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JONACIR NOVAES DAS VIRGENS -1099859 PÓS- GRADUAÇÃO EM ENSINO DE QUÍMICA A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE QUÍMCA PARA O EXERCÍCIO DA CIDADANIA ORIENTADOR: PROF. MSC. CESAR ZANELLA CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO

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JONACIR NOVAES DAS VIRGENS -1099859

PÓS- GRADUAÇÃO EM ENSINO DE QUÍMICA

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE QUÍMCA PARA O EXERCÍCIO DA CIDADANIA

ORIENTADOR: PROF. MSC. CESAR ZANELLA

CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO

VITÓRIA- ESPIRITO SANTO

2012

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RESUMO

O artigo se refere a uma análise do Ensino de Química voltado para a Educação Básica,

sendo que a mesma atravessou mudanças significativas e o ensino em sala de aula vem

acompanhando essas modificações, notadamente no que se refere à metodologia

aplicada pelo professor em sala de aula, que não se admite mais uma aula meramente

expositiva, decorativa e cobrada através de exercícios repetitivos. O ensino de Química

se encaixa na formação para cidadania, à medida que, o indivíduo necessita de

conhecimentos mínimos de química para participar efetivamente da sociedade.

Documentos oficiais como a Lei de Diretrizes e Bases do Ensino Médio e os Parâmetros

Curriculares Nacionais em suas resoluções têm priorizado o ensino de Química voltado

para a cidadania e para a realidade das escolas, indo de encontro à pedagogia tradicional

predominante nas escolas, no entanto, sendo os livros didáticos o recurso mais utilizado

no ensino de química, apesar dos avanços tecnológicos e da enorme variedade de

materiais curriculares, atualmente disponíveis no mercado.

Palavras- chaves: Ensino de Química; Educação Básica; Formação da Cidadania;

Livros didáticos.

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I. INTRODUÇÃO

A Química é uma disciplina que faz parte do programa curricular do ensino

fundamental e médio. A aprendizagem de Química deve possibilitar aos alunos a

compreensão das transformações químicas que ocorrem no mundo físico de forma

abrangente e integrada, para que os estes possam julgar, com fundamentos, as

informações adquiridas na mídia, na escola, com pessoas, etc. A partir daí, o aluno

tomará sua decisão e dessa forma, interagirá com o mundo enquanto indivíduo e

cidadão.

A Educação de uma forma geral está presenciando um momento de busca por

mudanças. Estas geralmente visam o aprimoramento curricular e a conseqüente

melhoria do ensino, no método ensino-aprendizagem e consequentemente no processo

avaliativo, e estes talvez sejam os grandes motivadores das reformas que vêm

acontecendo em diversos países. Como também, o processo de globalização e as

profundas transformações sociais decorrentes dela, que têm gerado uma grande

quantidade de informação e modificado as relações de trabalho até então existentes.

Por outro lado, propostas mais progressistas, sistematizadas, indicam a possibilidade de

se buscar a produção de conhecimento e a formação de um sujeito crítico e situado no

mundo.

Com relação ao ensino de química, Cardoso e Colinvaux (2000, p. 401) dizem:

O estudo da química deve-se principalmente ao fato de possibilitar ao homem o desenvolvimento de uma visão crítica do mundo que o cerca, podendo analisar, compreender e utilizar este conhecimento no cotidiano, tendo condições de perceber e interferir em situações que contribuem para a deterioração de sua qualidade de vida. Cabe assinalar que o entendimento das razões e objetivos que justificam e motivam o ensino desta disciplina, poderá ser alcançado abandonando-se as aulas baseadas na simples memorização de nomes de fórmulas, tornando-as vinculadas aos conhecimentos e conceitos do dia-a-dia do alunado.

De acordo com Soares e Sobrinho (2008) o homem atual está inserido num mundo

globalizado que passa constantemente por transformações científicas, as quais lhe

proporcionam um encontro cada vez mais rápido com ambiente tecnológico. Na

sociedade, todos são dependentes da ciência e da tecnologia, através dela as pessoas

ficam mais atualizadas seja por meio da informação, seja por meio do conhecimento

científico.

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Nessa perspectiva, a escola deve ser entendida como o meio que oportuniza aos

educandos uma sistematização de saberes, além do que contribui para a construção e

formação da cidadania.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – PCNEM

(BRASIL, 1999), a Química é um dos componentes curriculares capazes de promover o

desenvolvimento intelectual dos estudantes, por meio da busca de significados para se

compreender a natureza e suas transformações. Neste sentido, a disciplina de Química

do Ensino Médio pode ser uma oportunidade única para que estudantes entendam o

mundo sob o ponto de vista da Química e aprendam conceitos básicos importantes.

Portanto esse tema foi escolhido como fruto da real preocupação com relação ao ensino

de química na construção da cidadania nos dias atuais, com as dificuldades de

metodologias adequadas e que muitas vezes não atendem as exigências dos parâmetros

curriculares nacionais, priorizando um conhecimento alinhado com o interesse atual do

sistema produtivo ao construir também competências e habilidades, logo tem-se como

objetivos conceituar o significado do Ensino de Química para o exercício da cidadania e

identificar se os livros didáticos de química do ensino médio apresentam temas

transversais ou contextualizados que trazem reflexões sobre o exercício da cidadania.

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II. METODOLOGIA

A pesquisa utilizou como método de procedimento o analítico-descritivo, aplicados a

artigos e outras publicações científicas que abordassem diretamente o tema central ou

que discutisse temas de proximidade relevante. A técnica de coleta de dados foi à coleta

direta ou indireta de publicações científicas com posterior seleção das publicações de

maiores relevâncias, como passo posterior foi realizada uma análise crítica do texto com

confronto de idéias entre os documentos analisados, artigos e livros-texto de didática

das ciências naturais. O intuito deste procedimento foi o de poder detectar o nível de

concordância entre a orientação oficial para o ensino de ciências e em especial o da

química para a cidadania e os avanços teórico-metodológicos da didática das ciências.

Essa análise realizada prendeu-se as possíveis articulações dos assuntos de química

trabalhados no ensino médio com as questões relativas ao exercício da cidadania.

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III. DISCUSSÃO

ENSINO DE QUÍMICA

O Ensino de Química no Nível Médio da Educação Básica tem se caracterizado por

aulas quase que exclusivamente expositivas em que os conceitos químicos são

resumidos a comprovações matemáticas, desvinculados dos fenômenos que levaram à

sua quantificação e das relações desses conceitos com situações reais do contexto sócio-

econômico e cultural no qual o indivíduo está inserido.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – PCNEM

(BRASIL, 1999), a Química é um dos componentes curriculares capazes de promover o

desenvolvimento intelectual dos estudantes, por meio da busca de significados para se

compreender a natureza e suas transformações. Neste sentido, a disciplina de Química

do Ensino Médio pode ser uma oportunidade única para que estudantes entendam o

mundo sob o ponto de vista da Química e aprendam conceitos básicos importantes.

Com o avanço tecnológico, aumenta a dependência entre a sociedade e a Química. Uma

dependência que se estende da utilização diária de produtos sintetizados pelo homem até

as inúmeras influências e impactos no desenvolvimento dos países, dos problemas

referentes à qualidade de vida das pessoas aos efeitos ambientais das aplicações

tecnológicas, refletindo-se em decisões solicitadas aos cidadãos quanto ao emprego de

tais tecnologias.

Assim, é importante que as pessoas conheçam as possibilidades de utilização das

substâncias que encontram no seu cotidiano, que tenham consciência dos efeitos

ambientais resultantes da utilização dessas substâncias, que desenvolvam um

posicionamento crítico frente à relação custo/benefício e quanto às decisões referentes

aos investimentos nessa área (SANTOS & SCHNETZLER, 2003). Além disso, como

muito bem discute Chassot (2003) vale a pena conhecer um pouco das Ciências da

Natureza para entender melhor o mundo que nos rodeia e, assim, termos facilitadas

algumas vivências.

Citando Paulo Freire (1976), é preciso lembrar que precisamos “de uma educação para a

decisão, para a responsabilidade social e política. Uma educação que possibilitasse ao

homem a discussão corajosa de sua problemática. Educação que o colocasse em diálogo

constante com o outro. Que o identificasse com métodos e processos científicos”. Esta

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educação não se faz usando metodologias que explorem a memorização e que valorizem

o cálculo, mas com procedimentos que desenvolvam as capacidades de reflexão, de

investigação e de ação empreendedora.

Partimos da constatação de que, a despeito das tentativas de modernização, pouco

mudou no ensino de Química nos últimos anos, embora sejam de reconhecida

importância as abordagens que se voltam para o cotidiano de professores e alunos.

Em outros termos, a Química deve ser ensinada com o objetivo de fornecer ao aluno o

suporte de que necessita para atuar com mais segurança e conhecimento no mundo.

Assim, a Química que se ensina deve estar ligada à realidade e ao cotidiano dos alunos.

Segundo SANTOS (1992), a educação para a cidadania é função primordial da

educação básica nacional, conforme dispõe a Constituição Brasileira e a legislação de

ensino.

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LIVROS DIDÁTICOS DE QUÍMICA

Apesar dos avanços tecnológicos e da enorme variedade de materiais curriculares,

atualmente disponíveis no mercado, o livro didático, continua sendo o recurso mais

utilizado no ensino de Química. O livro didático é entendido aqui em sua definição

clássica: livro elaborado com o intuito de ser uma versão didatizada do conhecimento

para fins escolares e/ou com o propósito de formação de valores ( CHOPPIN 2004)

Essa centralidade lhe confere estatuto e funções privilegiadas na medida em que é

através dele que o professor organiza, desenvolve e avalia seu trabalho pedagógico de

sala de aula. Para o aluno, o livro de Química é um dos elementos determinantes

de sua relação com a disciplina e da disciplina com o meio histórico – social.

Os livros didáticos são resultados de disputas relacionadas às decisões e ações

curriculares, um currículo escrito que nos proporciona um testemunho, uma fonte

documental, um mapa d o terreno sujeito a modificações; constitui também um dos

melhores roteiros oficiais para a estrutura institucionalizada da escolarização

(GOODSON, 1998)

Como já descrito anteriormente o conhecimento científico de química tem o mérito de

ampliar nossa capacidade de compreender e atuar no mundo em que vivemos. Por isso o

ensino de Química deve oferecer ao aluno oportunidades de reflexão, preparando assim,

alunos mais conscientes de seu papel quantos cidadãos.

Até nos anos de 1930, os livros didáticos caracterizavam-se como resumo de Química

geral, o que é lógico com a então estrutura do ensino secundário de química. A ausência

de um sistema de ensino bem estruturado, em conseqüência, contribuía para a não-

seriação dos estudos secundários. Uma característica interessante dos livros do período

é a ausência completa de exercícios ou questionários. Além disso, a maioria dos

aspectos abordados na parte de química geral o era de maneira qualitativa. A única

exceção refere-se às leis ponderais e volumétricas das reações químicas, que

apresentavam também uma abordagem quantitativa.

Hoje, o livro didático ampliou sua função precípua. Além de transferir os

conhecimentos orais à linguagem escrita, tornou-se um instrumento pedagógico que

possibilita o processo de intelectualizar e contribuir para a formação social e política do

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indivíduo. O livro instrui, informa, diverte, mas, acima de tudo, prepara para liberdade

(BOLIVAR; 2001. SOARES; 2002)

Além do saber cognitivo, o livro didático pode propiciar a formação de capacidades e

competências. Essas capacidades são os conjuntos de conhecimentos que permitem um

saber-fazer e saber-ser para desempenhar algumas tarefas. As competências, por sua

vez, são consideradas como um conjunto de capacidades que permitem encarar nova e,

da maneira mais adequada, resolvê-las. O livro ainda tem a função de destacar também

as funções relativas à interfase com o cotidiano e de educação social e cultural.

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ENSINO DE QUÍMCA PARA O EXERCÍCIO DA CIDADANIA

A contextualização vem sendo bastante pesquisada nos últimos anos (SANTOS e

SCHNETZLER, 1997; WARTHA e ALÁRIO, 2005; SANTOS, 2007; SILVA,

2007; SILVA et al, 2009). Uma das principais razões para que esta temática tenha se

tornado objeto de pesquisas e discussões na área de ensino de ciências está relacionado

à presença desta nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e Parâmetros

Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM).

O entendimento da palavra contextualização é peça fundamental para o

desenvolvimento de estratégias para o aperfeiçoamento do processo de ensino

aprendizagem que favoreçam o preparo do aluno para ao exercício da cidadania.

Pensando-se sobre a significação etimológica da palavra contextualizar, que se

assemelha a contextuar, significando, assim, enraizar uma referência em um texto, que

longe do qual este perde o seu significado, podemos afirmar que o ato de contextualizar

é algo que está tentando fazer parte do cotidiano educacional na plenitude de sua

prática. Contextualizar, portanto, é uma estratégia fundamental para a construção de

significações. Neste caso contextualizar o processo de ensino, significa incorporar a ele

vivências concretas, reais e diversificadas e também incorporar o próprio processo de

ensino a essas vivências.

A aprendizagem situada/contextualizada é associada, nos PCNEM, à preocupação em

retirar o aluno da condição de espectador passivo, em produzir uma aprendizagem

significativa e em desenvolver o conhecimento espontâneo em direção ao conhecimento

abstrato. Com constantes referências a Vigotsky e a Piaget, a contextualização nesses

momentos aproxima-se mais da valorização dos saberes prévios dos alunos (BRASIL,

1999).

O desafio educativo implica desenvolver a capacidade de construir uma identidade

complexa, uma identidade que comporte a pertinência a diversos âmbitos; local,

nacional e internacional, político, religioso, artístico, econômico, familiar, etc. “Na

socialização do conhecimento, a busca de uma prática pedagógica capaz de unir o

conhecimento popular com o científico é um grande desafio”. E ainda segundo

Mortimer (1988) este desafio vem sendo fortemente superado através das novas

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tecnologias e técnicas inovadoras na educação, tais elas previstas nas leis e nos

parâmetros que regem a educação brasileira. (MORTIMER; 1988).

Não se podem discutir os conteúdos de química isoladamente e de forma resumida,

pois estes conteúdos devem voltar-se para um contexto, obedecendo a uma seqüência

lógica, que possa atender a demanda dos alunos.

A escola torna-se então, o espaço ideal para que e os educandos possam desenvolver

valores morais, éticas e sócias para poder interagir com o mundo de maneira apropriada

a cidadãos conscientizados de seu papel transformador da sociedade.

Neste espaço escolar, o livro didático ainda é mesmo em meio á toda essa demanda

tecnológica, uma ferramenta importante na construção da aula pelo professor que deseja

alcançar um ensino contextualizado e interdisciplinar e bom acompanhamento e

desempenho durante a aula por parte dos alunos que fazem uso deste livro.

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ANÁLISE DE LIVROS DIDÁTICOS

Os conceitos explicitados anteriormente foram pesquisados em três livros selecionados

aleatoriamente, porém indicados pelo Programa Nacional do Livro Didático para o

Ensino Médio (PNLEM) de 2012. A análise de cada um dos livros iniciou-se por suas

características organizacionais físicas, ou seja, os livros passaram por um processo de

avaliação visual simples. A seguir, as características implícitas e pedagógicas foram

analisadas a partir da leitura de trechos específicos.

Durante essa leitura, o foco não foi o entendimento do assunto retratado, mas sim a

identificação da maneira como o assunto foi discutido. Em outras palavras, buscamos

identificar a organização com base em um roteiro pré-determinado.

Foi analisado o capitulo sobre Aspectos Quantitativos das Reações Químicas ou

conteúdo equivalente de três livros didáticos de química, conforme Quadro 1.

Quadro 1- Livros didáticos de Química avaliados na Pesquisa.

Numeração Título Autores Editora Ano Edição

LD1 Química na

Abordagem do

Cotidiano

Eduardo Leite do

Canto

Francisco

Miragaia Peruzzo

Moderna 2006 4ª

LD2 Química Cidadã

Gerson de Souza

Mól

Wildson Luiz

Pereira dos Santos

Nova

Geração

2010 1ª

LD3 Ser Protagonista

Química

Julio Cesar

Foschini Lisboa

Edições

SM

2010 1ª

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Como critérios de avaliação foram selecionados alguns tópicos. O Quadro 2 mostra os

itens abordados nos livros didáticos.

Quadro 2- Ficha de Avaliação dos Livros didáticos.

TÓPICOS SIM NÃO

A CAPA DO LIVRO APRESENTA FIGURAS OU DESENHOS QUE ESTIMULAM

SUA LEITURA.

66,7% 33,3%

A METODOLOGIA EMPREGADA ESTIMULA O RACIOCÍNIO, A INTERAÇÃO

ENTRE ALUNOS E/OU PROFESSOR, NÃO TENDO COMO CARACTERÍSTICA

PRINCIPAL A MEMORIZAÇÃO DE CONTEÚDO E TERMOS TÉCNICOS.

100% 0%

TEXTOS E ILUSTRAÇÕES RESPEITAM AS DIFERENTES ETNIAS, GÊNEROS E

CLASSES SOCIAIS, EVITANDO CRIAR ESTEREÓTIPOS E PRECONCEITOS

PREJUDICIAIS À CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA.

66,7% 33,3%

INCENTIVA UMA POSTURA DE RESPEITO AO AMBIENTE, TANTO NO QUE

SE REFERE À SUA CONSERVAÇÃO QUANTO À MANEIRA COM QUE OS

SERES VIVOS SÃO RETRATADOS APRESENTA CLAREZA E OBJETIVIDADE,

ESTIMULANDO A LEITURA E A EXPLORAÇÃO CRÍTICA DOS ASSUNTOS.

100% 0%

ESTABELECE LIGAÇÃO ENTRE PRINCÍPIOS ESTUDADOS E FENÔMENOS

CONHECIDOS POR ALUNOS E PROFESSOR.

100% 0%

APRESENTA CONTEÚDOS RELEVANTES, LIGADOS AOS CONTEXTOS

PRÓPRIOS DA REALIDADE BRASILEIRA.

33,3% 66,7%

APRESENTA SUGESTÕES DE LEITURAS COMPLEMENTARES PARA OS

ALUNOS.

66,7% 33,3%

A EXECUÇÃO DOS EXPERIMENTOS/DEMONSTRAÇÕES PROPOSTOS É

VIÁVEL, COM BASE NAS INSTRUÇÕES FORNECIDAS.

100% 0%

A EXECUÇÃO DOS EXPERIMENTOS/DEMONSTRAÇÕES PROPOSTOS É

VIÁVEL, EM TERMOS DE OBTENÇÃO DOS MATERIAIS NECESSÁRIOS.

100% 0%

OS EXPERIMENTOS E DEMONSTRAÇÕES PROPOSTOS SÃO IMPORTANTES E

PERTINENTES PARA A COMPREENSÃO DOS FENÔMENOS QUE ESTÃO

SENDO DISCUTIDOS.

100% 0%

EXISTEM PROPOSTAS DE MATERIAIS ALTERNATIVOS PARA A EXECUÇÃO

DOS EXPERIMENTOS.

0% 100%

EXPERIÊNCIAS SOCIOCULTURAIS E SABERES DO ALUNO SÃO

CONSIDERADOS

100% 0%

FONTE: Caso seja sua autoria, ACERVO PESSOAL.

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Dos livros analisados, um (33,7%) apresentava-se com capa simples sem nenhuma

atratividade, pois é sabido que a diagramação deve causar um efeito visual bem

agradável que leve o leitor ao interesse pela leitura.

Enquanto a questão de igualdade racial é observada a preocupação dos autores dos

livros didáticos em explorar com fotos de etnias diferentes sem predominação e

supremacia de uma ou de outra etnia tendo com isso o intuito de minimizar os

preconceitos sociais, culturais e étnicos.

Nos PCNEM, a contextualização é entendida como um recurso capaz de ampliar as

possibilidades de interação não apenas entre as disciplinas nucleadas em uma área como

entre as próprias áreas de nucleação (Brasil, 1999, V. I: 79). Tal aspecto é entendido no

documento como uma forma de incorporar o cotidiano social e cultural à escola

possibilitando aos estudantes construir um novo olhar sobre o mundo (Pereira, 2000).

Dessa forma, a contextualização adquire a função de inter-relacionar conhecimentos

diferentes para a construção de novos significados. Os livros didáticos apropriam-se

dessa idéia buscando valorizar o vínculo dos conhecimentos científicos com a realidade.

Assim, a orientação sobre a contextualização predomina, na medida em que é

importante instigar a curiosidade do estudante, despertar o desejo de aprender e mostrar

que a Química é uma ciência extremamente vinculada à realidade.

No entanto, é interessante perceber que, mesmo valorizando a contextualização dos

conteúdos didáticos, há nessas apresentações uma grande valorização dos conteúdos

disciplinares. Assim, a contextualização aparece ao lado da importância dos conteúdos e

um desses livros (33,7%), no capitulo analisado, não aparece tópicos voltados a

realidade do aluno, o que torna o assunto questionável pelo aluno quanto a

empregabilidade e importância para seu cotidiano.

Os autores dos livros didáticos utilizam estratégias para relacionar esses princípios aos

conteúdos disciplinares são bem diversas e vão desde a inclusão de boxes com textos ao

final dos capítulos, uma outra estratégia é a abordagem diferenciada por um tema

central contextualizador que permeia todos os conteúdos . Além disso, as coleções

analisadas privilegiam, em maior ou menor grau, as tecnologias e a contextualização,

sendo difícil diferenciá-las, tal a estreita relação que apresentam.

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Nos livros de Química, identificou-se que as concepções de contextualização estão

ligadas ao cotidiano pessoal e profissional, com questões sociais, ambientais e

tecnológicas.

A necessidade de diminuir as distâncias entre a química da escola e a química do

cotidiano do aluno tem sido um discurso frequente em educação. A busca de estratégias

para o ensino de Química, com o uso de diferentes materiais e metodologias de ensino,

vem sendo bastante discutida na universidade, em cursos de formação de professores e

na escola, sendo a experimentação uma importante estratégia para o ensino de Química.

No entanto observou-se que ainda existem livros didáticos de Química que não trazem

sugestões de experimentos, pelo menos um por capítulo, simplesmente para

correlacionar o assunto teórico ao experimental, sendo a química uma ciência

puramente experimental. Destaca-se aqui um novo significado para a experimentação,

pois o experimento não precisa mais ser feito, ele pode ser narrado, descrito,

fotografado ou demonstrado, chegando-se a pensar que os laboratórios possam, cada

vez mais, ser substituídos por filmes e imagens. Portanto seria útil que fosse

disponibilizados nos livros didáticos, ao final de cada capítulo, sugestões de vídeos e ou

filmes que abordasse os assuntos estudados que correlacionava com o cotidiano ou o

contexto social do aluno.

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IV. CONCLUSÃO

O ensino de química na construção da cidadania é de caráter altamente direcionado a

função social por excelência. Com isso pretende-se aprimorar o aspecto didático que

requer de professores de química uma constante busca por novos modelos, que possam

conduzir o estudante a refletir, a se inteirar, aprimorar e valorizar o ensino de química

como suporte para que o conhecimento científico seja assimilado de forma significativa

e ideal.

Em vista disso, um dos objetivos do ensino de química é a contribuição para com a

formação da cidadania, desse modo a escola passa a ter outras responsabilidades, como

a de aprimorar valores e atitudes do indivíduo, capacitando-o a buscar de maneira

autônoma o conhecimento do contexto científico e tecnológico em que está inserido.

Enfim, fazendo-se o uso de conhecimentos químicos, o cidadão poderá se tornar mais

critico e dessa forma, contribuir com a melhoria da qualidade de sua vida e de toda a

sociedade.

Historicamente os livros didáticos (LD) têm desempenhado um papel importante como

um mecanismo de seleção e organização dos conteúdos e apesar dos diversos estudos

em relação a metodologias diferenciadas de ensino, e das várias opções de materiais

didáticos atuais como filmes, aulas experimentais, entre outros, o LD continua sendo

o recurso didático mais utilizado pelos professores.

Observa-se que a contextualização é entendida por muitos autores de livros didáticos

como mera exemplificação de situações cotidianas que ilustrem aplicações do

conhecimento químico. Desta forma, é preciso uma discussão ampla e conceitual sobre

contextualização. Uma formação que permita ao professor diferenciar contextualização

de exemplificação é fundamental à medida que este professor possa analisar

criticamente os materiais didáticos que utiliza.

E este é um dos grandes desafios encontrados atualmente na socialização do

conhecimento. A busca de uma prática pedagógica capaz de articular o conhecimento

popular com o científico, na construção de saberes escolar. Não se podem abordar os

conteúdos das ciências naturais, no caso em questão, o de química, de forma isolada,

uma vez que não basta problematizá-los em base reducionista - conteudista. Sem fazer

apologia do pragmatismo, os conteúdos de química poderiam ser trabalhados em sala de

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aula na perspectiva da contextualização, obedecendo a uma seqüência lógica que

mantenha a ordem das unidades temáticas apresentados nos livros didáticos.

Além de contribuir decisivamente para a construção do saber, a escola integrada a um

ensino-aprendizagem contextualizado e integrador, possui papel fundamental na

formação de indivíduos. Logo, para desenvolver valores que possam servir de

mediadores da interação do aluno com o meio em que está inserido.

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