Temor

de Deus

2 TEMOR DE DEUS

A. MEDO x TEMOR

O primeiro passo para entendermos o que é o temor do Senhor é sabermos diferenciá-lo do medo. Ao contrário

desse sentimento que carrega tantos pontos negativos, o temor remove de nossas vidas toda a negatividade

do pavor e nos leva a fazer coisas que agradarão o coração de Deus. Porém, antes de mais nada, é importante

compreendermos que o medo é um espírito, e que precisamos nos libertar dele.

Vemos na Bíblia que:

No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo

produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. (1 João 4.18)

Então, de acordo com a Palavra de Deus, se estamos suscetíveis ao medo, é porque não estamos aperfeiçoados

no amor. Esse é um processo de amadurecimento que vivemos ao longo da nossa caminhada com o Pai. Além

disso, existem outros quatro indícios que nos auxiliam a identificar a presença desse sentimento em nossas

vidas, como discorreremos a seguir.

1. O medo nos traz a falta da revelação do amor de Deus

O versículo de 1 João revela que, se temos muito medo, não estamos no perfeito amor de Deus, caso

contrário, esse sentimento seria lançado fora. No entanto, isso não quer dizer que essa apreensão não baterá

em nossa porta ou que não tentará nos parar, mas sentir medo eventualmente é diferente de viver no medo.

Ainda na passagem de 1 João, ao final, lemos que: “Nós amamos porque Ele primeiro nos amou”. Isso nos

mostra que não é sobre nossa capacidade de amar, mas, sim, sobre o amor de Deus que nos alcança ao ponto

de “lançar fora todo o medo”. Essa é uma verdade em que precisamos nos firmar porque, quando o medo vier,

seremos sustentados por esse perfeito amor.

2. O medo nos paralisa

Outro indício claro de que temos medo é o tormento que esse sentimento produz em nossas vidas. Ele retira

toda nossa paz ao ponto de nos paralisar, ou seja, nos impede de avançar e sair do lugar. Por isso, precisamos

sempre nos firmar no amor do Pai, conscientes de que essa é uma batalha em nossa mente, ao passo que Ele

nos encontre, lançando fora todo e qualquer tipo de medo. Nós podemos até senti-lo, mas o perfeito amor vem

e rejeitamos esse sentimento.

Porém, quando somos regidos ou guiados por ele, encaramos todas as situações da nossa vida com essa

mesma mentalidade, e, assim, ficamos paralisados, pois o medo não permite que nos movamos. Às vezes, isso

pode se refletir até mesmo em nosso físico, quando “travamos” e não conseguimos agir.

Essa condição é nítida quando vemos pessoas que têm muito medo e, normalmente, nem tentam se arriscar

porque têm pavor de falhar, muito menos desejam fazer algo pensando que provavelmente errarão. Elas se

sentem reprimidas, então não fazem coisa alguma. Isso acontece porque o medo não nos leva ao que é certo,

mas nos leva a hesitar e a não fazermos as coisas de maneira íntegra.

JUNIA HAYASHI ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Temor de Deus

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3. O medo nos afasta de Deus

Ao contrário do temor, o medo não permite que nos acheguemos a Deus com o entendimento de que pecamos,

falhamos e caímos no erro. Longe disso, esse sentimento nos afasta porque nos acusa do que fizemos ou

deixamos de fazer. Já o temor nos leva direto para o coração do Pai em arrependimento, pois lá é onde sabemos

que encontraremos cura.

4. O medo traz culpa e condenação

Quando nos deparamos com o medo, automaticamente nos sentimos culpados e acusados. Essa é uma

estratégia do Inimigo, que vem exatamente como acusador para matar, roubar e destruir (João 10.10). Seu

desejo é massacrar nosso destino e acabar com o que temos de fazer. O objetivo dele é dizer que não somos

capazes, que não temos aptidão e nunca alcançaremos nosso alvo, além de incutir em nossas mentes que nosso

passado nos condena. Tudo isso para nos levar a ter medo da repreensão de Deus. Porém, o Senhor é um bom

Pai, e a correção que Ele tem para nós é a melhor que existe. Não é o que comumente imaginamos de um mau

pai, que quer punir seus filhos pelos seus atos. Mas essa é uma correção que nos limpa, transforma e nos faz

ficar ainda mais parecidos com Ele.

Agora que ficou mais clara a diferença entre esses dois sentimentos, responda às perguntas a seguir:

1. Qual é a diferença entre medo e temor?

Agora que ficou mais clara a diferença entre esses dois sentimentos, responda às perguntas a seguir:

2. Sabendo que o medo produz tormento em nossas vidas, o que temos de fazer para que ele não

nos influencie mais?

4 TEMOR DE DEUS

3. Em quais áreas da sua vida você consegue perceber que o medo ainda exerce certo tipo de

interferência nas suas decisões?

B. O TEMOR É EXTREMA REVERÊNCIA À

SANTIDADE E À MAJESTADE DO SENHOR

Quando tememos ao Senhor, há um sentimento em nós de veneração pelo que estamos admirando. Nós nos

deparamos com algo tão santo, com um ser tão maravilhoso, majestoso e poderoso que temos uma reverência

que, por vezes, não conseguimos sequer olhar para Ele ou ficar de pé por conta de Sua presença no local. Prova

disso é que, quando os anjos apareciam na Bíblia, a primeira coisa que eles falavam era: “Não temas!”. Isso

provavelmente se deve ao fato de que eles deviam causar susto e espanto nas pessoas. Se os anjos geram essa

sensação em nós, agora imagine o Senhor, o que não deve ser estar em frente à santidade de Deus! Isso é temor,

quando olhamos e ficamos abismados com tanta grandiosidade do Todo Poderoso.

Por causa disso, o temor nos leva a adotar algumas atitudes, como descritas a seguir:

1. Não ferir o coração do Pai

O temor nos move a agradar a Deus, e a não desejar feri-lO. Por exemplo: às vezes, nos deparamos com

situações em que algo dentro de nós nos incomoda. Isso é sinal de que o Espírito Santo está nos alertando e nos

fazendo parar, para, assim, não magoarmos o Pai. Somos movidos pelo temor da santidade e levados a agradar

a Deus. Nosso desejo é trazer alegria a Ele, e isso acontece por conta do amor, que nos constrange e nos leva a

nos mover por isso.

2. Aproximar-nos de Deus, onde há cura e restauração

O medo nos afasta da presença do Senhor porque nos traz a sensação de que vamos sofrer as consequências

de Sua correção. Porém, dessa forma, não experimentamos o perdão e a cura. Em contrapartida, o temor nos

leva a reconhecer nossa falha e ver que Deus Pai lança fora tudo o que precisamos para sermos curados dessa

imperfeição e seguirmos em frente. Esse profundo sentimento de reverência faz com que nos acheguemos ao

Senhor por meio da restauração. Isto é, o medo nos faz fugir daquilo que é capaz de nos curar. Já o temor nos

leva ao Único que pode nos restaurar. Toda vez que nos sentimos culpados, é sinal de que o Inimigo está nos

acusando. É o medo falando mais alto.

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3. O temor traz convicção

Ao contrário do medo, que traz culpa e condenação, o temor nos traz convicção. Essa certeza dentro de nós

é o Espírito Santo nos convencendo da justiça, do pecado e do juízo. Assim, quando Ele nos convence de algo, nos

arrependemos e nos alinhamos novamente com o Pai. Essa convicção nos leva para o coração de Deus, onde

somos restaurados e realinhados com o padrão de Seu Reino. Ela nos faz pensar: “Fiz errado, mas ainda há

esperança, existe alguém que pode me curar e me ensinar a como fazer melhor, Ele é capaz de me restaurar”.

4. O temor nos impulsiona à confissão para o perdão e a cura

Para complementar, o medo nos afasta do Senhor pelo sentimento de que a correção de Deus é algo ruim,

quando, na verdade, ela é maravilhosa. O temor, por outro lado, nos abre o caminho, impulsionando-nos para

nos achegarmos ao Pai.

Aliás, esse é um bom parâmetro para sabermos se ainda estamos sendo guiados pelo medo ou realmente

pelo temor. Se for o primeiro caso, vamos sentir pavor a acabar fugindo do Senhor, e isso significa que temos de

voltar para o perfeito amor de Deus e sermos aperfeiçoados. Agora, quando o temor está em nós e, por acaso,

pecamos, ele nos impulsiona a correr direto para o Pai, pedindo Seu perdão e cura.

Dentro disso, também é importante lembrarmos de confessar nosso erro, de forma sábia, a algum irmão ou

líder. Devemos ter em mente que, assim como revelamos a Deus nossos pecados, também precisamos nos expor

uns aos outros, pois isso nos trará cura:

Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns

pelos outros, para serdes curados. (Tiago 5.16a)

Vale ressaltar que, toda vez que confessamos e trazemos à luz nossos erros, o Inimigo não tem mais poder

para nos atacar nessas questões. E é por isso que ele faz de tudo para impedir que nos acheguemos a Deus e a

pessoas de confiança para quem podemos nos expor. Ele sabe que, se tivermos convicção e nos confessarmos,

seremos libertos. É o temor que traz essa liberdade de estarmos desimpedidos das amarras que nos prendiam

e paralisavam.

5. O temor é o princípio da sabedoria

Em Provérbios, vemos que, quando buscamos pelo temor, ele nos leva à sabedoria:

Se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros

escondidos a procurares, então, entenderás o temor do Senhor

e acharás o conhecimento de Deus. (Provérbios 2.4-5)

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C. A SABEDORIA DE DEUS

A relação entre temor e sabedoria acontece como um ciclo que nos leva a conhecer mais a Deus. Isso,

porque o temor nos leva a querer a sabedoria, e quando a buscamos, entendemos o que temer significa de fato.

Consequentemente, aprendemos mais sobre o Pai.

Em outras palavras, compreender o temor é perceber que, guiados por esse sentimento, faremos as escolhas

certas, conseguiremos mergulhar no amor de Deus e viver de acordo com o que Ele tem para nós. Por isso, é tão

importante termos temor: ele nos leva para mais perto do Senhor.

Então, para fixarmos todas essas informações, quando buscamos a sabedoria, nós entendemos o temor,

logo, conhecemos a Deus. Tudo isso é um pacote que nos possibilita amar mais o Senhor e as pessoas. Portanto,

a sabedoria é essencial para nossa vida em todas as áreas:

Pois a sabedoria entrará em seu coração, e o conhecimento

será agradável à sua alma. (Provérbios 2.10 – NVI)

A sabedoria também está completamente ligada à nossa saúde corporal:

Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal; será

isto saúde para o teu corpo e refrigério, para os teus ossos. (Provérbios 3.7-8)

Ainda nesse capítulo de Provérbios, vemos que, como falamos anteriormente, às vezes, temos medo da

correção do Senhor. Porém, Sua disciplina nos alinha para o propósito que Ele estabeleceu, trazendo cura e

liberdade para os nossos dias:

Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enfades da

sua repreensão. Porque o Senhor repreende a quem ama, assim

como o pai, ao filho a quem quer bem. (Provérbios 3.11-12)

Deus disciplina aqueles a quem Ele ama. Se somos repreendidos pelo Pai, entenda que estamos sendo amados.

Se um líder, um pastor ou nossos pais estiverem nos disciplinando, é porque eles nos amam e têm de fazer isso:

trazer a verdade de Deus e alinhamento sobre nós.

Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire

conhecimento; porque melhor é o lucro que ela dá do que o da prata, e

melhor a sua renda do que o ouro mais fino. (Provérbios 3.13-14)

Nossa felicidade está diretamente relacionada a encontrarmos sabedoria e adquirir conhecimento. Ela é a

coisa mais preciosa que podemos ter em toda a Terra.

Para compreendê-la melhor, aprender como guardá-la no coração e cumprir seus ensinamentos, leia o livro de

Provérbios, em especial, os primeiros três capítulos que abordamos em aula.

Porque o Senhor será a tua segurança e guardará os

teus pés de serem presos. (Provérbios 3.26)

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Quando andamos nos caminhos de Deus, no temor do Senhor que nos leva à sabedoria, Ele nos mantém

seguros, nos guarda e faz de tudo para não sentirmos medo. O Pai nos guarda perfeitamente em Seu amor, que

lança fora todo o medo e abre caminho para o conhecimento.

Exemplo disso é o rei Salomão, que compreendeu o papel fundamental que essa sabedoria e esse entendimento

têm sobre nossas vidas, por isso pediu ao Senhor apenas essas duas coisas:

Naquela mesma noite, apareceu Deus a Salomão e lhe disse: Pede-me o que

queres que eu te dê. Respondeu-lhe Salomão: De grande benevolência usaste

para com Davi, meu pai, e a mim me fizeste reinar em seu lugar. Agora, pois,

ó Senhor Deus, cumpra-se a tua promessa feita a Davi, meu pai; porque tu me

constituíste rei sobre um povo numeroso como o pó da terra. (2 Crônicas 1.7-9)

O temor do Senhor fez com que Salomão entendesse que ele precisava da sabedoria. Sem esse temor, o rei

não perceberia que, depois de tudo o que Deus tinha feito nas gerações passadas, com seu pai Davi, a única

coisa de que ele necessitava ardentemente era o conhecimento. Ele poderia ter pedido qualquer coisa, mas

compreendeu que só assim conseguiria cumprir o chamado de Deus na vida dele.

E é por isso que precisamos ser guiados pelo temor do Senhor. É o temor que nos guiará e trará todas essas

bênçãos em nossas vidas, nos colocando nos trilhos certos, nos alinhando, e nos enchendo de sabedoria e do

entendimento de quem Ele é.

Agora, para compreender melhor a respeito do temor de Deus, depois de ler as passagens e rever suas

anotações, responda às perguntas abaixo:

4. Qual é a importância de temer ao Senhor, e como isso interfere

na sua forma de lidar com as situações do dia a dia?

5. Quais foram os momentos da vida em que você mais sentiu o temor do Senhor e uma tamanha

reverência pelo fato de estar diante de Sua presença?

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Esses momentos nos marcam e nos moldam a ponto de nos transformar para sermos cada vez mais parecidos

com Deus. Relembrar experiências assim é nos assegurar da grandeza do Senhor e de quem somos, de onde

viemos e o que Ele fez e está fazendo conosco ao longo da nossa jornada. Compartilhe com seu líder e seus

irmãos em Cristo o que essas experiências resultaram na sua vida.

6. O que você pode fazer para optar pelo que é sábio diante de Deus,

e não apenas pelo que parece correto aos olhos humanos?

7. Que atitudes você pode ter para transmitir o princípio do temor de Deus a outras pessoas?

DESAFIO PESSOAL: Coloque na sua rotina mensal a leitura de um capítulo de Provérbios

por dia. Assim, ao longo de cada mês, você lerá o livro todo e fixará em seu coração

os ensinamentos contidos nesse livro, tornando-se cada vez mais sábio.