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Teorias da Cultura e do Contemporâneo Prof. Dr. Fábio Fonseca de Castro Faculdade de Comunicação - UFPA Roteiro da Aula 16 Introdução às Teorias da Pós-Modernidade 24 de maio de 2011

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Roteiro da aula 16 do curso Teorias da Cultura e do Contemporâneo, ministrada no curso de graduação em Comunicação da UFPA, 2011.

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Page 1: TeCon aula 16

Teorias da Cultura e do Contemporâneo

Prof. Dr. Fábio Fonseca de Castro

Faculdade de Comunicação - UFPA

Roteiro da Aula 16

Introdução às Teorias da Pós-Modernidade

24 de maio de 2011

Page 2: TeCon aula 16

O que é a pós-modernidade?

Há varias acepções para o termo Pós-modernidade:

momento que sucede a Modernidade (após-modernidade);

situação contraria à Modernidade (anti-

modernidade);

estilo artístico caracterizado pela hibridação dos gêneros;

Page 3: TeCon aula 16

situação econômico-social associada ao capitalismo contemporâneo (descrito por alguns como flexível, por

outros como tardio e por outros, ainda, como pós-industrial);

fenômeno associado à situação cultural de um mundo globalizado (descrito por diferentes autores como

sociedade ultra-massificada, pós-massificada, "aldeia global", tecno-mundo, sociedade da informação,

sociedade telematica).

Page 4: TeCon aula 16

Ao senso comum, bem como aos setores intelectuais mais influenciados por uma reflexão funcionalista ou objetivista, a noção de pós-modernidade evoca um

conjunto de pensamento relativamente homogêneo e, por vezes, vinculado a certo

negativismo, ou niilismo, que grassaria, pretende-se, nas ciências sociais

contemporâneas.

Page 5: TeCon aula 16

Essa visão se tem reforçado, recentemente, pela força crítica do racionalismo alemão, representado por Jürgen Habermas e pelo neo-objetivismo francês, representado por

Pierre Bourdieu.

Page 6: TeCon aula 16

O debate polariza-se entre um mainstream "pro" pós-moderno e outro "anti" pós-

moderno.

Page 7: TeCon aula 16

O mainstream “pró-PoMo”

O primeiro deles engloba posturas divergentes e heterodoxas, como a do próprio

Lyotard, que vê na pós-modernidade a capacidade de assinalar uma espécie de

retomada do ímpeto utopista da modernidade e a do filosofo Charles Jencks,

que pensa a pós-modernidade como, justamente, uma oposição radical à

modernidade.

Page 8: TeCon aula 16

O Mainstream "anti”-PoMo

O campo dos pensadores "anti" pós-modernidade também se polariza de forma extrema, abrigando o referido J. Habermas, para quem a pós-modernidade constitui um

impulso reacionário, capaz de, perigosamente, reverter todas as conquistas da racionalidade moderna e, num extremo oposto, pensadores como Manfredo Tafuri,

que se declara, ao mesmo tempo, "anti" pós-modernidade e "anti" modernidade.

Page 9: TeCon aula 16

Aparentemente, a Modernidade constitui um "mundo novo" que ficou de repente velho" - com suas tradições... Mesmo que de ruptura,

vanguarda, desejo. Enquanto que a Pós-modernidade representaria um mundo recentíssimo, talvez apenas esboçado.

Page 10: TeCon aula 16

Mas que seria, enfim, a Pós-modernidade?

Época posterior a Modernidade? Seu contrario? Sua anulação? Sua superação? Ou,

ao contrario, sua continuação? Sua radicalização? Não ha consenso a respeito

dessa questão.

Page 11: TeCon aula 16

Procurando os adjetivos próprios a nosso tempo, poderíamos falar em

paradoxalidade, como sugere Morin, mas também, igualmente, recorrer a uma bem

conhecida série de palavras tristes: futilidade, superficialidade, excesso,

ambivalência, solidão.

Page 12: TeCon aula 16

Palavras que, tal como todas as demais citadas acima, têm o curioso efeito de reproduzir idéias

já empregadas para definir a modernidade – porém, com o poder de torná-las mais fortes,

talvez sugerindo que a pós-modernidade constitua uma espécie de excesso da

modernidade.

Page 13: TeCon aula 16

Um quadro conceitual,

para polarizar (e polemizar) a discussão:

Page 14: TeCon aula 16

Modernidade Pós-modernidade

Sociedade regida por "metanarrativas", ou seja, grandes

discursos sociais que agrupam diferentes discursos (ciência, arte, moral, etc), gerando uma ilusão de

coerência. Produzem-se metanarrativas sobre a historia, a

cultura, a identidade nacional, etc.

Sentimento de suspeita quanto a todas as "metarrativas". Rejeição dos grandes discursos e de toda

idéia de unidade. Valorização das pequenas narrativas e dos

discursos locais.

Crença nas grandes teorias, ou seja, nas explicações totalizantes do

mundo.

Rejeição dessas grandes teorias, procura de referenciais locais.

Page 15: TeCon aula 16

Modernidade Pós-modernidade

Crença na unidade cultural: na identidade.

Pluralismo social, multiculturalismo: tornam-se

turvas todas as anteriores referências a classe, unidade,

nação, raça.

Crença no progresso, na ciência e na tecnologia.

Ceticismo quanto ao progresso, ciência e tecnologia. Reações

naturalistas.

Page 16: TeCon aula 16

Modernidade Pós-modernidade

Idéia de uma personalidade humana fechada, definida,

individualismo.

Idéia de fragmentação, Ego descentrado, identidades múltiplas

e conflitantes. generalização de processos de identificação.

Corpo social mais claramente definido: família, casamento, classe

são dimensões sociais claras.

Variedade na conformação do corpo social: identidades sociais

múltiplas, famílias monogâmicas, recomposição, paternidades

artificiais.

Page 17: TeCon aula 16

Modernidade Pós-modernidade

Hierarquia, ordem, controle centralizado.

Fragmentação.

Políticas amplas, determinantes. Ordenamento do social por meio

do planejamento.

Micropolíticas: políticas da identidade, culturais e locais

tendem a predominar sobre as macropolíticas.

Page 18: TeCon aula 16

Modernidade Pós-modernidade

Raízes. Crença no "profundo" e no "significado". Hostilidade às

"margens", associadas ao superficial, à aparência e ao

significante.

Rhizoma. Triunfo do significante, a aparência, da superfície.

Crença no "real", no "autêntico" e no "original".

Hiper-realidade, simulacros, alegoria. Valorização da

experiência transitória ou ligeira. Valorização da copia.

Page 19: TeCon aula 16

Modernidade Pós-modernidade

Dicotomia entre culturas "altas" e "baixas", "eruditas" e "populares",

"massificadas" e "naturais".

Quebra das fronteiras culturais, formas culturais híbridas,

coabitação de referências e de influências.

Cultura de massas, consumo de massas, mercado massificado.

Micro-identidades, micro-grupos, consumo especializado.

Page 20: TeCon aula 16

Modernidade Pós-modernidade

Arte como objeto acabado e autêntico.

Arte como processo, intertexto, criação coletiva. Ironia quanto à

autenticidade.

Conhecimento baseado na totalidade da informação: a

Enciclopédia.

Conhecimento por "navegação", por "controle remoto": a Web.

Page 21: TeCon aula 16

Modernidade Pós-modernidade

Culto da seriedade e da objetividade.

Ironia, duvida, culto da subjetividade.

Clareza na caracterização dos gêneros artísticos (literatura,

musica, teatro) ou em suas escolas e estilos (jazz, rock, samba, funck).

Intertextualidade, hibridez, pastiche.

Page 22: TeCon aula 16

Modernidade Pós-modernidade

Distinção clara entre maquina e corpo, entre o orgânico e o

inorgânico.

Confluência entre maquina e corpo, humano e tecnológico.

Cultuo do corpo artificial: cyborg.

Diferença sexual ordenada por um regime fálico, machista, baseado na

dicotomia entre os sexos e na exclusão de formas não-

dicotômicas da sexualidade.

Regime sexual poliformo e com tendências à androgenia.

Page 23: TeCon aula 16

Modernidade Pós-modernidade

Forma de saber centrada no livro e no arquivamento da informação.

Novas tecnologias (hipermídia) supera os limites do saber e do arquivamento da informação.