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Meio: Imprensa País: Portugal Period.: Semanal Âmbito: Interesse Geral Pág: 16 Cores: Cor Área: 24,00 x 30,00 cm² Corte: 1 de 8 ID: 74641288 22-04-2018 | Domingo TEMA DE CAPA INTERNET FERNANDA CACHÃO - 1RM O Facebook é protago- nista do maior escãndalo da era digital. Oitenta e sete milhões de utilizado- res tiveram os seus dados pessoais pirateados

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TEMA DE CAPA INTERNET

FERNANDA CACHÃO -1RM

O Facebook é protago-nista do maior escãndalo da era digital. Oitenta e sete milhões de utilizado-res tiveram os seus dados pessoais pirateados

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O vazamento de milhões de perfis do Facebook pôs em cheque a rede social mais poderosa do Mundo. A dias da entrada

em vigor do Regulamento Geral de Proteção de Dados europeu, fomos saber o que resta da privacidade na era do digital

COMO E QU A INT RN T DOMINA AS

NOSSAS VIDAS enhor Zuckerberg,sentir-se-iacon-fortávelao dizPr-nosemquehotelfi-couanoitepassada? - Não. -Caso tenha trocado mensagens esta semana, partilharia os nomes das pessoas a quem enviou mensagem? - Não, Senador. Provavelmente não escolheria fazê-lo publica-mente aqui." Ao Senado norte-americano,

Mark Zuckerberg respondeu, em meados deste mês, a questões rela-cionadas com a forma como o Face-book lidou com o vazamento de da-dos pessoais de mais de 87 milhões de utilizadores para a Cambridge Analytica, a empresa britânica de consultadoria que se serviu da app thisisyourdigitallife, através do Face-book, e que - soube-se esta semana -tentou, no ano passado, desenvolver a sua própria criptomoeda para aju-dar a recolher dados de utilizadores e depois vendê- los. Zuckerberg esteve mais de dez horas no Senado e no Congresso norte-americanos a expli-

car o modelo de negócio da sua rede social que, desde que rebentou o es-cândalo, perdeu cerca de 60 mil mi-lhões de euros embolsa.

Em Portugal bastou que 15 pessoas fizessem o download da referida apli-cação para 63 080 terem os seus per-fis pirateados; ou seja, pessoas que es-tavam direta ou indiretamente liga-das à dezena e meia inicial - uma es-pécie de contaminação em cadeia em que o primeiro não conhece certa-mente o último.

O escândalo ajudou a popularizar a expressão 'os dados pessoais são o novo petróleo', pois quem os detenha poderá vendê-los por milhares a quem esteja interessado em influen-ciar uma compra ou até o resultado de uma eleição ou de um referendo -como se suspeita que tenha aconteci-do no último escrutínio à Casa Branca e no referendo que deu vitória ao Bre-xit. Em consequência do escândalo, o criador da rede social mais popular do Mundo mostrou-se aberto a compro-missos. Luís Filipe Antunes, presi-

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Protesto junto ao Capitólio durante a audição de Mark Zuckerberg, no último dia 10 de abril

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dente do Departamento de Ciênciade Computadores da Universidade do Porto, observa que o Facebook está apenas "a proteger o seu negócio, após ter sido exposto o modelo que explora". "Quando um produto é grátis, o preço somos nós (através dos nossos dados)", ironiza.

O Regulamento Geral sobre a Prote-ção dos Dados Pessoais, quevai entrar em vigor a 25 de maio, contempla, entre outras questões, a possibilidade de °utilizador europeu ter mais infor-mações acerca da forma como os da-dos pessoais são tratados; ter o direito a 'ser esquecido'; e a saber se foi alvo de pirataria.

Modos operandi "O Facebook é uma empresa recente, e a implementação do modelo de ne-gócio que sustentou a dispersão do seu capital embolsa é ainda mais re-cente. Neste momento, o seu modelo de negócio parece assentar na parti-lha / disponibilização a terceiros de dados (parte ou totalidade) dos seus utilizadores, contra a devida remu-neração. Nesse sentido, o cumpri-mento efetivo das disposições desti-nadas a proteger a privacidade dos utilizadores, sobretudo no que diz respeito a dados sensíveis, poderia parecer suficiente para impedir uma exploração selvagemdesses dados. A ameaça maior, no entanto, é o que se passa com esses dados fora da vista dos utilizadores, nomeadamente no que di7 respeito à construção de per-fis e à utilização da chamada Inteli-gência Artificial ()",observa o ad-vogado Nuno Cerejeira Namora. "Sa-bemos agora que, apenas a partir das reações dos utilizadores ao conteúdo que aparece nos respetivos feeds de notícias, o Facebook consegue deter-minar, comum grau de certeza pró-ximo dos 90 por cento, nomeada-mente o sexo do utilizador, a orienta-ção política, a orientação sexual; e pelo endereço de IP, o Facebook (e outras empresas) sabe a cada mo-mento onde nos encontramos com uma precisão que, em determinados locais, atinge dezenas de metros. Sa-bemos ainda que a tecnologia que usa para reconhecimento de fotografias lhe permite identificar os retratados com precisão identicamente a çsusta-dora" , acrescenta ainda.

Defende o Facebook que a constru-ção de perfis lhe permite personalizar o feed de notícias de cada utilizador. Mas ao fazê-lo - refere o advogado -"obtém também o poder de decidir

quais os conteúdos a que cada um acede e, consequentemente, o poder de comercializar o acesso de determi-nados produtores de conteúdos (jor-nais, revistas, etc.) aos seus utilizado-res, e mesmo de comercializar a in-terdição de acesso junto de estados, partidos, organizações políticas, etc." Do ponto de vista jurídico - acrescen-ta Nuno Cerejeira Namora-, "o exer-cício de um tal poder terá consequên-cias interessantes ao nível da respon-sabilidade. O facto de o Facebook se identificar como mero difusor de conteúdos - e não produtor - é o que lhe tem permitido escapar ao escrutí-nio das autoridades."

A 28 de julho de 2017, Mark Zucker-berg anunciou através da sua conta

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Ameaça maior é a construção de perfis e o uso da IA NUNO C. NAMORA, ADVOGADO

que o Facebook tinha atingido, na-quela manhã, a marca histórica de dois mil milhões de utilizadores. Me-ses depois, entre as provas do acesso irregular aos perfis apresentadas por Christopher Wylie, ex- funcionário da Cambridge Analytica, estava uma carta de advogados do Facebook en-viada ao próprio em agosto de 2016, solicitando que destruísse os dados re-colhidos por meio do teste de perso-nalidade criado pelo académico Aleksandr Kogan. Sabemos agora que a rede social terá apagado a aplicação com o teste de personalidade ainda em 2015. "Os responsáveis do Facebook estão conscientes da inevitabilidade de urna intervenção político-legisla-tiva que vai passar a limitar muito o seu modelo de negócio. As alterações que têm vindo a fazer, de mote pró-prio, visam tão só limitar as conse-quências dessa inexorável interven-ção", di7 Nuno Cerejeira Namora.

Exemplo paradigmático do poder engenhoso da maior invenção da época moderna - a internet - são os cookies propagandeados por "me-lhorarem a experiência de navega-ção", mas que, na realidade, guardam também informação do utilizador. Durante anos, a maioria não deu pela sua presença e só a partir de 2009, com uma diretiva da União Europeia, passou a ser obrigatório os sites avisa-rem da sua existência. "São uma tre-

7,071 rz,v.

Do mundo das bitcoins

O PROGRAMADOR VITALIK BUTERIN Vitalik Buterin está quase um passo à frente de Zuckerberg e da sua geração. Nasceu e viveu na Rússia até aos seis anos de idade, quando os pais emigraram para o Canadá. Esteve na Bitcoin Magazine e é dele a Ethereum (2015), uma plataforma capaz de executar contratos inteligentes e aplicações com tecnologia blockchain: aplicações que funcionam exatamente como programadas sem qualquer possibilidade de censura, fraude ou interferência de terceiros. Ou seja, faz contratos fora dos trâmites normais.

Buterin tem 24 anos »SC CO. r,v.,

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TEMA DE CAPA

menda invasão da nossaprivacidade. Quando o regulador tentou travar esta tecnologia, as empresas evoluí-ram para o `device fingerprint' ... o que mostra que a regulação deve ser sobre os conceitos e não sobre uma tecnologia em particular", diz o pro-fessor responsável por disciplinas e cursos na área da segurança, Luís Fi-lipe Antunes, que além de não ser uti-lizador de redes sociais, bloqueia "tudo o que são cookies e outros que ta is no browser (privacy by default) e tem ainda antivírus e anti-spyware sempre atualizados."

A partilha da imagem O Instagram é jáuma cias superpotên-cias entre rivais como o Linkedln, o Twitter e até mesmo o Facebook, que o comprou em 2012. Em 2017, atin-giu mais de 700 milhões de utilizado-res mensais - a maioria jovens que partilham entre si essencialmente fo-tografias. Quando o Snapchat entrou nesse campeonato, anunciou que o utilizador - na sua maioria com idades

fi Cookies são tremenda invasão de privacidade Luís F. ANTUNES, PROFESSOR

entre os13 e os17 anos - teria a hipóte-se de definir o tempo de duração das imagens online. Primeiro enfrentou as queixas daqueles queviram, em 2014, 200 mil imagens íntimas roubadas e depois as acusações da Federação de Comércio Federal dos Estados Unidos - afinal, as fotografias não desapare-cem para sempre, podendo até serem visualizadas noutros aplicativos.

A grande maioria dos adolescentes tem mais de mil seguidores, muitos deles perfeitos desconhecidos. "Os dados per si não são perigosos, mas são muito sensíveis. O perigo reside no seu cruzamento, na perfilagem dos utilizadores mediante o seu cru-zamento, razão pela qual o novo Re-gulamento Geral de Proteção de Da-dos da União Europeia proíbe ambas as práticas relativamente a crianças. Outro perigo é a utilização desses da-dos por terceiros para fins que nos prejudiquem ou prejudiquem tercei-ros. Se os nossos dados pessoais sen-síveis devem ser protegidos com par-ticular cuidado, os restantes também não devem ser descurados. É um pouco coma frase que a polícia diz nos filmes americanos ao deter uma pes-soa, só que aplicado ao online. Tudo o que publicarmos, dissermos ou fizer-mos online pode e será usado contra nós", diz Tito de Morais, fundador do site 'Miúdos Seguros na Net' . "Uma pessoa que esteja na posse dos nossos dados pessoais pode usá-los para nos

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manipular. Por exemplo, predadores sexuais por vezes fazem-se passar por fotógrafos e agentes de casting para aliciarem jovens; o acesso aos dados pode permitir que sejamos alvo de roubo de identidade e que outras pes-soas assumam dívidas em nosso nome", acrescenta.

Cegueira digital A internei - a grande árvore das pata-cas global - está já a debater -se com problemas, como este explicado pelo presidente da Get Social: "Uma das principais mudanças que a internei e a digita I i7ação do consumo de infor-mação vieram trazer foi uma certa cegueira de anúncios. Este fenómeno caracteriza-se quando os utilizadores de um cite, consciente ou subcons-cientemente, ignoram os anúncios lá apresentados. Nos EUA, Google e Fa-cebook representavam 73 por cento do mercado de publicidade digital, numa situação que se começa a asse-

"AS REDES SOCIAIS SÃO APENAS AMPLIFICADORES"

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Os dados podem ser usados para nos manipular TITO DE MORAIS, 'MIÚDOS NA NET

melhar a um duopólio. Novas tecno-logias, mais eficazes e eficientes, no-meadamente a introdução de inteli-gência artificial e blockchain (redes sem controlo central) nas cadeias de valor da publicidade digital, poderão quebrar as barreiras existentes à en-trada de novos concorrentes", diz João Romão, presidente desta plata-forma, que analisa e identifica a me-lhor forma de tornar virais conteúdos online, por exemplo quais as melho-res histórias para promover nas redes sociais, as mesmas que usa apenas para fins profissionais (Linkedln e Twitter). "Não tenho Facebook ou Instagram, embora seja grande fã de plataformas de mensagens privadas (Telegram, WhatsApp), pela sua se-gurança e encriptação de dados."

Armando Marques Guedes é pro-fessor utdversitário na NOVA Di-reito, em Lisboa, e no Instituto de Estudos Superiores Militares:

Tendo emcontaacrescenteinftuên-da da internet e das redes sociais, numa sociedade futura a privad-dadenãoiránecessariamentedimi-nuir ou msmo terminar? Certamente que, no futuro, a priva-cidade vai diminuir, mas certa-mente também - salvo aconteci-mento apocalíptico - ela não vai de-saparecer. Com o normativo legal, tanto cá em Portugal como na União Europeia e as respetivas transposi-ções para os estados-membros, como de resto nos Estados Unidos, o que creio que vai acontecer é um aumento da privacidade, a curto prazo. Se depois a privacidade se vai tornar a degradar pela capacidade da internet em se reinventar, julgo ser uma questão em aberto.

O aumento da privacidade trará prejuízoaonegódodoFacebook?

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Duvido que o faça, porque neste momento há cinco mil milhões de potenciais clientes. Zuckerberg disse na audição ao Congresso que não punha de parte a hipótese devir a haver um Facebook pago, para além do gratuito- e nesse certa-mente, a proteção de dados será ga-rantida -, bem como os ganhos para a rede social por via da anuidade ou da mensalidade do assinante.

ii Mesmo com regulação vai haver lugar a batotas e a pressões

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Como imagina que poderão ser os votantes das democracias futuras? Desde o Snowden ao Wikileaks à intervenção russa, houve já mu-danças gigantescas dada a pressão exercida sobre as opiniões públicas. Nas minhas aulas de Ciência Políti-ca e nas de Relações Internacionais tenho sessões nas quais falo sobre isso. Como imagino os votantes? Por um lado, como mais informa-dos, por outro também, paradoxal-mente, como menos. Esta politiza-ção que antevejo só pode ter efeitos educacionais bons; mas mesmo numa internet regulada vai decerto haver lugar a batotas e a pressões. As manipulações vão vir de todos os la-dos, o que de alguma forma levará a que se equilibrem umas às outras. Nas eleições em que venceu George W. Bush, houve aquele problema na contagem dos votos na Florida; ora coisas como essa vão ser corrigidas mais rapidamente graças às blockchains (redes sem controlo central). As eleições estarão mais

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imunes. Os eleitores, admito, vão es-tar `politizados', a sociedade tam-bém, o que paradoxalmente pode le-var a desinteresse e a um absentismo maior. E, de certo, um populismo mais generalizado, o que não é bom.

Como é que a internet vai mudar a comunicação social e, noutra pers-petiva, o próprio capitalismo? Cada vez mais pessoas vão à internet ver as notícias dos média clagsicos, e depois tómamos decisões políticas muito sobre essa base. Se isto altera o capitalismo? Duvido. Altera obvia-mente a democracia e o liberalismo económico e as suas ligações à infor-mação. Os mercados reagem logo a sinais bons ou maus - são muito bur-ros. No que toca à democracia e face à quantidade de informação recebida, vai tornar-se difícil saber o que é ma-nipulação e o que não é, o que vai au-mentar a politização, mas vai tam-bém induzir 'cansaço político'.

Não creio que o Mundo se vá tornar numa espécie de `Matriz'

De que maneira a legislação - no-meadamente a europeia que está para sair - vai alterar a forma como usamos as redes sociais? A nova legislação europeia remete a sua aplicação para os estados, a sua regulação para os agentes, funcio-nando sobretudo no plano da super-

visão. O impacto não vai ser despi-ciendo. Não vai mudar tudo, vão con-tinuara haver problemas sem respos-ta, mas pelos menos os estados e as entidades económicas tomarão cons-ciência de que a utilização das redes sociais não é só benévola ou emanci-patória.

O que pensa de Zuckesbetge do pio-cesso da Cambridge Analytica? Não me parece que Mark Zuckerberg seja cúmplice da Cambridge Analyti-ca. Acho que ele vai tomar uma série de decisões, que não vão ser suficien-tes, mas que vão constranger entida-des como a Cambridge em 'levar a carta a Garcia'. A Cambridge Analyti-ca não atuou só nas eleições america-nas, no Brexit, na Alemanha, em França, mas também noutros países, sobretudo africanos, latino-america-nos, asiáticos. Tem por trás o finan-ciamento da família Mercer e o cére-bro do Steven Bannon.

Note que o Facebook é uma espécie de álbum de família. E nele posso es-crever textos grandes, posso delinear estratégias políticas. Cada uma das redes sociais tem potencialidades próprias, quer do ponto de vista da manipulação de que são capazes, quer na delineação de estratégias. No Twitter, com só 140 carateres, agora 280, apenas podemos criar um flash mob, comentar uma das Kardashian ou convocar manifestações. O You-Tube tem uso político: com as suas imagens apela às emoções, mostra pessoas a ser mortas ou esfaqueadas.

Mas não creio que o Mundo se vá tornar uma espécie de `Matrix'. A po-lítica real vai continuar a contar, as redes sociais são apenas amplificado-res. E amplificadores perigosos -aquando do ataque da Al- Qaeda em Londres, as autoridades desligaram as redes de telemóveis para, no caso de haver mais ataques planeados evi-tar articulações por SMS ou tweets.

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NÃO PERCA TUGAL

RECEITAS À MODA DE SETÚBAL P.49

ATINGIDA COM BALA NA CABEÇA HÁ 15 ANOS

DOMINGO 22/04/2018 j DIÁRIO I 61,70 (C/IVA)

TRIBUNAL ATRASA `HÉLIS' DE SOCORRO P.12

'IG1N p,S

ATIRADOR NA CADEIA POR ROUBO À MÃO ARMADA BRUNO BENTO ASSUMIU TER DISPARADO O TIRO QUE FERIU FELISBELA DIAS NO RECREIO DA ESCOLA P.26 E 27

O MELH

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DIRETOR-GERAL EDITORIAL: or,TAVIO RIBEIRO DIR.-GERAL EDITORIAL-ADJ.. ARMANDO ESTEVES PEREIRA

DIRETOR-EXECUTIVO. CARLOS RODRIGUES DIR.-ADJUNTOS. JOSÉ CARLOS CASTRO E PAULO JOÃO SANTOS

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CUSTAM 20,5 MILHÕES DE EUROS

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GRUPO ESPIRITO SANTO P.28

FISCO CAST1 PAGAMENTOS QUE DETETOU

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O ANTIGO MINISTRO corrigiu declarações de IRS e ameaçou processar Autoridade Tributária por quebra do sigilo . fiscal

JESUS "GANHAR DOIS TÍTULOS NÃO É MAU"

MARINHA P.10 E 11

Arsenal do Alfeite cobra três vezes mais

ESTORIL 112 BENFICA

SALMO MANTÉM ÁGUIA NA LUTA PELO PENTA P 4 E 5

POL(TICA P.30

Rui Rio admite novos acordos com o PS

VIDAS DE DOMINGO P.45 A 49

KELLY BAILEY E LOURENÇO ORTIGA() JÁ PENSAM EM CASAR Relação tem sete meses

.,,oe HOJE INTERNET DEIXA POUCO ESPAÇO

PRIVACIDADE

FC PORTO P.8 E 9

VALÊNCIA ATACA NO DRAGÃO

NORTE P.14

Gang ameaça matar e atira contra PJ