técnica de reparo prótese parcial removível com resina

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Faculdade de Odontologia de Piracicaba Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP UNICAIVIP Estudo comparativo de nova reparo de próteses m ao Curso de PDs- urrmurg;ao em Clínica area doutor. - SP

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Prótese dentária - reparo em prótese parcial removível

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Page 1: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Faculdade de Odontologia de Piracicaba

Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP UNICAIVIP

Estudo comparativo de nova reparo de próteses m

ao Curso de PDs-urrmurg;ao em Clínica area

doutor.

- SP

Page 2: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

UNICAMP

Faculdade de Odontologia de Piracicaba

Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

N

de . resma acrn:1ca

microondas e Uc(me extra-duro para tal;or·a

de

Tese apn;sentana ao Curso de Pos:-GJ"adtlaçiio em Chnica area de

de doutor

2000

iíi

Page 3: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Rll4e

Ficha Catalográfica

Rached, Rodrigo Nunes. Estudo comparativo de uma nova técnica de reparo de próteses

removíveis utilizando resina acrílica para microondas e silioone extra-duro para laboratório. I Rodrigo Nunes Rached. -- Piracicaba, SP : [s.n.], 2000.

124p.: il.

Orientadora : Prof' Dr' Altair A. Dei Bel Cury. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas,

Faculdade de Odontologia de Piracicaba.

L Resinas acrílicas dentárias. 2. Polimerização. 3. Microondas. 4. Silicones. 5. Consertos. 6. Prótese dentária. I. Del Bel Cury, Altair A. H. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Odontologia de Piracicaba. 11!. Título.

Ficha Catalográfica Elaborada pela Bibliotecária Marilene Girello CRB 18-6159, da Biblioteca da Faculdade de Odontologia de Piracicaba I UNICAI\1P.

ÍV

Page 4: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS UNICAMP

A Comissão Julgadora dos trabalhos de Defesa de Tese de DOUTORADO, em

sessão pública realizada em 18 de Outubro de 2000, considerou o

candidato RODRIGO NUNES RACHED aprovado.

1. Profa. Dra. ALTAIR ANTONINHA DEL BEL

2. Profa. Dra. ANA LUCIA MACHADO

3. Pro f. Dr. ANTÔNIO MUENCH __ ..iiLAC!.::_~"="~"-~~"'='· =-~~"--" .. ~;;c.====-L--

5. Prof. Dr. CELIA MARISA RIZZATTI

UNI ·.;~ L

Page 5: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Dedico este Trabalho ...

À Deus, por sempre me guiar no

caminho certo, repleto de luz.

Aos meus irmãos, Maísa e Marcelo, pela

amizade e companheirismo nesta vida.

vi i

Aos meus pais, Dagmar e João,

pela vida, educação e amor.

Às minhas tias Bárbara e Lúcia, pelo

incentivo e amor.

Page 6: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Meu agradecimento especial ...

À minha orientadora Prof". Dr." Altair A. Del Bel

Cury, pelo estímulo, ensino, dedicação, prontidão,

competência e, acima de tudo, amizade e respeito.

IX

Page 7: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

My special gratefulness ...

To Dr. John M. Powers, Professor and Vice Chairman of the Department of

Restorative Dentistry and Biomaterials, and Director o f the Houston Biomaterials Research

Center (HBRC), University of Texas, Houston, USA, for the relevant co-supervision of this

research.

To Cynthia Trajtenberg, Chris Kaaden, Dongfang Li, Jeff Spitzenberg, Li-Yen

Lin, Mathias Hoffman, Nicole Meyers and Riad EI-Zawarhy for their friendliness and

companion during my stay at HBRC.

To all professors and employees ofthe Houston Dental Branch, especially those of

the Department of Restorative Dentistry and Biomaterials, who contributed to this thesis in

different extensions.

xi

Page 8: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Meus agradecimentos:

Ao Prof. Dr. Jaime Cury, pela amizade, contribuição à minha formação e exemplo de

pessoa e pesquisador a ser seguido.

Ao Prof. Dr. Antônio Wilson Sallum, diretor da Faculdade de Odontologia de

Piracicaba (FOP-UNICAMP).

Aos colegas Eduardo Rocha, Eduardo Carrilho, Eudes Gondim Jr., Frederico

Peixoto e Silva, Glauco Zanetti, Mello, Paulo Nadim, Rodrigo Cecanho, Solimar

Ganzarolli, Rosemary Shinkai, Valfrido e Viviane , pelo incentivo, companheirismo e

respeito, e aos demais colegas dos cursos de Pós-graduação da FOP, pela parceria nesta

trajetória de vitórias.

À CAPES, pelo apoio financeiro depositado nesta pesquisa.

Aos funcionários das bibliotecas da FOA-UNESP e da FOP-UNICAMP, pelo auxílio e

disponibilidade nas pesquisas e consultas até hoje realizadas.

Aos funcionários José Alfredo da Silva, Mariza de Jesus Carlos Soares e

Waldomiro Vieira Filho, do Laboratório de Bioquímica Oral, FOP-UNICAMP.

Aos professores do Curso de Pós-graduação em Clínica Odontológica da Faculdade de

Odontologia de Piracicaba- UNICAMP, pelos ensinamentos ministrados.

xiii

Page 9: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

ÍNDICE

LISTAS .............................................................................................................................. I

RESUM0 ........................................................................................................................... 3

ABSTRACT ....................................................................................................................... 5

INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 7

REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................... 9

1. Resinas Acrilicas: Propriedades ...................................................................................... 9

2. Resinas Acrilicas Polimerizadas por Microondas ......................................................... 13

3. Reparo em resinas ............................................................................................................ 26

4. Reparo Com Resina Para Microondas .......................................................................... 35

5. Efeito Dos Silicones Sobre As Resinas Acrílicas ........................................................... 40

PROPOSIÇÃO ................................................................................................................. 47

METODOLOGIA ............................................................................................................. 49

1. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS .............................................................................. 49

2. ME TODOS ........................................................................................................................ 50 ~ Parte! ..................................................................................................................................... 50 ~ Parte2 ..................................................................................................................................... 55 ~ Análise estatística .................................................................................................................... 69

RESULTADOS ................................................................................................................ 71 ~ Parte! ..................................................................................................................................... 71 ~ Parte2 ..................................................................................................................................... 74

DISCUSSÃO .................................................................................................................... 81

1. Resinas Acrilicas: Propriedades .................................................................................... 81

../' Resistência ao impacto Izod ................................................................................................... 82

./ Penetração e Recuperação Rockwell ............................................................................. 83

./ Sorção de água e solubilidade ........................................................................................ 85

./ Estabilidade de cor ........................................................................................................ 86

2. Reparo com resina para Microondas ............................................................................ 87

./' Resistência à flexão ~u ........................................................................ u .................................................................................. 87

v" Adaptação ............................................................................................................................................................................ 94

./ Distância horizontal ...................................................................................................... 97

./ Altura ........................................................................................................................... 100

XV

Page 10: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

CONCLUSÕES .............................................................................................................. / 03

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................•........... / 05

ANEXOS •..........................................••.......................•................................................... /15 ~ Parte 1 ................................................................................................................................... 115

1. Resistência ao Impacto Izod ............................................................................................ 115

2. Penetração e Recuperação Rockwell ........................................................................... 116

3. Sorção e solubilidade em água ........................................................................................ ll6 ~ Parte 2 ................................................................................................................................... 118

1. Teste de resistência à flexão .......................................................................................... 118

2. Adaptação ao modelo mestre ....................................................................................... 119

3. Distância horizontal entre dentes ............................................................................... 120

4. Altura dos dentes ......................................................................................................... 122

xvi

Page 11: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

LISTAS

Tabelas

Tabela 1: Materiais. ·--------------------------49 Tabela 2: Equipamentos. 50

Tabela 3: Propriedades, dimensões e número de espécimes. 51

Tabela 4: Resinas, métodos de polimerização e grupos. 51

Tabela 5: Protocolo de técnicas de reparo com resinas acrílicas-Seção A 56

Tabela 6: Protocolo de técnicas de reparo com resinas acrilicas-Seção B. 56

Tabela 7: Médias e desvios-padrão para o teste de Impacto lzod ( Jlrrf). 71

Tabela 8: Médias e desvios-padrão para o teste de penetração (um) e recuperação (%) Rockwell.

-------------------------------------------------------n Tabela 9: Resultados do teste de sorção (pg/mm3

) e solubilidade (pg/mm3) em água. 73

Tabela 10: Médias e desvios-padrão para o teste de estabilidade de cor(!!. E*). 73

Tabela 11: Médias e desvios-padrão do teste de resistência à ffexão (MPa). 74

Tabela 12: Resistência à ffexão de reparo: amostras confeccionadas com L 199. 75

Tabela 13: Resistência à flexão de reparo: amostras confeccionadas com AMC. 75

Tabela 14: Resistência à ffexão de reparo: amostras confeccionadas em L 199 e AMC. 76

Tabela 15: Efeito do reparo na resistência à ffexão de espécimes intactos. 76

Tabela 16: Número e frequência (%) dos tipos de fraturas dos espécimes reparados. 77

Tabela 17: Diferença percentual(%) do peso da película de si/ícone. 78

Tabela 18: Diferenças percentuais(%) das medições horizontais entre os dentes 11, 21, 16 e 26.78

Tabela 19: Diferenças percentuais(%) das medições verticais. 79

Tabela 20: Resultados do teste de Impacto lzod para todos os espécimes. 115

Tabela 21: Resultados do teste de penetração (um) e recuperação(%) Rookwe/1. 116

Tabela 22: Resultados do teste de sorção de água (f.'g/mm3). ___________ 116

Tabela 23: Resultados do teste de solubilidade em água (f.'g/mm} 117

Tabela 24: Resultados do teste de estabilidade de cor(!!. E*). 117

Tabela 25: Resultados do teste de resistência à ffexão (MPa) dos espécimes intactos (contro/e).118

Tabela 26: Resultados do teste de resistência à ffexllo (MPa) dos espécimes reparados. 118

Tabela 27: Resultados do teste de resistência à ffexão (MPa) dos espécimes reparados. 119

Tabela 28: Diferenças percentuais(%) do peso de material de mo/dagem. _______ 119

1

Page 12: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Tabela 29: Diferenças percentuais(%) das medições horizontais entre os dentes 11 e 21. __ 120

Tabela 30: Diferenças percentuais(%) das medições horizontais entre os dentes 16 e 26. __ 120

Tabela 31: Diferenças percentuais (%) das medições horizontais entre os dentes 11 e 26. __ 121

Tabela 32: Diferenças perr;entuais (%)das medições horizontais entre os dentes 21 e 16. __ 121

Tabela 33: Diferenças percentuais(%) das medições horizontais entre os dentes 11, 21, 16 e 26.

--------------------------------------122 Tabela 34: Diferenças perr;entuais (%)das medições verticais entre os dentes 13 e 23. 122

Tabela 35: Diferenças perr;entuais (%)das medições verticais entre os dentes 14 e 24. 123

Tabela 36: Diferenças percentuais(%) das medições verticais entre os dentes 15 e 25. 123

Tabela 37: Diferenças percentuais(%) das medições verticais entre os dentes 16 e 26. 124

Tabela 38: Diferenças perr;entuais (%)das medições verticais. 124

Figuras

Figura 1: Disposistívo para acabamento dos espécimes. ______________ 52

Figura 2: Matriz em aço para o teste de sorção de água e solubilidade. 53

Figura 3: Modelo mestre metálico. 59

Figura 4: a) Articulador semi-ajustável com bases em gesso; b1-2-3) Fixação oclusal da prótese em

index de si/ícone; c) Peso padrão posicionado para mo/dagem; d) Moldagem sendo conduzida. _ 61

Figura 5: Recorte da película de si/ícone nos limites da prótese. 62

Figura 6: Perfurações realizadas nos dentes para avaliaçi'Jo da movimentaçi'Jo horizontal. 63

Figura 7: Microscópio comparador utilizado nas medições horizontais. 63

Figura 8: Avaliaçi'Jo da altura entre os dentes. __________________ 64

Figura 9: Mufla plástica parcialmente preenchida com gesso desidratado. 67

Figura 1 O: Inclusão da prótese total em silicone extra-dura. 68

2

Page 13: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

RESUMO

Este estudo avaliou a eficiência de uma técnica de reparo para próteses totais

utilizando resina acrílica para microondas e silicone extra-duro como material de

revestimento. Avaliou-se a resistência ao impacto Izod (IZ), penetração (PR) e recuperação

Rockwell (RR), sorção (SO) e solubilidade em água (SL), e estabilidade de cor (EC) de

resinas polimerízadas pelas técnicas L (Lucitone 199, Ll99, 8 h./74°C, molde de gesso), A

(Acron MC, AMC, 3 min./500 W, molde de gesso), AR (Acron MC/R, GC Int., 2

bares/45°C/15 min.) e ASt (ídem à técnica A, porém molde de silicone). As amostras de IZ

foram confeccionadas com e sem entalho, e as de EC envelhecidas artificialmente.

Adicionalmente, 40 próteses totais superiores (PT) (metade em Ll99 ou AMC) foram

fraturadas na linha média e reparadas com L, A, AR ou AS, e tiveram os parâmetros

adaptação (AD) e alterações horizontal (AH) e vertical (A V) do plano oclusal avaliadas antes

e após o reparo. Testes de resistência à flexão (RF) foram conduzidos em 84 espécimes

retangulares. Destes, 24 foram confeccionados com L, A, AR e AS1 e mantidos intactos. Os

60 restantes foram confeccionados com L ou A, tiveram a parte central removida (10 mm) e

foram reparados com L, A, AR, AS (ídem à AS1, porém ciclo de 2 min./500 W - 1 min./0 W

- 2 min./500 W) ou ASt. Os resultados mostraram que apenas L diferiu e foi superior às

demais técnicas para IZ. O entalho reduziu IZ nas técnicas. Os resultados de PR para A, ASh

AR e L foram, respectivamente, 71,1-70,5-104-88,5 um; A e AS1 não diferiram entre si, e

diferiram de AR e L, os quais diferiram entre si. AR apresentou a menor (75,1%) RR, e os

demais grupos (L=83,1%; A=86,9% e AS1=86,8%) não diferiram entre si. Para a SO, houve

3

Page 14: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

diferença entre os pares L-A e AR-AS1 (29,6-28,3-20,9 e 21,7 J.!g/mm3). Nenhum grupo diferiu

para SL. Para EC, A e AS não diferiram, sendo que os demais grupos diferiram entre si; o

envelhecimento acelerado afetou EC de todos os grupos. Os grupos intactos de RF diferiram

entre si (L=70,8 A=80,6 AR=65,3 AS1=75,4 MPa). Nos espécimes confeccionados com L,

AS (49,6 MPa) foi inferior a ASt (65,7 MPa). AS diferiu das demais técnicas e ASt não; as

demais técnicas de reparo (L=70,7 A=69,2 AR=63,5 MPa) não diferiram entre si. Nos

espécimes confeccionados com AMC, AS (51,2 MPa) e AS1(44 MPa) diferiram dos demais,

e estes não diferiram entre si; as demais técnicas (L=70,6 A=67,2 AR=65 MPa) não

diferiram entre si. O reparo com ASt apresentou maior RF em espécimes confeccionados

com L199 comparado com aqueles confeccionados com Acron MC. Falhas coesivas foram

mais frequentes para L e A. Já AR, AS e AS1 mostraram falhas adesivas com maior

frequência. Houve influência do fator "reparo" para AD, sendo que AR apresentou a melhor

adaptação (0,5%); as demais técnicas não diferiram entre si (L=27,2 A=28,9 AS=21,2%). Na

avaliação da AH, houve diferença entre AR e as demais técnicas para 16-26, 11-26 e 21-16,

entre AR e AS para 11-21, e entre A e AS para 16-26. Quanto a AV, não houve diferenças

entre os grupos. As conclusões são: 1) O molde de silicone afetou apenas a SO de AMC; 2)

A interação "material da base-reparo" não influenciou AD; 3) AR forneceu a melhor AD; 4)

A interação "material da base-reparo" não afetou AH; 5) O fator "reparo" alterou AH; 5)

Nenhum fator alterou AV.

Palavras-chave: Resina acrílica dental, Microondas, Silicone, Reparo.

4

Page 15: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

ABSTRACT

This study evaluated the efficacy of a new repair technique of removable

prosthodontics using rnicrowave acrylic resin and very-hard silicone as the investment

material. The frrst part evaluated Izod impact test (IZ), Rockwell penetration (RP) and

recovery (RR), water sorption (WS) and solubility (SO), and color stability (CS) of acrylic

resin samples processed by the following techniques: L (Lucitone 199, Ll99, 8 h./74°C,

gypsum mold), A (Acron MC, AMC, 3 rnin./500 W, gypsum mold), AR (Acron MC/R, GC

Int., 2 bars/45°Cil5 min.) and ASt (similar as A, but silicone mold was used). Notched and

unnotched samples were tested for IZ. EC samples were artificially aged. In the second part,

forty upper dentures were equally made of Ll99 or AMC. These dentures were sagittally

fragmented in the middle line and repaired by L, A, AR or AS. Adaptation (AD), horizontal

(HC) and vertical changes (VC) in the occlusal plane were assayed by comparing

measurements taken before and after the repair procedure. Eighty four rectangular specimens

were tested for flexural strength (RF). Twenty-four intact ones were made with L, A, AR and

AS1. The 60 remained ones were made ofL199 or AMC and had the middle part removed

(10 mm). Then, they were repaired with L, A, AR, AS (similar to ASt, but a different cycle

was used: 2 rnin./500 W - 1 min./0 W - 2 min./500 W) or ASt. The results showed that L was

superiorly different than the other techniques for IZ; additionally, unnotched sarnples were

stronger than notched ones. Considering RP, A and AS1 (71,1-70,5 um) were not different,

whilst AR and L (104-88,5 um) differed from each other as well as from A and AS1• AR

showed the lowest value (75,1%) for RR and differed from the other groups (L=83,1%;

A=86,9% and AS1=86,8%), which did not differ arnong each other. For WS, the pairs L-A

5

Page 16: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

and AR-AS1 (29,6-28,3-20,9 e 21,7 J.!g/mm3) were statistically different. No differences were

detected for SO tests. EC results did not differ for A and AS; the other groups differed

among each other, and artificial aging affected EC of ali groups. RF intact groups were ali

different (L=70,8 A=80,6 AR=65,3 AS1=75,4 MPa). For specimens made ofL199, AS (49,6

MPa) was weaker than ASt (65,7 MPa); AS differed from the other techniques, and ASt did

not; the other techniques were not different (L=70,7 A=69,2 AR=63,5 MPa). ASt showed

higher RF values when performed in samples made of Ll99, compared to those made of

AMC. Cohesive failures were more common in L and A, while adhesive ones were in AR,

AS e ASt. The technique AR showed the best AD (0,5%), while the other techniques were

not different (L=27,2 A=28,9 AS=21,2%). There was a statistical difference between AR

and the othertechniques for the HC measurements between teeth 16-26, 11-26 e 21-16; AR

andAS were different for 11-21 measurement, as well as A andAS for 16-26. Differences

were not detected for VC variable. The conclusions were: 1) Silicon mold technique affected

WS of AMC; 2) AD was not affected by the interaction "base material-repair procedure"; 3)

AR technique generated the best AD results; 4) "Base material-repair procedure" interaction

did not affect HC; 5) HC was affected by the ''Repair" variable; 6) Differences were not

detected for VC assessments.

Key-words: Dental Acrylic resin, microwave, silicone, repair.

6

Page 17: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

INTRODUÇÃO

A utilização da energia de microondas na polimerização das resinas acrílicas foi

primeiramente relatada na literatura por NISHII45 em 1968. Vários estudos se sucederam ao

deste pesquisador, objetivando avaliar as vantagens dessa tecnologia17•33

•34

•48

A9•52

•55

As fraturas de próteses removíveis são um achado comum na clínica diária, e o reparo

das mesmas com resina acrílica para microondas tem se mostrado um técnica viável no que

tange ás propriedades mecânicas do reparo e à adaptação final da prótese46•47

•54

•61

.

As resinas quimicamente ativadas fornecem valores de resistência de reparo de 60%56

a 65%36 da resistência do espécime intacto, enquanto as resinas termopolimerizáveis

possibilitam uma resistência de reparo em torno de 75%36 a 80%56 da resistência do espécime

original. Apesar das resinas acrílicas termopolimerizáveis convencionais produzirem reparo

com propriedades físicas e mecânicas aceitáveis, a técnica envolvida apresenta algumas

desvantagens, sendo as principais o risco de distorções adicionais da base da prótese, o

tempo e as dificuldades de se conduzir a técnica22

Com relação à técnica de reparo com microondas, achados na literatura apontam o

tempo reduzido como a grande vantagem desta técnica. Entretanto, especula-se que o reparo

em microondas seja comparável, com relação a este fator, à técnica convencional, uma vez

que o tempo despendido para a inclusão da prótese na mufla e para a cristalização do gesso é

praticamente o mesmo que aquele da técnica convencional.

Diante deste fato, uma técnica de reparo ideal seria aquela que fornecesse resistência

final comparável à técnica convencional com resina termopolimerizável, e que,

adicionalmente, pudesse ser conduzida em tempo reduzido. Tal condição seria possível

utilizado-se resina para microondas e um sistema de inclusão mais rápido que o tradicional à

base de gesso.

Os silicones laboratoriais têm se mostrado efetivos quando envolvidos no processo de

polimerização de resinas acrílicas10'69

,43

•60

, e em especial resinas acrílicas para microondas19

A utilização destes como material de inclusão poderia ser uma alternativa viável na redução

do tempo gasto para a inclusão da prótese fraturada na mufla.

7

Page 18: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Diante desta possibilidade, este estudo visou avaliar uma técnica alternativa de reparo

com resina acrílica para microondas e silicone laboratorial extra-duro como material de

revestimento.

8

Page 19: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

REVISÃO DA LITERATURA

1. Resinas Acrílicas: Propriedades

GOODKIND & SCHULTE (1970)25 avaliaram a estabilidade dimensional de bases

confeccionadas com resina autopolimerizável utilizando a técnica da resina fluída e a técnica

com mufla. Medições foram realizadas no modelo metálico e nas bases confeccionadas, e as

distâncias comparadas. Os pontos demarcados estavam presentes na região de molares e

incisivos centrais. As diferenças percentuais encontradas variaram de 0,11% a 0,38%. Os

autores concluíram que ambas as técnicas de processamento das bases promoveram

contração das mesmas, sendo que as bases confeccionadas com a técnica fluída apresentaram

maiores valores de contração. Após seis meses de armazenagem em água, não foram

detectadas diferenças significativas de estabilidade dimensional entre as técnicas. Segundo os

autores, a magnitude de contração encontrada neste estudo seria dificil de ser detectada

clinicamente.

Em 1979, FARAJ & ELLIS24 realizaram mensurações do módulo de elasticidade,

sorção de água e contração, de uma resina autopolimerizável e uma resina

termopolimerizável. Foram confeccionadas amostras circulares com 50,0 mm de diãmetro x

8,0 mm de espessura. Para verificar a temperatura durante a polimerização, pares

termoeléctricos foram posicionados no interior do gesso e da resina. A temperatura de

polimerização da resina termopolimerizável foi de 70°C e 100°C. A densidade das amostras

foi determinada pelo peso em ar e em água a 21±1°C logo após a demuflagem e após

condicionamento de peso em dessecador. As alterações dimensionais foram medidas através

das dimensões dos círculos marcados no gesso. A medida do módulo de elasticidade foi

obtida em espécimes com 60 x 10 x 1,7 mm. Os autores concluíram que a resina

autopolimerizável polimeriza à temperatura de 25°C. O tempo de polimerização da resina

termopolimerizável foi maior no centro das amostras, comparado à região externa. Quanto à

porosidade, as amostras submetidas à temperatura de 700C não apresentaram porosidade, o

mesmo não ocorrendo com aquelas polimerizadas a 1 00°C, as quais mostraram porosidade

9

Page 20: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

quando a temperatura exotérmica ficou próxima a 135°C. A contração dimensional foi de

0,53% para as resinas termopolimerizáveis, e 0,26% para as autopolimerizáveis. Os autores

relataram que o módulo de elasticidade deve ser mensurado em corpos-de-prova

armazenados em água a 37°C, tendo em vista que tanto a temperatura como a sorção de água

reduzem os valores dessa propriedade. Também deve ser observado tempo suficiente para

que os materiais atinjam o equilíbrio de sorção de água (33 dias para corpos-de-prova com

2,5 mm a 3~C) antes da realização do teste de deflexão.

LAMB et ai. (1983i5 estudaram o efeito da proporção pó/liquido, temperaturas de

polimerização inicial baixas, armazenagem em temperaturas elevadas e exclusão de

oxigênio, sobre os níveis de monômero residual de uma resina acrílica autopolimerizável.

Segundo os autores, as resinas acrílicas são, na maioria das vezes, formadas pela mistura de

um polímero, contendo peróxido de benzoíla, com um monômero, contendo um catalisador,

como por exemplo uma amina terciária. O peróxido se decompõe rapidamente e o suficiente

para que, mesmo em temperatura ambiente, gere uma quantidade significativa de radicais

livres, que promoverão a polimerização do monômero e, em conseqüência, de toda a mistura

polimérica. Os resultados mostraram que resinas preparadas com uma proporção pó/líquido

alta de 5:3 apresentaram dosagens significativamente menores de monômero residual

comparadas àquelas preparadas com uma proporção baixa de 4:3. Quanto à temperatura de

polimerização, as amostras polimerizadas à 22°C apresentaram níveis de monômero residual

maiores comparados aos daquelas polimerizadas a 55°C, quando da dosagem imediata do

monômero. Após três dias de armazenagem, os níveis de monômero residual reduziram-se. A

velocidade de perda de monômero das amostras polimerizadas a 22°C foi significativamente

maior, o que levou a uma inversão dos níveis de monômero em relação à primeira análise.

Dessa forma, após três dias de armazenagem, as amostras polimerizadas a 55°C mostraram

os maiores valores de monômero residual. Os resultados deste estudo mostraram que estes

tornaram-se praticamente indetectáveis após 25 dias quando armazenados a 37°C, e após 6

dias, quando armazenados a 50°C. Utilizando-se uma temperatura de armazenagem de 36°C,

inferior àquela de transição vítrea do material estudado (76°), a resina estudada mostrou um

grau de conversão virtual de 100%. Pôde-se observar que os espécimes que foram mantidos

10

Page 21: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

em contato com o ar atmosférico apresentaram níveis inferiores de monômero residual,

comparados àqueles mantidos em ausência de ar.

ARAB et al. (1989i estudaram a influência de níveis elevados de monômero residual

na descoloração de uma resina acrílica, bem como sobre algumas de suas propriedades

físicas. Dois ciclos de polimerização foram utilizados: 16 h a 70°C+3 h a 100°C; 8 h a 7ff'C.

As amostras foram submetidas a 4 técnícas de limpeza de próteses. Todos os espécimes

exibiram alterações similares, não havendo influência de níveis elevados de monômero sobre

a descoloração da resina acrílica, sendo este fator atribuível ao método de limpeza. O

principal fator responsável pelo branqueamento foi a temperatura elevada da água,

independente do agente de limpeza utilizado. Entretanto, algumas propriedades físicas foram

prejudicadas pelo conteúdo de monômero residual: resistência à flexão e dureza. Os

procedimentos de limpeza com água fervente e limpadores provocaram aumento na

opacidade, perda de integridade, redução na resistência à flexão e aumento na dureza

superficial da resina acrílica.

HARRISON & HUGGET (1992i7 estudaram o efeito de diferentes ciclos térmicos

de polimerização sobre os níveis de monômero residual de resinas acrílicas para base de

prótese. Utilizou-se neste estudo um copolímero (trietileno glycol dimetacrilato) e um

homopolímero. Foram avaliados ciclos longos, curtos, com calor úmido e seco, os quais

forneceram percentuais de monômero residual entre 0,56 a 18,46%. Os resultados mostraram

que o ciclo longo e calor úmido de 7 horas a 7o•c mais 1 hora a 1 OfJ'C forneceu os menores

índices de monômero residual para 23 polímeros comerciais avaliados. Quando se comparou

os materiais, as diferenças entre os valores para monômero residual ficaram entre 0,54 e

1,08%.

SADAMORI et al. (1994)51 avaliaram a influência da localização na mufla e da

espessura de diferentes amostras na concentração de monômero residual. Tais amostras

foram obtidas de espécimes confeccionados em resina acrílica utilizando-se três processos de

polimerização: termopolimerizável convencional, técnica da resina fluída e método de cura

por energia de microondas. Para as dosagens de monômero, utilizou-se cromatografia gás-

11

Page 22: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

líquida. Os resultados indicaram que a concentração de monômero residual foi influenciada

pelo método de polimerização da resina e pela espessura dos espécimes. A localização das

amostras não influenciou nesta variável. A resina para microondas apresentou níveis de

monômero residual semelhantes àqueles da resina convencional, bem como valores

estatisticamente semelhantes quando se variava a espessura dos corpos, o que não ocorreu

com a resina terrnopolimerizável convencional. Os autores sugerem ainda que a estabilidade

dimensional e adaptação de próteses confeccionadas com resina acrílica podem ser

influenciadas pelo processo de cura, espessura das bases, formato e tamanho das próteses.

MA Y et al. (1996)42 avaliaram a estabilidade de cor de sete resinas

terrnopolimerizáveis convencionais e uma polimerizàvel por microondas, quando

processadas com o método de rnícroondas. Os espécimes foram submetidos ao

envelhecimento acelerado para o teste de estabilidade de cor, o qual foi mensurado

quantitativamente antes e após 300, 600 e 900 horas de envelhecimento. A média de

alteração de cor foi obtida através de regressão polinomial para se deterrnínar a alteração de

cor durante o envelhecimento. Os resultados mostraram alterações signíficativas para todas

as marcas comercias de resinas acrílicas, porém as alterações da resina Lucitone Hy-pro nao

foram perceptíveis a olho nu. Conclui-se que tanto as resinas terrnopolimerizáveis

convencionais como a restna Acron MC apresentaram alterações de cores após

envelhecimento acelerado. Os materiais Hy-pro e TruTone exibiram as menores alterações

de cores, sendo que o material Hy-pro foi o mais estável.

DORAY et ai. (1997i1 avaliaram a estabilidade de cor de duas escalas diferentes de

cores de cinco resinas acrílicas, e sete materiais compostos para restaurações provisórias,

utilizando espectrofotometria de reflexão após envelhecimento acelerado. Foram

confeccionados espécimes com material para restaurações provisórias seguindo-se as

instruções dos fabricantes, os quais foram envelhecidos em câmara de envelhecimento

artificial a uma exposição total em irradiação ultravioleta de 60 kJ/m2. A cor foi mensurada

no escala CIE L *a*b* em espectrofotômetro de reflexão antes e após o envelhecimento.

Mudanças nas cores (DE*) foram calculadas e avaliadas estatisticamente. Os resultados

12

Page 23: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

mostraram que houve alterações significativas em 9 dos 12 materiais testados. Os materiais

mais estáveis foram a resina acrílica Alike e as resinas compostas Luxatemp e Protemp

Garant, as quais não apresentaram alterações de cores perceptíveis após envelhecimento.

Concluiu-se que algumas resinas acrílicas ou resinas compostas sofrem alterações de cor

significativas e perceptíveis após condições de envelhecimento acelerado.

2. Resinas Acrílicas Polimerizadas por Microondas

NISHII (1968t5 foi o primeiro pesquisador a estudar a energia de microondas na

polimerização de resinas acrílicas, avaliando porosidade e propriedades físicas: sorção de

água, dureza, resistência à tração, resistência à flexão, deflexão transversal, resistência de

união de dentes artificiais, adaptação. Segundo o autor, o método de aplicação da energia de

microondas pode ser classificado como método dielétrico, em que ocorre aquecimento

imediato da massa poliméríca, e tanto as regiões superficiais quanto as profundas são

aquecidas rápida e uniformemente. A energia de microondas gerada em um oscilador

magnético foi transferida para uma câmara contendo uma mufla com resina acrílica, a qual

foi irradiada com ciclos de 9, 10, 11 e 12 minutos. O autor obteve resultados satisfatórios

quanto à porosidade, quando da utilização de muflas perfuradas e redução na energia de alta

freqüência. As propriedades físicas das resinas polimerizadas durante 11 minutos de

irradiação foram tão satisfatórias quanto às das resinas polimerizadas pela técnica

convencional em banho de água quente.

KIMURA et al. (1983i4 estudaram a utilização da energia de microondas para

polimerizar a resina acrílica. Foram utilizadas resinas acrílicas termopolimerízáveis

transparente e rosa, aplicando-se as seguintes proporções de polímero e monômero: 2,4:1 e

2:1, em peso, respectivamente. Também foram utilizados dentes artificiais de resina acrílica

e de porcelana. Misturas de pó e líquido com diferentes pesos: 7, 15 e 21 g foram irradiadas

em microondas durante 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35 e 40 seg. para verificar o tempo necessário

para atingir a fase plástica e a completa polimerização. A energia utilizada para a

polimerização foi de 200 W e 500 W. Também foi avaliado:

13

Page 24: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

- Deformação do molde de gesso após a irradiação com microondas durante 0,5 a 20

minutos.

- Porosidade dos corpos-de-prova com as seguintes dimensões:

a) 20 x 20 x 5 mm processados durante 2 a 15 minutos e resfriados à temperatura

ambiente;

b) 20 x 20 x 1 O mm polimerizadas durante 3 minutos e resfriadas em água gelada,

água corrente e na bancada;

c) 20 x 20 x 1,5 ou 3 mm polimerizadas durante 3 min;

d) 20 x 20 x 3 mm contendo um grampo metálico com 0,9 mm de diâmetro;

Adaptação das bases de próteses polimerizadas através dos seguintes métodos :

banho de água elevando a temperatura para 1 OO"C em 60 minutos e mantendo em

água fervente durante 30 minutos e;

energia de microondas durante 3 minutos.

- Estabilidade de cor e formação de trincas em próteses totais confeccionadas com

dentes de resina e porcelana.

Os autores concluíram que:

-Embora a mistura polímero/ monômero geralmente atinja a fase plástica em 15 a 20

minutos à temperatura ambiente, este tempo pode ser diminuído com o auxílio do

microondas;

- Embora a temperatura do molde atingisse 1 OO"C após 1 minuto de irradiação de

microondas, a deformação do molde raramente foi observada;

- Raramente observou-se porosidade quando a resina foi polimerizada durante 3

minutos e resfriada em bancada;

- A adaptação da base da prótese polimerizada com microondas foi melhor que a

adaptação da base de prótese processada pelo banho de água;

- Alteração de cor e frinchas nos dentes artificiais quase não foram observadas para

próteses processadas em microondas.

A adaptação de bases de próteses foi estudada por estes mesmos autores no ano

seguinte33 Bases de prova confeccionadas com resina acrílica termopolimerizável

14

Page 25: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

convencional polimerizada em microondas (500 W e 200 W) e banho de água (40 minutos a

65°C + 30 minutos a 1 OOOC) foram avaliadas. Com relação ao espaço existente entre a resina

e o modelo de gesso, estes foram bem menores quando da utilização da polimerização em

microondas. A adaptação das porções da resina acrílica em contato com o rebordo foram

superiores àquelas do palato. De um modo geral, as bases de resinas polimerizadas com

energia de microondas apresentaram melhor adaptação quando comparadas às polimerízadas

em banho de água. A temperatura do revestimento no centro da mufla de plástico reforçada

elevou rapidamente, ultrapassando a das margens da mufla. A temperatura da resina

começou a se elevar rapidamente após 1 'lz minuto de irradiação com microondas, e a

polimerização iniciou-se com o calor. No caso do banho de àgua quente, a temperatura no

centro da mufla atingiu 65°C em 20 minutos, e a da resina começou a elevar rapidamente

após a permanência da mufla em àgua a 65°C durante 30 minutos. No caso das muflas

imersas em banho de água quente, pôde-se observar diferença significativa entre a

temperatura do centro e das margens do revestimento, o que não ocorreu com a

polimerização em microondas.

REITZ et al. (1985t8 avaliaram a resistência à flexão, dureza e a porosidade de 20

espécimes confeccionados com resina à base de metilmetacrilato, sendo metade polimerizada

em banho de àgua quente, a 600C por 8 h, e os demais polimerízados com energia de

microondas a 400 W por 2 'lz minuto. De acordo com os resultados, para os processos de

polimerização utilizados, não houve diferenças significantes para as quatro variáveis

analisadas. Nas amostras polimerizadas em microondas, houve presença de porosidade nas

regiões centrais das mesmas. Quando se aplicou valores baixos de potência e ciclos longos, o

grau de porosidade da resina acrílica se reduziu. Segundo os autores, este mesmo critério

deve ser aplicado quando se pretende polimerizar próteses que apresentam volume de seção

transversal maior que dos espécimes utilizados neste estudo.

HAYDEN (1986i9 avaliou a resistência à flexão de bases de próteses

confeccionadas com resinas acrílicas processadas com diferentes ciclos de polimerização:

ciclo curto e longo em àgua quente (73•C) e ciclo em microondas (700 W a 4 minutos e 90

UNI

15 ·.c~I L

Page 26: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

W a 13 minutos) . As bases foram submetidas a uma carga compressiva na região mediana,

registrando-se a energia absorvida no ponto de fratura. Houve diferenças estatísticas entre os

produtos curados com diferentes ciclos, bem como entre as marcas comerciais utilizadas. O

processo de cura das bases com energia de microondas demonstrou polimerizar a resina

acrílica normalmente. Entretanto, testes sob condições de força revelaram que os materiais

polimerizados por este método não absorveram tanta energia antes da fratura como aqueles

polimerizados convencionalmente. O material modificado com borracha absorveu maior

quantidade de energia antes da fratura. Os métodos recomendados por alguns dos fabricantes

produziram bases levemente mais resistentes que os métodos alternativos; o método longo de

processamento em água quente mostrou-se mais satisfatório para uma das resinas. Importante

salientar que estas diferenças não foram estatisticamente significantes. Os autores

observaram também que bases de prótese polimerizadas por 13 minutos a 90 W mostraram­

se amolecidas e flexíveis, emitindo odor indicativo de alto conteúdo de monômero, contra­

indicando este ciclo em microondas.

SANDERS et a!. (1987/2, tendo observado em trabalhos anteriores que a porosidade

na seção mais espessa da resina aumentava significativamente quando estes corpos-de-prova

eram polimerizados com energia de microondas, realizaram uma pesquisa onde investigaram

as diferenças de porosidade apresentadas pelas amostras após a cura por microondas quando

resfriadas subitamente ou permitidas resfriar lentamente em temperatura ambiente. Com esta

finalidade, amostras foram preparadas e polimerizadas de duas formas: a) polimerizadas por

9 horas a 74° C e resfriadas imediatamente após a remoção do banho de água por 20 minutos

em água corrente; b) polimerizadas a 90 W em forno de microondas com prato giratório por

6 V2 minutos de cada lado e decorridos 15 minutos, resfriadas em água corrente por 4 5

minutos; c) amostras polimerizadas como em h e resfriadas à temperatura ambiente por 2 V,

horas. Após polimerização, as amostras foram polidas e recobertas por tinta nanquim para

observação da porosidade. A quantidade de porosidade foi avaliada por 3 examinadores

calibrados. A análise dos resultados mostrou que houve porosidade em todas amostras de

resina acrílica para todos os métodos de polimerização e para todos os procedimentos.

Somente a resina fabricada para cura em microondas apresentou baixa porosidade,

16

Page 27: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

concluindo asstm a importância de selecionar a resma apropriada para cada método de

polimerização.

Em 1987, LEVIN et a/. 37 estudaram as propriedades dureza, resistência à flexão e

porosidade de resinas acrílicas polimerizadas com energia de microondas. Foram

confeccionados dez espécimes de cinco resinas, polimerizadas utilizando-se banho de água

quente e fomo de microondas doméstico. Os resultados mostraram que não houve diferenças

entre os valores obtidos com os dois métodos de polimerização. Em outro estudo, próteses

maxilares foram enceradas em modelos obtidos em gesso a partir de um modelo de alumínio,

utilizando-se as mesmas cinco resinas. Metade foi polimerizada com energia de microondas

e metade com banho de água quente. A adaptação das próteses sobre o modelo metálico foi

verificada utilizando-se fitas calibradoras. Os resultados mostraram que não houve diferenças

estatisticamente significativas entre os métodos, mostrando que as propriedades físicas das

resinas polimerizadas em microondas são semelhantes às das resinas polimerizadas

convencionalmente. A polimerização em microondas apresenta como vantagens, segundo os

autores: tempo de processamento, facilidade e limpeza de manuseio.

DE CLERCK (1987F fez algumas considerações a respeito de resinas acrílicas e

polimerização em microondas. Segundo o autor, a polimerização do PMMA, resina mais

comumente utilizada na confecção de próteses dentárias, é do tipo reação em cadeia, e requer

a ativação de um iniciador (peróxido de benzoíla), o qual cria os primeiros radicais livres que

iniciam a polimerização em cadeia, abrindo as dupla-ligações do meti! metacrilato. Uma

reação térmica acima de 60"C gera radicais livres, e a reação exotérmica de polimerização

tem uma tendência de se acelerar à medida que essa temperatura aumenta. Resinas

polimerizadas em temperaturas próximas à da ebulição do monômero (100,8°C) apresentam

altos níveis de porosidade, e tal temperatura é facilmente atingida quando o calor interno

gerado pela reação exotérmica da resina não é dissipado eficazmente.

No caso dos métodos de polimerização mais freqüentemente usados, banho de água

e ar quente, essa dissipação é prejudicada principalmente pela diferença de temperatura entre

meio externo e interior da mufla, sendo o primeiro sempre mais quente que o segundo, além

17

Page 28: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

do coeficiente de condutividade térmica desfavorável do material de revestimento. Para

evitar porosidade, portanto, utiliza-se ciclos com baixas temperaturas e períodos longos.

Porém, se o calor necessário à quebra do peróxido de benzoíla em radicais livres pudesse ser

gerado dentro da própria resina, a temperatura no exterior da mufla poderia se manter baixa.

Dessa forma, o calor da reação de polimerização poderia ser dissipado com maior eficiência,

minimizando-se os riscos de porosidade na resina acrílica. Além disso, eliminaria-se o tempo

necessário para transferir calor do meio externo para a resina, através das diversas estruturas

envolvidas, tais como mufla, material de revestimento e modelo em gesso.

As microondas, ondas eletromagnéticas produzidas por um gerador chamado

magnetron, podem ser utilizadas para gerar calor no interior das resinas.

Realizando testes simples, o autor pôde observar que 30 cc de monômero ebuliram

em 3 minutos e 30 seg. no forno de microondas. Notou também que o polímero isolado não

se aquecia quando em contato com as microondas, e que porções de 3 mg de polímero e

monômero misturados, prensados na fase plástica e submetidos a um ciclo de 2 minutos em

microondas, iniciaram a polimerização em 4 minutos, estando completamente polimerizadas

em 8 minutos. Quanto ao reparo, o autor pôde observar que um dente de plástico aderiu

firmemente à resina acrílica, quando ambos os materiais foram submetidos a uma exposição

de 8 minutos às microondas.

AL DOORI et al (1988)1 compararam as técnicas de polimerização com energia de

microondas e banho de água quente, analisando peso molecular, conversão de monômero e

porosidade de quatro resinas acrílicas. Os valores de peso molecular dos materiais

polimerizados utilizando-se ambos os métodos foram praticamente os mesmos. Apesar da

conversão de monômero com a energia de microondas ter sido substancial, a quantidade

mínima de monômero obtida com a polimerização convencional não pôde ser atingida com a

polimerização em microondas. Os problemas de porosidade relacionados com o rápido

aquecimento da massa de resina puderam ser controlados com ciclos de 25 minutos a 70 W,

porém em seções superiores a 3 mm de espessura a porosidade não pôde ser evitada.

Segundo os autores, no momento do estudo, a técnica de polimerização em microondas,

18

Page 29: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

comparada àquelas de aquecimento rápido em água, não oferece vantagens com relação à

economia de tempo.

TRUONG & THOMAZ (1988)59 avaliaram a porosidade de quatro resinas acrílicas,

processadas sob dois métodos de polimerização: energia de microondas e banho de água

quente. As propriedades dureza, resistência à flexão, sorção de água e perda de massa por

lixívia de uma das resinas foram avaliadas de acordo com o Australian Standard 1043-1971 e

1626-1974. Os níveis de monômero residual, dosados por extração em acetona, e os níveis de

agente de união cruzada, dosados por extração em clorofórmio, também foram calculados e

estudados para esta resina. Os resultados mostraram propriedades fisicas similares, bem

como uma microestrutura idêntica para a resina Trevalon curada sob os dois diferentes

métodos. Utilizando-se um programa de polimerização em microondas previamente

recomendado, a porosidade foi evidente em espécimes espessos de seção à flexão de 14 X 1 O

mm. Entretanto, segundo os autores, o programa de polimerização em microondas pode ser

otimizado no intuito de prevenir porosidade, sem no entanto prejudicar as demais

propriedades fisicas da resina ou o tempo de processamento da mesma. Isto pode ser obtido

utilizando-se uma baixa potência no início do ciclo.

TAKAMATA et al. (1989i7 avaliaram a estabilidade dimensional de resinas

acrílicas, segundo o método de polimerização. Com esta finalidade compararam a) uma

resina termicamente ativada pelo método tradicional de banho de água; b) uma nova resina

fluída; c) resina ativada por luz visível; d) resina processada com energia de microondas; e)

resina quimicamente ativada. Foram usados os seguintes métodos para a medida da

precisão dimensional: peso do material de moldagem interposto entre a base da prótese e o

modelo mestre, medidas do espaço do bordo posterior em cinco localizações e o volume

estimado do espaço entre a base da prótese e o modelo mestre. Avaliando os resultados

obtidos, chegaram as seguintes conclusões: a) a pior adaptação foi obtida pelo grupo de

resinas polimerizadas em mufla metálica e banho de água convencional. A nova resina

ativada por luz visível produziu uma base com precisão intermediária, assim como a resina

fluída quando curada por 20 minutos a 100° C ou a resina processada com microondas por

13 minutos a 90 W ou 1 Y2 minuto a 500 W. Os dois melhores resultados quanto à precisão

19

Page 30: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

de adaptação foram obtidos pelas resinas autopolimerizadas ou pela resina especialmente

desenvolvida para ser processada com as microondas,

BURNS et al, (1990)13 estudaram a influência da energia de microondas na

estabilidade dimensional de três resinas acrílicas para base de prótese: termopolimerizável,

polimerizável com luz e autopolimerizáveL Além disso, os espécimes foram testados secos

ou saturados em água durante 30 dias à temperatura ambiente, sendo tais condições as

variáveis independentes do estudo, O peso e o comprimento das amostras foram mensurados

antes e após a desinfecção das mesmas em microondas por 15 minutos à 650 W, Um

recipiente parcialmente preenchido com água foi introduzido no fomo, para proteção do

magnetron, Todos os materiais apresentaram excelente estabilidade, tendo valores médios de

contração na ordem de 0,02 a 0,03%, os quais são clinicamente insignificantes se

comparados aos da contração de polimerização, na ordem de 0,2%, Os autores concluem que

a esterilização em microondas não influenciou significativamente na estabilidade

dimensional dos três materiais testados, e que os mesmos podem estar secos ou saturados em

água previamente à esterilização, Uma vez que o formato cilíndrico das amostras utilizadas

não condiz com a topografia complexa de uma prótese, extrapolações desses resultados para

próteses totais não seriam válidas, Entretanto, comparações entre os materiais utilizados

poderiam ser consideradas,

As propriedades resistência à flexão, porosidade e dureza de duas resmas

especialmente formuladas para polimerização com microondas e uma resina

termopolimerizável convencional foram estudadas por ALKHATIB et aL (1990f

Espessuras de 3, 6, 11,6 e 17,7 mm foram utilizadas para avaliação da porosidade, O ciclo

utilizado para a resina Acron MC foi de 513 W durante 2 minutos e 55 segundos em um lado

da mufla, Os espécimes para o teste de resistência à flexão foram obtidos à partir de matrizes

com as dimensões 70 x 12 x 3 mm, sendo posteriormente desgastados com lixas de

granulação 400 e 600 até as dimensões de 68 x 1 O x 3 mm, Para o teste de dureza, o

polimento foi realizado com lixas de carbeto de silício nas granulações 400, 600, 800 e I 000,

e as penetrações foram realizadas com carga de 200 gramas durante 20 segundos, A

20

Page 31: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

porosidade foi avaliada após polimento das amostras do teste de dureza utilizando pastas

para polimento com partículas de 1,0 ~m e 0,3 ~m, com panos e rodas para polimento

metalográfico. O grau de porosidade foi calculado segundo o tamanho dos poros. Os

resultados mostraram que tanto a resina termopolimerizável convencional quanto a resina

Acron MC não mostraram porosidade em nenhuma das espessuras avaliadas. Não houve

diferenças estatísticas entre as resinas estudadas quanto à propriedade de resistência à flexão.

BAFILE et ai. (1991/ compararam a porosidade entre resinas acrílicas polimerizadas

com energia de microondas e resinas acrílicas termopolimerizáveis convencionais. F oram

confeccionados 70 espécimes, divididos em 1 O grupos. As amostras do grupo controle foram

polimerizadas em banho de água quente a 69"C durante 9 horas. Os espécimes de quatro

grupos experimentais foram confeccionados utilizando-se um líquido contendo trietileno ou

tetraetileno-glicol, que são dimetacrilatos que contém um grupo reativo em cada extremidade

da cadeia orgãnica; estes dimetacrilatos apresentam pressão de vapor baixa mesmo sob

temperaturas entre 100 e 150°C. Isso favorece o processamento da resina acrílica em altas

temperaturas sem o risco do surgimento de porosidade na estrutura do mesmo, o que não

ocorreria utilizando-se monômeros com pressão de vapor elevada. Os espécimes destes

quatro grupos foram submetidos a diferentes ciclos de polimerização em microondas,

variando-se tempo e potência. Os outros dois grupos experimentais foram formados com

espécimes confeccionados com monômero de metil-metacrilato e polimerizados em forno de

microondas. Os resultados não mostraram diferenças significativas entre as médias de

porosidade dos grupos controle e experimentais com o líquido especial. Os dois grupos

restantes, de espécimes processados com monômero de MMA, mostraram médias de

porosidade significativamente maiores que as dos demais grupos. Assim demonstrou-se a

efetividade do líquido modificado à base de trietileno e tetraetileno na prevenção de poros.

Além disso, os autores encontraram os menores valores de porosidade quando da utilização

do ciclo de 1 O minutos a 225 watts em microondas.

Neste mesmo ano W ALLACE et a/64 compararam a precisão dimensional de bases

de prótese polimerizadas por microondas e polimerizadas pelo método tradicional de banho

21

Page 32: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

de água aquecido (grupo controle). Os grupos experimentais foram em número de quatro,

variando os tempo e a temperatura de polimerização por microondas. Os autores

concluíram a) que as bases de próteses processadas com a energia de microondas

apresentaram-se iguais ou com melhor precisão dimensional que as bases processadas

convencionalmente; b) que nenhum dos grupos polimerizados com as microondas

apresentou resultado superior quando comparados entre si; c) o processo de cura com a

energia de microondas é limpo e mais rápido que a técnica convencional e forneceu

excelente precisão dimensional.

AL-HANBALI et al. (1991i estudaram a adaptação de bases de próteses

confeccionadas em resina acrílica e submetidas a dois ciclos de cura em banho de água

quente ou em fomo de microondas. Para confeccionar as bases, foram obtidas réplicas em

gesso a partir de um confeccionado em cobalto-cromo. Dez bases, confeccionadas com

resina acrílica convencional, foram processadas em banho de água quente durante 7 horas a

70"C e 3 horas a 1 OO"C, sendo outras dez processadas em fomo de microondas a 65 watts

durante 3 minutos. Outras dez bases, confeccionadas com um PMMA modificado, contendo

0,025% de dimetil-p-toluidina (ativador químico), foram processadas em banho de água

fervente (1 OO"C) por 20 minutos. Após isso as bases foram readaptadas ao modelo mestre

metálico, interpondo-se entre os mesmos material de moldagem à base de silicone; sobre a

camada de silicone obtida vazou-se gesso pedra, reproduzindo em positivo a camada interna

da mesma, e, após removida a base de resina, gesso pedra foi vazado sobre o silicone,

reproduzindo e contendo a camada externa desta. O conjunto gesso-silicone-gesso foi então

recortado na região posterior do palato, e a espessura do silicone foi mensurada em um

perfilômetro. As bases removidas foram submetidas a um segundo ciclo de cura semelhante

ao primeiro, com exceção do grupo polimerizado em ciclo longo, em que se utilizou segundo

ciclo de cura de 12 horas a 65°C, para que a temperatura de transição vítrea da resina acrílica

não fosse atingida. A análise estatística mostrou diferenças entre o primeiro e segundo ciclo

de cura para todos os métodos estudados (P<0,001). Entretanto, o ciclo de polimerização em

microondas provocou uma distorção significativamente menor da base da prótese,

22

Page 33: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

comparado com o ciclo curto de polimerização em banho de água quente, principalmente na

região central do palato (P<O,OOI).

Neste mesmo ano, DEL BEL CURY18 estudou as propriedades físico-químicas de 4

resinas sob três condições de polimerização. As resinas Lucitone 550 (L) e Prothoplast (P)

foram polimerizadas através de banho de água durante 12 horas a 73°C; a resina Acron MC

foi curada através da energia de microondas a 500 W durante 3 minutos e a Orto-class. (0),

quimicamente ativada, polimerizada durante 1 hora à temperatura ambiente. Cinqüenta

amostras foram confeccionadas de acordo com a especificação n° 12 da ADA e analisadas

para: 1) Sorção e solubilidade em água, 2) resistência à flexão e deflexão máxima,

3)Resistência ao impacto, 4) Liberação de monômero residual. A partir dos resultados

concluiu-se que as resinas diferem entre si em relação às suas propriedades físico-químicas,

as quais não estão relacionadas com o tipo de polimerização a que foram submetidas.

ILBAY et ai. (1994)30 estudaram a dureza de uma resina acrílica polimerizada em

microondas aplicando-se 21 ciclos de polimerização, variando-se potência e tempo. A dureza

maior foi obtida com o ciclo de 550 W por 3 minutos (22.46 VHN). As propriedades

resistência à flexão , deflexão, solubilidade e sorção de água foram avaliadas em amostras

polimerizadas com este ciclo. O valor médio de resistência à fratura em flexão foi de 7,6 kg,

e os valores de deflexão foram de 1,5 mm a 3500g, e 2,9 mm a 5000g. A sorção de água foi

de 0,72 mg/cm2 e o grau de solubilidade em água 0,038 mg/cm2 Os resultados estão de

acordo com a especificação da ADA, mostrando que a resina acrílica polimerizada com

energia de microondas é mais resistente à falha mecânica comparada às termopolimerizáveis

convencionais, indicando a aplicação segura desta técnica na confecção de próteses

removíveis.

DYER & HOWLETT (1994)22 compararam a estabilidade dimensional de duas

resinas acrílicas, sendo uma termopolimerizável convencional e outra curada em microondas.

As bases de resina foram confeccionadas sobre réplicas de modelos em gesso obtidas a partir

de um modelo metálico mestre de cobalto-cromo. Foram confeccionadas 20 bases utilizando-

23

Page 34: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

se uma resina termopolimerizável convencional modificada, curada em ciclo rápido de 22

minutos a 1 00°C, e outras 20 com uma resina especialmente formulada para polimerização

em microondas, aplícando-se um ciclo de 3 minutos a 500 watts. Metade das bases de cada

grupo (10 bases) foram secionadas ao meio em direção parasagital e reparadas com uma

resina polimerizada em microondas. Após cada ciclo de polimerização, a adaptação da borda

posterior de cada base foi avaliada com uma camada de silicone interposta entre a base e o

modelo mestre. Esta camada foi vazada em gesso, e este conjunto foi então secionado na

região palatal posterior para que se pudesse medir a espessura do silicone nesta região,

utilizando-se uma ocular micrométrica. Os resultados foram submetidos à análise de

variância e ao teste t. Concluiu-se que não houve diferenças entre os valores de adaptação

das bases processadas com a resina termopolimerizável convencional modificada e com a

resina polimerizável em microondas. Todas as bases sofreram alteração adicional

significativa quando reparadas com a resina acrílica de microondas.

THOMAZ & WEBB (1995f8 avaliaram o efeito da energia de microondas na

estabilidade dimensional de próteses totais, utilizando forno de microondas convencional e

dois ciclos: longo (10 minutos a 604 W) e curto (6 minutos a 331 W). As medições foram

realizadas em dois sentidos. Foi avaliado também o peso das próteses antes e após a

desinfecção, bem como as mudanças de temperatura das mesmas. Antes da realização do

experimento, houve calibração da energia de saída do microondas. As mudanças no peso das

próteses após o ciclo de desinfecção não foram significativas. Apesar de não ter havido

medições de temperatura, após o ciclo longo de 1 O minutos, as próteses estavam quentes em

demasia para serem tocadas, porém não foi observado alterações ou amolecimento do

polímero; após 6 minutos a temperatura estava morna. As medições horizontais mostraram

contração de 0,8% da prótese, e as verticais, expansão de 0,74%, sendo menos severas no

ciclo de 6 minutos: -0,11% e +0.04%. Entretanto, segundo os autores, apesar destas

percentagens serem consideradas significativas, não há pesquisas que quantifiquem a

tolerância dos tecidos moles às deformidades das próteses durante o processamento.

24

Page 35: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

BRAUN (1997i2 estudou a influência da estrutura metálica de uma prótese parcial

removível sobre a efetivídade de polimerização da resina acrílica em contato com este metaL

Para tal, avaliou-se porosidade, dureza e monômero residuaL Foram confeccionados 30

corpos-de-prova cilíndricos com 30,0 mm de diâmetro x 4,0 mm de espessura, contendo no

seu interior uma grade metálica de 28 x 8,0 x 0,5 mm. Estes foram divididos aleatoriamente

em 3 grupos : 01) resina Clássico polimerizada em ciclo curto; 02) resina Acron MC

polimerizada 3 minutos a 500 W em fomo de microondas; 03) resina Clássico curada 3

minutos a 500 W em fomo de microondas. Após a polimerização cada amostra foi secionada

ao meio, utilizando-se urna das partes no teste de monômero residual e a outra nos testes de

dureza e porosidade. A dosagem de monômero liberada na água durante doze dias

consecutivos foi avaliada através de espectrofotometria. A dureza Knoop foi verificada a

distâncias de 50, 100, 200, 400 e 800 11m da grade metálica e a porosidade interna e externa

foi avaliada a olho nu e com auxílio de um microscópio com aumento de 100x. As médias e

os desvíos-padrão obtidos para a dosagem de monômero residual (Jlg/mm2) foram : 1") O 1)

178,8±17,9 A, 02) 59,5±11,1 B, 03) 116,5±12,0 C, 12 dias-01)44,3±2,2 A, 02)6,8±1,3 B,

03)40,1±2,7. Os valores de dureza Knoop foram, a 50 Jlill, 01)16,45±0,22 B, 02)17,46±0,2

A, 03)17,14±0,26 AB; a 800 Jlm: 01)16,75±0,14 B 02)18,14±0,32 A, 03)17,55±0,22 A A

análise de variância mostrou diferença entre os grupos, e médias seguidas de mesma letra

não mostraram diferença significativa para o teste de Tukey ao nível de 5%. Na porosidade

avaliada a olho nu foi observado poros na totalidade das amostras do grupo 3 e em 50% das

amostras dos grupos 1 e 2. Na avaliação com o auxílio do microscópio foi observada

porosidade em todas as amostras, sendo que o grupo 3 apresentou porosidade mais acentuada

quando comparada com os demais grupos. Concluiu-se que a energia de microondas pode

ser utilizada para a polimerização efetiva da resina acrílica contendo metal no seu interior e

que as resinas convencionais quando polimerizadas através da energia de microondas

apresentaram maior quantidade de poros.

25

Page 36: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

3. Reparo em resinas

STANFORD et al. (l955i6 avaliaram cmco resmas autopolimerizáveis e três

termopolimerizáveis. Todos os espécimes foram confeccionados utilizando-se moldes sob

compressão, sendo que o ciclo utilizado para as resinas termopolimerizáveis foi de 1 Yz h a

70C0 acompanhado de Yz h a lOO"C. As muflas foram resfriadas em bancada por 30 minutos

e posteriormente imersas em água a 23±10°C por 15 minutos. As propriedades avaliadas

foram plasticidade, sorção de água e solubilidade, porosidade, estabilidade de cor, resistência

à flexão, deflexão, resistência e alterações dimensionais de reparo. Os espécimes foram

confeccionados e avaliados segundo a especificação n° 12 da ADA. A porosidade foi

evidente em apenas uma resina autopolimerizável. Todas as marcas investigadas

apresentaram as propriedades de plasticidade, sorção de água e solubilidade de acordo com a

especificação. Nenhuma das resinas autopolimerizáveis apresentou valores de resistência à

flexão de acordo com aqueles estabelecidos pela especificação para esses materiais. O

mesmo teste de resistência à flexão foi aplicado a corpos-de-prova confeccionados com as

resinas termopolimerizáveis e reparados com estas mesmas resinas ou com as resinas

autopolimerizáveis. A resistência à flexão do reparo com as resinas termopolimerizáveis foi

de aproximadamente 80% do valor original dessas mesmas resinas testadas intactas,

enquanto que a utilização de resinas autopolimerizáveis proporcionou valores de resistência

em torno de 60% do valor original. Todos os espécimes reparados com as resinas

autopolimerizáveis fraturaram na interface adesiva, enquanto que aqueles reparados com as

resinas termopolimerizáveis fraturaram coesivamente no material reparador. As avaliações

quanto às alterações dimensionais mostraram que, com relação ao método de medição de

pontos entre molares antes e após o reparo, não houve diferenças entre as técnicas com resina

autopolimerizável ou termopolimerizável. Entretanto, o reposicionamento das próteses

reparadas em seus respectivos modelos mostraram que esta segunda técnica proporcionou

um grau de desadaptação visual mais elevado.

Em 1970, HARRISON & STANSBURRY28 avaliaram o efeito do formato das

superficies de união na resistência à flexão de espécimes reparados com resina acrílica.

26

Page 37: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Após a fratura dos espécimes por meio de uma força à flexão, as partes expostas foram

preparadas em três formatos distintos (em ângulo reto, arredondado e em degrau), sendo

posteriormente reparadas com uma resma acrílica autopolimerízàvel. Foram

confeccionados 45 espécimes, sendo 16 preparados com formato em degrau, 15 em ângulo

reto e 14 com superficies arredondadas. Em três espécimes, uma carga extra

secundária e de maior intensidade foi necessària para provocar a fratura. Em dois destes a

fratura ocorreu no material reparador, e em um a falha foi do tipo adesiva, ou seja, na

interface de união entre os dois materiais. Nestes casos, os espécimes reparados foram, em

última análise, mais resistentes que os originais. Apenas 6% dos espécimes com união em

degrau, 20% com união em topo e 57% com união arredondada mostraram uma resistência

ideal, uma vez que a linha de fratura não ocorreu ao longo da interface de união entre os

materiais. Os resultados mostraram que a resistência dos espécimes com superficie de união

arredondada foi maior que àquela mostrada pelos espécimes com conformação em topo ou

em degrau.

LEONG & GRANT (197li6 estudaram o reparo em resma acrílica utilizando

resinas térmica e quimicamente ativadas, métodos de polimerização ao ar livre, sob pressão

em mufla e termicamente ativada, e técnicas variadas de obtenção dos espécimes:

A=confecção de placas, polimento das mesmas e desgaste para obtenção das dimensões

previamente ao procedimento de reparo; B=confecção de espécimes com 65 mm de

comprimento e dimensões aumentadas em espessura e largura, os quais foram desgastados ao

tamanho preconizado, também previamente ao procedimento de reparo; C=espécimes

semelhantes aos anteriores, porém com a metade do comprimento, desgastados previamente

ao reparo; D=ídem ao grupo C, porém reparados antes do desgaste; E=ídem ao grupo B,

porém espécimes secionados e reparados previamente ao desgaste. Obteve-se valores

menores de resistência à flexão com os métodos de polimerização ao ar livre e com pressão.

A termopolimerização forneceu os melhores valores de reparo. A associação deste método

com as técnicas De E para obtenção dos espécimes (reparo prévio ao desgaste) forneceu os

maiores valores de resistência. Os grupos D e E mostraram as menores faixas de desvio­

padrão entre os valores de resistência dos espécimes avaliados. No grupo de espécimes

27

Page 38: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

reparados sob pressão em mufla e que apresentavam distância de 1,5 mm do espaço de

reparo, a deflexão foi reduzida em aproximadamente 20% comparada àquela obtida com

espaço de 3 mm. Entretanto, este fato parece não afetar a resistência à flexão. A resistência

média de espécimes que foram previamente submetidos ao teste de resistência,

subseqüentemente reparados e novamente submetidos ao teste foi 5% menor que àquela dos

espécimes secionados e submetidos ao teste uma única vez. Os valores de deflexão obtidos

durante o ensaio de resistência não indicaram uma correlação direta entre deflexão e

resistência de reparo, embora seja freqüente encontrar valores de deflexão baixos

acompanhados de valores elevados de resistência à flexão. Pôde-se notar que a aplicação de

material reparador em excesso, sendo posteriormente removido por desgaste, fornece valores

maiores de resistência comparado à utilização de quantidades pequenas, possivelmente

devido ao alto grau de polimerização alcançado pela massa, graças a geração de calor

elevada. Segundo os autores, três pontos devem ser observados quando se realiza um reparo:

preparo das partes a serem reparadas de tal forma que haja redução máxima do estresse

residual; distância entre estas partes não maior que 1,5 mm; utilização de grande quantidade

de massa de material reparador, removendo-se os excessos após a polimerização.

BERGE (1983)11 avaliou a influência da armazenagem em ambiente seco na

resistência à flexão de espécimes confeccionados com resina termopolimerizável e

previamente saturados em água. Após armazenagem em água destilada à 37° C por 30 dias,

alguns espécimes foram secos em ar à 21°C±J•c durante 24 h antes do ensaio. O autor

também correlacionou a quantidade de água dos espécimes quebrados com a resistência à

flexão de reparo dos mesmos. Além disso, foi comparado a resistência de reparo obtida

utilizando-se duas resinas acrílicas autopolimerizáveis com graus de viscosidade diferentes.

Espécimes com as dimensões 70 x 15 x 5 mm de espessura foram confeccionados com as

resinas autopolimerizáveis "Vertex-self-curing" e "Ivoclar-SR3/60 Quick 20", e com as

resinas autopolimerizáveis "Vertex-rapid simplified" e "Ivoclar-SR3/60". Os espécimes

confeccionados com as resinas termopolimerizáveis, após serem fraturados, foram reparados

tanto com elas mesmas quanto com as resinas autopolimerizáveis. O efeito do

umedecimento prévio com monômero das partes a serem reparadas também foi avaliado. Os

28

Page 39: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

resultados mostraram que as duas resmas termopolimerizáveis apresentaram valores

inferiores de resistência quando submetidos à secagem por 24 horas. A secagem dos

espécimes quebrados previamente à realização do reparo, bem como o umedecimento com

monômero, não influenciaram a resistência de reparo. A resina "Vertex-self curing", que

apresenta baixa viscosidade inicial, forneceu valores de reparo superiores àqueles obtidos

com a resina SR3/60 Quick, de viscosidade maior. Os espécimes reparados tiveram

resistência à flexão entre 42,9 % e 61,2% comparado com os espécimes intactos de resina

termopolimerizável, submetidos ao teste imediatamente após armazenagem em água.

Segundo MORADIANS et al. (1982)44, as resinas acrílicas autopolimerizáveis tem

sido largamente utilizadas na confecção de moldeiras individuais, bases para registro oclusal

e como material reparador de próteses fraturadas. Uma das grandes desvantagens destas

resinas, quando comparadas com as termopolimerizáveis convencionais, são suas

propriedades mecânicas indesejáveis e os altos índices de monômero residual. Neste estudo,

os autores avaliaram as propriedades dureza, resistência à tração, à flexão e de reparo de duas

resinas autopolimerizáveis (SOS e Palapress), e a influência de diferentes períodos de

imersão em água (24 h, I semana, I mês e 2 meses) sobre estas propriedades. Os autores

concluíram que quanto maior o período de armazenagem, maiores os valores de flexibilidade

e menores os valores da resistência à flexão e tração. A configuração das partes a serem

reparadas influenciou na resistência de reparo, sendo que o polimento com pedra pomes das

superficies a serem reparadas promoveu os maiores valores de resistência à flexão. Apesar

dos dois materiais apresentarem propriedades de acordo com a especificação n° 1566 da ISO,

ambos apresentaram propriedades pobres em comparação às resinas termopolimerizáveis

convencionais. As resinas QC20 e Paladon 65 também apresentaram baixos valores de

propriedades fisicas e mecânicas.

A influência de diferentes tratamentos químicos prévios ao procedimento de reparo

na resistência final do mesmo foi estudada por SHEN et ai. (1984)5J Foram confeccionados

espécimes com as resinas Lucitone e Permatone nas dimensões 60 x 1 O x 2,5 mm. Estes

foram submetidos ao teste de flexão em 3 pontos, com distância de 50 mm entre os pilares e

29

Page 40: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

velocidade de 20 mm/min .. Após a fratura, os espécimes tiveram 2 mm da sua porção central

removida, sendo um grupo reparado com a mesma resina termopolimerizável original e o

outro com resina autopolimerizável. Previamente ao reparo, realizou-se dois tipos de

tratamento da superficie: (1) limpeza com água destilada em banho de ultra-som, e (2)

imersão em clorofórmio por 05 segundos, seguida de lavagem com água destilada. O efeito

do clorofórmio sobre a superfície das resinas foi avaliado em :MEV, após 05, 30, 60 e 120

segundos de imersão. O reparo da resina Permatone com ela mesma e associado ao

clorofórmio forneceu os maiores valores de recuperação de resistência á flexão. Os menores

valores foram obtidos com o reparo da resina Lucitone com a resina autopolimerizável e sem

tratamento com clorofórmio. Os padrões de fratura observados foram: (1) fratura na

interface de união entre os dois materiais, observada em todos os espécimes reparados com a

resina autopolimerizável e termopolimerizável sem tratamento com clorofórmio; (2) fratura

iniciando na interface e estendendo para o material original ou reparador, ocorrida em alguns

espécimes reparados com resina termopolimerizável associado ao clorofórmio; (3) fratura

coesiva no material reparador ou original, observada nos espécimes de Permatone reparados

com esta mesma resina e tratados com clorofórmio. Análise estatística mostrou que o

tratamento químico passou a ser significante apenas quando resina termopolimerizável foi

utilizada no reparo, e que o grau de melhora depende do tipo de resina para base de prótese

utilizada.

Em 1984, GRAJOWER et a/. 26 desenvolveram um novo método para medição da

resistência à flexão de espécimes em resina acrílica, no qual apenas uma superfície em topo

do espécime era tensionada. Neste estudo, foram utilizadas duas resinas termopolimerizáveis

para confecção dos espécimes, e no reparo dos mesmos, duas resinas específicas para reparo

de próteses. Foi mensurada a temperatura de polimerização das resinas reparadoras, bem

como a quantidade de agente de união cruzada das resinas envolvidas, através da dissolução

de espécimes em solventes especiais. A aparência de uma microestrutura com formações

bolhosas após vários tratamentos de superfície foi indicativo de que houve "relaxamento" na

superfície da amostra. Os espécimes reparados que mostravam essa situação após imersão

em monômero apresentaram valores de resistência inferiores comparados com os espécimes

30

Page 41: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

que não mostravam essa característica, apesar de ambas as resinas apresentarem agente de

união em quantidades similares. Durante a polimerização da resina reparadora, a aplicação de

pressão aumentou a resistência dos espécimes reparados com resina de cura rápida e com

agente de união. No caso das resinas reparadoras de cura lenta e sem agente de união, a

aplicação de pressão só influenciou nos valores de resistência quando não se prensava de

imediato a resina entre as partes secionadas dos espécimes. Variações na proporção pó­

líquido dos materiais reparadores sem agente de união não afetaram a resistência final dos

espécimes reparados. O umedecimento das partes do espécime com monômero antes da

aplicação da resina reparadora e as variações na temperatura de polimerização não afetaram a

resistência final dos espécimes.

Em 1992, SMITH et al. 55 estudaram sete resinas, Accelar 20(A), Acron MC(AMC),

Compak 20(C), L-Lucitone 199(L), Perma-cryl 20(P20), PERform(PF) e Triad(T), as quais

apresentam métodos de polimerização variados: energia de microondas, banho de água

quente e luz visível. As propriedades mecânicas avaliadas foram: dureza Knoop, penetração

superficial Rockwell, resistência à flexão, módulo de elasticidade, resistência ao impacto. Os

resultados mostraram que: 1) As resinas A, AMC, C, P20, PF, T apresentaram, em geral,

valores maiores de dureza e menores de resistência à flexão, porém valores de resistência ao

impacto menores que a resina termopolimerizável Lucitone 199. 2) A polimerização em

microondas melhorou o módulo de elasticidade de duas resinas (A e C), reduziu a resistência

ao impacto de uma (L), e pouco influenciou nas propriedades de duas outras (C e P20). 3) A

resina fotopolimerizável Triad apresentou a maior dureza Knoop, menor penetração

Rockwell e maior módulo de elasticidade. 4) A resina Lucitone modificada com borracha

apresentou a maior resistência ao impacto. As implicações clínicas destes achados não foram

determinadas.

WARD et al., em 199266, estudaram a resistência á flexão de espécimes

confeccionados com resina acrílica para base de prótese e reparados com monômero

autopolimerizável/polímero autopolimerizável e monômero autopolimerízável/polímero

tennopolimerizável, utilizando teste de flexão em três pontos. Foram estudados três tipos de

31

Page 42: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

formato das superficies a serem reparadas: junção a topo, arredondadas e biseladas em 45°.

Três processos de cura foram utilizados: polimerização na bancada, mufla e água quente

(135° a 140°) durante 10 minutos e mufla e água quente durante 30 minutos. A resistência

dos reparos feitos com superfícies arredondadas e biseladas em 45°C foram similares entre si

e significativamente superiores àquela obtida com junção a topo. A resistência dos reparos

realizados em mufla e água quente durante I O e 30 minutos foram similares e superiores

àquela obtida com a polimerização em bancada. Não houve diferenças na resistência entre os

reparos realizados com monômero autopo1imerizável/polímero autopolimerizável e

monômero autopolimerizável/polímero termopolimerizável.

Vários materiais reembasadores imediatos definitivos têm sido introduzidos para

melhorar a adaptação e a função de próteses, como relatado por ARENA et al., em 19936

Entretanto, ainda não é conhecido se a resistência de união entre esses vários materiais e

aqueles utilizados na confecção das bases de prótese é significativamente influenciada por

diferenças nas suas composições químicas. Neste estudo, os autores confeccionaram

corpos-de-prova com duas resinas para base de prótese (termopolimerizável e

fotopolimerizável), os quais foram armazenados em água destilada por 50 horas. A seguir,

foram secionados e, posteriormente, unidos com cinco diferentes materiais reembasadores

definitivos ( autopolimerizáveis, fotopolimerizáveis e polimerizados pelos dois métodos

simultaneamente-dual). A resistência de união obtida foi avaliada por meio de testes de

resistência à flexão e os resultados indicaram que a resina para reembasamento

fotopolimerizável, utilizada com o agente de união, proporcionou os valores mais altos de

união com a resina de base termopolimerizável.

VALLITTU et ai., em 199463, estudaram a resistência à flexão de corpos-de-prova

de resina acrílica termicamente ativada após sua fratura e posterior união com resina

autopolimerizável. As superficies a serem unidas foram umedecidas com MMA por

diferentes períodos antes da aplicação da resina autopolimerízável. A resistência à flexão foi

determinada utilizando-se um teste de carga de três pontos. Inspeção visual foi também

realizada para avaliar se as falhas da adesão foram coesivas ou adesivas. Os resultados

32

Page 43: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

mostraram que quanto maior o tempo de exposição ao MMA, melhor a adesão obtida. Além

disso, o número de falhas adesivas foi menor quando as superfícies eram umedecidas

adequadamente com o MMA

Em 1995, LEWINSTEIN et ai. 38 avaliaram a resistência à flexão de corpos-de-prova

confeccionados com resina acrílica termopolimerizável convencional (Vertex) e reparados

com uma resina acrílica curada por luz visível (Triad VLC retine resin ), com e sem a

aplicação prévia de substâncias dissolventes, bem como com uma resina autopolimerizável;

a temperatura de polimerização da resina Triad foi avaliada sob diferentes ciclos durante o

reparo. Os resultados indicaram que tanto a utilização de monômero no tratamento da

superficie quanto a utilização do agente de união Triad proporcionaram um aumento

significativo nos valores de resistência de união. Entretanto, o monômero aplicado

previamente ao reparo forneceu valores superiores àqueles obtidos quando da utilização do

agente de união Triad, valores estes similares aos encontrados com a utilização da resina

autopolimerizável. A polimerização da resina Triad utilizando-se 2 ciclos de cura de 5

minutos, com 1 minuto de espera entre cada um deles, provocou formação de bolhas e

distorções severas na resina termopolimerizável convencional utilizada na confecção dos

corpos-de-prova; este mesmo ciclo, o qual provocou uma redução de aproximadamente 11 •c na temperatura média do calor gerado, forneceu valores de dureza satisfatórios e condizentes

com aqueles obtidos com o ciclo de 1 O minutos consecutivos, sem o intervalo de 1 minuto,

recomendado pelo fabricante. Além disso, os autores sugerem uma reavaliação dos ciclos

recomendados, pois tanto o ciclo ininterrupto (10 minutos, segundo o fabricante) quanto o

ciclo fracionado (2 ciclos de 5 minutos, com intervalo de 1 minuto - aplicado neste estudo)

poderiam, apesar de fornecer valores de dureza adequados para a resina reembasadora Triad

VLC, dado os picos suficientes de temperatura alcançados, provocar problemas severos de

distorção na base da prótese.

ARIMA et ai., em 19967, estudaram, por me10 de microscopia eletrônica de

varredura, o efeito de diversos "primers" (Tokuso Rebase Aid(RA), Metabase Primer

A(MP), Bosworth bonding liquid(BL), Líquido do Rebaron, Líquido do Kooliner e Pical(PI))

33

Page 44: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

de resinas para reembasamento, sobre a textura superficial de resina para base de prótese,

correlacionando o efeito da forma de aplicação (pincél, imersão por 5, 10 e 30 seg.) e da

composição dos mesmos com o aspecto superficial observado. A análise da composição

química destes "primers" também foi realizada, o que permitiu classificá-los em três grupos:

"primers" compostos basicamente por solventes como acetona e diclorometano (RA e MP);

"primers" compostos basicamente de monômero (BL, Rebaron e Kooliner) e "primers"

compostos de monômero e partículas de polímero (PI). As imagens processadas pelo MEV

revelaram texturas de superficies variadas como: esponjosa, porosa, altamente dissolvida,

levemente dissolvida e não-dissolvida, sugerindo cuidado especial quando da utilização

particular de cada um destes "primers'', uma vez que os mesmos promovem efeitos diferentes

na superficie da resina acrílica, os quais podem influenciar na resistência de união entre

material da base e material reembasador. Os autores também sugerem hipóteses sobre a ação

destes "primers" sobre a resina acrílica. Os "primers" compostos basicamente por solventes

promoveriam uma dissolução da resina da base, facilitando a penetração do material

reembasador na mesma; dessa forma, uma camada intermediária de união se estabeleceria,

composta pelas resinas da base e reembasadora. Os "primers" compostos por monômeros

teriam uma baixa capacidade de dissolução da superficie; no entanto, poderiam penetrar na

resina da base e polimerizar-se a distãncia com a resina reembasadora. Já os "primers" que

contém tanto monômero e polímero na sua composição formariam uma camada de polímeros

na superficie do material da base, estabelecendo a união entre os materiais ao longo desta

camada.

Em !998, CUCCI et ai. 16 estudaram o efeito da armazenagem em água na união de

duas resinas autopolimerizáveis para reembasamento direto (MI-Koliner e MII-Duraliner II)

a uma resina termopolimerizável convencional (M3-Lucitone 550). Espécimes foram

confeccionados com a resina termopolimerizável convencional nas dimensões recomendadas

pela D638M da ASTM (American Society for Testing and Materiais) para testes de tração.

Após armazenagem em água a 37"C durante 48 horas, um terço destes espécimes

permaneceram intactos, formando o grupo controle (CT), sendo os demais secionados ao

meio e unidos com uma das duas resinas autopolimerízáveis, seguindo-se as instruções dos

34

Page 45: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

fabricantes, fonnando os grupos experimentais GI (reparo com MI) e Gil (reparo com Mil).

Metade de cada grupo formado foi armazenado em água a 37°C durante 48 horas, e a outra

metade durante 30 dias, após o quê foram submetidos ao ensaio de tração até a fratura.

Avaliou-se também o tipo de fratura. Os resultados de resistência à tração (kgf7cm2) obtidos

após 48 horas/30 dias de armazenagem para os grupos submetidos ao teste foram,

respectivamente: CT=837,66/553,83 I/ GI=200,00/196,00 !I GII=320,16/69,83. Aplicando-se

o teste estatístico de Kruskal-Wallis, após os dois períodos de armazenagem houve

diferenças estatísticas entre os três grupos estudados, sendo que no período de 48 horas Gil

foi superior a GI, ocorrendo inversão dessa superioridade no período de 30 dias. Todos os

espécimes apresentaram fraturas adesivas. Os autores concluíram que a armazenagem em

água afetou a resistência de união entre o material Duraliner li e a resina Lucitone 550.

4. Reparo Com Resina Para Microondas

SHLOSBERG et ai. (1989i4 estudaram as propriedades porosidade, estabilidade

dimensional, dureza superficial, monômero residual e resistência à flexão de uma resina para

base de próteses (Characterized Lucitone, LD Caulk CO, Milford, Delaware) quando

polimerizada com energia de microondas ou em banho de água quente. Para o teste de

resistência à flexão, os espécimes foram desgastados até as dimensões de 65 x 10 x 3,0 mm.

Após o ensaio e a fratura, estes espécimes foram reparados com a resina original

polimerizada com microondas e com uma resina autopolimerizável (Repair Material,

Dentsply, York, Pennsylvania). Para a polimerização com microondas, a mufla foi

posicionada em um forno de mesa rotatória e írradiada durante 13 minutos a 90 W na posição

vertical, sendo em seguida posicionada na posição horizontal e írradiada durante 90 s. com

500 W de potência. A região do reparo foi de 1,5 mm e as partes a serem reparadas não

receberam acabamento em bisei. A resina autopolimerizável foi polimerizada sob pressão de

15 psi durante 10 minutos a uma temperatura de 43°C. As médias dos valores de resistência à

flexão para a resina Characterized Lucitone polimerizada com energia de microondas e com

banho de água quente foram respectivamente 77,5 MPa e 76,2 MPa; a resistência à flexão do

reparo realizado com a resina autopolimerizável e com a resina Lucitone polimerizada em

35

Page 46: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

microondas foi de 511,48 kg/cm2 (50,18 MPa) e 490,97 kg/cm2 (48,16 MPa),

respectivamente .. As médias dos valores de dureza Knoop para os espécimes polimerizados

em banho de água quente e em microondas foram respectivamente 16,24±0,38 e 16,24±0,36.

Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os métodos de polimerização

estudados. A porcentagem média da resistência de reparo em relação à resistência original

dos espécimes foi de 63,5 %.

O uso da energia de microondas em procedimentos laboratoriais de reparo,

reembasamento e substituição total da base foi demostrado por TIJRCK & RICHARDS

(1993t1 Os autores recomendam a utilização de silicones especiais para inclusão em mufla

(Dent-Kote), as quais facilitam o acabamento e polimento das próteses e ajudam a prevenir

porosidade das porções finas de resina durante procedimentos de processamento. Também

foi relatado que com a utilização de um monômero especial para microondas, como o "Justi

microliquid" (Justi products) utilizado neste trabalho, bem como ciclos corretos de

polimerização, no caso 13 minutos a 90 W seguido de 1 Yz minuto a 500 W, acompanhado do

resfriamento lento por 30 minutos em bancada, a porosidade pode ser facilmente evitada.

Apesar de todas estas facilidades, os autores relatam a hesitação de muitos laboratórios de

próteses utilizarem a energia de microondas nos procedimentos de reparos e

reembasamentos.

YUNUS et al. (1994t8 avaliaram o grau de polimerização de uma resina acrílica

autopolimerizável para reparo (Meliodent, Bayer), determinada pela dosagem de monômero

residual. Três métodos de polimerização foram utilizados: polimerização em bancada,

polimerização em mufla e polimerização em microondas. A resistência à flexão de uma

resina termopolimerizável convencional (Trevalon, Dentsply) reparada com estes três

métodos também foi avaliada. A polimerização em microondas promoveu os menores

índices de monômero residual, bem como os valores mais resistentes de reparo.

POLYZOIS et al. (1995)46 estudaram a resistência à flexão e de impacto de

espécimes confeccionados em resina acrílica termopolimerizável convencional (Trevalon-7

36

Page 47: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

horas a 70°C + 3 horas a 100°C) e em resina curada em microondas (Acron MC-3 minutos a

500 watts ), e de espécimes reparados com três materiais diferentes quanto ao método de

polimerização: (a) resina termopolimerizável convencional (Trevalon); (b) resina acrílica

especialmente formulada para polimerização em microondas (Acron MC); e (c) uma resina

autopolimerizável (Croform-15 minutos a 3r sob pressão de 30 psi). No preparo dos

espécimes, foram confeccionados blocos em resina acrílica Trevalon e Acron MC com

dimensões de 3 x 60 x 65 mm e 4,5 x 50 x 65 mm, os quais foram recortados e usinados,

obtendo-se então os espécimes para os testes de flexão (2,5 x 1 O x 65 mm) e impacto ( 4 x 6 x

50 mm), respectivamente. As comparações foram feitas entre os três materiais, utilizando-se

teste de resistência de três pontos e teste de impacto. Os resultados, submetidos à Análise de

Variância e ao teste Bonferroni's mostraram que os espécimes reparados com energia de

microondas evidenciaram valores de resistência de flexão e impacto, na maioria das vezes,

superiores àqueles apresentados pelas resinas termopolimerizáveis convencionais e

autopolimerizáveis.

RODRIGUES-GARCIA & DEL BEL CURY (1996) 49 estudaram a adaptação e

porosidade de bases de próteses submetidas a duplo ciclo de polimerização. Foram

confeccionados 36 modelos em gesso pedra a partir de moldagem de um modelo mestre

metálico. Os modelos foram divididos em 3 grupos de 12 elementos cada. Bases de resina

acrílica convencional foram confeccionadas sobre os modelos dos grupos 1 (G1) e 2 (G2) e

polimerizadas em banho de água durante 09 horas a 73°C, e bases de resina específica para

microondas foram construídas sobre os modelos do grupo 3 (G3) e polimerizadas em forno

de microondas a 500 W durante 3 minutos. A adaptação foi verificada através do peso de um

material de impressão interposto entre a base da resina e o modelo mestre, sob carga de 2 kg.

A seguir, todas as bases foram reembasadas pelo método de adição, sendo que aquelas dos

grupos 1 e 3 foram reembasadas com o mesmo material e com a mesma técnica de

polimerização. As bases dos grupo 2 foram preenchidas com a mesma resina, porém,

polimerizadas em forno de microondas a 500 W durante 3 minutos. A adaptação foi

reavaliada. A porosidade foi verificada através da imersão das amostras polidas em tinta

preta e os poros contados em lupa estereoscópica com aumento de 63X. As médias e o

37

Page 48: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

desvio padrão (g) obtidos para a adaptação antes e após o reembasamento, respectivamente,

foram: Gl: 0,63±0,02-0,66±0,03; G2: 0,63±0,03-0,68±0,03; G3:0,58±0,02-0,80±0,05, sendo

que houve diferença significativa apenas para o G3. As médias e o desvio padrão para

porosidade antes e após o reembasamento foram, respectivamente: Gl:8,33±0,69-9,25±0,85;

G2: 8,17±0,98-10,08±1,63; G3: 5,42±0,78-6,58±1,02, sendo que não houve diferenças

significativas entre os grupos estudados após o reembasamento. Concluiu-se que a resina

convencional, quando polimerizada no primeiro ciclo pelo método convencional e no

segundo ciclo através de energia de microondas, apresentou adaptação semelhante ao método

convencional de reembasamento. Em relação à porosidade, foi verificado que, tanto no

primeiro como no segundo ciclo de cura, a resina convencional apresentou maior número de

poros.

RACHED & DEL BEL CURY (1999t7 avaliaram a influência de diferentes

tratamentos umedecedores de superficie na resistência à flexão de uma resina acrílica

termopolimerizável convencional (Lucitone 550-''L550") reparada com uma resina acrílica

polimerizada em microondas (Acron MC-"AMC"), após armazenagem em água a 37"C

durante 48±2 horas. Foi propósito também avaliar o efeito do ciclo de polimerização em

microondas, utilizado no reparo dos espécimes, sobre a dureza superficial de L550. Foram

confeccionados setenta espécimes com a resina L550 segundo a especificação n°12 da ADA.

Destes, quatorze permaneceram intactos formando o grupo controle positivo (GI); os

cinqüenta e seis restantes foram divididos casualmente em 4 grupos e tiveram a região

central removida em 1 O mm, sendo reparados com a resina AMC, processada em microondas

durante 3 minutos a 540 W. Previamente ao procedimento de reparo, as superficies a serem

unidas receberam diferentes tratamentos químicos (GIIT = 30 s. de imersão em monômero da

AMC; GIV = 30 s. de imersão em acetona; GV = 15 s. de imersão em acetona+ jato de ar+

15 s. de imersão em monômero da AMC; GVI=sem tratamento umedecedor). Quatorze

espécimes intactos confeccionados com a resina AMC formaram o grupo controle negativo

(GII). Para a análise da dureza superficial, dez discos (altura=4,0 mm; 0=30,0 mm) foram

confeccionados com L550 utilizando-se a técnica convencional de inclusão em muflas

metálicas. Estes espécimes receberam acabamento e polimento seqüenciais em lixas de

38

Page 49: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

carbeto de silício. Após 48±2 horas de armazenagem em água a 37°C, cinco espécimes foram

submetidos a um ciclo de polimerização em microondas (540 W durante 03 minutos),

formando o grupo teste MW. Os espécimes restantes formaram o grupo controle (CT). A

dureza superficial dos espécimes dos grupos MW e CT foi avaliada em um microdurômetro

Shimadzu com carga de penetração de 25 gramas, durante 5 segundos, após os períodos de

armazenagem de 24 horas, 48 horas e 30 dias em água a 37°C. O efeito dos tratamentos

químicos sobre a superfície da resina L550 foi observado em MEV. As médias (MJ'a) e

desvios-padrão de resistência à flexão obtidos foram: GI=92,3±3,08 I GII=l08,2±2,72 I

GIII=92,2±3,51 GIV=97,6±4,6ll GV=87,2±4,6ll GV1=85,8±3,62. Os valores de resistência

à flexão foram submetidos ao teste t e mostraram diferenças (p<0,05) apenas entre os pares

GIV-GV e GIV-GVl. As médias de resistência dos espécimes reparados foram

estatisticamente inferiores (79-90%) à de Gil. As médias de resistência de GI não diferiram

estatisticamente das médias dos grupos de espécimes reparados, as quais variaram de

93%(GV1) a 106%(GIV) da média de GI. Os resultados de dureza foram: 48 h)

CT=l6,70±0,089a; MW=l7,04±0,133a// 72 h) CT=l7,88±0,073b; MW=l7,10±0,109a li 30

dias) CT=l7,06±0,174a; MW=l6,72±0,174a. Médias acompanhadas de letras distintas

diferem entre si (p<O,OS), seja nas comparações entre grupos (MW e CT) ou entre períodos

(24 h, 48 h, 30 dias). Nas análises em MEV, observou-se que a imersão em acetona

promoveu uma superficie repleta de microporos; a imersão em monômero de AMC

promoveu uma superficie regularmente lisa e com poucos microporos; já a associação dos

dois químicos promoveu uma superfície com maior lisura e ausente de microporosidades.

Concluiu-se que o tratamento químico prévio das superfícies da resina L550 previamente ao

reparo com a resina AMC influenciou na resistência de união entre estes materiais, e

promoveu alterações variadas na superfície de L550. Os espécimes reparados apresentaram

resistência à flexão inferior à resistência da resina AMC ensaiada intacta, porém igual à da

resina L550 ensaiada da mesma forma. A dureza superficial de L550 foi levemente alterada

pela efeito da energia de microondas.

39

Page 50: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

5. Efeito Dos Silicones Sobre As Resinas Acrílicas.

MARCROFT et al. (1961)40 avaliaram o uso de moldes de silicone, gesso e silicone­

gesso no processamento de próteses totais. Foram confeccionaram 106 próteses utilizando

resina autopolimerizável e moldes de silicone. As primeiras 68 próteses foram

confeccionadas em moldes cuja metade superior da mufla era preenchida inteiramente com

silicone. A reprodução oclusal destas próteses, relacionada aos movimentos laterais durante

a inclusão, foi aceitável. Entretanto, a abertura vertical foi mais acentuada nas próteses

cujas bordas incisais e oclusais dos dentes estavam próximas à tampa da mufla metálica (3

a 5 mm). Desta forma, as 38 próteses restantes foram confeccionadas em moldes de silicone

envolvidos por gesso Paris, denominados de moldes de gesso-silicone. A exatidão obtida

com os moldes de gesso-silicone foi marcadamente superior àquela obtida com moldes de

gesso. Segundo os autores, uma superficie de silicone flexível no molde da prótese oferece

vantagens na fabricação e reembasamentos total e parcial de dentaduras. Além disso, a

técnica também se presta a produzir dentaduras extras idênticas à original do paciente.

MARCROFT et al. (1964t1 avaliaram a precisão dimensional de moldes de silicone

quando submetidos às condições laboratoriais de processamento de resinas acrílicas. O

objetivo do estudo foi obter informações detalhadas à respeito da manipulação dos moldes de

silicone quando utilizados no processamento de próteses pela técnica da muralha de silicone.

Os resultados mostraram que o silicone é um material de precisão aceitável quando utilizado

sob condições normais de laboratórios de prótese. Considerando a estabilidade dimensional,

não houve problemas em se deixar o molde descansando em mufla fechada por várias horas

ou mesmo dias. Entretanto, uma vez que a mufla é aberta, o material inicia um processo de

alterações dimensionais semelhantes àquelas que ocorrem nos materiais de impressão quando

estes são deixados ao ar livre. Um contração leve do molde de silicone foi observada após o

mesmo ficar exposto ao ar livre por uma hora após ter sido incluído em mufla, e a mesma ser

aberta. A inclusão do molde em banho de água fervente produziu pequena contração

adicional do molde. Entretanto, após o resfriamento, o molde ainda apresentou níveis de

40

Page 51: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

exatidão comparáveis aos dos muitos materiais borrachóides à base de polisulfeto ou

silicone, utilizados como materiais de impressão.

Em 1968 MOLNAR et al43 relataram as três possíveis teorias que levariam à

porosidade interna das resinas acrílicas, baseando-se em trabalhos antecessores. Uma das

teorias relata como sendo a vaporização do monômero da massa de resina acrílica em

polimerização o motivo para a formação de bolhas. Outra teoria aponta como responsável em

provocar porosidade o ar aprisionado no interior da resina. A terceira diz que a porosidade é

resultado da contração de polimerização do monômero. Neste estudo, os autores

confeccionaram espécimes em formato de halteres, com 5,0 mm de comprimento, utilizando

resina acrílica incolor. O maior diâmetro dos espécimes foi de 19,5 mm e o menor de 8,0

mm. Foram utilizados moldes de gesso em muflas, sendo aplicado no grupo controle isolante

à base de alginato e no grupo teste uma camada de silicone como material isolante. As

muflas foram imersas em água em ebulição e mantidas por uma hora. Os resultados

mostraram que todos os espécimes confeccionados com os moldes rígidos apresentaram

porosidades, ao passo que aqueles confeccionados nos moldes com silicone apresentaram-se

completamente ou, em alguns momentos, quase livre de porosidades.

TUC.KER & FREEMAN ( 1971 )60 estudaram o efeito do revestimento de silicone no

aumento da dimensão vertical de próteses totais confeccionadas para pacientes da Clínica

Dentária do Hospital de Oklahoma (EUA). Cinqüenta dentaduras foram confeccionadas, e

tiveram suas respectivas dimensões verticais registradas em articulador ainda com os dentes

em cera. A resina Lucitone termopolimerizável foi a utilizada para a confecção das próteses,

sendo metade destas incluídas em mufla com gesso como material de revestimento. A outra

metade recebeu, previamente ao preenchimento da mufla com gesso, uma camada de silicone

sobre os dentes e a base da prótese em cera. Após a remoção da cera e prensagem da resina,

as próteses polimerizadas eram mantidas nos modelos e remontadas no articulador, para

avaliação da dimensão vertical pós-processamento. Tal dimensão foi comparada com aquela

obtida com os dentes ainda em cera. As diferenças entre as duas dimensões foram

submetidas à análise estatística (Fisher's t-test para amostras pequenas). Os resultados

41

Page 52: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

mostraram que não houve diferença estatisticamente significativa quanto ao aumento de

dimensão vertical, entre os métodos de processamento, utilizando como revestimento gesso

ou silicone-gesso. Porém, segundo os autores, este segundo método oferece vantagens com

relação ao primeiro, principalmente quanto ao menor tempo dispendido para o acabamento

das próteses.

UETI & MUENCH (1974)62 estudaram a alteração dimensional de espécimes

confeccionados com resina acrílica utilizando-se dois métodos de inclusão: gesso e

silicone/gesso. Foram confeccionados espécimes de formato anelado com cerca de 3 mm de

espessura, 53 mm (medidos com precisão) de diâmetro externo e internamente perfurados,

com diâmetros internos variados. A resina acrílica utilizada foi termopolimerizável

convencional, empregando-se ciclo de Tuckfield. Após análise dos resultados, os autores

concluíram que o uso da clássica muralha de gesso, ou sua substituição pelo silicone,

conduzem a resultados semelhantes quanto ás alterações dimensionais da resina acrílica.

BECKER et al. (1977l compararam propriedades físicas de resinas acrílicas

processadas com três técnicas: sistema de resina fluída, silicone-gesso e gesso isoladamente.

Avaliou-se alterações de espessura, dureza superficial Rockwell, detalhe de superficie e

estabilidade de cor. Para a técnica silicone-gesso, o silicone utilizada foi do tipo vulcanizada

(Dent-Kote, Denstsply); para o sistema de resina fluída, foi utilizado o Trupour Fluid Resin

System (Denstsply ). Para as técnicas de silicone-gesso e gesso isolado utilizou-se resina

termopolimerizável convencional (Lucitone, Dentsply), aplicando-se um ciclo de 09 horas a

165° F em banho de água quente e resfriamento em bancada. Os resultados mostraram que as

três técnicas de processamento apresentavam aumento da espessura de resina na região do

palato, porém sem significado clínico; a técnica da resina fluída foi a que mostrou o maior

aumento. A contração das flanges das amostras, que corresponderiam àquelas das próteses

totais, também ocorreu com as três técnicas de processamento, sendo maior com a técnica

silicone-gesso. Este achado tem sido relatado na clínica diária, quando do processamento de

próteses totais utilizando-se esta técnica. A dureza superficial Rockwell foi avaliada antes e

após o polimento das amostras, encontrando-se os maiores valores para aquelas processadas

42

Page 53: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

com a técnica de silicone-gesso. Após o polimento houve um aumento estatisticamente

significativo nos valores de dureza das amostras confeccionadas com as técnicas silicone­

gesso e resina fluída. A estabilidade de cor e reprodução de detalhes foram satisfatórias para

os três métodos de processamento.

BECKER et al. (1977)10 estudaram as alterações dimensionais em três planos de

próteses processadas com três técnicas: sistema de resina fluída, silicone-gesso e gesso

isoladamente. Avaliou-se a quantidade e direção tanto da distorção do palato e das flanges,

como da movimentação dos dentes da prótese. A silicone utilizada foi do tipo vulcanizada

(Dent-Kote, Denstsply), e o sistema de resina fluída Trupour Fluid Resin System

(Denstsply). Para as técnicas de silicone-gesso e gesso isolado utilizou-se resina

termopolimerizável convencional (Lucitone, Dentsply), aplicando-se um ciclo de 09 horas

em banho de água quente e resfriamento em bancada. Os resultados mostraram que as três

técnicas estudadas promoveram alterações tridimensionais na posição dos dentes da prótese e

de pontos localizados na superficie interna da mesma. Porém tais alterações são de menor

magnitude se comparadas àquelas já previamente relatadas por outros autores. Observou-se

que nenhuma técnica mostrou qualidade superior em relação às demais. Segundo os autores,

a escolha de uma destas técnicas não deverá ser feita baseando-se apenas em critérios como

estabilidade dimensional, estabilidade de cor, detalhe de superficie ou dureza da resina

acrílica. Questões como facilidade de manuseio, quantidade e custo de equipamentos

especiaís necessários, tempo requerido e familiarização com as técnicas são de fundamental

importância no momento da escolha.

ZANI & VIEIRA (1979r estudaram a influência da utilização da muralha de

silicone na movimentação dos dentes das próteses durante o processamento, bem como na

rugosidade de próteses polimerizadas e que não sofreram acabamento. A facilidade de

demuflagem também foi avaliada pelos autores. As amostras utilizadas foram: próteses totaís

superiores com dentes de resina acrílica, sendo que os segundos molares e incisivo central

esquerdo continham um fio metálico no seu interior, com pontos de referência para avaliação

da movimentação dentária antes e após o processamento. Na análise da rugosidade

43

Page 54: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

superficial, foram utilizados blocos de resina acrílica. Sete grupos experimentais foram

testados utilizando-se os silicones Flexistone, Xantopren Blue, Optosil Hard, Coltoflax,

Duplisil, Silicomold, Optosil. Dois grupos foram formados de espécimes confeccionados

com moldes de gesso isolados com o produto Cel-lac ou uma camada de 0,025 mm de

estanho. Os resultados mostraram que houve uma tendência geral para redução das distâncias

entre os molares e entre estes e o incisivo central esquerdo. Entretanto não houve diferenças

estatisticamente significativas entre os grupos estudados. Os resultados indicaram também

que o uso do silicone tomou a demuflagem mais rápida, a superficie do acrílico mais lisa,

uniforme e com menor quantidade de resíduos de gesso resultantes da inclusão.

MAINJERI et ai. (1980)39 estudaram in vitro o efeito de dois métodos de

processamento na quantidade e direção da movimentação dentária de próteses totais:

silicone-gesso e somente gesso. Também foi avaliada a alteração dimensional da resina após

o processamento com estes dois métodos, bem como após o reembasamento das próteses

com o mesmo método de processamento utilizado inicialmente. Os resultados mostraram que

a quantidade de abertura vertical não diferiu estatisticamente entre os dois métodos. O

processamento com silicone-gesso promoveu uma movimentação dentária mais evidente

para o lado lingual. Comparando-se o peso do material de impressão, concluiu-se que os dois

métodos forneceram alterações dimensionais semelhantes na base das próteses. Após o

reembasamento, não houve diferença estatisticamente significativa entre as alterações

dimensionais promovidas pelos dois métodos, sendo a adaptação das próteses após o

reembasamento superior àquela obtida inicialmente.

O efeito do silicone para inclusão sobre as propriedades das resinas acrílicas

polimerizadas em microondas é pouco conhecido. DEL BEL CURY et ai. (1999)19 avaliaram

a influência de dois materiais (Gesso pedra tipo m (G) e silicone para inclusão (S) ) sobre a

dureza Knoop (MD), resistência à flexão (RT) e monômero liberado (ML) de duas resinas

(Acron MC (A) e OndaCryl (O)) polimerizadas com microondas. Foram confeccionadas 144

espécimes, divididas em quatro grupos (AG, AS, OG e OS), cada um contendo 12 espécimes

para cada análise. A RT foi avaliada segundo a especificação n° 12 da ADA. A MD foi

44

Page 55: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

mensurada nos tempos 24, 48, 72 horas e 30 dias e o ML em períodos de 24 ou 48 horas,

num total de 288 horas. As resinas foram polimerízadas segundo as instruções dos

fabricantes. Os resultados obtidos foram submetidos à ANOV A (p=O,OS). Os grupos AS e

OS apresentaram os maiores valores (p<0,05) de ML (J.lg/cm2) apenas nos períodos de 24h

(AS=56,84±27,39; AG=7,51±5,75; OS=3,59±1,60; OG=l,02±0,3), 48h (AS=28,99±9,35;

AG=2,65±2,17; OS=2,37±0,84; OG=0,68±0,49) e 72h (AS=l5,98±9,01; AG=1,40±0,57;

OS=1,87±0,52; OG=0,75±0,44). O grupos AS e OS apresentaram os maiores valores

(p<0,02) de :MD no período de 24 h (AS=18,69±2,3; AG=l7,79±0,7; OS= 18,41±1,0;

OG=16,04±0,6); no tempo de 48 h, apenas os grupos OS e OG diferiram (p<0,03) entre si

(OS=l8,67±0,8; OG=l6,75±0,8). Nos demais períodos, não houve diferenças estatísticas

(p>O,OS) para :MD entre os grupos estudados. Ambos os materiais estudados afetaram

(p>O,OS) a RT das resinas. Os autores concluem que a utilização do silicone possibilitou uma

polimerização adequada das resinas estudadas.

45

Page 56: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

PROPOSIÇÃO

O propósito deste estudo foi avaliar em duas partes a eficiência de uma técnica de

reparo de próteses removíveis utilizando resina acrílica para microondas e silicone extra-duro

como material de revestimento.

A primeira parte avaliou as propriedades fisico-químicas das resinas polimerízadas

pelos métodos de reparo em questão, a saber: resistência ao impacto Izod, penetração e

recuperação Rockwell, sorção de água, solubilidade em água e estabilidade de cor.

A segunda parte avaliou a adaptação e as alterações horizontal e vertical do plano

oclusal de próteses totais submetidas às técnicas de reparo em questão, bem com a resistência

à flexão de espécimes submetidos à estas mesmas técnicas.

47

Page 57: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

METODOLOGIA

1. MATERIAJSEEQUJPAMENTOS

Os materiais utilizados nesta pesquisa, bem como as suas marcas comerciais e

fabricantes, estão dispostos na Tabela L

Tabela 1: Materiais.

Material Marca Comercial Código Fabricante Quantidade

RA termopolimerizável Pink Lucitone 199 Ll99 Dentsply l,3kg convencional

RA polimerizada por AcronMC AMC G.C. Corporation 1,3kg microondas

RA autopolimerizável Acron MC/Repair AMC/R G.C. Corporation 0.5 kg

Silicone para laboratório ZetaLabor DK Zhermack 12,0 kg

Cera Tmwax® Baseplate Wax TXB Dentsply 40 dentadwas sup.

Dente artificial Tmbyte Biotone® A T. TBT Dentsply 40 dentaduras

- Superior anterior - 3D sup.

-Superior posterior- 32M

-Cor65P

Siloxano hidrófilo AquasiiULV AULV Dentsply 1,2kg quadrifuncional

Siloxano hidrófilo Aquasi!LV ALV Dentsply 250 g quadrifuncional

Silicone fluido para Wirosil WR Bego 4kg duplicação

Broca Catbide Cross Cut Fissure no 558 Brasseler USA lO

Broca Carbide Esférica U0 Hl-006 Brasseler USA lO

Isolante AI Cote DenstplyfyYork

Adesivo universal de Coltene Adhesive (Universal) CA Colrene lOm! polisiloxano

RA- resina acrilka

49

Page 58: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Os equipamentos utilizados, bem como seus fabricantes, estão dispostos na Tabela 2.

Tabela 2: Equipamentos.

Equipamento

Fomo de Microondas

Polimerizadora Hanau

Mesa de granito/Régua de medição

Balança eletrônica

Balança analltica

Fresadora odontológica

Entalhadora

Microscópio comparador

Espectrofotômetro

Máquina de teste de impacto

Máquina de envelhecimento acelerado

Durômetro Rockwell

Máquina de Ensaio Universal

Polimerizadora pressurizada

2. MÉTODOS

~ Parte I

Modelo

Model NO.EM-P671W

Mettler PM 4600

Mettler H20 T

EWL Typ990

Fabricante

Sanyo

Hanau Engineering Company Inc.

Brown & Sbape

DeltaRange

Scientific Products

Kavo

Cidade

Buffalo, NY, USA

North Kíngston, RI., USA

Evanston, lllinois

Modelo 22-05 Testing Macbines Inc. Amityville, NY

Gaertner M-ll80 Gaertner Scientific Corporation Chicago, IL

Color Eye 7000 Macbeth Divisíon, Kollmorgen Newburgb, NY Instroments

Model43-02 Testing Macbines Inc. Monitor!Impact

Ci35 Weather- Atlas Electronic Devices Co Ometer

Mod. 40US Wílson Inst. - Rockwell Hardoess

4465 Instron Corp.

Palamat practic EL T Heraeus Kulzer

Chicago, IL

Bingbamton, NY

Cantom, Massachusetts

Wehrheim, Alemanha

A primeira parte deste estudo avaliou algumas propriedades de resinas acrílicas

polimerizadas por diferentes métodos e condições (Tabela 3 e Tabela 4).

50

Page 59: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Tabela 3: Propriedades, dimensões e número de espécimes.

Propriedades Dimensões

Resistência ao impacto Izod 70x 14x6,0mm

Penetração e Recuperação Rockwell 30,0 mm 0 x 5,0 mm

Sorção de água e solubilidade 50,0 0 x 0,5 mm

Estabilidade de cor 0 30,0 mm x 5,0 mm

Total

n/g ~número de espécimes por grupo n- número total de espécimes

Tabela 4: Resinas, métodos de polimerização e grupos.

Resina Métodos

Banho de água à 74°C durante 8 horas.

Microondas 3 minutos a 500 W (molde em gesso)

n/g

6

6

6

6

n

48

24

24

24

120

Grupos

L

A

Ll99

AMC

AMC!R

AMC

Autopolimerização sob pressão de 2 bares durante 15 minutos a 45°C. AR

Microondas 3 minutos a 500 W (molde em silicone) AS1

../ Resistência ao Impacto lzod

O teste de resistência ao Impacto Izod foi realizado em uma máquina de teste de

impacto com pêndulo de 8,9 N. Espécimes retangulares foram confeccionados em moldes

distintos nas dimensões 70 x 14 x 7 mm. Após a confecção, os mesmos receberam

acabamento a uma dimensão final de 70 x 13 x 6 mm, à maneira do trabalho de LEONG &

GRANT (1971)36, e armazenados em água destilada a 37°C durante 7 dias. Para o

acabamento, utilizou-se um dispositivo para fixação e controle da quantidade de desgaste

(Figura 1 ), confeccionado pelo Laboratório de Biomateriais de Houston. Este mesmo

dispositivo também foi utilizado no acabamento final dos espécimes para o teste de

resistência à flexão.

51

Page 60: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Figura 1: Disposistivo para acabamento dos espécimes.

Além de se verificar o efeito dos materiais e dos métodos de processamento na

resistência ao impacto, o efeito do entalho no espécime também foi estudado. Para isso,

metade dos espécimes foram fixados em urna máquina entalhadora e um entalho central de

3,0 rnm de profundidade foi confeccionado na região central do mesmos.

,! Penetração e Recuperação Rockwel

Para o teste de penetração e recuperação Rockwell, amostras em formato de disco (30

0 x 5,0 rnm altura) foram avaliadas utilizando-se a escala de dureza Superficial Rockwell

30-N (HR30N), c penetrador N Brale de 30kgf de carga.

A amostra foi posicionada no durômetro e urna carga inicial de 30kg (carga maior)

foi aplicada durante 10 minutos utilizando esfera metálica de 12,5 rnm de diâmetro. Após

isso, a carga maior foi removida e urna carga de 3 kg (carga menor) aplicada durante 10

minutos.

Obteve-se desta forma os valores de penetração e recuperação Rockwell, sendo este

último calculado através da fórmula:

Recuperação = [P - (l 00 - p) ]/P X 100%

52

Page 61: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Onde P é a penetração em micrômetros (um), quando da aplicação da carga maior,

menos o fator "spring" (23,7 um) .

../ Sorção de água e solubilidade

Os testes de sorção de água e solubilidade foram conduzidos de acordo com a

ISO/FDIS 156731. Amostras em formato de disco (50 0 x 0,5 mm) foram processadas em

moldes de silicone ou gesso, replicados a partir de uma matriz metálica ilustrada na Figura 2.

Figura 2: Matriz em aço para o teste de sorção de água e solubilidade.

Condicionamento dos espécimes

Para o condicionamento dos espécimes, os mesmos foram posicionados em uma

estante de plástico, a qual foi posicionada no interior de um dessecador contendo gel de sílica

fresca e seca. Os espécimes foram armazenados nesta condição por 23±1 h em estufa à

temperatura de 37°C. Após este período, o dessecador foi removido da estufa e deixado sobre

bancada por uma hora, a fim de igualar a temperatura àquela do ambiente (23±2°C). Em

53

Page 62: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

seguida, as amostras foram pesadas em balança analítica com precisão de 0,00001 g. Durante

as pesagens, o dessecador foi mantido aberto o menor tempo possíveL

Este ciclo de condicionamento dos espécimes foi repetido até que a perda de massa

calculada (m1) para cada espécime fosse menor que 0,2 mg.

Previamente ao condicionamento, o volume de cada espécime foi calculado através

de 3 medições de diâmetro e 5 medições de espessura (uma no centro e quatro igualmente

espaçadas).

Hidratação dos espécimes

Calculada a massa m1, os espécimes foram imersos em água destilada a 37±1°C

durante 7 dias ± 2 h. Após este período, os mesmos foram retirados da água, secos com

toalha de papel para remoção da umidade visível, e a seguir pesados na mesma balança

analítica (m2). Importante salientar que o tempo máximo de cada pesagem foi de 60

segundos para cada espécime.

Recondicionamento dos espécimes

O recondicionamento dos espécimes da mesma forma descrita na seção

"Condicionamento dos espécimes". A massa calculada no recondicionamento foi chamada

dem3.

Cálculo e obtenção dos resultados

Para o cálculo da sorção e solubilidade, foram utilizadas as seguintes fórmulas:

Sorção de água = m2 - m3 I volume

Solubilidade = m1 - m3 I volume

./ Estabilidade de cor

54

Obs.: Massa calculada em microgramas e volume em mm3.

Page 63: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

..r Estabilidade de cor

O teste de estabilidade de cor foi conduzido com base no trabalho de W ANG,

POWERS E CONNELL y;s. As dimensões dos espécimes foram as mesmas daqueles do

teste de penetração e recuperação Rockwell. Após a confecção, os mesmos foram

armazenados em estufa por 48 horas (±30 min.) à temperatura de 37"C.

Decorrido este período, foi realizada a mensuração da cor inicial em

espectrofotômetro, obtendo-se os valores CIE L *a*b* relativos à iluminação estandarde A e

fundo branco.

Após a mensuração inicial, foi realizado o envelhecimento artificial dos espécimes

em uma máquina de envelhecimento acelerado, expondo os mesmos a um arco xenon filtrado

sob irradiação de 0,55 W/m2/nm a 340 nm, totalizando uma irradiação ultravioleta total de

450 kJ/m2. A análise de cor foi realizada a cada intervalo de 150 kJ/ m2

.

As diferenças de cor (~*) entre a mensuração inicial e aquelas subsequentes,

realizadas a cada período de envelhecimento, foi calculada utilizando-se a equação:

Onde LU,* é a diferença em luminescência, ~a* é a diferença na escala vermelho­

verde, e ~b* é a diferença na escala amarelo-azul.

»- Parte 2

Na segunda parte deste estudo, objetivou-se avaliar a qualidade de quatro diferentes

técnicas de reparo. Com o objetivo de facilitar a compreensão, esta parte foi dividida em

duas seções distintas. A primeira delas (Seção A) apresenta os testes de resistência à flexão,

conduzidos com o objetivo de se avaliar a resistência final das técnicas de reparo (Tabela 5).

A segunda (Seção B) foi constituída por testes de adaptação e alterações horizontal e vertical

do plano oclusal de próteses totais superiores reparadas com as técnicas em questão (Tabela

6).

55

Page 64: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Tabela 5: Protocolo de técnicas de reparo com resinas acrílicas-Seção A.

Material da base -Material reparo

L199-LI99

Ll99-AMC

Ll99-AMC/R

AMC-LI99

AMC-AMC

AMC-AMC/R

Ll99

AMC

AMC/R

Total

L*

X

X

X

Técnicas de reparo

A** AR*** AS****

X X

X

X X

X

Amostras Intactas (Controle)

X

X

* L199 polimerizado em banho de água a 740C durante 08 horas. ** AMC polimerizado em microondas, utilizando gesso como revestimento. *** .AJ.V!CIR polimerizado em câmara de pressão a 2 bares durante 15 minutos a 450C.

X

X

X

Amostras

6

18

6

6

18

6

6

12

6

84

**** AMCpolimerizado em microondas (01 min. a 500 W, OI min. de descanso, 01 minuto a 500 \V) utilizando revestimento em silicone.. ***** AMC polimerizado em microondas durante 03 minutos a 500 W utilizando revestimento em silicone.

Tabela 6: Protocolo de técnicas de reparo com resinas acrílicas-Seção B.

Material da base - Material reparo

Ll99-Ll99

LI99-AMC

L199-AMC/R

AMC-Ll99

AMC-AMC

AMC-AMC/R

Total

L*

X

X

Técnicas de reparo

A** AR***

X

X

X

X

* Ll99polimerizado em banho de água a 740C durante08horas. ** A:.\1C polimerizado em microondas, utilizando gesso como revestimento. *** AMCIR polimerizado em câmara depressão a 2 bares durante 15 minutos a 450C.

AS****

X

X

Amostras

5

10

5

5

!O

5

40

**** A.\t!C polimerizado em microondas (01 min. a 500 W, 01 min. de descanso, 01 minuto a 500 W) utilizandorevestimmto em silicone.

56

Page 65: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

A avaliação da qualidade das técnicas de reparo foi realizada por meio de quatro

testes distintos, apresentados nas seções que seguem.

• SecãoA

../ Teste de resistência à flexão

Para o teste de resistência à flexão foram confeccionados espécimes nas dimensões

65 x 12 x 3,6 mm com cada uma das resinas (L199, AMC e AMC/R) polimerizadas pelas

técnicas L, A, AR e ASl. Os mesmos receberam acabamento através de um dispositivo

especialmente designado para este fim, como descrito no teste de resistência ao impacto. As

dimensões finais dos espécimes eram de 65 x 10 x 3,3 mm, de acordo com a ISO/FDIS

156731

Após armazenagem em água destilada a 37"C durante 7 dias, parte dos espécimes

tiveram sua região central removida em 1 O mm, e reparadas utilizando-se os materiais e

técnicas descritos na Tabela 5. Previamente ao reparo, as partes a serem unidas foram

imersas em acetona durante 30 segundos para condicionamento químico da superficie. Após

o reparo, as amostras foram mantidas por 7 dias em água destilada a 37•c, após o que foram

submetidas ao teste de resistência à flexão. O teste foi conduzido com as amostras imersas

em água destilada à temperatura de 37°C31 A velocidade de ensaio foi de 5 mm/min

utilizando-se célula de carga de 1 00 Kg.

Grupos controle foram formados com espécimes confeccionados com os materiais

L199, AMC e AMC/R polimerizados nas técnicas L, A, AR E ASl. A diferença é que os

mesmos foram mantidos e avaliados intactos, após terem sido armazenados por 14 dias em

água destilada a 3 7•c (Tabela 5).

57

Page 66: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

• SeçãoB

Além do teste de resistência à flexão, a eficiência das técnicas de reparo foi avaliada

em próteses totais superiores confeccionadas com resina acrílica termopolimerizável

convencional (L199) ou resina acrilica ativada por microondas (AMC).

Foram confeccionadas 40 próteses, sendo metade em L199 e outra metade em AMC,

polimerizadas pelas técnicas L e A, respectivamente. Inicialmente confeccionou-se modelos

em gesso pedra tipo m a partir de um modelo mestre em bronze (Figura 3), como descrito

por AL-HANBALI et a!. (1991i, A partir de um molde obtido com silicone laboratorial

para duplicação (WR), foram confeccionados modelos em gesso pedra tipo m. Sobre um

destes modelos foi encerado uma prótese superior com cera para base de prótese (TXB) e

dentes de acrílico (TBT). Utilizando-se a mesma silicone WR, obteve-se um molde da

prótese em cera sobre o modelo de gesso. Dois canais de alimentação, localizados na região

das tuberosidades, foram criados nestem molde. Para confecção dos demais padrões em cera

das próteses, posicionava-se os dentes no molde, fixava-se os mesmos com cera (TXB),

posicionava-se um modelo em gesso no molde e injetava-se cera fundida nos canais, com

auxílio de urna seringa descartável com capacidade de 50 ml. Após o resfriamento da cera, o

modelo de gesso foi removido do molde, contendo o padrão em cera da prótese esculpido.

58

Page 67: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Figura 3: Modelo mestre metálico.

As próteses enceradas e seus respectivos modelos foram incluídos em gesso com

mufla metálica, para polimerização da resina Ll99, e com mufla plástica, para polimerização

da resina AMC. Utilizou-se gesso pedra tipo H para inclusão e gesso pedra tipo lli para

confecção da muralha protetora dos dentes.

Após a cristalização do gesso, as muflas metálicas foram imersas em uma

polimerizadora Hanau ajustada a l 00°C durante 1 O minutos para fundição da cera, a qual foi

posteriormente removida por completo com o auxílio de água quente, escova e sabão neutro.

As muflas plásticas foram submetidas a um ciclo de 500 W por l minuto em microondas,

para amolecimento da cera. A remoção completa da cera foi realizada com água quente,

escova e sabão neutro.

Os moldes em gesso contendo os dentes foram deixados à temperatura ambiente para

resfriarem, após o que uma camada de isolante para resina (AI-Cote) foi aplicada. Em

seguida, as resinas acrílicas AMC e L 199 foram proporcionadas e manipuladas de acordo

com as instruções dos fabricantes, e inseridas nos moldes de gesso. O ciclo de polimerização

59

Page 68: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

da resina L199 foi de 8 horas a 73°C em polimerizadora Hanau, e da resina AMC de 3

minutos a 500 W em fomo de microondas doméstico.

Finalizado os ciclos de polimerização, as muflas foram resfriadas em bancada por

duas horas. Após isso, as próteses foram demufladas e receberam acabamento e polimento à

maneira convencional. As mesmas foram armazenadas em água destilada à temperatura de

3 7° C durante 7 dias, após o que foram avaliados:

v' Adaptação

A adaptação das próteses ao modelo mestre foi obtida através da interposição de

silicone ultra-fluída para moldagem (AULV) no espaço entre a mesma e o modelo metálico

(Figura 4-d).

Para se padronizar a posição das próteses e do modelo metálico, bem como o peso a

ser aplicado durante a moldagem, foram confeccionadas duas bases em gesso, superior e

inferior, em um articulador semi-ajustável (Figura 4-a). Sobre o braço horizontal superior do

articulador foi fixada uma placa metálica na qual se posicionava um peso de 4,0 kg (Figura

4-c). A base superior apresenta um sulco correspondente ao arco descrito pelos dentes da

prótese (Figura 4-b 1 ), no qual silicone de condensação foi inserida (Figura 4-b2) com o

objetivo de se fixar a prótese numa mesma posição durante o assentamento sobre o modelo

metálico (Figura 4-b3), bem como aplicar a força proporcionada pelo peso apenas na

superficie oclusal dos dentes, simulando uma situação de oclusão real. A padronização da

quantidade de silicone foi realizada pesando-se 3,0 gramas do material base e catalizador,

para cada as mensuração.

60

Page 69: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Figura 4: a) Articulador semi-ajustável com bases em gesso; bl-2-3) Fixação oclusal da

prótese em index de silicone; c) Peso padrão posicionado para moldagem; d) Moldagem

sendo conduzida.

Nesta fase do estudo, foram realizadas cinco impressões para cada prótese. A película

de silicone foi obtida recortando os excessos do material de moldagem no limite das bordas

da dentadura, imediatamente após a polimerização do silicone, com a dentadura ainda

posicionada sobre o modelo metálico (Figura 5).

A magnitude de desadaptação de cada prótese no modelo metálico foi calculada por

meio da diferença percentual do peso das películas de silicone obtidas nesta fase

(previamente ao procedimento de reparo) e após o reparo (descrito adiante).

61

Page 70: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Figura 5: Recorte da película de silicone nos limites da prótese.

,/ Distância horizontal entre os dentes:

Esta avaliação reflete a movimentação horizontal dos dentes após o reparo. As

próteses foram inicialmente fixadas no modelo mestre metálico, o qual foi posicionado à

base de uma fresadora. Em seguida, com uma broca carbide em forma de roda,

confeccionou-se platôs nos cíngulos dos dentes 11 e 21 e nas cúspides mésio-linguais dos

dentes 16 e 26. Importante salientar que estes platôs foram confeccionados no mesmo plano

horizontal. A seguir, com uma broca esférica n° 1/2, foram realizadas perfurações nos platôs

confeccionados em cada um dos dentes. Este procedimento permitiu uma vizualização

acurada e sem perda de foco dos pontos, quando da medição das distâncias entre os mesmos

no microscópio de medição horizontal (Figura 7). Para vizualização das perfurações, as

mesmas foram preenchidas com pó de grafite e seladas com cola SuperBonder. A Figura 6

mostra imagens das perfurações realizadas como descrito acima.

62

Page 71: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Figura 6: Perfurações realizadas nos dentes para avaliação da movimentação

horizontal.

Cinco mensurações foram realizadas para as distâncias 11-21, 16-26, ll-26, e 21-16,

com precisão de 0,0001 em (Figura 6). A diferença percentual entre estas mensurações e

aqueles obtidas após o procedimento de reparo das próteses (a ser descrito adiante) fornecerá

a magnitude de alteração horizontal do plano oclusal promovida pelo reparo.

Figura 7: Microscópio comparador utilizado nas medições horizontais.

63

Page 72: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

./ Diferença em altura entre os dentes

Para determinação das discrepâncias do plano oclusal no sentido vertical, mensurou­

se a altura das cúspides vestibulares dos dentes 13, 14, 15, 23, 24 e 25, e mésio-vestibulares

dos dentes 16 e 26. A diferença em altura entre cada par de dentes (13-23, 14-24, 15-25 e 16-

26) foi calculada, e posteriormente comparada com aquela obtida após os procedimentos de

reparo, a serem descritos adiante.

Essas mensurações foram obtidas posicionando-se as próteses no modelo metálico e

interpondo entre os mesmos uma camada de silicone de adição para moldagem (ALV),

obtida através do articulador com bases em gesso utilizado na padronização da camada de

silicone, para o teste de adaptação das próteses. Em seguida, o conjunto modelo metálico­

prótese foi posicionado em uma mesa de granito preto polido, e com auxilio de urna régua de

medição vertical com precisão de 0,001 polegadas, mediu-se a altura das cúspides dos

dentes (Figura 8). Três medições foram realizadas para cada cúspide, totalizando 24

medições para cada prótese.

Figura 8: Avaliação da altura entre os dentes.

Após a finalização dos três testes descritos ac1ma, as próteses foram reparadas

utilizando-se as técnicas e protocolo descritos na Tabela 6, detalhadas a seguir:

64

Page 73: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

(1) Técnica L- Reparo com resina termopolimerizável convencional e banho de água

aquecida:

Nesta técnica, foram utilizadas muflas metálicas convencionais. As próteses foram

isoladas com vaselina sólida e incluídas na contra-mufla com gesso pedra tipo III, deixando

livre a face externa da mesma.

A secção da prótese foi realizada através de um desgaste com broca tronco-cônica

carbide n°5 58 na linha média, estendendo-se desde a região de selado posterior até freio

labial anterior. Tal desgaste se deu até a completa divisão da prótese em dois fragmentos.

Jato de ar foi utilizado na remoção de debris. As regiões a serem reparadas foram limpas com

pincél e acetona. Para os teste de resistência à flexão, estas partes foram imersas em acetona

por 30 segundos, sendo imediatamente secas com jato de ar 47

Preparada a linha de reparo, a mesma foi preenchida com a resina Ll99, a qual foi

inserida com a técnica de pincél, umedecendo o mesmo em monômero e saturando-o

posteriormente no polímero. Realizou-se um preenchimento em excesso a fim de se

compensar a contração de polimerização. Ao término do preenchimento de toda a linha de

reparo, a mufla foi posicionada de encontro à contra-mufla, e utilizando-se gesso pedra tipo

III, preencheu-se a mufla por completo. Após a cristalização do gesso, inseriu-se o conjunto

em uma polimerizadora Hanau, e um ciclo longo de polimerização de oito horas a 73°C foi

aplicado.

O resfriamento se deu em bancada por 2 horas. Após o mesmo, a prótese foi

demuflada e recebeu acabamento e polimento à maneira convencional.

(2) Técnica A -Reparo com resina para microondas e revestimento em gesso:

Nesta técnica, foram utilizadas muflas plásticas para microondas. As próteses foram

isoladas com vaselina e incluídas na contra-mufla com gesso pedra tipo UI, deixando livre a

face externa da mesma.

65

Page 74: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

A separação em fragmentos da prótese, o condicionamento químico das partes

fraturadas e o preechimento da linha de reparo com a resina AMC realizaram-se à maneira

descrita na técnica L.

Ao término do preechimento de toda a linha de reparo, a mufla foi posicionada de

encontro à contra-mufla, e utilizando-se gesso pedra tipo III, preencheu-se por completo da

mufla.

Após a cristalização do gesso inseriu-se a mufla em forno de microondas doméstico

aplicando-se um ciclo de polimerização de 500 W durante 1 minuto, pausa de 1 minuto e

ativação de 500 W por mais 1 minuto, totalizando um ciclo com tempo de 3 minutos. O

resfriamento se deu em bancada por 2 horas. Após o mesmo, a prótese foi demuflada e

recebeu acabamento e polimento à maneira convencional.

(3) Técnica AR- Reparo com resina acrilica autopolimerizável:

Nesta técnica, as próteses foram isoladas com vaselina e tiveram sua porção interna

moldada com gesso pedra tipo III, obtendo-se assim um guia para posicionamento das partes

a serem separadas e fraturadas.

A separação em fragmentos da prótese e o condicionamento químico das partes foram

conduzidos à maneira descrita na técnica L. As partes foram unidas com palitos de madeira e

cera pegajosa para evitar a movimentação das mesmas.

O preenchimento da linha de reparo se deu com a resina AMC/R, a qual foi inserida

com a técnica de pincél.

Ao término do preenchimento de toda a linha de reparo, a prótese foi imersa em uma

polimerizadora sob pressão de 2 bares e temperatura de 45•c por 15 minutos.

Decorrido este período, a prótese recebeu acabamento e polimento convencionais.

(4) Técnica AS- Reparo com resina de microondas e revestimento em silicone:

Nesta técnica, foram utilizadas muflas plásticas para microondas preenchidas

parcialmente com gesso pedra tipo III, a fim de reduzir o volume interno da mesma e

66

Page 75: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

adequar este de acordo com o tamanho das próteses a serem utilizadas (Figura 9). Após

cristalização completa, este gesso foi desidratado em microondas utilizando-se baixa

potência (200 W) e ciclos curtos de I minuto. Um total de 4 ciclos foi estabelecido como

suficiente para se conseguir um gesso com aspecto desidratado. Este procedimento teve

como objetivo reduzir o efeito do aquecimento do gesso sobre a silicone de inclusão e a

prótese a ser reparada. A adequação do volume interno da mufla pode ser realizada com

antecedência em uma mufla, a qual estará imediatamente disponível quando da necessidade

de se reparar uma prótese.

Figura 9: Mufla plástica parcialmente preenchida com gesso desidratado.

Para inclusão da prótese no revestimento de silicone, uma camada de adesivo

universal para polisiloxano (CA) foi aplicada na face interna da dentadura. Em seguida sete

porções de silicone laboratorial (DK) foram misturadas ao catalisador, manipuladas e

posicionadas na contra-mufla. Antes que a mesma polimerizasse completamente, a prótese

foi delicadamente posicionada sobre a silicone, de tal forma que toda a porção interna da

prótese fosse preenchida com a mesma. Passados 4 minutos, tempo necessário à completa

polimerização do silicone, uma fina camada de vaselina foi aplicada em toda superfície do

silicone polimerizada. Após isso, outras sete porções deste material foram manipuladas e

inseridas na mufla, a qual foi posicionada de encontro à contra-mufla. O conjunto contra-

67

Page 76: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

mufla e mufla foi então submetido lentamente a uma força de 500 kg em prensa hidráulica, a

fim de aproximar as partes e gerar pressão hidráulica, fazendo com que a silicone escoasse e

preenchesse todos os espaços internos e se adaptasse idealmente à prótese. Passados 4

minutos, mufla e contra-mufla foram separadas e os excessos de silicone removidos (Figura

10).

Figura 10: Inclusão da prótese total em silicone extra-dura.

Sem remover a prótese do molde de silicone, conduziu-se a separação em

fragmentos da mesma realizando-se primeiramente um desgaste com broca tronco-cônica

carbide n°558 na linha média, se estendendo desde a região de selado posterior até freio

labial anterior. Para que se conduzisse urna completa separação de fragmentos, simulando

uma condição real, um instrumento metálico foi posicionado na região de incisivos centrais

superiores e rotacionado, promovendo a completa separação das partes. Jato de ar foi

aplicado para remoção de debris. Utilizando pincél umedecido com acetona, promoveu-se a

limpeza da superfície.

68

Page 77: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Preparada a linha de reparo, a mesma foi preenchida com a resina AMC, a qual foi

inserida com a técnica de pincél, umedecendo o mesmo em monômero e saturando-o

posteriormente no polímero. Realizou-se um preenchimento em excesso a fim de se

compensar a contração de polimerização. Ao término do preechimento de toda a linha de

reparo, a mufla foi posicionada de encontro à contra-mufla e o conjunto levado ao fomo de

microondas a um ciclo de 500 W durante 1 minuto, pausa de 1 minuto e ativação de 500 W

por mais 1 minuto, totalizando um ciclo com tempo de 3 minutos.

O resfriamento se deu em bancada por 2 horas. Após o mesmo, a prótese foi

removida do molde de silicone e recebeu acabamento e polimento à maneira convencional.

Após os procedimentos de reparo, as próteses foram armazenadas em água destilada a

37° C durante 07 dias e os parâmetros (1) peso do material de moldagem, (2) distância

horizontal entre dentes e (3) diferença em altura entre os dentes avaliados como descrito

anteriormente.

li> Análise estatística

A avaliação dos dados para cada teste consistiu de uma Análise de Variância ao

nível de 5% de significância. Quando um ou mais fatores estarem promoviam diferenças

estatisticamente significantes, a comparação entre grupos era realizada por meio de testes

de Tukey-Kramer ou Scheffé (p=5%).

69

Page 78: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

RESULTADOS

);> Parte I

,/ Resistência ao Impacto Izod

As médias e desvios-padrão do teste de resistência ao impacto estão dispostos na

Tabela 7.

Os dados foram submetidos à Soma de Quadrados Tipo III (p=O,OS), o qual mostrou

haver influência estatisticamente significante (p<0,05) dos fatores "Entalho", "Resina" e

"Entalho-Resina". O teste de Scheffé (p=O,OS) mostrou que a resistência ao impacto de

espécimes entalhados foi estatisticamente inferior (p<O, 05) àquela dos espécimes que não

receberam entalho. Adicionalmente, este mesmo teste mostrou que L diferiu estatisticamente

(p<O,OS) dos demais grupos. Entretanto, A, AR e AS1 não diferiram entre si (p>0,05).

Tabela 7: Médias e desvios-padrão para o teste de Impacto Izod (J/m2).

L A AR ASI

Sem entalho 13,2 (0,9) A, a 8,4 (1,4) A, b 6,3 (0,9) A, b 5,2 (0,4) A, b

Com entalho 1,3 (0,3) B, a 0,9 (0,2) B, b 0,9 (0,2) B, b 0,9 (0,2) B, b

Letras distintas unem grupos que diferiram entre si (p<O,OS)

Maiúsculas para comparação vertical e minúscula para horizontal.

,/ Penetração e Recuperação Rockwel

As médias e desvios-padrão dos testes de penetração e recuperação Rockwell estão

dispostos na Tabela 8.

Para a penetraçao Rockwell, a Análise de Variância (p=O,OS) mostrou haver

influência estatisticamente significante (p<0,05) do fator "Resina". O teste de Tukey-Kramer

71

Page 79: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

(p=O,OS) identificou diferença estatisticamente significante (p<O,OS) entre os grupos, com

excessão de A e AS, (p>O,OS).

Com relação à recuperação Rockwell, apenas o grupo AR diferiu estatisticamente dos

demais grupos (P<0,05).

Tabela 8: Médias e desvios-padrão para o teste de penetração (um) e recuperação(%)

RockwelL

L

Penetração 88,5 (2,3) b

Recuperação 83, I (I, O) a

A

71,1 (2,4) c

86,9 (1,9) a

AR

I 04,0 (11,6) a

75,1 (6,5) b

Letras distintas unem médias que diferem estatisticamente entre si (p<O,OS)

./ Sorção e solubilidade em água

70,5 (1,2) c

86,8 (1,5) a

A Tabela 9 mostra as médias e desvios-padrão para os testes de sorção de água e

solubilidade em água .. Todos os grupos apresentaram médias dentro dos padrões aceitos pela

ISO!FDIS 156731 Esta norma especifica que a sorção de água das resinas acrílicas não deve

ultrapassar 32 flg/mm3, e solubilidade em água não deve ser superior a I,6 flg/mm3 para

resinas termopolimerizáveis convencionais (Tipo 1) e polimerizadas por microondas (Tipo

5), e a 8,0 flg/mm3 para resinas autopolimerizáveis (Tipo 2).

Para a sorção de água, a análise estatística dos dados mostrou haver diferença

estatisticamente significante (p<O,OS) entre os pares L-A e AR-AS1.

Para a solubilidade em água, a análise estatística dos dados mostrou não haver

diferença estatisticamente significante (p>0,05) entre os grupos.

72

Page 80: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Tabela 9: Resultados do teste de sorção (!J.g/mm3) e solubilidade (!J.g/mm3

) em água.

L

Sorção 29,06 (1,51) a

Solubilidade O, 75 (0,37) a

A

28,44 (1,12) a

0,41 (0,21) a

AR

20,88 (1,01) b

0,67 (0,23) a

Letras distintas unem médias que diferem estatisticamente entre si (p<0,05) .

..' Estabilidade de cor

AS1

21,73 (1,09)b

0,98 (0, 77) a

A Tabela 10 mostra a média e desvio-padrão de cada grupo para o teste de

estabilidade de cor.

A Soma de Quadrados tipo III (p=0,05) mostrou haver influência estatisticamente

significante (p<0,05) do fator "Resina" e "Envelhecimento acelerado". Com relação ao

primeiro, os grupos A e AS não diferiram estatisticamente (p<0,05). Os demais grupos

diferiram entre si. Considerando o fator "Envelhecimento acelerado", todos os grupos

apresentaram diferenças estatisticamente significantes (p<0,05) entre cada período no qual

foram avaliados.

Tabela 1 O: Médias e desvios-padrão para o teste de estabilidade de cor (A E*).

L A AR AS,

150 kj/m2 2,1(0,1) A,a 3,0 (0,3) A,b 4,6 (0,2) A,c 2,8 (0,1) A,b

300 kj/m2 2,7 (0,1) B,a 4,3 (0,3) B,b 5,1 (0,1) B,c 4,2 (0,3) B,b

450 kj/m2 3,3 (0,2) C,a 5,3 (0,3) C,b 5,5 (0,1) C,c 5,4 (0,4) C,b

Letras distintas unem grupos que diferiram entre si (p<0,05).

Maiúsculas para comparação vertical e minúscula para horizontal.

73

Page 81: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

>- Parte 2

• SecãoA

,/ Teste de resistência à flexão

A Tabela 11 apresenta as médias e desvios-padrão do teste de resistência à flexão dos

espécimes intactos e reparados.

Tabela 11: Médias e desvios-padrão do teste de resistência à flexão (MPa).

L A AR AS AS, !

Intactos !70,8 (1,3) 80,6 (2,9) 65,3 (3,0) 75,4 (3,5) !

õi<r> Ll99 170,7 (2,7) 69,2 (7,3) 63,5 (4,1) 49,6 (6,8) 65,7 (9,3) ·t: ~ .S..o

~0,6 (2,2) ::E.§ AMC 67,2 (9,6) 65,0 (4,8) 51,2 (11,4) 44,0 (6,1) '

A análise estatística dos dados mostrou haver uma diferença estatisticamente

significante (p<O,OS) entre todos os grupos intactos.

Considerando os espécimes confeccionados com resina Ll99, a Tabela 12 mostra que

a técnica de reparo AS diferiu estatisticamente das demais ao nível de 5% de significância. Já

a técnica AS1 diferiu apenas da AS, não diferindo das demais. Não houve diferença

estatisticamente significante (p>O,OS) entre as demais técnicas de reparo.

74

Page 82: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Tabela 12: Resistência à flexão de reparo: amostras confeccionadas com Ll99.

Material da base- técnica de i Ll99- A i reparo

Ll99-L

Ll99-A

Ll99-AR

Ll99-AS

NS - não significante

* = significante ao nível de 5%

]Ll99-AR ]L199-AS

I I NS I* 'Ns i*

I '* I

I Ll99- ASl

INs i INS i INS

Considerando os espécimes confeccionados com resina AMC, a Tabela 13 mostra

que a técnica de reparo AS e AS1 diferiram estatisticamente (p<O,OS) das demais, não

diferindo entre si. Não houve diferença estatisticamente significante (p>O,OS) entre as demais

técnicas de reparo.

Tabela 13: Resistência à flexão de reparo: amostras confeccionadas com AMC.

Resina- reparo

AMC-L

AMC-A

AMC-AR

AMC-AS NS - não significante

I AMC-A ' NS

* = significante ao nível de 5%

AMC-AR

NS i I NS

'AMC-AS j AMC-ASl

* * I *

I· !*

i· ' jNs

Para verificar a interação entre as técnicas de reparo e o material da base (L 199 ou

AMC), foi conduzida uma comparação de cada técnica nas bases. A Tabela 14 mostra que a

técnica de reparo ASl conduzida em espécimes confeccionados com resina Ll99 forneceu

valores de resistência estatisticamente diferentes (p<O,OS) daqueles obtidos quando o

material da base foi a resina AMC. As demais técnicas de reparo apresentaram desempenho

semelhante quando associadas aos dois materiais de base.

75

Page 83: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Tabela 14: Resistência à flexão de reparo: amostras confeccionadas em Ll99 e AMC.

Resina - reparo

Ll99-L

L199-A

L199-AR

Ll99-AS

Ll99-ASI

NS - não significante

[ AMC-L I

* = significante ao nível de 5%

AMC-A í, AMC-AR i, AMC-AS I AMC -AS1

NS

i*

A Tabela 15 mostra a influência do procedimento de reparo na resistência à flexão

dos materiais LI99 e AMC, comparando a resistência dos mesmos testados intactos e

reparados. Nos espécimes confeccionados com L199, apenas o procedimento de reparo AS

diferiu da amostra testada intacta. Nos espécimes confeccionados com AMC, todos os

procedimentos de reparo afetaram a resistência final do espécime intacto.

Tabela 15: Efeito do reparo na resistência à flexão de espécimes intactos.

Resina base - Reparo 'L I

A AR AS AS1

Ll99 jNS NS NS * NS !

AMC Í* * * * * !

NS - não significante

• = significante ao nível de 5%

Os tipos e a freqüência das fraturas observadas em cada espécime reparado estão

dispostos na Tabela 16. Observou-se dois tipos de falhas, adesiva e coesiva. Praticamente

todas as falhas adesivas se estenderam para o material reparador. Apenas um espécime,

pertence ao grupo confeccionado com Ll99 e reparado com a técnia L, apresentou falha

adesiva pura. Todas as falhas coesivas ocorreram no material reparador.

76

Page 84: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Tabela 16: Número e frequência (%)dos tipos de fraturas dos espécimes reparados.

L A AR AS AS,

~ AD(%) ~

1 (16,7) 3 (50)* 6 (100) * 6 (100) * 5 (83,3) * - COr(%) 5 (83,3) * 3 (50) 1 (16,7) .... u AD(%) 2 (33,3) * 5 (83,3) * 5 (83,3) * 5 (83,3) * 6 (100) * ::;;;

COr(%) 4 (66,6) 1 (16,7) 1 (16,7) 1 (16,7) < AD, fratura adesiva (interface)

COr, fratura coesiva no material reparador

* fratura iniciou na interface e se estendeu para para o material reparador~ em todos os espécimes

• SecãoB

../ Adaptação

Os dados do teste de adaptação foram submetidos à Soma de Quadrados Tipo III

(p=O,OS), o qual mostrou haver influência estatisticamente significante (p<O,OS) do fator

"Reparo", e não signifcante (p>O,OS) dos fatores "Material da Base" e a interação "Reparo­

Material da Base".

O teste de Tukey-Kramer (p=O,OS) mostrou haver diferença estatisticamente

significante (p>O,OS) entre a técnica de reparo AR e as demais técnicas. Não houve diferença

estatisticamente significante entre as técnicas L, A e AS (p>O,OS).

A Tabela 17 mostra as médias e desvios-padrão das diferenças percentuais dos pesos

do material de moldagem obtido antes e após o procedimento de cada uma das técnicas de

reparo.

77

Page 85: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Tabela 17: Diferença percentual(%) do peso da película de silicone.

Técnica de Reparo Média Desvio Padrão

L 27,2 13,8 a

A 28,9 9,7 a

AR 0,5 17,6 b

AS 21,2 15,8 a

Letras distintas unem médias que diferem estatisticamente entre si (p<0,05).

,r Distância horizontal entre dentes.

Os dados da avaliação da distância horizontal foram submetidos à Soma de

Quadrados Tipo m (p=0,05), o qual mostrou uma influência estatisticamente significante

(p<0,05) do fator "Reparo", e não signifcante (p>0,05) dos fatores "Material da Base" e a

interação 'Material da Base -Reparo".

A Tabela 18 mostra a média e desvio-padrão para cada medição em cada grupo.

O teste de Tukey-Kramer (p=0,05) mostrou haver diferença estatisticamente

significante (p>0,05) entre as técnicas AR e as demais técnicas nas medições 16-26, 11-26 e

21-16, entre AR e AS na medição 11-21, e entre A e AS na medição 16-26.

Tabela 18: Diferenças percentuais(%) das medições horizontais entre os dentes 11, 21, 16 e

26.

Medição L A AR AS

11-21 -0,041 (0,81) -0,005 (0,94) -1,0 (0,68) 0,73 (0,95)

16-26 0,21 (0,25) 0,37 (0,17) -0,32 (0,11) 0,079 (0,19)

11-26 0,13 (0,14) 0,19 (0,19) -0,19 (0,12) 0,20 (0,15)

21-16 0,12 (0,19) 0,33 (0,17) -0,17 (0,12) 0,12 (0,21)

78

Page 86: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

./ Altura dos dentes.

Os resultados do teste de altura dos dentes estão dispostos na Tabela 19.

Os dados foram submetidos à Soma de Quadrados Tipo lli (p=O,OS), o qual mostrou

não haver influência estatisticamente significante (p<O,OS) dos fatores "Reparo", "Material

da Base" e a interação ''Material da Base-Reparo".

Tabela 19: Diferenças percentuais(%) das medições verticais.

Dentes L A AR AS

13-23 -0,044 (0,26) -0,18 (0,23) -0,004 (0,27) 0,17 (0,41)

14-24 -0,011 (0,31) 0,28 (0,21) 0,040 (0,32) 0,20 (0,44)

15-25 0,05 (0,30) 0,29 (0,21) 0,023 (0,36) 0,20 (0,36)

16-26 0,15 (0,36) 0,31 (0,28) -0,01 (0,39) 0,23 (0,51)

79

Page 87: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

DISCUSSÃO

I. Resinas Acrílicas: Propriedades

Pacientes portadores de próteses totais ou parciais removíveis freqüentemente

deparam com situações de queda e conseqüente fratura de suas próteses. Adicionalmente, a

mastigação diária gera estresse e fadiga no material que os constitui, o qual reagirá de

maneira peculiar, de acordo com suas características físicas e químicas próprias.

Diversos testes atentam simular situações reais de uso dos materiais utilizados em

Odontologia, e em especial as resinas acrílicas, permitindo assim predizer, dentro de

determinados limites, o comportamento futuro dos mesmos quando em uso na cavidade

bucal. Desta forma, comparando e selecionado os materiais à partir de suas propriedades,

aumenta-se as possibilidades de sucesso clínico dos mesmos.

Para permitir uma exposição ordenada dos fatos, será apresentada à seguir uma

discussão individual de cada propriedade analisada neste estudo, bem como uma descrição

da relação e importância de cada uma delas com as situações clínicas reais.

Resumidamente, diferenças foram encontradas entre as técnicas avaliadas. A técnica

L apresentou resistência ao impacto superior à das demais, as quais não diferiram entre si. A

penetração Rockwell foi diferente entre todas as técnicas avaliadas, com exceção dos grupos

A e AS. Quanto à estabilidade de cor, apenas A e AS não diferiram entre si. Todas as

técnicas diferiram entre si quanto à resistência à flexão, quando espécimes intactos foram

avaliados. DEL BEL CURY18 estudou as propriedades físico-químicas de 4 resinas

(Lucitone 550, Prothoplast, Acron MC e Orto-class) sob três condições de polimerização. A

partir dos resultados concluiu-se que as resinas diferem entre si em relação às suas

propriedades físico-químicas, as quais não estão relacionadas com o tipo de polimerização a

que foram submetidas.

Entretanto, não podemos atribuir as diferenças encontradas neste estudo às

propriedades físico-químicas dos materiais ou aos seus ciclos de polimerização,

exclusivamente, como abordado por DEL BEL CURY (1992i8, dado o delineamento

81

Page 88: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

experimental do estudo. Contudo, discussões acerca de fatores como composição química e

conversão polimérica, e a influência de cada um deles sobre os resultados de cada teste

conduzido, não devem ser descartadas. Isto porque tais fatores são importantes no

desempenho clínico final do material .

../ Resistência ao impacto Izod

Um material pode possuir valores de resistência estática aceitáveis, como

compressão, tração e cisalhamento, porém falhar quando submetido a uma carga de impacto.

Materiais como vidros fundidos, cementos, amálgamas e alguns plásticos apresentam uma

baixa resistência quando uma carga de impacto é aplicada. Tal carga repentina pode ser

comparada à energia de impacto resultante de uma queda acidental de uma aparelho ' • 15 protético .

Os valores avaliados estatisticamente mostraram haver influência significativa dos

fatores "Entalho", "Resina" e ''Entalho-Resina".

A resistência ao impacto de espécimes entalhados foi estatisticamente inferior

(p<O,OS) àquela dos espécimes que não receberam entalho. Tal resultado chama a atenção

para os alívios dos freios labiais e lingual das próteses totais. Estes alívios nada mais são que

entalhos, e como tal, funcionam como pontos de origem das fraturas das próteses totais.

O grupo L diferiu estatisticamente dos demais grupos (A, AR e AS1), os quais não

diferiram entre si. Estes achados estão de acordo com os de SMITH et a/. 55 (1992), os quais

observaram maior valor de resistência ao impacto para a resina Ll99 em comparação com a

resina AMC. Este fato pode ser explicado pela composição química da resina Ll99, a qual é

modificada com borracha55 HAYDEN (1986)29 avaliou a resistência à flexão de bases de

próteses confeccionadas com resinas acrílicas processadas com diferentes ciclos de

polimerização em água quente e microondas, e observou que o material modificado com

borracha (Lucitone 199) absorveu maior quantidade de energia antes da fratura. Além do

efeito da modificação por borracha, outro fator que possivelmente fez com que a técnica L

fornecesse valores superiores em relação às técnicas A e AS 1 é a velocidade de

polimerização da técnica com microondas. Isto porque HA YDEN ( 1986)29 afirma que devido

82

Page 89: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

à rapidez da polimerização em microondas, há uma presença maior de cadeias poliméricas

curtas (peso molecular baixo) na resina acrílica, o que levaria a valores inferiores de

resistência ao impacto das resinas polimerizadas por microondas.

O fato das técnicas com resina para microondas (A e AS!) não terem diferido da

técnica com resina autopolimerizável (AR) poderia ser explicado pela liberação do

monômero residual durante a armazenagem em água. Estudos têm mostrado que os níveis de

monômero residual são reduzidos quando se armazena a resina acrílica em água por períodos

de 6 ou 25 dias à temperaturas de so•c ou 37°C35, bem como na ausência de oxigênío1

s_

Desta forma, mesmo que as resinas autopolimerizáveis tivessem apresentado níveis

superiores de monômero livre após serem processadas, o que afetaria as propriedades

mecânícas do material5, tomando-a menos resistente que a resina AMC, estes níveis foram

possivelmente reduzidos pela armazenagem em água.

Adicionalmente, não foram observadas diferenças nos valores de resistência ao

impacto da resina Acron MC polimerizada em moldes de gesso e silicone. Provavelmente

pelo tipo de molde não influenciar os níveis de monômero liberado, como mostrado por

DEL BEL CURY et ai. (1999i9, os valores finais de resistência ao impacto dos grupos A e

ASI não diferiram.

Desta forma, os diferentes valores de resistência ao impacto encontrados foram

provavelmente induzidos pelas diferenças de estrutura molecular (moléculas curtas ou

longas, inter-cruzadas ou não) e da composição química (modificadas com borracha, no caso

da L 199) de cada material.

,/ Penetração e Recuperação Rockwe/l

A dureza de um material está diretamente relacionada à sua resistência de ser acabado

e polido, bem como de ser arranhado quando em uso. O acabamento e polimento de uma

prótese são de fundamental importância à estética final da mesma, e ranhuras podem

comprometer a resistência à fadiga do material, promovendo falha prematura do mesmo15

83

Page 90: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Apenas os grupos A (71 um) e AS (70 um) não diferiram entre si para o teste de

penetração Rockwell. Tal fato mostra que o molde de silicone não reduziu a dureza do

material AMC. DEL BEL CURY et al. 19 observaram que os métodos de inclusão silicone­

gesso e gesso influenciaram a dureza superficial da resina AMC apenas nos períodos iniciais

de 24 e 48 horas. Provavelmente neste estudo, diferenças de penetração Rockwell entre os

grupos A e AS poderiam ter sido observadas dentro deste periodo de análise, o qual não foi

avaliado.

No estudo de BECKER et al. (1977)9, o molde do tipo silicone-gesso forneceu

valores superiores de dureza Rockwell para a resina Lucitone, comparado com o

processamento em molde de gesso. Entretanto vale salientar que existem diferenças entre o

molde utilizado por estes autores e aquele utilizado neste estudo, principalmente no que

tange à quantidade maior de silicone presente neste último. A presença de maior quantidade

de silicone pode ter contribuído para uma diminuição da compressão da resina durante o

processamento, impedindo assim qualquer aumento nos valores de dureza.

Neste estudo, a penetração Rockwell da resina Ll99 (88 um) foi superior àquela da

resina AMC (ao redor de 70 um). De forma similar, SMITH et a/. 55 (1992) obtiveram valores

superiores de penetração (79 um) para a resina Ll99, comparado ao da resina AMC (74 um).

Tal fato pode ser explicado pelas diferenças de composição ente os dois materiais. Como a

resina Ll99 é modificada com borracha, o que lhe permite maior absorção de energia, como

observado no teste de impacto, a penetração Rockwell neste material tende a ser maior, dada

a flexibilidade e capacidade de absorção de energia do mesmo. Já a resina Acron MC, por

não ser modificada, apresenta estrutura mais rígida, o que permite uma menor penetração do

indentador. V ale o mesmo princípio exposto na seção do teste de resistência ao impacto: a

maior flexibilidade da resina Ll99 é útil em situações de absorção rápida de energia, como

em um teste de impacto. Já em situações de absorção lenta, o material mais rígido, no caso a

resina AMC, se comporta de maneira superior.

Quanto à recuperação Rockwell, apenas o grupo AR diferiu estatisticamente dos

demais, apresentando uma percentagem de recuperação de 75%. As demais percentagens

foram de 83, 86 e 86% para os grupos L, A e AS, respectivamente, os quais não diferiram

entre si. Apesar da resina autopolimerizável AMC-R ter apresentado média de recuperação

84

Page 91: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Rockwell estatisticamente inferior àquelas dos demais grupos, a mesma está próxima das

médias de recuperação observadas encontradas por SMITH et a/. 55 (1992) para as resinas

Ll99 (75%) e AMC (73%) polimerizadas em moldes de gesso.

,/ Sorção de água e solubilidade

A sorção de água de um material é a quantidade de água absorvida na superfície ou

no interior do mesmo durante o seu processamento ou quando em serviço. As resinas

acrílicas tendem a absorver quantidades elevadas de água, o que pode gerar alterações

dimensionais e deformações significativas do material1s. A ISO/FDIS 156731 recomenda que

as resinas acrilicas apresentem valores de sorção de água inferiores a 32 J.Lg/mm3, e valores

de solubilidade em água inferiores a 1,6 e 8,0 J.Lg/mm3, para resinas do tipo 1

(termopolimerizável convencional) e tipo 2 (resina autopolimerizável), respectivamente.

Todos os grupos avaliados apresentaram valores dentro destes limites.

Na comparação entre grupos, houve uma diferença estatisticamente significante

(p<O,OS) entre os pares de técnicas L-A e AR-AS para a propriedade sorção de água. Quanto

à propriedade solubilidade em água, não foram detectadas diferenças estatisticamente

significantes (p>O,OS).

A média inferior de sorção de água da resma autopolimerizável pode estar

relacionada a uma maior quantidade de monômero residual. De acordo com DIXON et ai.

(1991i0, o monômero residual das resinas acrílicas poderia afetar a absorção de água e a

expansão da mesma. Desta forma, uma vez que as resinas autopolimerizáveis tendem a

apresentar níveis maiores de monômero residual do que as resinas termopolimerizáveis15, os

valores reduzidos de sorção de água da resina AMC-R poderiam ter sido promovidos por

uma quantidade elevada de monômero residual presente neste material.

Além da resina autopolimerizável, a resina AMC processada em moldes de silicone

também apresentou valores estatisticamente inferiores de sorção de água, comparando-se

com a resina AMC processada em moldes de gesso e com a resina Ll99. Desta forma,

podemos concluir que o molde de silicone reduziu significativamente a absorção de água da

resina AMC. Tal fato poderia ser explicado pelo possível isolamento físico do molde de

85

Page 92: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

silicone, impedindo qualquer perda de monômero livre da massa de polímero. DEL BEL

CURY et al.(l999i9 encontraram valores estatisticamente superiores de monômero liberado

para resinas processadas em moldes de silicone, nos períodos de 24 h, 48 h e 72 h. Desta

forma, o monômero residual elevado teria conduzido a uma menor absorção de água do

material20 Já o processamento da resina AMC em moldes de gesso provavelmente forneceu

níveis inferiores de monômero residual, dado o aquecimento adicional da massa polimérica

advindo da água do gesso, bem como à possível perda de monômero livre para o molde de

gesso4

Assim sendo, podemos concluir que a polimerização da resina acrílica Acron MC em

molde de silicone afetou positivamente a sorção de água da mesma, e não influenciou sua

solubilidade em água.

-/ Estabilidade de cor

As alterações de cor das resinas acrílicas, quando em uso na cavidade bucal, podem

ser atribuídas às mudanças de temperatura, umidade, luz, solubilidade, degradação química

ou pigmentação extrínseca. O envelhecimento acelerado ocorrido no interior de uma câmara

climatizada é promovido pelas condições elevadas de temperatura, umidade e luz

ultravioleta, os quais provocam a oxidação do material65.

O sistema de cor CIE L *a*b* utilizado neste estudo descreve a cor dos materiais em

luz refletida. O parâmetro L* designa o brilho (ou valor) da amostra. As coordenadas a* e b*

descrevem os componentes cromáticos das cores detectadas. A coordenada a* corresponde

ao eixo vermelho-verde do espaço visual da cor. Valores positivos de a* relacionam-se à

quantidade de vermelho, e negativos, á quantidade de verde na cor do objeto. De maneira

similar, a coordenada b* corresponde ao eixo amarelo-azul do espaço visual. Valores

positivos de b* relacionam-se á quantidade de amarelo, e negativos, à quantidade de azul na

cor do objeto. O valor de cada cor pode ser descrito como uma combinação de dois valores

únicos descritos por a* e b* A magnitude dos valores de a* e b* está relacionada á

quantidade de cada valor presente no objeto65

86

Page 93: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Neste estudo, apenas as técnicas A e AS não diferiram. Tal fato mostra que o molde

de silicone não afetou a estabilidade de cor da resina AMC. Comparativamente, BECKER et

al. (1977l não encontraram diferenças na estabilidade de cor da resina Lucitone processada

em molde do tipo silicone-gesso e gesso somente.

O grupo Ll99 apresentou a menor média de Ll.E* Já a resina quinúcamente ativada

AMC/R apresentou a maior média de D.E*, mostrando assim a pior estabilidade de cor deste

estudo. Estes achados estão de acordo com os estudos de MAY et ai. (1996t2, os quais

observaram valores superiores de estabilidade de para resinas termopolimerizáveis,

comparados aos de resinas autopolimerizáveis. Segundo CRAIG et al. (1996)15, as aminas

aceleradoras presentes nas resinas autopolimerizáveis oxidam e geram produtos coloridos, os

quais prejudicam a estabilidade de cor das mesmas.

2. Reparo com resina para Microondas

Ao longo do uso, a resina acrílica das próteses removíveis pode fraturar58•66

,

tomando-se necessário o reparo das mesmas. Os materiais que podem ser utilizados são as

resinas termopolimerizáveis convencionais, as fotopolimerizáveis, as autopolimerizáveis e as

resinas ativadas por microondas. Segundo CRAIG15, a escolha do material de reparo será

deternúnada por três aspectos: o tempo necessário para se realizar o reparo, a resistência à

flexão obtida e a manutenção da estabilidade dimensional durante o reparo.

A literatura tem mostrado valores satisfatórios quanto às propriedades 1•2•

3•8•30

•37

•45

.48

•52

•55 das resinas acrílicas polimerizadas por núcroondas, em especial com

relação à resistência à flexão3,2

9,3°,

37'45

'48

'55

•59

, resistência ao impacto17•18

, dureza

superficial3,3°,3

7•48

•55

•59 e monômero residual1

2,17

•18 Tais achados encorajam a utilização destes

materiais em reparos de próteses removíveis .

./ Resistência à flexão

A resistência à flexão dos grupos L, A, AR e AS avaliados intactos foi de 70,8-80,6-

65,3 e 75,4 MPa, respectivamente. Todos os materiais diferiram entre si.

87

Page 94: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Contrariamente ao teste de impacto, a técnica L apresentou valores de resistência à

flexão inferiores àqueles da técnica A. Tal fato pode ser explicado pela natureza de cada

teste. Diferentemente do teste de impacto, de natureza dinâmica, o teste de resistência à

flexão é estático, pois a energia a ser absorvida é induzida de forma lenta pela máquina de

ensaio (velocidade de 5 mm/rnin). Uma vez que a adição de borracha na resina Ll99 tem

como função melhorar a resistência da prótese contra quedas e choques repentinos, situações

estas mais próximas àquela simulada por um teste de impacto, a resina L199 se comportou

melhor que a resina AMC no teste de impacto.

De maneira semelhante, SMITH et ai. 55 encontraram valores superiores de resistência

à flexão para a resina AMC (92 MPa) comparado à resina Ll99 (78 MPa) polimerizada a

74°C por 9 horas. Entretanto, RACHED & DEL BEL CURY (1999)47 obtiveram valores

estatisticamente iguais de resistência à flexão dos materiais Lucitone 550 (92 MPa) e AMC

(108 MPa). Vale lembrar, contudo, que o material Lucitone 550 difere do material Ll99 por

ser este último modificado com partículas de borracha. Da mesma forma, LEVIN et al.

(1987i7 e REITZ et ai. (1985)48 encontraram valores semelhantes de resistência à flexão

para materiais polimerizados em banho de água quente e em microondas, ressaltando-se

novamente as diferenças entre os materiais avaliados nesses estudos e no presente.

STANFORD et al. (1955)56 observaram que nenhuma das resinas autopolimerizáveis

avaliadas apresentaram valores de resistência à flexão de acordo com aqueles estabelecidos

pela especificação da A.D.A para esses materiais. Neste estudo, apesar dos menores valores

de resistência apresentados pela resina AMC/R, este material se enquadrou dentro das

exigências de resistência à flexão requeridas pela ISOIFDIS 156731 para resinas acrílicas. Da

mesma forma, todos os demais grupos testados apresentaram valores de resistência

recomendados por esta organização.

Considerando as técnicas de reparo realizadas em amostras confeccionadas com

resina L199, os resultados mostraram que a técnica AS diferiu estatisticamente das demais, e

estas últimas não diferindo entre si. Podemos inferir por estes resultados que a polimerização

da resina AMC pela técnica AS (SOOW/1 rnin.-OW/lmin.-SOOW/1 min.) não forneceu uma

resistência aceitável.

88

Page 95: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Adicionalmente, vale observar que em espécimes confeccionados com resina AMC,

ambas as técnicas de molde de silicone apresentaram valores inferiores de resistência, não se

diferindo entre si. Isto mostra que, apesar do aumento no tempo de polimerização de AMC,

diferença entre as técnicas AS e AS~, os valores finais de resistência permaneceram

constantes.

Desta forma, houve uma interação significativa dos fatores Reparo-Material da base.

A técnica de reparo AS1 mostrou resultados estatisticamente superiores de resistência à

flexão quando realizada em espécimes confeccionados com resina Ll99, comparado quando

realizada em espécimes confeccionados com AMC. Tal fato mostra que a polimerização por

três minutos em microondas do material reparador afeta a resistência final do espécime

reparado apenas quando o material da base é a resina termopolimerizável L199. Já a técnica

AS promoveu valores baixos, indiferente do tipo de material de base utilizado.

Neste estudo, o reparo com a resina autopolimerizável apresentou valores de

resistência estatisticamente iguais àqueles realizados com os materiais termopolimerizáveis

(Ll99 e AMC). Da mesma forma, POLYZOIS et ai. (1995)46 encontraram valores

semelhantes de resistência à flexão entre espécimes confeccionados com resma

termopolimerizável e reparados com esta mesma resma ou com uma resina

autopolimerizável.

Diante do exposto, pode-se afirmar não haver vantagem distinta, em termos de

resistência, e dentro dos resultados deste estudo e de POL YZOIS46, de se reparar próteses

utilizando resina termopolimerizável convencional ou de microondas, uma vez que as resinas

autopolimerizáveis têm mostrado resistência satisfatória.

A técnica de reparo AS apresentou os menores valores de resistência à flexão, com

exceção de AS1 em espécimes confeccionados com AMC. Em contrapartida, os resultados

positivos dos demais testes mostram que a polimerização da resina AMC em moldes de

silicone não alterou suas propriedades fisico-químicas. Em adição, temos o estudo de DEL

BEL CURY et al. (1999i9, no qual os métodos de inclusão silicone-gesso e gesso não

afetaram a resistência à flexão da resina AMC testada intacta.

Isto nos leva a sugerir que o uso de moldes de silicone em reparos com a resina

AMC não é eficaz, apesar de sua efetividade em polimerizar este material em situações que

89

Page 96: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

não de reparo. Duas explicações são cabíveis para tal fenômeno: a pressão e o calor gerados

durante o processamento.

Sabe-se que a pressão é um fator importante para se obter reparos eficientes26 e

amostras livres de porosidade. Como exemplo deste último fato, MOLNAR et a/43 (1968)

obteve espécimes com porosidade quando confeccionados em moldes rígidos, ao passo que

aqueles confeccionados nos moldes com silicone apresentaram-se completamente ou, em

alguns momentos, quase livre de porosidades. Os espécimes deste estudo apresentaram-se

livres de porosidade visual, o que provavelmente foi resultado de uma pressão efetiva gerada

no interior do molde de silicone. No entanto, esta mesma pressão foi, provavelmente,

insuficiente para permitir uma difusão eficiente da resina para o interior do material da base,

o que poderia ter promovido resultados mais satisfatórios de resistência.

Outro fator a ser observado é a quantidade de calor possivelmente gerada no interio

da massa pela polimerização do material reparador. Sabe-se que o aquecimento por

microondas é do tipo dielétrico, no qual o calor é gerado na própria massa a ser irradiada.

Isto porque moléculas polares, como água e o monômero da resina acrílica, vibram a bilhões

de ciclos por segundo quando expostas a um campo eletromagnético de microondas. Esta

vibração provoca choques intermoleculares, os quais geram calor17 Desta forma, se o

aquecimento por microondas é dependente da própria vibração molecular do material a ser

aquecido, então o calor gerado pelo material será diretamente proporcional à quantidade de

massa do mesmo, uma vez que um maior número de moléculas se chocarão e gerarão calor.

A quantidade de resina acrílica utilizada para o reparo dos espécimes neste estudo foi menor

que àquela utilizada na confecção dos espécimes intactos. Este fato pode ter levado a um

menor aquecimento de todo o conjunto, conduzindo assim a uma polimerização incompleta

do material e a presença de valores baixos de resistência de reparo.

Outro ponto importante a comparar são os valores de resistência de reparo obtidos

neste estudo e nos den!ais encontrados na literatura. RACHED & DEL BEL CURY'7

encontraram valores de resistência à flexão entre 86 a 98 MPa para amostras confeccionadas

com resina Lucitone 550 e reparadas com Acron MC após diferentes tratamentos químicos

prévios. POLYZOIS et al (1995)46 obtiveram valores ao redor de 13, 21-34, 40-44 MPa

para reparos realizados com resina autopolimerizável, termopolimerizável convencional e

90

Page 97: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

polimerizável por microondas, respectivamente. Este estudo obteve valores de resistência à

flexão de 71, 68, 62 e 50 MPa para espécimes confeccionados com resina LI99 e reparados

respectivamente com as técnicas L, A, AR e AS, e 71, 66, 65 e 50 MPa para espécimes

confeccionados com resina LI99 e reparados com estas mesmas técnicas. Estes valores são

superiores àqueles obtidos por POL YZOIS e inferiores àqueles encontrados por RACHED &

DEL BEL CURY. Provavelmente diferentes tipos de materiais e protocolos experimentais

conduziram à estas variantes.

O efeito real da água sobre a resistência de união de resinas têm sido questionado.

DAAR-ODEH et. al (I997) não observou diferenças de resistência de reparo com resina

autopolimerizável entre espécimes armazenados por 1 hora, 1 dia e I mês. Entretanto,

diferenças foram observadas no reparo realizado com resina fotopo1imerizável. CUCCI et a!.

(I999)16 avaliaram o efeito da armazenagem em água na resistência de união de duas resinas

autopolimerizáveis a uma resina termopolimerizável convencional. Uma das resinas

(Duraliner II) apresentou redução significativa na resistência de união após armazenagem de

30 dias. Neste estudo, as amostras foram reparadas e testadas após 7 dias de armazenagem

em água. O protocolo experimental da mesma não permite definir se houve um efeito

significativo da água sobre a qualidade do reparo, considerando-se a resistência à flexão,

uma vez que testes mecânicos imediatos não foram conduzidos.

Neste estudo, a resistência dos espécimes confeccionados com resma L199 e

reparados com as técnicas L, A, AR e AS foram, respectivamente, 99"/o, 98%, 90% e 70%

daquela observada para os espécimes de L199 testados intactos. A única percentagem

estatisticamente significante em relação ao material Ll99 intacto foi a da técnica AS (70% ),

mostrando que todos os procedimentos de reparo afetaram a resistência da amostra intacta.

Os espécimes confeccionados com a resina AMC e reparados com as mesmas técnicas

mostraram valores de resistência de, respectivamente, 88%, 83%, 81% e 64%. Todas estas

percentagens foram estatisticamente significantes em relação ao valor I 00% do material

AMC testado intacto. Achados da literatura mostram que os valores de resistência do reparo

com resinas termopolimerizável e autopolimerizável são, respectivamente, de 75%36 a

80%56, e 600/oll·56 a 65%36 da resi~ência do material de base. Neste estudo, os valores de

resistência à flexão dos reparos realizados com a resina termopolimerizável convencional e

91

Page 98: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

autopolimerizável foram próximos ou superiores àqueles relatados por estes autores36•56 Tal

achado evidenciou não só a superioridade do reparo com resina convencional, mas também

daquele realizado com resina autopolimerizável, com relação aos valores estabelecidos na

literatura. RACHED & DEL BEL CURY'7 avaliaram a resistência à flexão de espécimes

confeccionados com resina Lucitone 550 e reparados com resina Acron MC, após diferentes

técnicas de tratamento superficial, incluindo a utilização de acetona como solvente, da

mesma maneira conduzida neste estudo; foram encontrados valores de resistência de reparo

ao redor de I 00% da resistência à flexão do material de base testado intacto. Neste estudo, o

reparo com resina Acron MC possibilitou percentagens de resistência de reparo de 83% e

98% para espécimes confeccionados com resina AMC e Ll99, respectivamente. Apesar de se

esperar que o reparo apresente maior resistência quando os materiais da base e reparador são

semelhantes quimicamente, a maior percentagem de resistência de reparo foi obtida na

associação Ll99- AMC.

De uma forma geral, o sucesso de um reparo está intimamente ligado ao fenômeno da

adesão 53. A superficie das resinas acrilicas pode ser dissolvida através de substâncias

químicas apropriadas, processo que altera significativamente a sua morfologia e

propriedades químicas, melhorando a adesão entre a resina da base e a resina reparadora 4J

Segundo CAGLE14, o ato de tornar rugosas as superficies que serão unidas é um

método padrão para aumentar a adesão e aparentemente aumentar a área de superficie, o que

promoveria um aumento nas forças de atração do tipo Van der Walls.

Entretanto, segundo SHEN53, este aumento na área de superficie poderia cnar

microespaços e projeções os quais poderiam reduzir a resistência final do reparo. Esta textura

da superficie poderia ser planificada dissolvendo-se o PMMA.

O monômero de MMA tem sido utilizado como solvente em estudos científicos de

reparo de próteses6'7.38

•47

•6

J Entretanto, tem-se observado que esta substância não é um

solvente forte para o PMMA53, seja quando aplicado com pincél ou por imersão, não

removendo as irregularidades e projeções da superficie47 Em vista disso, váríos estudos

têm avaliado a eficácia de outras substâncias no tratamento químico prévio ao reparo ou

reembasamento, citando como exemplo "primers" especiais6.3

8 e solventes universais tais

como o clorofórmio e a acetona 47.

92

Page 99: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

A acetona tem fornecido resultados aceitáveis em procedimentos de reparo

laboratoriais que envolvam dissolução de PMMA47, uma vez que este polímero apresenta

estrutura linear4 Neste estudo foi optado o tratamento químico com acetona, visto que em

estudo anterior os mesmos autores obtiveram as maiores percentagens de resistência à

flexão quando espécimes a serem reparados recebiam tratamento químico com acetona

previamente ao procedimento de reparo47.

As falhas observados foram do tipo coesiva e adesiva com finalização coesiva no

material reparador, como descrito por SHEN et al. (1984i3. As falhas coesivas ocorreram

exclusivamente no material reparador. A técnica L mostrou maior percentagem de falhas

coesivas: 67-83%. A técnica A promoveu fraturas coesivas em 50% dos espécimes

confeccionados com resina Ll99, e em 16,7% daqueles confeccionados com resina AMC.

Nos grupos AR e A, os tipos de falhas encontradas foram na grande maioria adesivas com

finalização coesiva no material reparador (83-100%). POLYZOIS et a!. (1995)46 observaram

apenas falhas adesivas em reparos conduzidos com resina autopolimerizàvel, polimerizàvel

por microondas e terrnopolimerizàvel convencional. Em 1970, HARRISON &

STANSBURRY28 obtiveram falhas coesivas em apenas 20% dos espécimes com união em

topo, o mesmo tipo de união usada neste estudo. SHLOSBERG et a!. (1989)54 obtiveram

apenas falhas adesivas em reparos com uma resina autopolimerizàvel e polimerizada por

microondas. Segundo estes autores, a maior freqüência de falhas adesivas indica a maior

importância da resistência de união entre os materiais de base e reparo, do que a resistência

original deste último isoladamente. Esta premissa também é válida neste estudo, uma vez que

a grande maioria das falhas foram adesivas.

Outro aspecto importante é que não foi observada porosidade no material AMC

quando este foi utilizado no reparo, tanto polimerizado em moldes de gesso quanto em

moldes de silicone. Tal fato pode ser explicado pela formulação da resina AMC, a qual é

específica para uso com microondas. SANDERS et al. (1987i2 observou que, dentre as

resinas avaliadas, somente aquela fabricada para cura em microondas apresentou baixa

porosidade, concluindo assim a importância de selecionar a resina apropriada para cada

método de polimerização. BAFlLE et al. (1991)8, comparando a porosidade entre resinas

acrilicas polimerizadas com energia de microondas e resinas acrílicas terrnopolimerizàveis

93

Page 100: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

convencionais, demonstraram a efetividade de um líquido modificado à base de trietileno e

tetraetileno (Justi microliquid), bem como de um ciclo longo e de baixa potência (1 O minutos

a 225 watts em microondas) na prevenção de poros. ALKHATIB et a!. (1990)3 também não

observaram porosidade na resina AMC. BRAUN (1997i2 estudaram a influência da

estrutura metálica de uma prótese parcial removível sobre a efetividade de polimerização da

resina acrílica em contato com este metal, e concluíram que a energia de microondas pode

ser utilizada para a polimerização efetiva da resina acrílica contendo metal no seu interior.

Segundo os autores, as resinas convencionais, quando polimerizadas através da energia de

microondas, apresentaram maior quantidade de poros, justificando novamente o emprego de

resinas especiais em microondas.

-/ Adaptação

O teste de adaptação teve como finalidade simular em laboratório uma situação

clínica de assentamento de urna prótese total sobre um rebordo desdentado. O registro do

espaço existente entre a prótese e o rebordo por meio de material para moldagem permitiu

avaliar e comparar os diferentes padrões de adaptação das próteses antes e após o reparo.

Os resultados deste teste mostraram que os fatores 'Material da Base", e a interação

"Material da Base-Reparo" não influenciaram estatisticamente os resultados. Isto mostra que

não houve influência significativa do material da base na adaptação final após o reparo,

considerando as técnicas avaliadas. Tal fato invalida a idéia de que deve-se reparar uma

prótese com um material de mesmo processo de polimerização àquele utilizado no

processamento da base, para se atingir resultados satisfatórios de adaptação. Citamos como

exemplo o estudo de AL-HANBALI et a!. (199ll Estes autores avaliaram a adaptação de

bases de próteses confeccionadas em resina acrílica e polimerizadas convencionalmente em

banho de água quente com dois ciclos distintos (7 horas a 70°C+3 horas a JOo•c; lOOOC por

20 minutos.), ou em fomo de microondas (65 watts durante 3 minutos). Após terem a

adaptação mensurada, as bases foram submetidas a um segundo ciclo de cura semelhante ao

primeiro, com exceção do grupo polimerizado em ciclo longo, em que se utilizou um outro

ciclo de cura (12 horas a 65°C). Houve diferenças entre o primeiro e segundo ciclo de cura

94

Page 101: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

para todos os métodos estudados, apesar do ciclo de polimerização em microondas ter

provocado um distorção menor comparado com o ciclo curto de polimerização em banho de

água quente. Este fato mostra que, mesmo submetendo uma base a um ciclo de

polimerização semelhante àquele utilizado na confecção da mesma, distorções nesta são

passíveis de ocorrer. O delineamento experimental deste estudo não nos permite concluir até

que ponto o ciclo de polimerização do material reparador afetou, isoladamente, a adaptação

final da prótese, induzindo distorções na base da mesma. Para tal, seria necessàrio submeter

as próteses a um segundo ciclo sem no entanto estarem fraturadas, pois desta forma poderia

ser observado isoladamente o efeito do fator "ciclo de processamento" sobre a adaptação da

prótese.

Entretanto, houve influência estatisticamente significante do fator "Reparo". A

técnica AMC/R diferiu das demais, e estas não diferiram entre si. Tal resultado mostra a

superioridade de adaptação da técnica de reparo com resina autopolimerizàvel, a qual

promoveu melhores resultados de adaptação provavelmente pelo fato da mesma não gerar

calor. Isto evita a liberação de estresse residual presente no material da base, inserido durante

a confecção da mesma, reduzindo assim a distorção da dentadura 15 Já as técnicas

convencional e com microondas geram quantidades de calor superiores durante o ciclo de

polimerização, seja pela reação exotérmica do material reparador, seja pelo efeito da energia

de microondas ou do banho de água quente sobre o conjunto mufla-revestimento-prótese.

Estes fatores promovem uma liberação do estresse residual do material da base, promovendo

maior distorção da mesma. Além deste fato, é sabido que as resinas autopolimerizàveis

expandem ao redor de 0,3% quando armazenadas em àgua, compensando quase que

completamente a contração de polimerização de 0,3%15 Contudo, tal comportamento das

resinas autopolimerizáveis não se justifica por uma maior absorção de água das mesmas, já

que estas apresentam valores de tal propriedade próximos àqueles das resinas

termopolimerizáveis convencionais, como relatado por CRAIG et ai. (1996)15. O que ocorre

é que, considerando as resinas autopolimerizáveis, a compensação da contração de

processamento promovida pela expansão gerada pela armazenagem em água é

proporcionalmente mruor comparado à compensação sofrida pelas resmas

95

Page 102: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

termopolimerizáveis convencionais. Isto porque estas últimas contraem mais termicamente

após processadas, o que minimiza os efeitos expansivos positivos da armazenagem em água.

O fato do molde de silicone não ter afetado a adaptação final das próteses é concorde

com os resultados de MARCROFT et al. (1964t1, os quais mostraram que a silicone é um

material de precisão aceitável quando utilizado sob condições normais de laboratórios de

prótese, e que, uma vez que a mufla é aberta, o material inicia um processo de alterações

dimensionais semelhantes àquelas que ocorrem nos materiais de impressão quando estes são

deixados ao ar livre. Os autores observaram uma contração leve do molde de silicone após a

abertura da mufla e a exposição do mesmo ao ar livre por uma hora; a inclusão do molde em

banho de água fervente produziu uma contração adicional pequena do molde. Nesse estudo,

o tempo médio de exposição do molde de silicone ao ar livre foi de 20 minutos, tempo

suficiente para o preparo da região do reparo com broca e inserção do material reparador.

Este tempo é bem menor que a média de 1 hora e 30 minutos do trabalho de MARCROFT et

al. (1964t1

SADAMORI et ai. (1994i1 sugerem que a estabilidade e a adaptação dimensional de

próteses confeccionadas com resina acn1ica podem ser influenciadas pelo processo de cura,

espessura das bases, formato e tamanho das próteses. Neste estudo, utilizou-se um molde de

silicone para a replicação das próteses em cera. Isto possibilitou uma homogeneização da

espessura, formato e tamanho das próteses. Com relação ao processo de cura, foi conduzida

uma comparação do peso do material de moldagem da fase inicial de todas as próteses

confeccionadas com L199 ou AMC. As médias e desvios-padrão obtidos foram 1,06 (0,17) e

1,01 (0,14) para as próteses cujas bases foram confeccionadas com resina L199 e AMC,

respectivamente. A análise estatística destes dados mostrou não haver diferença significante

(p<O,OS) entre estes dois grupos. De maneira semelhante, LEVIN et a/.31 (1987) não

encontraram diferenças na adaptação de bases de próteses confeccionadas com resinas

polimerizadas em banho de água quente ou em microondas. DYER & HOWLETT (1994i2

compararam a estabilidade dimensional de bases de prótese confeccionadas com duas resinas

acrilicas, sendo uma termopolimerizável convencional modificada (curada em ciclo rápido

de 22 minutos a 100°C) e outra curada em microondas (500 W por 3 minutos). Concluiu-se

que não houve diferenças entre os valores de adaptação das bases processadas com estas duas

96

Page 103: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

resinas. V ale lembrar as diferenças entre os ciclos de polimerização utilizados em cada

estudo. Neste estudo, o ciclo foi mais longo e com menor temperatura, comparado ao do

estudo de DYER & HOWLETT.

,r Distância horizontal

Além da manutenção da adaptação, uma técnica de reparo eficiente deve gerar

alterações mínimas no padrão oclusal da prótese, de modo a promover conforto e eficiência

mastigatória ao paciente. A avaliação da distância horizontal entre os dentes permitiu

estimar, parcialmente, a alteração do padrão oclusal das próteses após o procedimento de

reparo.

Os resultados do teste mostraram não haver influência estatisticamente significante

dos fatores "Material da Base" e a interação "Material da Base-Reparo". Da mesma forma

que para o teste de adaptação, tal achado mostra que o tipo de material da base da prótese, e a

interação deste com o material reparador, não determina o sucesso do procedimento de

reparo.

Entretanto, houve uma influência estatisticamente significante do fator ''Reparo" na

alteração da distância horizontal entre cada par específico de dentes.

A técnica AR apresentou médias negativos em todas as mensurações, indicando que

esta técnica promoveu uma redução da distância entre os pontos avaliados. Já as demais

técnicas apresentaram, na grande maioria, médias positivas. Tais achados não estão

concordes com a descrição de CRAIG et a/. (199Si5, a qual relata uma percentagem de

alteração dimensional positiva ( +0,2%) da distância inter -molares para reparos com resina

autopolimerizável convencional, e negativa (-0,3%) para reparos com resina termicamente

ativada a 73,5°C.

Estes dois padrões das distâncias horizontais encontrados, negativo e positivo, podem

ser explicados por três fenômenos: contração de polimerização da resina reparadora,

contração térmica da resina da base e alteração dimensional da resina reparadora pela sorção

em água durante a armazenagem.

97

Page 104: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Sabe-se que as diferenças na proporção pó-líquido influenciam na contração de

polimerização final das resinas acrilicas15 Desta forma, uma resina com menor proporção

pó-líquido apresenta maior contração de polimerização do que uma resina que tenha esta

proporção superior. Se avaliarmos os resultados das mensurações horizontais na Tabela 33

do apêndice, observamos que as técnicas de reparo que apresentaram o maior número de

valores negativos foram, na ordem, a técnica AR, L e A. A proporção pó-líquido das resinas

envolvidos nestas técnicas (AMC-R, Ll99 e AMC) é de, respectivamente, 1,43, 2,10 e 2,32,

o que valida o raciocínio exposto acima.

As resinas acrilicas polimerizadas e submetidas a um ciclo de desinfecção em

microondas tendem a contrair, fato passível de ocorrer durante um procedimento de reparo

em microondas. Tal contração pode variar dependendo da topografia e volume das amostras,

podendo ser mínima, na ordem de 0,02 a 0,03%13, ou expressiva, atingindo valores de

0,8%58, quando da utilização de amostras com forma e tamanho próximos aos de uma prótese

total. Neste estudo, uma contração da magnitude desta última provavelmente ocorreu no

material da base das próteses submetidas ao reparo em microondas. Esta contração, por ser

localizada em cada fragmento da prótese fraturada, permitiu um distanciamento entre os

pontos de mensuração, ao contrário de uma aproximação, como a lógica nos faz pensar. Isto

porque como os fragmentos das próteses estão fisicamente separados, já que o material

reparador se apresenta na fase plástica durante todo o processo de polimerização, cada

fragmento contrai e se distancia um do outro, promovendo um distanciamento real entre os

pontos.

A sorção de água pode ter influenciado as distâncias horizontais das próteses totais,

uma vez que a resina acrílica se expande quando armazenada em água32•67 Neste estudo, a

resina AMC-R apresentou os menores valores de sorção de água, o que nos leva a deduzir

que a mesma, quando utilizada no procedimento de reparo, apresentou uma menor expansão

após a armazenagem. Tal fato teria contribuído para uma menor expansão do material de

reparo, aumentado assim as chances da existência de percentagens de mensuração horizontal

negativas.

Alguns achados chamaram a atenção. As técnicas de reparo L e A apresentaram,

assim como a técnica AR, valores negativos de alteração horizontal. As técnicas de reparo

98

Page 105: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

AR e AS diferiram apenas na medição 11-21. Entretanto, estes valores negativos e estas

diferenças encontradas foram limitadas a apenas algumas distâncias avaliadas.

Provavelmente a inter-relação complexa dos fatores contração de polimerização, térmica, e

sorção de água, já citados, levou a padrões de alteração horizontal atípicos em alguns casos.

GOODKIND & SCHULTE (1970)25 avaliaram a estabilidade dimensional de

próteses empregando-se a técnica fluída e a técnica de compressão do molde. Medições

foram realizadas no modelo metálico e nas próteses confeccionadas, e as distâncias

comparadas. Os pontos demarcados estavam presentes na região de molares e incisivos

centrais, semelhantes aos deste estudo. As diferenças percentuais encontradas variaram de

O, 11% a 0,38%, próximas as percentagens encontradas neste estudo. Segundo os autores, tal

magnitude de distância seria difícil de ser detectada clinicamente. Entretanto, vale lembrar

que estes autores citados utilizaram apenas resina autopolimerizável na confecção das

próteses. MAINIERI et al. (198ül9 avaliaram a quantidade e direção da movimentação

dentária de próteses totais confeccionadas com resina termopolimerizável e processadas com

as técnicas silicone-gesso e somente gesso. A alteração dimensional da resina também foi

avaliada. Os resultados mostraram que o processamento com silicone-gesso promoveu uma

movimentação dentária mais evidente para o lado lingual e os dois métodos forneceram

alterações dimensionais semelhantes na base das próteses.

Além das diferenças percentuais encontradas, é importante salientar as diferenças

reais (em mm) observadas, as quais foram, em todos os grupos, inferiores a um décimo de

milímetro. ZANI & FONTERRADA (1979t9 encontraram valores reais de alteração de

distâncias entre incisivos e molares próximos ou maiores que aqueles deste estudo,

avaliando o efeito de diferentes materiais de separação para processamento de próteses totais.

As diferenças variaram de -0,0229 mm a -0,147 mm quando o material Cel-Lac foi

utilizado, e -0,050 mm a -0,419 mm quando silicone foi utilizado. Da mesma forma,

W ALLACE et al(1991)64 encontraram diferenças menores que um décimo milímetro nas

diferenças das distâncias entre pontos localizados no interior da base das próteses

confeccionadas com energia de microondas ou banho de água.

Vale salientar que este estudo avaliou a movimentação em bloco do padrão oclusal,

uma vez que a prótese, apesar de fraturada ao meio, ainda apresentava os dentes ancorados

99

Page 106: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

na resina da base. Esta movimentação em bloco difere da movimentação individual de cada

dente artificial quando do processamento de uma prótese total, como avaliado no estudo de

ZANI & FONTERRADA (1979t9, ou do distanciamento de pontos localizados no interior

da base da prótese, como nos estudos de MARCROFT et a!. (1961)40, GOODKIND &

SCHULTE (1970i5, WALLACE et a/.(1991)64

As comparações descritas acima mostram que as alterações no sentido horizontal do

plano oclusal após os procedimentos de reparo estudados são semelhantes àquelas

observadas durante o processamento convencional ou por microondas de próteses totais,

sugerindo assim uma possível aceitação clínica de tais técnicas de reparo.

,/ Altura

A determinação da altura das cúspides dos dentes teve como objetivo observar as

possíveis movimentações dos mesmos provocadas pelo procedimento de reparo. Tais

movimentos poderiam alterar o plano oclusal da prótese, gerando instabilidade da prótese

quando em função.

A análise estatística dos resultados mostrou não haver diferença estatisticamente

significante entre as técnicas de reparo estudadas. Desta forma podemos dizer que técnica

com molde de silicone e resina Acron MC, juntamente com as técnicas Ll99 e AMC,

promoveram uma alteração vertical do plano oclusal comparada àquela da técnica com a

resina autopolimerizável.

MARCROFT et al. (1961)40 encontraram variações no sentido vertical de próteses

processadas em moldes de silicone, gesso e silicone-gesso. Inicialmente, observou-se que a

abertura vertical foi menos acentuada nas próteses processadas em moldes de silicone e cujas

bordas incisais e oclusais dos dentes estavam próximas à tampa da mufla metálica (3 a 5

mm). Desta forma, as próteses restantes foram confeccionadas em moldes de silicone

envolvidos por gesso Paris, denominados de moldes de gesso-silicone. A exatidão obtida

com os moldes de gesso-silicone foi marcadamente superior àquela obtida com moldes de

gesso. Neste estudo, a constituição dos moldes de silicone aparenta ser semelhante àquela

dos moldes do estudo de MARCROFT, no qual o gesso Paris, ao circundar o molde de

100

Page 107: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

silicone, permite uma espessura menor da mesma, o que toma o conjunto molde-prótese mais

estável. Provavelmente por este motivo não foram observadas diferenças quanto às alterações

de altura dos dentes entre as técnicas de processamento estudadas.

De maneira semelhante, TUCKER & FREEMAN (1971)60 também não encontraram

diferenças significativas de aumento de dimensão vertical entre os métodos de

processamento de próteses totais com moldes de gesso ou silicone-gesso. UETI & MUENCH

(1974t2 relatam que o uso da clássica muralha de gesso, ou sua substituição pela silicone,

conduzem a resultados semelhantes quanto às alterações dimensionais da resina acrílica.

BECKER et al. (1977)10 estudaram a quantidade e direção da distorção do palato e das

flanges, bem como a movimentação dos dentes, de próteses processadas com três técnicas

diferentes, dentre elas as técnicas de molde de silicone-gesso e gesso isoladamente; nenhuma

técnica mostrou qualidade superior em relação ás demais.

Porém é importante salientar que, ao contrário dos estudos de TUCKER &

FREEMAN (1971)60 e BECKER et al. (1977)10, qualquer movimentação no sentido vertical

do plano oclusal ocorrida neste estudo foi conseqüência de uma movimentação em bloco dos

dentes, fixos à base da prótese, e não uma movimentação unitária de cada dente artificial, o

que provavelmente ocorreria em um estudo corno o daqueles autores.

A ausência de diferenças entre as alturas dos dentes evidencia a estabilidade das

técnicas de reparo no que tange à manutenção da relação vertical entre as partes fraturadas.

Isto possivelmente contribui para uma maior estabilidade intra-bucal da prótese total, uma

vez que a continuidade da superfície interna da mesma para com os tecidos moles será

mantida, além da manutenção da harmonia da relação oclusal entre as arcadas superior e

inferior.

Entretanto, vale ressaltar que os estudos laboratoriais são limitados em predizer com

exatidão o sucesso clínico de determinada técnica ou restauração dental.

101

Page 108: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

CONCLUSÕES

Diante do exposto, pode-se concluir que:

1) A resina Lucitone 199 polimerizada pela técnica L apresentou a maior resistência ao

impacto.

2) As demais resinas polimerizadas pelas técnicas estudadas não diferiram quanto à

resistência ao impacto.

3) O molde de silicone não afetou a penetração Rockwell e a estabilidade de cor da

resina Acron MC.

4) O molde de silicone afetou a sorção de água da resina Acron MC.

5) A interação dos fatores "material da base-técnica de reparo" não influenciou a

adaptação final das próteses.

6) A técnica de reparo com resina autopolimerizável permitiu a melhor adaptação final

das próteses e diferiu das demais técnicas, sendo estas iguais entre si.

7) A interação dos fatores "material da base-técnica de reparo" não promoveu

alteração do plano oclusal no sentido horizontal.

8) O fator "técnica de reparo" promoveu alteração do padrão oclusal no sentido

horizontal.

9) Nenhum fator promoveu alteração do padrão oclusal no sentido vertical.

103

Page 109: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

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113

Page 118: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

ANEXOS

)' Parte 1

1. Resistência ao Impacto Izod

Tabela 20: Resultados do teste de Impacto lzod para todos os espécimes.

L A AR AS,

14,3 9,9 5,5 5,0

o 12,9 ..c

6,9 6,8 5,6

~ 13,4 10,2 5,0 5,2 <!)

e 12,1 7,8 7,2 5,5 o u 124 , 7,1 6,7 4,5

14,1 8,5 6,5 5,2

1,6 0,7 1,0 1,1

o 0,8 1,2 0,7 0,8 ..c .g 1,0 0,8 0,7 1,0 <!)

e 1,3 1,0 1,0 0,6 <!)

r:Fl 1 3 , 0,9 1,0 0,9

1,7 0,8 1,0

115

Page 119: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

2. Penetração e Recuperação Rockwell

Tabela 21: Resultados do teste de penetração (um) e recuperação(%) Rockwell.

L A AR AS1

89.3 70.3 116.3 71.3

87.3 67.3 84.3 68.3 o ... o- 86.3 70.3 114.3 70.3 e -., 89.3 72.3 106.3 71.3 c ., ~

86.3 74.3 99.3 70.3

92.3 72.3 103.3 71.3

83.2 87.2 70.8 86.0

o ... 82.8 89.6 88.1 89.8 o-

82.6 87.2 72.0 .. 85.8 .... ., (:>.

87.6 ::l 84.3 71.8 86.0 o ., ~ 83.8 83.8 74.8 87.2

81.6 86.2 72.9 86.0

3. Sorção e solubilidade em água

Tabela 22: Resultados do teste de sorção de água (J,.Lg!mm\

L A AR AS,

29,6 29,9 21,7 21,6

28,9 29,0 21,6 21,6

28,4 29,0 20,5 22,8

31,1 26,7 19,9 21,2

26,6 28,3 19,6 23,1

29,8 27,8 22,0 20,1

116

Page 120: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Tabela 23: Resultados do teste de solubilidade em água (j.!g/mm3).

L A AR AS1

0,57 0,69 0,82 0,90

0,45 0,62 0,46 1,67

0,65 0,29 1,01 2,16

1,41 0,20 0,72 0,38

0,46 0,20 0,67 0,45

0,98 0,43 0,36 0,31

../ Estabilidade de cor

Tabela 24: Resultados do teste de estabilidade de cor (L:. E*).

L A AR AS1

2,3 2,5 4,3 2,9

N 2,2 3,1 4,5 2,7

e ~2,1 -"

2,7 4,9 2,7

~ 2,1 3,1 4,5 2,7 -2,2 3,3 4,6 2,8

1,9 3,2 4,8 2,8

2,7 3,7 4,8 4,6

N 2,8 4,4 5,0 4,2

e ~2,7 4,2 5,1 3,8

g 2,6 4,4 5,0 4,3 "' 2,8 4,6 5,2 4,1

2,5 4,5 5,2 4,3

3,2 4,9 5,3 5,9

3,3 5,7 5,5 5,4 N e 5,2 5,7 4,8 :-;::;. 3,3 -" ~ 3,2 5,3 5,5 5,5 ....

3,5 5,6 5,6 5,2

3,0 5,3 5,7 5,4

117

Page 121: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

:;.. Parte 2

1. Teste de resistência à flexão

Tabela 25: Resultados do teste de resistência à flexão (MPa) dos espécimes intactos

(controle).

L A AR AS,

69,3 80,8 61,5 70,8

69,8 82,0 64,8 79,6

69,9 82,7 66,1 75,9

71,9 75,2 62,8 78,1

71,7 82,8 67,3 76,2

72,2 79,9 69,6 71,7

70,8 (1,3) 80,6 (2,9) 65,3 (3,0) 75,4 (3,5)

Tabela 26: Resultados do teste de resistência à flexão (MPa) dos espécimes reparados.

i Técnica de reparo

IL A AR AS AS1 ' (71,2 69,3 67,7 43,4 73,8

170,3 72,8 57,5 49,8 54,2 I

"' F5,s 66,1 68,1 61,6 62,4 "' -., ... 172,0 74,5 64,9 46,3 56,4 "' = i .Q

j73,8 76,2 61,7 52,3 71,3 = "C 111,3 56,3 61,3 44,1 76,0 -= ·c I

~ ~8,5 77,3 64,9 62,7 40,4 = 170,2 ::!1 53,6 58,3 63,9 50,6

~ 1173,4 78,6 69,3 49,7 39,5 ::!1 ' < 171,8 67,9 60,1 46,7 45,1

172,2 61,4 69,5 51,0 37,0

167,6 64,4 67,7 32,9 51,5

118

Page 122: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Tabela 27: Resultados do teste de resistência à flexão (MPa) dos espécimes reparados.

I Técnica de reparo i I

~ A AR AS AS!

171,2 69,3 67,7 43,4 73,8 I 72,8 57,5 49,8 54,2

I~ 170,3 i 165,8 66,1 68,1 61,6 62,4 I

1:5 I .. 72,0 74,5 64,9 46,3 56,4 .. .. .= 73,8 76,2 61,7 52,3 71,3 .. i ~ I

'il I 171,3 56,3 61,3 44,1 76,0 ·;::: --~--~-----· .. I 168,5 77,3 64,9 62,7 40,4 .... .. I ~ I 70,2 53,6 58,3 63,9 50,6 I

1'-l i

173,4 78,6 69,3 49,7 39,5 -~

]71,8 67,9 I< 60,1 46,7 45,1 I

I 172,2 61,4 69,5 51,0 37,0 I

167,6 64,4 67,7 32,9 51,5

2. Adaptação ao modelo mestre

Tabela 28: Diferenças percentuais(%) do peso de material de moldagem.

Base/Reparo L A AR AS 36,4 10,1 -1,3 11,5

32,1 36,1 -18,6 27,5

L199 38,8 41,7 15,4 48,3

14,9 27,9 29,6 36,1

15,3 21,5 -15,7 33,7

5,8 37,5 25,9 16,2

49,6 21,5 -16,2 -1,3

AMC 31,4 33,3 -ll,6 19,6

33,2 23,9 -2,1 -0,4

14,4 35,6 -0,2 20,3

119

Page 123: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

3. Distância horizontal entre dentes

Tabela 29: Diferenças percentuais(%) das medições horizontais entre os dentes 11 e 21.

Base/Reparo L A AR AS

0,11 0,02 -1,58 1,10

-0,91 -0,92 -1,22 1,58

L199 0,59 0,25 -1,28 0,90

-0,12 -1,18 -0,52 0,36

-1,13 0,56 -0,16 1,92

-0,09 -0,43 -0,44 -0,45

0,82 0,58 -0,03 0,45

AMC -0,84 -1,21 -1,59 1,60

1,39 1,79 -1,07 0,95

-0,24 0,48 -2,15 -1,10

Tabela 30: Diferenças percentuais(%) das medições horizontais entre os dentes 16 e 26.

Base/Reparo L A AR AS

0,09 0,21 -0,37 -0,18

0,41 0,47 -0,32 0,28

L199 0,38 0,31 -0,34 -0,11

0,10 0,35 -0,39 -0,04

-0,07 0,29 -0,21 -2,71

-0,04 0,16 -0,49 0,01

0,78 0,79 -0,12 -1,53

AMC 0,33 0,35 -0,39 0,18

0,13 0,32 -0,22 0,37

0,12 0,43 -0,39 0,12

120

Page 124: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Tabela 31: Diferenças percentuais(%) das medições horizontais entre os dentes 11 e 26.

Base/Reparo L A AR AS

0,12 0,21 -0,38 0,22

-1,17 0,27 -0,10 0,31

Ll99 0,16 0,36 -0,13 0,15

0,11 0,10 -0,19 0,18

-0,17 0,07 -0,12 0,38

0,03 -0,05 -0,37 0,01

0,27 0,83 -0,23 0,04

AMC 0,36 0,34 -0,23 0,21

0,17 -0,05 -0,06 0,48

0,19 0,49 -0,06 0,08

Tabela 32: Diferenças percentuais(%) das medições horizontais entre os dentes 21 e 16.

Base/Reparo L A AR AS

0,12 0,21 -0,38 0,22

-1,17 0,27 -0,10 0,31

L199 0,16 0,36 -0,13 0,15

0,11 0,10 -0,19 0,18

-0,17 0,07 -0,12 0,38

0,03 -0,05 -0,37 0,01

0,27 0,83 -0,23 0,04

AMC 0,36 0,34 -0,23 0,21

0,17 -0,05 -0,06 0,48

0,19 0,49 -0,06 0,08

121

Page 125: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Tabela 33: Diferenças percentuais(%) das medições horizontais entre os dentes 11, 21, 16 e

26.

Base/Reparo Medição L A AR AS ll-21 -0,29 (0, 72) -0,25 (0,76) -0,95 (0,59) 1,17 (0,61)

16-26 0,18 (0,20) 0,33 (0, lO) -0,32 (0,07) -0,55 (1,22) L199

ll-26 -0,19 (0,56) 0,20 (0,12) -0,18 (0, 12) 0,25 (0,10)

21-16 -0,48 (1,18) 0,23 (0,16) -0,16 (0,13) 0,13 (0,30)

ll-21 0,21 (0,89) 0,24 (1,13) -1,06 (0,85) 0,29 (1,08)

16-26 0,26 (0,32) 0,41 (0,23) -0,32 (0,15) -0,17 (0,77) AMC

ll-26 0,20 (0,12) 0,31 (0,37) -0,19 (0, 13) 0,16 (0,19)

21-16 0,18 (0,24) 0,42 (0,12) -0,19 (0,11) 0,12 (0, 12)

4. Altura dos dentes

Tabela 34: Diferenças percentuais(%) das medições verticais entre os dentes 13 e 23.

Base/Reparo L A AR AS

-0,5 -0,34 -0,18 -0,29

0,00 0,21 0,02 0,16

L199 -0,15 0,40 -0,04 0,69

-0,12 0,04 -0,23 0,65

-0,24 0,36 0,13 0,16

-0,18 0,11 0,08 -0,50

-0,08 0,08 0,37 0,40

AMC 0,43 0,40 0,47 0,48

0,25 0,19 -0,21 0,28

0,13 0,36 -0,36 -0,32

122

Page 126: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Tabela 35: Diferenças percentuais(%) das medições verticais entre os dentes 14 e 24.

Base/Reparo L A AR AS

-0,6 -0,2 -0,3 -0,2

0,1 0,3 0,1 0,2

L199 -0,2 0,3 -0,2 0,9

-0,1 0,2 -0,1 0,6

-0,2 0,6 0,2 0,2

0,0 0,2 0,1 -0,4

0,5 0,2 0,4 0,5

AMC 0,4 0,5 0,6 0,4

-0,1 0,3 -0,1 0,2

0,2 0,3 -0,4 -0,4

Tabela 36: Diferenças percentuais(%) das medições verticais entre os dentes 15 e 25.

Base/Repair L A AR AS

-0,5 -0,2 -0,4 -0,2

0,1 0,2 0,1 0,2

L199 -0,2 0,3 -0,2 0,7

0,0 0,3 -0,3 0,5

-0,1 0,7 0,2 0,0

-0,2 0,2 0,1 -0,4

0,5 0,4 0,3 0,5

AMC 0,4 0,4 0,8 0,5

0,2 0,3 -0,1 0,2

0,2 0,2 -0,4 -0,1

123

Page 127: Técnica de Reparo Prótese Parcial Removível  Com Resina

Tabela 37: Diferenças percentuais(%) das medições verticais entre os dentes 16 e 26,

Base/Reparo L A AR AS

-0,5 -0,3 -0,4 -0,3

0,3 0,3 0,0 0,3

L199 -0,1 0,5 -0,3 0,6

0,2 0,3 -0,3 1,2

-0,1 0,7 0,2 0,1

-0,2 0,0 0,0 -0,5

0,8 0,4 0,4 0,6

AMC 0,5 0,3 0,8 0,5

0,3 0,4 -0,2 0,1

0,3 0,4 -0,5 -0,3

Tabela 38: Diferenças percentuais(%) das medições verticais.

Base/Reparo Medição L A AR AS

13-23 -0,20 (0,18) 0,13 (0,30) -0,06 (0,15) 0,27 (0,40)

14-24 0,11 (0,25) 0,23 (0,15) 0,07 (0,36) 0,07 (0,45) L199

15-25 -0,21 (0,26) 0,25 (0,29) -0,04 (0,20) 0,34 (0,43)

16-26 0,19 (0,23) 0,31 (0,13) 0,12 (0,41) 0,07 (0,45)

13-23 -0,13 (0,26) 0,27 (0,30) -0,11 (0,23) 0,25 (0,38)

14-24 0,23 (0,25) 0,31 (0,11) 0,15 (0,44) 0,15 (0,38) AMC

15-25 -0,05 (0,32) 0,32 (0,38) -0,14 (0,25) 0,38 (0,55)

16-26 0,35 (0,34) 0,31 (0,17) 0,12 (0,50) 0,07 (0,49)

124