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    FUNDAO GETLIO VARGASCURSO INTENSIVO DE PS-GRADUAO EM ADMINISTRAO PBLICA

    Gabriel Tostes Pacheco de Medeiros

    Fiscalizao de Obras Rodovirias

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado aoCurso Intensivo de Ps-Graduao em Administrao Pblica

    Ps-Graduao lato sensu, Nvel de Especializao

    Dezembro/2009

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    Fundao Getlio VargasCurso Intensivo de Ps-Graduao em Administrao Pblica

    O Trabalho de Concluso de Curso

    Fiscalizao de Obras Rodovirias

    elaborado por Gabriel Tostes Pacheco de Medeiros

    e aprovado pela Coordenao Acadmica do Curso Intensivo de Ps-Graduao emAdministrao Pblica, foi aceito como requisito parcial para a obteno do certificado docurso de ps-graduao, nvel de especializao.

    Belo Horizonte, dezembro de 2009

    ________________________________________Nome do Coordenador Acadmico

    _________________________________________Nome do Professor

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    Termo de Compromisso

    O aluno Gabriel Tostes Pacheco de Medeiros, abaixo-assinado, do Curso Intensivo de Ps-Graduao em Administrao Pblica, realizado nas dependncias da FGV, no perodo deagosto de 2008 a agosto de 2009, declara que o contedo do trabalho de concluso de cursointitulado Fiscalizao de Obras Rodovirias, autntico, original e de sua autoria exclusiva.

    Belo Horizonte, dezembro de 2009

    ____________________________________Gabriel Tostes Pacheco de Medeiros

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    Resumo

    Tendo em vista a grande disponibilidade de recursos nos oramentos da Unio, dos Estados

    e Municpios para execuo de obras em estradas, o presente estudo traa uma definiosucinta dos principais componentes de uma rodovia, demonstrando as etapas de construo e

    os mtodos de acompanhamento utilizados, estabelecendo condies mnimas exigveis para

    a fiscalizao de obras, segundo especificaes e normas tcnicas objetivando aferir a

    qualidade e a correo dos servios executados e respectivas medies.

    Palavras-Chave: Recursos oramentrios, qualidade, fiscalizao de obras rodovirias

    Summary

    ABSTRACT: Given the wide availability of resources in the budgets of the Union, states and

    municipalities for works on roads, this study provides a succinct definition of the main

    components of a highway, showing the stages of construction and monitoring methods used,

    establishing minimum conditions required for the supervision of works, according to technical

    specifications and standards aiming at evaluating the quality and correctness of the services

    performed and measurements.

    Keywords: budgetary resources, quality, supervision of road works

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    SUMRIO

    1. INTRODUO ................................................................................................................................. 6

    1.1. Contextualizao ......................................................................................................... 61.2. Objetivo ...................................................................................................................... 6

    1.3. Relevncia do Estudo .................................................................................................. 7

    2. Prticas e Recomendaes Bsicas das Etapas de Implantao de uma Rodovia ....................... 7

    2.1. Terraplenagem ............................................................................................................ 7

    2.2 Pavimentao ............................................................................................................. 10

    2.3 Materiais Betuminosos e suas Aplicaes: .................................................................. 14

    2.4 Tipos de Misturas Betuminosas dos Revestimentos .................................................... 15

    2.5 Drenagem ................................................................................................................... 18

    2.6 Obras de Arte Correntes ............................................................................................. 25

    2.7 Obras de Arte Especiais .............................................................................................. 27

    3. AVALIAO DA QUALIDADE EM OBRAS RODOVIRIAS .............................................. 27

    3.1 Consideraes Sobre Qualidade ................................................................................. 28

    3.2 A Qualidade em Obras Rodovirias ............................................................................ 29

    3.3 Controle Tecnolgico ................................................................................................. 30

    3.4 Controle Estatstico ................................................................................................... 30

    4. Principais Problemas Detectados Em Obras Rodovirias e a Lei 8666/93 ................................ 31

    4.1 Quanto Execuo Contratual .................................................................................... 31

    4.2 Quanto Aplicabilidade do Projeto Bsico ................................................................. 32

    4.3 Quanto Atuao da Fiscalizao .............................................................................. 33

    4.4 Quanto Qualidade dos Servios Executados ............................................................. 34

    5. Consideraes Finais ....................................................................................................................... 35

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    1. INTRODUO

    1.1. Contextualizao

    O Estado de Minas Gerais cortado pela mais densa malha rodoviria do pas, totalizando

    aproximadamente 31mil km entre rodovias pavimentadas e no pavimentadas, estadual e

    federal. Devido a sua localizao estratgica, transita pelo Estado numerosa frota de veculos.

    Ciente da importncia de se capacitar a malha rodoviria mineira para absorver as demandas

    de um processo de desenvolvimento, o Governo do Estado vem trabalhando no sentido de

    dotar as rodovias de condies de trafegabilidade que culminem com o desempenho timodos demais setores dependentes do modal rodovirio.

    Neste contexto, alm de outros programas, o governo criou o PROACESSO (Programa de

    Pavimentao de Ligaes e Acessos Rodovirios aos Municpios) que j pavimentou 3.8mil

    km, de um total de 5.5mil km previstos no programa.

    Obras de implantao e pavimentao de rodovias envolvem a execuo de dezenas de itens

    de servios que se distribuem basicamente nas seguintes etapas: terraplenagem,pavimentao, drenagem, obras darte especiais, e obras complementares. Apresentaremos o

    trabalho com a definio sucinta desses principais componentes de uma rodovia, a fim de

    apresentar as etapas de construo e os mtodos de acompanhamento utilizados,

    estabelecendo condies mnimas exigveis para a fiscalizao de obras, segundo

    especificaes ,normas tcnicas e administrativas , no sentido de conferir a qualidade e a

    correo dos dados das medies de servios.

    1.2. Objetivo

    Contribuir para a melhoria da qualidade em obras rodovirias, apresentando os padres

    tcnicos mnimos, absolutamente essenciais ao trabalho da fiscalizao durante a construo

    de uma rodovia, assim assegurando a confiabilidade dos resultados obtidos.

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    1.3. Relevncia do Estudo

    Tem sido constatado em obras rodovirias a ocorrncia de irregularidades nos servios

    executados devido a atuao precria da fiscalizao ou com a falta de recursos materiais e

    humanos para um acompanhamento eficaz. Os aditamentos contratuais causados pelas

    alteraes do projeto ocorrem devido a falhas graves na concepo do projeto bsico e

    ausncia de instrumentos que impeam essa prtica. necessrio, portanto, que os

    profissionais ligados ao controle e Engenharia busquem aprimoramentos na Tcnica e na

    Legislao para restringir as irregularidades no setor rodovirio.

    Anualmente so disponibilizados grandes recursos nos Oramentos da Unio, dos Estados e

    dos Municpios para execuo de obras em estradas. A m aplicao desses recursos pode

    resultar em atrasos no escoamento da produo, dificuldades no deslocamento de usurios e

    na ocorrncia de graves acidentes.

    2. Prticas e Recomendaes Bsicas das Etapas de Implantao de uma Rodovia

    2.1. Terraplenagem

    Cortes e Aterros

    Corte o segmento da rodovia cuja implantao requer escavao de material constituinte do

    terreno natural, para atingir o nvel do greide projetado. O material escavado classificado

    em primeira, segunda e terceira categoria, dependendo de sua composio e da resistncia

    penetrao mecnica, causando variaes no custo do servio. O talude de corte dever ter a

    inclinao na proporo 3:2, ou seja, para cada metro avanado na horizontal a altura

    aumentar 1,5m. feita proteo dos taludes com hidrossemadura para evitar

    descarrilamento.

    Aterro o segmento da rodovia cuja implantao requer o lanamento e compactao de

    material sobre o terreno natural, para atingir o nvel do greide projetado. A saia do aterro a

    parede lateral formada pela compactao e dever ter a inclinao na proporo 2:3. O

    nivelamento feito por camadas compactadas segundo a cota de projeto.

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    O primeiro cuidado que se deve ter quando do acompanhamento de obra rodoviria quanto

    veracidade do nivelamento primitivo. O objetivo da fiscalizao nessa etapa de se

    assegurar que primeiro nivelamento est correto, ou seja, se ele reflete de fato o relevo do

    terreno natural. fcil compreender que, em uma seo de corte, se o primeiro nivelamento

    mostrar um relevo com cotas acima da realmente existente, o volume de corte calculado ser

    maior que o realmente executado. E o que se torna mais grave que, aps o incio dos

    servios (modificao do terreno primitivo) no mais ser possvel constatar esse erro. De

    modo anlogo, se numa seo de aterro o nivelamento primitivo apresentar cotas abaixo do

    relevo real do terreno, tambm se dar um acrscimo no volume calculado. No caso das

    sees de aterro, caso o fiscal desconfie da validade do primeiro nivelamento, ainda que j

    esteja concludo o aterro, ele poder solicitar uma sondagem a trado, que um instrumentoeficaz na elucidao desse tipo de dvida.

    Quanto Qualidade, deve o fiscal observar o fiel cumprimento dos dispositivos das normas

    DNER-ES 280/97, DNER-ES 281/97 e DNER-ES 282/97.

    Para isso deve procurar, por amostragem, adotar, entre outros, os seguintes procedimentos:

    - Verificao das espessuras das camadas de aterro - feita visualmente no momento da

    execuo (homogeneizao) e atravs dos furos de densidade in situ (que deve ultrapassartoda a camada);

    - Acompanhamento dos furos de densidade in situ - controlar a umidade tima e o grau de

    compactao das camadas de aterro - geralmente, quando o material se encontra na umidade

    tima, o grau de compactao est satisfatrio.

    - Verificar as larguras finais das plataformas;

    - Verificar se as obras de proteo do corpo estradal e de drenagem esto sendo construdas

    em prazo que impossibilite a ao de eroses e escorregamentos;

    Eixo da rodovia

    a direo da implantao da rodovia, ponto a ponto, constitudo por:

    a. Trecho em tangente: segmentos em linha reta entre duas curvas.

    b. Curva de transio: para sua locao feita uma concordncia na entrada da curva em

    forma elicoidal e circular, cujo raio depende da classe da rodovia, a fim de possibilitar a

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    mudana de direo gradual do veculo.

    Superelevao

    a inclinao transversal nas curvas, a fim de compensar a fora centrfuga desenvolvida

    nos veculos e dificultar a derrapagem. determinada em funo do raio da curva e da

    velocidade do veculo.

    Superlargura

    o aumento de largura da pista necessrio nas curvas, que possibilita a entrada de veculos

    compridos, evitando choques com aqueles que vm em direo contrria.

    Controle de execuo

    A fim de controlar a execuo de servios no campo, elaborada a nota de servio, que o

    conjunto de dados numricos destinados a definir, em planta e em perfil, o desenvolvimento

    do pavimento. Assim, numa nota de servio constaro todos os elementos que possibilitem a

    marcao de uma das camadas do pavimento visando sua execuo.

    A espessura do pavimento, determinada por intermdio de ensaio especfico, serdecomposta em parcelas correspondentes s camadas constituintes do pavimento, inclusive a

    regularizao.

    Lanamento do greide

    O Greide o nivelamento onde ser implantado o leito rodovirio. Na fase de terraplenagem,

    o material retirado de cortes que no for aproveitvel, lanado nos bota fora, que devem

    situar-se fora da faixa de domnio, sempre a jusante da rodovia e em locais seguros. Deve serfeita a proteo vegetal dessas reas. O pagamento do servio feito por metro cbico de

    material retirado.

    Para confeco de aterros so utilizados, alm do material de corte de boa qualidade, o

    material proveniente de jazida de emprstimo. O pagamento feito por metro cbico de

    material compactado.

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    Jazidas de emprstimo, classificao de material

    Jazida denomina todo depsito natural de material capaz de fornecer matria-prima para as

    mais diversas obras de engenharia, para compor as camadas de aterro e confeco do

    pavimento. A classificao dos materiais feita por meio de ensaios ou de forma visual.

    Aps a retirada de material, as jazidas devem ser protegidas contra possveis eroses

    (voorocas), com plantio de grama e execuo de valetas para evitar acmulo de gua

    Distncia e Momento de Transporte

    Distncia de transporte a medida da extenso entre o ponto em que o material foi escavadoao centro geomtrico do aterro aplicado. No caso em que for feito algum tipo de tratamento

    do solo em usina, ser tambm considerado esse deslocamento. No caso de mistura asfltica,

    ser considerada apenas a distncia da usina de confeco at o ponto de aplicao na pista.

    Momento de transporte o produto entre a Distncia de transporte e o Volume de material

    transportado, determinado em mx km.

    2.2 Pavimentao

    Pavimentao a etapa de construo das rodovias que envolvem a execuo das camadas de

    sub-base, base, imprimao, revestimento e pintura de ligao.

    As principais funes do pavimento podem ser assim enumeradas:

    a) Resitir e distribuir ao sub-leito os esforos residuais oriundos da ao do trfego.

    b) Resistir aos esforos horizontais, tornando mais durvel a superfcie de rolamento.

    c) Melhorar as condies de rolamento, quanto ao conforto e a segurana dos usurios.

    Sub-Leito

    o terreno de fundao onde ser apoiado todo o pavimento. Deve ser considerado e

    estudado at as profundidades em que atuam significativamente as cargas impostas pelo

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    trfego (de 0,60 a 1,50 m de profundidade). Os solos podem ser classificados segundo suas

    propriedades e seu comportamento. Um dos mtodos mais utilizados o Indice de Suporte

    Califrnia- CBR (Califrnia Beating Ratio.

    Se o CBR do sub-leito for < 2% , ele deve ser substitudo por um material de melhor

    qualidade (2% CBR 20%) at pelo menos 1,00 metro. Se o CBR do material do sub-leito

    for 20% , pode ser utilizado como sub-base.

    a. Reforo do subleito: serve para melhorar as qualidades do sub-leito e regularizar a

    espessura da sub-base. a camada de espessura constante transversalmente e varivel

    longitudinalmente executada sobre o sub-leito regularizado.

    b. Aumento da resistncia do solo: executado para aumentar a resistncia do prprio material

    de subleito, geralmente em reas pantanosas ou com presena de solos moles ou de altosndices pluviomtricos; so utilizados brita irregular (racho), enrocamento ou colocao de

    outro tipo de solo mais adequado.

    c. Regularizao do subleito: a operao destinada a conformar o leito, transversal e

    longitudinalmente. Poder ou no existir, dependendo das condies do leito. Compreende

    cortes ou aterros at 20 cm de espessura.

    Sub-Base

    Camada complementar base. Deve ser usada quando no for aconselhvel executar a base

    diretamente sobre o leito regularizado ou sobre o reforo, por circunstncias tcnico-

    econmicas. Pode ser usado para regularizar a espessura da base.

    Base

    Camada destinada a resistir e distribuir ao sub-leito os esforos oriundos do trfego e sobre a

    qual se construir o revestimento. Pode ser confeccionada de solo-cimento, BGS, BGTC e

    macadame, conforme as caractersticas geolgicas da regio.

    a. Solo-Cimento:

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    uma mistura de solo, cimento portland e gua, devidamente compactada, resultando um

    material de elevada rigidez flexo. A porcentagem de cimento varia de 5 a 13% e depende

    do tipo de solo utilizado. Solos argilosos exigem porcentagens maiores de cimento. O

    resultado da dosagem a definio da quantidade de solo, cimento e gua de modo que a

    mistura apresente caractersticas adequadas de resistncia e durabilidade.

    b. Solo Estabilizado por Correo Granulomtrica:

    So obtidos pela compactao de misturas apropriadas de materiais que apresentam

    granulometria diferente e que so associados de modo a atender uma especificao de

    projeto. Quando o solo natural no apresenta alguma caracterstica essencial, usual

    melhor-lo atravs da mistura com outros que possibilitem a obteno de um produto comresistncia adequada.

    c. Brita Graduada Simples - BGS:

    Tambm chamada de brita corrida. uma mistura de brita, p de pedra e gua. So utilizados

    exclusivamente produtos de britagem que vm preparado da usina.

    d. Brita Graduada Tratada com Cimento- BGTC

    Brita graduada com adio de cimento para aumentar a resistncia da base, geralmente

    utilizada em rodovias de grande trfego.

    e. Solo Brita:

    uma mistura de material natural e pedra britada. Usado quando o solo disponvel,

    geralmente areno-argiloso, apresenta deficincia de agregado grado (retido na peneira # 10).A pedra britada entra na mistura para suprir esta deficincia, aumentando as caractersticas de

    resistncia do material natural.

    Imprimao

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    Tambm chamada de Prime-Coat. Consiste na aplicao de uma camada de material

    asfltico sobre a superfcie de uma base concluda, antes da execuo de um revestimento

    asfltico qualquer. As suas funes so:

    Promover condies de ligao e aderncia entre a base e o revestimento.

    Impermeabilizao da base.

    Aumentar a coeso da superfcie da base pela penetrao do material asfltico (de 0,5 a

    1,0cm).

    Em sua composio so utilizados asfaltos diludos de baixa viscosidade, a fim de permitir a

    penetrao do ligante nos vazios da base. So indicados os asfaltos diludos do tipo CM - 30

    e CM - 70.

    O servio feito por meio do caminho tanque espargidor de asfalto, equipado com barra

    espargidora e caneta distribuidora e bomba reguladora de presso. A quantidade de material

    aplicado da ordem de 0,7 a 1,0 l/m2.

    Deve-se atentar para a formao de poas de ligantes na superfcie da base, pois o excesso de

    ligante retardar a cura do asfalto prejudicando o revestimento. Nos locais onde houver falha

    de imprimao o revestimento tender a se deslocar.

    Revestimento

    Camada destinada a receber e resistir diretamente aos esforos do trfego (vertical e

    horizontal), a impermeabilizar o pavimento e a melhorar as condies de rolamento, no que

    se refere ao conforto e segurana. Deve ser resistente ao desgaste. Tambm chamada de

    capa ou camada de desgaste.

    Pintura de Ligao

    Tambm chamada de Tack-Coat. Consiste na aplicao de uma camada de material asfltico

    sobre a base ou revestimento antigo, com a finalidade de promover sua ligao com a camada

    sobrejacente a ser executada. Para a sua confeco so utilizadas emulses asflticas dos

    tipos: Ruptura rpida (RR-1C e RR-2C) e Ruptura mdia (RM-1C e Rm-2C).

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    A execuo feita pelo caminho espargidor. A quantidade de material aplicado da ordem

    de 0,5 l/m2. A temperatura de aplicao funo da viscosidade desejada e deve permitir a

    formao de uma pelcula extremamente delgada acima da camada a ser recoberta.

    O excesso de ligante pode atuar como lubrificante, ocasionando ondulaes do revestimento

    a ser colocado.

    2.3 Materiais Betuminosos e suas Aplicaes:

    Cimento Asfltico de Petrleo CAP

    o asfalto obtido especialmente para apresentar caractersticas adequadas construo depavimentos, originado por destilao do petrleo em refinarias ou do asfalto natural

    encontrado em jazidas. semi-slido temperatura ambiente e necessita de aquecimento

    para ter consistncia apropriada ao envolvimento de agregados. Possui como caractersticas a

    flexibilidade, durabilidade, aglutinao, impermeabilizao e elevada resistncia ao da

    maioria dos cidos, sais e lcalis. O cimento asfltico de petrleo classificado pelo seu

    "grau de dureza" retratado no ensaio de penetrao, ou pela sua viscosidade. importante

    verificar o tipo especificado no projeto.

    A mistura asfltica pode apresentar aspecto de excesso ou de deficincia de ligante, no caso

    das temperaturas no terem sido determinadas corretamente, mesmo que o teor de ligante

    esteja atendendo ao projeto desenvolvido corretamente no laboratrio. Esquematicamente,

    tem-se:

    - temperatura acima da temperatura tima; exsudao (fluimento do asfalto)

    - temperatura abaixo da temperatura tima; envelhecimento prematuro

    Asfaltos Diludos de Cura Rpida CR

    Os asfaltos diludos ou "cut-backs" so diluies de cimentos asflticos em solventes

    derivados do petrleo de volatilidade adequada, quando h necessidade de eliminar o

    aquecimento do CAP, ou utilizar um aquecimento moderado. Os asfaltos diludos so

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    classificados em trs tipos, de acordo com o tempo de cura (tempo de evaporao do

    solvente):

    -Asfalto Diludo tipo Cura Rpida - CR: (CAP + frao leve, gasolina).

    -Asfalto Diludo tipo Cura Mdia - CM: (CAP + frao mdia, querosene).

    -Asfalto Diludo tipo Cura Lenta - CL: (CAP + frao pesada, leo diesel).

    Emulses Asflticas de Ruptura Rpida RR

    A emulso asfltica uma disperso de uma fase asfltica em uma fase aquosa (direta) ou,

    ento, uma fase aquosa dispersa em uma fase asfltica (inversa), com ajuda de um agente

    emulsificante. So obtidas combinando gua e asfalto aquecido, em um meio intensamente

    agitado e na presena dos emulsificantes, que tm o objetivo de dar estabilidade ao conjunto,de favorecer a disperso e de revestir os glbulos de betume de uma pelcula protetora,

    mantendo-os em suspenso.

    2.4 Tipos de Misturas Betuminosas dos Revestimentos

    Os revestimentos asflticos empregados so dos seguintes tipos:

    Tratamento Superficial Duplo (TSD)

    A norma DNER-ES 309/97assim define o servio:

    Tratamento Superficial Duplo - TSD, camada de revestimento do pavimento constituda por

    duas aplicaes sucessivas de ligante betuminoso, cobertas cada uma por camada de

    agregado mineral, submetidas compresso.

    Trata-se de uma soluo de revestimento de baixo custo. Numa fiscalizao, devem-se

    realizar as seguintes verificaes:

    Verificar se h corrugaes ou afundamentos (preferencialmente em dias de chuva).

    Levar linha de pedreiro;

    H pontos de exsudao?

    O trecho apresenta soltura exagerada de brita?

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    Ao fiscalizar obras rodovirias em dias chuvosos, o fiscal pode tirar partido do fato de que

    qualquer depresso ou afundamento estar facilmente perceptvel, uma vez que a gua se

    acumular denunciando tais defeitos. Esses so os dias ideais tambm para se observar o

    funcionamento dos dispositivos de drenagem: se h descidas dgua suficientes e se elas

    esto bem localizadas; se as sarjetas, valetas, bueiros esto dimensionados adequadamente

    etc.

    Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ)

    A norma DNIT 031/2006-ESassim define o servio:

    Concreto Asfltico - Mistura executada a quente, em usina apropriada, com caractersticas

    especficas, composta de agregado graduado, material de enchimento se necessrio e cimento

    asfltico, espalhada e compactada a quente.

    Na fiscalizao desse item de servio, o fiscal, alm de observar todos os aspectos da norma

    acima citada, dever ficar atento ao seguinte:

    - No possvel a execuo de camadas de CBUQ com espessura inferior a 3 cm;- responsabilidade da empreiteira a execuo da camada na espessura exigida em projeto.

    - Por outro lado, espessuras aqum das projetadas podem at no comprometer o pavimento

    sob o ponto de vista estrutural (desde, claro, que dentro da faixa de 5% de tolerncia), mas

    no autorizam a apropriao maior das quantidades que foram efetivamente executadas.

    A norma determina que o dimetro do agregado grado no possa ser superior a dois teros

    da espessura da camada da massa betuminosa. Aliando essa premissa s faixas

    granulomtricas admitidas para a brita, tem-se que, como o dimetro mnimo da pedra quepode ser utilizada de 19 mm, a espessura da camada jamais pode ser superior a 2,85cm. Se

    essa regra no for observada, o que ocorrer que no haver massa suficiente para envolver

    adequadamente o agregado, de modo que este fatalmente se soltar deixando buracos no

    revestimento que rapidamente se deteriorar.

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    Nesse sentido muito importante que tal item seja observado, sobretudo quando se pretende

    aplicar um revestimento asfltico sobre um pavimento em paraleleppedos. Ocorre que a

    superfcie em paralelos naturalmente irregular, de modo que quando se projeta um

    recapeamento em massa asfltica de baixa espessura, corre-se um grande risco de se ter

    diversos pontos em que a espessura seja inferior aos citados 3 cm, o que inevitavelmente

    ocasionar o largamento do novo revestimento nesses trechos.

    Devido a isso, o mais recomendvel que, quando se decida aplicar concreto asfltico sobre

    paralelos, seja projetada uma camada de espessura igual ou superior a 5 cm, aps uma

    minuciosa reviso e correo do pavimento antigo. Recomenda-se, inclusive, passar um rolo

    de pneus, ou mesmo um caminho carregado, para verificar se no h recalques nas pedras, o

    que ocasionaria o fissuramento do revestimento aplicado.

    Pr Misturado a Quente(PMQ)

    Consiste na mistura devidamente dosada em usina de material betuminoso e agregado

    mineral a quente. Nos revestimentos betuminosos por mistura o agregado pr-envolvido

    com o material betuminoso antes da compresso. Quando o pr-envolvimento feito em

    usinas fixas, resultam os "Pr-misturados Propriamente Ditos" e, quando feito na prpria

    pista, tm-se os "Pr-misturados na Pista" (road mixes).

    Quando os tipos de agregados e de ligantes utilizados permitem que o espalhamento seja

    feito temperatura ambiente (embora a mistura tenha sido feita a quente) temos o Pr

    misturado a frio -PMF. Quando o ligante e o agregado so misturados e espalhados na pista

    ainda quentes, temos o PMQ.

    Areia Asfalto a Quente

    Consiste na mistura de areia com um produto betuminoso obtido em usinas fixas. A areia

    utilizada, normalmente, a passante na peneira # 10 (2mm), embora 2 ou 3 areias possam ser

    misturadas para se obter a granulometria desejada. Pode ser executada em duas camadas.

    Apresenta o inconveniente de produzir uma superfcie lisa e macia, ocasionando problemas

    de escorregamento. Pode-se usar pedrisco para tornar a superfcie mais spera.

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    Lama Asfltica

    uma associao (mistura), em consistncia fluida, de agregados, filler (ou material de

    enchimento) e emulso asfltica, devidamente espalhada e nivelada. geralmente empregada

    no rejuvenescimento de pavimentos asflticos (pavimentos desgastados) ou como camada de

    desgaste e impermeabilizante nos tratamentos superficiais ou macadame betuminoso. Por

    apresentar condies de elevada resistncia derrapagem, devido a seu alto coeficiente de

    atrito, tambm empregada na correo de trechos lisos e derrapantes.

    A espessura final da ordem de 4 mm e a compactao executada pelo prprio trfego. A

    lama asfltica no considerada um revestimento propriamente dito, e sim um timo

    processo para preservar e manter revestimentos betuminosos.

    Revestimentos Rgidos

    O concreto de cimento constitudo por uma mistura relativamente rica de cimento Portland,

    areia, agregado grado e gua, distribudo numa camada devidamente adensada. Essa camada

    funciona ao mesmo tempo como revestimento e base do pavimento. Resiste a cargas mais

    elevadas e tem maior durabilidade.

    2.5 Drenagem

    O ciclo da gua

    Iniciando pela chuva temos basicamente quatro destinos s guas:

    1. Parte evapora retornando atmosfera

    2. Parte absorvida e retida pela vegetao

    3. Parte escoa sobre a superfcie _ so as guas superficiais

    4. E parte penetra na crosta incorporando ao lenol fretico - so as guas subterrneasprofundas.

    So as guas superficiais e as profundas que afetam e prejudicam as obras em andamento e as

    rodovias concludas.

    A ao da gua pode se manifestar atravs de acidentes do tipo:

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    a) escorregamento e eroso de taludes

    b) rompimento de aterros

    c) entupimento de bueiros

    d) queda de pontes

    e) diminuio da estrutura do pavimento

    f) variao de volume de solos mais expansivos

    g) destruio do pavimento pela presso hidrulica

    h) oxidao e envelhecimento prematuro dos asfaltos

    Portanto, para evitar problemas desta natureza, lanamos mo da:

    Drenagem Superficial

    o conjunto de medidas que so tomadas no sentido de afastar as guas que escoam sobre a

    superfcie da rodovia ou nas proximidades da mesma.

    Os dispositivos de drenagem superficial so:

    Valeta de proteo de corte e aterro;

    As valetas de proteo tm como finalidade impedir que as guas procedentes das encostas

    de montante atinjam a rodovia, evitando eroses e desestabilizao do talude de corte e

    aterro, garantindo sua estabilidade.

    Sarjeta de corte e aterro;

    Tem como objetivo captar as guas que precipitam sobre a plataforma e taludes de corte e

    aterro, conduzindo-as ao local de desge seguro.

    Sarjetas de banqueta de corte e aterro;

    As sarjetas de banqueta so dispositivos que tem como objetivo captar e conduzir a gua

    precipitada no talude e na plataforma das banquetas conduzindo longitudinalmente a um

    local seguro.

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    Caixa Coletora;

    As caixas coletoras tm por finalidade coletar as guas oriundas das sarjetas de corte, das

    descidas dgua dos cortes e talvegues, conduzindo-as para fora do corpo estradal atravs dos

    bueiros.

    Sada Dgua de Corte e Aterro;

    As sadas dgua tambm denominadas entradas dgua so coletores das guas das sarjetas

    de aterro conduzindo-as para as descidas dgua. So utilizadas quando atingido o ponto

    crtico da sarjeta, e nos pontos baixos das curvas verticais cncovas e junto s pontes.

    Descida Dgua de Aterro

    So dispositivos que tem como objetivo, conduzirem as guas provenientes das sarjetas de

    aterro quando atingido seu comprimento crtico e nos pontos baixos das curvas verticais

    cncovas, desaguando em terreno natural.

    Descida Dgua de Corte

    So dispositivos destinados a dirigir as guas proveniente da valeta de proteo de corte paraas caixas coletoras dos bueiros de greide, de onde sero conduzidas para fora do corpo

    estradal.

    Dissipadores de Energia

    So dispositivos destinados a dissipar a energia do fluxo dgua, reduzindo

    conseqentemente sua velocidade de modo que no haja risco de eroso no final da sada,

    descidas dgua, valeta de proteo e bueiros.

    Drenagem Profunda

    o conjunto de dispositivos subterrneos executados com a finalidade de evitar que as guas

    profundas atinjam o pavimento ou a superfcie da estrada.

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    A gua subterrnea pode prejudicar a estrutura das estradas, devendo ser eliminada ou

    reduzida por rebaixamento dos lenis freticos, que devem ser mantidos pelo menos uma

    profundidade de 1,5 a 2 metros do subleito das rodovias, dependendo do tipo de solo da rea

    considerada.

    Os dispositivos de drenagem subterrnea mais comuns so os:

    Drenos profundos;

    Drenos espinha-de-peixe;

    Colcho (camada) drenante;

    Valetes laterais;

    A necessidade de construo do sistema de drenagem profunda deve basear-se eminvestigaes de campo que compreendero:

    Conhecimento da topografia da rea;

    Observaes geolgicas e pedolgicas, com obteno de amostras por sondagens trado,

    percusso, rotativa e, em certos casos, por abertura de poos p e picareta;

    Conhecimento da pluviometria da regio, por recursos oferecidos pela hidrologia.

    Drenos Profundos

    So drenos subterrneos que se caracterizam por sua maior profundidade em relao ao

    greide de terraplanagem, tendo como objetivo rebaixar (e/ou interceptar) o lenol fretico,

    impedindo que este atinja o corpo da estrada.

    So instalados preferencialmente em profundidades entre 1,5 e 2,0 m, em cortes, nos terrenos

    planos que apresentem lenol fretico prximo ao subleito e em reas eventualmente

    saturadas prximas ao p de taludes, principalmente nos casos em que forem encontradascamadas permeveis intercaladas com impermeveis, mesmo que sem a presena de gua por

    ocasio da pesquisa do lenol fretico.

    Classificao dos drenos profundos:

    Quanto funo:

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    Interceptantes quando destinados a interceptar as guas que se infiltram pelas reas

    adjacentes rodovia;

    De rebaixamento de lenol quando se destinam a rebaixar o lenol subterrneo

    existente no terreno natural.

    Quanto Disposio:

    Longitudinais quando ocupam posio aproximadamente paralela ao eixo da estrada.

    Transversais quando cortam o eixo, segundo um ngulo geralmente entre 45 e 90.

    Recomendaes Gerais

    O dreno longitudinal profundo no dever terminar em coletores de guas pluviais ou corpo

    de bueiros, admitindo-se sua chegada a caixas coletoras e a dispositivos especiais, tais como

    muros de testa e outros;

    Devero ter no incio e com espaamento mximo de 200 m, caixas de inspeo e limpeza;

    No sero projetados drenos profundos com declividade inferior a 1 %;

    Localizao:

    Sero projetados drenos profundos nos locais onde haja necessidade de interceptar e/ou

    rebaixar o lenol fretico:

    Nos cortes em solo, quando indicados pelos estudos do lenol fretico;

    Nos cortes, 1,5 m do p dos taludes, para evitar futuros problemas de instabilidade;

    Nos cortes em rocha, obrigatoriamente;

    Em qualquer local onde as camadas superiores de terraplanagem no puderem ser

    drenadas livremente;

    Sob os aterros onde a montante se apresente gua minando que no possa ser transpostapor bueiros;

    Posio:

    Devem ser executados distncia mnima de 1,50 m do p dos taludes de corte, mas isto no

    se aplica a cortes em rocha, quando no h distncia mnima.

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    Sua profundidade mdia nos cortes varia geralmente entre 1,5 e 2,0 m

    O estudo do tipo de tubo, poroso ou furado, bem como do tipo de dreno, contnuo ou

    descontnuo, dever ser feito de acordo com a granulometria do solo onde ser executado.

    O material filtrante poder ser areia ou material sinttico, escolhido aps a anlise tcnica e

    econmica.

    Sobre drenos nos cortes em rocha

    Nos cortes em rocha, os drenos longitudinais so geralmente cegos, no sendo necessrio

    guardar a distncia de 1,5 m do p do talude. Em geral tem profundidade mxima de 0,60 m

    a partir do fundo do rebaixo, e seo retangular.

    Quando ocorrer nos cortes a presena simultnea de solo e rocha, ser construdo no limite

    entre eles, no segmento em rocha, um dreno cego, interligado por meio de caixas ao sistema

    de drenos longitudinais, para captar e conduzir as guas que possam percolar ao longo da

    superfcie do trecho em rocha. Quando nesses cortes o segmento em solo situar-se

    montante, necessrio analisar a convenincia de reduzir a profundidade dos drenos em

    solos e/ou aprofundar os drenos em rocha a fim de estabelecer continuidade do fluxo d'gua

    drenada.

    Drenos Espinha-de-peixe

    Objetivo e Caractersticas

    So dispositivos destinados drenagem de grandes reas, pavimentadas ou no. Geralmente

    sem tubos, com pequena profundidade, so usados em srie, dispondo-se obliquamente um

    eixo longitudinal ( no caso, o eixo longitudinal da rodovia) ou rea a drenar.

    O desge pode ser livre ou em drenos longitudinais.

    Localizao:

    Os drenos espinha-de-peixe devero ser previstos para drenagem de:

    Grandes reas pavimentadas;

    Parques de estacionamento;

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    Praas de pedgio;

    Cortes quando a soluo do dreno longitudinal for julgada insuficiente ou anti-econmica

    face caracterstica peculiar do lenol e do terreno;

    Sob aterros, quando o terreno natural apresentar lenol fretico muito alto ouimpermevel, ou presena de gua superficial prejudicial estabilidade do macio

    Colcho Drenante

    Com o mesmo objetivo que os drenos anteriores, situa-se pequena profundidade no leito, e

    constitui-se de uma ou mais camadas de material permevel, colocadas em toda a largura da

    rea drenada. So adotados quando o volume a ser drenado for muito grande, no sendo

    possvel o uso de espinha-de-peixe.

    So usadas:

    - Nos cortes em rocha;

    - Nos cortes onde o leno fretico estiver prximo (ou acima) do greide de terraplenagem;

    - Na base de aterros onde houver sinais de gua livre prxima do terreno natural;

    - Nos aterros sobre camadas impermeveis.

    A remoo das guas drenadas poder ser feita:

    Atravs de sadas em pontos (baixos) previamente calculados

    Por coletores ou drenos longitudinais, se no existirem pontos baixos.

    Valetes Laterais

    So valas abertas nos cortes junto plataforma, com a finalidade conjunta de substituir os

    dispositivos de drenagem subterrnea e superficial.

    So mais recomendados em regies planas, quando trabalharo como sarjeta e dreno

    profundo, simultaneamente.

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    Alguns autores recomendam que sejam limitados pelo acostamento e pelo talude de corte.

    Apesar da economia, podero ser perigosos para o trfego, a no ser que sejam executados

    com um alargamento substancial do acostamento.

    Consideraes Gerais:

    talude junto palataforma ser idntico ao de aterro do trecho, e sua inclinao ser no

    mximo 1:1,5 ; do lado oposto, o mesmo do talude de corte;

    A profundidade mnima ser de 1,5 m a partir do greide de terraplanagem;

    Dever possuir revestimento vegetal em toda a sua superfcie;

    No dever ser projetado se o greide da rodovia possibilitar eroso.

    Ser indicado preferencialmente para o lado interno de trechos em curva.

    Somente sero executados em trechos com escavao de materiais de 1 categoria.

    Utilizao:

    Nos locais onde o projeto de terraplanagem indicar alargamento dos cortes;

    Nos cortes onde for necessrio construir drenos profundos, substituindo-os;

    Nas regies de difcil aquisio de materiais para executar drenos profundos.

    Aps estudo comparativo com dispositivos convencionais de drenagem subterrnea,

    apenas ser adotado se for soluo mais econmica.

    Sua construo dever ser prevista como operao de rotina de terraplanagem. A escolha

    da seo (triangular ou trapezoidal) ser compatvel com o trabalho dos equipamentos

    existentes.

    2.6 Obras de Arte Correntes

    As obras de arte corrente so dimensionadas para operar como orifcio (bueiros tubulares),

    tempo de recorrncia de 25 anos e operar como canal (bueiros celulares), tempo de

    recorrncia de 50 anos.Noes sobre a determinao da seo de vazo dos bueiros:

    A rea de vazo do bueiro uma funo da vazo m/s.

    A vazo depende de:

    1. rea da bacia de contribuio

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    2. intensidade de precipitao (mm/h)

    3. declividade mdia da bacia - tempo mdio de concentrao

    4. natureza e forma da superfcie drenada

    a rea da bacia de contribuio pode ser determinada por:

    a. levantamento planimtrico no campo

    b. fotografias areas

    c. cartas topogrficas

    A Precipitao:

    Os dados sobre a precipitao so obtidos a partir de registros existentes - uma boa fonte soos anurios de Diviso de guas do Ministrio da Agricultura. Alguns rgos pblicos como

    a COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais, publicou em 2001 o livro

    Equaes de Chuvas Intensas no Estado de Minas Gerais, contendo dados pluviogrficos

    em vrias regies do estado de Minas Gerais, Esprito Santo e Bahia.

    O Tempo de Concentrao:

    Depende da declividade, natureza do recobrimento e forma da bacia.Pode-se determinar a rea de vazo por observaes no local da travessia

    execuo de um nivelamento transversal ao curso dgua, considerando as cotas de mxima

    cheia com alguma tolerncia a favor da segurana.

    Tipos de Bueiro:

    Simples: BSTC (Bueiro Simples Tubular de Concreto)

    BSCC (Bueiro Simples Celular de Concreto)

    Duplo: BDTC (Bueiro Duplo Tubular de Concreto)

    BDCC (Bueiro Duplo Celular de ConcretoTriplo: BTTC (Bueiro Triplo Tubular de Concreto)

    BTCC (Bueiro Triplo Celular de Concreto)

    Metlicos

    Os metlicos so fabricados a partir de bobinas de ao, segundo normas da AASHTO e

    ASTM revestidos adequadamente para resistir as mais diversas condies ambientais.

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    Fundao dos Bueiros

    Fundao direta;

    Todo bueiro construdo sobre solo firme, devera receber uma fundao direta. Contudo,mesmo que a fundao seja direta, recomendado um pequeno empedramento compactado,

    com objetivo de reforar o solo de fundao, que geralmente apresenta a camada superficial

    fofa. Sobre o empedramento executado o bero de concreto.

    Fundao com Empedramento;

    De posse da sondagem a percusso, os solos de fundao que apresentarem baixa resistncia

    em at 2,00m de profundidade podero ser reforados com pedras.

    Fundao com Estacas

    Quando o terreno de fundao apresenta solo de baixa resistncia com profundidade maior

    que h=2,00m, a fundao ter que ser estaqueada.

    2.7 Obras de Arte Especiais

    So obras destinadas a transposio de talvegues em bacias hidrogrficas ,nas situaes em

    que, a vazo determinada pelos estudos hidrolgicos e a rea da bacia, no permitirem a

    construo de bueiros.

    3. AVALIAO DA QUALIDADE EM OBRAS RODOVIRIAS

    Segundo o Tecnlogo em Infra-estrutura de Vias CEFET/GO, Mestrando em Geotecnia

    pelo Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Braslia UnB, onde desenvolve

    pesquisa sobre Avaliao Funcional e Estrutural de Pavimentos Aeroporturios.

    necessrio atentar-se aos recursos disponveis para que se possam obter resultados

    satisfatrios condizentes com as normas tcnicas. Para cada caso h necessidade de

    resultados experimentais evidentes que garantam a funcionalidade dos mtodos, bem como,

    do tratamento analtico adequado, da avaliao estatstica dos resultados e da definio dos

    critrios de aceitao.

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    Assim, surge a necessidade de padronizao de linguagem do setor para o entendimento total

    dos termos inerentes qualidade dos servios a serem executados.

    3.1 Consideraes Sobre Qualidade

    A palavra qualidade tem mltiplos significados. Juran & Gryna (1991) diz que o uso da

    palavra denominado por dois desses significados:

    - A qualidade consiste nas caractersticas do produto que vo ao encontro das necessidades

    dos clientes e dessa forma proporcionam a satisfao em relao ao produto;

    - A qualidade a ausncia de falhas.

    Segundo Valentini (2002), o termo qualidade definido como a totalidade de caractersticas

    de uma entidade que lhe conferem a capacidade de satisfazer as necessidades explcitas e

    implcitas, e para a obteno da qualidade satisfatria h o envolvimento das fases do ciclo

    da qualidade como um todo, como a qualidade devido definio das necessidades, ao

    projeto do produto, conformidade e a qualidade devido assistncia ao produto ao longo do

    seu ciclo de vida.

    De modo anlogo, pode-se definir qualidade como sendo a totalidade dos desempenhos em

    funo e caractersticas de um produto ou servio que se sustenta em sua possibilidade

    efetiva para atender s necessidades especificadas ou implcitas (Silva, 2005).

    Para que o produto ou servio atenda s suas finalidades necessrio que se controle o

    processo de concepo do mesmo. Desta forma, surge o Controle da Qualidade, definido por

    Juran & Gryna (1991) como sendo o processo regulador por meio do qual mede-se e se

    avalia o desempenho real da qualidade, comparando-o com os objetivos da qualidade e o

    modo de se agir sobre a diferena. Outras definies para o controle da qualidade incluem

    uma parte do processo regulador, ou seja, a inspeo do produto e os instrumentos,

    habilidades ou tcnicas.

    Neste sentido, a avaliao da conformidade se faz de maneira sistematizada, com regras pr-

    definidas, devidamente acompanhado e avaliado, de forma a propiciar adequado grau de

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    confiana de que um produto, processo ou servio, atenda a requisitos pr-estabelecidos em

    normas ou regulamentos. A avaliao da conformidade pela observao e julgamento

    acompanhados, conforme apropriado, por medies e ensaios definida como inspeo.

    Visam determinao da conformidade aos regulamentos, normas ou especificaes, e o

    subseqente relato dos resultados (Inmetro, 2005).

    Ainda, segundo o Inmetro (2005), os ensaios consistem na determinao de uma ou mais

    caractersticas de um dado produto, processo ou servio, de acordo com um procedimento

    especificado. o mecanismo de avaliao da conformidade mais utilizado, podendo ser

    utilizados em conjunto com a inspeo.

    3.2 A Qualidade em Obras Rodovirias

    Assim como todos os campos da produo, a indstria da construo no poderia abster-se

    do processo de qualificao dos servios prestados. A exemplo disto, tm-se as etapas de

    construo de uma rodovia que tambm so executadas de acordo com normas e

    especificaes do respectivo rgo fiscalizador DER/ DNIT. O fato de seguir os

    procedimentos de construo no suficiente para que se tenha uma obra com qualidade,

    importante salientar que existem parmetros de aceitao e rejeio dos resultados.

    O controle dos processos, bem como dos resultados analticos garante que as atividades da

    empresa ocorram conforme planejado. As atividades de controle da qualidade tambm

    podero descobrir falhas no projeto e, assim, indicar mudanas que poderiam melhorar a

    qualidade dos servios executados.

    Visto tais fatores, o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes DNIT

    implementou uma srie de normas, procedimentos e especificaes de servio para que se

    possa obter um grau de linearidade nos mtodos de execuo e fiscalizao dos servios

    realizados na construo de uma obra rodoviria. Estas normas so de carter especfico para

    que cada etapa da construo seja acompanhada de maneira sistemtica e ordenada,

    tornando-se teis na consolidao de um programa de controle e avaliao da qualidade dos

    servios realizados.

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    A empresa executante dever exercer autocontrole da obra rodoviria identificando os vrios

    processos que compem o sistema de produo e suas inter-relaes e tal controle dever

    abranger as diversas fases da obra, desde o planejamento at a entrega, detalhando as

    medidas adotadas, cumprindo as exigncias da legislao em vigor, das normas tcnicas do

    contratante, do projeto de engenharia e outras exigncias particulares aplicveis obra

    (DNIT 011/2004 PRO).

    3.3 Controle Tecnolgico

    O executante deve estabelecer e manter procedimentos documentados para determinar os

    mtodos de medio, inspeo e ensaios, alm dos critrios de aceitao aplicados na

    avaliao da obra e dos processos, durante todas as fases.

    Devem ser especificadas as tolerncias e as caractersticas de atributos, e tambm os valores

    esperados de desempenho com indicao quanto sua aprovao ou no (DNIT 011/2004-

    PRO).

    3.4 Controle Estatstico

    Segundo o DNIT 011/2004-PRO a executante da obra deve estabelecer e manter

    procedimentos documentados para seleo e aplicao de mtodos estatsticos,

    principalmente em anlise de dados, avaliao de desempenho, anlise de no

    conformidades, melhoria do processo e avaliao de segurana contra riscos e anlise de

    riscos.

    Todas as etapas de um empreendimento rodovirio devem ser desenvolvidas com objetivo de

    atender a requisitos especificados em Normas e Regulamentos Tcnicos, aplicando-se assiminspees e avaliaes de conformidade dos ensaios e servios realizados com finalidade de

    obteno de produto final de qualidade. Desta forma, o estudo estatstico verificar os

    desvios inerentes aos resultados encontrados. Aps compactao das camadas, por exemplo,

    o estudo avalia se os servios de umedecimento e compactao do solo foram executados de

    maneira uniforme, pois o produto final, ou seja, a camada compactada ter que apresentar um

    certo grau de linearidade dos resultados aps sua construo.

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    4. Principais Problemas Detectados Em Obras Rodovirias e a Lei 8666/93

    4.1 Quanto Execuo Contratual

    a. Aditamento do valor contratual superior a 25% do valor global, contrariando o disposto no

    art. 65, pargrafo 2, devido incorporao de novos servios na planilha oramentria. Os

    principais fatores que interferem nos aditamentos contratuais so as mudanas de concepo

    de projeto, a exausto de jazidas pr-estabelecidas para fornecimento de material e o aumento

    do volume de escavao e de compactao de material para adequao ao relevo da regio.

    b. Alterao do objeto contratual por meio de aditamento de servios ou de obras de

    engenharia que no tm relao direta com o objeto contratado, contrariando o disposto no

    Art 3, quanto ao princpio da vinculao ao instrumento convocatrio. Pode ocorrer o

    aditamento de obras no previstas na fase de licitao, tais como construo de anel

    rodovirio e pista de acesso a cidades vizinhas, dentro de um contrato de restaurao ou de

    duplicao de uma rodovia principal. As alteraes so determinadas mais por decises

    polticas do que por critrios tcnicos, uma vez que beneficiam determinadas cidades em

    detrimento de outras que esto na mesma situao.

    c. Atrasos no cronograma da obra devido falta de crditos oramentrios e de recursos

    financeiros. Uma vez que so feitas contrataes e abertas frentes de trabalho que exigem um

    oramento maior que o disponibilizado para o rgo pblico, as obras contratadas sofrem

    interrupes. As paralisaes causam a perda de servios j faturados, onerando o custo

    global. Os contratos so prorrogados, chegando a um prazo corrido de execuo de at 11

    anos, ultrapassando o previsto em Edital e contrariando o disposto no art. 57, inciso II. Em

    alguns casos so feitas prorrogaes de contrato, considerando-se como prazo de execuocontratual apenas o perodo que houve atividade de servios, descontando os perodos em

    que o contrato ficou paralisado, o que pode nos levar a contratos de durao infinita. A

    faculdade de prorrogao no se destina a ser utilizada permanentemente. exceo e no

    justifica a eternizao do contrato (Justen Filho, Maral, 2000).

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    d. Contratos j encerrados que so reavivados. H casos de contratos que, quando se obtm

    mais crditos oramentrios para execuo da obra, so reavivados, mesmo depois de j

    terem sido encerrados. A execuo de servios retomada com o mesmo contratado e com

    base em preos unitrios reajustados por ndices financeiros que redundam em defasagem em

    relao ao mercado, devido ao longo perodo ocorrido da licitao. No h instrumentos

    legais explcitos para coibir essa prtica.

    4.2 Quanto Aplicabilidade do Projeto Bsico

    As licitaes feitas apenas com o projeto bsico, embora legalmente permitidas, acarretam

    necessidade de reviso da planilha oramentria quando concludo o projeto executivo. No

    caso de obras rodovirias, a extenso a ser submetida a sondagem substancialmente maiorque em obras de edificaes, podendo trazer grandes imprevistos. Uma vez que no feito

    um planejamento adequado e no so feitas sondagens suficientes, o quantitativo de servios

    e o dimensionamento do pavimento podem estar aqum do necessrio exigido para a estrada.

    A utilizao de projeto inadequado, sem observncia s normas tcnicas adequadas, contraria

    o disposto no art. 12, inciso VI. Os problemas gerados na obra so citados a seguir:

    a) Presena de trilha de roda, trincas longitudinais no revestimento e trincas generalisadas

    (borrachudos), causadas por dimensionamento inadequado das camadas da pavimentao,

    insuficientes para resistir carga submetida e ao aumento de trfego previsto. Os danos

    causados ao pavimento esto relacionados diretamente com a ausncia de balanas nos

    postos de pesagem, para limitar o peso dos veculos que trafegam pela estrada.

    b) Alteraes substanciais dos servios de terraplenagem, em detrimento dos servios

    de drenagem, sinalizao, obras correntes e obras complementares, mantendo-se o

    aumento global dentro do limite de 25%. Os servios de terraplenagem so os mais

    difceis de serem conferidos pelos rgos de controle, sendo justamente onde

    possvel uma maior manipulao por parte dos executores. No existe restrio legal a

    alterao dos quantitativos internos da planilha oramentria em propores elevadas.

    Apresentamos, a seguir, um exemplo de como feita a alterao de quantitativos na

    planilha oramentria.

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    c) Necessidade de substituio de solos moles devido a inadequao de sondagem na rea ou

    at mesmo falta de inspeo visual do solo, deixando de alertar para o problema na fase de

    planejamento.

    d) Alterao de jazida determinada em projeto, por outras mais distantes, causando aumento

    na distncia de transporte e custo maior de indenizao pela utilizao de material de jazida.

    e) Presena de material de 3 categoria (rocha) na direo do eixo estradal a ser implantado,

    encarecendo os servios de corte, no previstos em projeto.

    f) Realizao de drenagem em rea alagada utilizando bueiros, quando seria necessria a

    substituio de solos moles por outros de maior resistncia. Como conseqncia podem

    surgir borrachudos e trincas generalizadas no pavimento, causados pela infiltrao de guano subleito e na sub-base.

    4.3 Quanto Atuao da Fiscalizao

    A falta de acompanhamento e de fiscalizao adequada da obra contrariam as disposies do

    art. 67 da Lei 8666/93. So encontradas as seguintes falhas:

    a) Atesto de medies sem a comprovao do volume e da necessidade de substituio de

    solos moles. necessrio o registro do volume substitudo, por meio de sees de escavao

    de material, alm da determinao precisa do local onde foi lanado o material inadequado.

    b) Material de obra depositado s margens da pista, por inobservnica do fiscal. A

    construtora responsvel pela retirada de todo o entulho de obra, que causa danos

    ambientais.

    c) Medio de servios de aterros sem levantar as sees de compactao. Se forem somados

    os volumes de escavao para efeitos de determinar o volume compactado, no h garantia

    de que todo o material escavado tenha sido realmente colocado no aterro.

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    d) Falta de verificao dos servios topogrficos realizados, assumindo como corretos os

    dados apresentados pelo construtor. Devido falta de recursos humanos e materiais, o fiscal

    deixa de checar os dados apresentados pelo construtor.

    4.4 Quanto Qualidade dos Servios Executados

    A m qualidade dos servios est relacionada com a atuao precria da fiscalizao ou com

    a falta de recursos materiais e humanos para um acompanhamento eficaz. A execuo dos

    servios em desacordo com o projeto e as especificaes, contrariam o disposto no art. 66,

    por deixar de atender, o contratado, s clusulas avenadas. Os tipos de servios de m

    qualidade encontrados so:

    a) Servios de pintura de ligao com excesso de ligante, levando perda de revestimento jexecutado.

    b) Espessura das camadas de sub-base, base e revestimento menor que a projetada. Por meio

    de sondagem com sonda rotativa, pode-se constatar a espessura da capa, bem como as faixas

    de mistura betuminosa aplicadas, conforme no exemplo seguinte.

    c) Drenagem insuficiente do pavimento causando danos base da pista. A localizao das

    sarjetas, o posicionamento dos drenos e a inclinao transversal da pista podem acarretar o

    acmulo de gua no pavimento.

    d) Avano de servios de terraplenagem sem a construo de capa, causando perda de

    servios executados e medidos. recomendvel um avano mximo de 5 km de

    terraplenagem sem revestimento, para que no haja perda de servios.

    e) Utilizao de materiais betuminosos inadequados na composio do concreto asfltico. O

    tipo de cimento asfltico de petrleo -CAP utilizado e a sua concentrao na composio da

    mistura podem trazer alteraes na resistncia e na textura do concreto betuminoso. A

    concentrao baixa de CAP e de material fino pode causar textura crespa no revestimento. O

    excesso de CAP causa a exsudao do material, tornando a superfcie muito lisa.

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    f) Realizao de corte com inclinao inadequada do talude, gerando descarrilamento de

    material. A inclinao adotada funo do coeficiente de atrito do solo natural, exigindo

    ensaios rigorosos para a sua determinao.

    g) Servios de terraplenagem executados com altura menor que a determinada em projeto,

    trazendo, alm dos prejuzos financeiros, instabilidade no leito estradal.

    5. Consideraes Finais

    Das informaes apresentadas, conclui-se que, ao inspecionar uma obra rodoviria, a

    fiscalizao deve estar atenta aos diversos dispositivos das normas tcnicas que

    regulamentam cada servio.

    A nvel nacional o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes DNIT (antigo,

    Departamento Nacional de Estradas de Rodagem DNER) oferece um conjunto, seno

    completo, mas bastante abrangente de especificaes no s de servios, como tambm de

    materiais, mtodos de ensaios, padronizao, terminologia, entre outros. No entanto, cada

    Estado federado, como ocorre, por exemplo, em Minas Gerais, tem tambm o seu prprio

    conjunto de normas tcnicas, que levam em conta as caractersticas de cada regio. Alm

    disso, outras normas, como as da ABNT, tambm regulamentam servios pontuais de

    estradas.

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    REFERNCIA BIBLIOGRFICA

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    Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. DNER-ES 306/97: Pavimentao

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