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TRATADO PSÍQUICO WILSON DA CUNHA 1 Material de Estudo – Tema 14 Apostila de Tratado Psíquico

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TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

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Material de Estudo – Tema 14

Apostila de Tratado Psíquico

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

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ÍNDICE

CONSIDERAÇÕESGERAIS 3

CAPÍTULO01-RENOVAÇÀOMENTAL 3

CAPÍTULO02-ORIGEMDOESPIRITISMO 7

CAPÍTULO03–DESENVOLVIMENTODOESPIRITISMO 20

CAPITÚLO04–RELAÇÕESDOESPIRITISMOCOMACIÊNCIA 27

CAPITULO05–RELIGIÃOECULTOSAFRO-BRASILEIROS 29

CAPÍTULO06–PRINCÍPIOSDOUTRINÁRIOS 30

CAPÍTULO07-ATIVIDADENOTURNADOESPÍRITO 40

CAPÍTULO08-MEDIUNIDADEEMÉDIUNS 45

CAPÍTULO09-AOBSESSÃO 47

CAPÍTULO10-TRATAMENTODEDESOBSESSÃO 54

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

3

CONSIDERAÇÕES GERAIS

Tratado Psíquico para o homem do terceiro milênio, à luz do

espiritismo – essa é a meta mais urgente e está contida no “Livro dos

Médiuns”, número 350, segunda parte – cap. XXIX.

Que importa crer na existência dos Espíritos, se essa crença não

torna aquele que a adotou melhor, mais bondoso e mais indulgente

para os seus semelhantes e mais humilde e paciente diante das

adversidades da vida? (...)Todos os homens poderiam crer nas

manifestações e mesmo assim a humanidade iria continuar

estacionada.

CAPÍTULO 01 - RENOVAÇÀO MENTAL

a) O que é?

b) Quem precisa?

a) O que é? Devemos entender que renovação mental é a aquisição

de novos valores intelectuais e morais que nos conduzirá a

assimilar, ver e sentir coisas que outras pessoas ainda não

conseguem. Já na segunda fase, que é a incorporação em nossos

sentidos, oportuniza vibrações que nos conduzem à produção de

magnetismo útil a nós mesmos e a todos que venham a conviver

conosco.

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Sem a observância dessa necessidade de renovar-se intimamente

durante o curso da existência terrena, os caminhos da evolução se

tornam complicados e difíceis de percorrer, assim o ser humano

tropeçará em muitos obstáculos doutro modo removíveis.

b) Quem precisa? Todos nós, mas imediatamente todos os que

ainda não deram os primeiros passos. Os sintomas dos mais

necessitados são vários, incluindo:

• O que se sente infeliz;

• O que se julga pouco estimado ou rejeitado;

• Não sinta desejo, ou não trabalhe no bem;

• Se afaste dos outros;

• Se irrite ou deprima com frequência;

• Pense em prazer excessivo;

• Acredita que ninguém possa mudar, incluindo a si mesmo;

• Só trabalha por dinheiro ou projeção social;

• Pensa primeiro em si mesmo;

• Não aceita desculpa, pois o que está feito, feito está;

• Reprime os seus sentimentos, nunca os externando;

• Não aceita o sentimento dos outros;

• Precisa falar ou discutir por horas seguidas;

• Não suporta ser criticado ou contestado;

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• Quer mandar sempre;

• Teme ser dominado;

• Não tolera ficar só;

• Padece de fobias ou inibições;

• Usa o próximo para satisfazer desejos ou conseguir

vantagens;

• Fala sem pensar, e nesse caso, não usa a razão;

• Excesso de melindres.

Pessoas desse tipo não são consideradas normais nem pelos

psicólogos, nem pelos mentores espirituais, também devem procurar

ajuda.

Emmanuel, no livro “Justiça Divina” afirma que:

“É necessário reconhecer que todos nós, espíritos encarnados e

desencarnados em serviço na Terra, ante o volume de débitos que

contraímos nas existências passadas, somos doentes em laboriosa

restauração. Todos somos enfermos pedindo ajuda”.

O espírito precisa renovar-se constantemente, fugir à rotina

paralisante por meio do estudo, do trabalho e da prática do bem, senão

cairá no desequilíbrio, na perturbação e na enfermidade. Logo, quem

necessita da reforma íntima somos todos nós – seres inteligentes em

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evolução. Se tudo é dinâmica, se tudo cresce e se aprimora, é natural

que o Espírito precise acompanhar o ritmo do progresso, pois

detendo-se ficará na retaguarda e no desajuste. A escolha é de cada

um!

O iluminado Padre Germano esclarece que, por via de regra o

espírito renasce sem intenção de progredir, mas desejando

simplesmente viver, isto é, passar o tempo sem cuidados com o

próprio adiantamento. E isto porque a indiferença é o estado habitual

do Espírito que ainda não experimentou o sofrimento em grande

escala.

Ninguém poderá deixar de enfrentar o problema do auto

aprimoramento, seja agora ou no futuro, neste ou noutro mundo, e

quando se instalar a silenciosa e solitária luta íntima contra suas

imperfeições, nesse dia, ele será um discípulo do Evangelho. Nesse

momento começa a sua regeneração, não por virtude, mas impelido

pela dor – afirma o Padre Germano. É o momento decisivo que chega

para todos.

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CAPÍTULO 02 - ORIGEM DO ESPIRITISMO

I. As revelações: primeira, Moisés; segunda, Cristo; terceira,

Espiritismo.

II. As manifestações: mediúnicas.

III. Experimentações: as parapsicológicas e as metapsíquicas.

I. As revelações: O Evangelho e o Espiritismo não são códigos de

orientação da vida humana que surgiram de forma abrupta ou

isoladamente na face do planeta. Tais realidades têm o seu espaço

de tempo, e nesse caso, a primeira revelação veio através de

Moisés, entretanto, a preparação e o amadurecimento do

psiquismo do homem à época de Moisés, vieram por intermédio

de muitos precursores, sendo Sócrates o que mais se destacou.

Falamos que as informações e assimilações da orientação Cristã

ao homem em toda a terra foram em intervalos mais ou menos longos,

necessários para o seu amadurecimento psicológico dessas verdades.

Vejamos:

A primeira revelação: Moisés preparou o povo Judeu para

receber, l5 séculos depois dele, o Cristianismo de Jesus. Perambulou

nas areias ardentes do deserto durante 40 anos, período em que os

mais velhos e endurecidos na renovação iam falecendo.

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Durante a permanência no deserto, Moisés sobe ao Monte Sinai

e aí ocorre a primeira revelação por via mediúnica: ele recebe o

DECÁLOGO, um dos mais belos códigos morais da humanidade

(Êxodo 3l:l8 e 32:l6), quando Moisés, descendo do monte, apresenta à

humanidade duas lajes escritas pelo mundo espiritual. O Espírito do

Padre Manoel de Nobrega, hoje conhecido por Emmanuel, informa à

Chico Xavier, que Moisés naquele momento apresenta à humanidade

o primeiro livro de pedra que procedeu do mundo espiritual – se foi

psicografado ou por Escrita Direta, não importa.

A revelação dos chamados Dez Mandamentos, cuja revelação e

ordenação são um tanto variáveis de acordo com os interesses e ideias

das crenças. Para o nosso entendimento, estaremos adotando a

tradução do Padre Antonio P. de Figueiredo (1.896), conforme está

em Êxodo 20 e Deuteronômio 5:

1) Não terás deuses estrangeiros (outros deuses);

2) Não farás nem adorarás imagens e ídolos;

3) Não tomarás em vão o nome de Deus;

4) Não trabalharás no Sábado, bem como teu servo e animal

(Eis o princípio dos direitos humanos ao descanso

semanal, hoje obrigatório na C.L.T.);

5) Honrarás a teu pai e mãe;

6) Não matarás;

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7) Não fornicarás (cometerás adultério);

8) Não furtarás;

9) Não prestará falso testemunho contra o próximo

10) Não cobiçarás a mulher nem qualquer coisa do

próximo.

Foi assim que Moisés preparou os caminhos para a revelação

maior do Evangelho, O Cristianismo de Jesus Cristo, enquanto outros

profetas (médiuns) constantemente lembravam, reforçavam e

ampliavam as leis Divinas de Moisés, entendidas como palavras de

Deus.

A segunda revelação: Jesus, que ocorreu após essas preparações,

oportunidade em que o povo judeu apresentava-se aparentemente

religioso, observando os preceitos da lei de Moisés e os ensinos dos

profetas com extremo vigor. A verdade, porém, era bem outra:

tratava-se no conjunto, de um povo orgulhoso e endurecido, dado a

hipocrisia. Em contrapartida, a inteligência, capacidade de entender as

coisas e manobrar o mundo externo, estava bastante desenvolvida.

Em tal meio, desceu Jesus, o espírito puro que governa a

evolução da terra, o ser mais evoluído de Deus ofereceu aos homens

para guiar os nossos passos.

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Vamos a comparação dos principais ensinamentos de Moisés e

Jesus:

Moisés:

I. Deus antropomórfico: um homem em ponto grande;

II. Deus como ditador ciumento e vingativo, zeloso;

III. Judeus: considerado o povo “eleito”;

IV. Ensina a temer a Deus;

V. Só cuida da vida térrea;

VI. Impõe a fé cega e castiga;

VII. Usa a pena de talião;

VIII. Autoridade absoluta;

IX. Proíbe a comunicação com os espíritos, que pune com a morte;

(essa punição tinha como meta proibir os abusos da época, pois a

tudo se buscava orientação dos espíritos);

X. Determina guerras de conquista que ainda continuam.

Cristo:

I. Deus é a perfeição suprema;

II. Deus como Pai misericordioso;

III. Todos são irmãos;

IV. Ensina a amar Deus, e não o temer;

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V. Trata da vida espiritual;

VI. Prescreve fé racional, não castiga;

VII. Prega misericórdia e fraternidade;

VIII. Autoridade é a racional;

IX. Fala com os espíritos e manifesta-se como tal;

X. Nada pedir de volta ao próximo, fazer ao próximo tudo o que

quiseres que eles vos façam.

Não devemos esquecer a época e as circunstâncias nas quais ]

Moisés atuou, para ter pronunciamentos injustos. A época exigia a

força e a firmeza de Moisés. Ele desempenhou a sua tarefa e o seu

nome é imortal.

Jesus, esse amigo incomparável e bom, para ter a sua doutrina

instalada na terra foi à custa do suor e do sangue. Os seguidores de

Jesus deixavam-se matar e, assim, com o sacrifício de muitos, se

implantou o Evangelho. Durante dois séculos e meio, os primitivos

cristãos viveram em função do momento de testemunhar sua adesão

ao Cristianismo. A perseguição pelas autoridades romanas foi de 64 a

325. Não esquecendo do anti-cristianismo imposto pelo movimento

das cruzadas e da inquisição, oriundos dos altos mandatários do

Catolicismo, promovendo número de mortes acima de muitas guerras.

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As manifestações:

As manifestações dos espíritos entre os homens, dando origem

aos chamados “fenômenos paranormais” – espíritas ou mediúnicos –

ocorreram e ainda ocorrem em todos os tempos e lugares. Seria inútil

determo-nos a esse assunto. Bastam alguns exemplos bem

conhecidos, como os mencionados na Bíblia, que são excelentes

evidências fornecidas pela Antiguidade:

• Sessão de materialização feita não muito depois de Moisés,

por ordem do rei Saul que também havia proibido a

comunicação com os mortos. Aflito, em face de estar

acossado por seus inimigos, procura a famosa pitonisa de

Endor e pede-lhe o trabalho mediúnico; ela, prudente, disse a

Saul disfarçado: por que me armas logo tu um laço à minha

vida, para me matares. Mas, o angustiado rei jurou-lhe “pelo

senhor” que não fará mal algum. A médium pergunta-lhe:

Quem queres, tu que te apareça? E o consulente retruca;

“Faze-me aparecer a Samuel” (que morrera algum tempo

antes).

Caro leitor, por incrível que pareça, declara a Bíblia que o

profeta evocado apareceu e falou ao aniquilado Saul. E a mulher,

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tendo visto aparecer a Samuel, deu um grande grito; assustou-se

porque reconheceu o rei que expulsara os médiuns e encheu-se de

temor. Mas este acalmou-a, dizendo: não temas.

• Jesus, durante a sua romagem terrena, deu origem a

maravilhosos fenômenos espirituais que culminaram em

extraordinárias aparições depois da morte, como o que está

escrito no Ato dos Apóstolos, Cap. II, concernente ao

episódio de Pentecostes. Fenômenos mediúnicos físicos

desencadearam-se subitamente; ouve-se um estrondo

acompanhado de forte ventania e línguas de fogo.

Imediatamente, os apóstolos foram dominados por espíritos

que entraram a falar diversas línguas estrangeiras, fenômeno

conhecido por xenoglossia.

• Paulo, o vigoroso pregador do Evangelho aos povos

estrangeiros, estimava grandemente a mediunidade e as

manifestações, que eram práticas usuais entre os cristãos

primitivos. Em suas cartas há várias menções a isso, em I

Cor. I4:1, diz:

Segui a caridade, anelai os dons do espírito e sobretudo ao da

profecia. Recomendava:

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o Não desprezai as profecias (1 Tessalon, 5:20)

o Examinai, porém, tudo; abraçai tudo que é bom (Rom.11:6)

Paulo, afinal decide suspender a proibição de Moisés: e não

proibais o uso do Dom das línguas (1 Cor. 14:39), decisão

naturalmente derivada dos ensinos do Cristo, que é o Mestre da Terra

e não guia de um único povo.

Prudente e útil mostra-se ainda hoje o conselho secular do

apóstolo João (I João 4:l-2): “Caríssimos, não creais em todo espírito,

mas provai se os espíritos são de Deus, porque são muitos os falsos

profetas que se levantaram no mundo.

• Na Idade Média, encontramos Joana D’Arc, a grande médium

que deixou-se ser conduzida à fogueira após condenada pela

Igreja, por não querer renegar as vozes espirituais que ouvia e

das quais recebia orientação para a difícil missão a

desempenhar em tão árduas circunstâncias. Durante os

séculos medievais, toda pessoa suspeita de atividade

mediúnica era declarada sumariamente discípula do demônio,

torturada para confessar isso e apontar cúmplices, e

executada para que sua alma pudesse ser salva. O Espiritismo

teve aí importantes antecessores, que foram abrindo o

caminho e preparando o terreno para sua edificação.

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As experimentações:

Ø As mediúnicas:

Chegamos ao momento crucial da história da mediunidade, o

momento em que os espíritos se manifestaram às claras por toda

parte. Sobressaem em importância o episódio da Hydesville, com a

família Fox, em 3l/3/l.848. Médiuns adeptos e investigadores

começaram a surgir por toda a parte. Na França, as manifestações

assumem forma e caráter peculiares.

Surgem como movimentos de pequenas mesas que se levantam

e batem no chão, números de pancadas convencionadas. Sob o nome

de mesas girantes ou dançantes, invadem os salões elegantes,

tornando-se modelo durante alguns anos. Era um divertimento

obrigatório nos saraus familiares. Foi nesses acontecimentos de Paris

que Hippolyte Léon Denizard Rrivail teve a sensibilidade em forma

de atenção despertada para entender que os acontecimentos eram de

cunho mediúnico e assim, Allan Kardec nos legou a palavra

espiritismo.

Como ninguém soube se aproveitar desses fenômenos. Em

l8/4/l.857, publica o livro básico da doutrina espírita, denominado de

“O Livro dos Espíritos”. Utilizando não o seu nome, mas o de Allan

Kardec como autor, nome que teria tido numa existência anterior.

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Ø As parapsicológicas:

Em l.930, com Joseph B. Rhine, inicia-se uma nova fase nas

investigações dos fatos supranormais, com emprego de técnicas

originais.

A mediunidade foi excluída de início. Explicava Rhine que os

fenômenos mediúnicos eram difíceis demais de controlar e que a

suposta intervenção de um espírito livre não podia ser demonstrada

com o rigor então desejado.

Inicialmente, iria se ocupar com as faculdades e fenômenos

peculiares à mente humana (isto é, anímico), limitando a

experimentação a um campo possível de dominar, ou seja: estudo das

faculdades normais, não utilizada na vida comum, mas latente na

mente. Exemplo:

• Clarividência ou percepção, à distância de objetos e

acontecimentos sem uso dos sentimentos.

• Telepatia ou recepção do pensamento de outro.

• Precognição ou previsão de fatos futuros.

• Telecinesia (psiconesia) ou movimento de objetos à distância

sem usar veículo físico.

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As três primeiras costumam-se chamar de percepção extra-

sensorial. As pessoas submetidas aos testes eram geralmente

estudantes universitários.

• Clarividência: elas tinham que adivinhar qual era a carta, sem

que ele o instrutor a tivesse visto.

• Telepatia: ler no pensamento do experimentador que carta

ele, tirava.

• Pré-cognição: dom da profecia, o sujeito devia adivinhar a

ordem das cartas antes que fossem embaralhadas, isto é, fazer

uma previsão; desse modo, Rhine concluiu que a precognição

(dom da profecia) é uma realidade.

• Psicocinesia: por último, o cientista quis saber se a mente

humana é capaz de influenciar a matéria de longe, sem usar

meios físicos, ou seja, movimentar objetos sem contato. Para

isso, empregaram-se dados atirados mecanicamente,

enquanto os sujeitos procuravam forçá-los a cair de modo a

dar certo número, isto é, orientar mentalmente a soma das

faces voltadas para cima. Por exemplo, se o número

escolhido fosse sete, os dados acusariam: 1-6, 2-5, 3-4 etc.

Por esse processo, comprovou-se a existência da psicocinesia.

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Ø As Metapsíquicas:

Rhine afirma que a parapsicologia é mais restrita em relação a

metapsiquica, porém é mais precisa. Enquanto Richet apelou sempre

para fantasiosos “poderes latentes” ou “forças ocultas” no

inconsciente (e, afinal, confessou não acreditar nisso). Rhine vai

direto ao cerne da questão e afirma que está demonstrada a existência,

no ser humano, de um fator extra físico ou espiritual: o que se chama

de “alma” é um fato, porque nenhum veículo físico conhecido explica

as ações à distância do organismo.

Hoje já temos realidades maiores para sairmos desses ensaios

científicos e dizer:

Nos últimos tempos, formidáveis cópias de mensagens têm

vindo do Mundo Espiritual trazendo provas intelectuais da

sobrevivência de um sem número de jovens desencarnados, na

maioria, de morte acidental. São escritos consoladores para os pais,

vindos sobretudo pela mãos de Chico Xavier.

O Dr.Raymond Moody em seu livro “Vida Depois da Vida”,

filósofo e psiquiatra norte-americano, investigou as estórias de cem

pessoas que estiveram clinicamente mortas, em vida latente, por

graves acidentes ou ataques cardíacos. Todas elas se desprenderam do

corpo, que passaram a ver como algo à parte, assistiram aos esforços

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dos médicos, às lamúrias dos parentes e puderam observar pequenas

realidades do plano espiritual.

Um desses casos é registrado no livro de J.A Appeman (Poderes

Psíquicos e Imortalidade):

“Vi-me rodeado pela multidão. Pessoas com as fisionomias mais

infelizes que jamais vira. Cada aborrecimento tinha uma aparência

diferente. Vi homens de negócios caminhando pelos corredores dos

seus antigos escritórios, tentando inutilmente conseguir que alguém os

ouvisse. Vi uma mãe que acompanhava um homem de sessenta anos,

que me pareceu ser seu filho, aconselhando-o e ensinando-o; ele,

porém parecia não estar ouvindo.

Aí o relator lembrou-se de si mesmo, até então interessado

somente em conquistas materiais, insensível a tudo o mais. Acontecia

o mesmo àquelas criaturas; seus corações e suas mentes estavam

interessados em coisas terrenas e agora, já fora da Terra, ainda

continuariam ligados desesperadamente a ela?”

Até Garl G. Jung, o grande psicólogo, teve uma experiência de

quase-morte pelo fim dos 60 anos, que teria sido, diz ele, o

acontecimento mais marcante da sua vida até então e que fez os seus

pontos de vista mudarem sensivelmente. Jung interessou-se

sobremaneira por questões parapsíquicas e espirituais.

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CAPÍTULO 03 – DESENVOLVIMENTO DO ESPIRITISMO

Doutrina espírita: moral e religião:

Introdução:

O Espiritismo vem no momento certo, dando cumprimento a

afirmativa de Jesus: eu vou, mas não lhes deixarei só, no momento

certo, mandarei o espírito da verdade para esclarece-los. Assim sendo,

chega o Espiritismo através de Allan Kardec e apresenta-se como o

Cristianismo bem compreendido (espiritismo redivivo) mostrando ao

homem a absoluta necessidade de sua renovação interior.

Porque será ele o arquiteto da sua felicidade ou infelicidade, terá

de enfrentar as consequências de cada um de seus atos, de cada um de

seus pensamentos. O Espiritismo é uma ciência e essencialmente

moral, orientando-nos ao auto aperfeiçoamento, através da

compreensão adquirida, e nos convoca em consequência ao trabalho

no conhecimento de si mesmo e vencendo a si mesmo, ou seja: o

maior inimigo das virtudes, o egoísmo. Esse mal, que leva o indivíduo

a querer tudo para si mesmo, a considerar tudo em função dos

interesses do próprio eu, sem perceber os direitos e necessidades dos

demais.

Consequentemente, no dia em que um dado ser humano, pela

primeira vez, pensa em alguém antes de agir e considera-se

semelhante aos outros, estará despontando o senso moral. Queremos

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observar que para um indivíduo chegar a esse momento, muitos

milênios foram gastos. Mas, felizmente daqui para frente será mais

fácil e mais rápida a nossa evolução.

Como podemos avaliar, esses valores somente despertarão com

o exercício diário, da viagem silenciosa, nascendo no íntimo da nossa

alma, pois as coisas do alto (que transcendem a matéria) só serão

possíveis quando passarem pelo coração.

Essa evolução completa-se com o espiritismo batendo nas

seguintes teclas do progresso espiritual, que é duplo:

• Intelectual (fé esclarecida e racional) e;

• Moral (fé relacionamento interpessoal correto).

O que é espiritismo:

O espiritismo foi organizado e codificado por Allan Kardec, mas

a vertente da sua origem perde-se no tempo.

Em l.855, Kardec é convidado pelo seu amigo Carlot à assistir

os fenômenos clássicos da época, na velha França, das mesas girantes,

ele aceita e exclama: quero ver para crer. Imediatamente após assistir

os fenômenos, Kardec questiona a si mesmo: para que uma mesa de

matéria inerte passe a ter movimento espontâneo aparente, após

magnetizada, somente será possível se existir algo que pense e que

realize o ato.

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Como podemos observar, temos aqui o início da organização

dos métodos do Cristianismo/Espiritismo codificados por Kardec.

Nascendo então a ciência e filosofia do espírito:

• Como ciência, o espiritismo consiste nas relações entre

encarnados e desencarnados.

• Como filosofia, compreende todas as consequências que

emanam dessas relações: encarnados e desencarnados.

Finalizando a pergunta, o espiritismo é a certeza de que somos

imortais, que os laços afetivos não se rompem e que a vida após a

vida é muito mais abundante. Não existe o sono paralisante, o sono

eterno.

Qual a responsabilidade do espiritismo, para com o homem:

Evangelizar é esclarecer, e aí temos o esclarecimento com

relação a:

• Sono eterno;

• Aborto;

• Eutanásia;

• Ateísmo;

• Suicídio, etc.

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Com referência ao ateísmo, o espiritismo chega na hora em que

devemos rever o cristianismo posto em prática, desde antigamente

que era orgulhoso e político. O posivitivismo, criado por Augusto

Comte, chega ao exagero de afirmar que “a ciência aposentou Deus”.

Vindo ao extremo de agradecer a Deus pelos serviços provisoriamente

prestados.

Como o espiritismo entende o fim do mundo:

O entendimento do fim do mundo, não é da forma geralmente

entendida, ou seja:

Não é o fim do mundo, mas sim o fim de tudo que aí está e que

não serve mais para a humanidade do terceiro milênio. Tudo que aí

está e que é prejudicial, será arrancado até a raiz. Eis então o

momento difícil da humanidade em prova e expiação.

O espiritismo aceita o Apocalipse? O que representa o

Apocalipse para a humanidade?

O espiritismo não pode negar o apocalipse, pois é a misericórdia

divina, trazendo o alerta para a humanidade. Não podemos esquecer o

alerta a partir de Sócrates, Platão, João Batista, a voz no deserto que

no seu tempo gritava: arrependei-vos, façais penitências. Jesus

também disse: quando o homem estiver voltado para os seus instintos,

creia de que é chegado o fim.

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O alerta mais recente a nos brasileiros, foi a novela da Globo

“Fim do Mundo”, tema inspirado pela espiritualidade.

O espiritismo, aceita a Bíblia?

Todos que se dizem cristãos devem conhecer a Bíblia,

principalmente os ensinos morais contidos no novo testamento.

Acrescento um detalhe muito importante: o espiritismo oferece ao

espírita a condição de entender os dizeres, as mensagens deixadas por

Jesus à humanidade. A exemplo da parte moral, expressa em O

Evangelho Segundo o Espiritismo.

A Bíblia fala de mediunidade?

Sim. É o próprio apóstulo Paulo aos corintos cap. 2 – versículo

l2 que diz: Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o

espírito que provém de Deus, para que possamos conhecer o que é

dado gratuitamente por Deus.

O espiritismo tem dono?

Não. E se tem são os espíritos superiores, responsáveis por todo

o material didático. Chico Xavier, a expressão máxima do espiritismo,

nunca apresenta o seu ponto de vista pessoal, sempre procede assim:

Os espíritos superiores nos informam (...), nunca ele diz: tal coisa

deve ser assim, assim deve ser.

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O lado Moral:

Com referência ao lado moral, o espiritismo explica e nos

convida a viver e exemplificar as máximas morais de Jesus.

O lado da Religião:

Quanto ao aspecto religioso, Kardec deixou claro que na

acepção tradicional da palavra, o Espiritismo não é uma religião.

Falta-lhe para isso, os implementos característicos. Acrescento: é

ciência, é filosofia transcendental - o sentimento entre o céu e a Terra

que não deve ser entendimento como religião, pois para tal teríamos

que adotar coisa que a doutrina espírita não adota, tais como:

• Ritos;

• Dogmas;

• Sacerdotes;

• Templos, segundo a concepção clássica;

Jesus não tem religião, ele é cumpridor das leis divinas do pai.

Essa é a missão e o entendimento que haverá no seio dos espíritas,

num amanhã bem próximo.

Sendo a doutrina espírita ciência e filosofia espiritual, daremos

um conceito quanto ao aspecto religioso, oriundo do nosso atavismo,

passaremos a entender como religião interior dentro de cada um de

nós, sem templos (igrejas). Obtendo assim, um sentimento de fé, de

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confiança e de união em relação ao Criador. Por outras palavras, a

experiência religiosa é íntima e de natureza exclusivamente pessoal;

os atos exteriores de culto e adoração perdem o significado. “Deus é

Espírito e em espírito e verdade é que o devem adorar os que o

adoram” Jesus (João 4:24).

Assim, chegamos ao conceito Kardeciano de espírita: é a pessoa

que se esforça para ser o melhor, lutando contra suas imperfeições.

Um centro espírita legítimo não se ocupa somente com sessões

mediúnicas, mas possui vários serviços de atendimento aos

necessitados e de cooperação com o próximo. O espírita genuíno é

aprendiz constante do Evangelho e, como tal, estende a mão aos

semelhantes sempre que puder: todo homem é incompleto e precisa

necessariamente da cooperação alheia.

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CAPITÚLO 04 – RELAÇÕES DO ESPIRITISMO COM A CIÊNCIA

Ciência:

É importante lembrarmos que o Espiritismo é produto do clima

de liberdade intelectual que a ciência nos legou desde os tempos e a

partir de Galileu, entretanto no campo da ciência é necessário

delimitar os dois campos, ou seja, Ciência Acadêmica e Ciência do

Espírito:

1. Ciência Acadêmica - investiga os fenômenos da matéria.

2. Ciência do Espírito - investiga os fenômenos espirituais.

Nota: Essas ciências isoladas são incompletas. Vejamos um

exemplo:

A. Para a ciência, a espécie é uma fase do curso da evolução

orgânica.

B. Para o espiritismo, o homem é uma fase do curso da evolução

espiritual.

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Física:

No campo da física, convém lembrar que Kardec nos ensinava

que a solidez da matéria era apenas um estado transitório do fluido

universal, o qual “pode voltar ao estado primitivo”.

Psicologia:

A psicologia dá à mente humana características ou atribuições

derivadas sobretudo das experiências vividas na infância atual, o que

na verdade é muito pouco para explicar um acervo tão grande ali

arquivado através de muitas reencarnações

A psicologia, que investiga a mente ou o conjunto de funções

imateriais do cérebro mantém relações íntimas com o Espiritismo.

Psicanálise:

A Psicanálise surgiu justamente para elucidar seus processos e

conteúdos; pondo de lado os imensos exageros que Freud e seus

seguidores introduziram, ela contribuiu apreciavelmente ao

conhecimento do espírito encarnado.

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

29

CAPITULO 05 – RELIGIÃO E CULTOS AFRO-BRASILEIROS

No Brasil, há vários cultos populares, sendo a Umbanda o mais

conhecido, trazido pelos escravos negros. Estando esses negros sub-

jugados à escravidão, foram forçados a enquadrar os seus rituais aos

moldes impostos pelos seus senhores brancos, que tinham uma

religião rica de imagens e ritos. Assim exposto, não é difícil

compreender a mistura das duas atividades ao longo do tempo – isto

é, o sincretismo religioso: pois o negro absorveu a parte ajustável ao

mediunismo e foi anexando, aos seus rituais, imagens e costumes dos

brancos, cujos nomes dos santos foram trocados por nomes africanos.

Contudo, é importante registrar que, esses manifestos têm um cunho

materialista, razão de tanto apelo a despachos e trabalhos. É claro que

não cabe crítica – e, sim, a compreensão. É lógico que um espírito

superior não bebe e nem fuma, etc. Até porque, se Deus permite tem a

sua razão de ser.

Concluindo, o Espiritismo não tem a ver com os cultos afro-

brasileiros. Mas, veio reforçar e justificar em virtude da mediunidade.

Assim sendo, não possui também, nenhuma prática ligada a objetos

materiais. Seus trabalhos são todos realizados pela força do

sentimento e do pensamento; não recepciona os espíritos com

solenidade, cantos e dádivas, pois objetiva a melhoria dos homens.

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

30

CAPÍTULO 06 – PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS

Introdução à Lei de Deus:

Durante muito tempo, o ser humano acreditou na desordem e na

injustiça, conforme o estado de sua mente atrasada. Mas com o

desenvolvimento espiritual, acaba percebendo a necessidade da

ordem, da justiça e do amor, tornando-se assim, consciente de suas

necessidades, deveres e direitos. O material psicológico e moral, a

humanidade tem com profundidade a partir dos Dez Mandamentos e

os Evangelhos.

Necessário ao entendimento das bases acima mencionadas,

surge em nosso auxílio o Espiritismo, estabelecendo a doutrina do

Evangelho, vejamos, em o Livro dos Espíritos, Kardec propõe dividi-

lo em 10 itens, a saber:

• Adoração;

• Trabalho;

• Reprodução;

• Conservação;

• Destruição;

• Sociedade;

• Progresso;

• Igualdade;

• Liberdade e

• Justiça e amor (caridade).

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

31

A seguir, oferecemos uma visão abreviada dos aspectos da Lei

de Deus, considerando sua importância para o destino de cada um de

nós.

A. O princípio central da Lei Divina é a evolução;

B. Tudo é movimento, renovação, e como tal o espírito não poderia

parar mesmo momentaneamente, sem prejuízo.

C. A terra é um campo experimental, uma oficina de trabalho, onde

os espíritos são colocados para desenvolver-se; daí Jesus chamá-

la de “seara”. Sendo assim, inúmeras vidas são necessárias

Gozam as pessoas normais de liberdade para decidir e agir de

acordo com a decisão. Porém, elas não podem suspender o efeito de

suas ações: a cada ação corresponde uma reação igual e de sentido

contrário, que se volta na direção do autor. A este cabe, pois,

enfrentar as más consequências de seus atos passados por meio da

expiação e da reparação. Tal é o principio da causa e efeito (ou de

causalidade).

O que pensamos e fazemos têm influência sobre os outros. A

semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória, entretanto poderemos

mudar o curso da nossa expiação, ou de terceiros, mas é bom lembrar:

se gozamos do livre arbítrio por ocasião da emissão de pensamentos e

atos, no presente, criamos portanto uma faixa de determinismo, para

um futuro culposo, sobre o qual não podemos aplicar em nosso

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

32

benefício a liberdade de escolher, pois os acontecimentos que daí

resultam são consequências de outros acontecimentos anteriores que

não podemos mudar de acordo com a nossa vontade, mas sim

adquirindo méritos.

Sendo o resgate, - na maioria das vezes assim nos parece – de

problemas decorrentes das agressões interpessoais que caminham por

muitas vidas entre os espíritos comprometidos, cabe perguntar ao

ofendido:

a. Você quer para os outros o que deseja para si?

b. Quer mais para si do que para os outros?

Se a opção for pelo item (a), será oportunizado ao ofensor, o

relacionamento de igualdade, solidariedade e atitude de cooperação,

constituindo o único caminho do progresso real por proporcionar ao

espírito de ambos a não aquisição de reações perturbadoras.

Se a opção for pelo item (b), torna-se impelido a prejudicar o

próximo criando laços inferiores que o prendem aos círculos do mal.

Sintonia vibratória.:

Não podemos, em suma, fugir à companhia espiritual que os

nossos pensamentos e sentimentos atraem para junto de nós – e não

nos é possível escapar à sua influência a menos que mudemos para

melhor (elevando o padrão vibratório)

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

33

Se um espírito perturbado, inconsciente ou mal-intencionado,

entra em sintonia com alguém e consegue influência permanente

sobre ele, temos aí a obsessão.

Corpo e períspirito; fluidos:

O corpo é o instrumento que o espírito usa para atuar nos

mundos materiais. Precisa, portanto, atender às necessidades dele, aos

objetivos que ele traz ao encarnar. O corpo é considerado um produto

ideoplástico do espírito; logo após a fecundação, o espírito

reencarnante une-se por um cordão fluídico ao ovo e, por meio dele

influencia automaticamente a formação do embrião e do feto; por

isso, o estado de perturbação ou embotamento da consciência não

impede que o espírito imprima suas características básicas no novo

ser. Consequentemente, o organismo reflete o estado daquele. As

doenças físicas em suma, não passam de distúrbios do períspirito.

Prova espiritual da realidade da existência do períspirito é:

O desdobramento, pelo qual o indíviduo percebe a si mesmo

afastado do corpo, que se acha entorpecido, e pode manifestar-se a

distância (sob o nome de bicorporeidade ou bilocação).

Quando o espírito se desliga do corpo e o períspirito torna-se

visível, materializando-se costuma receber o nome de duplo ou duplo

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

34

fluídico; nesse estado, pode conversar escrever e realizar trabalhos

vários. Exemplo – um parto problemático.

Nota: A matéria do períspirito pode deixar-se modelar pela

força do pensamento e, assim, os espíritos podem mudar a aparência,

se o quiserem, sem alterar, é claro, a sua natureza íntima.

Faculdades do espírito:

As chamadas faculdades paranormais do encarnado foram

tomadas como objeto de pesquisas da Parapsicologia por Rhine. Os

fenômenos oriundos do exercício dessas faculdades foram

denominados anímicos por Aksakof. Essas faculdades paranormais

foram as de: clarividência, telepatia, precognição e telecinesia. Poucas

pessoas dispõem claramente delas durante a encarnação.

P. O que é fenômeno anímico?

R. Fenômeno anímico é o automatismo psicológico, que

consiste em uma atividade inconsciente, em que o espírito do

indivíduo desempenha por autossugestão induzida por um forte

desejo, em personalidades emotivas, de imaginação viva ou

inclinação mística. Pessoas desse tipo mental podem escrever

automaticamente sem a presença de um desencarnado, visto estar

bloqueado o controle consciente e os conteúdos inconscientes podem

emergir segundo as tendências ocultas da personalidade.

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

35

Vamos dissecar um pouco mais o assunto de clarividência:

P. O que vem a ser clarividência?

R. A propriedade de adquirir conhecimento sem utilizar

influência de pensamento alheio (encarnado ou desencarnado).

P. Esse fenômeno é consciente ou inconsciente?

R. Pode ser consciente ou inconsciente.

P. Esse fenômeno é mediúnico, com atuação do sexto sentido?

R. Não é mediúnico, propriamente tido, pois está contido nos

cinco sentidos a exemplo da telepatia, precognição e telecinesia.

Nota: a clarividência demonstra a existência da alma por ser

uma faculdade do espírito. Exemplo:

Sam Benson, lojista norte-americano que é clarividente, certa

vez à tarde, viu o filho se afogando no reservatório onde fora banhar-

se; já afundara duas vezes e ia perdendo o fôlego. Sam reza e corre

para o local. Encontra o rapaz de volta, e apertando-o, soube que ele

quase morrera afogado.

Nota: A premonição ou precognição é também uma forma de

clarividência

Exemplo: Um dia, Sam estava numa igreja em companhia de um

amigo que era pintor de paredes. De repente, o viu deitado no chão

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

36

quieto e coberto com uma lona manchada de tinta. Ficou tão pálido

que teve que contar ao pastor o que vira. Três dias depois, o pintor

caiu do andaime e morreu.

Telepatia.

É a transmissão do pensamento de um cérebro para outro, entre

vivos; que também poderá ser receptível de uma ideia, ou de algo

acontecido no passado.

Exemplo:

O prof. Gilbert Murray, diplomata e telepata submetia-se a

experiências de transmissão do pensamento. Estava só numa sala.

Noutra sala, a l2 m de distância, alguém murmurava: “Estou pensando

em Thomas Becket ao ser assassinado na Catedral de Cantuária”.

Quando foi chamado, Murray declarou imediatamente: “Isto é algo

horrível... É alguém sendo morto numa igreja, ou coisa assim.

Sugestão pós-hipnótica:

A sugestão pós-hipnótica, além de demonstrar a influência de

uma pessoa sobre outra quando estão sintonizadas, constitui excelente

prova da existência do inconsciente. Realmente, um comando de uma

ideia fica dias e dias, armazenada na mente e num dado momento

emerge para a realização, pondo o indivíduo em atividade – sem que

ele saiba como e porque entrou em ação. Assim sucede, na vida

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

37

diária, com os nossos impulsos, que são também forças inconscientes

para nos obrigar a fazer algo.

Intercomunicação espiritual

Começamos o nosso esclarecimento dizendo que: matéria e

energia são oriundas de uma mesma realidade. Assim sendo, vivemos

num universo de ondas a tal ponto que até as partículas elementares

da matéria, elétrons e prótons originam uma onda ao se deslocarem.

Neste contexto físico, o cérebro surge como um aparelho emissor e

receptor de ondas mentais (matéria mental).

Diante do exposto acima, concluímos que: mediunidade é a

capacidade de sintonia, caso em que todos somos médiuns ou

sensitivos. Todos entram em sintonia com determinados tipos de

espíritos, que se afinam com as suas inclinações, e recebem deles

influência (ondas mentais). Atraímos as mentes que possuem o

mesmo padrão vibratório que o nosso, que estão no mesmo nível

moral.

Dito isso, concluímos que: nós alimentamos mentes de

encarnados e desencarnado e somos também alimentados. É fácil de

entender: o universo é como um grande aquário e nós estamos dentro

dele, unidos não pela água, mas sim pelas matérias correspondentes,

energias ou fluidos – como ficar melhor ao nosso entendimento.

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

38

Importante: estamos unidos por tais energias, mas somos

individuais e como tal responsáveis pelos nossos atos.

P. É o caso de perguntar: como podemos elevar cada vez mais

as nossas vibrações (matéria mental)?

R. Só há um meio: enriquecendo o pensamento e o coração por

meio do desenvolvimento da inteligência (estudo, conhecimento e

compreensão das leis naturais que nos regem) e do sentimento

(prática do bem, serviço prestado, moralidade). Eis as vias do

progresso espiritual e, meios para colocar o sexto sentido a serviço da

mediunidade com Jesus.

Mediunidade com Jesus, utilização do sexto sentido

Para uma mediunidade caminhar com segurança e tornar-se

confiável, é necessário o seguinte: para qualquer candidato ao

desenvolvimento e adestramento da mediunidade em afloração, torna-

se imprescindível, em primeiro lugar transitar da fase de frequentador

do salão doutrinário para a de espírita convicto. Para tanto, ao invés

de querer ser adotado pelo Espiritismo, buscando tão somente

benefícios imediatistas, passar a adotar na sua existência diária a

prática dos postulados espiritistas.

Nesse particular, fica aqui uma advertência para os dirigentes de

Centros Espíritas: não devem permitir o ingresso de pessoas nas

reuniões mediúnicas precipitadamente. As etapas para o médium em

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

39

afloramento mediúnico devem seguir o seu curso paulatinamente. É

um procedimento equivocado dar permissão ao médium para o

exercício mediúnico sem antes deixá-lo conquistar a harmonização

emocional.

Os problemas com que o médium se depara quando eclode a

mediunidade são provenientes das suas imperfeições morais e nunca

provenientes da faculdade em si mesma. A sintonia com os seres

desencarnados enfermiços, inclusive os desafetos, promove todos os

sintomas desagradáveis que o médium passa a sentir.

Prece:

A prece é o momento de nossa humildade junto ao criador, é o

momento de ligação do filho ao pai, é o momento em que nos é

proporcionada a resposta às nossas rogativas.

O assunto é difícil, pois há espíritas e outros cristãos que não

admitem a prece, alegando não ser possível mudar a vontade de Deus.

Ele sabe de antemão o que precisamos e nesse caso as nossas preces

seriam inúteis. Quanto a assunto, acrescento: quem assim pensa,

apena acredita no espiritismo, mas não é espírita e muito menos

cristão, pois orar foi um ensinamento deixado por Jesus.

A prece estabelece a comunhão mental com a Espiritualidade

Superior e atrai o auxílio dela para as nossas reais necessidades

espirituais.

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

40

CAPÍTULO 07 - ATIVIDADE NOTURNA DO ESPÍRITO

Sono:

Durante descanso noturno pelo sono, o espírito desprende-se do

corpo; estando livre para agir, no outro lado da matéria, bruta.

P. Mas não há variação, ou graus de desprendimento e lucidez?

R. Nem todos se afastam do seu corpo, alguns permanecem no

ambiente doméstico; temem fazê-lo, sentem-se constrangido num

meio estranho. Outros se movimentam, de acordo com o seu nível de

elevação. O índio permanece em sua taba, mesmo após o desencarne,

ansioso por voltar à vida física. Pois temem aquilo que não conhece.

O princípio que rege a permanência fora do corpo é o da

afinidade moral, afinidade vibratória ou sintonia. Isso estabelece a sua

caminhada durante o sono, assim, será atraído para regiões e

companhias que se harmonizem com os seus desejos e intenções.

Convivendo assim com as satisfações adequada ao seu estado de

evolução. Aos homens de instintos maus, crimes terríveis são

planejados durante o sono. Aos homens de instintos bons, haverá

intercâmbio de emoções, aprendizado de doutrinas, acertos de

trabalho, sugestões variadas, etc., pois estará relacionando-se com

espíritos, de ideais semelhantes. Assim sendo a escolha é nossa: subir

mais ou descer mais.

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

41

Sonho:

Para a doutrina espírita, o sonho é a recordação de uma parte da

atividade que o espírito desempenhou durante a libertação permitida

pelo sono.

P. Todos sonham durante a noite?

R. Sim. Todos, mas quanto mais dorme o sonhador, terminado o

sonho, menos lembrará do que sonhou.

As informações são de que quase sempre, o sonho começa uma

hora depois de iniciado o sono; poderá haver de três a cinco períodos

de sonho durando 20 a 35 minutos cada um e com intervalo de 90

minutos. Experiências consistentes em acordar pessoas durante o

sonho deram em resultado distúrbios emocionais, como ansiedade,

irritabilidade, aumento de apetite e de peso, logo curados cessando a

interrupção.

No curso do período de sonhos, o cérebro retoma a atividade

como em vigília e os músculos revelam-se flácidos; é então que o

individuo, se acordado, embora esteja consciente, está com as pernas

fracas e tende a cair; vez ou outra, intensos espasmos nos braços e

pernas surgem, donde, no leito, por vezes sentimos forte e súbita

contração muscular (um estremecimento). Os olhos movem-se

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

42

rapidamente de um lado para outro, esses movimentos característicos

do sonho são conhecidos.

Uma informação de relevante importância: enquanto o sujeito

dorme, ocorrem frequentes pausas de respiração O ronco, tão vulgar e

incômodo, é um recurso contra a apneia, que pode durar até perto de

um minuto. Numa noite, algumas pessoas chegam a ter 500 dessas

paradas respiratórias; ao roncar, o tórax aspira ar para dentro dos

pulmões, quem sofre de apneia frequentemente, ronca, mas nem todos

os roncadores têm apneia.

Há três maneiras lógicas de interpretar sonhos: a freudiana, a

adleriana e a espírita:

1. Freudiana:

O sonho satisfaz de algum modo desejos e intenções expressos e

serve para impedir que o impulso acorde o adormecido.

2. Adleriana:

O sonho como voltado para o futuro, encarrando-se como uma

tentativa de manter ou reforçar o estilo de vida de uma pessoa quando

surgem contradições com a realidade ou com o senso comum. O

sonho julgava Adler, é uma criação do estilo de vida, ajuda a

solucionar problemas ligados a ele e tem o papel de agitar

sentimentos.

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

43

3. Espiritismo

O sonho também satisfaz impulsos e é uma expressão do estivo

de vida, com a diferença fundamental de não se processar só no plano

mental, mas ser uma experiência genuína do espírito que se passa

num mundo real com situações concretas.

P. Quais os fatores que interferem para que o sonho não seja

nítido?

R. Há uma série de fatores que interferem tornando-os obscuros

ou incoerentes. No momento em que o espírito retoma o corpo para

acordar, ocorre intensidade maior ou menor de perturbação da

consciência. A intromissão nos sonhos de elementos consciente da

vida comum é frequente, especialmente quando há preocupações.

É difícil para o próprio espírito compreender o que se passou

durante a noite. Outro fator a considerar é composto das lembranças

de vidas anteriores, que emergem do inconsciente e encaixam-se no

sonho, fazendo-o confuso. Por fim, não se deve ignorar o simbolismo

usado por mentores espirituais, objetivando fazer sugestões e

advertências ao encarnado sem violar o livre-arbítrio, o que a Lei não

permitiria; mostrar uma montanha árida e pedregosa, sobre cuja

encosta ele ascende penosamente, simbolizando provas e dificuldades

próximas.

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

44

Tudo isso explica as distorções e disfarces, tão mencionados na

literatura psicológica. Em suma, o sonho é uma expressão da vida real

da personalidade. O espírito procura atender a desejos e intenções

inconscientes e conscientes.

Há mais dois tipos de sonhos e é oportuno expor:

Um é o sonho premonitório, diferente dos expostos, o outro é o

pesadelo, ou seja, o sonho ansioso, em que entra o medo. O sonhador

vê-se acossado por inimigos ou por animais monstruosos, têm de

atravessar zonas tenebrosas, sofrer castigos, etc., que de fato, são

vivências provocadas por agentes voltados ao mal ou por desafetos

desta ou de outras vidas.

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

45

CAPÍTULO 08 - MEDIUNIDADE E MÉDIUNS

Conceitos gerais e classificação:

Mediunidade, no sentido exato e usual da palavra, é a faculdade

que certas pessoas têm de entrar ostensivamente em comunicação

com os espíritos e de transmitir mensagens destes fora do campo

pessoal. Médium é o indivíduo que percebe e transmite a outros a

influência dos espíritos, assim conceituada:

Mediunidade natural:

É a mediunidade que se desenvolveu espontaneamente na

pessoa segundo o seu nível evolutivo e reflete a sua capacidade de

sintonia; é uma conquista pessoal independe de ulterior

desenvolvimento pela prática.

Mediunidade facultativa (mediunidade tarefa):

É a mediunidade que vemos em ação, administrada com relativa

segurança pelo médium; é uma faculdade concedida a espíritos

seriamente endividados como recurso da Misericórdia Divina para

ajudá-los a resgatar dívida e apressar o seu progresso; caracteriza-se

por perturbações iniciais e necessidade de desenvolvimento pelo

exercício metódico, geralmente difícil; não raro, suas manifestações

são violentas.

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

46

Nota: Emmanuel (O Consolador) recomenda distinguir o

mediunismo de mediunidade:

Ø Mediunismo:

É aquela faculdade bruta, em estado natural, que não foi

submetida à disciplina. É o sistema de comunicabilidade dos espíritos

usado pelos povos primitivos.

Ø Mediunidade:

É aquela faculdade que foi submetida à disciplina através do

estudo e prática da doutrina espírita.

Não é fácil organizar um quadro demonstrativo de

características mediúnicas, pois cada médium apresenta

peculiaridades individuais que o tornam distintos um dos outros.

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CAPÍTULO 09 - A OBSESSÃO

O problema, como sabemos é de sintonia, decorrente da

afinidade moral, no presente ou no passado (companheiros,

cumplices). Segundo Emmanuel e Scheila, pela mão de Francisco C.

Xavier, a obsessão torna-se um perigo provável sempre que

permitamos que se torne um hábito através de atitudes como:

Ø Cabeça e mãos desocupadas;

Ø Palavra irreverente;

Ø Boca maledicente;

Ø Conversa inútil e fútil, prolongada;

Ø Atitude hipócrita;

Ø Gesto impaciente;

Ø Inclinação pessimista;

Ø Conduta agressiva;

Ø Apego demasiado a coisas e pessoas;

Ø Comodismo exagerado;

Ø Solidariedade ausente;

Ø Tomar os outros por ingratos e maus;

Ø Considerar o nosso trabalho excessivo;

Ø Desejo de apreço e reconhecimento;

Ø Impulso de exigir mais do outro do que de nós mesmos;

Ø Fugir para o álcool ou drogas estupefacientes.

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

48

P. Quando é que a obsessão está em desenvolvimento numa

pessoa?

R1. Ao surgirem ideias fixas torturantes que interrompem o

curso dos próprios pensamentos, e difíceis de afastar da mente.

R2. Sentir a vontade própria ser dominada por outra vontade

estranha e invisível.

R3. Experimentar inquietação crescente sem causa aparente.

R4. Desejos mais excitados do que o habitual.

R5. Emergirem impulsos adormecidos, mais ou menos

inconscientes.

R6. Surgimento de indisposições agressivas contra alguém sem

motivo aparente.

Em tais circunstâncias, o recomendável é tratar de recorrer à

prece, renovação íntima e após tal decisão, o passe.

Os tipos de obsessão:

A atração por sintonia inferior com o plano inferior:

Toda vez que o encarnado se deixa dominar por pensamentos

viciados e sentimentos inferiores, a lei de afinidade moral faz com

que se estabeleça íntimo relacionamento com entidades dotadas de

idêntico padrão vibratório. Além disso, outro motivo importante é o

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

49

vampirismo, a operação consiste em absorver forças do hospedeiro

terreno.

Influência recíproca de encarnados e, desencarnados:

É a obsessão também denominada bi-direcional, que consiste na

troca de pensamentos, sentimentos e emoções transviados e

desordenados, entre encarnados e desencarnados afins. Vibrações de

ódio, ressentimentos, mágoa, desânimo, maledicência, etc., unem os

espíritos de ambos os planos.

Não há intenção maléfica, pois os desencarnados são geralmente

parentes e amigos cuja consciência está embotada e que pertencem ao

mesmo nível mental. Em tais circunstâncias, é preferível falar em

obsessão passiva, visto que a entidade não empreende nenhuma ação

hostil, contra o seu hóspede. Prejudica-o passando-lhe fluidos

deletérios, pastoso e, escuros.

Sugestão hipnótica durante o sono:

Nesta variedade, o indivíduo, durante o dia, parece ativo e

normal, mas tem a vontade dominada pelas sugestões feitas pelo

obsessor durante o sono. Este aproveita as horas livres, para exercer

sua nefasta influência, considerando a estreita sintonia entre ambos.

Durante o dia, as sugestões emergem no consciente sob a forma

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

50

de impulsos e pensamentos que o obsedado obedece como se fossem

seus. O individuo é um autômato crendo ser independente.

Exemplo: determinada senhora se indispôs com o marido por

questões secundárias; durante a noite, entretém-se no umbral com os

“seus amigos”, que a aconselha constantemente a abandonar “aquele

miserável indigno das suas atenções”. Cada dia, está menos disposta a

tolerar as pequenas coisas que lhe desagradam. E o cavalheiro é

disposto à auto reforma que durante a noite recebe sugestões menos

dignas no sentido de certas inclinações suas; e durante o dia, encontra

grande dificuldade em manter a conduta dentro dos padrões de

dignidade cristã.

Até ações físicas e desastrosa são produzidos por esse

mecanismo, vejamos:

Yvone Pereira (Devassando o Invisível) relata curiosa

experiência pessoal:

Nesse sentido. Estava em visita a um desses grupos voltados ao

mal dos semelhantes, num botequim, em companhia de um guardião

espiritual. Um desses seres, desagradando-se dela, entrou a repetir:

“estás com o braço quebrado”, “serás atropelada amanhã”, “olha o teu

braço, quebrou-se”. E dona Yvone começou a sentir fortes dores no

braço (fluídico) que parecia realmente fraturado.

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

51

Foi preciso que o guardião interviesse. Agora vejam, se o sujeito

comum, sem guardião especial, recebe tais ordens, no dia seguinte

acordará pré-disposto a sofrer o acidente.

Dominação telepática:

Fenômenos telepáticos estão envolvidos na obsessão de maneira

muito geral. Aqui, porém, faz-se referência mais específica a ação,

telepática de encarnados e desencarnados, quando está em sintonia

vibratória (relação fluídica). Esses desencarnados emitem e os

encarnados recebem: pensamentos, emoções e sensações, padecendo

não raras terríveis angústias sem compreender o que se passa.

Acontecem nos lares, escritórios, etc., onde antigos inimigos se

reencontram mantendo as aversões e fugindo ao reajuste; e envolve

ódios e vinganças.

Influência sutil:

Temos aqui uma maneira discreta de minar as energias de um

encarnado. O malfeitor, às vezes há bastante tempo, observa a futura

vítima aguardando um momento favorável para aproximar-se dela e

influi-la prejudicialmente. Não quer ser acintoso e percebido, mas no

momento oportuno age e sem causa aparente a pessoa começa a

experimentar depressão mental e dificuldade súbitas: não consegue

ficar alegre, está tristonho e, cheios de apreensões, enche-se de

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

52

irritação surda e pensamentos deprimentes, não pode ler assuntos

edificantes, nem orar, julga-se vítima, etc.

Mediunidade perturbada:

Na obsessão, há sempre um miasma da mediunidade, mas aqui

ela é específica. Aqui os espíritos imperfeitos “abrem” o canal

mediúnico. O aparecimento da mediunidade costuma-se acompanhar

de muitas perturbações que permanecerão se não houver medidas

adequadas, ao desenvolvimento.

Imantação pela cumplicidade ou conivência. Erros e crimes

cometidos em conjunto unem os espíritos na cadeia do mal (causa e

efeito). Quando um dos sócios delibera melhorar-se e reencarna para

cumprir o programa de provas e provações necessárias a isso, o outro

ou outros, discordando, entram a persegui-lo para que não se liberte e

ascenda. Quer mantê-lo tão inferior e infeliz quanto eles próprios são.

Paixões intensas fazem o mesmo, se um volta a carne, o outro procura

aderir a ele e prejudicá-lo seja como for.

Vingança:

É a grande causa de obsessão e da pior espécie. Aquele que foi

vítima e aparentemente frágil, e indefeso, uma vez posto em liberdade

pela morte do corpo físico, na maioria dos casos empreende severa

perseguição contra o antigo carrasco. Pode durar mais de uma vida,

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

53

criando uma cadeia de erros. O próprio “justiceiro” sofre muito com a

situação de encarniçamento contra o seu inimigo. Tal situação não lhe

traz a alegria que esperava colher.

Obsessão entre vivos:

Comumente, pessoas ligadas por sentimentos enfermiços ou

necessidades neuróticas criam laços de dependência que chegam a

uma como perseguição do outro. Mães super solícitas, dominadas

pelo impulso de domínio, tanto andam atrás de um filho que este

acaba não raro quase manietado

Obsessão coletiva:

Talvez atualmente não haja casos manifestos de uma turba de

entidades votadas ao mal cair sobre uma pequena comunidade,

levando os seus membros a cometer desatinos. Mas já houve vários

exemplos no passado.

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

54

CAPÍTULO 10 - TRATAMENTO DE DESOBSESSÃO

Às vezes, é fácil; com algumas sessões, o espírito percebe o erro

em que vivia e afasta-se. Via de regra, é longo, difícil e cheio de

surpresas. Há obsessões violentas que se curam depressa e há

obsessões tranquilas que parecem incuráveis, pois na maioria dos

casos, o obsedado não pode ajudar a si mesmo, em vista da fraqueza,

ignorância ou subjugação; sua inteligência e vontade estão embotadas,

senão anuladas por completo.

A condição essencial para o sucesso do tratamento é a vontade

de curar-se que tenha o doente. A cura exige que ele se esforce por

renovar a mente. Passe a exercitar o sentimento de amor e prece ao

obsessor, faça do inimigo um amigo.

Depois de melhorados ou controlados, precisam ser induzidos

ao estudo para a obtenção de noções esclarecedora; e em seguida,

influenciados para o serviço ao próximo a prática do bem. Sem

cabeça iluminada e mãos ativas, pouco será alcançado de positivo na

recuperação do paciente. Como vemos, estamos falando de uma

situação de obsessão que é diferente de sensibilidade mediúnica – ou

seja: mediunidade tarefa.

Se estabelecer trabalhos de desobsessão em socorro ao paciente,

este não deverá estar presente, considerando que muitas das vezes é

constrangedor e mesmo ofensivo para os atuais pacientes (verdugos

TRATADOPSÍQUICO WILSONDACUNHA

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de outrora). Os resultados devem ser transmitidos posteriormente, de

maneira hábil e suave.

Nota: Quem não for capaz de alterar o seu estado íntimo, voltará

outras vezes ou persistirá na área de perturbação

Nota: Os espíritos doutrinados frequentemente acompanham

doutrinadores e médiuns com o fito de observar discretamente seus

costumes e hábitos; querem ver se fazem na intimidade do lar o que

pregam em público.

Nota: Se o obsessor for internado para tratamento numa

instituição e se mentalmente vier a aproximar-se do sócio terrestre, é

bem possível que ele venha a sofrer fortes angústias por perceber o

pensamento deste, com o dele sintonizado, sobretudo na relação

homem-mulher. Nutrem-se das emanações mentais um do outro e não

querem a separação. O exposto é de fácil entendimento: Afastando o

obsessor, as duas mentes podem continuar relacionadas pela telepatia,

de modo que a obsedada padece alucinações pela influência do

pensamento à distância do antigo algoz ou cúmplice

Cuiabá, 26/4/2001

Wilson da Cunha.