e ações de fomento às atividades pesqueira e aquícola. A Fundação foi criada em 1987 vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento com o objetivo de: 1 PAULA RITTER - Pesquisadora da Fundação Instituto de Pesca do Estado Rio de Janeiro - Fiperj. Doutora em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social. EICOS/UFRJ. ALESSANDRA COSTA - Professora da Escola de Negócios (IAG) da PUC-Rio. Doutora em Administração de Empresas. 2 Página da Fiperj: http://www.fiperj.rj.gov.br/index.php/main/missao . 3 Ecologia de Ambientes Aquáticos; Nutrição de Organismos Aquáticos; Tecnologias em Ranicultura; Nutrição de Rãs e Girinos; Reprodução, Obtenção de Desovas e Larvicultura de Rã-Touro; Produção de Plâncton; Reprodução e Larvicultura de Peixes; Reprodução e Larvicultura de Moluscos; Tecnologia do Pescado; Ciências Humanas e Sociais de Comunidades Aquícolas e Pesqueiras (Fiperj, 2014).

Upload: truongmien

Post on 17-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1

Tempo de Renascimento? A Trajetória Histórica da FIPERJ

PAULA RITTER e ALESSANDRA COSTA*1

RESUMO

Esse texto visa tecer uma reflexão sobre uma instituição pública do estado do Rio de Janeiro a

partir de dois momentos distintos de sua história. Trata-se da Fundação Instituto de Pesca do

Estado do Rio de Janeiro – Fiperj. Por meio de projetos executados no passado e relembrados

pelos entrevistados foi possível identificar que a organização passa por um importante

momento que lhe possibilita refletir acerca de estratégias futuras no que concerne à sua

gestão, identidade, imagem, reconhecimento e legitimação. Em termos metodológicos foi a

História Oral articulada com a leitura e análise de documentos institucionais que permitiram

essa reflexão.

INTRODUÇÃO

Esse trabalho visa tecer uma reflexão sobre Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio

de Janeiro – Fiperj a partir de dois momentos distintos de sua história. A inspiração para tal

análise surgiu dos relatos dos entrevistados, nos quais foi evidenciado que a organização

passa por um importante momento, simbolicamente representado pelo renascimento

institucional.

A Fiperj tem como missão promover o desenvolvimento sustentável da aquicultura e

pesca fluminense, ao gerar e difundir informações e tecnologias, articulando e consolidando

políticas públicas para o setor em benefício da sociedade2. A organização realiza pesquisas

aplicadas em diversas áreas3, trabalhos de assistência técnica e extensão (ATEPA) e ações de

fomento às atividades pesqueira e aquícola.

A Fundação foi criada em 1987 vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura e

Abastecimento com o objetivo de:

1PAULA RITTER - Pesquisadora da Fundação Instituto de Pesca do Estado Rio de Janeiro - Fiperj. Doutora em

Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social. EICOS/UFRJ. ALESSANDRA COSTA - Professora da

Escola de Negócios (IAG) da PUC-Rio. Doutora em Administração de Empresas.

2 Página da Fiperj: http://www.fiperj.rj.gov.br/index.php/main/missao . 3 Ecologia de Ambientes Aquáticos; Nutrição de Organismos Aquáticos; Tecnologias em Ranicultura; Nutrição

de Rãs e Girinos; Reprodução, Obtenção de Desovas e Larvicultura de Rã-Touro; Produção de Plâncton;

Reprodução e Larvicultura de Peixes; Reprodução e Larvicultura de Moluscos; Tecnologia do Pescado; Ciências

Humanas e Sociais de Comunidades Aquícolas e Pesqueiras (Fiperj, 2014).

2

promover a utilização racional dos recursos vivos aquáticos, o

incremento da indústria de pesca em seus diferentes níveis e a

proteção aos ecossistemas envolvidos de forma harmônica e integrada

na política sócio-econômica estadual. (Lei 1.202 de 07/10/1987).

Em 2011, a Fiperj passou a integrar a recém-criada Secretaria de Estado de

Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca - SEDRAP passando por um expressivo

processo de reestruturação.

Ao sistematizar sua história apropriando-se de suas memórias, uma organização tem a

possibilidade de pensar o que se foi, o que se é, e aquilo que se deseja ser, construindo,

fortalecendo ou, ainda, re-elaborando sua identidade. É ter a possibilidade de identificar a

importância da organização para a sociedade, público atendido, funcionários e gestores,

entendendo sua função na sociedade, sua inserção social e política. Significa também ter a

oportunidade de agir com responsabilidade histórica, perante a sociedade, dando publicidade

as suas ações ao longo do tempo e facilitando o acesso a elas.

Falar de história e memória institucional é falar de identidade. A identidade de uma

organização é constituída pelo conjunto de representações que seus integrantes formulam

sobre o significado dessa organização, ou seja, quem é uma organização "depende de como

seus integrantes compreendem a si mesmos como uma organização" (Whetten e Godfrey,

1998:33 apud MACHADO, 2005). Já a imagem de organização está atrelada aos

observadores externos, existindo uma relação de complementaridade entre identidade e a

imagem organizacional.

Memória é um fenômeno individual, mas também coletivo e social, potencializado, por

ser uma construção, ou seja, um fenômeno construído coletivamente e submetido a mudanças

constantes (Halbwachs, 1990). Pollack (1992) define que a memória é um fenômeno

construído (consciente ou inconsciente), como resultado do trabalho de organização

(individual ou social). Para o autor:

a memória é um elemento constituinte do sentimento de identidade,

tanto individual como coletiva. Sendo assim, é também um fator

extremamente importante do sentimento de continuidade e de

3

coerência de uma pessoa ou de um grupo em sua reconstrução de si

(POLLACK, 1992:204).

Memórias podem ser mantidas, reproduzidas, esquecidas, silenciadas. Tanto nos

grupos quanto nas organizações lembrar depende “de quem” as lembra e de quem tem o

direito de “manifestá-las” (Halbwachs, 1990; Costa e Saraiva, 2011). No contexto

organizacional, memória pode ser analisada sob diferentes perspectivas, entre elas:

lembranças de seus funcionários; a análise histórica de suas estratégias e projetos;

organização e democratização de suas fontes documentais, processos de gestão do

conhecimento (Coelho, 2004; Worcman, 2004; Almeida e Rovai, 2013; Grigorovski, 2004).

Considerando que uma “organização não existe isolada da sociedade, que sua história

reflete o compromisso social e público de uma empresa, resgatar as memórias institucionais

tornando-as públicas é também devolver para a sociedade parte da história do país”

(Worcman, 2004: 27).

Nesse sentido, várias organizações têm investido nem estudos de memória,

implementando centros de memórias, museus e arquivos (Worcman, 2004, Almeida e Rovai,

2013), pois já identificaram sua utilização estratégica. Contudo, conforme já descrito na

literatura (Lobo 1997; Totini e Gagete, 2004; Figueiredo, 2009; Coraiola, 2012) muitas

organizações quando iniciam pesquisas sobre suas memórias e sua trajetória histórica se

deparam com a dificuldade de acessar suas fontes documentais4. Ressaltando a importância da

utilização estratégica de fontes documentais, esta dificuldade precisa ser superada uma vez

que as próprias empresas já identificaram que ter disponível informações históricas

(trajetórias, realizações, erros e acertos, entre outras) no tempo certo é fundamental (Nassar,

2004; Toledo, 2004) e que grande parte destas informações só pode ser rapidamente

conseguida caso haja um controle completo de dados da organização. A literatura sugere que

tal estratégia é fundamental no ambiente organizacional, mas também requer mudanças

internas (Coelho, 2004; Worcman, 2004).

Ao ter sua história e sua memória sistematizadas, uma organização tem a possibilidade

de construir uma identidade, ter elementos para seu reconhecimento, legitimação, criar

4 Nessa linha, a pesquisa desenvolvida visa, a médio termo, contribuir para a organização de fontes documentais

institucionais, iniciando, facilitando e potencializando diferentes processos.

4

estratégias de comunicação (interna e externa), de planejamento, aumentando o desempenho

humano e organizacional e ainda é uma forma de manter sua coesão interna (Coelho, 2004;

Toledo, 2004; Ribeiro e Barbosa, 2005). Segundo Toledo (2004) A memória de uma empresa

é talvez seu maior patrimônio, pois não é algo concreto que se negocia, como se faz com

produtos ou com as instalações de uma fábrica (TOLEDO, 2004:19).

Essa reflexão acerca de um tempo de renascimento da Fiperj indica que um

significativo avanço foi iniciado na instituição. A seguir será realizado um paralelo entre

projetos executados nos dois momentos evidenciados pelos entrevistados (o primeiro foi

denominado pelas autoras com o Surgimento da Fiperj e o segundo como o Renascimento

institucional).

METODOLOGIA

Os estudos envolvendo memória e história organizacional podem ter como característica a

articulação de metodologias e o diálogo de diferentes tipos fontes para dar sentido ao passado

que permitam estabelecer uma relação entre passado e presente (Souza, 2010; Almeida e

Rovai, 2013). O uso de fontes orais/entrevistas e histórias de vida têm permitido um maior

detalhamento da história, articulando e complementando a história registrada em fontes

escritas.

Segundo Verena Alberti (1996), a História Oral consiste em uma metodologia que tem a

potencialidade de permitir uma pluralidade de memórias e versões do passado por meio da

realização de entrevistas gravadas com testemunhas do passado. Os relatos pessoais permitem

a transmissão de uma experiência coletiva, de uma visão de mundo tornada possível em dada

sociedade (Alberti, 1996). Para a pesquisadora:

a história oral permite não apenas compreender como o passado é concebido

pelas memórias, mas principalmente como essas memórias se constituíram. Ela

é também fato, possível de ser objetivamente estudada. E tomar a memória

como fato permite entender como determinadas concepções do passado se

tornaram coisas, sem o que as explicações do presente permanecem

insuficientes (ALBERTI, 1996:8).

A história da Fiperj está fragmentada e a maior fonte de informação ainda consiste nas

memórias de funcionários mais antigos que estão em processo de aposentadoria. Desse modo,

as memórias da organização foram acessadas principalmente por meio da História Oral.

5

Documentos oficiais como publicações em Diários Oficiais do Estado do Rio de Janeiro

(DORJ) e fontes documentais internas também foram consultadas.

Foram utilizadas as entrevistas realizadas com quatro servidores e uma com o filho do

principal idealizador da organização. As entrevistas foram realizas individualmente,

geralmente no local de trabalho, sendo que para duas delas foi utilizado o Skype. Foi

elaborado um roteiro com temas a serem abordados durante as entrevistas, contudo, foi

solicitado que cada entrevistado iniciasse seu relato articulado sua trajetória pessoal com a

história institucional. Para a seleção inicial dos entrevistados foram priorizados os

profissionais que estão em fase de aposentaria e atuaram em órgãos distintos da Empresa

Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio) vinculada à Secretaria de

Agricultura e posteriormente foram incorporados ao quadro da Fiperj.

Cabe dizer que os entrevistados não serão identificados, buscando preservar sua identidade

e que os depoimentos utilizados para ilustrar este texto foram editados e corrigidos, sem, no

entanto, desfigurar seu sentido e tom original. Apesar disso, uma breve caracterização dos

mesmos será apresentada abaixo.

Entrevistado 1 – iniciou sua carreira na Estação Experimental de Guaratiba (Pesagro-Rio)

em meados da década 1970. Já se encontra aposentada, mas continua desenvolvendo

pesquisas na instituição. Entrevistado 2 – atuou como estagiário na UPM (Pesagro-Rio), nos

1980 sendo contratado como pesquisador e incorporado a Fiperj. Realizou pesquisas ao longo

de sua trajetória na Fiperj. Entrevistado 3 – atuou como estagiário na Estação experimental de

Guaratiba (Pesagro-Rio), nos 1980 sendo contratado como pesquisador e incorporado a

Fiperj. Foi Diretor-Presidente da Fiperj nos anos 2000 e atualmente atua como pesquisador.

Entrevistado 4 – Filho do principal idealizador da Fiperj tendo ingressado como pesquisador

na UPM (Pesagro-Rio), no inicio de 1987. No início dos anos 1990 saiu da Fiperj para

realizar sua pós-graduação e atualmente atua como pesquisador em instituição semelhante à

Fiperj em outro estado.

Todos os entrevistados iniciaram suas carreiras ainda na Pesagro-Rio, sendo incorporados

à Fiperj quando de sua criação, como pesquisadores. Os entrevistados 2 e 3 encontram-se em

processo de aposentadoria. Cabe mencionar que todos os entrevistados são do gênero

masculino à exceção do primeiro, que é uma mulher.

6

No que concerne às informações obtidas nas fontes documentais, elas foram acessadas por

meio dos relatórios anuais de atividades – disponíveis na página da internet da Fiperj, em

consulta a Diários Oficiais do Estado (DORJ) e Atas de Reunião de Diretoria, documentos

que fazem parte do acervo institucional. É importante ressaltar que a primeira autora deste

trabalho atua na Fiperj desde 2008, acompanhando, portanto, as mudanças ocorridas a partir

desse período. A seguir será traçado um paralelo entre alguns projetos executado nos dois

momentos.

A Trajetória Histórica da FIPERJ

Conforme já mencionado, de 1987 até 2011, a Fiperj esteve vinculada a Secretaria de

Estado de Agricultura, quando, em 2011, passou a integrar a Sedrap. É importante reconhecer

que a materialização de parte das conquistas do período 2011-2014 resultaram de processos

iniciados em gestões anteriores, especialmente a partir de 2007, conforme indicado por dois

entrevistados: De 2007 em diante é que as coisas foram mudando (Entrevistado 1) e Eu voltei

a me relacionar com a Fiperj, enquanto instituição em 2009 por conta do projeto de

Monitoramento de desembarques pesqueiros (Entrevistado 4).

A título de exemplo, a partir de 2007, a Fiperj, ampliou seu quadro funcional, passou a

integrar diferentes órgãos colegiados que envolvem discussões e ações correlatas à pesca e

aqüicultura, fortaleceu processos de articulação com estruturas das três esferas

governamentais visando uma nova reinserção no contexto das políticas públicas específicas

para a pesca e aqüicultura.

1º momento – Surgimento da Fiperj.

A Fiperj é oriunda da fusão de duas unidades da Empresa de Pesquisa Agropecuária

do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio) quais sejam: Unidade de Pesquisa Marítima

(UPM) e Estação Experimental de Guaratiba. Posteriormente à criação da Fiperj a Estação

Experimental de Guaratiba passou a ser denominada Estação Experimental de Aquicultura

Almirante Paulo Moreira (EEAAPM).

7

Para a criação da Fiperj foi constituído um Grupo de Trabalho (GT)5 visando a

proposição de medidas e instrumentos para a elaboração e execução da Política Estadual

voltada para a pesquisa, extensão e fomento do setor pesqueiro estadual. O grupo elaborou um

diagnóstico intitulado Estudo Preliminar da Economia Pesqueira Fluminense (25/04/87) que

subsidiou a elaboração do projeto de lei nº 176/87 que foi votado e aprovado por unanimidade

na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro – ALERJ. Segundo a mensagem do

governador Moreira Franco, estava sendo criada uma instituição para:

propor e executar a política pesqueira do estado, com vistas a

aprimorar o aproveitamento dos recursos pesqueiros, de modo a

permitir a elevação da escala de produção, quer junto à costa do

estado, quer ao longo da costa brasileira, quer no que concerne à

aquicultura no litoral e no interior. Nesse contexto, situar-se-á, então a

equipagem e modernização da frota pesqueira, a realização da

pesquisa e o desenvolvimento da assistência técnica, da extensão e do

fomento às atividades de captura, cultivo, produção, industrialização,

comercialização, abastecimento e consumo dos recursos vivos

aquáticos (Mensagem nº27/87, DORJ II, 26/06/1987. p.03).

No âmbito interno da Secretaria de Agricultura, a criação da Fiperj possibilitou o

destaque aos trabalhos de pesca e aquicultura desenvolvidos, conforme aponta um

entrevistado:

“Quando ela (Fiperj) foi criada, num primeiro momento ela teve uma

grande relevância. A criação da Fiperj teve mérito por destacar a

pesca e aquicultura dentro de uma empresa de pesquisa agropecuária”

(Entrevistado 2).

Em um contexto mais amplo, a criação da Fiperj se deu em um momento de

enfraquecimento da Sudepe (1962-1989), subordinada ao Ministério da Agricultura que, em

1989, foi incorporada ao IBAMA6 (Lei 7735, de 22/02/1989). A Sudepe tinha entre suas

atribuições: prestar assistência técnica e financeira aos empreendimentos de pesca; realizar

5 Resolução 195/87 da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro – acervo da

Fiperj. 6 Quando da criação do IBAMA ele fora vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.

8

estudos, em caráter, permanente, que visassem à atualização das leis aplicáveis à pesca ou aos

recursos pesqueiros, propondo as providências convenientes; assistir aos pescadores na

solução de seus problemas econômico-sociais (Lei Delegada 10, de 11/10/1962).

Nesse momento de mudanças na estrutura federal, um entrevistado relatou:

“o governo do estado entendeu a importância de ter em sua estrutura

uma organização que pudesse preencher, pelo menos, em certa

medida, a lacuna deixada pela Sudepe, criando então a Fiperj.

(Entrevistado 4).

“Então nesse primeiro tempo, a relevância da Fiperj, foi a busca de

procurar dar ao produtor (pescador e aquicultor) um apoio

institucional que ele deixou de ter com o enfraquecimento e extinção da

Sudepe”. (Entrevistado 4).

Importantes trabalhos, muitas vezes pioneiros, foram desenvolvidos pela EEAAPM, na

área de aquicultura e, na UPM, na área de pesca. A EEAAPM desenvolveu pesquisas na área

de larvicultura e cultivo de camarão em uma época em que tanto o país quanto o estado

investiam na carcinicultura. O governo do estado do Rio de Janeiro teve na EEAAPM um

centro de referência nesses estudos, nas décadas de 1970 e 1980. Nessa mesma época, a UPM

desenvolvia pesquisas em tecnologias de pesca como, por exemplo, nas pescarias de atuns e

afins; estudos com atratores de cardumes e cruzeiros de prospecção pesqueira na Zona

Econômica Exclusiva Brasileira7.

Até primeira metade da década de 19908, poderia se dizer que vários projetos

executados pela UPM e EEAPM foram mantidos pela Fiperj. Ainda nesse período a

organização participou de debates nas esferas federal e estadual, tais como: estudos para a

7 Vale dizer que parte dos resultados das pesquisas obtidas nos cruzeiros realizados com a embarcação da

Pesagro-Rio, posteriormente da Fiperj chamada Malacostraca foram publicados no âmbito do Programa de

Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva do Ministério do Meio

Ambiente – MMA. Os resultados foram publicados por ÁVILA-DA-SILVA e VAZ-DOS-SANTOS (2007). 8 Tal afirmação é possível, a partir da análise de atas de reuniões de diretoria, cabendo dizer que também precisa

ser relativizada uma vez que os registros no livro de atas posteriores – a partir da segunda metade da década de

1990 são menos frequentes até a gestão entre 2007-2009, quando se verificou uma frequência maior nos

registros. Assim, ainda é preciso buscar em outro tipo de fonte, informações que possam subsidiar conclusões

mais precisas sobre a atuação da organização no período que há lacuna de registro.

9

nova localização do Terminal Pesqueiro/Entreposto; criação de uma escola de pesca estadual;

criação da Secretaria Nacional de Desenvolvimento Pesqueiro – SENDEP9.

Para a execução de alguns projetos, a Fiperj tinha parcerias com a Empresa Brasileira

de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, Comissão Interministerial para os Recursos do Mar -

CIRM, Financiadora de estudos e projetos - FINEP, Banco do Brasil e Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq (atas de reunião de diretoria). Além disso,

existiam parcerias com alguns municípios fluminenses e orçamento do próprio governo do

estado.

No âmbito internacional, estabeleceu parceria com o governo japonês por meio da

Japan International Cooperation Agency – JICA, para desenvolver um projeto na área de

aquicultura marinha; com a Hungria para a criação de peixes em associação com marrecos de

Pequim e com a FAO para o desenvolvimento do Projeto Mexilhão-Rio envolvendo a

maricultura no município de Niterói.

A seguir serão apresentados alguns projetos executados no período denominado, pelos

entrevistados, como renascimento. Tais ações puderam ser identificadas por meio dos

depoimentos, pela experiência da primeira autora na instituição bem como pela consulta a

relatórios institucionais.

2º momento – Renascimento institucional

Em 2011, com a criação da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Regional,

Abastecimento e Pesca – Sedrap (Decreto 42.777 de 30/12/2010; DORJ, 3/01/2011), a Fiperj

ganhou uma nova sede e teve seu quadro funcional ampliado. No período entre 2012 e 2014

foi realizado concurso público, foram inaugurados escritórios em diferentes municípios

fluminenses, totalizando, respectivamente, 81 novos profissionais - técnicos e pesquisadores

e, 12 escritórios regionais. Além dessa estrutura, a Fiperj conta com a Escola de Pesca

Ascânio de Farias10, a Estação Experimental de Aquicultura Almirante Paulo Moreira –

9 As discussões acerca da Secretaria Nacional de Pesca que seria vinculada ao Ministério da Agricultura,

contaram com participação da Fiperj em alguns momentos conforme verificado nas atas de reunião de diretoria

de 25/11/1992; 12/7/1993.

10 A escola de pesca foi inaugurada em 1998 e atualmente conta três laboratórios de pesquisa: o de Amostragem

Biológica; de Coleção Ictiológica e o de Higiene e Tecnologia do Pescado, este último utilizado para preparo e

avaliação de amostras de pescado, além de processamento tecnológico como salga e defumação. A escola ainda

10

EEAAPM e as Unidades de Produção de Cordeiro e Rio das Flores. Tais fatos aumentaram a

capilaridade institucional facilitando o atendimento ao público alvo e a ampliação do número

de pesquisas aplicadas.

Os entrevistados apontam o quão significativa foi a mudança para uma nova Secretaria

de Estado, conforme demonstrado abaixo:

Graças a Deus que mudamos para a Sedrap. Foi um divisor de águas.

Nós estávamos agonizantes e hoje estamos graças à atitude político-

administrativa do Secretário de Estado da época e dos nossos

Presidentes e Diretores. Hoje temos instalações maravilhosas,

funcionários e pesquisadores. (Entrevistado 3).

Esse foi o melhor período para a Fiperj passamos da abóbora para a

carruagem. Teve o concurso. Teve um aumento salarial. A nossa

saída para Sedrap foi o nosso renascimento....a Sedrap foi a nossa

libertação. (Entrevistado 1).

Em relação aos projetos executados serão mencionados: Monitoramento de

Desembarques Pesqueiros, Caracterização Socioeconômica da Pesca e da Aquicultura –

PCSPA, Cidade da Pesca, Projeto para Revitalização da Pesca Artesanal e Seu Território na

comunidade de Jurujuba.

O Monitoramento de Desembarques Pesqueiros desenvolvido no inicio da década de

1990 foi interrompido e retomado em 2010, com financiamento do MPA. Em 2102, passou a

ser executado com recursos do Governo do Estado do Rio de Janeiro e em parceria com os

municípios. Além disso, em 2013, foi estabelecida articulação com o Instituto de Pesca de

São Paulo. Tais parcerias permitiram, em primeira instância, o fortalecimento, a expansão, a

otimização na obtenção de informações sobre desembarque e produção de pescado e o diálogo

interinstitucional (Fiperj, 2011; 2014).

A Fiperj coordenou a execução do Projeto de Caracterização Socioeconômica da

Pesca e da Aquicultura – PCSPA no estado, entre 2013 e 2014, uma demanda antiga do setor.

Tal projeto foi executado concomitantemente no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa

realiza cursos profissionalizantes em parceria com a Faetec. Já a EEAAPM foi inaugurada nos anos 1970 e

atualmente possui laboratórios de: algas e rotíferos, de piscicultura marinha, de ecologia pesqueira, de alimentos

e alimentação de organismos aquáticos e ainda a unidade e tecnologia de pescado e unidade de pesquisa em

ranicultura.

11

Catarina com financiamento da Petrobrás (Fiperj, 2014). Informações de tracem um perfil dos

trabalhadores da pesca e da aquicultura fluminenses estão dispersas, são provenientes de

diferentes iniciativas, por vezes utilizando metodologias distintas e, em alguns casos, não

estão disponíveis ao público. Ter a possibilidade de coordenar a execução de tal projeto no

Rio de Janeiro representa para a Fiperj a possibilidade de maior aproximação com seu público

alvo, articulação institucional e participação em debates sobre as políticas públicas para o

setor.

Uma proposta da Sedrap em parceria com a Fiperj que visa contribuir para a

reestruturação do setor pesqueiro no estado do Rio de Janeiro, criando condições para seu

desenvolvimento é o projeto Cidade da Pesca11 (Fiperj, 2014). Desde 2012, o projeto está

sendo planejado, apresentado, discutido e articulado com diferentes parceiros. Em relação ao

terminal de desembarque de pescado, cabe dizer que com o fechamento do entreposto da

Praça XV, os pontos de desembarque na região metropolitana foram pulverizados,

dificultando tanto o monitoramento de informações quanto a comercialização de pescado. É

interessante mencionar, que no passado, a Fiperj participou de discussões iniciais, realizando

estudos e articulações para identificar um novo local para os desembarques. Na década de

2000, a Secretaria Especial da Pesca e Aquicultura e, posteriormente, o MPA retomaram as

discussões com o setor para identificar um local para o entreposto de pesca do estado.

Atualmente, a proposta da Sedrap referente ao projeto Cidade da Pesca está articulada com o

MPA e outras organizações, visando potencializar e unir esforços para atender uma

necessidade do setor pesqueiro fluminense.

O Projeto para Revitalização da Pesca Artesanal e Seu Território na comunidade de

Jurujuba, Niterói, no componente referente à maricultura, a Sedrap com colaboração da Fiperj

desenvolveu estudo adotando metodologia participativa visando a definição de estratégias

conjuntas para o desenvolvimento da atividade na região. Tal ação pode ser entendida como

uma retomada, em novo formato e em consonância com novos conceitos, de uma ação

fomentada pela Fiperj, no inicio da década de 1990 junto aos marisqueiros de Jurujuba. Ritter

11 O Projeto Cidade da Pesca tem parceria com a Prefeitura de São Gonçalo, Companhia de Desenvolvimento

Industrial do Estado do Rio de Janeiro-Codin/Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e

Serviços - Sedeis e MPA. O projeto consiste tem quatro subprojetos 1) Terminal Pesqueiro Público (TPP); 2)

Condomínio Industrial Pesqueiro Sustentável; 3) Núcleo Habitacional (reassentamento e produção de unidades);

4) Revitalização da Pesca Artesanal e seu Território.

12

(2007) em seu estudo aponta para a importância da Fiperj durante a organização social dos

marisqueiros de Jurujuba e nas articulações para fomentar a maricultura na localidade.

No âmbito internacional, a Fiperj, em conjunto com a MSC e a Aquaculture

Stewardship Council (ASC) está desenvolvendo um projeto piloto no estado do Rio de

Janeiro de Certificação de Pescado Sustentável (Fiperj, 2014). Esse trabalho possibilita incluir

e agregar discussões mais amplas no dia-a-dia do trabalho, contribuindo também para o

desenvolvimento do setor.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Somente por meio desse trabalho está sendo possível sistematizar e conhecer parte da

história da Fiperj. Uma história pouco conhecida para a sociedade, gestores e seus atuais

servidores, que em sua maioria ingressou em 2012. Ter a história da Fiperj sistematizada e

publicizada significa compreender as razões para sua criação, conhecer os projetos realizados,

dar visibilidade para a instituição que é específica para pesca e aqüicultura, devolver para a

sociedade os investimentos feitos em uma ação de responsabilidade social e histórica, e

propiciar a construção, fortalecimento e/ou re-elaboração da identidade coletiva e

institucional, fortalecendo a sensação de pertencimento, conforme já apontado por Souza

(2010), Toledo (2004) e Ribeiro e Barbosa (2007).

Conhecer as atividades desenvolvidas nos anos anteriores à criação da Fiperj, nos

primeiros anos após sua criação só foi possível por meio do relato dos entrevistados e da

leitura e análise de atas de diretoria. Isso reforça a importância da preservação de documentos

institucionais, conforme descrito por Souza (2010), Almeida e Rovai (2013); dos fatos que

muitas vezes ainda estão nas lembranças dos servidores e podem ser utilizados para completar

de lacunas de documentos (Toledo, 20014) bem como para corroborar informações. Ressalta-

se, ainda, que um trabalho de memória institucional permite que a instituição tenha a

possibilidade de resgatar e dar continuidade a ações desenvolvidas no passado bem como

reavaliar estratégias de gestão.

A metodologia da História Oral permitiu a comparação e identificação entre dois

momentos que podem ser considerados marcos institucionais importantes – a criação da

Fiperj e o seu renascimento. Esse renascimento só é possível por existir um referencial

13

passado, ações e processo institucionais vividos pelos entrevistados e rememorados por eles

que lhes permitiram uma analogia com o momento atual. Tal fato corrobora que essa

concepção teórico-metodológica possibilita acessar uma série de nuances, percepções e

informações que geralmente não constam nas fontes documentais (Pollack, 1992; Alberti,

1996).

O renascimento apontado pelos entrevistados está, em certa medida, relacionado à

transferência da Fiperj para a SEDRAP, contudo, é importante ressaltar que muitas das

conquistas ocorridas entre 2011-2014 resultaram de processos de reestruturação iniciados em

gestões anteriores, especialmente a partir de 2007, conforme já mencionado.

Integrar uma nova Secretaria de Estado (SEDRAP) possibilitou tanto um processo de

reestruturação quanto o fortalecimento de articulações que vem favorecendo a execução de

projetos em rede nas áreas de pesquisa e de extensão pesqueira e aquicola. Por meio do

conhecimento gerado está sendo possível ampliar e fortalecer a participação dos debates

acerca das políticas públicas específicas; estabelecer parcerias e captar de recursos,

aumentando a visibilidade, reconhecimento e o protagonismo tanto no cenário estadual quanto

no nacional. O renascimento institucional significou uma série de possibilidades para a

organização, contudo, diante do contexto de crise em que se encontra o estado do Rio de

Janeiro, algumas perguntas podem ser feitas: que estratégias poderão ser empreendidas para

garantir a sustentabilidade dos projetos? Como dar continuidade aos processos iniciados no

período entre 2011-2014 que vem contribuindo para o fortalecimento do protagonismo

institucional?

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ALBERTI, V. O que documenta a fonte oral? Possibilidades para além da construção do passado. p.1-

12. 1996. Disponível em: http://cpdoc.fgv.br/producao_intelectual/arq/869.pdf. Acesso em:

01/05/2015.

ALMEIDA, J. E ROVAI, M. História pública: entre as “políticas públicas” e os “públicos da história”.

IN: Anais do XXVII Simpósio Nacional de História. Natal, RN. 2013. Disponível em:

http://snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1364156201_ARQUIVO_TextoFinal_ANPUHNATAL_

HistoriaPublica_2013.pdf. Acesso em: 01/05/2015.

ÁVILA-DA-SILVA, O. e VAZ-DOS-SANTOS, A. M. ANÁLISE DAS CAPTURAS DE ATUNS E

AFINS BASEADAS NA PESCA PELO MÉTODO DE VARA E ISCA-VIVA REALIZADA PELO

14

N/PQ MALACOSTRACA DE 1980 A 1991. 2007. In: Avaliação do Potencial Sustentável de

Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva. MMA - REVIZEE Análise /refinamento dos dados

pretéritos sobre prospecção pesqueira. Anexo 02, vol.31, n.1. Disponível em:

http://www.mma.gov.br/estruturas/revizee/_arquivos/malacost.pdf. Acesso em 09/05/2015.

COELHO, E. M. Gestão do conhecimento como sistema de gestão para o setor público. Revista do

Serviço Público, v. 55, n. 1 - 2. p. 89-115. 2004. Disponível em:

http://seer.enap.gov.br/index.php/RSP/article/view/247. Acesso em: 01/05/2015.

CORAIOLA, D. M. Importância dos arquivos empresariais para a Pesquisa histórica em

Administração no Brasil. Cadernos EBAPE. BR, vol 10, nº2, p.254-269, 2012.

COSTA, A. E SARAIVA, L. Memória e formalização social do passado nas Organizações. Revista

de Administração Pública – RAP (RJ), 45(6): 1761-80. 2011.

Decreto 42.777, de 30/12/2010. Disponível em:

http://www.atosdoexecutivo.rj.gov.br/publico/principal.aspx#FimPagina. Acesso em: 01/05/2015.

Lei 7.735, de 22/02/1989. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7735.htm.

Acesso em: 01/05/2015.

Lei Delegada 10, de 11/10/1962. Disponível em

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ldl/ldl10.htm. Acesso em 01/05/2015

HALBWACHS, M. Memória coletiva. Vértice. São Paulo. 1990.

FIGUEIREDO, M.C. Da Memória dos Trabalhadores à Memória Petrobras: a história de um projeto.

Dissertação de Mestrado. CPDOC – Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2009.

FIPERJ. Relatório Anual de Atividades. 2011. Disponível em:

http://www.fiperj.rj.gov.br/fiperj_imagens/arquivos/revistarelatorios2011.pdf. Acesso em 01/05/2015.

FIPERJ. Relatório Anual de Atividades. 2014. Disponível em:

http://www.fiperj.rj.gov.br/fiperj_imagens/arquivos/revistarelatorios2011.pdf. Acesso em 01/05/2015.

GRIGOROVOSKI, P. R.E. ESTRATÉGIAS DA SOUZA CRUZ EM 101 ANOS: os desafios para a

longevidade saudável. Dissertação de mestrado. Instituto COPPEAD de Administração,

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. 2004.

LOBO, E.L. História Empresarial. In: CARDOSO, C.F.; VAINFAS, R. Domínios da História.

Ensaios de Teoria e Metodologia. Rio de Janeiro: Elsevier, 1997.

MACHADO, M. Identidade organizacional: um estudo de caso no contexto da cultura brasileira.

Revista de Administração de Empresas. RAE-eletrônica, v.4, n. 1, art. 12. jan./jul. 2005.

Disponível em: www.spell.org.br/documentos/download/30173. Acesso em: 01/05/2015.

NASSAR, Paulo. Relações Públicas na construção da responsabilidade histórica e no resgate da

memória institucional das organizações. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2007.

15

POLLACK, M. Memória e identidade social. Revista Estudos Históricos, v.5, n.10. p. 200-212.

1992. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/1941. Acesso em:

01/05/2015.

RIBEIRO, A.P.G e BARBOSA, M. Memória, relatos autobiográficos e identidade institucional.

Revista Comunicação e Sociedade, vol. 28, n. 47. p. 99-114. 2007. Disponível em:

https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/CSO/article/view/737/744. Acesso em:

01/05/2015.

RITTER, P. Da roça ao mar: Estudo de uma comunidade de marisqueiros em Jurujuba, Niterói, RJ.

Tese de doutorado. Programa de Pós graduação Estudos Interdisciplinares de Comunidades e

Ecologia Social – EICOS da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 2007.

SCHAFER, M. B. e SANCHES, M. A.B. A relação do arquivista com a gestão do conhecimento:

análise em uma instituição pública federal. Revista Informação & Informação, v.19, n. 1, p. 206 –

224. 2014. Londrina, Paraná. Disponível em

http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/11451. Acesso em: 01/05/2015.

SOUZA, S. Memória Empresarial: interesse utilitarista ou responsalidade histórica? Dissertação de

Mestrado. Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo – USP, São Paulo. 2010.

TOLEDO, C. J. A Memória Empresarial como Ferramenta de Comunicação: Case Corn Products

Brasil. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade de São Paulo, Escola de Comunicações e

Artes, São Paulo, 2004.

TOTINI, B.; GAGETE, E. Memória Empresarial: uma análise de sua evolução. IN: Memória de

Empresa. Nassar, P. (Org). São Paulo: Aberje. p.113-126, 2004.

WORCMAN, Karen. Memória do futuro: um desafio. In: NASSAR, Paulo (org.) Memória de

empresa: história e comunicação de mãos dadas, a construir o futuro das organizações. São

Paulo, Aberje, 2004.