telecurso2000fundportugues

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Volume1SumrioApresentao 01.Situaesdecomunicao 02.Osenhorsabecomquemestfalando? 03.Osenhorsabecomquemestfalando? 04.Osenhorsabecomquemestfalando? 05.Maseunodissenadadisso! 06.Maseunodissenadadisso! 07.Maseunodissenadadisso! 08.Emoutraspalavras... 09.Emoutraspalavras... 10.Emoutraspalavras... 11.Quemtemmadododicionrio? 12.Serquefoiissoqueeledisse? 13.Serquefoiissoqueeledisse? 14.Serquefoiissoqueeledisse? 15.Oquefoiqueeudisse? 16.Oquefoiqueeudisse? 17.Oquefoiqueeudisse? 18.Masoqueoescritorquerdizer? 19.Masoqueoescritorquerdizer? 20.Masoqueoescritorquerdizer? Gabaritosdasperguntas

Volume2Sumrio21.Gentedaspalavras.Fala,jornalista! 22.Euseidoqueestoufalando.Evoc? 23.Euseidoqueestoufalando.Evoc? 24.Euseidoqueestoufalando.Evoc? 25.Masconversandoqueagenteseentende 26.Masconversandoqueagenteseentende 27.Masconversandoqueagenteseentende 28.Conteumahistria 29.Conteumahistria 30.Conteumahistria 31.Gentedaspalavrasdizissocantando! 32.Vocterrado! 33.Vocterrado! 34.Sorteouazar? 35.Voctcerto! 36.Voctcerto! 37.Voctcerto! 38.Fala,cidado! 39.Fala,cidado! 40.Fala,cidado! Gabaritosdasperguntas

Asaulas01a40maisgabaritosdasperguntasInfelizmentenoestdisponvel

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Cada coisa no seu lugarilda voltava do trabalho, como sempre muito cansada. Como sempre, descera do nibus na avenida e tinha de subir cinco quarteires at chegar a sua casa. Ela gostava de andar. De andar e de falar sozinha: - Preciso comprar alguma coisa pra janta. No sei se compro aqui no Seu Z mesmo ou se vou at o sacolo da Rosa. Engraado, no sei por que, tem alguma coisa na Rosa que no me agrada. Ela to simptica, trata a gente to bem e mesmo assim no gosto de ir l. A Rosa tem muita variedade e sabe convencer a gente a comprar sempre mais. Acho que isso. Como meu dinheiro contado, talvez o sacolo da Rosa no seja lugar pra mim. Seu Z diferente: ele no tem muita conversa e no fica insistindo pra gente levar mais coisa. Se bem que eu podia aproveitar e ir de uma vez ao supermercado; compro mais coisas, pro ms todo, no preciso carregar peso, pois tem o carrinho, e posso voltar de txi. Assim, to cedo no tenho que me preocupar com isso.

Cenatexto

H

Hilda, dona de casa, me e trabalhadora, precisa resolver um problema de seu diaa-dia. Tem de fazer compras para abastecer sua casa e precisa tomar uma deciso. Por enquanto ela est indecisa, no sabe ainda qual a melhor alternativa: fazer as compras na mercearia do Seu Z, no sacolo da Rosa ou no supermercado. Por fim, decide. - Quer saber? O melhor comprar qualquer coisa no Seu Z mesmo, que fica no meu caminho. Chego em casa mais cedo e dou janta pros meninos. Deixo o supermercado pra sbado, e da um dos meninos pode me ajudar. Subiu a rua em direo mercearia do seu Z: Mercearia Itabira. - Boa tarde, Seu Z! - Boa tarde. A senhora vai bem? - Levando a vida, e o senhor? - Como Deus quer. - O senhor veja para mim o seguinte: um pacote de macarro, meia dzia de tomate, duas cebolas e dez pezinhos. - pra j. A senhora prefere alguma marca especial de macarro ou esta aqui mesmo est boa? - Esta vai bem. - Pois ento aqui est: o macarro, os tomates, o alho e... S um minuto, vou pr os pes no pacote. Prontinho! - Mas eu no pedi alho... - mesmo! Que cabea a minha! - Tire o alho e ponha as cebolas. - A senhora tem uma boa receita de macarronada? - Receita, mesmo, por escrito, eu no tenho, no, mas t to acostumada a fazer que no preciso de receita. Ela t na minha cabea. Macarronada bom de fazer. simples, rpido, e todo mundo gosta. Seu Z faz as contas: - So quatro reais. - Ser que o senhor pode anotar a na minha caderneta? - Pera, que eu vou pegar a caderneta. , dona Hilda, a coisa aqui t complicada. Falta acertar o ms passado... - Eu sei disso, seu Z. que eu esperava receber o dinheiro do Joo semana passada, mas ele ainda no mandou, no sei o que que houve. Mas, de qualquer maneira, semana que vem meu pagamento sai, a eu acerto tudo com o senhor. - T bem. Fica combinado assim. Eu aceito o prazo porque a senhora freguesa antiga e nunca deixou de cumprir com seus compromissos aqui na mercearia.Vida dura essa! Mas o pior est por vir. Em casa, uma confuso danada espera por Hilda. Aguarde a prxima aula.

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Dicionrio A U L A

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Hilda comprou alguns produtos na mercearia com inteno de fazer uma macarronada. A receita da macarronada, como ela mesma disse, est na sua memria. Observe quantos sentidos a palavra receita tem:

receita. receita. S. f. 1. Quantia recebida, ou apurada, ou arrecadada; produto, rendimento, renda. 2. O conjunto dos rendimentos de um Estado. 3. Indicao minuciosa sobre a quantidade dos ingredientes e a maneira de preparar um prato salgado ou doce. 4. Indicao escrita de uma prescrio mdica.1. 2. Indique em qual sentido a palavra receita usada na Cenatexto. Faa uma frase para cada sentido apresentado para a palavra receita . Veja os exemplos: A receita do jogo de futebol ultrapassou as expectativas. A receita do Estado de Pernambuco maior hoje do que h vinte anos. Hilda traz a receita da macarronada na memria. A receita que o mdico passou para a paciente prescrevia seis remdios. a) b) c) d) 3. ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. .............................................................................................................................

Hilda uma me de famlia que trabalha fora. Quando chega ao lar, tem de resolver uma poro de problemas domsticos. Uma de suas tarefas abastecer a casa. Voc sabe o que abastecer ? H alguma diferena no sentido da palavra abastecer nas frases seguintes? a) Seu Z abastece seus fregueses com mercadorias variadas. b) Dona Hilda abastece sua casa uma vez por ms. c) Dona Rosinha abasteceu seu carro ontem.

&Reescritura1.

As expresses levando a vida e como Deus quer so muito comuns. Elas revelam um certo conformismo, uma atitude de resignao em relao vida. Reveja a seguinte passagem da Cenatexto: - Boa tarde, Seu Z! - Boa tarde. A senhora vai bem? - Levando a vida, e o senhor? - Como Deus quer. a) O que Hilda quis dizer com a expresso levando a vida? ............................................................................................................................. b) E o que Seu Z quis dizer com como Deus quer ? .............................................................................................................................

2.

H uma diferena interessante entre essas duas expresses. Como Deus quer revela um estado de conformismo baseado na f, na crena em um destino que no pode ser mudado. Levando a vida baseia-se num conformismo ligado ao sistema social, poltico e econmico, uma espcie de resignao em face de todos os problemas. Tendo essa diferena em mente, tente reescrever o trecho citado, substituindo as expresses destacadas. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. Releia o segundo pargrafo da Cenatexto, no qual Hilda fala sozinha enquanto volta para casa. Reescreva o trecho como se voc fosse o narrador. Para isso, voc passar todo o texto, que est em 1 pessoa, para a 3 pessoa . Veja como ficaria a pessoa primeira frase:

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3.

l

Hilda precisa comprar alguma coisa para a janta.Voc reparou que, no lugar de eu, entrou o nome (Hilda) da pessoa que falava. Tambm foi usado para em lugar de pra. A segunda frase ficaria assim:

l

Ela no sabe se compra na mercearia do Seu Z mesmo ou se vai at o sacolo da Rosa.Neste caso, tivemos de substiuir a expresso aqui no Seu Z pela indicao do local (na mercearia do Seu Z). Tambm continuamos a modificao da pessoa e do verbo (passamos da 1 para a 3 pessoa). Vamos ver como ficaria a terceira frase:

l

Embora Hilda no saiba o motivo, existe algo na Rosa que no a agrada.Aqui as mudanas foram maiores. Poderiam ser diferentes. Por exemplo:

l

Hilda admira-se de que, mesmo sem um motivo claro, tenha algo na Rosa que no a agrada.Isso j suficiente para entender como se reescreve o texto. Continue a tarefa j iniciada: Hilda precisa comprar alguma coisa para a janta. Ela no sabe se compra na mercearia do Seu Z mesmo ou se vai at o sacolo da Rosa. Embora Hilda no saiba o motivo, existe algo na Rosa que no a agrada. ........................................ .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. ..................................................................................................................................

Reflexo A U L A

1.

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Voc viu, na Cenatexto, uma situao muito comum em nossas vidas: uma pessoa que vai mercearia comprar gneros de primeira necessidade. Observe a seguinte lista de produtos:SABONETE, XAMPU, PALHINHA DE AO, ACAR, MARGARINA, BATATA, CAF, CEBOLA, SABO EM PEDRA, LEO, CERA, DETERGENTE, TOMATE, ARROZ, PIMENTO, GUA SANITRIA, FEIJO, CONDICIONADOR DE CABELOS, BISCOITO, SAL.

Aqui esto listados vinte produtos diversos. Escolha dez deles com base no critrio de necessidade . Quais so os produtos mais necessrios ao abastecimento de uma famlia? Em que ordem voc os colocaria? Por qu? a) ......................................................... f) ......................................................... b) ......................................................... g) ......................................................... c) ......................................................... h) ......................................................... d) ......................................................... i) ......................................................... e) ......................................................... j ) ......................................................... 2. Suponha que voc v a uma mercearia muito especial, onde estejam venda os seguintes produtos:ESPERANA, BATATA, SADE, TBUA DE PASSAR ROUPA, CAF, SABEDORIA, CEBOLA, TEMPO, SABO EM P, F, LEO, CERA, CADEIRAS, DETERGENTE, FORA, PALHINHA DE AO, ENGRADADOS, TOMATE, MARGARINA, AMOR, ACAR, ARROZ, FELICIDADE, PIMENTO, SAUDADE, GUA SANITRIA, LIBERDADE, FEIJO, AMIZADE, GELIA, PEIXE FRESCO.

Pois , como voc percebe, trata-se de uma mercearia pouco comum. Estamos criando, para voc, uma mercearia imaginria. Agora, execute as seguintes tarefas: a) Faa uma lista com os produtos que podem ser comprados e outra lista com os que no podem ser comprados: Lista dos produtos comprveis ........................................................... ........................................................... ........................................................... ........................................................... ........................................................... ........................................................... Lista dos produtos no comprveis .............................................................. .............................................................. .............................................................. .............................................................. .............................................................. ..............................................................

b) Faa uma lista com os produtos que cabem em sacolas e outra lista com os que no cabem em sacolas: Lista dos produtos que cabem em sacolas ........................................................... ........................................................... ........................................................... ........................................................... ........................................................... ........................................................... Lista dos produtos que no cabem em sacolas .............................................................. .............................................................. .............................................................. .............................................................. .............................................................. ..............................................................

c) Finalmente, agrupe os produtos conforme o tipo, ou seja, conforme a categoria qual pertencem. Por exemplo, no misture comida com produto de limpeza. Elabore seus critrios de distribuio. Diga o que sobra e por qu. ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. 3. A Rosa sabe convencer a gente a comprar sempre mais. Voc considera essa atitude do vendedor boa ou ruim para quem vai fazer compras? Voc faria suas compras no sacolo da Rosa ou na mercearia do Seu Z? .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. Voc deve ter observado que Hilda depende do salrio para sustentar seus filhos. Para conseguir chegar ao fim do ms sem furos no oramento familiar, ela tem de organizar os gastos e economizar. Seu padro de vida permite que ela ande de nibus, mantenha uma conta na mercearia, v uma vez por ms ao supermercado e, eventualmente, ande de txi. Voc concorda que necessrio se organizar para manter o oramento sob controle? Como voc faz com seu prprio oramento? Descreva nas linhas abaixo como voc organiza suas compras e planeja seus gastos para abastecer a casa por um ms: .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. ..................................................................................................................................

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4.

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Cada coisa no seu lugarilda chega, finalmente, a sua casa. Os meninos esto todos encarapitados no velho sof, com os olhos vidrados na televiso. Mal cumprimentam a me, de to atentos ao programa de TV. Hilda percorre os olhos pela sala e fica desanimada: tnis, chinelos, meias sujas, brinquedos quebrados, copos cados, tudo espalhado. Vai at a cozinha e encontra uma cena parecida: muitos copos sujos na pia, manteiga destampada em cima da mesa, farelo de po pra todo lado. - Olha, meninada, eu no queria chegar brigando, mas assim tambm j demais!

Cenatexto

H

Desliga a televiso e manda a turma arrumar a baguna. - Rita, traga a vassoura, um rodo e um pano pra limpar esse cho. Ricardo, leve estes copos pra cozinha. Os meninos protestam mas obedecem. Ronaldo, no entanto, no quer cooperar. Discute com a me: - Eu t cansado desse negcio. Todo dia a mesma coisa, que saco! - Voc no pode falar assim, meu filho. No v que eu preciso da ajuda de vocs todos? - Eu no t a fim! A gente fica aqui, desse jeito, e meu pai? Ele no d notcia, some. Ele tinha que estar aqui, te ajudando! - Ronaldo, olha o mau exemplo que voc est dando pros seus irmos! - Mau exemplo quem t dando o pai! Acho que eu devia fazer que nem ele! - Pra com isso, menino! Voc sabe que seu pai est tentando conseguir o melhor pra ns todos! Ronaldo sai batendo a porta. Hilda suspira, ao mesmo tempo preocupada e espantada com a rebeldia do filho. Hilda recobra foras e comea a arrumar as coisas. Ricardo, Rita e Rosana ajudam. Feita a arrumao, aproximam-se da me, que j comea a preparar a janta. - O que voc vai fazer hoje, me? - pergunta Rita, a mais velha. - Macarronada, filha. Rita, ponha gua pra ferver na panela grande. - Encho a panela, me? - Sim. Ricardo, v picando as cebolas e os tomates. Escolha os mais maduros. - Rita, v lavando os copos enquanto eu dou uma varrida na cozinha. - Ah, me, eu quero ajudar na comida. - Quando a gua comear a ferver, voc vai botar o macarro na panela. - E demora pra ferver? - No, quando voc terminar de lavar os copos, a gua j estar fervendo. - Eu tambm quero ajudar! - diz a pequena Rosana. - Vai tomando conta do Ricardo. Veja se ele est picando direito os tomates. A menina olha em direo ao irmo e diz: - Ele t, me. Que mais? Hilda procura uma resposta. - Pegue uma colher de pau pra mim e continue vigiando o Ricardo. Enquanto a gua esquenta, Hilda prepara o molho. Refoga a cebola picada junto com o alho amassado, acrescenta uma folha de louro. - Me, voc ps folha seca a? - pergunta Rosana. - Esta folhinha se chama louro. Olha como ela cheirosa! A menina sente o cheiro e faz uma careta: - Eu no gosto de louro no, me! Hilda acrescenta os tomates ao refogado. Deixa que se desmanchem bem e adiciona um pouco de massa de tomate. Por ltimo, junta um pouco de gua e uma colherinha de acar. A gua ferve, Rita despeja o macarro na panela. Hilda mexe o macarro com um garfo, adiciona sal e um fio de leo para que a massa fique soltinha. Mais dez minutos e o jantar est pronto.

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Dicionrio A U L A

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Quando Hilda chega a sua casa, encontra os filhos encarapitados no sof, vendo televiso. Essa uma cena que voc j viu muitas vezes. Mas voc sabe como que os meninos estavam mesmo? Confira no dicionrio:

encarapitado. Adj. Que est em cima; que est comodamente instalado, empoleirado.Quer dizer que os meninos estavam jogados, atirados sobre o sof na maior folga do mundo, vendo televiso. Hillda chega do trabalho cansada e fica chateada porque est tudo desarrumado em casa. Por isso, ela pede a ajuda dos filhos: - Rita, traga a vassoura, um rodo e um pano pra limpar esse cho. Ricardo, leve estes copos pra cozinha. Observe que ela usou os verbos trazer (na forma do imperativo traga) e levar (na forma do imperativo leve). O verbo trazer indica um movimento em direo a ns e o verbo levar indica um movimento na direo oposta, contrria a ns. Assim como esses, h muitos outros verbos que indicam aes opostas. Veja alguns exemplos: abrir/fechar acender/apagar chegar/sair dar/receber ir/vir

bater/apanhar

comprar/vender

Nesses casos, duas palavras diferentes indicam a oposio. Mas, a partir de um verbo, tambm podemos formar o verbo que indica a ao oposta a ele com a simples adio de um prefixo (palavrinha inicial) que expresse ao contrria. Veja esses exemplos: ligar/desligar atar/desatar dizer/desdizer fazer/desfazer

armar/desarmar

abotoar/desabotoar

organizar/desorganizar

Em todos esses casos, ocorre o prefixo des- que expressa a idia de desfazer, des-, fazer o contrrio. 1. Tente lembrar-se de outras duplas de verbos que indiquem aes contrrias. D exemplos dos dois casos que voc aprendeu: formada por palavras diferentes (como abrir / fechar) ou com um dos verbos derivado do outro por prefixao (como ligar / desligar). .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. ..................................................................................................................................

1.

Pela situao que Hilda encontra ao chegar em casa, voc acha que as crianas ficam sob responsabilidade de quem enquanto ela est trabalhando? Ronaldo causa problemas em casa. Que idade voc supe que ele tenha? O que o leva a essa suposio? O que Ronaldo quer dizer com Eu t cansado desse negcio? Hilda trabalha fora, sustenta a casa e cuida dos filhos como pode. Sua responsabilidade grande, e as coisas no so fceis para ela, principalmente sua relao com Ronaldo. Explique o que o deixa to revoltado?

Entendimento A U L A

2.

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3. 4.

&Esta conversa de Hilda e Rita aparece no incio da Cenatexto: - O que voc vai fazer hoje, me? - pergunta Rita, a mais velha. - Macarronada, filha. A esto as falas de cada uma. Mas podemos dizer isso de outro modo, tal como j foi visto em outras aulas. Por exemplo:

Reescritura

Rita perguntou me o que ela ia fazer para a janta daquele dia. Hilda respondeu que ia fazer macarronada.Ou seja, um dilogo (pergunta e resposta) pode ser reportado, relatado, por um narrador. Quando fazemos isso, estamos passando da forma direta para a forma indireta. Para uma pergunta, usamos os verbos: perguntar, indagar, inquirir, procurar saber etc. Para a resposta, temos: responder, retrucar, informar, fazer saber etc. Existem dois verbos que servem para reportar quase todo tipo de fala, seja uma pergunta ou uma resposta, um pedido ou uma ordem. So os verbos: dizer e falar Mas isso nem sempre d certo. Veja como ficariam as falas do nosso exemplo com esses verbos: Rita disse me o que ela ia fazer para a janta daquele dia. Hilda disse que ia fazer macarronada. Repare que no possvel usar o verbo dizer para a primeira fala. Nesse caso, devemos usar mesmo o verbo perguntar.

A U L A

1.

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Reescreva o trecho abaixo na forma indireta . Cuidado! Primeiro voc precisa saber a que personagem corresponde aquela fala. Depois, precisa identificar se a fala expressa uma pergunta, uma resposta, um pedido, uma ordem, uma reclamao, um xingamento etc. Finalmente, tem de escolher o verbo adequado ao.

- Eu t cansado desse negcio. Todo dia a mesma coisa, que saco! - Voc no pode falar assim, meu filho. No v que eu preciso da ajuda de vocs todos? - Eu no t a fim! A gente fica aqui, desse jeito, e meu pai? Ele no d notcia, some. Ele tinha que estar aqui, te ajudando! - Ronaldo, olha o mau exemplo que voc est dando pros seus irmos! - Mau exemplo quem t dando o pai! Acho que eu devia fazer que nem ele! - Pra com isso, menino! Voc sabe que seu pai est tentando conseguir o melhor pra ns todos! .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. ..................................................................................................................................

Redao no ar

1.

Na Cenatexto, Ronaldo sai de casa revoltado. Hilda no vai atrs dele e no impede que ele saia. Ela decide dar ateno aos outros filhos. Escreva o final desse episdio imaginando o que vai acontecer quando Ronaldo voltar para casa. Voc pode comear assim: J eram quase dez horas da noite quando Ronaldo resolveu voltar para casa. Ele no tinha outra opo. Subiu as escadas devagar, tentou abrir a porta, mas a porta estava trancada. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. Pense no comportamento de Hilda. A discusso com Ronaldo deixou-a numa situao difcil. Ela sabia que Ronaldo precisava de sua ateno, mas os outros filhos tambm precisavam. Ela falou com Ronaldo em tom duro. Reescreva o trecho da discusso transformando-a em uma conversa branda, na qual a me explique tudo com calma ao filho. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. ..................................................................................................................................

2.

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43 Cada coisa no seu lugarMercearia Itabira a preferida de Hilda. Mas o que haver nela de to especial alm da simpatia do Seu Z? Ser que uma visita ao local explicaria? Vale a pena tentar. Acompanhe!

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Cenatexto

Seu Z acordou bem-disposto hoje. Ao entrar na mercearia, ouviu, como de costume, a cantoria dos seus passarinhos. Pegou as gaiolas, uma a uma, e pendurouas na entrada para que a bicharada pudesse tomar sol. Apesar de gostar muito de todos os passarinhos, o xod do Seu Z por um bichinho especial: o louro. Ele seu companheiro h muitos anos e fica a maior parte do tempo empoleirado num pau ao lado do caixa, tagarelando. A mercearia abre sempre no mesmo horrio: s seis e quinze. quando chega a Kombi com os pes. O leite vem logo depois. E hoje deve chegar o caminho com as mercadorias que Seu Z encomendou de So Paulo. O caminho chega pontualmente. Carlo, o motorista, estaciona-o ali perto, entra na mercearia e se encaminha com tranqilidade at o balco para cumprimentar Seu Z. Neste momento, o louro d uma bicada na mo de Carlo, que pula de susto. - Que que isso, gente?

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Seu Z intervm: - Sai pra l, louro. Voc me desculpe, Carlo, mas este louro s vezes apronta. - Que bicho bravo, s! - bravo nada, s parece. - Ah, bichinho danado! Quase me machuca! - Deixa eu ver, Carlo. - No foi nada, no. Deixa pra l. Agora vamos conferir as mercadorias. Carlo pega a nota fiscal e sugere: - Eu vou falando os produtos e o senhor vai conferindo: dez pacotes de cinco quilos de arroz; uma caixa com vinte latas de goiabada; vinte pacotes de um quilo de arroz... Seu Z interrompe: - Pera! Que baguna! Essa lista t mal organizada! Assim fica difcil conferir! - Calma, Seu Z! Vamos continuar. Uma caixa com quarenta latas de massa de tomate; duas caixas de sabo em p com vinte unidades cada; uma caixa com doze garrafas de vinho tinto; uma caixa com vinte embalagens de sabo em barra; cinqenta pacotes de um quilo de feijo-preto; uma caixa com vinte e cinco garrafas de suco de caju; uma caixa com dez latas de azeite; uma caixa com vinte litros de gua sanitria; uma caixa com vinte latas de leite em p; duas caixas com oito latas de leo de soja. - Olha, Carlo, eu mandei meu pedido todo organizado. muito mais fcil. Eu arrumo as coisas aqui na mercearia por sees. Fica mais fcil, pra mim e pros fregueses. Na hora de conferir os produtos na nota, fica mais prtico se j vier tudo organizado. No d pra arrumar melhor esse troo? - Hoje no d. Eu t com pouco tempo, Seu Z. Da prxima vez, eu aviso o pessoal da firma pra fazer a nota do jeito que o senhor gosta. - T bem, desta vez eu perdo. - Tudo certo? Falta alguma coisa? - Parece que t tudo certo. - Olha o louro, ele j t querendo atacar os rapazes do carregamento. Seu Z corre, leva o louro para os fundos e volta dizendo: - Me d a nota fiscal que eu j vou preencher o cheque. Seu Z tira o talo de cheques de dentro do caixa e comea a preench-lo. Ele dos antigos. Compra tudo vista. Uma questo de princpio e de tradio. Carlo confere o cheque e no perde a oportunidade: - Muito bem, Seu Z. Mas escute l meu conselho: o senhor devia botar uma placa aqui dizendo: Cuidado com o louro. A carga fica espalhada pelo cho e Seu Z aproveita a ausncia de fregueses para pr tudo no lugar. Enquanto guarda os produtos, d pela falta dos pacotes de um quilo de arroz. Continua ajeitando os troos, na esperana de encontrar os pacotes de arroz no meio da baguna. Termina a arrumao e constata que, de fato, o arroz no est l. bronca na certa. Mas Seu Z de boa ndole e reclama com pacincia. Pode at ser que o produto esteja no caminho.

&

Na Cenatexto de hoje, encontramos vrias palavras que tm um significado amplo, no especfico. Ou seja, palavras que no se referem a algo determinado e que, por isso mesmo, podem ser facilmente substitudas. Por exemplo: bicho, bicharada, bichinho, xod, troo, baguna

Dicionrio A U L A

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Bicho pode se referir tanto a um animal feroz quanto a um inocente papagaio, como o louro que vive na mercearia do Seu Z. Neste caso, poderamos usar tambm animalzinho, pssaro ou ave ave... Voc viu que o louro o xod do Seu Z. Claro que cada um tem o seu xod, mas o que significa a palavra xod? uma pessoa ou animal ao qual dedicamos estima especial, amor ou paixo. Em geral, xod no se aplica a coisas, mas voc pode dizer que o seu xod aquela bicicleta velha, que est l no canto esperando o sbado de sol... Agora veja a palavra troo. Ela merece ateno porque pode significar tudo o que se quiser. Qualquer coisa que, por algum motivo, no podemos ou no queremos nomear chamamos de troo:l l l l

Esse troo no presta! Me d esse troo! Esse troo bom! Que troo esse?

Observe que troo pode ter sentido positivo, negativo ou neutro. Pode ser tambm substituda por palavras como coisa, negcio ou trem ou, ento, por nomes definidos. Assim, ao notar a falta dos pacotes de arroz, Seu Z poderia dizer:l l l

Falta um troo aqui ou Falta uma coisa aqui ou Falta arroz nesta carga.

1.

Reescreva os trechos seguintes substituindo as palavras destacadas. Se necessrio, use o dicionrio.

Pegou as gaiolas, uma a uma, e pendurou-as na entrada para que a bicharada pudesse tomar sol. Apesar de gostar muito de todos os passarinhos, o xod do Seu Z por um bichinho muito especial: o louro. Ele seu companheiro h muitos anos e fica a maior parte do tempo empoleirado num pau ao lado do caixa, tagarelando. tagarelando .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. Continua ajeitando os troos na esperana de encontrar os pacotes de arroz troos, no meio da baguna Termina a arrumao e constata que, de fato, o arroz no baguna. estava l. bronca na certa. Mas Seu Z de boa ndole e reclama com pacincia. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. ..................................................................................................................................

Entendimento A U L A

1.

432.

Voc observou que Seu Z no gostou da forma como os produtos foram listados na nota fiscal. Releia a lista e organize-a, separando os produtos nas seguintes categorias: cereais: a) cereais ............................................................................................................... enlatados: b) enlatados .......................................................................................................... limpeza: c) produtos de limpeza ....................................................................................... lquidos: d) lquidos ............................................................................................................. Por que Carlo aconselhou Seu Z a colocar uma placa com o aviso Cuidado com o louro? No final da Cenatexto, dito que Seu Z um sujeito de boa ndole. Cite pelo menos trs fatos que levariam voc a admitir isso. Que pedido que Seu Z fez a Carlo para a prxima entrega de produtos?

3.

4.

&Reflexo1. O que voc acha do fato de Seu Z ter uma poro de bichinhos engaiolados? Voc acha que isso est certo ou que ele deveria soltar toda a passarada e ficar s com o louro, para divertir o pessoal? Quando foi conferir os produtos que havia recebido, Seu Z descobriu que estava faltando uma parte. Na sua opinio, isso foi um descuido dos carregadores? Voc resolveria o problema do mesmo modo que Seu Z ou tomaria outra atitude? Seu Z compra tudo vista. Ele dos tradicionais: s compra se tem com que pagar. Voc concorda com isso ou acha que, para tentar melhorar um negcio, devemos nos arriscar e comprar a prazo?

2.

3.

&Reescritura1. Seu Z um sujeito muito organizado. Gosta de cada coisa no seu lugar e separa os produtos de acordo com certos critrios. Por exemplo: de um lado ficam os enlatados, do outro os produtos de limpeza, noutro lugar os pacotes e assim por diante. Se voc prestar ateno, vai notar que a lngua tambm tem suas separaes, suas classificaes. Os estudiosos da lngua separam as palavras em dez classes gramaticais ou categorias :l l l l l

substantivos adjetivos advrbios verbos artigos

l l l l l

pronomes numerais preposies conjunes interjeies

Releia as aulas em que foram definidas e apresentadas as classes gramaticais dos substantivos, adjetivos e advrbios . Depois, classifique em uma dessas categorias cada palavra destacada nas frases seguintes. a) Seu Z acordou bem-disposto hoje. b) No foi nada. c) Apesar de gostar muito de todos os passarinhos , o xod do Seu Z por um bichinho especial: o louro . d) O leite vem logo depois . e) Neste momento, o louro d uma bicada na mo de Carlo . f) Que bicho bravo , s! g) Agora vamos conferir as mercadorias. h) Essa lista t mal organizada! i) No d pra arrumar melhor esse troo ? j ) Seu Z tira o talo de cheques de dentro do caixa e comea a preench-lo. 2. Complete as frases seguintes com um advrbio, de acordo com o modelo:

A U L A

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Seu Z abriu a mercearia calmamente. (com calma)a) b) c) d) e) f) Carlo estaciona o caminho ................................................. (com cuidado) O caminho de So Paulo chegou .............................. (com pontualidade) Carlo dirige o caminho ............................................. (com tranqilidade) Seu Z trata os clientes ........................................................... (com respeito) Seu Z ouve o cantar dos pssaros ......................................... (com alegria) Seu Z trata dos passarinhos .............................................. (com pacincia)

&Suponha que voc v fazer compras na mercearia. Para no perder tempo e no esquecer nada, faa uma lista dos produtos necessrios. Para isso, siga alguns critrios. Por exemplo:l l l

Redao no ar

listar os produtos que sua famlia consome normalmente; destacar os produtos que so mais necessrios; separar aqueles que podem ser estocados sem perigo de estragar e considerar as condies de estocagem.

O prximo passo ser decidir onde comprar. Para isso, voc deve levar em conta:l l l

os preos; a distncia de sua casa at o lugar escolhido; a facilidade de transporte.

Feita a lista, descreva as etapas que voc deve seguir, dentro de suas condies financeiras, para fazer um estoque mensal de mantimentos para sua casa.

Saideira A U L A

43

Voc observou o nome da mercearia do Seu Z? Ela se chama Mercearia Itabira. Ele deve ter tido algum motivo para a escolha desse nome. Muitas vezes damos nomes aos nossos filhos para homenagear algum amigo ou parente de quem gostamos. Saiba que Seu Z escolheu o nome de sua mercearia em homenagem a um grande poeta brasileiro nascido na cidade de Itabira, em Minas Gerais. Voc j deve ter ouvido falar dele: Carlos Drummond de Andrade. Seu Z at pendurou, numa das paredes de sua mercearia, um quadrinho com alguns versos do poeta. Veja:

& & &

Cidadezinha qualquer Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar. Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus.Fonte: Reunio - 10 livros de poesia Carlos Drummond de Andrade. Rio de Janeiro, Jos poesia. Olympio Editora, 1977.

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A UU AL A L

44 Alguma ocorrncia?bus no final da linha. O que ser?

M D U L O 14

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A

A

conteceu algum problema com o ni-

Cenatexto

S so permitidos seis em p; como que j haviam entrado sete naquele nibus de fim de linha em West Hampstead? que o trocador no tinha visto. O chofer viu, no momento de dar a partida: - Tem um sobrando a atrs. E no deu partida. O trocador contou os passageiros em p; verdade, estava sobrando um. Qual? Naturalmente o que havia entrado por ltimo. - Quem que entrou por ltimo? O diabo que haviam entrado todos praticamente ao mesmo tempo. - Um dos senhores tem que descer. Cada um olhou para os demais, esperando que algum se voluntariasse. Ningum se mexeu. - Como ? Algum tem que sair. O chofer veio de l em auxlio do colega. Fez uma preleo sobre o cumprimento da lei, ningum se comoveu. - Vamos chamar o guarda. - Sugeriu o trocador. Saram do nibus, cada um para o seu lado, procura de um guarda. Um velhinho, alheio ao impasse, entrou muito lpido no nibus, aumentando para oito o nmero de passageiros em p. Em pouco voltava o chofer, acompanhado de um guarda. O guarda foi logo impondo respeito: - Salte o ltimo a entrar. O bom velhinho no vacilou: com a autoridade no se brinca. Sem querer saber por que, do jeito que entrou tornou a sair. O chofer, secundando com um olhar vitorioso a decisiva atuao do guarda, foi se aboletar de novo ao volante. No sem uma ltima olhada pelo espelhinho sobre os passageiros em p, um, dois, trs, quatro, cinco, seis, u, que histria essa! Continuavam sendo sete! - Ainda tem um sobrando - e veio de l, disposto a conferir. No tinha dvidas: Voltaram a ser sete! - Um vai ter que sair. Os passageiros continuaram firmes, cada um plenamente de acordo, desde que fosse o outro destinado a sair. Um deles, j irritado e por estar mais perto da porta, cometeu a imprudncia de deixar o nibus para buscar de novo o guarda que j ia longe. Os outros sugeriram ao chofer:

A U L A

44

- Aproveite agora. S tem seis, toca o nibus. Faltava o trocador, que ainda no havia voltado. O chofer convocou s pressas outro trocador nas imediaes, que a companhia costumava deixar de planto no fim da linha: - Entra a e vamos embora, que j estou atrasado. O novo trocador assumiu o posto, e quando o nibus j ia arrancando deu com o velhinho ali firme junto ao poste: - E o senhor? - Esperando o nibus! - Ento entre. O velhinho entrou, o nibus partiu. Fonte: A inglesa deslumbrada. Fernando Sabino.

Dicionrio

A Cenatexto desta aula traz um trecho de uma histria contada por Fernando Sabino. Com certeza, algumas de suas palavras merecem ser consultadas no dicionrio. Para facilitar sua tarefa, veja a seguir o significado de algumas delas:

aboletar. aboletar. V. t. d. 1. Dar boleto a; aquartelar (soldados) em casas particulares. V. p. 2. Alojar-se, instalar-se. impasse. S. m. 1. Situao difcil de que parece impossvel uma sada favorvel. 2. Embarao, estorvo, empecilho, problema. imediaes. [Pl. de imediao.] S. f. pl. 1. Vizinhana, circunvizinhana, cercanias, arredores. imprudncia. S. f. 1. Qualidade de imprudente; inconvenincia. 2. Ato ou dito contrrio prudncia. lpido. Adj. 1. Risonho, jovial, alegre. 2. Gracejador, motejador. 3. Ligeiro, gil. preleo. S. f. 1. Ato de prelecionar; lio. 2. Discurso ou conferncia didtica. vacilar. V. int. 1. Oscilar, balanar (-se) por no estar firme ou seguro. 2. Caminhar sem firmeza; cambalear. 3. Perder o vigor; enfraquecer, afrouxar. 4. Tremer. 5. Estar ou ficar duvidoso, incerto, irresoluto; hesitar. voluntariar-se. (Esta palavra no consta no dicionrio, mas derivada de voluntrio. Portanto, voluntariar-se o mesmo que ser voluntrio .) voluntrio. Adj. 1. Que age espontaneamente. 2. Derivado da vontade prpria; em que no h coao; espontneo. S. m. 4. Aquele que se alista espontaneamente nas Foras Armadas. 5. Estudante que freqenta uma aula em condio diferente da dos alunos regulares.

1.

Seguindo o modelo, escreva nas frases abaixo o significado que melhor se adapte Cenatexto:

A U L A

Um velhinho, alheio ao impasse entrou muito lpido no nibus. impasse, Um velhinho, alheio ao problema, entrou muito ligeiro no nibus. voluntariasse. a) Cada um olhou para os demais, esperando que algum se voluntariasse .............................................................................................................................b) O guarda fez uma preleo sobre o cumprimento da lei. .............................................................................................................................

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vacilou. c) O bom velhinho no vacilou .............................................................................................................................d) O chofer foi se aboletar de novo ao volante. .............................................................................................................................

imediaes. e) O chofer convocou s pressas outro trocador nas imediaes .............................................................................................................................f) Cometeu a imprudncia de deixar o nibus para buscar de novo o guarda.. ............................................................................................................................. 2. Como voc viu, o velhinho foi o ltimo a entrar no nibus. A palavra ltimo indica a posio que um determinado objeto, fato ou pessoa ocupa em uma srie ou numa certa ordem. Assim, tem-se o primeiro o segundo o terceiro primeiro, segundo, etc. O que vem no final da lista ou da fila o ltimo aquele que vem antes ltimo, do ltimo o penltimo Observe atentamente a lista a seguir e complete o penltimo. quadro com o que falta, seguindo a sugesto dos trs primeiros casos:

primeiro segundo terceiro dcimo dcimo primeiro dcimo nono vigsimo vigsimo nono trigsimo quadragsimo qinquagsimo sexagsimo septuagsimo octogsimo nonagsimo centsimo3.

o passageiro nmero um da fila. o passageiro nmero dois da fila. o passageiro nmero trs da fila. nmero ................... nmero ................... nmero ................... nmero ................... nmero ................... nmero ................... nmero ................... nmero ................... nmero ................... nmero ................... nmero ................... nmero ................... nmero ...................

A srie acima pode continuar infinitamente. Supondo que uma fila tenha cem passageiros, para falar do passageiro que est no centsimo lugar da fila, eu digo: O centsimo passageiro o ltimo da fila. Continue completando de acordo com o modelo acima: a) O ..................... passageiro o penltimo da fila. b) O ..................... passageiro o antepenltimo da fila. c) O ..................... passageiro o imediatamente anterior ao sexagsimo. d) O ..................... passageiro o imediatamente posterior ao dcimo nono.

Entendimento A U L A

Releia com calma a Cenatexto e responda s questes: 1. 2. Por que o motorista do nibus no pde dar a partida? Quando o guarda ordenou que algum descesse do nibus, ningum se mexeu. Por qu? Quando tudo parecia resolvido, o motorista percebeu que o nmero de passageiros continuava o mesmo. Por que a situao no se resolveu apesar da sada do velhinho do nibus? Na Cenatexto apareceu esta observao sobre a atitude do passageiro que desceu depois do velhinho: Um deles, j irritado e por estar mais perto da porta, cometeu a imprudncia de deixar o nibus para buscar de novo o guarda que j ia longe. Por que o autor disse que o passageiro foi imprudente? Com quantos passageiros em p o nibus acabou partindo? Para resumir a Cenatexto, numere os fatos pela ordem em que acontecem na narrativa: ( ( ( ( ( ( ) ) ) ) ) ) O nibus, finalmente, deu a partida. O motorista trouxe o guarda, e o velhinho desceu do nibus. O trocador contou os passageiros e viu que sobrava um. Um passageiro foi buscar novamente o guarda e perdeu o nibus. O motorista recontou os passageiros e viu que continuava sobrando um. A convite do segundo trocador, o velhinho subiu outra vez no nibus.

44

3.

4.

5. 6.

Reescritura

A histria escrita por Fernando Sabino, que serviu de Cenatexto para esta aula, apresenta personagens que vivem uma ao (histria) num determinado tempo e num determinado espao (o lugar onde a ao se passa). Portanto, personagens espao, tempo e ao so os elementos que compem personagens, uma narrativa. Mas nenhum ingrediente mais importante em uma narrao do que a ao dos personagens. bom lembrar que os personagens so seres fictcios, criados pela imaginao dos escritores. Isso talvez o leve a imaginar que todo relato uma criao fantasiosa, coisa de escritor, de artista. Isso no verdade. No dia-a-dia, as pessoas relatam situaes reais, casos que realmente aconteceram e dos quais elas participaram ou nos quais estiveram envolvidas como expectadoras. Em muitas profisses, as pessoas escrevem, ao final do expediente, um relato das ocorrncias mais significativas daquela jornada que esto encerrando. Esse procedimento chega a ser corriqueiro no caso de profissionais que fazem troca de turno (vigilantes, por exemplo). claro que um relato de ocorrncias no trabalho no tem como objetivo distrair o leitor. Por isso, o trabalhador registra de forma resumida, sem muitos detalhes, os fatos que, por um motivo ou outro, interferiram na sua rotina. Para treinar esse procedimento, voc vai reescrever o texto de Fernando Sabino de modo a alterar os personagens, o espao, o tempo e manter apenas a ao, ou seja, o que acontece, o enredo propriamente dito. Vai modificar tambm o ponto de vista, isto , a pessoa que narra: quem vai relatar a cena ser um ascensorista, e voc vai se colocar no lugar dele.

Veja as partes que devem aparecer no seu relato: Seqncia 1 l A porta do elevador est fechada.l

A U L A

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O porteiro est sentado na portaria do prdio. H uma fila de espera para o elevador. A porta do elevador aberta pelo ascensorista que diz: - Sobe. Entram todos embolados, praticamente ao mesmo tempo, e se acomodam espremidos.

l

l

l

Seqncia 2 l O ascensorista comea a fechar a porta do elevador.l

O porteiro o interrompe e avisa: - T sobrando um a. O ascensorista pergunta: - Quem que entrou por ltimo? O porteiro diz: - Um dos senhores tem que sair. Todos fingem que no tm nada a ver com o fato.

l

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Seqncia 3 l O porteiro mostra o cartaz porta do elevador indicando a carga mxima.l

O ascensorista diz: - Temos que respeitar as normas de segurana. Ningum d ateno. Ascensorista e porteiro vo chamar um guarda.

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Seqncia 4 l Um velhinho vem andando com dificuldade e entra no elevador.l

O velhinho pergunta: - Ser que o elevador vai demorar para subir? O porteiro, o ascensorista e o guarda voltam. Quando o guarda manda algum sair, um senhor responde: - Apesar de no ter sido o ltimo a entrar, vou sair, porque pisaram no meu calo. O ascensorista j vai fechar a porta quando conta: - Um, dois, trs, quatro... treze, catorze, quinze... Como? No entendo mais nada. Continua sobrando um. O velhinho diz para o ascensorista: - Moo, v tomar um caf. E empurra o ascensorista para o corredor do prdio. O velhinho fecha a porta do elevador, comentando: - Esse moo no gosta de trabalhar. No meu tempo de rapaz...

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Para facilitar o seu trabalho, j comeamos a escrever a Seqncia 1 Depois 1. dela, continue com as cenas 2, 3 e 4. Mas, ateno! Voc tem de fazer um s texto. As separaes das cenas servem apenas para explicar para voc o que escrever.

Assim que abri a porta do elevador no andar trreo, vi uma fila imensa que chegava at a mesa do porteiro. Como sempre, depois que o elevador esvaziou, falei: - Sobe. ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... .........................................................................................................................................

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A UU AL A L

45 Alguma ocorrncia?a aula passada voc viu uma cena bastante comum. Hoje vai haver mais confuso. De novo tem nibus no meio da histria.

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Cenatexto

Na feira, a gorda senhora protestou a altos brados contra o preo do chuchu: - Isto um assalto! Houve um rebulio.Os que estavam perto fugiram. Algum, correndo, foi chamar o guarda. Um minuto depois, a rua inteira, atravancada, mas provida de admirvel servio de comunicao espontnea, sabia que se estava perpetrando um assalto ao banco. Mas que banco? Havia banco naquela rua? Evidente que sim, pois do contrrio como poderia ser assaltado? - Um assalto! Um assalto! - a senhora continuava a exclamar, e quem no tinha escutado escutou, multiplicando a notcia. Aquela voz subindo do mar de barracas e legumes como a prpria sirena policial, documentando por seu uivo a ocorrncia grave, que fatalmente se estaria consumando ali na claridade do dia, sem que ningum pudesse evit-la. Moleques de carrinho corriam em todas as direes atropelando-se uns aos outros. Queriam salvar as mercadorias que transportavam. No era o instinto de propriedade que os impelia. Sentiam-se responsveis pelo transporte. E no atropelo da fuga, pacotes rasgavam-se, melancias rodavam, tomates esborrachavam-se no asfalto. Se a fruta cai no cho, j no de ningum; de qualquer um, inclusive do transportador. Em ocasies de assalto, quem que vai reclamar uma penca de bananas meio amassadas? - Olha o assalto! Tem assalto ali adiante! O nibus na rua transversal parou para assuntar. Passageiros ergueram-se, puseram o nariz para fora. No se via nada. O motorista desceu, desceu o trocador, um passageiro advertiu: - No que voc vai a fim de ver o assalto, eles assaltam a sua caixa. Ele nem escutou. Ento os passageiros acharam de bom alvitre abandonar o veculo, na nsia de saber, que vem movendo o homem desde a idade da pedra at a idade do mdulo lunar. Outros nibus pararam, a rua entupiu. - Melhor. Todas as ruas esto bloqueadas. Assim eles no podem dar no p. - uma mulher que chefia o bando! - J sei. A tal dondoca loura. - A loura assaltava em So Paulo. Aqui a morena. - Uma gorda. Est de metralhadora. Eu vi.

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- Minha nossa senhora! O mundo est virado! - Vai ver que est caando marido. - No se brinca numa hora dessas. Olha a sangue escorrendo. - Sangue nada, tomate! Na confuso, circularam notcias diversas. O assalto fora a uma joalheria, as vitrinas tinham sido esmigalhadas a bala. E havia jias pelo cho, braceletes, relgios. O que os bandidos no levaram na pressa era, agora, objeto de saque popular. Morreram, no mnimo, duas pessoas e trs estavam gravemente feridas. Barracas derrubadas assinalavam o mpeto da convulso coletiva. Era preciso abrir caminho a todo custo. No rumo do assalto, para ver, no rumo contrrio, para escapar. Os grupos divergentes chocavam-se, e s vezes trocavam de direo: quem fugia dava marcha r, quem queria espiar era arrastado pela massa oposta. Os edifcios de apartamentos tinham fechado suas portas, logo que o primeiro foi invadido por pessoas que pretendiam, ao mesmo tempo, salvar o plo e contemplar l de cima. Janelas e balces apinhados de moradores, que gritavam: - Pega! Pega! Correu para l! - Olha ela ali! - Eles entraram na Kombi ali adiante! - um mascarado! No, so dois mascarados! Ouviu-se nitidamente o pipocar de uma metralhadora, a pequena distncia. Foi um deitar no cho geral e, como no havia espao, uns caiam por cima dos outros. Cessou o rudo.Voltou.Que assalto era esse, dilatado no tempo, repetido, confuso? - Olha o diabo daquele escurinho tocando matraca! E a gente com dor de barriga, pensando que era metralhadora! Caram em cima do garoto que soverteu na multido. A senhora gorda apareceu, muito vermelha, protestando sempre: - um assalto! Chuchu por aquele preo um verdadeiro assalto! Fonte: O assalto, do livro O poder ultrajovem. Carlos Drummond de Andrade. Poesia Completa & Prosa, Editora Aguilar, pgs. 1246-1247.

A Cenatexto desta aula traz um texto de Carlos Drummond de Andrade. Vamos procurar no dicionrio o significado de algumas de suas palavras:

Dicionrio A U L A

alvitre. S. m. 1 . Lembrana, sugesto, opinio, arbtrio, proposta, parecer, alvitramento. 2 . Ant. Notcia, novidade, nova. apinhado. apinhado Adj.1 . Completamente cheio; superlotado. 2 . Amontoado, aglomerado. atravancado. Adj. derivado de atravancar. atravancar. V. t. d. 1 . Impedir com travanca, estorvar, embaraar, dificultando ou impossibilitando a passagem ou o acesso. 2 . Acumular muitas coisas em um lugar. atropelo. S. m. 1 . Ato ou efeito de atropelar; atropelao, atropelamento. 2 . Confuso, baralhada. brado. brado S. m.1 . V. clamor. 2 . Grito. consumar. consumar V. t. d. 1 . Terminar, completar, acabar. 2 . Realizar, praticar. 3 . Levar ao auge; aperfeioar, requintar. dilatado. dilatado Adj. 1 . Amplo, largo, extenso. 2 . Desenvolvido, aumentado. impelir. 1. impelir V. t. d. 1 Impulsionar para algum lugar; empurrar, arremessar. 2 . Incitar, estimular, aular, instigar. V. t. d. e i. 3 . Obrigar, constranger, coagir. 4 . Incitar, instigar. perpetrar. perpetrar V. t. d. 1. Cometer, praticar (ato condenvel). 2. Perfazer, realizar. provido. provido Adj. 1 . Que tem abundncia do que necessrio; cheio. 2 . Que foi nomeado ou designado para cargo ou funo pblica. 3 . Jur. Diz-se do recurso a que se deu provimento. rebulio. rebulio S. m. 1 . Grande barulho ou bulcio; bulha. 2 . Agitao, motim, desordem, confuso. 3 . Gente em alvoroo. soverter. soverter V. t. d. 1 . Ant. Subverter. 2 . Bras. Fazer desaparecer; fazer sumir-se; sumir. 3 . Bras. Desaparecer, sumir(-se); levar fim.1. Substitua as palavras destacadas por outras que no alterem o sentido das frases usadas no texto: a) Na feira, a gorda senhora protestou a altos brados contra o preo do chuchu. ............................................................................................................................. b) Houve um rebulio . ............................................................................................................................. c) (...) sabia que se estava perpetrando um assalto ao banco. ............................................................................................................................. d) (...) a ocorrncia grave, que fatalmente se estaria consumando (...) ............................................................................................................................. e) E no atropelo da fuga, pacotes rasgavam-se (...) ............................................................................................................................. f) Ento os passageiros acharam de bom alvitre abandonar o veculo (...) ............................................................................................................................. g) Caram em cima do garoto que soverteu na multido. ............................................................................................................................. Procure outras frases na Cenatexto que contenham palavras apresentadas no quadro. Explique o sentido delas. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. ..................................................................................................................................

45

2.

Entendimento A U L A

1.

45Reescritura

Que motivo justifica a descida do motorista, do trocador e dos passageiros do nibus? Qual foi a razo de tanta confuso? Por que a multido caiu em cima do garoto escurinho que estava no meio da confuso?

2. 3.

A cena narrada por Carlos Drummond de Andrade apresenta uma situao muito engraada mas no incomum. As pessoas ouvem um pequeno boato, aumentam, inventam e logo temos uma histria enorme, detalhada e cheia de dramas. J que voc sabe como essas coisas acontecem, utilize sua experincia para reescrever o conto de hoje. Conte tudo o que aconteceu e explique os fatos como se estivesse relatando uma ocorrncia qualquer. Imagine que voc esteve no local e viu o surgimento de toda aquela confuso. Inicie dizendo que uma senhora gorda foi feira comprar frutas e verduras. Depois narre os boatos e os fatos que foram acontecendo. Voc pode escolher apenas partes da histria. Sua reescritura poderia comear da seguinte forma:

Uma senhora gorda e muito vermelha, que gostava de viver protestando, foi fazer compras na feira. Quando viu o preo do chuchu, ficou furiosa e disse aos berros ao vendedor: - Isto um assalto! As pessoas que no sabiam do que se tratava ficaram apavoradas, pensando que era mesmo um assalto, e comeou uma grande confuso. Quem estava perto da gorda senhora fugiu de medo. ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... .........................................................................................................................................

Pela Cenatexto se percebe como as pessoas tm facilidade para exagerar as situaes. Inventam acontecimentos e passam a falar das situaes imaginrias com riqueza de detalhes. Reflita e discuta com seus amigos as seguintes questes: 1. 2. Por que as pessoas alteram tanto os fatos ao narr-los? Quais as razes que levariam as pessoas a se ocuparem tanto com as cenas de rua? Seria curiosidade? Necessidade de viver aventuras? Falta do que fazer? Tentativa de tirar algum proveito da situao? Voc acha que quem conta um conto, sempre aumenta um ponto? Argumente. E no trabalho, como as pessoas devem se comportar em relao s fofocas? Voc concorda ou discorda do ditado popular que diz onde h fumaa, h fogo?

Reflexo A U L A

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3. 4.

&

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46

Alguma ocorrncia? era final de expediente e o supervisor da viao consultava o relgio insistentemente, pois recebera um telefonema da Central de Reclamaes acusando o atraso de dois nibus, o da linha do bairro West Hampstead e o da linha do estdio. O que havia acontecido? Nem bem virou as costas, ouviu uma conversa entre o lavador dos nibus e Elias, motorista responsvel por um dos carros atrasados. O supervisor chegou o corpo para fora da porta e chamou: - Elias, alguma ocorrncia? Por que voc se atrasou? Algum defeito com o nibus? - Olha, eu acho que, se fosse um problema mecnico, eu no teria me cansado tanto... - Por favor, sente-se e me relate o ocorrido. - Como eu ia lhe dizendo, o dia hoje foi surpreendente: quando eu estava com o carro no final da linha, no meio da tarde,...

Cenatexto

J

- Puxa! preciso ter pacincia para lidar com essa gente. - ! No meu tipo de trabalho, no posso perder a cabea, procuro ficar frio e tento resolver tudo o mais rpido possvel, mas dessa vez a coisa foi bastante complicada. E foi essa a razo do atraso de quarenta e cinco minutos. Eu sinto muito, porque o senhor j me conhece e sabe da minha responsabilidade, mas nem sempre a gente consegue resolver as coisas sem provocar atraso no trajeto. Eu bem que tentei...

- T bom, se amanh eu precisar de mais detalhes volto a chamar. Agora eu preciso que voc pea ao Fernando, aquele que faz a linha do estdio, que tambm venha falar comigo assim que chegar com o carro na garagem. Vou ficar aqui no escritrio esperando por ele. - Ento, se o senhor me d licena, at logo e mais uma vez me desculpe. No demorou muito tempo e o Fernando apareceu para esclarecer o atraso de mais de uma hora no trajeto do seu veculo. Foi logo dizendo que quando passou pela esquina da rua em que os feirantes armam suas barracas ele viu...

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- Que exagero! Tudo s por causa de um chuchu?! No d pra acreditar... - Mas verdade. Assim que terminou de ouvir o relato de Fernando, o supervisor foi at a prateleira e pegou um livro preto. Na capa, em letras bem grandes, lia-se registro de ocorrncias. Comeou a escrever...

&Voc tambm vai entrar nessa histria. Para isso, voc ser o supervisor e, como tal, far o registro das ocorrncias de atraso que envolvem os dois nibus. A ocorrncia n 1 refere-se aos fatos narrados na Aula 44; a ocorrncia n 2 , aos fatos da Aula 45. Como supervisor, voc conhece os fatos a partir do que ouviu, isto , voc conhece apenas a verso dos motoristas. Essas verses esto representadas nos quadrinhos. Observe-os novamente. Ateno, voc vai registrar apenas o que voc ouviu. Nada de dar informaes que no apareceram nos quadrinhos. Os dois relatos devem ser bem resumidos, mas os pontos fundamentais no podem ser omitidos. Siga a sugesto que damos a seguir.

Redao no ar

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OCORRNCIA N 1LOCAL:

................................................................... DATA: ........ / ....... / ........

No final da tarde, Elias chegou garagem para a troca do turno com um atraso de quarenta e cinco minutos. O motorista alegou que o atraso deveu-se a um problema com o nmero de passageiros. ..................................................... ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. .................................................................................................................................Ao terminar de escrever, releia seu texto e refaa o que no estiver bom. Depois, inicie a redao da segunda ocorrncia.OCORRNCIA N 2LOCAL:

................................................................... DATA: ........ / ....... / ........

O motorista Fernando atrasou o trajeto em uma hora. O motivo alegado por ele meio confuso, visto que falou de um assalto e depois acabou explicando que no houve assalto nenhum.. ........................................................................... ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. .................................................................................................................................

Reflexo

Os dois motoristas abandonaram seu posto de trabalho por motivos diferentes. Coloque-se na posio do supervisor e analise a atitude de cada um deles. 1. 2. 3. Qual a sua opinio a respeito das ocorrncias? Quem tinha um motivo realmente justo para parar o nibus? O supervisor dever advertir algum? Quem?

Troque idias a respeito dessas questes com seus amigos. Pondere, argumente, defenda sua opinio.

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A UU AL A L

47 Fazendo consultasN

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este mdulo, voc ir acompanhar um dia no muito feliz na vida de Josu, um escriturrio que est exercendo, momentaneamente, uma outra funo na empresa onde trabalha.

Cenatexto

Josu sabe que o sr. Alfeu admira a sua responsabilidade, a sua educao. Sempre que dona Brbara, a secretria, falta, Josu convocado a fazer o servio dela. Ele atende com ateno ao telefone, anota todos os recados, tem letra boa. Enfim, um escriturrio que d conta do recado como secretrio. Embora sinta orgulho por ser o escolhido, ele prefere realizar o seu trabalho como escriturrio. Josu, alm de nervoso, muito exigente consigo mesmo. Sofre quando comete um engano. Na sala de dona Brbara, ele se sente meio perdido: no conhece as pessoas que vo l, no sabe onde ficam as coisas, no atua com segurana. Mas o que mais o incomoda no conseguir atender s ordens do chefe. Muitas vezes, ele no consegue nem entender o que o sr. Alfeu diz com aquele jeito apressado de falar. Assim que entra, o sr. Alfeu vai logo debulhando falao, falando, falando, pedindo coisas, dando ordens: - Fale com o Marcos para digitar todo o material em que j foi feita a reviso. Voc viu a minha agenda por a? Ligue para a oficina. Fale com o Valdir que preciso do carro pra hoje antes das dez horas. Eu no tenho o nmero do telefone aqui. Consulte a lista telefnica.. O nome Oficina Nacional. Mal acaba de falar, vai saindo. Sem demora, Josu comea a cumprir o que foi pedido, at que esbarra num impasse: - Que confuso! Encontrei a Lista Telefnica, mas no encontro nela o nome dessa droga de Oficina Nacional. J, l, m, n, o... Odilon Braga, Odilon Dias, Oeste, Oiapoque... Eu devo estar doido! Depois da palavra Oeste tinha que vir palavra com Of, a eu achava Oficina.

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Josu no est doido, est apenas consultando a lista errada. Ele procura o nome de um assinante na Lista de Endereos. Quanta distrao! O suor comea a molhar a mo do escriturrio. Os minutos vo passando e ele no consegue encontrar o nome Oficina Nacional. O pnico faz a cabea de Josu estourar de dor. Decide tomar, sem ao menos consultar a bula, uns comprimidos que a secretria esqueceu na gaveta. Essa leviandade de Josu ainda vai dar o que falar... Aguarde o desfecho!

&PAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAAgora, uma pausa para entender o motivo da confuso vivida por Josu. Quanto desespero por to pouco! Todos vivemos situaes que nos fazem sofrer e que tm, muitas vezes, solues simples. Esse pnico todo poderia ter sido evitado se o escriturrio tivesse lido as informaes que constam do incio das Listas Telefnicas, como a que reproduzimos abaixo. H trs tipos de Lista Telefnica: a Lista de Assinantes , a Lista de EndereAmarelas). os e a Lista Classificada (Pginas Amarelas) Como sabia o nome do assinante (um estabelecimento comercial: Oficina Nacional), Josu deveria ter consultado a Lista de Assinantes ou a Lista Classificada.

COMO CONSULTAR A LISTA TELEFNICALISTA DE ASSINANTES So as pginas brancas do catlogo. Nela, sua configurao aparece na ordem alfabtica do sobrenome. FORMAS DE CONSULTA P ESSOA F SICA : a) Na maioria dos casos, procure o nome desejado pelo ltimo sobrenome. Exemplo: Daniela Moreira Braga Procure: Braga, Daniela M. b) No caso de sobrenome com ttulo genealgico (filho, jnior, sobrinho, neto), procure pelo penltimo sobrenome; Exemplo: Rodrigo Ribeiro Filho Procure: Ribeiro Filho, Rodrigo P ESSOA J URDICA : Procurar pela razo social completa do estabelecimento, sigla ou nome fantasia. Exemplo: Telecomunicaes de Minas Gerais S/A Teleming ou Teleming Telecomunicaes de Minas Gerais S/A Almeida & Cia. Ltda. Padaria So Jos (nome fantasia) G OVERNO / RGOS G OVERNAMENTAIS : Nos casos de rgos governamentais procure, na ordem alfabtica, sob os seguintes ttulos: Governo do Estado..... Prefeitura Municipal...... e, abaixo desses ttulos pelos nomes das secretarias, departamentos, divises etc. Exemplo: Governo do Estado de Minas Gerais Procuradoria Geral de Justia Prefeitura Municipal de Belo Horizonte Chefe Gabinete LISTA DE ENDEREOS Aqui voc procura o endereo do assinante pela ordem alfabtica do logradouro. Veja como fcil procurar a informao desejada na Lista Telefnica de Endereos: Exemplo: ALBUQUERQUE MARANHO, r. CEP 31730-230 CPO ALEGRE 57/103-070 36 Gonalves, Zilda ........... 494-1219 66 Carmo, Claudomiro ........ 494-1618 76 Brito, Ftima A .............. 494-1714 77 Oliveira, Benedito ............ 494-1220 167 Amaral, Handerson NC 494-1668 LISTA CLASSIFICADA (COR AMARELA) a) Procure os ttulos referentes a cada produto ou servio pela ordem alfabtica. B) Aps encontrar o ttulo genrico, observe as subdivises que melhor especificam os produtos ou servios que voc deseja. Exemplos: Automveis Agncias Automveis Conserto Automveis Peas As Ruas, Avenidas, Travessas, Praas e Alamedas identificadas por numeral figuram no incio da lista Exemplo: 1, p. CEP 32342-320 PRQ S JOO 24/984-970 59 Oliveira, Vilma C .............. 351-0988 1, r. CEP 31610-120 ANA LCIA 56/096-080 128 Costa, Zelia A. A. .......... 451-1741 2, av. CEP 31610-000 MINAS CAIXA 55/089-100 11 Batista, Osni ..................... 447-6725 LISTA CLASSIFICADA (AMARELA) Esta parte da Lista de grande importncia para quem procura servios, empresas e profissionais. No final da Lista Classificada voc encontra o ndice em ordem alfabtica e com assuntos divididos em ttulos, o que torna a sua consulta ainda mais fcil. Use sempre a LISTA CLASSIFICADA para fazer pesquisas de preos, produtos e servios, e descubra o quanto ela pode ajudar voc. Exemplo: Berrios Betoneiras Bicicletas Conserto e Aluguel Bicicletas Peas e Acessrios Bijuterias O produto ou servio que voc procura pode ser encontrado em mais de um ttulo. Exemplo: Dnamos Veja geradores Eltricos e Dnamos Veja Motores Eltricos Veja Motores Eltricos Conserto Veja Motores Eltricos Peas

Ateno: Ateno Quando se procura o nome de uma pessoa na Lista de Assinantes, deve-se iniciar a consulta pelo ltimo sobrenome, conforme informao fornecida pela prpria lista. Quando se procura o nome de um logradouro na Lista de Endereos, deve-se iniciar a consulta pelo primeiro nome , mesmo que esse logradouro tenha o nome de uma pessoa.

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47Dicionrio

1.

Na Cenatexto, h uma palavra que aparece duas vezes, mas com significados diferentes. Veja as duas frases em que essa palavra se encontra: (Josu) anota todos os recados . um escriturrio que d conta do recado como secretrio. Consultando o dicionrio, voc descobre o seguinte:

recado. S. m. 1. Mensagem oral. 2. Comunicao escrita ou oral.a) Em qual das duas frases a palavra recado usada no sentido apontado pelo dicionrio? ............................................................................................................................. b) Como voc explica o sentido da mesma palavra na outra frase? ............................................................................................................................. 2. Em outra passagem da Cenatexto, Josu esbarra num impasse. O que acontece com Josu? Veja o sentido dessas palavras no dicionrio:

esbarrar. V. t. i. 1. Ir de encontro; topar. 2. Dar com o p; tropear. 3. Encontrar por acaso. 4. Deter-se (ante dificuldade). impasse. S. m. 1. Situao difcil de que parece impossvel uma sada favorvel. 2. Embarao, estorvo, empecilho.Agora escreva com suas palavras o sentido da expresso esbarrar num impasse. impasse .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. 3. A palavra logradouro apareceu na seo Pausa. Veja o que ela significa:

logradouro. S.m. Lugar (rua, largo, praa, jardim etc.) para uso pblico.Anote aqui o nome de um logradouro importante que voc conhece: .................................................................................................................................. 4. A cabea de Josu estourava de dor. Consultando o dicionrio, voc vai encontrar o seguinte:

estourar. estourar V. int. 1. Rebentar com estrondo. 2. Fazer-se em pedaos. 3. Latejar de dor. 4. Gritar.Pelo contexto, sabemos que a cabea de Josu latejava de dor . Agora, descubra o sentido do verbo estourar nas frases abaixo. Em seguida, escreva-as substituindo o verbo estourar pelo sentido escolhido. a) As bombas estouravam , espantando a multido. ............................................................................................................................. b) Provocado, estourou, sem ligar para as pessoas que estavam prximas. ............................................................................................................................. c) A caldeira estourou por excesso de presso. .............................................................................................................................

Entendimento A U L A

1.

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Qual foi o principal problema enfrentado por Josu na atividade de secretrio? O que ele fez de errado? Por que Josu sentia-se pouco vontade na sala (e na funo) da secretria? Na Aula 11 voc j aprendeu que preciso seguir a ordem alfabtica para encontrar palavras no dicionrio. Aplique o que aprendeu naquela aula colocando os nomes dos logradouros seguintes na ordem em que apareceriam na Lista de Endereos. (Observe que o nome dos logradouros vm seguidos das abreviaturas que os especificam: r = rua; pa = praa; av = avenida): a) ( ) Aimors, r b) ( ) Jos Cavalini, pa c) ( ) Estvo Lunard, av d) ( ) Abati Cj Celso Machado, r e) ( ) Presidente Antnio Carlos, av Imagine que Josu tenha recebido as seguintes ordens. Indique o tipo de Lista Telefnica que ele consultaria. Assinantes, Endereos, Amarela). Lista de Assinantes Lista de Endereos Lista Classificada (Amarela Amarela a) Ligue para a sra. Ermengarda Sarmento. ............................................................................................................................. b) Descubra o telefone do apartamento 610 do Edifcio Conselheiro Accio, que fica Rua Joana Bezerra, 835. ............................................................................................................................. c) Veja se o Pedro da Lojas Unio S.A. est no escritrio. ............................................................................................................................. d) Reserve um txi para amanh ............................................................................................................................. Voc recebeu ordens para fazer algumas ligaes telefnicas. Numere as aes de acordo com a seqncia que deve ser seguida para a tarefa ser realizada com sucesso. Observe o modelo:

2. 3.

4.

5.

Ligue para a Oficina Nacional Nacional. ( 1 ) Localizar a Lista de Assinantes. ( 2 ) Localizar, seguindo a ordem alfabtica, o nome Oficina Nacional.a) Ligue para o sr. Marcos R. Borges. ( ) Seguindo a ordem alfabtica, localizar o ltimo sobrenome: Borges. ( ) Localizar a Lista de Assinantes . ( ) Localizar, seguindo a ordem alfabtica, o nome Marcos aps o sobrenome j localizado. b) Ligue para o escritrio da Bebel, que fica Rua Dante Grossi, 373 202. Sala 202 ( ) Localizar o nmero 373 diante do nome Dante Grossi . ( ) Localizar a Lista de Endereos . ( ) Localizar, seguindo a ordem alfabtica, a palavra Grossi , ao lado da palavra Dante . ( ) Localizar o nmero 202 ao lado do nmero 373 373. ( ) Localizar, seguindo a ordem alfabtica, a palavra Dante .

c) Ligue para um estabelecimento onde se vendam caixas de papelo. ( ) Localizar o ndice dos ttulos da Lista Classificada. ( ) Localizar a Lista Classificada (Pginas Amarelas). ( ) Na pgina indicada, localizar o item Caixa de papelo . ( ) Escolher um dos estabelecimentos indicados. ( ) Localizar a pgina indicada pelo ttulo. ( ) Localizar o ttulo Caixas . 1.

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47Reescritura

Josu no pde atender ao pedido do sr. Alfeu porque procurou o nmero do telefone na lista errada. Sabemos que ele ficou muito envergonhado por ter falhado. No preciso sofrer tanto por coisas to insignificantes. Quem no sabe, pergunta. Mas Josu no pergunta e entra em pnico. Se ele se sentiu to mal por esse insucesso, imagine como ele ficar quando o sr. Alfeu cobrar: Josu, j meio-dia e o carro no chegou. Voc falou diretamente com o Valdir? Que povo enrolado! Josu ter de explicar por que no fez o que foi pedido. Coloque-se na posio dele e explique tudo ao sr. Alfeu. Sua fala poderia comear assim:

- Sr. Alfeu, assim que o senhor me pediu, eu dei o recado para o Marcos. S que tem um problema: eu no consegui ligar para a oficina porque ......................... .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. ..................................................................................................................................2. Observe e compare as frases abaixo: Isto aqui est uma confuso! Admiro a responsabilidade de Josu. (frases oracionais oracionais) Puxa! Que confuso! Que funcionrio responsvel! (frases no-oracionais)

Algumas frases apresentam verbo e outras no. A frase que apresenta verbo classificada como frase oracional e a que no apresenta verbo como n