tcc (fernanda batista) - tcc - impactos associados aos resíduos sólidos de serviços de saúde

Upload: nanda-batista

Post on 29-Oct-2015

383 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • UNICARIOCA CURSO DE GRADUAO TECNOLGICA EM GESTO AMBIENTAL

    TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO

    IMPACTOS ASSOCIADOS AOS RESDUOS SLIDOS DE SERVIOS DE SADE

    FERNANDA BATISTA DE BRITO

    2012

  • CURSO DE GRADUAO TECNLOGICA EM GESTO AMBIENTAL

    IMPACTOS ASSOCIADOS AOS RESDUOS SLIDOS DE SERVIOS DE SADE

    FERNANDA BATISTA DE BRITO

    Sob a orientao do Professor Dr. Bruno Pereira Berto

    Rio de Janeiro, RJ

    Junho de 2012

    Trabalho de Concluso de Curso submetido como requisito parcial para obteno do grau de Tecnlogo em Gesto Ambiental, apresentado ao Curso de Graduao Tecnlogica em Gesto

    Ambiental da UNICARIOCA.

  • UNICARIOCA CURSO DE GRADUAO TECNLOGICA EM GESTO AMBIENTAL

    FERNANDA BATISTA DE BRITO

    Trabalho de Concluso de Curso submetido como requisito parcial para obteno do grau de Tecnlogo em Gesto Ambiental, apresentado ao Curso de Graduao Tecnolgica em Gesto Ambiental da UNICARIOCA.

    TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO APROVADO EM ___/___/2012

    _____________________________________________

    Bruno Pereira Berto, Bilogo, D.Sc. UNICARIOCA (Orientador)

    _____________________________________________

    Sara Camacho de Oliveira, Engenheira UNICARIOCA

    _____________________________________________

    Sergio Thode Filho, Gestor, M.Sc. IFRJ

  • DEDICATRIA

    Dedico esse meu trabalho aos familiares, professores e amigos que me auxiliaram a vencer esta jornada.

  • AGRADECIMENTOS

    Primeiramente a Deus, por ter me dado dons e tudo mais o suficiente para que eu pudesse chegar a este estgio. Aos meus familiares, a quem devo parte do que tenho e do que sou, agradeo a dedicao e amor recebidos sempre. Ao meu futuro esposo, Luiz Felipe Lopes Marques, pelo apoio, compreenso nos

    momentos de ausncia. Ao professor e orientador Bruno Pereira Berto que me auxiliou nessa minha jornada. A coordenadora do meu curso Sara Camacho de Oliveira por todo apoio e ajuda. A Dra. Shirley Braga Pinto por todo o apoio e ajuda. Enfim, aos amigos, colegas e a todos aqueles que colaboram direta ou indiretamente para que este trabalho acontecesse. queles que acreditaram em mim, muito obrigada!

  • "S quando a ltima rvore for derrubada, o

    ltimo peixe for morto e o ltimo rio for

    poludo que o homem perceber que no

    pode comer dinheiro."

    Provrbio Indgena

  • RESUMO

    Cada vez mais os resduos slidos de servios de sade merecem um grande destaque devido ao seu alto risco ao meio ambiente e sade pblica. As empresas prestadoras de servio de sade possuem uma fundamental importncia na gesto ambiental. Este trabalho tem por objetivo geral revisar os impactos associados aos resduos slidos de servios de sade no municpio do Rio de Janeiro. Pde-se concluir que os resduos slidos de servios de sade ainda continuam sendo um grande problema que atinge no s ao meio ambiente, mas a toda sociedade. Entretanto, atravs da educao ambiental pode-se despertar nos geradores de resduos slidos de servios de sade, a sua responsabilidade e a conscincia como gerador de resduos perigosos e poluidor do meio ambiente. Alm disso, a responsabilidade ambiental dos agentes fiscalizadores e geradores de resduos slidos de servios de sade resultar em menos incidncia de mortes ou doenas proveniente do descarte indevido desse material e a reduo dos diversos tipos de resduos perigosos destinados aterros sanitrios.

    Palavras-chave: Gesto Ambiental, Resduos Slidos, Servios de Sade, Rio de Janeiro.

  • ABSTRACT

    Increasingly, solid waste from health services deserve a big highlight because of their high risk to the environment and public health. The companies providing health services have a vital role in environmental management. This paper aims to review the overall impacts

    associated with solid waste from health services in the municipality of Rio de Janeiro. It was concluded that the solid waste from health services still remains a major problem that affects the environment and society. However, through environmental education can be awakened in the generators of solid waste from health services, your responsibility and awareness as a generator of hazardous wastes and pollutes the environment. Moreover, the environmental responsibility of inspectors and health services will result in less incidence of diseases or deaths from the improper disposal of this material and the reduction of various types of hazardous waste destined for landfills.

    Keywords: Environmental Management, Solid Waste, Health Services, Rio de Janeiro.

  • SUMRIO

    1. INTRODUO............................................................................................................. 9 2. DESENVOLVIMENTO............................................................................................... 10 2.1. IMPACTO AMBIENTAL.................................................................................. 10

    2.2. CLASSIFICAO DOS TIPOS DE RSSS.............................................. 11 2.3. TRATAMENTO E DISPOSIO FINAL DE RSSS............................. 13 2.3.1. MANUSEIO........................................................................................... 13 2.3.2. SEGREGAO..................................................................................... 15 2.3.3. COLETA................................................................................................. 15 2.3.4. ARMAZENAMENTO........................................................................... 17 2.3.5. TRANSPORTE....................................................................................... 20 2.3.6. DESTINO FINAL FINAL..................................................................... 20 2.4. CAUSAS E CONSEQNCIAS DOS IMPACTOS ORIUNDOS

    DOS RSSS...............................................................................................

    22

    2.5. SUGESTES PARA O PGRSSS E EDUCAO AMBIENTAL.........................................................................................

    25 3. CONCLUSO................................................................................................................ 27 4. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS........................................................................ 28

  • 9

    1. INTRODUO

    Cada vez mais os resduos slidos de servios de sade (RSSS) merecem um grande destaque devido ao seu alto risco ao meio ambiente. O tratamento que devemos dar aos RSSS se deve quanto a sua destinao final, acondicionamento, classificao e em muitos dos casos antes de deixarem os estabelecimentos geradores.

    As empresas prestadoras de servio de sade possuem uma fundamental importncia na gesto ambiental e os certificados garantem que tais cuidados esto sendo buscados. A fim de definir regras, exigncias semelhantes e formas de mitigar os impactos ambientais causados pela gerao dos resduos, foi padronizado a nvel mundial os procedimentos de gesto ambiental. O servio de limpeza urbana no Brasil foi iniciado em 25 de novembro de 1880 na cidade do Rio de Janeiro.

    O primeiro decreto foi assinado por D. Pedro II, aprovando o contrato de limpeza e irrigao, este sendo executado por Aleixo Gary e suscetivelmente por Luciano Francisco Gary, originando assim a palavra gari que hoje atualmente chamado todos os trabalhadores de limpeza urbana em muitas cidades do brasil.

    Nos dias de hoje a gesto dos resduos slidos considerada um dos setores do saneamento, mas no tem merecido a ateno necessria por parte do poder pblico, pois ocorre um aumento significativo da gerao de resduos slidos, o crescimento acelerado das metrpoles/ cidades fez com que as reas disponveis para colocar o lixo se tornassem escassas disposio final do lixo s vezes realizada de formas inadequadas. Este trabalho tem por objetivo geral revisar os impactos associados aos RSSS no municpio do Rio de Janeiro.

    Os objetivos especficos foram os seguintes: (1) Revisar a metodologia de manuseio, segregao, coleta, armazenamento, transporte e destino final dos RSSS, relatando os principais impactos associados a estas etapas, sobre o meio ambiente e sade pblica do municpio do Rio de Janeiro; e (2) sugerir instrumentos para programas de gerenciamento de RSSS (PGRSSS), educao ambiental e mitigao dos impactos causados pela atual forma de disposio de RSSS.

  • 10

    2. DESENVOLVIMENTO

    2.1. IMPACTO AMBIENTAL

    De acordo com Tauk (2004), impacto ambiental a alterao no meio ou em algum de seus componentes por determinada ao ou atividade e estas alteraes precisam ser quantificadas, pois apresentam variaes relativas podendo ser positiva ou negativa, grande ou pequenas.

    Diversas resolues CONAMA estabelecem conceitos de impacto ambiental. So estas:

    Res. CONAMA 1/1986 (Critrios Bsicos e Diretrizes gerais para o relatrio de impacto ambiental RIMA)

    Res. CONAMA 6/1986 (Aprovao de modelos para publicao de pedidos de licenciamento)

    Res. CONAMA 279/2001 (Estabelece procedimentos para o licenciamento ambiental simplificado de empreendimentos eltricos com pequeno potencial de impacto ambiental)

    Res. CONAMA 279/2001 (Estabelece procedimentos para o licenciamento ambiental simplificado de empreendimentos eltricos com pequeno potencial de impacto ambiental)

    Res CONAMA 369/2006 (Dispe sobre os casos excepcionais de utilidade pblica, interesse social ou baixo impacto ambiental que possibilitam a interveno ou suspenso de vegetao em rea de preservao permanente APP)

  • 11

    2.2. CLASSIFICAO DOS TIPOS DE RSSS

    Os RSSS esto distribudos em farmcias, drogarias, hospitais, unidades ambulatoriais, clinica mdicas, consultrios odontolgicos, laboratrios, institutos de pesquisa, clinicas veterinrias, prontos-socorros e postos de sade (RIBEIRO, 2001). Comparado com todo o lixo gerado pela populao brasileira os RSSS representam apenas 2% deste total. Conforme OPAS (2000) so produzidos em cada unidade de sade da amrica latina cerca de 1kg 4,5 kg de resduos por dia sendo que alguns pesquisadores consideram de 10% a 30% desse lixo hospitalar de infectantes e o restante de lixo comum. A resoluo n 5 do CONAMA (1993) normatiza os procedimentos mnimos para o gerenciamento dos resduos provenientes de sade definindo que aos estabelecimentos geradores dos resduos de sade desde a gerao at a disposio final visando atender adequadamente os requisitos ambientais de sade pblica.

    Os RSSS podem ser descriminados e detalhadados de acordo com o seu grupo. O Quadro 1 demonstra e classifica o RSS quanto ao tipo, quantidade e grupo (ANVISA, 2006).

    O grupo A consiste em: Culturas e estoques de microrganismos, bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas, sobras de amostras de laboratrio contendo Fsangue ou lquidos corpreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistncia sade, contendo sangue ou lquidos corpreos na forma livre, Carcaas, peas anatmicas, vsceras e outros resduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentao com inoculao de micro-organismos, Peas anatmicas (membros) do ser humano; produto de fecundao sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centmetros ou gestacional menor que 20 semanas, Peas anatmicas (rgos e tecidos) e outros resduos provenientes de procedimentos cirrgicos ou de estudos antomo-patolgicos ou de confirmao diagnstica, bolsas transfusionais vazias ou com volume residual ps-transfuso, sondas, gazes, luvas, curativos contendo fezes, urina e secrees, equipos contendo sangue, rgos, tecidos, fluidos orgnicos, materiais perfuro cortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da ateno sade de indivduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminao com prions, Lminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, lminas de bisturi, lancetas, tubos capilares, micropipetas, lminas e lamnulas, esptulas e todos os utenslios de vidro quebrados no laboratrio e outros similares.

  • 12

    Quadro 1. Classificao dos resduos slidos de sade. Simbolo Tipo Grupo Descrio

    Infectantes Grupo A

    So identificados pelo smbolo de substancia infectante, com rtulos de fundo branco, desenhos e fundos pretos. Esse tipo de resduo apresenta um alto risco a sade e ao meio ambiente devido as suas caractersticas biolgicas. Exemplo: sangue e derivados, resduos de laboratrios, de assistncia ao paciente, materiais perfuro - cortantes, dentre outros.

    Qumicos Grupo B

    So identificados pelo smbolo de risco, associado e com a discriminao de qumica e frases a baixo. Esse tipo de resduo apresenta um alto risco a sade e ao meio ambiente devido as suas caractersticas qumicas.

    Radioativos Grupo C

    So identificados pelo smbolo internacional de presena de radiao ionizante em rtulos de fundo amarelo e contornos pretos acrescido da expresso material radioativo. Esse tipo de resduo apresenta um algo grau de rejeitos radioativos superiores aquelas que so especificadas pelo CNEN

    Reciclveis Grupo D

    So identificados pelo smbolo da reciclagem e as cores diferenciadas (cada cor representa um cdigo informando o tipo de material a ser condicionado). Os demais do grupo D no reciclveis tm outros cdigos de cores. Esse tipo de resduo considerado comum no oferecendo qualquer risco a sade pblica.

    O grupo B consiste em: Medicamentos vencidos, produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostticos; antineoplsicos; resduos de saneantes, desinfetantes, reagentes para laboratrio, efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores), demais produtos considerados perigosos, conforme classificao da NBR 10.004 da ABNT. O grupo C consiste em: Material radioativo ou contaminado, com rdio-nucldeos provenientes de laboratrios e servios de medicina nuclear e radioterapia, caracterizado

  • 13

    conforme a resoluo CNEN-NE-6.05 e em volume prprio, tendo como referencia a publicao CDTN 857/99. Por fim, o grupo D consiste em: Papel de uso sanitrio e fralda, absorventes higinicos, peas descartveis de vesturio (inclui luvas), resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e hemostasia de venclises, equipo de soro e outros similares no contendo sangue ou lquidos corpreos na forma livre; resduos provenientes de reas administrativas, de varrio, flores, podas e jardins, resduos de gesso provenientes de assistncia sade

    2.3. TRATAMENTO E DISPOSIO FINAL DE RSSS

    H vrios riscos que os RSSS podem trazer para o estabelecimento gerador, podendo afetar o hospital como um todo. Esse risco tambm se estende a sociedade e ao meio ambiente que direta ou indiretamente podem ter contato com este resduo, por isso deve-se ter um adequado tratamento, acondicionamento e transporte com o mesmo, assim evitando doenas e perda da qualidade de vida (MINISTRIO DA SADE, 2001). Para o sucesso desde o tratamento a disposio final deve-se fazer um relacionamento dos equipamentos e dos materiais necessrios para executar o processo de manuseio, segregao, coleta, transporte, armazenamento e destino final destes resduos (COSTA, 2004).

    2.3.1. Manuseio

    A NBR 12.809 (1993) estabelece todo o procedimento de manuseio de RSSS. Para garantir-se a segurana de todos os responsveis pelo manuseio importante que todos os resduos sejam separados corretamente e colocados em sacos e recipientes que garantam a resistncia dos mesmos e estejam devidamente identificados conforme o seu grau de periculosidade, sendo:

  • 14

    O grupo A devidamente identificado pelo smbolo de resduos Infectantes / Perfuro-cortantes, conforme a ilustrao do Quadro 1, exigido pela NBR-7500 / 2011 da ABNT (Figura 1). O grupo B devidamente identificado pelo smbolo de resduos qumicos, conforme a ilustrao do Quadro 1, exigido pela NBR-7500 / 2011 da ABNT. O grupo C devidamente identificado pelo smbolo de resduos Radioativos, conforme a ilustrao do Quadro 1. O grupo D devidamente identificado pelo de resduos Comuns (Reciclveis), conforme a ilustrao do Quadro 1. imprescindvel o uso equipamentos de segurana a fim de evitar o contato direto com esses tipos de resduos.

    Figura 1. Manuseio Adequado de Resduos Geradores na sade (JORNAL HOLISMO EM SADE, 2012)

  • 15

    2.3.2. Segregao

    A segregao inadequada do RSSS pode acarretar em srios riscos para a comunidade hospitalar e para o meio ambiente em geral. A fim de evitar estes riscos, deve-se fazer uma adequada classificao desses resduos facilitando a segregao apropriada dos resduos (MINISTRIO DA SADE, 2001). Esta etapa de segregao a mais importante de todo o percurso do RSSS na instituio, pois requer a participao de toda a comunidade hospitalar. Quando ocorre a mistura de resduos, misturando materiais perigosos e no perigosos todos se tornam perigosos. A NBR 12807/93 define a segregao como operao de separao de resduos no momento da gerao, em funo de uma classificao previamente adotada para estes resduos (NAIME et al., 2004).

    2.3.3. Coleta

    O Rio de Janeiro um dos maiores exemplos na adoo de usinas de reciclagem e compostagem para o tratamento e destino do resduo urbano e, devido dvida sobre o perigo dos resduos hospitalares, foi criado um sistema diferenciado para a coleta destes, tendo assim uma elevao no custo operacional (FERREIRA, 1995). Todo agente gerador de RSSS fica responsvel pelo manuseio, segregao, coleta e transporte interno, j a coleta e transporte externo pode ser feito por uma empresa pblica ou particular. Toda a coleta feita dentro do estabelecimento gerador deve ser planejada baseando-se em cada tipo de RSSS, volume, itinerrio, dimensionamento dos abrigos, regularidade, frequncia de horrio de coleta externa, devendo atentar-se para a quantidade de EPIs, EPCs e funcionrios. A coleta deve ser feita de forma segura e rpida para o local destinado ao seu armazenamento temporrio (ANVISA, 2006) (Figuras 2 e 3). A NBR 12.810 (1993) estabelece todo o procedimento de coleta de RSSS. Somente os resduos comuns no precisam de uma coleta especial, pois estes podem passar por um processo de coleta seletiva para serem reciclados (Figura 4).

  • 16

    Figura 2. Resduo hospitalar (CULTURA MIX, 2011).

    Figura 3. Resduo hospitalar (CULTURA MIX, 2011).

  • 17

    Figura 4. Coleta de resduos hospitalares (LOGISTICA REVERSA PRO, 2011)

    2.3.4. Armazenamento

    Todo armazenamento de RSSS deve ser bem elaborado e estudado atravs de um PGRSSS, mitigando os riscos de acidente (COSTA, 2004) (Figura 5).

    Conforme a NBR 12807, no armazenamento externo feito no Abrigo de resduo, ocorrendo da seguinte forma: No armazenamento interno, o resduo coletado levado para a sala de resduos, sendo esta localizada na prpria unidade geradora e de onde devem ser transportados atravs da coleta interna para o armazenamento externo (COSTA, 2004).

    No processo de armazenamento importante revisar se todos os resduos esto devidamente identificados, equipados e lacrados para que no ocorra nenhum acidente com as pessoas responsveis pelos transportes, e com o meio ambiente de forma geral. Conforme ilustrado na Figura 6, nem todos os estabelecimentos geradores de RSSS possuem um adequado local e preparo para o armazenamento e separao dos resduos. O Quadro 2 demonstra o tipo de armazenamento de cada resduo de acordo com o seu grupo e tipo.

  • 18

    Figura 5. RSSS armazenados em embalagens especialmente desenvolvidas para minimizar os riscos de contaminao durante os processos de coleta, transporte e destinao-final. (CONESUL SOLUES AMBIENTAIS, 2012).

    .

    Figura 6. Abrigo de resduos do Hospital So Francisco de Assis, Crato, CE. Fotografia do ano de 2004 (COSTA, 2006)

  • 19

    Quadro 2. Tipo de Armazenamento de acordo com grupo e tipo Grupo Tipo Armazenamento

    Grupo A Infectante

    O recipiente para armazenamento para esse resduo deve resistente a tombos, lavvel, resistente a objetos que podem perfurar, ruptura, vazamentos, impermevel, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados. J os resduos perfuro-cortantes o primeiro armazenamento antes de ser levado para o armazenamento final devem estar em um recipiente rgido, estanque resistente a perfuraes, vazamento, impermevel, com tampa contendo a simbologia da substancia conforme Quadro 1. Lembrando que esse resduo previamente antes de ser levado para o recipiente dever estar dentro de um saco para o armazenamento desse resduo, devidamente identificado e com a sua simbologia conforme Quadro 1, e ser de cor branca leitosa. proibido o esvaziamento e reaproveitamento desse saco. Deve se considerar esse resduo como um resduo de grande risco.

    Grupo B Qumico

    As substancia desses resduos so perigosas (corrosivas, reativas, txicas, explosivas e inflamveis) deve ser armazenadas e descartadas conforme as recomendaes do fabricante conforme podemos ver abaixo algumas recomendaes: (1) Resduos Slidos, devem ser acondicionados em recipientes de material rgido, conforme cada tipo de substancia qumica, respeitando as suas caractersticas fsico qumicas e seu estado fsico devendo seu recipiente ser devidamente identificado; (2) Resduos Lquidos, devem ser acondicionados em recipientes constitudos de material compatvel com o liquido armazenado, resistente, rgido e estanque, com tampa rosqueada e vedante. Os recipientes desse resduo deve ser devida mente identificado. Lembrando que para o armazenamento desse resduo deve levar em considerao as exigncias de compatibilidade entre os resduos qumicos de modo a evitar qualquer tipo de reao qumica que possa vir a deteriorar a embalagem e recipiente que responsvel pelo seu armazenamento. J os resduos que sero encaminhados para a reciclagem dever ser armazenados em recipientes individuais observando a exigncia de compatibilidade qumica e ser devidamente identificado com o seu smbolo de risco conforme Quadro 1.

    Grupo C Radioativo

    Os resduos radioativos devem ser armazenados em recipientes de chumbo, com blindagem adequada ao tipo e ao nvel de radiao emitida tendo a simbologia de radioativo conforme quadro 1. Esse recipiente deve ser armazenado em frascos de at 2 lts ou em bombonas de material compatvel com o liquido armazenado, de preferncia esses frascos devem ser de polipropileno, resistente, rgido e estanque , com tampa rosqueada e vedante, sendo acomodada em bandeja de material inquebrvel e com profundidade suficiente para conter a devida margem de segurana. O recipiente deste resduo deve ser de material rgido, internamente forrado com saco plstico resistente e identificado conforme o item 12.2 da RDC ANVISA N 306/04.

    Grupo D Reciclvel

    Esse resduo tem as caractersticas similares aos domiciliares e dever ser armazenados em sacos impermeveis de acordo cos as orientaes dos servios locais de limpeza urbana. Dependendo do local esses resduos so acondicionados em sacos de cor preta. Os restos mortais de animais de acordo com o tamanho devem ter armazenamento e transporte diferenciado, desde que submetido a aprovao pelo rgo de limpeza urbana, responsvel direto ou coordenador das etapas de coleta, transporte e disposio final.

  • 20

    2.3.5. Transporte

    Tratando-se dos RSSS tm-se dois tipos de transportes: o interno e externo. O interno consiste no translado desse resduo do ponto em que foi gerado ao ponto de armazenamento temporrio e o externo para uma posterior coleta (ANVISA, 2004) (Figuras 7 e 8).

    Um dos principais objetivos da coleta de RSSS das unidades geradoras a reduo de acmulos de resduos a fim de prevenir acidentes que possa prejudicar o meio ambiente como um todo (COSTA, 2004).

    Todo o resduo de RSSS deve estar devidamente embalado e identificado afim de evitar o vazamento do mesmo at a sua unidade de tratamento. A coleta no deve passar de 24hs, e obrigatrio o licenciamento da estao de transferncia para esse tipo de resduo, tendo cincia do correto armazenamento de cada resduo. Alm disso, toda essa manobra realizada com os resduos deve ser feita em horrios diferentes aos horrios de maiores fluxos dentro da unidade geradora como: visita, distribuio de roupas, distribuio de alimento e circulao de pessoas no ambiente (MOURA, 2010).

    A coleta e transporte externos dos RSSS devem ser realizados de acordo com as normas NBR 12810 e NBR 14652 da ABNT. Ainda importante ressaltar que os resduos no mencionados nas normas ABNT/NBR 10004 e ANTT 420 no necessitam da emisso da ficha de emergncia e envelope para o transporte (SANTA MARCELINA, 2007).

    2.3.6. Destino final

    Geralmente o transporte, tratamento e destinao final so feitos fora dos estabelecimentos de sade, por empresas especializadas contratadas ou por entidades. Mais podemos ver tambm que algumas unidades geradores de RSSS contam com um prprio sistema de tratamento desses resduos devido a sua complexidade e magnitude (OPAS, 1997)

    A Resoluo N 358 do CONAMA (2005) dispe sobre o tratamento e a disposio final dos RSSS.

    O Quadro 3 demonstra os tipos resduos com seus respectivos destinos.

  • 21

    Figura 7. Transporte de um empreendimento grande gerador de RSSS (MB ENGENHARIA, 2012).

    Figura 8. Transporte de um empreendimento grande gerador de RSSS (MB ENGENHARIA, 2012).

  • 22

    Quadro 3. Descarte e Tratamento de RSSS, segundo OPAS (1997) Resduos Descarte / Tratamento

    Infecciosos

    O seu tratamento tem a finalidade de reduzir ou eliminar os riscos para a sade. Antes de serem descartados devem ser tratados e os tratamentos mais comuns so (incinerao, a esterilizao ou a antissepsia qumica e a esterilizao em autoclaves ou com micro-ondas). Seleo de uma dessas opes requer um estudo prvio das condies econmico-ambientais do local. As operaes de tratamento devem ser vigiadas constantemente de modo a evitar a possvel contaminao do ambiente e os riscos para a sade. As operaes sero efetuadas por pessoal ou empresas especializadas.

    Resduos especiais

    Devido suas caractersticas, devem ser submetidos a tratamentos especficos ou acondicionados para serem colocados em aterros sanitrios de segurana ou locais de confinamentos.

    Resduos Comuns Podem ser descartados junto com os resduos municipais em aterros sanitrios. Dependendo da composio e das caractersticas de seus elementos, podem ser reciclados e comercializados.

    2.4. CAUSAS E CONSEQNCIAS DOS IMPACTOS ORIUNDOS DOS RSSS

    Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica, revela um dramtico cenrio brasileiro referente aos RSSS. Dos 5.507 municpios brasileiros, 2.041 no fazem coleta diferenciada dos RSSS. Dos 3.466 municpios que coletam os RSSS, 1.193 no fazem nenhum tipo de tratamento. Um total de 2.569 municpios faz a disposio final dos RSSS no mesmo aterro dos resduos urbanos e apenas em torno de 10% (539) dos municpios consta um sistema de classificao, tratamento ou aterros especiais para RSSS (IBGE, 2002).

    Ainda segundo o IBGE (2002), 74% dos municpios brasileiros deposita os RSSS a cu aberto; 57% separam os dejetos dos hospitais e clnicas; e apenas 14% tratam os resduos de forma eficaz. Apesar dos RSSS representarem apenas 1% da totalidade dos resduos slidos gerados no meio urbano, representam um preocupante risco sanitrio e ambiental, na inexistncia de um adequado gerenciamento destes (MOURA, 2010) (Figuras 9, 10 e 11).

    Uma pesquisa feita pelo programa de televiso Fantstico, em 2011, mostra o total descaso com a destinao final do resduo hospitalar e com isso ameaando a sade pblica. Foi encontrada uma grande quantidade de seringas e agulhas em lixo comum, resduos mdicos queimados, sem tratamento, lixo hospitalar enterrado em uma vala comum tornando

  • 23

    essas reas em alto risco de contaminao, por onde passam muitas pessoas e animais (FANTSTICO, 2011).

    No Brasil, a maior parte do lixo hospitalar vai parar em lixes. Cerca de 60% dos resduos de sade coletados hoje so descartados de maneira inadequada, em locais imprprios, trazendo um grande problema, um grande risco sade pblica", explica o diretor executivo da Associao Brasileira de empresas de Limpeza Pblica, Carlos Silva Filho. (FANTSTICO, 2011).

    Os resduos perigosos gerados nos estabelecimentos de sade representam um grave problema que incide na alta taxa de doenas infecciosas que registram os pases da Amrica Latina (OPAS, 1997).

    O resduo hospitalar est infectado com todo com todo o tipo de bactrias e vrus, trazendo um grande risco iminente a vida de todos os seres humanos. Na cidade do Rio de Janeiro so recolhidos, de alguns hospitais, laboratrios, farmcias e consultrios mdicos, RSSS e so despejados no lixo de Gramacho (chamado de: Quintal de desvalidos) em Duque de Caxias. Crianas, adultos que convivem neste tipo de lugar esto susceptveis a alguns tipos de doenas como a tuberculose, HIV/AIDS e Hansenase entre outras mais que comprometem toda uma populao (CORREIO DO BRASIL, 2008).

    O resduo hospitalar causa um grande dano ao meio ambiente quando atinge os lenis freticos com o liquido segregado pelo lixo, contaminando a gua de uma regio inteira e atingindo a fauna, flora e populao humana (REDATOR ONLINE, 2008).

  • 24

    Figura 9 . Resduo hospitalar jogado de forma irregular em rea rural. ( Walter Bartels, 2010)

    Figura 9. Lixo indevidamente armazenado e destinado (WALTER BARTELS, 2012).

    Figura 10. Perfuro-cortantes potentialmente contaminados representanto risco para a populao (CARIRI EM FOCO, 2012).

  • 25

    Figura 11. Lixo: Incorreto destino final dos resduos (GESP, 2011).

    2.5. SUGESTES PARA O PGRSSS E EDUCAO AMBIENTAL

    Para melhor gerir-se o grande problema dos RSSS primeiramente deve-se conscientizar-se do grande perigo que ele causa para toda uma populao. Deve ser criado um plano de Educao Ambiental a fim de conscientizar a populao da importncia da preservao do ambiente em que vivemos.

    Existem solues simples que pode-se implementar em toda a unidade geradora de RSSS como:

    (1) Investir em cursos de capacitao para as pessoas que manuseiam esse tipo de resduo;

    (2) Palestras de conscientizao e apoio para toda a populao; (3) Uma melhor e eficaz vigilncia por parte das autoridades nas unidades geradoras

    de RSSS; (4) Uma lei puna qualquer unidade geradora que fazem o descarte incorreto de seus

    resduos;

  • 26

    (5) Estimular a toda populao hospitalar para o correto descarte de cada material evitando que se tenha uma mistura dos mesmos;

    (6) Criar programas de incentivo para todas as unidades que desde o manuseio ao descarte final colabore para um correto ciclo do RSSS;

    (7) Criar uma fiscalizao mais rigorosa na hora do tratamento e descarte final; (8) Implementar em toda e qualquer unidade geradora de RSSS um adequado PGRS; (9) Implementar a Educao Ambiental nas escolas como uma disciplina de principal

    importncia;

    (10) Apresentar, em diferentes mdias, a importncia de preservarmos o meio em que vivemos e a utilizao constante dos 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) contribuindo assim para um desenvolvimento sustentvel;

    (11) Atravs da educao Ambiental desenvolver, a conscincia crtica dos grupos sociais, buscando o seu comprometimento com as questes ambientais, procurando alternativas para o desenvolvimento e a qualidade de vida;

    (12) Atravs da educao ambiental desenvolver projetos de saneamento ambiental e projetos de tecnologias limpas;

    (13) Criar em todos os bairros o sistema de coleta seletiva conscientizando a populao local da importncia de separar os resduos de acordo com o seu tipo.

  • 27

    5. CONCLUSO

    Aps a reviso bibliogrfica efetivada neste trabalho, pode-se concluir que: (1) Atualmente, os RSSS ainda continuam sendo um grande problema que atinge no

    s ao meio ambiente, mas a toda sociedade; (2) Atravs da educao ambiental pode-se despertar nos geradores de RSSS, a sua

    responsabilidade e a conscincia como gerador de resduos perigosos e poluidor do meio ambiente.

    (3) A responsabilidade ambiental dos agentes fiscalizadores e geradores de RSSS resultar em menos incidncia de mortes ou doenas proveniente do descarte indevido desse material e a reduo dos diversos tipos de resduos perigosos destinados aterros sanitrios.

  • 28

    6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas: 2012 Disponnel em Acesso em 08 de maio de 2012

    ANVISA. Manual de gerenciamento de resduos de servios de sade. Braslia: Ministrio da Sade, 2006.

    ANVISA. Agencia Nacional de Vigilncia Sanitria. Resoluo da Diretoria Colegiada: RDC n 306, de 07 de dezembro de 2004. Publicada no DOU de 10/12/2004

    ANVISA. Ministrio da Sade, Resoluo RDC N306, de 07 de Dezembro de 2004, Dispe sobre o Regulamento Tcnico para o gerenciamento de servios de sade. Disponvel em

    . Acesso em 10 de maio de 2012.

    CARIRI FOCO. Perigo para a populao: 2012. Disponvel em . Acesso em 05 de maio de 2012

    CORREIO DO BRASIL. Lixo contaminado deixa rastro de corrupo, doenas e mortes no Rio de Janeiro, 2008. Disponvel em . Acesso em 06 de junho de 2012

    CONESUL SOLUES AMBIENTAIS. Resduos de servios de sade armazenados temporariamente em embalagens especialmente desenvolvidas para minimizar os riscos de contaminao durante os processos de coleta, transporte e destinao-final:

  • 29

    2012. Disponvel em . Acesso em 05 de maio de 2012.

    COSTA, E. M. P. Destinao Final dos Resduos de Servio de Sade da Cidade de Crato CE, 2006. Disponvel em Acesso em 20 de maio de 2012.

    FANTSTICO. Lixo hospitalar descartado de maneira inadequada, 2011. Disponvel em. Acesso em 01 de junho de 2012

    FERREIRA, J. A.. Resduos Slidos e Lixo Hospitalar: Uma Discusso tica Solid Waste and Nosocomial Waste: An Ethical Discussion. Cadernos de Sade Pblica, v. 11, n. 2, p. 314-320, 1995.

    GESP. Lixo: 2012. Disponvel em . Acesso em 05 de maio de 2012.

    HOLISMO EM SADE. Manuseio adequado de RSSS, 2012 Disponvel em . Acesso em 05 de maio de 2012.

    HOSPITAL SANTA MARCELINA. Manual do gerador de resduos Slidos de Servio de Sade, RSSS, 2007. Disponvel em . Acesso em 17 de maio de 2012.

    LOGISTICA REVERSA PRO. Coleta Seletiva de Lixo Hospitalar: 2012. Disponvel em . Acesso em 05 de maio de 2012.

    MB ENGENHARIA. Grande gerador de servio de sade: 2012. Disponvel em . Acesso em 05 de maio de 2012.

  • 30

    MEIO AMBIENTE CULTURA MIX. Coleta, 2011. Disponvel em . Acesso em 05 de maio de 2012

    MINISTRIO DA SADE. Secretaria Executiva. Projeto Reforo Reorganizao do Sistema nico de Sade. Braslia: Ministrio da Sade, 2001

    MOURA, R. Requisitos de gerenciamento de resduos de servio de sade em municpio de menor porte. Instituto de Estudos Farmacuticos e Pontifcia Universidade Catlica de Gois, GO, 2010.

    NAIME, R.; SARTOR, I.; GARCIA, A. C. Uma Abordagem sobre a Gesto de Resduos de Servios de Sade , Nesco: 2004. Disponnel em . Acesso em 02 de junho de 2012.

    OPAS. Organizao Pan-Americana da Sade, Programa de Sade Ambiental - Escritrio Regional da Organizao Mundial da Sade, Representao no Brasil, Braslia, 1997.

    REDATOR ONLINE. Lixo Hospitalar pode causar contaminao s pessoas e ao meio ambiente, 2008. Disponvel em . Acesso em 05 de junho de 2012

    RIBEIRO, M. A. Manual de Biossegurana, Parte II, Unidades de Sade, Diretoria de Vigilncia e Controle Sanitrio, 2001. Disponvel em . Acesso em 20 de maio de 2012.

    TAUK, S. M. Anlise Ambiental: Uma viso multidisciplinar. So Paulo: Unesp, 2004.

  • 31

    WALTER BARTELS. Lixo hospitalar jogado de forma irregular em rea rural, 2010. Disponvel em . Acesso em 05 de maio de 2012.

    .