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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO “ADIB MOISÉS DIB” VINÍCIUS DANTAS DOS SANTOS APLICAÇÕES PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS: Um Protótipo de um Aplicativo de Auxílio ao Diagnóstico Médico Utilizando Imagens Digitais em 3D São Bernardo do Campo SP Junho/2012

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PAULA SOUZA

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO

“ADIB MOISÉS DIB”

VINÍCIUS DANTAS DOS SANTOS

APLICAÇÕES PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS:

Um Protótipo de um Aplicativo de Auxílio ao Diagnóstico Médico

Utilizando Imagens Digitais em 3D

São Bernardo do Campo – SP

Junho/2012

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VINÍCIUS DANTAS DOS SANTOS

APLICAÇÕES PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS:

Um Protótipo de um Aplicativo de Auxílio ao Diagnóstico Médico

Utilizando Imagens Digitais em 3D

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, Faculdade de Tecnologia de São Bernardo do Campo “Adib Moisés Dib” como requisito parcial à obtenção do título de tecnólogo em Informática para a Gestão de Negócios. Orientador: Professora Me Samáris Ramiro Pereira

São Bernardo do Campo – SP Junho/2012

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VINÍCIUS DANTAS DOS SANTOS

APLICAÇÕES PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS:

Um Protótipo de um Aplicativo de Auxílio ao Diagnóstico Médico Utilizando Imagens Digitais em 3D

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, Faculdade de Tecnologia de São Bernardo do Campo “Adib Moisés Dib” como requisito parcial à obtenção do título de tecnólogo em Informática para a Gestão de Negócios.

Monografia defendida e aprovada em 06/06/2012

Banca Examinadora: ____________________________________________________ Prof.ª Me. Samáris Ramiro Pereira, FATEC SBC – Orientadora. _____________________________________________________ Prof.ª Me. Simone Faccio, FATEC SBC – Avaliador. _____________________________________________________ Prof. Dr. Roberto Correia de Melo, FATEC SBC - Avaliador.

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Dedico a todos aqueles que acreditam que só a EDUCAÇÃO, pode transformar um país.

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Agradeço aos meus pais, que sempre me apoiaram e acreditaram em mim. A FATEC SBC “ADIB MOISÉS DIB”, por me proporcionar um ensino de qualidade, em um ambiente de respeito e constante aprendizado e evolução. Aos meus mestres e colegas, por tudo que fizeram junto comigo e por mim, me inspirando nos momentos difíceis e compartilhando minhas vitórias. A minha orientadora, Profa. Me Samáris Ramiro Pereira, por seus ensinamentos, conselhos, atenção e principalmente, por sua paciência, que proporcionaram o desenvolvimento dessa monografia. A Deus, por tudo.

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“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário”.

Albert Einstein.

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RESUMO

Esta monografia apresenta o projeto de um software de auxílio ao diagnóstico de

câncer através de imagens em 3D transmitidas pela web capaz de rodar em

dispositivos móveis, demonstrando a importância do uso da informática na saúde.

Tal sistema vem de encontro aos esforços de ampliar o desenvolvimento de

softwares voltados ao auxílio de diagnósticos, principalmente de tumores

cancerígenos e outras moléstias que dependam de um diagnóstico seguro e

preciso, em um curto espaço de tempo. Com base em uma extensa pesquisa

bibliográfica pretendeu-se propor um modelo de desenvolvimento para aplicativos

que rodem em dispositivos móveis, um sistema de visualização de imagens

médicas, que atue remotamente, de forma que o usuário possa acessá-lo de um

dispositivo móvel qualquer. Ela também estará integrado ao PEP (Prontuário

Eletrônico do Paciente) e será fundamentado nos princípios do RES (Registro

Eletrônico de Saúde), o que garantirá a segurança e a confiabilidade das

informações. O principal diferencial do modelo é a função que permite calcular as

dimensões do nódulo cancerígeno, através do algoritmo de Marching Cubes.

Palavras chave: imagem 3D, dispositivos móveis, software de auxílio ao

diagnóstico, informática na saúde, diagnóstico de tumores cancerígenos.

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ABSTRACT

This monograph presents the design of software for the diagnosis of cancer through

3D images transmitted per web able to run on mobile devices, demonstrating the

importance of using information technology in health. This system comes against

efforts to expand the development of software aimed to aid diagnosis, particularly of

cancerous tumors and other diseases that depend on a safe and accurate diagnosis

in a short time. Based on an extensive literature search was intended to propose a

model for developing applications that run on mobile devices, a system for

visualization of medical images, acting remotely, so that the user can access it from

any mobile device. She will also be integrated into the EPR (Patient’s Electronic

Health Record) and will be based on the principles of the EHR Electronic Health

Record), which ensure the safety and reliability of information. The main

distinguishing feature of the model is to calculate the dimensions of the cancerous

lump through the Marching Cubes algorithm.

.

Keywords: 3D imaging, mobile devices, software for the diagnosis, health

informatics, diagnosis of cancerous tumors.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 – PDA (Personal Digital Assistant).........................................................26

Figura 1.2 - Modelos de smartphones.....................................................................26

Figura 1.3 - Modelos de tablets PC.........................................................................28

Figura 1.4 - iPhone 4S.............................................................................................30

Figura 1.5 - Smartphone com Android....................................................................31

Figura 1.6 - Smartphone com Windows Mobile.......................................................31

Figura 1.7 - Smartphones com Symbian OS...........................................................32

Figura 2.1 - Equipamento de ressonância magnética.............................................36

Figura 2.2 - Obtenção de uma imagem do cérebro através de RMN......................36

Figura 2.3 - Dipolo Magnético Nuclear Fictício........................................................38

Figura 2.4 - Spins na ausência e na presença de um campo magnético................39

Figura 2.5 - Alinhamento paralelo e antiparalelo dos prótons de hidrogênio..........40

Figura 2.6 - Direita: spins alinhados paralelamente e antiparalelamente ao campo

magnético externo e vetor resultante.......................................................................41

Figura 2.7 - Coordenadas tridimensionais x, y e z..................................................41

Figura 2.8 - Vetor magnetização M perpendicular à magnetização M devido ao

campo B longitudinal................................................................................................42

Figura 2.9 - Contraste em DP..................................................................................43

Figura 2.10 - Amplitude do sinal induzido diminuindo com o tempo.......................44

Figura 2.11 - À medida que perdemos a componente transversal da magnetização,

retomamos a magnetização longitudinal devido ao campo B0.................................................45

Figura 2.12 - Repres. gráfica do tempo de recuperação e de relaxamento............45

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Figura 2.13 - Sinal ponderado em T1......................................................................46

Figura 2.14 - Imagem RM ponderada de T2...........................................................47

Figura 2.15 - Contraste em diferentes tecidos........................................................49

Figura 2.16 - Imagens de tomografia computadorizada reproduzindo secções do

corpo humano em diferentes planos do espaço......................................................54

Figura 2.17 - Aparelho de tomografia computadorizada tradicional........................55

Figura 2.18 - Representação gráfica do interior do gantry......................................55

Figura 2.19 - O princípio da construção da imagem em TC tradicional..................56

Figura 2.20 - Representação esquemática das unidades que compõem a imagem

da tomografia computadorizada tradicional.............................................................57

Figura 2.21 - Artefatos produzidos na imagem de TC tradicional por restaurações

metálicas..................................................................................................................59

Figura 2.22 - Linhas luminosas de referência para a padronização da posição da

cabeça do paciente..................................................................................................60

Figura 2.23 - escanograma ou scout.......................................................................61

Figura 2.24 - Cortes axiais originais........................................................................61

Figura 2.25 - Reconstrução multiplanar..................................................................62

Figura 2.26 - Aparelho de tomografia computadorizada de feixe cônico................63

Figura 2.27 - Comparação gráfica do tomógrafo tradicional...................................64

Figura 2.28 - Reconstrução tridimensional (3D) em tomografia computadorizada de

feixe cônico..............................................................................................................65

Figura 2.29 - Tomografia por emissão de pósitrons (PET)....................................68

Figura 2.30 - Esquema de detecção por coincidência (pares de fótons) em

sistemas dedicados de tomografia de emissão de pósitrons (PET)........................68

Figura 2.31 - Esquema do processo do exame PET..............................................71

Figura 2.32 - Representação Gráfica do Padrão DICOM........................................74

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Figura 2.33 - Arquitetura Cliente / Servidor no DICOM...........................................77

Figura 2.34 - MER utilizado no DICOM...................................................................78

Figura 2.35 - Par Objeto/Serviço – SOP.................................................................80

Figura 2.36 - Estrutura Geral do Modelo de Informação DICOM............................81

Figura 2.37 - Modelo de Informação DICOM..........................................................85

Figura 2.38 - Comp. de PACS em ambiente Cooperativo Cliente/Servidor............88

Figura 4.1 - Teste de Estrutura..............................................................................97

Figura 4.2 - Teste de Integração...........................................................................99

Figura 4.3 - Etapas do desenvolvimento de um projeto......................................100

Figura 4.4 - Representação do gráfico de cena..................................................116

Figura 4.5 - Representação de triângulos...........................................................117

Figura 5.1 - Visão Geral do Sistema...................................................................120

Figura 5.2 - Diagrama de Casos de Uso: Módulos.............................................121

Figura 5.3 - Diagrama de Casos de Uso: Dados Demográficos.........................121

Figura 5.4 - Diagrama de Casos de Uso: Histórico Médico................................122

Figura 5.5 - Diagrama de Casos de Uso: Visualizar Imagens.............................123

Figura 5.6 - Diagrama de Casos de Uso: Acessar Banco de Dados..................123

Figura 5.7 - Diagrama de Casos de Uso: Acessar Banco de Dados..................124

Figura 5.8 - Diagrama de Classe.........................................................................125

Figura 5.9 - Especificação Genérica do Protótipo...............................................127

Figura 5.10 - Nokia Mobile Internet Toolkit…………………………………………128

Figura 5.11 - Tela inicial: antes do login................................................................129

Figura 5.12 - Tela de Login...................................................................................130

Figura 5.13 - Tela inicial: após o login...................................................................131

Figura 5.14 - Cadastro de Pacientes.....................................................................132

Figura 5.15 - Cadastro de Diagnóstico..................................................................132

Figura 5.16 - Tela de visualização de imagens.....................................................133

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Figura 5.17 - Interface do emulador J2ME............................................................136

Figura 5.18 - Fluxo da aplicação na Web..............................................................137

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 - Tempos T1 e T2 para diferentes tecidos.............................................48

Tabela 2.2 - TR e TE para diferentes IRM...............................................................51

Tabela 2.3 - Quadro comparativo entre a TC tradicional e a TC de feixe cônico....53

Tabela 2.4 - Analogia entre construção de uma sentença e o DICOM...................79

Tabela 5.1 - Sub Processos do Protótipo..............................................................127

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LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

API - Application Programming Interface ou Interface de Programação de

Aplicativos.

ARM - Acorn RISC Machine ou Advanced RISC Machine.

BSD - Berkeley Software Distribution.

CEETPS - Centro Estadual de Educação Tecnológica "Paula Souza".

CSS - Cascading Style Sheets.

CVS - Concurrent Version System ou Sistema de Versões Concorrentes.

DHCP - Dynamic Host Configuration Protocol ou Protocolo de configuração de host

dinâmico.

DICOM - Digital Imaging and Communications in Medicine ou comunicação de

imagens digitais em medicina.

DIMSE - DICOM Message Service Element.

EJB - Enterprise JavaBeans.

FATEC - Faculdade de Tecnologia.

FATEC SBC - Faculdade de Tecnologia de São Bernardo do Campo “ADIB

MOISÉS DIB”.

GIF - Graphics Interchange Format ou formato para intercâmbio de gráficos.

GIS - Geographic Information System ou Sistema de Informação Geográfica.

HIS - Hospital Information Systems.

HTML - HyperText Markup Language ou Linguagem de Marcação de Hipertexto.

HTTP - Hypertext Transfer Protocol ou Protocolo de Transferência de Hipertexto.

HTTPS - HyperText Transfer Protocol Secure ou Protocolo de Transferência de

Hipertexto Seguro.

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IDE - Integrated Development Environment ou Ambiente Integrado de

Desenvolvimento.

IOD - Information Object Definition ou Definição de um Objeto de Informação.

iOS - iPhone Operational System.

JDK - Java Development Kit .

JPEG - Joint Photographic Experts Group.

JSP - Java Server Pages.

JSTL - JavaServer Pages Standard Tag Library.

JVM - Java Virtual Machine ou Máquina Virtual Java.

LDAP - Lightweight Directory Access Protocol.

Mac OS X - Mac Operational System.

Me - Mestre.

MER - Modelo Entidade/Relacionamento.

MHz - Mega-hertz.

MIDs - Mobile Internet Devices ou Dispositivos Móveis para Internet.

MPL - Mozilla Public License.

OLAP - On-line Analytical Processing ou Processamento Analítico On-line.

PACS - Picture Archiving and Communication Systems.

PC - Personal Computer.

PEP - Prontuário Eletrônico do Paciente.

PET - Positron Emission Tomography ou Tomografia por Emissão de Pósitrons.

Prof.ª - Professora.

RES - Registro Eletrônico de Saúde.

RIM - Research in Motion.

S.O. - Sistema Operacional.

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SCP - Service Class Provider.

SCU - Service Class User.

SDK – Software Development Kit ou Kit de Desenvolvimento de Software.

SGBD - Sistema Gerenciador de Banco de Dados.

SMIL - Synchronized Multimedia Integration Language.

SOAP - Simple Object Access Protocol ou Protocolo Simples de Acesso a Objetos.

SOP - Service Object Pair.

SPECT - Single Photon Emission Computed Tomography ou Tomografia

Computadorizada por Emissão de Fóton Único.

SPL - Sun Public License.

Symbian OS - Symbian Operational System.

TCP/IP - Transmission Control Protocol/Internet Protocol ou Protocolo de Controle

de Transmissão /Protocolo de Interconexão.

TIFF - Tagged Image File Format.

TSL - Transport Layer Security ou Segurança da Camada de Transporte.

UID - Unique Identification Number ou itens de identificadores únicos.

UML - Unified Modeling Language.

WADO - Web Access to DICOM Persistent Objects ou Acesso à Web para Objetos

DICOM Persistentes.

WAP - Wireless Application Protocol.

WDP - Wireless Datagram Protocol.

Wi-Fi - Wireless Fidelity.

WML - Wireless Markup Language.

WMLScript - Wireless Markup Language Script.

WSP - Wireless Session Protocol.

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WTLS - Wireless Transport Layer Security.

WTP - Wireless Transaction Protocol.

XHTML - eXtensible Hypertext Markup Language.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.....................................................................................................22

1 DISPOSITIVOS MÓVEIS.........................................................................25

1.1 PDAs..............................................................................................................26

1.2 Smartphones................................................................................................26

1.3 Tablet PC.......................................................................................................27

1.4 Principais Plataformas.................................................................................30

2 O USO DA IMAGEM NA MEDICINA...................................................34

2.1 Ressonância Magnética..............................................................................34

2.1.1 Ressonância Magnética Nuclear...................................................................35

2.1.2 Momento Magnético Orbital de Spin............................................................37

2.1.3 Tempo de Recuperação e Relaxamento......................................................44

2.1.4 Equação Geral do Contraste para IRM........................................................49

2.2 Tomografia Computadorizada..................................................................52

2.2.1 A Tomografia Computadorizada Tradicional................................................53

2.2.1.1 Componentes do aparelho e aquisição da imagem.....................................54

2.2.1.2 Tomografia computadorizada helicoidal ou espiral......................................56

2.2.1.3 Exame da região facial e processamento computadorizado das imagens..60

2.2.2 A Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (Cone Beam).................63

2.2.2.1 Aparelho e aquisição da imagem.................................................................63

2.2.3 Processamento computadorizado das imagens..........................................64

2.3 Tomografia por Emissão de Pósitrons.........................................................65

2.3.1 Aspectos Físicos da Tomografia por Emissão de Pósitrons........................67

2.3.2 O Equipamento............................................................................................70

2.3.3 Radionuclídeos.............................................................................................71

2.4 O Padrão DICOM........................................................................................72

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2.4.1 Partes do Padrão.........................................................................................74

2.4.2 Correspondência Entre as Tecnologias Usadas na Definição do Padrão e o

Padrão......................................................................................................................77

2.4.3 A Estrutura Maior do Modelo de Informação DICOM...................................81

2.4.4 Modelo de Informação DICOM.....................................................................83

2.4.5 PACS - Sistema de Armazenamento e Comunicação de Imagens.............86

3 CÂNCER....................................................................................................90

3.1 Tratamento..................................................................................................95

4 METODOLOGIAS DE DESENVOLVIMENTO DE APLICATIVOS

MÓVEIS.................................................................................................................96

4.1 eXtreme Programming................................................................................96

4.2 Metodologias de Teste................................................................................97

4.2.1 Teste de caixa branca...................................................................................97

4.2.2 Teste de caixa preta......................................................................................98

4.2.3 Teste de verificação......................................................................................98

4.2.4 Teste de unidade...........................................................................................98

4.2.5 Teste de integração.......................................................................................98

4.2.6 Teste de sistemas.........................................................................................99

4.2.7 Teste de aceitação........................................................................................99

4.3 Metodologias do Desenvolvimento do Aplicativo...................................99

4.4 O Desenvolvimento do Aplicativo...........................................................101

4.4.1 Requisitos Principais do Protótipo..............................................................101

4.4.2 Especificação do Protótipo.........................................................................101

4.4.3 Implementação do Protótipo......................................................................102

4.4.4 Principais Funções do Protótipo.................................................................102

4.4.5 Operacionalidade do Protótipo....................................................................102

4.4.6 Teste e Validação........................................................................................102

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4.5 Tecnologias Utilizadas no Desenvolvimento de Aplicativos Móveis...102

4.5.1 Arquitetura Cliente/Servidor........................................................................103

4.5.2 Cloud Computing (Computação em Nuvens)..............................................104

4.5.3 MySQL……………………………………………………………………………106

4.5.4 Nokia Mobile Internet Toolkit (NMIT)………………………………………….107

4.5.5 Tomcat……………………………………………………………………………107

4.5.6 NetBeans…................................................................................................108

4.5.6.1 Sun Java Wireless Toolkit for CLDC..........................................................110

4.5.7 WAP...........................................................................................................110

4.5.8 Plataforma Java.........................................................................................111

4.6 Linguagens de Programação para Aplicativos Móveis........................112

4.6.1 JSP e Servlets.............................................................................................112

4.6.2 WML e WMLScript.....................................................................................113

4.6.3 Java............................................................................................................114

4.6.3.1 Java 3D......................................................................................................115

4.6.3.2 Java ME.....................................................................................................117

5 O DESENVOLVIMENTO DO APLICATIVO ..................................119

5.1 Visão Geral do Sistema............................................................................119

5.1.1 Diagramas de Casos de Uso.....................................................................120

5.1.2 Diagrama de Classes.................................................................................124

5.2 Arquitetura de Funcionamento do Sistema do Protótipo.....................125

5.3 Principais Requisitos do Protótipo.........................................................126

5.4 Especificações do Protótipo....................................................................126

5.5 Implementação do Protótipo....................................................................128

5.5.1 Ferramentas Utilizadas na Implementação.................................................128

5.5.2 Operacionalidade do Protótipo....................................................................129

5.5.3 Criação das Classes do Protótipo...............................................................133

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5.5.4 Detalhes da Implementação........................................................................136

CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................139

REFERÊNCIAS.................................................................................................141

Referências Webgráficas.....................................................................................143

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22

INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, a medicina, em suas mais diversas vertentes tem se

desenvolvido exponencialmente, em diversas áreas. Uma das áreas quem tem tido

um desenvolvimento mais notável, foi à medicina do diagnóstico, que investe cada

vez mais recursos em pesquisas, de forma a tornar os diagnósticos cada vez mais

eficientes, precisos e em um espaço de tempo cada vez menor.

Atualmente, as imagens provenientes dos exames de tomografia

computadorizada e ressonância magnética são manipuladas pela maioria dos

médicos somente através da sua impressão em filme fotográfico. Isto limita

bastante a análise e diagnóstico dos casos, uma vez que os médicos estão

restritos àquelas imagens que foram impressas, sem que possam visualizar o

exame de outros ângulos ou realizar medidas quantitativas sobre as estruturas

presentes nas imagens.

Profissionais da área médica fazem uso dos softwares de reconstrução 3D e

análise quantitativa presentes nas estações acopladas aos tomógrafos e

ressonadores. No entanto, a grande dificuldade advém do fato de não se poder

manipular estes exames em outro ambiente que não aquele das estações

acopladas. É fundamental que os exames possam ser transportados e

disponibilizados para manipulação e análise em outras estações, de maior

mobilidade, que possam ser distribuídas em diferentes pontos dos hospitais e

consultórios médicos e até em outras localidades.

No cenário atual, altamente dinâmico, a comunicação presencial vem sendo

substituída pela virtual, tanto pela praticidade quanto pela redução de custos na

maioria dos casos. Assim, pesquisa e desenvolvimento nesse ramo tornam-se

práticas bastante relevantes.

A partir destas considerações, visa-se responder a seguinte pergunta: Como

aplicar a reconstrução de imagens em 3D de exames médicos, de forma rápida e

com um bom grau de mobilidade, para uma analise mais eficiente?

Page 23: TCC - APLICAÇÕES PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS: Um Protótipo de um Aplicativo de Auxílio ao Diagnóstico Médico Utilizando Imagens Digitais em 3D

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Partiu-se da hipótese que é possível a reconstrução dessas imagens em 3D

em dispositivos móveis, permitindo se assim, além de uma maior mobilidade, a

possibilidade de transmiti-las a outros dispositivos rapidamente.

Este trabalho apresenta o projeto de um software que dá suporte ao

diagnóstico de imagens em 3D de exames médicos, transmitidas via web capaz de

rodar em dispositivos móveis.

O principal objetivo a ser abordado é a possibilidade de se utilizar esse

sistema via web, o que permitiria ao médico analisar os dados em qualquer lugar,

disponibilizando assim um sistema prático e eficiente de diagnósticos, através de

um sistema móvel que permita ao médico visualizar os exames com considerável

grau de precisão, em um equipamento de baixo custo, com software e hardware

acessíveis e intuitivos.

A pesquisa também tem como objetivo mostrar, as possibilidades que a

miniaturização de estações de exames médicos por imagens podem ter, em um

futuro próximo.

A metodologia utilizada para o desenvolvimento desse trabalho é a pesquisa

bibliográfica, que é constituída principalmente de livros, artigos de periódicos e

atualmente de materiais disponibilizados na internet, em páginas idôneas

(LAKATOS e MARCONI,1988).

Esse trabalho está organizado em 5 capítulos:

No capitulo 1, são abordados o que são dispositivos móveis, quais suas

características, principais plataformas entre outras.

No capítulo 2 são analisados o processamento (o que é, como é feito), a

analise(o que é, como é feita, quando é feita ) o armazenamento (o que é, como é

feito) e a segurança da imagem, além disso, serão discutidas as formas que essas

imagens são coletadas, processadas e armazenadas, assim como as principais

características de software e hardware necessárias para desenvolver o aplicativo.

Também, faz-se uma introdução aos diversos tipos de exames por imagens, suas

características, sua importância para o diagnóstico de certas doenças, e os

problemas ocasionados pela pouca mobilidade das estações de trabalho,

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24

apresentando seus principais conceitos, que se constituem a base para o

desenvolvimento pleno do trabalho.

No capítulo 3, abordaremos o que é o câncer e suas características.

No capítulo 4, serão abordados os principais conceitos da linguagem de

programação para dispositivos móveis e suas aplicações. Além disso, serão

abordadas as metodologias de desenvolvimento de aplicativos para dispositivos

móveis e a suas aplicações nesse projeto. E também a apresentação das

ferramentas que facilitarão o estudo, e o desenvolvimento do objetivo principal, a

criação do aplicativo, e se dará o detalhamento do desenvolvimento do mesmo,

aplicando os conceitos anteriormente expostos. .

No capítulo 5, serão expostas as aplicações práticas dos diversos conceitos

apresentados no decorrer da monografia, no desenvolvimento do protótipo.

Seguem a elas, por fim, as considerações finais e as referências.

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25

1 DISPOSITIVOS MÓVEIS

Os dispositivos móveis podem ser pagers, telefones celulares, webphones,

pagers bidirecionais, PDAs (Personal Digital Assistants ou assistentes digitais

pessoais), Tablets PC e outros aparelhos usados para se acessar a Internet. Essa

lista vem crescendo, à medida que mais dispositivos novos são introduzidos a cada

dia. Os dispositivos móveis permitem a comunicação com outras pessoas e a

obtenção de informações em qualquer lugar, a qualquer hora. Apesar de laptops e

notebooks se enquadrarem neste perfil, estes não terão foco deste trabalho.

Com os grandes avanços tecnológicos dos últimos tempos, ficar conectado o

tempo todo passou a ser uma realidade presente no dia a dia das pessoas e o

desenvolvimento da computação móvel tem proporcionado o surgimento de novas

tecnologias e aplicações (SOUZA FILHO, 2009).

Devido às esses mesmos avanços, hoje se pode dizer que os principais

dispositivos móveis em uso, são:

PDAs (Personal Digital Assistants ou Assistentes Pessoais Digitais)

Smartphones

Tablet PC

1.1 PDA (Personal Digital Assistants ou Assistentes Pessoais Digitais)

PDAs (Personal Digital Assistants ou Assistentes Pessoais Digitais)

são computadores de dimensões reduzidas (figura 1.1), dotado de grande

capacidade computacional, cumprindo as funções de agenda e sistema eletrônico

de escritório básico, com possibilidade de conexão com outros computadores, via

Wi-Fi e em alguns casos, via Bluetooth. Os PDAs possuíam grande quantidade

de memória e diversos softwares para várias áreas de interesse.

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Figura 1.1 - PDAs (Personal Digital Assistants)

Fonte: Fórum PC 2004, s/p

Os modelos mais sofisticados possuíam diversos equipamentos como teclado

QWERT, câmera digital, tela colorida, rede sem fio embutida entre outros.

Os PDAs durante um bom tempo foram onipresentes nas empresas, devido a

suas funcionalidades, muito além de uma agenda eletrônica, no entanto, com o

aumento de recursos dos smartphones e a recente ascensão da nova geração de

Tablets PC, eles foram relegados a usos mais simples, inclusive devido à

descontinuidade de desenvolvimento de seus S.O. e seus respectivos aplicativos.

(SOUZA FILHO, 2009).

1.2 Smartphones

Os smartphones ou telefones inteligentes (figura 1.2) são celulares com

características específicas de hardware e software, funcionalidades avançadas,

que podem ser estendidas por meio de programas executados por seu sistema

operacional e/ou acessórios internos e externos. Os S.O. dos smartphones

permitem que qualquer pessoa desenvolva aplicativos para esses equipamentos.

(SOUZA FILHO, 2009).

Figura 1.2 - Modelos de smartphones

Fonte: IDW Now 2009, s/p.

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Os primeiros smartphones vieram na esteira da popularização da telefonia

celular mundo afora, tentando atingir o público corporativo, o suprassumo do

mercado de consumo, até então fortemente dominado pelas agendas eletrônicas e

pelos mais variados modelos de PDAs. No entanto, eles perdiam para os PDAs na

questão do desempenho, pois muitos dos seus aplicativos eram apenas versões

reduzidas (e mal adaptadas) dos aplicativos desktop (MORIMOTO, 2009).

Um dos primeiros aparelhos a ser bem sucedido nesse meio foi o Black Berry,

da RIM (Research in Motion), que não só desbancou os PDAs, como também

dominou o mercado por muito tempo (MORIMOTO, 2009).

Mas a popularização dos smartphones se deu mesmo com o lançamento em

2007, do IPHONE, pela Apple Inc. (MORIMOTO, 2009).

Esse aparelho aliava as diversas funcionalidades de um smartphone, a uma

usabilidade e desempenho só visto em desktops. Suas versões seguintes só

ressaltaram mais essas características, fazendo com que outras empresas

fabricantes de celulares lançassem modelos equivalentes (MORIMOTO, 2009).

Nesse cenário, a Google, em conjunto com diversas fabricantes de celular,

lançou a plataforma Android, que fez frente à Apple nesse mercado (MORIMOTO,

2009).

Outras plataformas que também concorrem com a Apple são o Symbian OS

(Nokia) e o Windows Mobile/Phone (Microsoft) (MORIMOTO, 2009).

1.3 Tablet PC

Um tablet, também conhecido como tablet PC (figura 1.3), é um dispositivo

pessoal em formato de prancheta que pode ser usado para acesso à Internet,

organização pessoal, visualização de fotos, vídeos, leitura de livros, jornais e

revistas e para entretenimento com jogos. Apresenta uma tela touchscreen (tela

sensível ao toque) que é o dispositivo de entrada principal. A ponta dos dedos ou

uma caneta aciona suas funcionalidades. É um novo conceito: não deve ser

igualado a um computador completo ou um smartphone, embora possua diversas

funcionalidades dos dois.

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Figura 1.3 - Modelos de Tablet PC (Samsung Galaxy Tab, IPAD (1ª geração) e Motorola Xoom).

Fonte: UOL Tecnologia 2011, s/p

A ideia de um dispositivo com funções de um desktop é mais antiga do que se

imagina. As telas sensíveis ao toque (ou ao menos algum tipo de tela sensível ao

toque) existem há décadas, e foram usadas para diversas aplicações. Os primeiros

dispositivos digitais no estilo tablet PC surgiram no meio da década de 50, mas não

estamos falando de computadores, e sim de dispositivos que não eram exatamente

produzidos em massa (SAMPAIO, 2010).

No final dos anos 60, o cientista da computação Alan Kay1, criou o conceito do

Dynabook, um "computador pessoal para crianças de todas as idades"

(PESSANHA, 2011).

Em 1979 a Apple entra no mercado de tablet apresentando seu Graphics Tablet

para Apple II, o dispositivo permitia os usuários desenhar no tablet com uma caneta

stylus com fio e transferir esses traços digitalizados para o seu computador. Mas

devido ao seu alto custo e pouca utilidade, esse equipamento não fez nenhum

sucesso, caindo no esquecimento. Em 1983, uma nova tentativa, com o Bashful,

um equipamento portátil, mas que precisava ser conectado a uma base com

teclado e leitor de disquete e usava uma caneta stylus para interagir com o tablet.

Mas a ideia também não agradou muito e não foi dessa vez que a Apple criou um

dispositivo revolucionário, mas ela ainda teria um trunfo, anos depois (SAMPAIO,

2010).

1 Alan Curtis Kay (17/05/1940) é um cientista da computação estadunidense.

É conhecido por ter sido um dos inventores da linguagem de programação Smalltalk, e um dos pais do conceito de programação orientada a objetos, que lhe valeu o Prêmio Turing em 2003. Concebeu o laptop e a arquitetura das modernas interfaces gráficas dos computadores (GUI).

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Finalmente em 1989 a Grid Systems lança o Gridpad Pen Computer, que

tecnicamente foi o primeiro tablet (o avô do IPAD), pois seu formato se parecia com

os tablets atuais, mas pesava nada menos que 2 kg com um processador de 20

MHz, mesmo esse modelo sendo de alta tecnologia para época, ainda precisava de

uma caneta para interagir com o sistema (SAMPAIO, 2010).

A primeira tentativa real de popularizar os tablet PCs ocorreu em 2001, quando

a Microsoft revelou seu sistema operacional Windows XP Tablet PC Edition. Os

tablet PCs rodando Windows não conquistaram muito espaço, mas pelo menos

foram usados tanto por especialistas quanto pelos consumidores. No início de

2006, vários fabricantes de PCs apresentaram os então chamados MIDs (Mobile

Internet Devices ou dispositivos móveis para internet), que eram dispositivos

móveis para internet sem teclado, porém compatíveis com todos os aplicativos já

criados para o Windows. Esses dispositivos, vendidos por empresas como Assuste,

Samsung e Sony, eram considerados grandes, por causa do processador, que

consumia muita energia, e acabaram não pegando entre os consumidores

(SAMPAIO, 2010).

Como o Windows exigia processadores x86 nos PCs, era impossível fazer um

tablet realmente fino e elegante com bom desempenho; escolhas naturais para os

tablets incluíam a arquitetura ARM e um sistema operacional que não fosse da

Microsoft. Ciente disso, a Apple lançou o IPAD com um sistema operacional IOS

modificado no segundo trimestre de 2010. Mesmo sendo um tanto pesado, o IPAD

logo se tornou popular entre as pessoas que não precisavam de netbooks, e se

tornou o primeiro tablet PC da história a vender milhões (SAMPAIO, 2010).

Como os tablet PCs serão baseados em hardware bem variado, os dispositivos

vão ser bem diferentes uns dos outros. Os IPADS terão como seu principal ponto

forte, a usabilidade em hardware bem equilibrado; Os tablets com Android terão um

desempenho muito bom, graças às novas gerações de processadores para

dispositivos móveis, mas terão poucos aplicativos disponíveis. E correndo por fora,

estão os tablets com o novo Windows Phone 8 (PESSANHA, 2011).

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1.4 Principais Plataformas

IOS (Apple) – O iPhone OS é o sistema operacional nativo das plataformas

IPHONE (figura 1.4) IPOD Touch e IPAD desenvolvido pela Apple Inc. O iPhone

roda uma versão reduzida do Mac OS X, portada para processadores ARM e

customizada para rodar dentro das limitações de memória e processamento dos

aparelhos. Naturalmente, existem muitas diferenças com relação à interface e no

suporte a aplicativos, mas o Kernel e outros componentes básicos do sistema são

os mesmos (COELHO et.al., 2009).

Figura 1.4 - 4 iPhone 4S. Fonte: UOL Tecnologia 2011, s/p.

O OS X é um sistema Unix, derivado do BSD, que segue a mesma estrutura

básica que temos no Linux, com um Kernel bastante leve e um grande conjunto de

drivers, bibliotecas e aplicativos rodando sobre ele. O sistema é facilmente

portável, de forma que apenas uma pequena parte do código precisa ser alterada

para rodar em outras plataformas (COELHO et al., 2009).

Android (Google) – Android é um sistema operacional (figura 1.5) que roda sobre

o núcleo Linux, embora por enquanto a sua versão do núcleo Linux divirja da

versão oficial. Foi inicialmente desenvolvido pelo Google e posteriormente

pela Open Handset Alliance, mas a Google é a responsável pela gerência do

produto e engenharia de processos (DAMIÃO, 2008).

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Figura 1.5 - Smartphone com Android

Fonte: DOSBIT, 2010, s/p

O Android permite aos desenvolvedores escreverem software na linguagem de

programação Java controlando o dispositivo via bibliotecas desenvolvidas pela

Google. Ele se tornou a principal plataforma concorrente do IOS no mercado de

smartphones (DAMIÃO, 2008).

Windows Mobile/Phone – O Microsoft Windows Mobile/Phone (figura 1.6) é uma

plataforma de sistema operacional de 32 bits, multitarefa e multissegmentado. Tem

uma estrutura de arquitetura aberta que dá suporte a uma variedade de

dispositivos de comunicação, entretenimento e computação móvel (SOUZA FILHO,

2009).

Figura 1.6 - Smartphone com Windows Mobile

Fonte: PC WORLD 2008, s/p.

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É uma plataforma inteiramente integrada, compacta, portátil e proporciona uma

interface intuitiva e de fácil aprendizado, incorporada de elementos familiares do

Windows para PCs.

Symbian OS (Nokia) - O Symbian (figura 1.7) é um consórcio de várias empresas,

fundado em 1998 e que está em plena operação até os dias de hoje. Outrora

formado pelas empresas Nokia, Siemens, Samsung, Ericsson, Sony Ericsson e

Panasonic, atualmente pertence à Nokia, que adquiriu a quase totalidade de suas

ações em dezembro de 2008 (SOUZA FILHO, 2009).

Figura 1.7 - Smartphones com Symbian OS

Fonte: PCWORLD 2008, s/p

Como os aparelhos de mesma categoria de dispositivo têm características em

comum, o desenvolvimento de aplicativos para uma mesma categoria também

pode variar de uma para outra. Existem diversas formas de se desenvolver

aplicações para dispositivos móveis e os recursos do hardware vão influenciar todo

o desenvolvimento de qualquer aplicação móvel.

O desenvolvimento de aplicativos para os primeiros dispositivos móveis era

realizado através de linguagens de programação específicas, ou seja, cada

fabricante possuía um conjunto próprio de ferramentas para o desenvolvimento de

software para os dispositivos que produzia. Cada dispositivo possuía um conjunto

de bibliotecas próprio, o que limitava a atuação do desenvolvedor e gerava

incompatibilidade das aplicações entre dispositivos de diversos fabricantes. Além

disso, a escassez de documentação aliada à existência de um mercado restrito

tornava quase inviável às empresas manter profissionais em contato com a

tecnologia do desenvolvimento de aplicativos móveis.

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Na última década é possível observar o surgimento de um grande número de

tecnologias facilitando a comunicação sem fios.

Nessa monografia será abordado um modelo generalista de desenvolvimento de

aplicações para micro dispositivos, em especial telefones celulares, e da utilização

dessas tecnologias, que permitirá ao desenvolvedor, definir bases para

desenvolver aplicativos para dispositivos móveis, com enfoque na área médica.

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2 O USO DA IMAGEM NA MEDICINA

A imagem vem se tornando, cada vez mais uma importante ferramenta de

auxílio ao diagnóstico das mais variadas doenças. Nesse capítulo serão discutidas

as formas que essas imagens são coletadas, processadas e armazenadas, assim

como as principais características de software e hardware necessárias para

desenvolver o aplicativo.

Também, faz-se uma introdução aos diversos tipos de exames por imagens,

suas características, sua importância para o diagnóstico de certas doenças, e os

problemas ocasionados pela pouca mobilidade das estações de trabalho,

apresentando seus principais conceitos, que se constituem a base para o

desenvolvimento pleno do trabalho.

2.1 Ressonância Magnética

Os primeiros estudos em ressonância magnética (RM) foram realizados em

1946 por dois grupos independentes: Purcell2 em Harvard, que estudava os sólidos

e Bloch3 em Stanford, que estudava os líquidos (BLOCH et al., 1946; PURCELL et

al., 1946).

Nessas primeiras experiências, a RM era usada para realizar a análise química

das estruturas, conhecida como espectroscopia. No final dos anos 60, Raymond

Damadian4 demonstrou in vitro que T1 era maior em tumores do que em tecido

normal e começou a trabalhar no desenvolvimento de um aparelho. Em 1972,

Lauterbour, da Universidade de Illinois, obteve as primeiras imagens com a RM, as

quais foram publicadas na Revista Nature (LAUTERBUR, 1973). Em 1976,

Mansfield, da Universidade de Nottinghan, produziu as primeiras imagens de uma

parte do corpo: um dedo (HAGE e IWASAKI, 2009).

2 Edward Mills Purcell (30/08/1912 — 07/03/1997) foi um físico estadunidense. Recebeu em 1952 o

Nobel de Física, pelo desenvolvimento de novos métodos de medição precisa do magnetismo nuclear e descobertas afins. 3 Felix Bloch (23/10/1905 —10/09/1983) foi um físico suíço.

Foi laureado, juntamente com Edward Mills Purcell, com o Nobel de Física em 1952, pelo "desenvolvimento de novos métodos de medição precisa do magnetismo nuclear e descobertas afins", nomeadamente a ressonância magnética nuclear (RMN). 4 Raymond Vahan Damadian (16/03/1936) é um médico e inventor estadunidense. É co-inventor da

Ressonância magnética.

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Em três de julho de 1977, foi realizada pelo Dr. Raymond Damadian, um médico

e cientista, e seus colegas Dr. Larry Minkoff5 e Dr. Michael Goldsmith6 a primeira

varredura de corpo humano através da ressonância magnética. Foram necessárias

quase cinco horas para produzir uma imagem. E se compararmos com os padrões

atuais, as imagens eram bem primárias, mas indubitavelmente esta data mudou

radicalmente o cenário da medicina em todo o mundo. Até 1982, havia poucos

aparelhos de ressonância magnética nos EUA. Hoje, há milhares deles em todo o

mundo (HAGE e IWASAKI, 2009).

Em 2003, pelos avanços proporcionados pela aplicação da técnica de imagem

por ressonância magnética (IRM), Paul Lauterbour7 e Peter Mansfield8 receberam o

prêmio Nobel de Medicina. O primeiro exame de IRM na América Latina foi

realizado no Hospital Israelita Albert Einstein em 1986, em São Paulo, Brasil

(HAGE e IWASAKI, 2009).

Apesar de o estudo da física da ressonância magnética ser um assunto árido e

difícil, ele é de fundamental importância na interpretação das imagens e por isso é

preciso que os seus princípios básicos sejam entendidos. (HAGE e IWASAKI,

2009).

Este capítulo tem como objetivo mostrar as bases físicas da RM e seu papel

dentro do projeto.

2.1.1 Ressonância Magnética Nuclear

De forma resumida, segundo Hage e Iwasaki (2009), a Imagem por

Ressonância Magnética é praticamente o resultado da interação do forte campo

magnético produzido em equipamentos capaz de gerar campos magnéticos com

5 Lawrence A. Minkoff, Ph.D. Ele é um dos pioneiros no campo da tecnologia de ressonância

magnética. 6 Foi assistente e colaborador do Dr. Larry Minkoff em suas pesquisas sobre ressonância magnética

7 Paul Christian Lauterbur (06/05/1929 — 27/03/2007) foi um químico estadunidense. Partilhou o

Nobel de Fisiologia/Medicina de 2003 com Peter Mansfield, pelo seu trabalho sobre ressonância magnética por imagem" (MRI). 8 Peter Mansfield (09/10/1933) é um físico britânico. Foi agraciado com o Nobel de

Fisiologia/Medicina de 2003, juntamente com o estadunidense Paul Lauterbur, por descobertas fundamentais sobre o uso da ressonância magnética.

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alta intensidade (utilizados na obtenção de imagens por ressonância magnética)

com os prótons de hidrogênio do tecido humano, como mostra Figura 2.1.

Figura 2.1 - Equipamento de ressonância magnética

Fonte: HAGE e IWASAKI, 2009

O equipamento mostrado na Figura 2.1, de forma 3D, nos mostra uma pessoa

sendo introduzida dentro da bobina magnética de forma que o campo magnético

criado dentro da bobina atravessa a pessoa (HAGE e IWASAKI, 2009).

Equipamentos como esses podem ser vistos nos exames de RMN que criando

uma condição para que possamos enviar um pulso de radiofrequência, para a

obtenção de imagens, após este pulso sofrer alterações devido aos átomos de

hidrogênio presente no corpo de uma pessoa inserida dentro deste possa ser

coletada estando esta radiofrequência modificada (HAGE e IWASAKI, 2009).

Este sinal coletado é processado e convertido numa imagem ou informação

que pode ser visto abaixo na Figura 2.2.

Figura 2.2 - Obtenção de uma imagem do cérebro através de RMN Fonte: HAGE e IWASAKI, 2009

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2.1.2 Momento Magnético Orbital de Spin

As propriedades de ressonância magnética têm origem na interação entre

um átomo em um campo magnético externo, como veremos mais adiante, é um

fenômeno em que partículas contendo momento angular e momento magnético,

exibem um movimento de precessão quando estão sob ação de um campo

magnético (HAGE e IWASAKI, 2009).

Os principais átomos que compõem que estão presentes no corpo humano

são: hidrogênio (H), oxigênio (O), carbono (C), fósforo (P), cálcio (Ca), flúor (F),

sódio (Na), potássio(K) e nitrogênio(N). Estes átomos, exceto o hidrogênio,

possuem no núcleo atômico prótons e nêutrons (HAGE e IWASAKI, 2009).

Apesar de outros núcleos possuírem propriedades que permitam a utilização

em Imagem por Ressonância Magnética, segundo Hage e Iwasaki (2009), o

hidrogênio é o escolhido por três motivos básicos:

É o mais abundante no corpo humano: cerca de 10% do peso corporal se deve ao hidrogênio.

As características de RMN se diferem bastante entre o hidrogênio presente no tecido normal e no tecido patológico.

O próton do hidrogênio possui o maior momento magnético e, portanto, a maior sensibilidade a RMN (HAGE e IWASAKI, 2009).

Como sabemos o corpo humano possui cerca de 10% do H, fato que facilita

a obtenção da ressonância magnética, pois o átomo de hidrogênio é o que melhor

responde à ressonância por possuir o maior momento magnético (HAGE e

IWASAKI, 2009).

O átomo de hidrogênio por ser o mais simples da tabela periódica possui

como núcleo o próton sendo ausente de nêutrons. Para o hidrogênio temos

também os isótopos Deutério (H) e Trítio (H3), que correspondem à presença de

nêutrons nos seus núcleos, mas estes não são objetos de nosso estudo(HAGE e

IWASAKI, 2009).

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Os prótons são partículas carregadas positivamente e que possui uma

propriedade chamada SPIN ou Momento Angular (HAGE e IWASAKI, 2009).

Para exemplificar isso veja a Figura 2.3

Figura 2.3 - Dipolo Magnético Nuclear Fictício

Fonte: HAGE e IWASAKI, 2009

Para facilitar a compreensão podemos imaginar o próton de hidrogênio como

uma pequena esfera (1), que possui um movimento de giro, ou spin, em torno do

seu próprio eixo (2); por ser uma partícula carregada positivamente (3), irá gerar

um campo magnético próprio ao seu redor (4), comportando-se como um pequeno

dipolo magnético (4) ou como um imã (5), com um momento magnético (µ)

associado (HAGE e IWASAKI, 2009).

Para entender melhor isso podemos tentar explicar de forma mais

exemplificada verificando sua aplicação física no tecido humano, de forma que a

nossa compreensão sobre este assunto torne mais competente e mais fácil de ser

analisado, para isso verificamos nos próximo item as questões que envolvem a

Física da RMN (HAGE e IWASAKI, 2009).

Como o objetivo é ter uma visão simplificada e introdutória da física relacionada

à imagem por ressonância magnética e visto que já comentamos anteriormente

algumas propriedades do momento angular do átomo e do elétron em torno do seu

núcleo, podemos então a principio admitir que o spin representasse o movimento

de giro do próton em torno de seu próprio eixo, da mesma forma que um pequeno

pião (HAGE e IWASAKI, 2009).

Para o próton de hidrogênio (H1), o spin pode assumir valores de +1/2 ou -1/2, o

que em nossa analogia clássica representar os prótons girando para um lado ou

para o outro (HAGE e IWASAKI, 2009).

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Juntamente com o spin, o próton de hidrogênio possui outra propriedade

chamada de momento magnético, que faz com que o mesmo se comporte como

um pequeno imã (ver Figura 2.3) conforme descrito no artigo de Hage e Iwasaki,

(2009).

Esta analogia é valida se visualizarmos o próton como uma pequena esfera

carregada positivamente e girando em torno de seu próprio eixo (spin). Como para

toda partícula carregada em movimento acelerado surge um campo magnético

associado, o próton de hidrogênio se comporta como um dipolo magnético.

Podemos utilizar um vetor para descrever cada dipolo magnético (HAGE e

IWASAKI, 2009).

Quando um próton ou um conjunto de prótons é colocado sobre a ação de um

campo magnético intenso temos o alinhamento destes dipolos ou de spin de forma

que o comportamento randômico agora se apresenta alinhados todos os dipolos

(HAGE e IWASAKI, 2009).

Para podermos entender melhor é importante sabermos que a temperatura

média de 36,5 ºC do corpo humano, e sob ação do fraco campo magnético

terrestre de 0,3 Gauss (ou 3x10) tesla, uma vez que o fator de conversão é de

1,0T=10.000G), os momentos magnéticos não possuem uma orientação espacial

definida (HAGE e IWASAKI, 2009).

Esta distribuição aleatória faz com que a magnetização resultante de um volume

de tecido seja igual a zero, como mostra a Figura 2.4 (HAGE e IWASAKI, 2009).

Figura 2.4 - Spins na ausência e na presença de um campo magnético.

Fonte: HAGE e IWASAKI, 2009

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Quando o paciente é posicionado no interior do magneto ou da bobina de

ressonância magnética (Figura 2.1) e fica sob ação de um campo magnético com

uma intensidade alta de aproximadamente, por exemplo, 1,5 T que é a faixa de

intensidade utilizado por alguns equipamentos para a obtenção de IRM, os prótons

de hidrogênio irão se orientar de acordo com a direção do campo aplicado, como

se fossem pequenas bússolas; porém, ao contrário das bússolas, que apontariam

seu norte marcado na agulha para o sul magnético, os prótons de hidrogênio

apontam tanto paralelamente quanto antiparalelamente ao campo. As duas

orientações representam dois níveis de energia que o próton pode ocupar: o nível

de baixa energia (alinhamento paralelo) e o nível de maior energia (alinhamento

antiparalelo), como mostra a Figura 2.1.5. (HAGE e IWASAKI, 2009).

Figura 2.5 - Alinhamento paralelo e antiparalelo dos prótons de hidrogênio.

Fonte: HAGE e IWASAKI, 2009

Vimos anteriormente que ao aplicarmos um campo magnético devido à

quantização do momento magnético haverá um movimento de precessão (HAGE e

IWASAKI, 2009).

A Figura 2.6 nos mostra à direita spins alinhados paralelamente e anti

paralelamente ao campo magnético externo aplicado (eixo z), realizando

movimento de precessão à esquerda vetor magnetização resultante (M0) de um

elemento de volume do tecido (HAGE e IWASAKI, 2009).

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Figura 2.6 - Direita: spins alinhados paralelamente e antiparalelamente ao campo magnético

externo e vetor resultante Fonte: HAGE e IWASAKI, 2009

A figura abaixo mostra os eixos de coordenadas (x, y e z) e o vetor que

representa o momento magnético de um próton de hidrogênio realizando o

movimento de precessão em torno do eixo z, assim como as mesmas coordenadas

num típico magneto supercondutor. O eixo z, ou longitudinal, representa a direção

de aplicação do campo magnético principal (B). O plano xy é chamado de plano

transversal (HAGE e IWASAKI, 2009).

Figura 2.7 - Coordenadas tridimensionais x, y e z.

Fonte: HAGE e IWASAKI, 2009

Com a aplicação deste campo teremos, portanto um momento de dipolo

magnético M resultante, na direção e sentido do campo aplicado, tendo em vista

que os estados de alinhamento paralelo são os mais prováveis e correspondem a

estados de menor energia (HAGE e IWASAKI, 2009).

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Apesar de todos os momentos magnéticos individuais processarem em torno de

B0 a uma frequência angular igual a , não existe coerência de fase entre eles e,

portanto, não existirá componente de magnetização no plano transversal (HAGE e

IWASAKI, 2009).

Uma bobina posicionada de forma perpendicular ao plano transversal não

detectará nenhum sinal, pois não ocorrerá alteração no fluxo magnético (HAGE e

IWASAKI, 2009).

Para que uma corrente elétrica seja induzida em uma bobina posicionada de

forma perpendicular ao plano transversal, é necessário que o vetor magnetização

como um todo, ou parte dele, esteja no plano transversal e possua coerência de

fase. Se todos os momentos magnéticos individuais forem desviados em 90º para o

plano transversal e todos estiverem processando na mesma posição (mesma fase),

teremos o máximo de sinal induzido nesta bobina (HAGE e IWASAKI, 2009).

Aplicando, portanto um sinal de radiofrequência ressonante em espiras

transversais, devemos:

Transferir energia para o vetor magnetização, desviando-o do alinhamento, ou jogando-o para o plano transversal, quando for de 90º;

Fazer com que os núcleos processem, momentaneamente, em fase no plano transversal (HAGE e IWASAKI, 2009).

A Figura 2.8 mostra esquematicamente o que ocorre com a aplicação de um

sinal de radiofrequência em uma espira perpendicular ao plano transversal (HAGE

e IWASAKI, 2009).

Figura 2.8 - Vetor magnetização M perpendicular à magnetização M devido ao campo B

longitudinal. Fonte: HAGE e IWASAKI, 2009

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Adicionando o impulso de RF, vai-se assistir não só a um aumento de

população de spins alinhados de forma antiparalela com o campo B0 como também

ao alinhamento dos spins em fase, sendo o sinal medido correspondente à

componente transversal da magnetização (HAGE e IWASAKI, 2009).

O contraste nas imagens se baseia na diferença de intensidade do sinal em

áreas de estrutura ou composição diferentes. Uma imagem tem contraste quando

apresenta áreas de sinal intenso (branco na imagem) e áreas de sinal fraco (escuro

na imagem) (HAGE e IWASAKI, 2009).

Sendo assim, podemos ver que um dos fatores que determinará o contraste de

uma imagem será a densidade de prótons que deve alterar a componente de

magnetização transversal (HAGE e IWASAKI, 2009).

Este tipo de contraste de imagem é conhecida por Densidade de Prótons ou DP

(HAGE e IWASAKI, 2009).

A figura 2.9 mostra este tipo de contraste:

Figura 2.9 - Contraste em DP.

Fonte: HAGE e IWASAKI, 2009

Observa-se que em lugares onde temos acumulação de água (por exemplo,

em edemas) podemos observar “hipersinal” na imagem em contraste de DP (ou

pesada em DP) (HAGE e IWASAKI, 2009).

No entanto este não é o único fator que determina a intensidade neste

sinal. Estes fatores dizem respeito ao tempo de recuperação dos vetores de

magnetização e de relaxamento (HAGE e IWASAKI, 2009).

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44

2.1.3 Tempo de Recuperação e Relaxamento

Aplicando um pulso de radiofrequência conseguimos desviar o vetor de

magnetização para o plano transverso, com isso, além de fazer alguns dos spins

passarem para o nível de maior energia também mudamos a fase dos prótons, de

modo que fiquem coerentes (agrupados) e é exatamente devido a esta coerência

que conseguimos obter um sinal nas bobinas receptoras. Quando se retira o pulso

de RF o núcleo excitado retorna ao equilíbrio liberando energia para o ambiente.

(HAGE e IWASAKI, 2009).

Este precesso9 é conhecido por relaxação. Ela ocorre por meio da relaxação

spin-rede da relaxação spin-spin, as quais são definidas por duas constantes

exponenciais de tempo T1 e T2 respectivamente. Ao retirar-se o pulso RF, o sinal

de indução obtido na bobina começa a reduzir o seu valor já que a ação de B1

deixa de ocorrer e os dipolos passam novamente a sofrer a influência de B0 e

tentam realinhar-se com este. Chamamos T2 o tempo de decaimento do sinal na

bobina e T1 o tempo de recuperação do campo longitudinal (HAGE e IWASAKI,

2009).

A figura 2.10 mostra a amplitude do sinal induzido mudando sua amplitude

com o tempo (HAGE e IWASAKI, 2009).

Figura 2.10 - Amplitude do sinal induzido diminuindo com o tempo (tempo de relaxamento T2)

Fonte: HAGE e IWASAKI, 2009

À medida que a excitação é perdida, a magnetização longitudinal é

gradualmente recuperada, por isso ela é conhecida como recuperação (ou

relaxação) longitudinal. Como a recuperação longitudinal envolve troca de energia

entre os spins nucleares excitados e o ambiente (rede) molecular não ressonante,

9 Precessão é um fenômeno físico que consiste na mudança do eixo de rotação de um objeto. Esse

efeito giroscópico, observado nos movimentos dos pontos de referência celestes, pode ser explicado pela análise vetorial das grandezas envolvidas, torque e momento angular.

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45

ela é também referida como tempo de relaxação spin-rede (HAGE e IWASAKI,

2009).

Ou seja, à medida que a precessão transversal diminui começamos a

retomar a magnetização longitudinal. Este é o chamado tempo de recuperação (T1)

(HAGE e IWASAKI, 2009).

Figura 2.11 - À medida que perdemos a componente transversal da magnetização, retomamos a

magnetização longitudinal devido ao campo B0

Fonte: HAGE e IWASAKI, 2009

Figura 2.12 - Representação gráfica do tempo de recuperação e de relaxamento Fonte: HAGE e IWASAKI, 2009

O valor de T1 é dependente da natureza física e química do ambiente que

envolve o núcleo excitado. Em geral, moléculas menores, incluindo a água,

recuperam-se muito mais lentamente do que moléculas de tamanho médio como

os lipídeos. Portanto, a liberação da água ligada em tumores ou em outras lesões

pode aumentar os valores de T1. Por exemplo, o valor de T1 para a água pura é de

aproximadamente três segundos, enquanto aquele da gordura é geralmente umas

poucas centenas de milissegundos. Quando um tecido com T1 curto é examinado

usando uma sequencia com um tempo de repetição (TR) do pulso de RF de 90

graus relativamente mais longo, o sinal oriundo desse tecido é intenso. Se o tempo

de repetição (TR) for mais curto do que o T1 do tecido, o núcleo não retornará ao

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equilíbrio antes do próximo pulso de RF, e o tecido é dito como estando saturado

(sem sinal). Dessa forma, a intensidade do sinal aumenta à medida que o tempo de

relaxação do tecido diminui (HAGE e IWASAKI, 2009).

O contraste obtido na RMN ocorre por conta da diferença dos sinais gerados,

onde sinais mais intensos fornecem pontos mais claros e sinais mais fracos

fornecem pontos escuros (HAGE e IWASAKI, 2009).

A figura 2.13 mostra um sinal ponderado em T1,onde tecidos com T1 curtos

apresentam um sinal mais intenso e aqueles com T1 mais longos apresentam

pontos escuros (HAGE e IWASAKI, 2009).

Figura 2.13 - Sinal ponderado em T1, onde tecidos com T1 curto examinado com um tempo de

repetição (TR) longo. Fonte: HAGE e IWASAKI, 2009

A relaxação spin-spin (T2), que da origem ao decréscimo da componente

transversal do campo, ocorre por meio da interação de prótons com os campos

magnéticos de outros núcleos e por causa das inomogeneidades10 inerentes a (B0)

(HAGE e IWASAKI, 2009). Após a aplicação de um pulso de RF, o núcleo excitado

inicialmente precessa em fase em relação aos outros núcleos, resultando em um

valor alto de Mxy11( HAGE e IWASAKI, 2009). Entretanto, a coerência de fase é

rapidamente perdida, uma vez que cada um dos núcleos tem seu próprio campo

10

Inomogeneidade - característica de um corpo que não tem as mesmas propriedades em todos os pontos. 11

Mxy (vector magnetização transversal). Essa componente irá regressar ao seu estado de equilíbrio (Mxy=0) rodando em torno do eixo dos z, a uma frequência igual à frequência do fóton incidente – precessão

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magnético diminuto que interfere uns nos outros (relaxação spin-spin). A interação

spin-spin transfere energia entre os núcleos envolvidos, de forma que a frequência

de precessão de alguns esteja atrasada e a frequência de outros esteja acelerada.

Dessa forma, a coerência de fase é perdida (HAGE e IWASAKI, 2009).

A constante de tempo para essa forma de relaxação, chamada de T2, é o

período de tempo durante o qual 63,2% do sinal é perdido (Fig. 2.14 ). Os valores

de T2 da maioria dos tecidos biológicos estão entre 50 e 100msec, enquanto o

valor do líquor é bem maior. Como em T1, a taxa de água livre versus água ligada

é o principal determinante de T2 nas lesões. A liberação da água ligada aumenta

os valores de T2. Como a relaxação spin-spin (T2) ocorre no plano transverso, ela

é conhecida como relaxação transversal. Valores longos estão associados com

sinal mais intenso, uma vez que o núcleo não perde a coerência de fase tão

rapidamente. Isso contrasta com a relaxação spin rede (T1), na qual um valor de

T1 mais longo está associado com a atenuação do sinal. (HAGE e IWASAKI,

2009).

A fig. 2.14 mostra uma IRM ponderada em T2, onde se observa que regiões

ricas em água aparecem com um sinal mais intenso regiões claras e gordura com

um sinal menos intenso (regiões escuras) (HAGE e IWASAKI, 2009).

Figura 2.14 - Imagem RM ponderada de T2

Fonte: HAGE e IWASAKI, 2009

O valor de T2 é sempre menor (ou igual) a T1, isto é, a magnetização

transversa decresce mais rapidamente do que a magnetização longitudinal demora

a voltar ao valor inicial. O valor de T1 e T2 depende da intensidade das interações

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entre os spins magnéticos da frequência com que estas interações estão sendo

moduladas. Pode se falar que T1 e T2 dependem das propriedades moleculares de

cada tecido, e assim podemos diferenciar gordura, a substância branca, a

substância cinzenta, o edema ou o líquor12 através de seus diferentes tempos de

relaxamento, já que T1 e T2 aumentam nesta ordem. Nos sólidos e nas grandes

moléculas T2 e curto, enquanto que nos fluidos e mais longo, uma vez que no

primeiro caso existem campos magnéticos intrínsecos, que, no segundo, tendem

para zero devido à mobilidade das moléculas. Quanto ao T1 verifica-se que a água

apresenta um T1 longo e o colesterol, por exemplo, um T1 curto. O que se deve ao

fato de os movimentos das moléculas no segundo caso serem mais lento e,

portanto, mais próximos da frequência de Larmor13, favorecendo a eficácia de

transferência de energia para a rede (HAGE e IWASAKI, 2009).

A tabela a seguir mostra a tabela com valores de alguns tempos de

relaxamento T1 e T2 para campos da ordem de 1,5 T (HAGE e IWASAKI, 2009).

Tabela 2.1 - Tempos T1 e T2 para diferentes tecidos, sendo T2 tempo associado ao decaimento do

campo transversal e T1 associado à recuperação do campo longitudinal para campos da ordem de

1,5 T.

Tecido T1(ms) T2(ms)

Substância Branca 790 90 Substância Cinzenta 920 100

Líquido céfalo-radiquiano (líquor)

4000 2000

Sangue (Arterial) 1200 50 Parênquima hepático 490 40

Miocárdio 870 60 Músculo 870 50

Lipídios (gordura) 260 80

. Fonte: HAGE e IWASAKI, 2009

12

O Líquor é um fluido corporal estéril e de aparência clara que ocupa o espaço subaracnóideo no cérebro (espaço entre o crânio e o córtex cerebral—mais especificamente, entre as membranas aracnóide e pia-máter das meninges). É uma solução salina muito pura, pobre em proteínas e células, e age como um amortecedor para o córtex cerebral e a medula espinhal. 13 Equação para calcular a frequência de precessão do spin ³ E0 = B0, onde E0 é a frequência de

precessão e é medida em Hz ou MHz; ³ é a constante giro magnético, específicos para cada

material, e B0 é a força da campo magnético medido em Tesla. Nos núcleos de prótons de H o valor

da frequência de precessão é de 42,5 MHz / T.

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49

A figura 2.15 mostra em detalhes o contraste de diferentes tecidos. Observe

que para o líquor em que temos maior tempo T2 apresenta maior intensidade de

sinal (ponto branco) e a intensidade descreve com a redução de T2 (HAGE e

IWASAKI, 2009).

Figura 2.15 - Contraste em diferentes tecidos.

Fonte: HAGE e IWASAKI, 2009

2.1.4 Equação Geral do Contraste para IRM

Segundo Hage e Iwasaki (2009), grande parte da capacidade de contraste na

RM pode ser entendida analisando se uma equação genérica da sequencia de

pulso chamada de spin-eco dada por:

I = N . f(v). (e -(TE/T2)

). (1- e-(TR/T1)

), Sendo: I = intensidade de imagem (brilho do pixel); N = densidade de prótons (do tecido); f(v) = função de fluxo (do tecido); TE = tempo de eco (fixado no aparelho); definimos tempo de eco (TE) como o tempo que vai da aplicação do pulso RF ao pico máximo do sinal induzido no fio é medido em ms. O TE determina o grau de declínio da magnetização transversa que pode ocorrer antes de ler-se o sinal. O TE controla, pois o grau de relaxamento T2. TR = tempo de repetição (fixado no aparelho); definimos tempo de repetição (TR) como o tempo que vai da aplicação de um pulso RF à aplicação do pulso RF seguinte é medido em milissegundos (ms). O TR determina o grau de relaxamento que pode ocorrer entre o término de um pulso RF e a aplicação do pulso seguinte. O TR determina, pois o grau de relaxamento T1 que ocorreu. T1 = tempo de relaxação longitudinal (do tecido); T2 = tempo de relaxação transversal (do tecido) (HAGE e IWASAKI, 2009).

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50

Ao contrário dos termos exponenciais que descrevem os efeitos de T1 e T2, o

termo densidade de prótons (N) é simplesmente um multiplicador. Embora haja

prótons em todos os átomos do corpo, os prótons de interesse para a RM são

apenas aqueles que constituem o núcleo do átomo do hidrogênio. De fato, os

únicos prótons que contribuem significativamente para o sinal da RM são os

núcleos de átomos de hidrogênio em moléculas de água ou em alguns grupos de

moléculas lipídicas, também conhecidos como prótons móveis. Na presença de um

grande número de prótons móveis, ocorrerá um sinal forte (HAGE e IWASAKI,

2009).

Esse sinal forte será então afetado pelos outros termos na equação, como T1

e T2, produzindo um sinal mais forte ou mais fraco, dependendo desse outro grupo

de fatores. Os materiais com elevada densidade de prótons incluem o tecido

adiposo, o líquido cefalorraquidiano (LCR), o sangue e outros líquidos. Por outro

lado, na presença de relativamente poucos prótons móveis no tecido, haverá um

valor zero ou muito pequeno para o N na equação. Como toda a equação será

multiplicada por esse termo zero, os efeitos de T1 e T2 e dos outros parâmetros

serão anulados. Por isso, independentemente de como a sequencia de pulso é

alterada, na presença de poucos prótons móveis, a imagem terá um sinal de

pequena intensidade. Materiais de baixa densidade de prótons geralmente têm um

sinal baixo em todas as sequencias. São exemplos o ar, as calcificações, a cortical

óssea densa, o tecido fibroso, o plástico e outros materiais implantados (HAGE e

IWASAKI, 2009).

As imagens ponderadas em T1 fornecem um excelente detalhamento

anatômico e, as ponderadas em T2, reproduzem com grande fidelidade as

condições patológicas, graças ao conteúdo hídrico das mesmas as quais se

apresentam com sinais hiperintensos (HAGE e IWASAKI, 2009).

A tabela abaixo fornece a ordem de grandeza de cada um destes tempos para

que possamos obter imagens ponderadas em T1 T2 ou DP. (HAGE e IWASAKI,

2009).

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51

Tabela 2.2 - TR e TE para diferentes IRM Tempo de Repetição (TR) Tempo de Eco (TE) Ponderação

TR Curto (<500ms) TE Curto (5 a 25 ms) T1 TR Longo (>1500ms) TE Curto (>90ms) T2 TR Longo (>1500ms) TE Curto (5 a 25 ms) DP

Fonte: HAGE e IWASAKI, 2009

Para se obter o máximo de contraste em T1, que é a diferença na intensidade

do sinal com base nos tempos T1, o tempo TR na sequencia de pulso é reduzido.

Isso leva a uma imagem ponderada em T1. Com um TR mais longo, os tecidos já

recuperaram integralmente sua magnetização longitudinal e têm intensidade de

sinal semelhante e pouco contraste. Uma sequencia de TR curto aumentará ao

máximo o contraste T1, mas isso também afetará outros aspectos da qualidade da

imagem. A razão sinal-ruído global diminui com o TR curto, embora o contraste

aumente (LUFKIN, 1999).

Para se ter uma diferença máxima na intensidade do sinal com base nos

tempos T2, o tempo TE na sequencia de pulso é aumentado. Isso leva a uma

imagem ponderada em T2. Os tecidos têm intensidade de sinal semelhante e

pouco contraste com um TE mais curto. Isso ocorre por não ter transcorrido um

tempo suficiente para que as diferenças de T2 causem a defasagem dos spins.

Uma sequencia de TE longo, portanto, obterá um contraste em T2 máximo à custa

da qualidade de imagem. A razão sinal-ruído global diminui ao aumentar o TE,

ainda que o contraste em T2 aumente. Para se produzir uma imagem fortemente

ponderada em T1, usa-se um TR curto para se obter um contraste T1 máximo e

usa-se um TE curto para um contraste T2 mínimo. Assim, também, para se

produzir uma imagem fortemente ponderada em T2, usa-se um TE longo para se

obter um contraste T2 máximo e um TR longo para um contraste T1 mínimo.

Finalmente, uma sequencia de TE curto e TR longo obteria o máximo de relação

sinal-ruído na imagem. Isso é feito à custa do contraste T1 e T2. Devido à ausência

de um contraste T1 ou T2 forte, essas imagens de elevada relação sinal-ruído são

designadas imagens de densidade de prótons (HAGE e IWASAKI, 2009).

A imagem por ressonância magnética promoveu um grande avanço na medicina

no que diz respeito a imagens detalhadas e precisa de várias partes do corpo

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devido ao alto contraste de tecidos moles e à possibilidade de cortes em qualquer

plano escolhido (HAGE e IWASAKI, 2009).

2.2 Tomografia Computadorizada

As tomografias ampliam a ideia que se tem a respeito de imagens de raios-X

convencional. Em vez de mostrar o contorno dos ossos e órgãos, um tomógrafo

forma um modelo computadorizado completo em três dimensões do interior de um

paciente. Os médicos podem até mesmo examinar uma estreita fatia do corpo por

vez para apontar áreas específicas (GARIB et al., 2007).

A tomografia computadorizada (TC) trata-se de um método de diagnóstico por

imagem que utiliza a radiação x e permite obter a reprodução de uma secção do

corpo humano em quaisquer uns dos três planos do espaço (Figura 2.16).

Diferentemente das radiografias convencionais, que projetam em um só plano

todas as estruturas atravessadas pelos raios-x, a TC evidencia as relações

estruturais em profundidade, mostrando imagens em “fatias” do corpo humano. A

TC permite enxergar todas as estruturas em camadas, principalmente os tecidos

mineralizados, com uma definição admirável, permitindo a delimitação de

irregularidades tridimensionalmente (GARIB et al., 2007).

Perante as dificuldades ou limitações na obtenção de informações para o

diagnóstico com o uso de radiografias convencionais, as imagens tridimensionais

começaram a atrair grande interesse dos profissionais da medicina (GARIB et al.,

2007).

Ao discutir este tema tão atual, primeiramente há que se discernir entre os

dois tipos principais de TC, a tomografia computadorizada tradicional e a

tomografia computadorizada de feixe cônico (cone-beam computed tomography-

CBCT). Os dois tipos de exames permitem a obtenção de imagens em cortes, no

entanto a única característica que apresentam em comum refere-se à utilização da

radiação x (GARIB et al., 2007).

Surpreendentemente, a engenharia e as dimensões do aparelho, o princípio pelo

qual se obtém e se processam as imagens, a dose de radiação e o custo do

aparelho são completamente distintos entre as duas modalidades de TC. As

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principais diferenças entre os métodos são compiladas na tabela 3 e descritas

detalhadamente a seguir (GARIB et al., 2007).

Tabela 2.3 - Quadro comparativo entre a TC tradicional e a TC de feixe cônico

TC Tradicional TC de Feixe Cônico

Dimensão do aparelho -grande - permite exame do corpo todo

- mais completo - permite apenas exame de região de cabeça e pescoço

Aquisição da imagem - diversas voltas do feixe de raios-x em torno do paciente

- cortes axiais

- 10-70 segundos de exame - 3-6 segundos de exposição à

radiação Tempo de escaneamento - 1 segundo multiplicado pela

quantidade de cortes axiais necessários

- exposições á radiação ininterrupta

- menor, aproximadamente 15 vezes reduzida, em relação à

TC helicoidal

Dose de radiação - alta - reduzido Custo financeiro - alto Recursos do exame - reconstruções multiplanares

em 3D - reconstruções multiplanares e em 3D, além de reconstruções de radiografias bidimensionais

convencionais Qualidade da imagem - boa nitidez

- ótimo contraste - validação das avaliações quantitativas e qualitativas

- boa nitidez - baixo contraste entre tecido

duro e mole - boa acurácia

Produção de artefatos - muito artefato na presença de materiais metálicos

- pouco artefato produzido na presença de metais

Fonte: GARIB et al., 2007

2.2.1 A Tomografia Computadorizada Tradicional

A revolucionária criação desta modalidade de exame, no início da década de

70, pelo engenheiro inglês Hounsfield14, juntamente com o físico norte-americano

Cormark15, lhes valeu o prêmio Nobel de Medicina de 1979. O primeiro aparelho de

TC foi colocado no Hospital Atkinson Morley, em Londres, acomodava somente a

cabeça do paciente e gastava 4,5 minutos para escanear uma fatia e mais 1,5

minuto para reconstruir a imagem no computador. Felizmente, durante os últimos

30 anos, ocorreram muitas inovações e grandiosas evoluções na tecnologia dessa

área, que melhoraram o tempo de aquisição e a qualidade das imagens, assim

como reduziram significantemente a dose de radiação (GARIB et al., 2007).

14

Godfrey Newbold Hounsfield (28/08/1919 — 12/08/2004) foi um engenheiro britânico. Foi agraciado com o Nobel de Fisiologia/Medicina de 1979, por ter participado da criação do diagnóstico de doenças pela tomografia axial computadorizada. 15

Allan McLeod Cormack (23/02/1924 — 07/05/1998) foi um físico sul africano. Foi agraciado com o Nobel de Fisiologia/Medicina de 1979, por ter participado da criação de diagnosticar doenças pela tomografia axial computadorizada.

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Figura 2.16 - Imagens de tomografia computadorizada reproduzindo secções do corpo humano em

diferentes planos do espaço. Fonte: GARIB et al., 2007

Os aparelhos atuais, denominados de nova geração, acomodam o corpo todo

e a reprodução de uma secção dura um segundo ou menos. Algumas máquinas

alcançaram tal perfeição, que reproduzem uma fatia em 0,5 a 0,1 segundo,

permitindo estudos funcionais em vez de somente análises estáticas (GARIB et al.,

2007).

2.2.1.1 Componentes do aparelho e aquisição da imagem

O aparelho de tomografia computadorizada tradicional apresenta três

componentes principais (Figura 2.17):

1) o gantry16, no interior do qual se localizam o tubo de raios-x e um anel de

detectores de radiação, constituído por cristais de cintilação (GARIB et al., 2007);

2) a mesa, que acomoda o paciente deitado e que, durante o exame, movimenta-se

em direção ao interior do gantry e 3) o computador, que reconstrói a imagem

tomográfica a partir das informações adquiridas no gantry. O técnico ou operador

de TC acompanha o exame pelo computador, que geralmente fica fora da sala que

acomoda o gantry e a mesa, separado por uma parede de vidro plumbífero (que

contém chumbo) (GARIB et al., 2007).

16

O gantry é o maior componente da instalação de um aparelho de TC. É um dispositivo em formato de uma enorme rosca e em seu interior encontram-se instalados o tubo gerador do feixe de raios X, os detectores, colimadores de feixe, conversor analógico digital, fontes e componentes mecânicos necessários para as movimentações de varredura que possibilitam a aquisição de dados, além de parte do sistema eletrônico utilizado no controle desses elementos.

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55

Figura 2.17: Aparelho de tomografia computadorizada tradicional: A) gantry e mesa, B) Computador

Fonte: GARIB et al., 2007

Neste aparelho, a fonte de raios-x emite um feixe estreito (colimado) em forma

de leque, direcionado a um anel com diversos detectores, conforme mostrado na

figura. 2.18) (GARIB et al., 2007).

Durante o exame, no interior do gantry, o tubo de raios-x gira dentro do anel

estacionário de receptores (GARIB et al., 2007).

Figura 2.18: Representação gráfica do interior do gantry, onde o tubo de raios-x gira em torno do

paciente, emitindo um feixe colimado de raios-x em forma de leque, direcionado ao anel estacionário de detectores. Fonte: GARIB et al., 2007

Os sinais recebidos pelos detectores dependem da absorção dos tecidos

atravessados pelo feixe radiográfico e são registrados e processados

matematicamente no computador. Por meio de múltiplas projeções no curso de

360º ao redor do paciente, os receptores registram uma série de valores de

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atenuação dos raios-x. Estes múltiplos coeficientes de atenuação são submetidos a

complexos cálculos matemáticos pelo princípio da matriz (Fig. 2.19), permitindo ao

computador reconstruir a imagem de uma secção do corpo humano (GARIB et al.,

2007).

Figura 2.19 - O princípio da construção da imagem em TC tradicional: A) valores de atenuação do feixe de raios x, após atravessar o objeto em diversas direções e B) a matriz com o cálculo computadorizado da densidade de cada região atravessada pelos feixes de radiação.

Fonte: GARIB et al., 2007

Nas primeiras gerações de aparelhos de TC, o feixe de raios-x completava

um giro em torno do paciente e, posteriormente, a mesa se movimentava para

capturar a imagem em fatia da próxima da região adjacente. Nos aparelhos atuais,

denominados de última geração, a mesa com o paciente movimenta-se

simultaneamente à rotação do tubo de raios-x, determinando uma trajetória

helicoidal da fonte de raios-x em torno do paciente, o que provê a denominação

aos aparelhos de TC modernos (GARIB et al., 2007).

2.2.1.2 Tomografia computadorizada helicoidal ou espiral

Este avanço incrementou a qualidade da imagem e reduziu o tempo de

exposição do paciente. Além disso, os aparelhos modernos apresentam a

tecnologia multislice, isto é, são capazes de adquirir 4 a 16 fatias de imagem para

cada giro de 360º do feixe de raios-x em torno do paciente (GARIB et al., 2007).

As vantagens clínicas dos aparelhos multislice referem-se à maior velocidade de

aquisição da imagem, especialmente útil quando o movimento do paciente constitui

um fator limitante para o exame, assim como melhor resolução espacial das

imagens (GARIB et al., 2007).

A imagem compõe-se unitariamente pelo pixel (Figura 2.20), cada um dos quais

apresenta um número que traduz a densidade tecidual ou o seu poder de

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atenuação da radiação. Tais números, conhecidos como escala Hounsfield, variam

de –1000 (densidade do ar) a +1000(densidade da cortical óssea), passando pelo

zero (densidade da água). Na escala Hounsfield, considera-se que a água

apresenta uma densidade neutra na imagem tomográfica.

Figura 2.20 - Representação esquemática das unidades que compõem a imagem da tomografia computadorizada tradicional

Fonte: GARIB et al., 2007

Deste modo, os tecidos de maior densidade são decodificados com um número

positivo pelo tomógrafo e chamados hiperdensos, enquanto os tecidos com

densidade inferior à água recebem um número negativo e são denominados

hipodensos. A densidade da medula óssea varia de -20 a -40, devido à grande

quantidade de tecido adiposo. Na presença de um tumor na região, aumentam a

densidade tecidual e o valor numérico da escala. Um cisto apresenta um número

próximo à zero, já que o fluido cístico compõe-se preponderantemente por água

(GARIB et al., 2007).

Mas devemos lembrar que a imagem de TC ainda apresenta uma terceira

dimensão, representada pela espessura do corte. Assim, outra palavra deve ser

familiar aos profissionais que trabalham com imagens tridimensionais: o voxel

(GARIB et al., 2007).

Denomina-se voxel a menor unidade da imagem na espessura do corte

(Figura 2.21), podendo variar de 0,5 a 20 mm, a depender da região do corpo a ser

escaneada e da qualidade da imagem desejada (GARIB et al., 2007).

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58

. Deste modo, quando se deseja imagens muito precisas de pequenas regiões

como a face, ajusta-se o aparelho para adquirir cortes de 1 mm de espessura, por

exemplo, e assim o voxel das imagens resultantes corresponderá a 1mm (GARIB

et al., 2007).

Diferentemente, quando se escaneia regiões maiores do corpo como o

abdômen, as fatias, e portanto o voxel, deve ser mais espesso, com inevitável

perda da qualidade da imagem (GARIB et al., 2007).

A tomografia computadorizada tradicional obtém imagens muito mais nítidas e

ricas em detalhes que as radiografias convencionais. As análises quantitativas em

TC demonstram grande acurácia e precisão. A medição da imagem é acurada

quando se aproxima da dimensão real do objeto estudado (GARIB et al., 2007).

Isto quer dizer que as mensurações realizadas diretamente no crânio ou na

imagem em TC do mesmo crânio são absolutamente semelhantes. A precisão ou

reprodutibilidade do método confirma-se diante de escassos erros na repetição das

mensurações, tanto intra como interexaminadores. Outra vantagem igualmente

importante da tomografia computadorizada consiste na alta sensibilidade e

especificidade (GARIB et al., 2007).

Isto quer dizer que nas análises qualitativas das imagens, os índices de falso-

negativo e falso-positivo são muito baixos, respectivamente (GARIB et al., 2007).

Outro interessante exemplo da grande sensibilidade da TC quando comparada

às radiografias convencionais foi demonstrado na área de Ortodontia. Em 1987,

Ericson e Kurol demonstraram, por meio da análise de radiografias convencionais,

que 12% dos pacientes com retenção dos caninos superiores permanentes

apresentavam reabsorção radicular dos dentes vizinhos, os incisivos laterais

(GARIB et al., 2007).

Treze anos mais tarde, quando repetiram o mesmo estudo, porém utilizando-

se a tomografia computadorizada tradicional como método de diagnóstico,

constataram que, na realidade, 48% dos pacientes com erupção ectópica dos

caninos apresentavam algum grau de reabsorção radicular nos incisivos laterais

permanentes (GARIB et al., 2007).

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59

Portanto, os trabalhos da literatura com tomografia computadorizada

tradicional validaram este método de diagnóstico para análises quantitativas e

qualitativas das estruturas ósseas. A boa resolução da imagem de TC deve-se ao

grande poder de contraste da técnica, já que pequenas diferenças na densidade

tecidual podem ser percebidas e traduzidas em 5.000 tons de cinza em cada pixel

(GARIB et al., 2007).

. Para se ter uma ideia, os aparelhos atuais reconhecem diferenças de densidade

de menos de 0,5%, enquanto as técnicas radiográficas convencionais detectam

desigualdades mínimas de 10% (GARIB et al., 2007).

. Ademais, a natureza digital da TC permite introduzir melhoras na qualidade da

imagem por meio da computação gráfica. E diferentemente das radiografias

convencionais, o fator de magnificação da tomografia computadorizada é nulo, ou

seja, a imagem em TC reproduz o tamanho real do objeto escaneado. Apenas um

detalhe pode prejudicar a resolução espacial da imagem de TC, fenômeno

conhecido como cálculo da média de um volume parcial. Isto ocorre quando a

borda de uma estrutura inicia-se no meio de um pixel (GARIB et al., 2007).

. Neste caso, segundo o artigo de Garib (et al., 2007), o tom de cinza

apresentado por este pixel equivalerá à média do coeficiente de atenuação dos

raios-x, prejudicando a visualização nítida do limite de tal estrutura. Quando o

paciente apresentar metal na área avaliada, a TC tradicional também pode criar

artefatos em forma de raios na imagem, como acontece na presença das

restaurações dentárias metálicas (Figura 2.21).

Figura 2.21 - Artefatos produzidos na imagem de TC tradicional por restaurações metálicas.

Fonte: GARIB et al., 2007

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60

2.2.1.3 Exame da região facial e processamento computadorizado das

imagens

Durante o exame de tomografia computadorizada tradicional, a posição da

cabeça pode ser padronizada tridimensionalmente, utilizando-se um recurso do

tomógrafo de prover linhas luminosas perpendiculares entre si (GARIB et al., 2007).

Deste modo, segundo Garib (et al., 2007) posiciona-se o paciente deitado na

mesa com o plano de Camper 17perpendicular ao solo, à linha luminosa longitudinal

passando pelo centro da glabela e do filtro labial e a linha luminosa transversal

coincidindo com o canto lateral dos olhos (Figura 2.22).

Figura 2.22 - Linhas luminosas de referência para a padronização da posição da cabeça do

paciente. Fonte: GARIB et al., 2007

A primeira imagem obtida pelo tomógrafo assemelha-se a uma tele radiografia

de norma lateral e denomina-se escanograma ou scout (figura 2.23). Nesta

imagem, o técnico seleciona a região que será escaneada, assim como determina

a inclinação dos cortes axiais (GARIB et al., 2007).

17

O plano de Camper é um suporte utilizado para montagem estandarizada do modelo superior no articulador. Possui linhas de referência medianas, laterais e anterior para posicionamento (alinhamento) do modelo de gesso.

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Figura 2.23 - Escanograma ou scout.

Fonte: GARIB et al., 2007

As imagens originais na tomografia computadorizada tradicional são

usualmente obtidas no sentido axial (figura 2.24). Se a região de interesse, por

exemplo, à base de uma mandíbula mais os dentes inferiores, apresentar 30mm de

altura e o tomógrafo for ajustado para executar cortes com espessura de 1mm, ao

final do exame teremos 30 cortes axiais da mandíbula (GARIB et al., 2007).

Figura 2.24 - Cortes axiais originais.

Fonte: GARIB et al., 2007

Diante da necessidade de diversificar as perspectivas de avaliação, o

computador é capaz de reconstruir os cortes axiais originais, obtendo imagens em

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outros planos do espaço, como os planos coronal e sagital, sem a necessidade de

expor novamente o paciente à radiação (GARIB et al., 2007).

. Este recurso presente nos softwares dos tomógrafos denomina-se reconstrução

multiplanar (figura 2.25). Quando requisitamos uma reconstrução multiplanar, o

monitor do computador aparece dividido em quadrantes, um demonstrando a

imagem axial original, e outros dois com reconstruções no plano coronal e sagital

(figura 2.25). Movimentando-se os cursores na tela, o operador terá condições de

visualizar as imagens de toda a área escaneada em cada um dos três planos do

espaço, fatia a fatia. O quarto quadrante pode ser utilizado para fazer

reconstruções diversas ou oblíquas. Existem alguns softwares específicos que

automaticamente provêm imagens que auxiliam a determinar a localização (GARIB

et al., 2007).

Figura 2.25 - Reconstrução multiplanar: A) Desenho esquemático de cortes nos três planos do

espaço. B) Reconstrução multiplanar em TC tradicional. Fonte: GARIB et al., 2007

Os cortes axiais originais podem ainda ser reconstruídos em 3D e visualizados

sob diferentes perspectivas. As imagens principais e de maior interesse ainda

podem ser impressas em filme radiográfico e enviadas ao profissional que

requisitou o exame (GARIB et al., 2007).

Resumindo, a TC apresenta as vantagens de eliminar as sobreposições, a

magnífica resolução atribuída ao grande contraste da imagem e a possibilidade de

reconstruí-las nos planos axial, coronal, sagital e oblíquo, assim como obter uma

visão tridimensional da estrutura de interesse (GARIB et al., 2007).

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2.2.2 A Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (Cone Beam)

O advento da tomografia computadorizada de feixe cônico representa o

desenvolvimento de um tomógrafo relativamente pequeno e de menor custo,

especialmente indicado para usos em certas partes do corpo. O desenvolvimento

desta nova tecnologia está provendo a diversos campos da medicina a reprodução

à imagem tridimensional dos tecidos mineralizados (ossos), com mínima distorção

e dose de radiação significantemente reduzida em comparação à TC tradicional

(GARIB et al., 2007).

2.2.2.1 Aparelho e aquisição da imagem

Segundo o artigo de Garib (et al., 2007), o aparelho de TC de feixe cônico é

muito compacto e assemelha-se ao aparelho de radiografia panorâmica.

Geralmente o paciente é posicionado sentado, mas em alguns aparelhos acomoda-

se o paciente deitado (Figura 2.26). Apresenta dois componentes principais,

posicionados em extremos opostos da cabeça do paciente: a fonte ou tubo de

raios-x, que emite um feixe em forma de cone, e um detector de raios-x (Figura

2.27).

Figura 2.26: aparelho de tomografia computadorizada de feixe cônico.

Fonte: GARIB et al., 2007

O sistema tubo-detector realiza somente um giro de 360 graus em torno da

cabeça do paciente e a cada determinado grau de giro (geralmente a cada 1 grau),

o aparelho adquire uma imagem base da cabeça do paciente, muito semelhante a

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uma tele radiografia, sob diferentes ângulos ou perspectivas (figura 2.27). Ao

término do exame, essa sequência de imagens base (raw data) é reconstruída para

gerar a imagem volumétrica em 3D, por meio de um software específico com um

sofisticado programa de algoritmos, instalado em um computador convencional

acoplado ao tomógrafo (GARIB et al., 2007).

Figura 2.27 - Comparação gráfica do tomógrafo tradicional (A) e do tomógrafo de feixe cônico (B)

com a fonte e o detector de raios-x Fonte: GARIB et al., 2007

O tempo de exame pode variar de 10 a 70 segundos (uma volta completa do

sistema), porém o tempo de exposição efetiva aos raios- x é bem menor, variando

de 3 a 6 segundos (GARIB et al., 2007).

2.2.3 Processamento computadorizado das imagens

Uma grande vantagem da TC odontológica é que os programas que executam

a reconstrução computadorizada das imagens podem ser instalados em

computadores convencionais, e não necessitam de uma Workstation como a TC

tradicional, apesar de ambas serem armazenadas na linguagem DICOM (Digital

imaging and communication in Medicine) (GARIB et al., 2007)

Desta maneira, se o profissional possuir o software específico instalado em seu

computador pessoal, ficará apto a manipular as imagens tridimensionais, segundo

a sua conveniência, assim como mostrá-la em tempo real aos pacientes (GARIB et

al., 2007).

As imagens de maior interesse ainda podem ser impressas e guardadas no

prontuário, como parte da documentação (GARIB et al., 2007).

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Os programas de TC de feixe cônico, igualmente à TC tradicional, permitem a

reconstrução multiplanar do volume escaneado, ou seja, a visualização de imagens

axiais, coronais, sagitais e oblíquas, assim como a reconstrução em 3D (Figura

2.28). Adicionalmente, o programa permite gerar imagens bidimensionais, réplicas

das radiografias convencionais, como a panorâmica e as tele radiografias em

norma lateral e frontal, função denominada reconstrução multiplanar em volume,

que constitui outra importante vantagem da TC de feixe cônico (GARIB et al.,

2007).

Figura 2.28 - Reconstrução tridimensional (3D) em tomografia computadorizada de feixe cônico.

Fonte: GARIB et al., 2007

Os cortes axiais são selecionados pelo operador em uma visão lateral da

cabeça, semelhante ao scout, e são considerados reconstruções primárias ou

diretas. Cada corte contíguo pode apresentar uma espessura mínima inferior a

1mm. A partir do corte axial, obtêm-se as reconstruções secundárias, incluindo as

reconstruções coronais, sagitais, os cortes perpendiculares ao contorno dos

objetos, as reconstruções em 3D e as imagens convencionais bidimensionais

(GARIB et al., 2007).

Sobre todas essas imagens, o software ainda permite a realização de

mensurações digitais lineares e angulares, assim como colorir estruturas de

interesse como, por exemplo, o canal mandibular (GARIB et al., 2007).

O volume total da área escaneada apresenta um formato cilíndrico, de tamanho

variável, de acordo com a marca do aparelho, e compõe-se unitariamente pelo

voxel (GARIB et al., 2007).

Na TC de feixe cônico, o voxel é chamado de isométrico, ou seja, apresenta

altura, largura e profundidade de iguais dimensões. Cada lado do voxel apresenta

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dimensão submilimétrica (menor que 1mm, geralmente de 0,119 a 0,4mm) e,

portanto, a imagem de TC apresenta muito boa resolução. Por esta razão, os

poucos estudos na área de validação da TC volumétrica para análises qualitativas

e quantitativas mostraram uma alta acurácia da imagem, além de boa nitidez. A

imagem da TC de feixe cônico distingue cada tecido do corpo analisado (GARIB et

al., 2007).

Os artefatos produzidos por restaurações metálicas são bem menos

significantes que na TC tradicional. A tecnologia da TC cone beam é muito nova e

a literatura ainda mostra poucas pesquisas dedicadas ao tema. Mais estudos sobre

acurácia/precisão e sensibilidade/especificidade ainda se fazem necessários

(GARIB et al., 2007).

Devido principalmente ao reduzido custo financeiro e à menor dose de

radiação, vislumbra-se um crescente uso e difusão da TC de feixe cônico

ocorrendo num futuro bem próximo em diversas áreas médicas, como importante

ferramenta de auxílio ao diagnóstico (GARIB et al., 2007).

Com a definição de novos conhecimentos gerados pela visão tridimensional

de diversas regiões do corpo humano, a expectativa é que a TC de feixe cônico

altere conceitos e paradigmas, redefinindo metas e planos terapêuticos na

medicina do diagnóstico.

2.3 Tomografia por Emissão de Pósitrons

A tomografia por emissão de pósitrons também conhecida pela sigla PET, é um

exame imagiológico da medicina nuclear que utiliza radionuclídeos que emitem um

pósitron aquando da sua desintegração, o qual é detectado para formar as imagens

do exame.

Utiliza-se glicose ligada a um elemento radioativo (normalmente Flúor

radioativo) e injeta-se no paciente. As regiões que estão metabolizando essa

glicose em excesso, tais como tumores ou regiões do cérebro em intensa atividade

aparecerão em vermelho na imagem criada pelo computador. Um exemplo de um

grande utilizador de glicose é o músculo cardíaco.

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Um computador produz uma imagem tridimensional da área, revelando quão

ativamente as diferentes regiões do miocárdio estão utilizando o nutriente marcado.

A tomografia por emissão de pósitrons produz imagens mais nítidas que os demais

estudos de medicina nuclear.

A PET é um método de obter imagens que informam acerca do estado funcional

dos órgãos e não tanto do seu estado morfológico como as técnicas da radiologia

propriamente dita.

A PET pode gerar imagens em 3D ou imagens de "fatia" semelhantes à

Tomografia computadorizada.

2.3.1 Aspectos Físicos da Tomografia por Emissão de Pósitrons

A tomografia por emissão de pósitrons, ou PET, como o próprio nome diz, é

um mapa da distribuição de um radiofármaco emissor de pósitrons em um

determinado corte do corpo (ROBILOTTA, 2006).

O decaimento por emissão de pósitron pode ser descrito por,

,onde o radionuclídeo pai decai para o nuclídeo filho ,

com a subsequente emissão de um pósitron (β+) e de um neutrino (υ)

(ROBILOTTA, 2006).

A figura 2.29 ilustra o esquema de decaimento do para , o caminho

percorrido até a aniquilação do pósitron com um elétron do meio e a consequente

formação do par de fótons de 511 keV cada, em direções opostas. Esses fótons

são detectados externamente, e a informação é usada para a reconstrução das

tomografias (ROBILOTTA, 2006).

As imagens por emissão de pósitrons podem ser obtidas com dois tipos de

equipamento: os sistemas dedicados e os baseados em câmaras de cintilação

(ROBILOTTA, 2006).

Ambos utilizam a colimação eletrônica para registrar os eventos de coincidência,

isto é, os pares de fótons que forem detectados em diferentes posições, dentro de

um intervalo de tempo muito curto para caracterizar a coincidência, pré-definido

pelo fabricante, vão constituir esses eventos. A linha que une os dois fótons

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detectados em coincidência define a linha de resposta, que é usada,

posteriormente, na reconstrução do corte tomográfico. Se os dois fótons detectados

provierem de uma mesma aniquilação, sem interagir com o meio, o evento é

chamado de coincidência verdadeira, e o local de aniquilação estará sobre a linha

de resposta (ROBILOTTA, 2006).

Figura 2.29: Tomografia por emissão de pósitrons (PET): esquema de decaimento do para e da aniquilação do pósitron com elétron e formação do par de fótons de 511 keV cada, em direções opostas.

Fonte: ROBILOTTA, 2006

Se os fótons forem originados de uma mesma aniquilação, porém um deles

tiver interagido com o meio, o local de aniquilação não estará mais sobre a linha de

resposta e o evento é denominado espalhado. Se ambos os fótons se originarem

de aniquilações diferentes, o par detectado definirá uma linha de resposta errada,

resultando em um evento aleatório. A figura 2.30 ilustra esses eventos para um

sistema dedicado, que é usado somente em estudos de PET (ROBILOTTA, 2006).

Figura 2.30: Esquema de detecção por coincidência (pares de fótons) em

sistemas dedicados de tomografia de emissão de pósitrons (PET) Fonte: ROBILOTTA, 2006

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Os modernos sistemas de PET dedicados são formados por mais de 15 000

elementos de detecção, dispostos em anéis adjacentes, que vão registrar os

eventos de coincidência dentro de intervalos da ordem de 10 a 12 nanossegundos

(ROBILOTTA, 2006). Os elementos de detecção são pequenos cristais de

cintilação, BGO ou LSO, agrupados e acoplados a tubos fotomultiplicadores

(ROBILOTTA, 2006).

As saídas dos tubos vão alimentar um sistema complexo de análise,

discriminação e processamento que vai fornecer, no final, a imagem tomográfica

(ROBILOTTA, 2006).

Como muitas aniquilações ocorrem simultaneamente nos volumes que contêm o

radiofármaco, nem todos os eventos de coincidência registrados são formados por

fótons criados na mesma aniquilação (ROBILOTTA, 2006).

Assim, é necessário excluir ou minimizar os eventos não verdadeiros, para que a

imagem reconstruída represente da maneira mais próxima possível, a distribuição

original (ROBILOTTA, 2006).

Os sistemas baseados na câmara de cintilação são aqueles usados em SPECT

dotados de circuitos de coincidência, isto é, a colimação eletrônica é instalada entre

os dois detectores posicionados em oposição, permitindo o registro de eventos de

coincidência e a posterior reconstrução de imagens por emissão de pósitrons.

Assim, esse tipo de equipamento constitui uma alternativa ao custoso tomógrafo

dedicado, principalmente quando a demanda não for suficiente para seu uso

contínuo em PET. A grande diferença com relação ao tomógrafo dedicado está na

menor eficiência de detecção dos fótons de 511 keV pela câmara de cintilação.

Mesmo assim, em diversas situações, os resultados obtidos com sistemas

PET/SPECT fornecem informações clinicamente importantes (ROBILOTTA, 2006).

Ambos os sistemas, dedicado ou não, permitem a aquisição de informações nos

modos 2D e 3D (ROBILOTTA, 2006).

Os algoritmos de reconstrução mais utilizados são os iterativos e

implementados em 2D. No caso de aquisição 3D, os dados registrados são

reamostrados para que se possa aplicar a reconstrução 2D, que é menos custosa

computacionalmente (ROBILOTTA, 2006).

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Várias correções são essenciais para se garantir a qualidade das imagens

reconstruídas: de decaimento, devido à meia-vida física curta do F; de atenuação e

espalhamento, para reduzir os efeitos resultantes de interações dos fótons de 511

keV com os tecidos; de eventos de coincidência aleatórios, que alocam

erroneamente as origens das aniquilações; além de outras de menor impacto.

Normalizações também devem ser realizadas para compensar a resposta não

uniforme do sistema de formação de imagens. Algumas dessas correções são

implementadas no hardware, enquanto que outras são executadas via software,

podendo ser incorporadas no próprio algoritmo de reconstrução (ROBILOTTA,

2006).

É essencial que testes de calibração e controle de qualidade sejam executados

periodicamente, para garantir a confiabilidade e a qualidade dos resultados, em

especial se forem almejadas quantificações (ROBILOTTA, 2006).

2.3.2 O Equipamento

A imagem da PET é formada pela localização da emissão dos pósitrons pelos

radionuclídeos fixados nos órgãos do paciente. Contudo como o pósitron é a

partícula de antimatéria do eléctron, ele rapidamente se aniquila com um dos

inúmeros elétrons das moléculas do paciente imediatamente adjacente à emissão,

não chegando a percorrer nenhuma distância significativa. É assim impossível

detectar os pósitrons diretamente com o equipamento. Contudo, a aniquilação

pósitron-eléctron gera dois raios gama com direções opostas e cuja direção e

comprimento de onda podem ser convertidos na posição, direção e energia do

pósitron que os originou, de acordo com as leis da Física (ROBILOTTA, 2006).

No exame PET (figura 2.31) detectores de raios gama (câmera gama) são

colocados em redor do paciente. Os cálculos são efetuados com um computador, e

com a ajuda de algoritmos semelhantes aos da TAC, o computador reconstrói os

locais de emissão de pósitrons a partir das energias e direções de cada par de

raios gama, gerando imagens tridimensionais (que normalmente são observadas

pelo médico enquanto série de fotos de fatias do órgão, cada uma separada por

5mm da seguinte). Os PETs e TACs da mesma área são frequentemente lidos em

simultâneo para correlacionar informações fisiológicas com alterações morfológicas

(ROBILOTTA, 2006).

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71

Figura 2.31: Esquema do processo do exame PET

Fonte: ROBILOTTA, 2006

2.3.3 Radionuclídeos

Os radionuclídeos usados na PET são necessariamente diferentes dos usados

nos restantes exames da medicina nuclear, já que para esta última é importante à

emissão de fotões gama, enquanto a PET se baseia no decaimento daqueles

núcleos que emitem positrões (ROBILOTTA, 2006).

Flúor-18: marca a Fluorodeoxiglicose radioativa que é um análogo da Glicose. É usado para estudar o metabolismo dos órgãos e tecidos. Semividas de 2 horas.

Nitrogénio-13: é usado para marcar amónia radioativa que é injetada no sangue para estudar a perfusão sanguínea de um órgão (detecção de isquemia e fibrose, por exemplo).

Carbono-11

Oxigénio-15: usado em estudos do cérebro.

Rubídio-82: é usado em estudos de perfusão cardíacos (ROBILOTTA, 2006).

Hoje em dia é frequente a combinação dos exames PET e TAC do mesmo

órgão. Existem equipamentos que permitem efetuar ambos os exames

simultaneamente (ROBILOTTA, 2006).

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72

O exame de PET é uma técnica intensiva apenas praticada nos hospitais

centrais. É necessário um cíclotron para produzir continuamente o Flúor-18, que

tem uma semivida curta de apenas algumas horas (ROBILOTTA, 2006).

Apesar de ser um exame caro, o exame PET é vantajoso quando incluído nos

protocolos para diagnósticos de diversas enfermidades, principalmente em

oncologia. Como pode substituir vários outros exames, o PET ao final se torna mais

barato. Além de ser uma das mais modernas e eficazes técnicas de diagnóstico por

imagem, seu custo-benefício pode ser também ressaltado quando evita processos

invasivos, como biópsias, eliminando assim os riscos inerentes a estes

procedimentos (ROBILOTTA, 2006).

2.4 O Padrão DICOM

Imagens médicas não têm sentido sozinhas, isto é, somente a imagem sem

informações, como por exemplo: a quem pertencem à data de realização do exame

e onde foi realizado, não são úteis, pois não pode ser associada a paciente algum

(MARTINS JUNIOR, 2006).

Ainda segundo Martins Junior (2006), são necessários dados do paciente e

da aquisição das imagens, para que estas possam ser úteis aos profissionais de

saúde, além do mais, o paciente pode ter feito vários exames, que geraram

diversas imagens as quais estejam relacionadas entre si, e possuam diagnósticos

adicionais. Todas estas informações devem fazer parte do prontuário do paciente,

isto é, o prontuário é um diário clínico do paciente, onde são armazenadas todas as

suas informações médicas, as imagens relativas aos exames realizados, com os

respectivos diagnósticos e medicamentos prescritos, além de informações pessoais

e dados antropométricos.

Existiam vários formatos de imagens (TIFF, JPEG, GIF, etc.), porém eles

não atendiam as necessidades, pois a quantidade de informações era bastante

reduzida, não se mostrando adequados para o fim que se desejavam, que era o de

auxiliar o médico no tratamento de enfermidades. A solução para este problema

seria um novo padrão de arquivo de imagens que pudesse conter todas as

informações necessárias (MARTINS JUNIOR, 2006).

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73

O número de equipamentos de imagens médicas aumentou, porém como

eram de fabricantes distintos a sua integração tornou-se complicada, pois havia

necessidade de se conhecer o formato dos arquivos das imagens de cada um, bem

como o protocolo de comunicação entre os equipamentos, a fim de que fosse

desenvolvido um programa que pudesse servir de interface entre equipamentos

diferentes. A solução para este problema seria a padronização do formato dos

arquivos de imagens, bem como do protocolo de comunicação, a fim de que

imagens de equipamentos distintos pudessem ser intercambiadas (MARTINS

JUNIOR, 2006).

O Padrão DICOM (Digital Imaging and Communication in Medicine) é uma

especificação detalhada que descreve um meio de formatar e trocar imagens e

informações associadas, tanto dentro de hospitais quanto fora, utilizando a Internet

(MARTINS JUNIOR, 2006).

É um padrão surgido das necessidades entre usuários e fabricantes,

desenvolvido com a finalidade de criar formatos comuns de imagens médicas

digitais, um protocolo comum de troca de dados e uma estrutura de arquivos. Ele

foi desenvolvido para permitir que imagens geradas por equipamentos médicos,

tais como: Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética, Medicina

Nuclear, Ultrassonografia, Radiologia, Angiografia, etc., pudessem ser

compartilhadas, independente do fabricante. Para tanto, este padrão define qual a

estrutura dos arquivos que contém as imagens, para que estas imagens possam

ser: armazenadas em um servidor, transmitidas através de uma rede de

computadores e disponibilizadas aos usuários, para visualização na tela dos

equipamentos, de computadores ou impressas em impressoras. A Figura 2.29

ilustra o padrão (MARTINS JUNIOR, 2006).

Hoje em dia, o Padrão DICOM está sendo implementado em um grande

número de equipamentos médicos de fabricantes variados. A rápida adoção do

padrão pelas indústrias tem aberto novas oportunidades para as organizações que

cuidam da saúde de aumentar o custo efetivo do cuidado com o paciente

(MARTINS JUNIOR, 2006).

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74

Figura 2.32 - Representação Gráfica do Padrão DICOM

Fonte: MARTINS JUNIOR, 2006

2.4.1 Partes do Padrão

O padrão, segundo Martins Junior (2006), é estruturado para acomodar o

acréscimo de novos serviços, facilitando desta maneira a suporte à introdução de

futuras aplicações de imagens médicas, isto é, ele é muito dinâmico estando em

constante mudança.

A atual versão, DICOM 3.0 é organizado em partes, cada uma das quais diz

respeito a um assunto específico, como será visto adiante. A divisão em partes

facilita as alterações no padrão, pois a alteração ocorre somente na parte afetada,

enquanto as demais permanecem inalteradas (MARTINS JUNIOR, 2006).

O padrão possui, atualmente, 18 partes, das quais 2 estão obsoletas. Elas são as

seguintes:

Introdução e Visão Geral (Introduction and Overview): Apresenta uma visão geral de todo o padrão. Ela descreve o histórico, o escopo, os objetivos e a estrutura do padrão. Além de conter uma breve descrição do conteúdo de cada parte do DICOM 3.0.

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Conformidade (Conformance): Apresenta os requisitos que devem ser seguidos pelas implementações de sistemas DICOM, de modo que estes sistemas estejam realmente de acordo com o padrão, e possam, consequentemente, terem interoperabilidade. Esta parte não especifica testes de validação para sistemas que se dizem DICOM.

Definição dos Objetos de Informação (Information Object Definition): Apresenta os Objetos de Informação que são uma definição abstrata das entidades do mundo real aplicáveis às imagens médicas digitais e as informações relacionadas a estas imagens. Cada definição de um Objeto de Informação consiste da descrição do seu propósito e dos atributos que o definem. A Definição de um Objeto de Informação não inclui os valores dos atributos que fazem parte de sua definição, pois quando os atributos possuem valores temos instâncias e não objetos.

Especificação das Classes de Serviços (Service Class Specification): Apresenta a definição das Classes de Serviço. Uma Classe de Serviço associa um ou mais Objetos de Informação com um ou mais Comandos (Commands) que podem ser executados sobre estes objetos. Estas Classes de Serviço definem os requerimentos para os Elementos de Comando (Command Elements) e como os Comandos resultantes são aplicados aos Objetos de Informação. As especificações das Classes de Serviço definem requerimentos tanto para o provedor como para o usuário dos serviços de comunicação.

Estrutura de Dados e Codificação (Data Structures and Enconding): Apresenta a especificação de como as aplicações DICOM devem construir e codificar as informações do Conjunto de Dados (Data Set), que são resultantes dos Objetos de Informação e das Classes de Serviços definidas. Nesta parte, são definidas as regras de codificação necessárias para a construção de um Fluxo de Dados (Data Stream), que será transportado por uma Mensagem (Message). Este Fluxo de Dados é composto por Elementos de Dados (Data Elements) que compõem o Conjunto de Dados.

Dicionário de Dados (Data Dictionary): É o registro centralizado que define a coleção de todos os Elementos de Dados DICOM disponíveis para representar informações, bem como os códigos das etiquetas (Tag), que identificam de maneira única cada elemento de dado, juntamente com os elementos utilizados para a codificação de mídia intercambiável e uma lista de itens de identificadores únicos (UID) que são determinados pelo padrão.

Troca de Mensagens (Message Exchange): Especifica os serviços e os protocolos utilizados por uma aplicação em um ambiente de imagens médicas para trocar Mensagens utilizando os serviços que dão suporte à comunicação. A Mensagem é composta de um Fluxo de Comando (Command Stream) definido nesta parte seguido por um Fluxo de Dados (Data Stream) que pode ser opcional.

Suporte a Comunicação em Rede para Troca de Mensagens (Network Communication Support for Message Exchange): Especifica os serviços de comunicação e os protocolos das camadas superiores necessários para suportar, em um ambiente de rede, a comunicação entre aplicações DICOM. Estes serviços de comunicação e protocolos garantem que a comunicação entre as aplicações seja executada de uma maneira eficiente e coordenada, através da rede. Estes serviços são referenciados como Serviços de Camadas Superiores (Upper Layer Service), e permitem que dois pares de aplicações estabeleçam associações, transfiram mensagens e terminem associações. Esta definição de Serviços de Camadas

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Superiores especifica o uso de um Protocolo de Camada Superior DICOM em conjunto com o protocolo de transporte TCP/IP.

Armazenagem em Mídia e Formato de Arquivos para Troca de Mensagens (Media Storage and File Format for Media Interchange): Especifica um modelo geral para a armazenagem de informações de imagens médicas em um meio de armazenamento. O propósito desta parte é prover uma estrutura que permita a troca de vários tipos de imagens médicas e informações relacionadas sobre uma grande quantidade de mídias de armazenamento físico.

Perfis de Aplicações da Armazenagem em Mídia (Media Storage Application Profile): Especifica um subconjunto específico de aplicações do padrão DICOM para o qual uma implementação deve estar em conformidade.

Funções de Armazenamento e Formatos de Mídia para Troca de Dados (Media Formats and Physical Media for Media Interchange): Esta parte facilita a troca de informação entre aplicações em um ambiente médico, por meio da especificação de uma estrutura que descreve o relacionamento entre o modelo de armazenagem no meio e uma especificação do meio físico e seu formato e características físicas do meio e os formatos associados.

Função de Apresentação de Padrões de Escalas de Cinza (Grayscale Standard Display Function): Especifica uma função padronizada de apresentação de imagens em escala de cinza. Esta função provê métodos para a calibração de um sistema de apresentação particular com o propósito de apresentar imagens consistentemente em diferentes meios, tais como: monitores e impressoras.

Perfis de Segurança e Gerenciamento do Sistema (Security and System Management Profiles): Especifica segurança e perfis de gerenciamento do sistema, aos quais as implementações, têm que estar em conformidade. A segurança e os perfis são definidos por protocolos padronizados externamente, isto é, o padrão utiliza protocolos já consagrados, tais como: DHCP, LDAP, TSL, etc. Protocolos de segurança devem usar chave pública e “smartcard”. A Criptografia de dados pode utilizar vários esquemas de criptografia de dados padronizados.

Recurso de Mapeamento de Conteúdo (Content Mapping Resource): Especifica o Recurso de Mapeamento do Conteúdo DICOM que define os templates e os grupos de contexto usados no padrão. Isto é, esta parte define os modelos padrões de nomes, tipos de valores, multiplicidade, etc., que as aplicações devem utilizar para estarem de acordo com o padrão. Templates são os padrões que especificam os Nomes (Concept Names), Requerimentos (Requirements), Condições (Conditions), Tipos de Valores (Value Types), Valores de Multiplicidade (Multiplicity Value), restrições ao Conjunto de Valores (Value Set restrictions), Tipos de Relacionamento (Relationship Types) e outros atributos dos Itens do Conteúdo (Content Items) de uma determinada aplicação.

Informações Explicativas (Explanatory Information): Especifica anexos informativos e normativos contendo informações explicativas a respeito do Padrão.

Acesso à Web para Objetos DICOM Persistentes (Web Access to DICOM Persistent Objects – WADO): Especifica um serviço baseado em web para acessar e apresentar objetos DICOM persistentes. O objetivo é a distribuição de resultados e imagens para profissionais de saúde. Ele provê um mecanismo simples para acessar objetos DICOM por páginas

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HTML ou documentos XML, através de protocolos HTTP/ HTTPS, usando DICOM UIDs. Os dados podem ser recuperados na forma pronta para a visualização (JPEG ou GIF) ou no formato DICOM nativo (MARTINS JUNIOR, 2006).

2.4.2 Correspondência Entre as Tecnologias Usadas na Definição do Padrão e

o Padrão

Nesta parte serão apresentadas as correspondências entre as tecnologias

utilizadas na definição do padrão e o padrão propriamente dito (MARTINS JUNIOR,

2006).

Segundo Martins Junior (2006), um dispositivo DICOM pode ser cliente,

servidor ou ambos, porém na terminologia do padrão o cliente é chamado Usuário

da Classe de Serviço (Service Class User - SCU) e o servidor é o Provedor da

Classe de Serviço (Service Class Provider – SCP).

No caso de uma transferência de dados entre um SCU e um SCP os passos

são os seguintes: Inicia-se uma associação, isto é, há um pedido de conexão

através da rede e o pedido é aceito, os dados são transferidos e termina-se a

associação, isto é, encerra-se a conexão de rede (MARTINS JUNIOR, 2006).

A Figura 2.33 apresenta o processo cliente / servidor descrito acima.

Figura 2.33 - Arquitetura Cliente / Servidor no DICOM

Fonte: MARTINS JUNIOR, 2006

O MER foi utilizado no desenvolvimento do padrão para se definir as

entidades e os relacionamentos envolvidos na descrição do DICOM. As entidades

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seriam os IODs e seus atributos, porém devido ao número muito grande de

atributos e a fim de não carregar muito a figura, o DICOM apresenta o modelo sem

os atributos. A Figura 2.34 apresenta um exemplo de utilização do MER pelo

padrão. Nesta figura, as entidades Paciente, Estudos, Séries e Imagens

representam IODs do padrão. Um Paciente possui um ou mais Estudos, um Estudo

possui uma ou mais Séries e uma Série possui uma ou mais Imagens (MARTINS

JUNIOR, 2006).

Figura 2.34 - MER utilizado no DICOM

Fonte: MARTINS JUNIOR, 2006

A orientação a objeto prove um caminho para descrever não apenas a

informação, mas também o que fazer com a informação, ou como os programas de

computador acessariam as informações relativas a uma determinada coleção de

objetos. Em um projeto orientado a objeto, métodos são associados com os objetos

definidos. DICOM faz uso destes conceitos pela definição de serviços tais como

“storage image” ou “get patient information”. Estes serviços são implementados no

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padrão utilizando-se construtores conhecidos como operações ou notificações.

DICOM define um conjunto de operações genéricas e notificações que são

chamadas de elementos de serviço de mensagem DICOM (DICOM Message

Service Element - DIMSE). A combinação de um objeto de informação e dos

serviços a ele relacionados é chamada de par serviço-objeto (Service Object Pair -

SOP). Um objeto de informação deve ser usado com um conjunto de serviços,

resultando em uma classe SOP (MARTINS JUNIOR, 2006).

A Tabela 2.4 mostra uma analogia entre a construção de uma sentença e os

itens correspondentes no DICOM. Os itens à esquerda das setas representam

partes de uma sentença, os à direita os conceitos análogos no DICOM. O verbo

“armazenar” define uma ação a ser executada, que é equivalente ao serviço

DICOM carregado no Elemento de Serviço de Mensagem DICOM. O nome

“Imagem CT”, indica que se trata de uma imagem de uma Tomografia

Computadorizada, sobre a qual serão realizadas as ações e equivale a Definição

de um Objeto de Informação no DICOM (IOD). A sentença genérica “Armazenar a

Imagem CT” corresponde à Classe Par Objeto-Serviço do DICOM (SOP). A

sentença específica “Armazenar esta Imagem CT” corresponde a uma instância no

DICOM, porque se refere a uma Imagem CT definida, que corresponde no DICOM

a uma Instância do Par Objeto-Serviço (MARTINS JUNIOR, 2006).

Tabela 2.4 - Analogia entre construção de uma sentença e o DICOM

Fonte: MARTINS JUNIOR, 2006

A classe SOP representa a unidade elementar da funcionalidade do DICOM.

Pela especificação da classe SOP, a qual uma implementação tem que ter

conformidade e as funções que um dispositivo que possua conformidade com o

Sentença Correspondência no DICOM

Verbo: Armazenar

Serviço (DIMSE)

Nome : Imagem CT

Definição de um Objeto de Informação (IOD)

Sentença Genérica: Armazenar a Imagem CT

Classe SOP

Sentença Específica: Armazenar esta Imagem CT

Instância SOP

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padrão tem que suportar, é possível definir um subconjunto único de

funcionalidades DICOM que inclua os tipos de mensagem a serem trocadas, os

dados transferidos nestas mensagens e a semântica do contexto no qual os dados

serão usados. Um dispositivo deve, para uma classe SOP particular, ter uma ou

duas funções: ser um provedor da classe de serviço (SCP) ou um usuário da

classe de serviço (SCU). Para a combinação de classe SOP e funções, o padrão

define um conjunto básico de comportamentos padrões que definem as

comunicações, tal como, qual o dispositivo que deve iniciar a conversação

(MARTINS JUNIOR, 2006).

O DICOM é orientado a objeto, pois trabalha com o Par Serviço/Objeto

(Service/Object Pair - SOP), que nada mais é do que a Definição de um Objeto de

Informação (Information Object Definition – IOD), definido por meio de seus

atributos, e as operações que podem ser executadas sobre este Objeto de

Informação, definidas no padrão como serviços, logo, o SOP é a combinação da

Definição de um Objeto de Informação com os serviços que podem ser executados

sobre ele (MARTINS JUNIOR, 2006).

A figura 2.35 ilustra o SOP.

Figura 2.35 - Par Objeto/Serviço – SOP Fonte : MARTINS JUNIOR, 2006

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2.4.3 A Estrutura Maior do Modelo de Informação DICOM

A Estrutura Maior do Modelo de Informação DICOM define a estrutura e a

organização das informações relacionadas à comunicação de imagens médicas

(MARTINS JUNIOR, 2006).

O modelo inicia com a especificação da classe de serviço, que vai definir a

função que será realizada em uma relação cliente/servidor, as quais serão

realizadas por classes SOP, que são compostas por um grupo de serviços e pela

definição do objeto de informação, da mesma maneira que ocorre na orientação a

objeto, onde as classes são compostas por funções membro, ou métodos, e por

membros de dados, ou atributos dos objetos, sobre os quais agem as funções

membro, o grupo de serviços, que é um grupo de serviços DIMSE ou serviços de

armazenamento em mídia, são aplicados sobre uma definição do objeto de

informação, que contém atributos (MARTINS JUNIOR, 2006).

A figura 2.36 apresenta a estrutura geral do modelo.

Figura 2.36 – Estrutura Geral do Modelo de Informação DICOM

Fonte: MARTINS JUNIOR, 2006

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As Especificações de Classes de Serviço definem um grupo de uma ou mais

Classes SOP relacionadas a uma função específica a ser executada por Entidades

de Aplicação que interagem. As aplicações devem fazer uso das Classes SOP,

como Usuário da Classe de Serviço (SCU), assumindo o papel de cliente, ou como

Provedor da Classe de Serviço (SCP), como servidor (MARTINS JUNIOR, 2006).

Como pode ser observado, a interação entre as Entidades de Aplicação ocorre

de acordo com o modelo cliente/servidor, onde o SCU age como cliente e o SCP

como servidor. As funções SCU/SCP são definidas durante o estabelecimento da

associação entre as Entidades de Aplicação (MARTINS JUNIOR, 2006).

Uma Classe SOP é definida pela união de uma Definição de um Objeto de

Informação e de um Grupo de Serviços DIMSE. A definição da Classe SOP contém

as regras e a semântica que devem restringir o uso dos serviços no Grupo de

Serviços DIMSE e/ou os atributos do IOD (MARTINS JUNIOR, 2006).

Como, uma Especificação de uma Classe de Serviço pode envolver uma ou

mais Classes SOP, ela pode ter um ou mais IOD e um ou mais Grupos de

Serviços, isto depende apenas da função específica a ser executada pelas

Entidades de Aplicação (MARTINS JUNIOR, 2006).

A seleção das Classes SOP é utilizada pelas Entidades de Aplicação, para

estabelecer quais as capacidades suportadas pela interação entre elas. Esta

negociação é realizada durante o estabelecimento da associação (MARTINS

JUNIOR, 2006).

São definidos dois tipos de classes SOP, Normalizadas ou Compostas. As

Classes Normalizadas são definidas como a união de um IOD Normalizado com

um conjunto de Serviços DIMSE-N. As Compostas são definidas como a união de

um IOD Composto com um conjunto de Serviços DIMSE-C (MARTINS JUNIOR,

2006).

Nos Grupos de Serviços são definidos os serviços que são utilizados pelas

Classes SOP, o que, no modelo de orientação a objeto significa dizer que os

serviços são os métodos, ou as funções membro, que definem as operações ou

notificações que poderão ser realizadas sobre os IOD (MARTINS JUNIOR, 2006).

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Ele é constituído por dois tipos de serviços, os Serviços DIMSE e os Serviços

de Armazenamento em Mídia (MARTINS JUNIOR, 2006).

Nos Serviços DIMSE ou serviço de armazenamento em mídia, os Serviços

DIMSE, são serviços de comunicação on-line, isto é, invocam uma operação ou

uma notificação utilizando uma rede de dados ou uma interface ponto-a-ponto. E o

segundo, os Serviços de Armazenamento em Mídia, é utilizado por Entidades de

Aplicação que realizam operações relacionadas a armazenamento em mídia, isto é,

criação de arquivos e diretórios, armazenamento e recuperação destes arquivos

em meios magnéticos ou ópticos, por isto, chamados serviços off-line (MARTINS

JUNIOR, 2006).

Existem dois tipos de serviços DIMSE, o DIMSE-C que são somente os DIMSE

aplicados a IODs Compostos, realizando somente serviços de operação, e o

DIMSE-N que são aplicados apenas a IODs Normalizados, e realizam serviços de

operação e notificação (MARTINS JUNIOR, 2006).

2.4.4 Modelo de Informação DICOM

O processo de modelagem do padrão começou com a tarefa de definir os

requisitos de interface entre um Sistema de Comunicação e Arquivamento de

Imagens (PACS), um Sistema de Informações Hospitalares (HIS) e um Sistema de

Informações Radiológicas (RIS). O processo de definição requereu que as

operações em radiologia, basicamente imagens, fossem modeladas

apropriadamente de maneira que as necessidades do HIS ou RIS pudessem ser

determinadas em conjunto com o que seria feito com aquela informação no PACS

(MARTINS JUNIOR, 2006).

O DICOM 3.0, é definido por meio de explícitos e detalhados modelos que

descrevem como as “coisas” (pacientes, imagens, relatórios, etc.) envolvidas nas

operações médicas são descritas e como elas estão relacionadas. Ele utiliza

Modelos Entidade/Relacionamento (MER) que são o caminho para se ter certeza

que os fabricantes e os usuários entendem o padrão e são capazes de desenvolver

as estruturas de dados utilizadas no DICOM, no desenvolvimento de suas

aplicações, de modo que sejam compatíveis com o padrão (MARTINS JUNIOR,

2006).

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A vantagem destes modelos é que eles mostram claramente os itens de dados

requeridos em um dado cenário que está sendo modelado, como estes itens

interagem e como eles estão relacionados (MARTINS JUNIOR, 2006).

A Figura 2.37 apresenta o Modelo de Aplicação DICOM, representado através

de um Diagrama Entidade/Relacionamento (MARTINS JUNIOR, 2006).

Ele apresenta os vários IODs do padrão e seus relacionamentos. Nem sempre

existe uma correspondência um-para-um entre as Definições dos Objetos de

Informação DICOM e os Objetos do Mundo Real. Por exemplo, um IOD composto

contém atributos de múltiplos objetos tais com: séries, equipamentos, estudo e

paciente (MARTINS JUNIOR, 2006).

No Diagrama Entidade/Relacionamento, cada retângulo representa um IOD,

que pode ser composto ou normalizado, os losangos representam o

relacionamento entre as entidades, às linhas representam as conexões entre as

entidades e os relacionamentos, as setas dão uma ideia de hierarquia, não

necessariamente o movimento da informação e os números próximos às linhas

representam a cardinalidade (MARTINS JUNIOR, 2006).

Apesar de cada retângulo ser uma representação abstrata de um IOD, na

verdade, ele se refere a uma Classe SOP, logo, existem serviços que são

realizados sobre estes IODs, e que definem uma determinada função a ser

realizada, dependendo do contexto (MARTINS JUNIOR, 2006).

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Figura 2.37 - Modelo de Informação DICOM

Fonte: MARTINS JUNIOR, 2006

A importância da modelagem vem da necessidade de se conhecer o contexto

da informação quando se considera comunicações em rede. Em uma comunicação

ponto-a-ponto, o usuário sabe exatamente em qual dispositivo ele está conectado e

quais as suas capacidades, mas em um ambiente de rede, vários dispositivos

podem fazer parte da rede e alguns deles podem ser reconfigurados

dinamicamente para manipular cargas de dados ou tarefas diferentes. Isto significa

que nem sempre é possível saber o que o dispositivo com o qual se está

comunicando pode fazer. Logo, os dispositivos têm que negociar para estabelecer

um protocolo comum a fim de que a comunicação necessária seja possível, de

modo que as tarefas solicitadas pelo usuário sejam executadas (MARTINS

JUNIOR, 2006).

Esta abordagem de desenvolvimento de estruturas de dados baseadas em

modelos e análises de versões abstratas de entidades do mundo real utilizadas nos

modelos é o projeto orientado a objeto. Os objetos são as entidades (ou coleção de

entidades) definidas pelo modelo. A descrição das características de cada entidade

são os atributos (MARTINS JUNIOR, 2006).

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O DICOM chama os objetos baseados nestes modelos de Objetos de

Informação (IOs) e os modelos e as tabelas que definem os atributos de Definição

dos Objetos de Informação (IODs). As entidades apresentadas no modelo são

abstrações. Se valores reais forem atribuídos aos atributos, a entidade é chamada

de Instância (MARTINS JUNIOR, 2006).

2.4.5 PACS - Sistema de Armazenamento e Comunicação de Imagens

Num ambiente hospitalar, as imagens mais comuns em estudo são os

Raios-X, compreendendo aproximadamente 70% do total. Atualmente se produzem

imagens de radiografia computadorizada (CR), tomografia computadorizada (CT),

ressonância magnética (MRI), ultrassonografia, medicina nuclear (NMI) e

angiografia de subextração digital (DAS), entre outras que ocupam 30% do restante

(MARTINS JUNIOR, 2006).

A grande quantidade de imagens, produzidas para diagnóstico, requer um

complicado manejo, quando depende de armazenamento em arquivo. Uma

alternativa de manipular imagens digitais, de forma eficiente, é através de

dispositivos conectados em rede, que, em conjunto, oferecem uma série de

serviços que dão suporte a operacionalidade no ambiente médico. Para obter uma

boa aceitação nos resultados médicos, deve considerar-se a facilidade, rapidez,

segurança, acesso e a qualidade de apresentação das imagens (MARTINS

JUNIOR, 2006).

O uso de sistemas de comunicação e armazenamento de imagens, também

chamados de PACS, são sistemas capazes de armazenar, recuperar e manter

informações. Neste contexto, informações podem ser constituídas por textos,

imagens, vídeos ou composições destes tipos. Já os dados sob a forma textual são

de responsabilidade do HIS (Hospital Information Systems) administrar o fluxo de

informações referentes ao paciente (MARTINS JUNIOR, 2006).

Devido à portabilidade e adequação a qualquer tipo de imagens, os PACS

devem ser criados seguindo alguns critérios desenvolvidos por vários fabricantes,

devido a grande quantidade de diferentes sistemas operacionais, ou seja,

evoluindo uma arquitetura aberta com diversos equipamentos agrupados em uma

topologia distribuída (MARTINS JUNIOR, 2006).

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Ainda segundo Martins Junior (2006), diante destas características e a extensibilidade dos PACS, é necessário encontrar ferramentas de manipulação, processamento e armazenamento da imagem para serem inseridas no contexto de novas tecnologias. É necessário introduzir sistemas que realizem o manejo de imagens, baseado na importância das necessidades de integrar o hospital a este tipo de sistema. Com isso, o ambiente hospitalar precisa estar disposto a explorar alguns pontos, como:

Registros de admissão de um paciente; Quantidade de pacientes atendidos no serviço de radiologia; Relação paciente e hospital; Manipulação de imagens médicas de diferentes áreas do conhecimento; Existência de outros sistemas de informações existentes no hospital; Mecanismo de pesquisa e estudo do serviço de radiologia; Diferenciar áreas do hospital que querem consultar as imagens; Diferenciar áreas físicas envolvidas; Retornar problemas de informações perdidas; Localizar informação quando o paciente sai do hospital; Proporcionar consultas posteriores da informação; Intercâmbio de informações com outros hospitais (MARTINS JUNIOR, 2006).

Para abranger as necessidades descritas acima se requer um conjunto de

dispositivos, cujas responsabilidades são oferecer suporte a todos os elementos

operacionais do ambiente que trata com imagens. Esta necessidade cria uma

tecnologia de multimídia que tem, como foco, a descoberta em beneficio de

procedimentos para o diagnóstico. A integração de PACS e HIS visa fornecer de

forma transparente para a equipe a médica um conjunto de informações composto

por dados e imagens do paciente para a formação do diagnóstico (MARTINS

JUNIOR, 2006).

Os sistemas PACS utilizam vários componentes (hardware e software) com

funções específicas para poder integrar o ambiente médico com os vários tipos de

dados oriundo dos pacientes. Sistemas PACS, como mostra a figura 2.38 são

constituídos de vários componentes e serviços compartilhados, oferecendo um

ambiente de visualização e armazenamento de imagens. Estes componentes se

integram a partir de uma rede de computadores e equipamentos criando um

ambiente Cliente/Servidor, a fim de oferecer um serviço onde são conectados todas

as modalidades de imagem em radiologia com o objetivo de eliminar o filme

(MARTINS JUNIOR, 2006).

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Figuras 2.38: Componentes de PACS em ambiente Cooperativo Cliente/Servidor

Fonte: MARTINS JUNIOR, 2006

O manejo de informações dentro do ambiente de saúde, conforme Martins Junior

(2006), por meio de uma rede de computadores, surgiu inicialmente, com o objetivo

de desenvolver tecnologias de visualização. Diante disso, o PACS tem como

objetivo o armazenamento de imagens, a rapidez de acesso e transmissão das

imagens médicas de forma que a sua utilização possa trazer uma qualidade no

serviço de saúde com o mínimo de custo.

Nestes últimos anos, a busca em grande escala de bancos de dados de

imagens tem atraído à atenção da comunidade de informática. Há algum tempo

atrás a capacidade de armazenamento em ambiente de redes eram grandes

desafios e deixam a desejar reduzindo a velocidade, dos dispositivos de exibição

visuais. A penetração de mercado era muito baixa para a maioria das ferramentas

voltadas para o desenvolvimento de banco de dados de imagens (MARTINS

JUNIOR, 2006).

Recentes aumentos na capacidade de armazenamento, em ambiente de redes,

trouxeram um poder de processamento e resolução na exibição e deram um

impulso ao crescimento no desenvolvimento de bancos de dados de imagens,

fazendo que o PACS atinja uma evolução no seu conteúdo. Literalmente, centenas

de projetos, como a vídeo-endoscopia e vídeo-microscopia, começaram nos

últimos anos a ser desenvolvidos (MARTINS JUNIOR, 2006).

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Os PACS são constituídos de alguns módulos básicos:

Identificação: identifica o paciente, data do exame e as características da imagem; Aquisição da imagem: obtenção, seleção e armazenamento da imagem; Comunicação: comunicação, transmissão e transporte da imagem; Extração de característica: digitalização da imagem, levando em conta os aspectos visuais; Resultados gráficos: parâmetros digitalizados e suas características fisiológicas; Estudo comparativo: comparação simultânea entre vários estudos feitos de imagens para tornar uma análise mais próxima entre resultados anteriores; Apresentação: mostrar os resultados obtidos para uma posterior apresentação (MARTINS JUNIOR, 2006).

Conforme Martins Junior (2006), PACS são sistemas de informação com

suporte a imagens, que permitem a definição e manipulação uniforme da

informação, contida em elementos textuais e gráficos, na forma de imagens, vídeos

e som. Para uma caracterização precisa dos requisitos de sua funcionalidade,

devemos considerar as etapas básicas envolvidas em sua construção, seguindo

um conjunto de definições esquemáticas bem com toda a estrutura de

reconhecimento de padrões, recuperação, estruturação e organização das

imagens. Sua integração com o sistema DICOM, permite que, em um ambiente

médico, o uso de imagens seja muito mais dinâmico, eficiente e econômico. E

embora não seja o foco principal dessa monografia, o desenvolvimento de

aplicações voltadas para os PACS, merece um estudo mais aprofundado, no

futuro.

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3 CÂNCER

O câncer é um importante problema de saúde pública em países desenvolvidos

e em desenvolvimento, sendo responsável por mais de seis milhões de óbitos a

cada ano, representando cerca de 12% de todas as causas de morte no mundo

(GUERRA et al., 2005).

Embora as maiores taxas de incidência de câncer sejam encontradas em países

desenvolvidos, dos dez milhões de casos novos anuais de câncer, cinco milhões e

meio são diagnosticados nos países em desenvolvimento. (GUERRA et al., 2005).

O processo global de industrialização, ocorrido principalmente no século

passado, conduziu a uma crescente integração das economias e das sociedades

dos vários países, desencadeando a redefinição de padrões de vida com

uniformização das condições de trabalho, nutrição e consumo. Paralelamente, deu-

se uma significativa alteração na demografia mundial, devido à redução nas taxas

de mortalidade e natalidade com aumento da expectativa de vida e envelhecimento

populacional (GUERRA et al., 2005).

Este processo de reorganização global determinou grande modificação nos

padrões de saúde-doença no mundo. Tal modificação, conhecida como transição

epidemiológica, foi caracterizada pela mudança no perfil de mortalidade com

diminuição da taxa de doenças infecciosas e aumento concomitante da taxa de

doenças crônico-degenerativas, especialmente as doenças cardiovasculares e o

câncer. Esta transformação do perfil epidemiológico das populações vem tornando-

se, ao longo dos anos, cada vez mais complexa e de difícil entendimento, em

função do aparecimento de novas doenças e o ressurgimento de antigos agravos à

saúde: AIDS/HIV, malária, dengue, tuberculose, entre outros, no cenário da saúde

pública mundial (GUERRA et al., 2005).

Nos países da América Latina, ao contrário dos países desenvolvidos, esta

transição epidemiológica ainda não se completou, observando-se um aumento na

ocorrência de doenças crônico-degenerativas, enquanto a frequência de doenças

infecciosas e de doenças transmissíveis por vetor biológico, como malária e

dengue, permanecem elevadas, além da presença constante de desnutrição

(GUERRA et al., 2005).

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Atualmente, considera-se a América Latina como a mais urbanizada das regiões

menos desenvolvidas do mundo, sendo que esta urbanização tem sido

acompanhada de pobreza urbana maciça, o que tem contribuído para o

agravamento das disparidades sociais. Deve-se levar em consideração, também, a

repercussão da rápida mudança na condição nutricional desta região,

desencadeada pelo processo de industrialização, o que afetou, sobremaneira, a

prevalência de doenças crônicas como o câncer, doenças cardiovasculares,

diabetes tipo 2, doença de Alzheimer e outros agravos relacionados ao

envelhecimento e à obesidade (GUERRA et al., 2005).

Em virtude das desigualdades sociais existentes na América Latina, o mapa

global de distribuição dos tipos de câncer nesta região segue uma superposição

semelhante à encontrada no perfil de morbimortalidade anteriormente mencionado.

Neste contexto, o Brasil destaca-se como uma área interessante para

monitoramento e controle das tendências na incidência de câncer, assim como

para estudo das variações geográficas nos padrões desta doença (GUERRA et al.,

2005).

Nesta monografia, as informações referentes ao câncer, são direcionadas a

utilização do modelo de aplicativo proposto, portanto não terão um enfoque maior.

Um diagnóstico de câncer pode ser devastador. Existem bons motivos para ter

medo: o câncer é a segunda maior causa de morte nos Estados Unidos, seguido

por doenças do coração, e mata mais que meio milhão de pessoas por ano. No

Brasil, o câncer também é a segunda causa de morte, logo atrás das doenças

cardiovasculares (GUERRA et al., 2005).

Várias formas de câncer podem ser evitadas, e se a detecção for precoce, um

grande número de pessoas poderão ser curadas. Aqui veremos as várias faces do

câncer para que seja possível entender a doença e seu tratamento e a importância

de um diagnóstico rápido e preciso para aumentar as chances de cura (GUERRA

et al., 2005).

O que nós pensamos como "câncer" é, na verdade, um grupo de mais de cem

doenças separadas, todas caracterizadas por um crescimento anormal e irregular

das células. Esse crescimento destrói o tecido corporal ao redor e pode se espalhar

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para outras partes do corpo em um processo que é conhecido como metástase.

Existem diversos tipos de câncer mais conhecidos como: câncer de pele

(carcinoma das células escamosas e carcinoma das células basais sendo os mais

comuns), câncer de pulmão, câncer no cérebro, câncer de mama, câncer de

próstata, câncer de cólon, câncer de ovário, leucemia, linfoma entre outros tipos.

O câncer pode desenvolver em qualquer lugar do corpo e em qualquer idade.

Diferente das doenças infecciosas como a AIDS, a gripe ou a tuberculose, o câncer

não é contagioso, ele é geralmente causado por um dano genético que ocorre

dentro de uma célula individual. As células afetadas pelo câncer são chamadas

de células malignas. As células malignas são diferentes das células normais no

corpo, pois se dividem (na maioria dos casos) muito mais rapidamente do que

deveriam. Isto é importante saber por que vários medicamentos utilizados para

combater o câncer (antineoplásticos ou medicamentos anticâncer) atacam as

células malignas durante a fase ativa da divisão celular (GUERRA et al., 2005).

Quando as células se dividem a uma taxa acelerada, elas geralmente começam

a formar uma massa de tecido chamada de tumor. O tumor é alimentado pelos

nutrientes que passam pelos vasos sanguíneos adjacentes e também podem

crescer através da formação de uma substância chamada fator de angiogênese do

tumor (formação de vasos). Este fator estimula o crescimento de um suprimento

independente de sangue para o tumor. Os tumores podem causar a destruição de

três formas:

Os tumores pressionam os tecidos e órgãos ao redor;

Os tumores invadem os tecidos e órgãos diretamente (extensão direta), geralmente danificando-os ou desabilitando-os no processo;

Os tumores tornam os tecidos e/ou órgãos invadidos suscetíveis a infecções (GUERRA et al., 2005).

Os tumores também podem liberar substâncias que destroem os tecidos

próximos a eles. Tumores benignos são constituídos por células bem semelhantes

às que os originaram. Isso não acontece no caso dos tumores malignos, uma vez

que infiltram outros tecidos e possuem alto índice de duplicação celular. Esse fato

permite com que alguns cânceres possuam a capacidade de produzir antígenos.

Tal característica pode ser muito útil para o diagnóstico, inclusive precoce, dessas

neoplasias; evitando procedimentos invasivos visando este fim. Cânceres também

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podem apresentar algumas áreas com necrose, ou mesmo hemorragias, e de

graus variáveis.

Uma das coisas mais assustadoras sobre o câncer é a possibilidade de

metástase. Este é o processo onde milhões de células malignas são liberadas pelo

tumor primário na corrente sanguínea. Felizmente, a maioria destas células são

exterminadas, através do trauma produzido enquanto viajam dentro das paredes

dos vasos sanguíneos ou pelas células do sistema imunológico, como as células

exterminadoras naturais e outros linfócitos. Outras células imunológicas que lutam

contra as células malignas são o macrófago e as substâncias produzidas pelas

células imunológicas chamadas de linfocinas. Uma linfocina comum é chamada de

interleucina-2 ou interferon. Em alguns casos, as células malignas circulantes

sobrevivem e aderem ao revestimento muscular interno das paredes dos vasos

sanguíneos. Aqui o processo de formação do tumor pode se iniciar em uma área

diferente do corpo, causando mais destruição (GUERRA et al., 2005).

O câncer é causado por vários fatores, alguns dos quais podemos, e outros

não, controlar. Um dos fatores incontroláveis é a presença de mutação dos genes.

Um tipo de gene que tem um papel no crescimento normal das células,

um oncogene, pode ser alterado para contribuir com o crescimento descontrolado

de um tumor. Os oncogenes afetam a maneira com que as células utilizam a

energia e se multiplicam. Por exemplo, em alguns cânceres, o gene ras (um

oncogene) sofre mutação e produz uma proteína que estimula as células para se

dividirem prematuramente. Outros oncogenes, como o C-myc e o C-erb B-2, estão

envolvidos no "câncer" de pulmão de pequenas células e no câncer de mama,

respectivamente (GUERRA et al., 2005).

A mutação em genes supressores de tumores é outra causa comum do

câncer. Como você pode esperar, um gene supressor de tumor deve evitar os

tumores. Mas quando estes genes são danificados, eles podem permitir que o

câncer se desenvolva, ao invés de evitá-lo (GUERRA et al., 2005).

Determinados cânceres estão associados às alterações dos cromossomos. Os

cromossomos estão localizados dentro do núcleo das nossas células e contém

nossos genes. Quando os genes estão faltando, estão duplicados ou são

rearranjados aumenta a predisposição para desenvolver um tumor. Determinadas

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leucemias, sarcomas, linfomas e outros tumores estão associados às alterações

dos cromossomos (GUERRA et al., 2005).

Existem também vírus associados ao câncer. O papillomavirus humano

(HPV), que causa verrugas genitais, está associado ao carcinoma do colo uterino;

e o vírus Epstein-Barr, que causa a mononucleose infecciosa, está associado ao

linfoma de Burkitt's. As doenças ou medicamentos que podem afetar o sistema

imunológico também podem aumentar o risco de determinados cânceres. A AIDS,

por exemplo, está associada com o alto risco de dois tipos de cânceres, o Sarcoma

de Kaposi e o linfoma (GUERRA et al., 2005).

A exposição à radiação ionizante pode aumentar o risco de determinados

cânceres. Os raios-x utilizados para tratar distúrbios como acne ou alargamento da

adenoide, pode aumentar o risco de determinados tipos de leucemias e linfomas

(GUERRA et al., 2005).

Felizmente, também existem fatores sob nosso controle que podem ser

evitados. Existem substâncias chamadas de carcinogênios (agentes formadores de

câncer) que podem aumentar o risco de desenvolver um câncer e muitos outros

(GUERRA et al., 2005).

A exposição sem proteção aos raios solares (radiação ultravioleta) está

associada ao câncer de pele. Os principais cânceres causados pelos raios de sol

são o carcinoma da célula basal e o carcinoma da célula escamosa (GUERRA et

al., 2005).

Um médico pode descobrir se o paciente possui câncer fazendo um histórico

detalhado, exame físico, estudos de imagem e exames laboratoriais. Ele fará

perguntas sobre saúde geral do paciente, medicamentos que ele toma, seu

histórico familiar e seu histórico de trabalho (exposição ambiental aos

carcinogênios, etc.). Perguntará também se ele possui algum sintoma que possa

levar a um diagnóstico de câncer, como fadiga, perda de peso sem motivo, suores

noturnos, tosse, sangue no vômito, na urina ou após a evacuação, além de dor

persistente (GUERRA et al., 2005).

O médico fará também um exame físico completo, com atenção especial aos

nódulos linfáticos (no pescoço, embaixo dos braços, etc.), pele, pulmões, seios,

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genitais e próstata (nos homens). Crescimentos suspeitos que possam ser tumores

em potencial são geralmente removidos (utilizando uma biópsia excisional ou

incisional) ou fragmentados (utilizando uma agulha fina para a biópsia por

aspiração) e enviados a um laboratório para serem identificados. Uma biópsia

também pode ser obtida com o auxílio de um procedimento conhecido como

endoscopia, onde uma pequena câmera é utilizada para visualizar uma lesão

suspeita. Exames de sangue podem ajudar a determinar a extensão ou estágio de

determinados cânceres e outras descobertas anormais correlacionadas.

Diagnósticos por imagens como raios-x, tomografias, mapeamento ósseo ou

ultrassom podem geralmente determinar a localização e outras características do

tumor (GUERRA et al., 2005).

3.1 Tratamento

Segundo Guerra et al., (2005), câncer é tratado de diversas maneiras,

dependendo do tamanho do tumor, sua localização, do tipo e de uma quantidade

de outros fatores. Três maneiras mais comuns de tratar o câncer incluem:

Cirurgia: é o método mais antigo para tratar o câncer. Se o tumor for localizado ele pode ser removido cirurgicamente. Geralmente, uma borda de tecido saudável ao redor do tumor também é retirada para garantir que todas as células malignas foram removidas.

Radiação: Também conhecida como radioterapia, terapia de raios-x, cobalto terapia ou irradiação, é útil para combater o câncer porque destrói as células cancerígenas mais facilmente que as células saudáveis. A radioterapia é comumente administrada com um feixe externo de raios-x, gama ou partículas alfa e beta, direcionadas ao tumor. Implantes ou fios radioativos também podem ser usados internamente se forem colocados em minúsculos contêineres e depois implantados no corpo, próximo ao tumor. Em alguns casos, utiliza-se a radiação interna e externa.

Quimioterapia (terapia com medicamentos): A quimioterapia ou terapia com medicamentos é utilizada para matar as células cancerosas, enquanto tenta limitar os danos às células normais. A quimioterapia é útil no combate ao câncer que se espalhou para outras partes do corpo e não pode ser facilmente detectado ou tratado com cirurgia ou terapia de radiação. Dos quase 50 medicamentos anticâncer, alguns podem ser utilizados sozinhos ou em combinação com outros medicamentos anticâncer (GUERRA et al., 2005).

Em vários casos, estes métodos são combinados para obter resultados mais

eficazes.

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4 METODOLOGIAS DE DESENVOLVIMENTO DE APLICATIVOS

MÓVEIS

Serão apresentadas duas metodologias escolhidas e que são bastante

populares no desenvolvimento e nos testes de softwares. A XP (EXtreme

Programming), por ser considerado um método ágil, é ideal para softwares cujos

requisitos podem mudar ao longo do desenvolvimento do projeto, as equipes de

desenvolvimento possuem poucos desenvolvedores, normalmente se utilizam de

linguagens orientadas a objeto e o processo é incremental.

Também será apresentada a metodologia de testes da caixa branca/caixa

preta, para detecção de defeitos e falhas, como forma de garantir o bom

funcionamento do aplicativo.

4.1 eXtreme Programming

Dentre os métodos ágeis, o eXtreme Programming é considerada uma

metodologia leve de desenvolvimento de software. Ela é classificada como um

sistema de práticas que desenvolvedores de software vem trazendo para resolver

os problemas de entregar software de qualidade rapidamente e alcançar as

necessidades de negócio que estão em constante mudança (BECK et al. 1999).

Ela defende como boas práticas, como:

A revisão do código, sendo que o mesmo sempre é desenvolvido por um par de desenvolvedores.

Uma rotina de testes automatizados e executados várias vezes ao dia.

O cliente deve estar totalmente envolvido, ser parte integrante da equipe desenvolvedora do projeto (BECK et al. 1999).

A XP é apropriada para projetos com equipes pequenas ou médias, com no

mínimo duas e no máximo doze pessoas (BECK et al. 1999).

A XP é definida por meio de valores, princípios e práticas. Os valores

descrevem os objetivos de longo prazo e definem critérios para obter sucesso. Os

valores da XP são: Feedback, Comunicação, Simplicidade, Coragem e Respeito

(BECK, 2004)

No feedback, o cliente usa sua experiência com o aplicativo para direcionar os

esforços da equipe de desenvolvimento.

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A comunicação se dá quanto o cliente e o desenvolvedor definem, em detalhes,

quais são as prioridades do desenvolvimento e o nível de atenção que cada uma

vai ter, de forma a otimizar os recursos disponíveis.

A simplicidade é a prática onde mostra que deve ser implementado, apenas o

que satisfaça a necessidade do cliente, naquele momento.

E o respeito é à base de sustentação de todo o processo, pois se o

desenvolvedor não respeita as opiniões do cliente e vice-versa, não há como o

projeto seguir.

4.2 Metodologias de Teste

As metodologias de teste são importantes, pois nessa fase do projeto, é

imprescindível garantir não só que o software atenda a todos os requisitos do

cliente, mas é necessário garantir que ele seja plenamente capaz de executar as

tarefas para qual foi criado, sem falhas.

4.2.1 Teste de caixa branca

O teste de caixa branca é uma das técnicas utilizadas nas fases de teste de

unidade e de integração. Essa técnica é utilizada para a verificação do

comportamento interno do software onde é analisado o código fonte. Ao contrário

do teste de caixa preta, esta técnica nos permite encontrar bugs com maior

eficiência (MARINHO, 2009).

Figura 4.1 : Teste de Estrutura Fonte: SOMMERVILLE, 2007

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4.2.2 Teste de caixa preta

Baseado em especificações, também é conhecido como teste funcional e é

geralmente utilizado em testes de sistemas e de aceite. Esse teste é feito por um

testador, o qual apresenta o caso de teste que são as entradas de dados para os

testes a serem realizados e depois examina o resultado final dos testes e compara

com resultados previstos. Nesse tipo de teste são analisados interface,

desempenho, funções, desempenho e dados do sistema (MARINHO, 2009).

4.2.3 Teste de verificação

Este teste garante a qualidade de processos de desenvolvimento. É feito

através de análise de especificações e de atividades que estão sendo realizadas

para tentar minimizar os bugs antes do desenvolvimento (MARINHO, 2009).

Deve ser aplicada em todas as fases do ciclo de desenvolvimento e devem

incluir planos de testes, padrões de processos e mesmo os manuais do usuário

podem fazer parte das revisões.

4.2.4 Teste de unidade

Este tipo de teste é baseado nos testes de caixa branca verificando a menor

parte de um projeto. É feito através dos testes com os caminhos básicos do código,

mas o alvo principal são sub-rotinas e até mesmo pequenos trechos de códigos

(MARINHO, 2009).

4.2.5 Teste de integração

O teste de integração (figura 4.2) é feito após o teste de unidade, quando serão

feitos testes modulares e quando integrados terão que funcionar corretamente

(MARINHO, 2009).

Esta fase visa à identificação de módulos críticos do sistema.

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Figura 4.2: Teste de Integração Fonte: SOMMERVILLE, 2007

4.2.6 Teste de sistemas

Testes de sistema são, na verdade, uma série de diferentes testes, cujo

propósito primordial é por completamente à prova o sistema baseado em

computador (MARINHO, 2009).

Esta fase visa o teste de software e hardware em um ambiente similar ao de

produção com o sistema já completamente integrado. Esse teste é feito utilizando

simulador isoladamente de forma a facilitar a administração do cenário de negócios

(MARINHO, 2009).

4.2.7 Teste de aceitação

Esta é a última das fases de teste a ser utilizada, pois é onde o sistema será

disponibilizado ao cliente para a validação das funcionalidades definidas no início

do projeto (MARINHO, 2009).

4.3 Metodologias do Desenvolvimento do Aplicativo

O protótipo a ser desenvolvido deve ser baseado nos mais sólidos preceitos

educacionais e técnicos, sempre levando em conta que, o principal objetivo é o

desenvolver um aplicativo de suporte ao diagnóstico médico (MARINHO, 2009).

Seguindo as mais recentes técnicas de desenvolvimento de sistemas, envolve

as seguintes fases, mostradas na figura 4.3.

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Figura 4.3: Etapas do desenvolvimento de um projeto

Fonte: MARINHO, 2009

É importante destacar que todos os profissionais envolvidos no projeto devem

estar preparados para trabalhar em regime de total cooperação, e seguir a risca a

metodologia proposta, pois caso contrário, o projeto se torna inviável.

Na análise e planejamento, são consideradas todas as características do

aplicativo, como função, público alvo, entre outras, e como serão coletadas as

informações necessárias ao desenvolvimento, de forma didática, obedecendo aos

mais sólidos princípios técnicos, ou seja, deve prever um roteiro adequado ao

cliente embutido na sequência dos conteúdos, observando os pré-requisitos e

calcular o tempo gasto por um profissional médio em cada parte.

Na modelagem de uma aplicação hipermídia inclui a criação de três modelos:

conceitual, de navegação e de interface.

Modelo Conceitual que se refere ao conteúdo da aplicação e de como esse conteúdo será mostrado ao cliente.

Modelo de Navegação que define as estruturas de acesso, ou seja, como serão os elos. A navegação deve ser intuitiva para evitar a desorientação do usuário e diminuir a sobrecarga cognitiva. O modelo define o uso de todos os recursos de hipermídia e hipertexto. A ênfase aqui deve ser dada a navegação, pois é através dela que se dará a interação do cliente final com o conhecimento, através de um roteiro pré-determinado.

Modelo de Interface que deve ser compatível com o modelo conceitual e de navegação, ou seja, o design de interfaces precisa estar em harmonia com o conteúdo (MARINHO, 2009).

Já a implementação abrange a produção ou reutilização e digitalização das

informações, incluindo, as imagens, prontuários e outros recursos, utilizando

softwares específicos. Com relação às imagens médicas, é preciso considerar os

direitos autorais, além de outras informações que são enviados junto com as

mesmas, como informações referentes ao paciente, que exigem uma consulta

prévia.

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Na avaliação e manutenção, são realizadas todas as verificações das

informações e correção dos erros de conteúdo e de funcionamento. Esse processo

deve ser feito durante todas as fases do projeto.

4.4 Conceitos de Prototipação do Aplicativo

Ao desenvolver o protótipo, sempre deve se ter em mente possibilitar ao

usuário da tecnologia móvel, uma forma altamente interativa de assimilar

conhecimento variado (MARINHO, 2009).

Esse protótipo deve demonstrar, ainda que parcialmente, as diversas funções

do aplicativo, bem como, mostrar como ficarão suas interfaces e as formas de

interação com o usuário.

O protótipo, vai servir para demonstrar ao cliente que todos os requisitos e

funcionalidades estão sendo implementados, e permitirá uma melhor avaliação dos

seus recursos.

4.4.1 Requisitos Principais do Protótipo

Alguns requisitos devem estar presentes no protótipo para ser realizada a

especificação. Estes requisitos correspondem a algumas características que o

protótipo precisa ter para alcançar o resultado esperado (MARINHO, 2009).

Os requisitos principais do protótipo são:

Será desenvolvido para operar sobre um ambiente móvel.

Irá armazenar em memória as informações de cada acesso ao sistema, para fins de relatório.

Irá obedecer ao planejamento originalmente determinado pelo cliente.

Permitira ao cliente inserir conteúdo próprio, através de uma função específica.

O cliente poderá controlar as interações de outros usuários, à distância.

Após armazenar as informações em memória, o usuário poderá visualizar todos os resultados (MARINHO, 2009).

4.4.2 Especificação do Protótipo

O processo principal e os seus subprocessos que formam o protótipo podem

ser representados através de um fluxograma. Existem diversas ferramentas como o

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MS Visio que podem ser utilizada para auxiliar na construção dos fluxogramas

(MARINHO, 2009).

4.4.3 Implementação do Protótipo

Para a implementação do protótipo, o desenvolvedor deve optar pela

plataforma que tiver maior abrangência, e ou que o cliente disponibilizar

(MARINHO, 2009).

4.4.4 Principais Funções do Protótipo

Nesse ponto do projeto se dá a conversão das funções do aplicativo em código

computacional, ou seja, é a programação propriamente dita (MARINHO, 2009).

4.4.5 Operacionalidade do Protótipo

Neste ponto, é apresentado o funcionamento do protótipo de software, com os

suas respectivas telas e recursos multimídia (MARINHO, 2009).

4.4.6 Teste e Validação

Nessa fase do projeto, o protótipo deve ser submetido a vários testes, com o

objetivo de verificar se suas funcionalidades estão dentro do especificado e sem

problemas (MARINHO, 2009).

Para a realização dos testes, pode se fazer uso de simuladores de conteúdo,

teste prático com o usuário entre outros (MARINHO, 2009).

Os resultados dos testes devem ser mensurados e apresentados à equipe e ao

cliente, de forma que a informação fique uniforme para todos (MARINHO, 2009).

4.5 Tecnologias Utilizadas no Desenvolvimento de Aplicativos Móveis

No desenvolvimento de aplicações para dispositivos móveis, são utilizadas

diversas tecnologias e conceitos, que englobam uma variedade muito grande de

elementos.

O desenvolvedor deve ficar atento aos recursos que deverá utilizar para criar o

aplicativo, para que o processo de criação do software não seja prejudicado.

Neste capítulo, serão abordadas as tecnologias que serão utilizadas no projeto.

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4.5.1 Arquitetura Cliente/Servidor

A arquitetura cliente-servidor é um modelo computacional que separa clientes

e servidores, sendo interligados entre si geralmente utilizando-se uma rede de

computadores. Cada instância de um cliente pode enviar requisições de dado para

algum dos servidores conectados e esperar pela resposta. Por sua vez, algum dos

servidores disponíveis pode aceitar tais requisições, processá-las e retornar o

resultado para o cliente (MENDES, 2002).

Apesar de o conceito ser aplicado em diversos usos e aplicações, a arquitetura

é praticamente a mesma.

Muitas vezes os clientes e servidores se comunicam através de uma rede de

computador com hardwares separados, mas o cliente e servidor podem residir no

mesmo sistema (MENDES, 2002).

A máquina-servidor é um host que está executando um ou mais programas de

servidor que partilham os seus recursos com os clientes (MENDES, 2002).

Um cliente não compartilha de seus recursos, mas solicita o conteúdo de um

servidor ou função de serviço. Os clientes, portanto, iniciam sessões de

comunicação com os servidores que esperam as solicitações de entrada

(MENDES, 2002).

A característica de cliente-servidor descreve a relação de programas em um

aplicativo. O componente de servidor fornece uma função ou serviço a um ou

muitos clientes, que iniciam os pedidos de serviços (MENDES, 2002).

Funções como a troca de e-mail, acesso à internet e acessar banco de dados,

são construídos com base no modelo cliente-servidor. Por exemplo, um navegador

da web é um programa cliente em execução no computador de um usuário que

pode acessar informações armazenadas em um servidor web na Internet

(MENDES, 2002).

O modelo cliente-servidor se tornou uma das ideias centrais de computação de

rede. Muitos aplicativos de negócios a serem escrito hoje utilizam o modelo cliente-

servidor. Em marketing, o termo tem sido utilizado para distinguir a computação

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distribuída por pequenas dispersas computadores da "computação" monolítica

centralizada de computadores mainframe.

Cada instância de software do cliente pode enviar requisições de dados a um ou

mais servidores ligados. Por sua vez, os servidores podem aceitar esses pedidos,

processá-los e retornar as informações solicitadas para o cliente. Embora este

conceito possa ser aplicado para uma variedade de razões para diversos tipos de

aplicações, a arquitetura permanece fundamentalmente a mesma.

4.5.2 Cloud Computing (Computação em Nuvens)

O termo Cloud Computing pode ser entendido como Computação nas Nuvens e

segue o princípio segue a linha do armazenamento de dados e informações na

internet, acessível, assim de qualquer ponto (SISNEMA, 2009).

Segundo o artigo publicado em Sisnema (2009), a maior vantagem da

computação em nuvem é a possibilidade de utilizar softwares sem que estes

estejam instalados no computador. Mas há outras vantagens:

Na maioria das vezes o usuário não precisa se preocupar com o sistema operacional e hardware que está usando em seu equipamento, podendo acessar seus dados na "nuvem computacional" independentemente disso;

As atualizações dos softwares são feitas de forma automática, sem necessidade de intervenção do usuário;

O trabalho corporativo e o compartilhamento de arquivos se tornam mais fáceis, uma vez que todas as informações se encontram no mesmo "lugar", ou seja, na "nuvem computacional";

Os softwares e os dados podem ser acessados em qualquer lugar, bastando que haja acesso à Internet, não estando mais restritos ao ambiente local de computação, nem dependendo da sincronização de mídias removíveis.

O usuário tem um melhor controle de gastos ao usar aplicativos, pois a maioria dos sistemas de computação em nuvem fornece aplicações gratuitamente e, quando não gratuitas, são pagas somente pelo tempo de utilização dos recursos. Não é necessário pagar por uma licença integral de uso de software;

Diminui a necessidade de manutenção da infraestrutura física de redes locais cliente/servidor, bem como da instalação dos softwares nos computadores corporativos, pois esta fica a cargo do provedor do software em nuvem, bastando que os computadores clientes tenham acesso à Internet;

A infraestrutura necessária para uma solução de cloud computing é bem mais enxuta do que uma solução tradicional de hosting ou collocation, consumindo menos energia, refrigeração e espaço físico e

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consequentemente contribuindo para preservação e uso racional dos recursos naturais (SISNEMA, 2009).

Grandes institutos de pesquisas preveem que o cloud computing será uma das

três mais importantes tendências emergentes nos próximos três a cinco anos. A

previsão da pesquisa se comprova pelas facilidades e vantagens que a tecnologia

agrega. Alguns serviços já exemplificam esse modelo, como, por exemplo, as

ferramentas de e-mail. No formato habitual as mensagens são armazenadas no

software de correio eletrônico, na memória do computador. Com os e-mails

baseados na web em um servidor alheio é possível acessar a partir de qualquer

ponto (SISNEMA, 2009).

E não são apenas os softwares que podem ser acessados remotamente pela

nuvem. Os recursos de hardware, como processamento e armazenamento também

estão migrando para este ambiente (SISNEMA, 2009).

A possibilidade de acessar arquivos a partir de qualquer lugar é o que mais

chama a atenção na computação em nuvem. Um dos motivos que tem feito o

modelo alavancar é a melhoria contínua dos serviços de internet, hoje está cada

vez mais fácil de obter acesso e estar online em tempo integral. Isso faz com que

novos serviços possam ser centralizados na web (SISNEMA, 2009).

Outra vantagem do cloud computing é a economia em equipamentos. No

formato normal quando existe a necessidade de mais processamento, se faz

necessário à aquisição de novas máquinas. Com a computação em nuvem essa

necessidade pode ser facilmente resolvida com o upgrade imediato de capacidade

sem a troca de componentes (SISNEMA, 2009).

Se antes, para atualizar um software o administrador tinha que reinstalar todo o

produto na máquina de cada usuário, neste modelo os aplicativos podem ser

constantemente aperfeiçoados sem impactos para os usuários, uma vez que estão

hospedadas em um único ponto central (SISNEMA, 2009).

Como uma das principais tendências para os próximos anos em tecnologia da

informação, a computação em nuvem promete melhorias e novas vantagens, tanto

para as empresas como para os usuários (SISNEMA, 2009).

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4.5.3 MySQL

O MySQL é um sistema de gerenciamento de banco de dados (SGBD), que

utiliza a linguagem SQL como interface. É atualmente um dos bancos de dados

mais populares, com mais de 10 milhões de instalações pelo mundo

(NIEDERAUER e PRATES, 2006).

É um sistema de gerenciamento de bancos de dados relacional. Um banco de

dados relacional armazena dados em tabelas separadas em vez de colocar todos

os dados em um só local. Isso proporciona velocidade e flexibilidade. O MySQL é

um programa interativo que permite você conectar com um servidor de MySQL,

perguntar e ver os resultados (NIEDERAUER e PRATES, 2006).

O sucesso do MySQL deve-se em grande medida à fácil integração com o PHP

incluído, quase que obrigatoriamente, nos pacotes de hospedagem de sites da

Internet oferecidos atualmente. O MySQL hoje suporta Unicode, Full Text Indexes,

replicação, Hot Backup, GIS, OLAP e muitos outros recursos de banco de dados

(NIEDERAUER e PRATES, 2006).

Suas principais características são:

Portabilidade (suporta praticamente qualquer plataforma atual); Compatibilidade (existem drivers ODBC, JDBC e .NET e módulos de interface para diversas linguagens de programação, como Delphi, Java, C/C++, C#, Visual Basic, Python, Perl, PHP, ASP e Ruby); Excelente desempenho e estabilidade; Pouco exigente quanto a recursos de hardware; Facilidade de uso; É um Software Livre com base na GPL (entretanto, se o programa que acessar o MySQL não for GPL, uma licença comercial deverá ser adquirida); Contempla a utilização de vários Storage Engines como MyISAM, InnoDB, Falcon, BDB, Archive, Federated, CSV, Solid; Suporta controle transacional; Suporta Triggers; Suporta Cursors (Non-Scrollable e Non-Updatable); Suporta Stored Procedures e Functions;

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Replicação facilmente configurável; Interfaces gráficas (MySQL Toolkit) de fácil utilização cedidos pela MySQL Inc. (NIEDERAUER e PRATES, 2006).

O MySQL é uma alternativa atrativa a soluções SGBD pagas (Microsoft SQL

Server) porque, mesmo possuindo uma tecnologia complexa de banco de dados,

seu custo é bastante baixo. Tem como destaque suas características de

velocidade, escalabilidade e confiabilidade, o que vem fazendo com que ele seja

adotado por departamentos de TI, desenvolvedores web e vendedores de pacotes

de softwares em todo o mundo (NIEDERAUER e PRATES, 2006).

4.5.4 Nokia Mobile Internet Toolkit

Toda linguagem de marcação demanda um ambiente de desenvolvimento e

com a WML não poderia ser diferente. Para o desenvolvimento e testes com

páginas WAP, o Nokia Mobile Internet Toolkit demonstra-se uma ferramenta

eficiente.

O NMIT é uma ferramenta que suporta a criação de componentes para a

Internet móvel, contendo tecnologias como o XHTML, o WAP e o MMS. As

aplicações podem ser visualizadas nas SDKs suportadas.

A criação de diferentes conteúdos para dispositivos móveis no NMIT é facilitada

através de um conjunto de editores e wizards. Isto inclui a criação de páginas web

(editor para WML, XHTML e CSS), criação de MMS (editores para a criação de

MMS com mensagens SMIL) e criação de mensagens Push (editores para a

criação multipart e mensagens Service Indication/Service Loading) (NOKIA, 2004).

Além de servir como ambiente de desenvolvimento, o NMIT é um emulador

WAP. “Emuladores WAP são dispositivos que emulam no computador pessoal

telefones para testar o código sem ser preciso usar um dispositivo real. Eles

permitem navegar em arquivos locais sem precisar de um gateway ou servidor

WAP” (FORTA, 2000).

4.5.5 Tomcat

O Tomcat é um servidor de aplicações Java para web. É distribuído como

software livre e desenvolvido como código aberto dentro do conceituado projeto

Apache Jakarta e oficialmente endossado pela Sun como a Implementação de

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Referência (RI) para as tecnologias Java Servlet e Java Server Pages (JSP)

(TERUEL, 2010).

O Tomcat é robusto e eficiente o suficiente para ser utilizado mesmo em um

ambiente de produção. Tecnicamente o Tomcat é um container web, cobrindo

parte da especificação J2EE com tecnologias como Servlet e JSP, e tecnologias de

apoio relacionadas como Realms e segurança, JNDI Resources e JDBC

DataSources (TERUEL, 2010).

O Tomcat tem a capacidade de atuar também como servidor web/HTTP, ou

pode funcionar integrado a um servidor web dedicado como o Apache httpd ou o

Microsoft IIS. Como um container, o Tomcat tem entre suas funções “criar os

objetos de solicitação e resposta, criar ou alocar uma nova thread para o servlet,

passando as referências de solicitação e resposta como argumentos. É o container

que entrega ao servlet a solicitação e a resposta HTTP” (TERUEL, 2010).

4.5.6 NetBeans

O NetBeans IDE é um ambiente de desenvolvimento integrado (IDE) gratuito e

de código aberto para desenvolvedores de software nas linguagens Java, C, C++,

PHP, Groovy, Ruby, entre outras. O IDE é executado em muitas plataformas, como

Windows, Linux, Solaris e MacOS. O NetBeans IDE oferece aos desenvolvedores

ferramentas necessárias para criar aplicativos profissionais de desktop,

empresariais, Web e móveis multiplataformas (TERUEL, 2010).

A IDE NetBeans auxilia programadores a escrever, compilar, debugar e instalar

aplicações, e foi arquitetada em forma de uma estrutura reutilizável que visa

simplificar o desenvolvimento e aumentar a produtividade, pois reúne em uma

única aplicação todas estas funcionalidades. Totalmente escrita em Java, mas que

pode suportar qualquer outra linguagem de programação que desenvolva com

Swing, como C, C++, Ruby e PHP. Também suporta linguagens de marcação

como XML e HTML (TERUEL, 2010).

O NetBeans fornece uma base sólida para a criação de projetos e módulos,

possui um grande conjunto de bibliotecas, módulos e APIs (Application Program

Interface, um conjunto de rotinas, protocolos e ferramentas para a construção de

aplicativos de software) além de uma documentação bem organizada. Tais

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recursos auxiliam o desenvolvedor a escrever seu software de maneira mais

rápida. A distribuição da ferramenta é realizada sob as condições da SPL (Sun

Public License), uma variação da MPL (Mozilla Public License). Esta licença tem

como objetivo garantir a redistribuição de conhecimento à comunidade de

desenvolvedores quando novas funcionalidades forem incorporadas à ferramenta

(TERUEL, 2010).

Atualmente está distribuído em diversos idiomas e isto tem o tornado cada vez

mais popular, facilitando o acesso a iniciantes em programação e possibilitado o

desenvolvimento de aplicativos multilíngue (TERUEL, 2010).

Como o NetBeans é escrito em Java, é independente de plataforma, funciona em

qualquer sistema operacional que suporte a máquina virtual Java (JVM) (TERUEL,

2010).

Alguns dos seus principais recursos são:

Editor de código fonte integrado, rico em recursos para aplicações Web (Servlets e JSP, JSTL, EJBs) e aplicações visuais com Swing que é uma API (Interface de Programação de Aplicativos) Java para interfaces gráficas. A API Swing procura desenhar por contra própria todos os componentes, ao invés de delegar essa tarefa ao sistema operacional, como a maioria das outras APIs de interface gráfica trabalham;

Visualizador de classes integrado ao de interfaces, que gera automaticamente o código dos componentes de forma bem organizada, facilitando assim o entendimento de programadores iniciantes;

Suporte ao Java Enterprise Edition, plataforma de programação de computadores que faz parte da plataforma Java voltada para aplicações multicamadas, baseadas em componentes que são executados em um servidor de aplicações;

Plug-ins para UML, Unified Modeling Language, linguagem de modelagem não proprietária de terceira geração, e desenvolvimento remoto em equipes; interface amigável com CVS ou Concurrent Version System (Sistema de Versões Concorrentes) é um sistema de controle de versão que permite que se trabalhe com diversas versões de arquivos organizados em um diretório e localizados local ou remotamente, mantendo-se suas versões antigas e os logs de quem e quando manipulou os arquivos;

CSS, algumas funcionalidades para editar folhas de estilos como destaques, recursos de auto completar, análise de código;

Help local e on-line; debug apurado de aplicações e componentes;

Auto completar avançado; total suporte ao ANT, ferramenta de automatização da construção de programas e TOMCAT, servidor de aplicações Java para web;

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Integração de módulos;

Suporte a Database (banco de dados), Data View e Connection Wizard que são os módulos embutidos na IDE;

Geração de Javadoc: a ferramenta permite a geração automática de arquivos javadoc em HTML a partir dos comentários inseridos no código, além de recursos que facilitam a inclusão de comentários no código (TERUEL, 2010).

4.5.6.1 Sun Java Wireless Toolkit for CLDC

O Sun Java Wireless Toolkit for CLDC pode ser integrado à IDE Netbeans,

e é projetado para rodar em telefones celulares, e outros pequenos dispositivos

móveis. O conjunto de ferramentas inclui a emulação de ambientes,

desempenho e otimização das funcionalidades, documentação e exemplos.

Tudo isso para que os desenvolvedores possam produzir de maneira eficiente e

bem sucedida, aplicações para dispositivos sem fios (TERUEL, 2010).

Os componentes principais do aplicativo são: CDC (Configurações para

dispositivos conectados), MIDP (Perfil de informações de dispositivos móveis),

CLDC (configuração para dispositivos com conexão limitada), emuladores de

ambientes (TERUEL, 2010).

4.5.7 WAP

O WAP (Wireless Application Protocol) é um padrão internacional para

aplicações que utilizam comunicações sem fio, como, por exemplo, acesso à

Internet a partir de um telefone celular. Foi desenvolvido para prover serviços

equivalentes a um navegador web com alguns recursos específicos para serviços

móveis (W3SCHOOLS, 2007).

Sua arquitetura é dividida em camadas, assim como a arquitetura TCP/IP:

WAE (Ambiente de Aplicativos). Esta é a camada mais alta da arquitetura WAP. É nela que está a maior preocupação dos desenvolvedores, pois é aqui que estão estabelecidos os padrões das linguagens WML, WMLScript e dos browsers.

WSP (Protocolo de Sessão sem Fio). É a versão binária do protocolo HTTP 1.1. Criada somente para garantir transações em largura de banda pequena, porém com uma grande diferença, pode-se parar ou reiniciar uma conexão.

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WTP (Protocolo de Transação sem Fio). Um protocolo ágil que suporta requisições unidirecionais não confiáveis, requisições unidirecionais confiáveis e transações do tipo requisição/resposta.

WTLS (Segurança na Camada de Transporte sem Fio). Esta camada é baseada no padrão TLS hoje conhecido com SSL (Security Socker Layer). Ela proporciona integridade e privacidade de dados, autenticação e proteção de serviços, além de recusa de serviços. Pode ativar o WTLS da mesma forma com que se ativa o HTTPS nos servidores web.

WDP (Protocolo de Datagramas sem Fio). É esta a camada que proporciona a consistência entre as várias operadoras sem fio com a primeira camada de aplicativo. Abaixo desta camada que estão as várias redes utilizadas pelas operadoras (W3SCHOOLS, 2007).

4.5.8 Plataforma Java

Plataforma Java é o nome dado ao ambiente computacional, ou plataforma,

criada pela empresa estadunidense Sun Microsystems e vendida para a Oracle

depois de alguns anos (LUCKOW e MELO, 2010)

A plataforma permite desenvolver aplicativos utilizando qualquer uma das

linguagens criadas para a plataforma Java, sendo a linguagem padrão a que leva

seu próprio nome: Linguagem Java. Uma grande vantagem da plataforma é a de

não estar presa a um único sistema operacional ou hardware, pois seus programas

rodam através de uma máquina virtual que pode ser emulada em qualquer sistema

que suporte a linguagem C++ (LUCKOW e MELO, 2010)

Segundo o trabalho de Luckow e Melo (2010), o universo Java é um vasto

conjunto de tecnologias, composto por três plataformas principais que foram

criadas para segmentos específicos de aplicações:

Java SE (Java Platform, Standard Edition). É a base da plataforma; inclui o ambiente de execução e as bibliotecas comuns.

Java EE (Java Platform, Enterprise Edition). A edição voltada para o desenvolvimento de aplicações corporativas e para internet.

Java ME (Java Platform, Micro Edition). A edição para o desenvolvimento de aplicações para dispositivos móveis e embarcados (LUCKOW e MELO, 2010).

Além disso, podem-se destacar outras duas plataformas Java mais específicas:

Java Card. Voltada para dispositivos embarcados com limitações de processamento e armazenamento, como smartcards e o Java Ring.

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JavaFX. Plataforma para desenvolvimento de aplicações multimídia em desktop/web (JavaFX Script) e dispositivos móveis (JavaFX Mobile) (LUCKOW e MELO, 2010).

4.6 Linguagens de Programação para Aplicativos Móveis

Uma linguagem de programação é um método padronizado para comunicar

instruções para um dispositivo. É um conjunto de regras sintáticas e semânticas

usadas para definir um código, que será processado pelo processador do

dispositivo. Permite que um desenvolvedor especifique precisamente sobre quais

dados um dispositivo manipular, como estes dados serão armazenados ou

transmitidos e quais ações devem ser tomadas, em várias circunstâncias

(TERUEL, 2010).

Diversas linguagens de programação podem ser usadas para o

desenvolvimento de aplicativos para os dispositivos móveis. Algumas são

baseadas em marcação, em que o processamento é feito em um servidor remoto

até as linguagens tradicionais, e usadas principalmente por telefones celulares

(TERUEL, 2010).

As linguagens tradicionais, como C++, Visual Basic e Java, permitem o

desenvolvimento de aplicações mais complexas, que podem executar algo no

próprio dispositivo, armazenarem dados, conectar com servidores remotos, entre

diversos recursos existentes. Elas são, em geral, usadas para desenvolvimento de

aplicativos para PDAs e mais recentemente, os Tablet PC, que possuem mais

recursos computacionais. Contudo, com o desenvolvimento de novos dispositivos

híbridos, essas linguagens também podem ser usadas para a criação de aplicativos

(TERUEL, 2010).

O desenvolvimento de aplicativos, portanto, vai depender, além da categoria

do dispositivo, do que o fabricante disponibilizou. Por isso, devemos procurar

informações com o fabricante do dispositivo-alvo para saber quais linguagens ele

suporta e quais são os recursos existentes (TERUEL, 2010).

4.6.1 JSP e Servlets

O código desenvolvido em JSP (Java Server Pages) possui tecnologia voltada

para o desenvolvimento de aplicações web e tem como principal característica a

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sua portabilidade a diversas plataformas. Assim como outras linguagens de

programação para web, JSP fornece ao desenvolvedor, funcionalidades como

acesso a banco de dados e tratamento de requisições do usuário (TELEMACO,

2004).

Como característica, o JSP oferece a vantagem de ser facilmente codificado,

auxiliando na manutenção do código. Além disso, separa as interfaces de usuário

da geração de conteúdo, permitindo o trabalho conjunto entre programadores e

designers (TELEMACO, 2004).

Enquanto o JSP se encarrega de fornecer maior interatividade ao usuário, as

Servlets operam no lado do servidor respondendo a requisições enviadas por

clientes, muitas vezes sem se preocupar com o conteúdo a ser exibido. As Servlets

permitem ao desenvolvedor trabalhar com as mesmas funcionalidades oferecidas

pela linguagem de programação Java, com a vantagem adicional de tratar

requisições de cliente e responder em formato HTML, que pode ser interpretado

por navegadores web (TELEMACO, 2004).

4.6.2 WML e WMLScript

A WML (Wireless Markup Language) é uma linguagem de marcação utilizada

em aparelhos que implementam a especificação do WAP (Wireless Application

Protocol), como telefones celulares. A grande vantagem dessa tecnologia em

detrimento de outras linguagens de marcação é a baixa exigência de poder de

processamento, fator crucial para o desenvolvimento de aplicações voltadas para

aparelhos celulares (W3SCHOOLS, 2007).

Sua estrutura é muito semelhante à da HTML (HyperText Markup Language),

utilizada no desenvolvimento de páginas web, pois proporciona suporte à

navegação, hyperlinks, apresentação de imagens e formulários. Porém, a WML

possui uma estruturação peculiar composta por cartões, em que cada cartão

representa uma interação com o usuário. (W3SCHOOLS, 2007).

A WMLScript (Wireless Markup Language Script) é uma linguagem para a

criação de scripts orientada a objetos, que tem como finalidade melhorar os

recursos limitados da WML (FORTA, 2000).

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Projetada pela WAP Fórum como uma linguagem procedural enxuta, com

estrutura semelhante a linguagens C++ e Java, porém menos resistente (FORTA,

2000).

A WMLScript foi implementada para executar do lado do cliente pelo fato da

banda de dados ser limitada. É uma linguagem fracamente tipada, ou seja, seu tipo

pode ser alterado durante o seu ciclo de vida. Utilizada para criar cálculos básicos,

validar entrada de usuário, interação com aplicativos internos e externos ao

navegador, processamento local de informações, etc. (FORTA, 2000).

4.6.3 Java

Java é uma linguagem de programação orientada a objeto desenvolvida na

década de 90, por uma equipe de programadores chefiada por James Gosling18, na

empresa Sun Microsystems (DEITEL, 2005).

Diferentemente das linguagens convencionais, que são compiladas para código

nativo, a linguagem Java é compilada para um bytecode que é executado por uma

máquina virtual. A linguagem de programação Java é a linguagem convencional da

Plataforma Java, mas não sua única linguagem (DEITEL, 2005).

A linguagem Java foi projetada tendo em vista os seguintes objetivos:

Orientação a objetos;

Portabilidade;

Recursos de Rede;

Segurança (DEITEL, 2005).

Além disso, podem-se destacar outras vantagens apresentadas pela linguagem:

Sintaxe similar a C/C++;

Facilidades de Internacionalização;

Simplicidade na especificação, tanto da linguagem como do "ambiente" de execução (JVM);

É distribuída com um vasto conjunto de bibliotecas (ou APIs);

Possui facilidades para criação de programas distribuídos e multitarefa;

Desalocação de memória automática por processo de coletor de lixo;

18

James Gosling é um programador canadense, mais conhecido como o pai da linguagem de programação Java.

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Carga Dinâmica de Código (DEITEL, 2005).

Desde seu lançamento, em maio de 1995, a plataforma Java foi adotada mais

rapidamente do que qualquer outra linguagem de programação na história da

computação (DEITEL, 2005).

Em 2004 Java atingiu a marca de 3 milhões de desenvolvedores em todo

mundo. Java continuou crescendo e hoje é uma referência no mercado de

desenvolvimento de software. Java tornou-se popular pelo seu uso na internet e

hoje possui seu ambiente de execução presente em navegadores, mainframes,

sistemas operacionais, celulares, palmtops, cartões inteligentes etc. (DEITEL,

2005).

4.6.3.1 Java 3D

O Java 3D é uma API que possui diversas funcionalidades, das quais podemos

citar a sua utilização para a criação de ambientes 3D complexos, com

características como iluminação, texturas, ou ainda para o desenvolvimento de

jogos para celulares e computadores (BICHO et al., 2002).

Existem implementações de Java 3D para Windows, Linux e Mac OS X.

Através da implementação de hardware é possível uma melhora no

desempenho em se tratando de gráficos 3D. Isso é possível através do uso de

bibliotecas gráficas (BICHO et al., 2002).

Um gráfico de cena é uma estrutura hierárquica que descreve objetos e seus

relacionamentos entre si. Os modelos dos gráficos de cena são conhecidos como

árvores, cujos nós superiores dependem dos nós inferiores para se concretizarem.

A Figura 4.4 ilustra o modelo de gráfico da cena para Java 3D.

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Figura 4.4: Representação do gráfico de cena

Fonte: VALENTE, 2006

A hierarquia do objeto mostra que todos os gráficos de cena do Java 3D

começam com um Universo Virtual (Virtual Universe) como o nó da raiz, que se

conecta a um objeto local. O gráfico da cena abaixo deste (locale object) divide-se

em dois nós que representa o BranchGraph. O lado esquerdo do nó (BG) divide-se

em outros dois nós: Aparência e Geometria. Interessando, a este estudo, a

Geometria (BICHO et al., 2002).

Segundo o artigo de Bicho et. al, (2002), o Java 3D oferece pacotes, classes

que ajudarão na manipulação da geometria dos objetos a serem gerados. O

controle dessa geometria é fundamental para a construção da superfície (3d).

Portanto, são necessários que se conheçam os dados (elementos, coordenadas)

que compõem a geometria e, organizá-los em estruturas adequadas. Os objetos

podem ter sua malha criada a partir de pontos, linhas e triângulos. Estudos

realizados por programadores concluíram que a melhor forma de “estruturar”,

organizar a geometria para armazenamento dos dados é utilizando triângulos. Pois

permitem a manipulação de superfícies lineares ou não, além de otimizar a

renderização da imagem e de consumir menor quantidade de memória. A relação

entre os pontos dos triângulos utilizados na malha pode ser classificada como

triângulo strip, triângulo array. Ilustrado nas figuras abaixo.

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Figura 4.5: Representação de triângulos

Fonte: VALENTE, 2006

A API Java apresenta diversos pacotes para implementação de objetos 3D. Um

Pacote é um recurso que permite agrupar classes relacionadas, e a localização das

classes é facilitada pela capacidade de estruturação dos pacotes. Podem-se citar

alguns exemplos: java.lang, java.util, java.awt, entre outros (BICHO et al., 2002).

A API Java 3D possui construtores de alto nível os quais permitem a criação e

manipulação de objetos geométricos e a representação dos mesmos através do

grafo de cena. O grafo de cena 3D especifica os objetos do universo virtual. Os

programas podem ser criados como aplicação no desenvolvimento de jogos,

elaboração de interfaces e visualização de dados; como applet atuando como

suporte para Java 3D nos navegadores web. Ou até mesmo exercendo as duas

funções (BICHO et al., 2002).

4.6.3.2 Java ME

Java Plataform, Micro Edition, Java ME, ou ainda J2ME, é uma tecnologia que

possibilita o desenvolvimento de software para sistemas e aplicações embebidas

ou embarcadas, ou seja, toda aquela que roda em um dispositivo de propósito

específico, desempenhando alguma tarefa que seja útil para o dispositivo (BICHO

et al., 2002).

É a plataforma Java para dispositivos compactos, como celulares, PDAs,

controles remotos, e mais uma série de dispositivos. Java ME é uma coleção de

APIs do Java definidas através da JCP (Java Community Proccess) (BICHO et al.,

2002).

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A comunidade JCP adotou duas abordagens para especificar as necessidades

dos pequenos dispositivos, a sua arquitetura computacional.

Primeiro eles definiram o ambiente de execução JRE (Java Runtime

Environment), e um conjunto de classes básicas, chamadas de core, que operam

sobre cada dispositivo. Isso foi denominado Configurações. Uma configuração

define a JVM (Java Virtual Machine) para um pequeno e específico dispositivo

computacional. Há duas configurações para um dispositivo embarcado, uma para

dispositivos com maior capacidade computacional (do inglês High-End Consumer

Devices), denominado CDC (Connected Device Configuration). A outra com menor

capacidade computacional (do inglês Low-End Consumer Devices), denominado

CLDC (Connected Limited Device Configuration) (BICHO et al., 2002).

A segunda abordagem foi definida como um perfil. Um perfil consiste em um

conjunto de classes que possibilita ao desenvolvedor de software implementar as

aplicações de acordo com as características das aplicações dos pequenos

dispositivos computacionais. Foi denominado o MIDP (Mobile Information Device

Profile), oferecendo recursos como rede, componentes de interface,

armazenamento local, etc. (BICHO et al., 2002).

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5 O DESENVOLVIMENTO DO APLICATIVO

Neste capítulo se dá o desenvolvimento do aplicativo propriamente dito. Nesta

etapa do projeto serão aplicados todos os conceitos anteriormente abordados, de

forma a gerar, no final um protótipo de um aplicativo móvel, capaz de utilizar

imagens digitais 3D, como suporte ao diagnóstico médico.

Por ser uma tarefa extremamente complexa, ela será dividida em diversas

etapas, que se sucederão, até que se tenha um protótipo funcional.

O protótipo de software desenvolvido neste trabalho é uma aplicação que

reconstrói imagens digitais em 3D, para o auxílio ao diagnóstico médico. Esta

aplicação deve ser utilizada em dispositivos móveis que suportem a tecnologia

Java

Ao desenvolver o protótipo, sempre se teve em mente possibilitar ao usuário do

dispositivo móvel, uma forma rápida e eficiente de obter todos os dados referentes

à imagem digital médica, como os dados do paciente, o dispositivo onde a imagem

foi gerada, entre outros.

5.1 Visão Geral do Sistema

A figura 5.1 apresenta a visão geral do sistema. Em termos gerais o sistema

consiste em:

Uma base de dados modelada com base no conjunto de informações

selecionado para o prontuário eletrônico do paciente e na imagem do

exame;

Uma aplicação web para a inserção, edição e visualização dos dados do

prontuário do paciente, além das imagens digitais;

Um serviço de troca de mensagens do padrão DICOM, que possibilita a

consulta, por parte de uma aplicação externa, às informações do

prontuário do paciente (AUTORIA PRÓPRIA).

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Figura 5.1: Visão Geral do Sistema

Fonte: Autoria própria

5.1.1 Diagramas de Casos de Uso

O prontuário do paciente no sistema PEP foi dividido em dois módulos:

Dados demográficos: dados de identificação e de contato do paciente;

Histórico médico: lista de eventos (atendimentos). Para cada evento: lista de

diagnósticos do evento, lista de exames do evento e lista de procedimentos

médicos do evento.

Para o sistema WEB foram previstos três tipos de atores (usuários):

Atendente: pode cadastrar novos pacientes, listar pacientes e editar os dados

demográficos do paciente.

Médico: pode listar paciente e editar os dados demográficos do paciente; pode

listar editar e cadastrar novos dados no histórico médico do paciente.

Administrador do Sistema: pode realizar qualquer operação no sistema.

A figura 5.2 ilustra os casos de uso para estes atores, considerando os dois

módulos do prontuário do paciente.

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Figura 5.2: Diagrama de Casos de Uso: Módulos

Fonte: Autoria própria

O módulo do histórico médico do paciente estende o módulo de dados

demográficos, pois é no módulo de dados demográficos que está à funcionalidade

de listar os pacientes e selecionar o paciente para edição. Uma vez no cadastro do

paciente, o usuário pode então editar os dados do histórico médico do paciente.

Na figura 5.3 ilustra os casos de uso do módulo de dados demográficos do

paciente. Neste módulo podem-se listar os pacientes, cadastrar um novo paciente

ou selecionar um paciente para ser editado.

Figura 5.3: Diagrama de Casos de Uso: Dados Demográficos

Fonte: autoria própria

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A figura 5.4 ilustra os casos de uso do módulo do histórico médico do paciente.

Para facilitar a visualização, o ator Médico foi associado ao módulo inteiro, e

não a cada caso de uso, significando que ele tem acesso a todos os casos de uso

contidos no módulo.

Após selecionar o paciente a ser editado no módulo de dados demográficos do

paciente, o usuário tem acesso ao módulo do histórico médico do paciente, onde

aparece a lista de eventos deste paciente. O usuário pode cadastrar um novo

evento ou selecionar um evento da lista para edição.

Uma vez selecionado um evento, este possui uma lista de diagnósticos, uma

lista de exames e uma lista de procedimentos médicos. O usuário pode então

cadastrar novo diagnóstico ou selecionar um diagnóstico da lista para edição. Do

mesmo modo, o usuário pode cadastrar um novo exame ou selecionar um exame

da lista para edição. Finalmente o usuário pode também cadastrar um novo

procedimento médico ou selecionar um procedimento médico da lista para edição.

Figura 5.4: Diagrama de Casos de Uso: Histórico Médico

Fonte: autoria própria

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A figura 5.5 ilustra o caso de uso do módulo de exames do paciente. Neste

módulo podem-se listar os exames dos pacientes, visualizar os exames, cadastrar

os pacientes, caso seja só uma análise de um paciente, assim como cadastrar os

dados do paciente.

Figura 5.5: Diagrama de Casos de Uso: Visualizar Imagens

Fonte: autoria própria

A figura 5.6 ilustra o acesso do laboratório onde foi realizado o exame, a fim de

evitar problemas com a veracidade dos dados.

Figura 5.6: Diagrama de Casos de Uso: Acessar Banco de Dados

Fonte: autoria própria

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A figura 5.7 ilustra o caso de uso onde o médico acessa a base de dados do

sistema, para verificar a consistência dos dados recebidos.

Figura 5.7: Diagrama de Casos de Uso: Acessar Banco de Dados

Fonte: autoria própria

5.1.2 Diagrama de Classes

O diagrama de classes ilustrado na Figura 5.8 descreve as entidades (entities).

Entidades são as classes que encapsulam os dados do sistema a serem

persistidos no banco de dados. Foram omitidos os métodos destas classes, pois

são apenas getters e setters, não executando nenhuma ação interessante, a não

ser alguma eventual validação ou conversão de valores.

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Figura 5.8: Diagrama de Classe

Fonte: Autoria própria

5.2 Arquitetura de Funcionamento do Sistema do Protótipo

Esta seção descreve a arquitetura típica de uma aplicação móvel para

dispositivos móveis. Normalmente as aplicações que seguem este modelo se

dividem em três camadas: apresentação, negócios e acesso a dados.

Na Camada de Apresentação, serão apresentados os controles tradicionais de

sistemas como caixas de texto e outros, utilizados para reunir e exibir os dados do

usuário.

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Na Camada de Negócios é reunido um conjunto de objetos que contém negócio

e a lógica da aplicação, como a reutilização de objetos, projeto de objetos (entidade

em um cenário do dia a dia da aplicação), entre outros.

E na Camada de Acesso a Dados, é reunido o objeto de acesso aos dados

(responsável por fornecer funções de manipulação de banco de dados) e o próprio

banco de dados.

5.3 Principais Requisitos do Protótipo

Alguns requisitos devem estar presentes no protótipo para ser realizada a

especificação. Estes requisitos correspondem a algumas características que o

protótipo precisa ter para alcançar o resultado esperado. Os requisitos principais do

protótipo são:

Será desenvolvido para operar sobre um ambiente que suporte aplicativos Java ME.

Irá armazenar em memória, as informações referentes ao paciente e ao exame.

Será compatível com os conceitos de PEP19

(Prontuário Eletrônico do Paciente) e RES

20 (Registro Eletrônico de Saúde).

O usuário poderá visualizar partes da imagem digital.

O usuário também poderá consultar o prontuário do paciente simultaneamente à imagem digital.

O aplicativo ainda permitirá ao usuário, contato, via SMS, tanto com outros médicos, como com o paciente (AUTORIA PRÓPRIA)

5.4 Especificações do Protótipo

O processo principal que forma o protótipo foi representado utilizando a

metodologia de especificação denominada fluxogramação21. A ferramenta

Microsoft Visio 2010 foi utilizada para auxiliar na construção do fluxograma.

19

PEP - Prontuário Eletrônico do Paciente é um modelo de prontuário médico digital padronizado. 20

RES - O Registro Eletrônico de Saúde que permite o armazenamento e o compartilhamento seguro das informações de um paciente. 21

Fluxogramação é um processo que visa facilitar as operações e a delegação de responsabilidades dentro da empresa. Serve para organizar, de forma gráfica, as rotinas e os padrões de cada etapa, facilitando a execução das tarefas.

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127

Na tabela 5.1 são enumerados os subprocessos juntamente com a descrição

de cada um deles.

Tabela 5.1: Sub Processos do Protótipo

Nome Descrição

Processo A Verifica Login

Processo B Exibe Usuário

Processo C Exibe PEP

Processo D Visualiza Imagem

Processo E Envia SMS

Processo F Atualiza BD

Processo G Envia PEP

Processo H Gera Log

Fonte: Autoria Própria

A figura 5.9 apresenta uma especificação genérica do protótipo.

Figura 5.9: Especificação Genérica do Protótipo

Fonte Autoria Própria

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5.5 Implementação do Protótipo

Nos tópicos a seguir serão descritas as ferramentas que foram utilizadas na

implementação e o funcionamento do protótipo.

5.5.1 Ferramentas Utilizadas na Implementação

Para a implementação do protótipo foi utilizada a linguagem Java, com o suporte

da API Java 3D e a IDE NetBeans, e o ambiente de desenvolvimento Nokia Mobile

Internet Toolkit.

O Nokia Mobile Internet Toolkit (figura 5.10) vem com um emulador para celular,

no qual o protótipo foi baseado e desenvolvido, e dispõe de um editor integrado

para scripts, no entanto, por uma questão de produtividade, parte do

desenvolvimento se dará também com o framework NetBeans, que será utilizado

para escrever o código Java 3D.

Figura 5.10: Nokia Mobile Internet Toolkit

Fonte: TERUEL, 2010

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5.5.2 Operacionalidade do Protótipo

Nesta seção são apresentadas as telas do sistema, com breves descrições de

suas funcionalidades. Não serão mostradas as telas de cadastro para a inclusão de

novos dados, apenas as telas de cadastro para edição dos dados, pois estas

últimas são idênticas as primeiras, estando nas primeiras os campos vazios para o

preenchimento dos dados novos. As telas aqui mostradas foram

A figura 5.11 ilustra a tela inicial do sistema. O menu fica na parte superior, com

as opções “Início”, “Pacientes”, “Usuários” e “Login”. Como o usuário ainda não

está logado no sistema, o usuário deve escolher a opção “Login” (canto superior

direito da tela), sendo redirecionado para a tela de login.

Figura 5.11: Tela inicial: antes do login Fonte: Autoria própria

A figura 5.12 ilustra a tela de login. O usuário deve informar o seu login e sua

senha e clicar no botão [Login], sendo então redirecionado para a tela inicial.

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Figura 5.12: Tela de Login

Fonte: Autoria própria

A Figura 5.13 ilustra a tela inicial com o usuário logado no sistema. Agora o

usuário pode acessar qualquer um dos menus sem problemas (desde que tenha

acesso, no caso o usuário admin tem acesso a tudo no sistema). No menu, a

opção “Início” retorna sempre a esta tela. A opção “Pacientes” redireciona para a

tela de listagem de pacientes. Já a opção “Usuários” redireciona para a tela de

listagem de usuários. Note que agora no canto superior direito da tela está a opção

“Sair”, a qual faz o logout do usuário no sistema.

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Figura 5.13: Tela inicial: após o login Fonte: autoria própria

A Figura 5.14 ilustra a tela de cadastro dos pacientes. Clicando-se no botão

[Novo Paciente] abre a tela de cadastro do paciente. Clicando-se no nome de

algum paciente da lista abre a tela de cadastro do paciente com os seus dados

para a edição.

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Figura 5.14: Cadastro de Pacientes Fonte: Autoria própria

A Figura 5.15 ilustra a tela de cadastro de diagnóstico. O tipo de diagnóstico é

cadastrado via digitação pelo usuário. Esses dados são recebidos/enviados pelo

próprio aplicativo.

Figura 5.15: Cadastro de Diagnóstico Fonte: autoria própria

A Figura 5.16 ilustra a tela de visualização de imagens. Nesta tela o usuário

poderá visualizar as imagens digitais 3D, em forma de animação.

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Figura 5.16: Tela de visualização de imagens Fonte: Autoria própria

5.5.3 Criação das Classes do Protótipo

Para fazer a conversão das imagens digitais em 3D em objetos, se faz

necessário a construção de classes que permitam a manipulação da imagem, de

forma a identificar os elementos em cena e diferenciar os órgãos, de fluídos

corpóreos, outros elementos do corpo e os tumores cancerígenos.

Este tipo de objeto exige certo grau de realismo, como a detecção de colisão e a

deformação das células cancerígenas, entre outras, para facilitar a localização e

até o seu tipo, pelo exame.

Para isso, segundo Vinícius et al., (2012), o desenvolvedor se utiliza de um

modelo de componentização, que nada mais é se criar um repositório onde são

adicionados os comportamentos dos objetos. E as classes que representam esses

objetos herdam suas características de uma classe principal, chamada

ApplicationObject, que pode ser entendido como um container reusável de

funcionalidades e atributos básicos, como posição e orientação. E cada

comportamento é encapsulado em uma classe que herda de uma classe comum.

Dessa maneira, a classe ApplicationObject se liga apenas a uma classe genérica,

chamada Component, que faz com que cada objeto seja formado por um conjunto

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de componentes, cada um com suas características específicas. As classes que

serão utilizadas nesse projeto são:

SpriteRendererComponent: componente responsável por aplicar em uma

ApplicationObject uma textura através de arquivos que contêm os sprites22

AnimationComponent: com base nos sprites carregados com o componente

SpriteRendererComponent, o AnimationComponent tem a função de definir as

configurações das animações que a ApplicationObject terá, como frequência de

repetição e ordem dos sprites a serem renderizados23.

PhysicsComponent: para todo objeto que deverá interagir com os demais objetos

e que precisam simular a física do mundo real, este componente deverá ser

adicionado.

TileMapComponent: componente responsável por carregar e manipular tilemaps24

no cenário.

ButtonComponent: componente responsável por definir um botão no jogo que

poderá ser instanciado com duas imagens(uma para representar o botão

pressionado e outra que representa o botão não pressionado).

TouchComponent: componente que poderá ser utilizado para capturar

inputs(entradas) do aplicativo do tipo touchsreen.

TransformComponent: componente responsável por encapsular as posições x, y,

e do ApplicationObject.

BoxCollider: delimita uma região para representar a área física ocupada por um

ApplicationObject.

22

Sprite - É uma imagem usada para representar um objeto, em um ambiente virtual. Pode ser um objeto propriamente dito ou um elemento de interface, como um botão ou menu. 23

Renderização – Significa converter uma série de símbolos gráficos num arquivo visual, ou seja, "fixar" as imagens num vídeo, convertendo-as de um tipo de arquivo para outro, ou ainda "traduzir" de uma linguagem para outra. 24

TileMap – São uma técnica para compor ambientes, com matrizes bidimensionais, na qual cada elemento é um ponteiro para um Sprite em uma folha de sprites, que serão construídos para se encaixarem, assim economizando espaço dentro da aplicação.

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MainLevel: Essa classe representa o ambiente onde as imagens serão

visualizadas. Normalmente ela herda e implementa de uma classe superior, o

método de inicialização do ambiente virtual.

ApplicationObjectFactory: Essa classe é responsável por criar os

ApplicationObject, que serão inseridos no ambiente pelo método

addApplicationObject.

DragandDropComponent: Esse componente serve, em conjunto com o

componente TouchComponent, para podermos arrastar e soltar os objetos.

Quando o TouchComponent for inserido em um objeto, ele registra os eventos de

toque na tela, onTouchBegin (início do toque), onTouchStay (continua tocado) e

onTouchEnd (fim do toque). E cada um desses eventos indica a posição que o

objeto foi tocado. E o componente DragandDropComponent trata cada um desses

eventos de acordo com sua ação sobre o objeto: no onTouchBegin, ele só marca a

posição inicial do objeto. No evento onTouchStay, ele marca a posição onde houve

o toque, criando o efeito de arrastar. E no evento onTouchEnd, ele registra a

posição final do objeto.

EnumApplicationState: Essa classe é responsável por manter os estados dos

objetos dentro da aplicação organizados.

ApplicationControllerComponent: Essa classe é responsável por determinar o

comportamento de cada estado do objeto no ambiente e as trocas de estado do

mesmo. Ela vai utilizar os estados criados na classe EnumApplicationState para

controlar o fluxo de dados na aplicação.

MarchingCubesAlgorithmApplication: Essa classe será responsável por fazer a

identificação, reconstrução e descrição do nódulo, instanciando um objeto

ApplicationObject através do método GlobalMeasure (CARVALHO e SILVA, 2002)

Através da implementação do algoritmo Marching Cubes, o aplicativo será

capaz de determinar as dimensões do nódulo cancerígeno, suas características e

sua localização (CARVALHO e SILVA, 2002).

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5.5.4 Detalhes da Implementação

Para desenvolver o código em J2ME, obrigatoriamente, deve-se ter instalada a

plataforma Java. Além disso, convém usar um emulador de celulares para testar a

aplicação (CENZI et.al., 2008).

A Sun Microsystems, Inc. fornece gratuitamente um ambiente de

desenvolvimento que emula dispositivos móveis, o Sun Java Wireless Toolkit for

CLDC hoje na versão 2.5.2, que emula um aparelho celular executando um

programa carregado a partir de um arquivo .java (CENZI et al., 2008).

Na Figura 5.17, exibe-se este emulador.

, Figura 5.17: Interface do emulador J2ME

Fonte: CENZI et.al., 2008

O código pode ser escrito em qualquer editor de texto, até mesmo no bloco de

notas, no entanto o ideal é fazê-lo em um editor próprio, pois a programação torna

mais fácil e rápida, evitando erros de sintaxe que geram erros na compilação

(CENZI et.al., 2008).

Para usufruir destas funcionalidades o ambiente de desenvolvimento escolhido

foi o NetBeans, na versão 6.9.1. Este ambiente oferece a vantagem da utilização

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da API Java ME, específico para a programação em J2ME e que permite a

integração com o Wireless Toolkit (CENZI et al., 2008).

Aplicativos desenvolvidos com o perfil MIDP são chamados midlets, e são

construídos a partir da classe MIDlet. Uma aplicação móvel é composta por uma ou

mais midlets empacotadas em um arquivo Java Archive (JAR) e um arquivo

descritor da aplicação Java Application Descriptor (JAD), formando um conjunto

chamado MIDlet Suite ou Conjunto de Midlets. Uma midlet passa por várias fases e

assume três estados diferentes durante a sua execução. E é esse arquivo JAR que

será enviado ao dispositivo móvel, com as informações referentes à imagem

médica, os dados do PEP, os dados do emitente e outras informações, conforme a

figura 5.18.

Figura 5.18 - Fluxo da aplicação na Web.

Fonte: Autoria própria.

A transferência de dados entre o dispositivo móvel e o servidor se daria quando

o aplicativo fizesse uma solicitação HTTP POST ou via gateway WAP, solicitando

informações para o servidor Web, que receberia essa solicitação e responderia

enviando o arquivo solicitado para o aplicativo no dispositivo móvel.

Todo o acesso de banco de dados é realizado por objetos da classe Mobile

Application.DAO, a classe DtConStr seria utilizada para pesquisar a string de

conexão de banco de dados, que então seria passada pelos objetos de negócio à

classe resSQL.

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A base de dados do servidor de dados PEP pode ser implementada utilizando

qualquer SGBD. Para o modelo proposto a plataforma escolhida foi o MySQL, por

ser gratuito e robusto.

Para o servidor de imagens que será acessado pelo usuário, o mais indicado

seria um sistema de armazenamento baseado nas nuvens (cloud computing),

através de um Web Service25, que faria a sincronização dos dados dos servidores

PEP, como os servidores de imagens e o s dispositivos móveis, utilizando SOAP26.,

fazendo com que o sistema seja portável em qualquer plataforma.

25

Web Service é uma solução utilizada na integração de sistemas e na comunicação entre aplicações diferentes. Com esta tecnologia é possível que novas aplicações possam interagir com aquelas que já existem e que sistemas desenvolvidos em plataformas diferentes sejam compatíveis 26

SOAP -Simple Object Access Protocol ou Protocolo Simples de Acesso a Objetos é um protocolo para troca de informações estruturadas em uma plataforma descentralizada e distribuída.

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139

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não resta dúvida de que estamos vivendo a plenitude da era da informação e

da gestão do conhecimento. Neste cenário, as inovações tecnológicas e a rapidez

com a qual se consolida a sua evolução contribuem de forma impactante na

transformação dos métodos de pesquisa e desenvolvimento de novos recursos

para auxiliar a medicina em sua constante batalha contra as enfermidades que

afligem a humanidade.

É indiscutível a importância da mobilidade nos dias atuais. A demanda por

informações pessoais e corporativas em tempo real pode ser atendida com os

recursos oferecidos pelos equipamentos móveis disponíveis na atualidade.

A motivação deste projeto foi desenvolver e difundir a tecnologia de manipulação

e visualização de exames médicos através de um software específico, de baixo

custo, que funcionem em dispositivos móveis, voltados a este ambiente e

direcionados a solução de problemas reais de diferentes especialidades médicas.

Atualmente, as imagens provenientes dos exames de estações de trabalho

médicas, são manipuladas pela maioria dos profissionais da medicina somente

através de equipamentos localizados em ambiente clínico-hospitalar. Isto limita

bastante a análise e diagnóstico dos casos, uma vez que os médicos estão

restritos àquelas imagens que foram impressas, sem que possam visualizar o

exame de outros ângulos ou realizar medidas quantitativas sobre as estruturas

presentes nas imagens.

Alguns profissionais da área médica fazem uso dos softwares de reconstrução

de imagens em 3D e análise quantitativa presentes nas estações acopladas aos

tomógrafos e ressonadores. No entanto, a grande dificuldade advém do fato de não

se poder manipular estes exames em outro ambiente que não aquele das estações

acopladas. É fundamental que os exames possam ser transportados e

disponibilizados para manipulação e análise em outras estações, de mais baixo

custo, que possam ser distribuídas em diferentes pontos dos hospitais e

consultórios médicos.

Esta pesquisa mostrou que o desenvolvimento software de auxílio ao diagnóstico

médico, baseado em imagem digital 3D, que rode em dispositivos móveis, não só é

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possível, com também é plenamente viável, embora exija do desenvolvedor um

considerável grau de conhecimento em diversas áreas do saber, além do suporte

de profissionais da área médica, para garantir a eficiência do aplicativo.

A pesquisa esclarece que esse desenvolvimento é bastante complexo e

necessita de um amplo e profundo trabalho de pesquisa no que se refere aos

recursos e limitações dos dispositivos móveis, já que eles funcionam de forma

diferente aos PCs.

Também devemos atentar para as características dos elementos a serem

analisados, principalmente tumores cancerígenos, e sua representação em

imagens 3D, e com estas imagens podem ser reconstruídas e analisadas em

softwares voltados a dispositivos móveis.

Em última análise, uma das maiores vantagens, além da integração do uso da

informática na saúde, é a rapidez com que o médico pode analisar a imagem

digitalizada, em qualquer lugar, o que é de muita importância em um país de

dimensões continentais com o Brasil.

Finalmente, considera-se que o objetivo desta pesquisa foi alcançado, embora

não tenha sido possível desenvolver um protótipo funcional, devido a falta de

tempo, pois levantou importantes informações a respeito do tema, contextualizou-

os e promoveu uma reflexão sobre o tema proposto. Entretanto, é fundamental

reconhecer que o assunto não está esgotado, pois a cada dia que passa as

tecnologias evoluem e novas possibilidades se abrem tanto no estudo teórico

quanto em aplicações práticas.

Portanto sugere-se para trabalhos futuros e para continuidade deste estudo o

desenvolvimento de ferramentas tecnológicas, que não só ampliem a capacidade

dos aplicativos para dispositivos móveis, como também se estendam as estações

da captação de imagem médica, pensando sempre em equipamentos de baixo

custo, eficiência e boa portabilidade.

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