ted - institucionalismo no pensamento social (programa)

5

Click here to load reader

Upload: valter-mendonca

Post on 11-Nov-2015

215 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

TED

TRANSCRIPT

  • 1

    TPICOS EM ECONOMIA E DIREITO O INSTITUCIONALISMO NO PENSAMENTO SOCIAL Contedo

    O curso tem por objeto a apreciao do estatuto das instituies no pensamento social. Deste modo, discutiremos a concepo de instituio em autores como Max Weber, Emile Durkheim, Thorstein Veblen, John Commons, Douglass North, dentre outros. Ao longo do curso nos voltaremos compreenso do conceito de instituio nesses autores, com o objetivo de entender o papel e o impacto das instituies no mundo social.

    A temtica institucionalista chega Cincia Econmica atravs da velha economia institucional (VEI) de Thorstein Veblen, Wesley Mitchell e John Commons, encontrando um contraponto na nova economia institucional (NEI) de Ronald Coase, Douglass North e Oliver Williamson. Ao observar o conceito de instituio nesses autores, podemos identificar uma ausncia de preciso conceitual no que concerne s instituies, que alguns autores contemporneos, como John Searle, Geoffrey Hodgson e Tony Lawson, buscam eliminar com uma apreciao explcita do conceito.

    No intuito de delimitar o objeto da Sociologia, Durkheim define instituio como todas as crenas e modos de conduta institudos pela coletividade, afirmando ainda que a Sociologia seria a cincia das instituies, de sua gnese e de seu funcionamento (Durkheim, 1998, p.41). Ao lado de Durkheim temos ainda Max Weber e Karl Marx como autores seminais do pensamento sociolgico. Weber comumente colocado em oposio Durkheim no que concerne a relao entre os sujeitos e as estruturas sociais, em que Weber teria enfatizado o papel dos sujeitos na confeco do tecido social, enquanto Durkheim teria dado s estruturas sociais um imenso poder coercitivo sobre os sujeitos. A temtica das instituies tambm aparece no pensamento antropolgico, muito ligada questo do ambiente cultural e como ele influencia a alteridade entre os grupos sociais.

    Os diversos entendimentos desses autores acerca das instituies podem ser sintetizados em basicamente trs dimenses institucionais: (i) regras do jogo; (ii) organizaes; (iii) modelos mentais. Enquanto regra do jogo, cabe discutir que regras so essas, se regras informais de conduta ou se regras escritas e garantidas pelo Estado ou por alguma organizao. Nesse ltimo caso estaramos lidando com leis, contratos, regimentos, etc. As organizaes poderiam ser entendidas como grupos de jogadores, que se renem sob um mesmo objetivo, como os clubes, igrejas, escolas, etc. Por fim, os modelos mentais responderiam pelas regras do jogo internalizadas, ou ideologias, conforme definido por North.

    Em qualquer de suas dimenses, as instituies possuem um papel fundamental no mundo social, uma vez que parte constituinte e imprescindvel do mundo social. Conforme apontara North, as instituies seriam fundamentais na explicao do desenvolvimento e do subdesenvolvimento das naes. Commons assinalara o papel das instituies na resoluo dos conflitos inerentes s transaes. Veblen, numa perspectiva mais ampla, indicara o papel das instituies, enquanto modelos mentais, na configurao da luta de classes. Durkheim definira as instituies como o objeto mesmo da Sociologia. Para o Direito, a importncia das instituies em sua dimenso das regras do jogo aparece como mais evidente, embora suas outras dimenses tambm sejam de interesse no mbito da construo de um arcabouo de normas reguladoras e delimitadoras do comportamento dos sujeitos. Avaliao A avaliao do curso ser composta de dois trabalhos, a saber, um seminrio e um pequeno texto crtico. O seminrio poder ser realizado em grupo ou individualmente, dependendo do nmero de alunos inscritos na disciplina. O trabalho escrito ser um pequeno texto crtico, redigido a partir das leituras componentes do contedo do seminrio. Cada um dos trabalhos valer 10, sendo a mdia final uma mdia simples das duas notas, conforme segue: Nota Final = (Seminrio + Texto Crtico)/2

  • 2

    Cronograma das aulas Aula 1 (16/03/15): Apresentao do curso e panorama geral do institucionalismo Leitura: Cavalcante (2012) Aula 2 (23/03/15): O institucionalismo no pensamento social Leitura: Hall; Taylor (2003), Thret (2003) Aula 3 (30/03/15): As instituies na sociologia econmica Leitura: Durkheim (2004, cap.1), Raud-Mattedi (2005), Steiner (2006, cap.1) Aula 4 (06/04/15): A emergncia do institucionalismo americano Leitura: Rutherford (1994) Aula 5 (13/04/15): Ideias centrais de Thorstein Veblen Leitura: Cavalcante (2007, cap.2), Silva (2010), Veblen (1961, 1988) Aula 6 (20/04/15): Os discpulos de Veblen Leitura: Cavalcante (2007, cap.2) Aula 7 (27/04/15): Declnio do institucionalismo americano e emergncia do novo institucionalismo Leitura: Cavalcante (2007, cap.1), Coase (1937, 1960, 1991) Aula 8 (04/05/15): Instituies e Desenvolvimento em Douglass North Leitura: Cavalcante (2007, cap.1), Chang (2003, 2004), Medeiros (2001), North (1981, 1990, 1993, 2005) Aula 9 (11/05/15): O que uma instituio? Leitura: Cavalcante (2012), Conceio (2002), Searle (2005), Hodgson (2006), Lawson (2015) Aula 10 (18/05/15): Os institucionalistas contemporneos Leitura: Cavalcante (2007) Aula 11 (25/05/15): Seminrio 1 - Geoffrey Hodgson e o modelo reconstitutivo de cima para baixo Leitura: Hodgson (2001), Hodgson (1988, 1994, 1999) Aula 12 (01/06/15): Seminrio 2 - A nova sociologia econmica de Mark Granovetter

  • 3

    Aula 13 (08/06/15): Seminrio 3 - John Kenneth Gaibraith Aula 14 (15/06/15): Seminrio 4 - Richard Locke e o papel das instituies na construo da confiana Leitura: Locke (2001) Aula 15 (22/06/15): Seminrio 5 - Pierre Bourdieu e o conceito de habitus Leitura: Gmez (2012) 29/06/2015 Divulgao das notas 06/07/2015 Prova Final Trmino do perodo: 18/07/2015 Bibliografia CAVALCANTE, Carolina Miranda. Anlise Metodolgica da Economia Institucional. Dissertao de Mestrado. Niteri [s.n.], 2007. CAVALCANTE, Carolina Miranda. A Vitivinicultura no Vale do So Francisco: evoluo institucional no serto nordestino. Tese de Doutorado. Niteri [s.n.], 2010. CAVALCANTE, Carolina Miranda. Economia Institucional: as trs dimenses das instituies. In: IV Conferncia Internacional de Histria Econmica & VI Encontro de Ps-Graduao em Histria Econmica. So Paulo, 9-11 out. 2012. Disponvel em: http://cihe.fflch.usp.br/sites/cihe.fflch.usp.br/files/Carolina%20Miranda%20Cavalcante.pdf CHANG, Ha-Joon. Chutando a escada: a estratgia do desenvolvimento em perspectiva histrica. So Paulo: UNESP, 2004. __________. The Market, the State and Institutions in Economic Development. In: CHANG, Ha-Joon. Rethinking Development Economics. London: Anthem Press, 2003. COASE, Ronald. The Nature of the Firm. Economica, November 1937, pp. 386-495. Disponvel em: http://people.bu.edu/vaguirre/courses/bu332/nature_firm.pdf (acesso em: 01.08.2005). __________. The Problem of Social Cost. Journal of Law and Economics, 3(1), p.l-44, 1960. Disponvel em: http://www.sfu.ca/~allen/CoaseJLE1960.pdf (acesso em: 01.08.2005). __________. The institutional structure of production. Nobel Lecture, 1991. Disponvel em: http://nobelprize.org/economics/laureates/1991/coase-lecture.html (acesso em: 01.08.2005). CONCEIO, Octavio Augusto Camargo. O conceito de instituio nas modernas abordagens institucionalistas. Revista de Economia Contempornea, vol.6, n.2, p.119-146, jul.-dez, 2002. DOUGLAS, Mary. Como as instituies pensam. So Paulo: Edusp, 2007. DURKHEIM, mile. As Regras do Mtodo Sociolgico. So Paulo: Martin Claret, 2004.

  • 4

    GMEZ, Adolfo Eslava. Racionalidades en el institucionalismo: ideas desde Thorstein Veblen y Pierre Bourdieu. Sociedad y Economa, n.22, p.289-302, 2012. HALL, Peter A.; TAYLOR, Rosemary C. R. As trs verses do neo-institucionalismo. Lua Nova, n.58, p.193-224, 2003. HODGSON, Geoffrey. The Return of Institutional Economics. In: SMELSER, Neil; SWEDBERG, Richard. (eds.) The Handbook of Economic Sociology. New York: Princeton University Press, 1994. __________. Economics and Institutions: a manifesto for a modern institutional economics. Cambridge: Polity Press, 1988. __________. Evolution and Institutions: on evolutionary economics and the evolution of economics. Cheltenham: Edward Elgar, 1999. __________. A evoluo das instituies: uma agenda para pesquisa terica futura. Revista Econmica, v.3, n.1, p.97-125, junho, 2001. __________. What are Institutions? Journal of Economic Issues, vol.40, n.1, mar., 2006. LAWSON, Tony. What is an institution?. In: PRATTEN, Stephen. Social Ontology and Modern Economics. London: Routledge, p.553-577, 2015. LOCKE, Richard. Construindo Confiana. Econmica, vol. 3, n. 2, set., 2001. MEDEIROS, Carlos Aguiar. Instituies, Estado e Mercado no Processo do Desenvolvimento Econmico. Revista de Economia Poltica, v.5(1), p.49-76, jan.-jun., 2001. NORTH, Douglass C. Structure and Change in Economic History. New York: Norton, 1981. __________. Institutions, Institutional Change and Economic Performance. Cambridge: Cambridge University Press, 1990. __________. Economic Performance Through Time. Nobel Lecture, 1993. Disponvel em: http://nobelprize.org/economics/laureates/1993/north-lecture.html. Acesso em: 25 jul. 2005. __________. Understanding the Process of Economic Change. Princeton: Princeton University Press, 2005. RAUD-MATTEDI, Ccile. A construo social do mercado em Durkheim e Weber: anlise do papel das instituies na sociologia econmica clssica. Revista Brasileira de Cincias Sociais, vol.20, n.57, p.127-142, 2005. RUTHEFORD, Malcolm. Institutions in economics: the old and the new institutionalism (Historical perspectives on modern economics). Cambridge: Cambridge University Press, 1994. 225 p. SEARLE, John. What is an Institution? Journal of Institutional Economics, vol.1, n.1, 2005. STEINER, Philippe. A Sociologia Econmica. So Paulo: Atlas, 2006.

  • 5

    THRET, Bruno. As instituies entre as estruturas e as aes. Lua Nova, n.58, p.225-255, 2003. VEBLEN, Throstein. Why is Economics not an Evolutionary Science. In: __________. The Place of Science in Modern Civilization and Other Essays. New York: Russel & Russel, 1961. __________. A teoria da classe ociosa: um estudo econmico das instituies. So Paulo: Nova Cultural, 1988. 181 p.