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TAXA DE DETECÇÃO DE ADENOMA NO SERVIÇO DE
ENDOSCOPIA DIGESTIVA EM UM HOSPITAL DE CURITIBA
Fabrício Grenteski, José Guilherme Agner Ribeiro, José Anderson Feitoza, Thelma L Skare; Hospital Universitário Evangélico
Mackenzie, Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná; Curitiba, Paraná
1. KAMINSKI, Michal F. et al. Quality Indicators for Colonoscopy and the Risk of Interval Cancer. New England Journal Of Medicine, [s.l.], v. 362, n. 19, p.1795-1803, 13 maio 2010. Massachusetts Medical Society.
2. REX, Douglas K et al. Quality Indicators for Colonoscopy. American Journal Of Gastroenterology, [s.l.], v. 110, n. 1, p.72-90, jan. 2015. Ovid Technologies (Wolters Kluwer Health).
3. CARDOSO, Daniela Medeiros Milhomem; BOTACIN, Marco Aurélio Silveira; MEKDESSI, Marilia Adriano. ADENOMA DETECTION RATE EVALUATION AND QUALITY OF COLONOSCOPY IN THE CENTER-WEST REGION OF
BRAZIL. Arquivos de Gastroenterologia, [s.l.], v. 54, n. 4, p.315-320, 21 set. 2017.
4. DIAMOND, Sarah J. et al. Adenoma detection rate increases with each decade of life after 50 years of age. Gastrointestinal Endoscopy, [s.l.], v. 74, n. 1, p.135-140, jul. 2011. Elsevier BV.
Referências
Em 2018, 880.792 pessoas morreram de Câncer Colorretal
(CCR) no mundo (FERLAY et al., 2018). A incidência do CCR
pode variar conforme a região do planeta, sendo mais comum na
Austrália e Nova Zelândia, Europa e América do Norte, ao passo
que na África, Ásia central, possuem as incidências mais baixas
(CENTER et al., 2009). .
No Brasil e no mundo é o terceiro tipo de câncer mais comum
em homens e o segundo em mulheres (INCA, 2017).
A frequência com que adenomas são detectados em pacientes
assintomáticos de risco intermediário, chamada Taxa de detecção
de Adenoma (TDA), é um importante instrumento de avaliação
da qualidade da colonoscopia e do rastreamento do CCR. Quanto
maior a TDA, menor é a incidência do câncer de intervalo
INTRODUÇÃO
Foram selecionados um total de 311 pacientes. Destes, 186
eram do sexo feminino (59,8%) e 125 do sexo masculino
(40,1%). Os limites de idades estabelecidos foram de 50 a 90
anos e os pacientes foram subdivididos em dois grupos etários:
acima ou igual a 60 e abaixo de 60 anos. A Mediana da idade foi
de 62 anos (56-69). 125 pacientes (40,1%) tinham idade inferior
a 60 anos e 186 (59,8%) tiveram idade acima de 60 anos. (Tabela
1)
A TDA foi de 26,5%. A TDA masculina foi de 30,5% e a
feminina de 23,7%. A TDP encontrada foi de 32,5%.
Os exames foram completos em 86,1% das colonoscopias e o
preparo intestinal foi considerado adequado em 84,8%. Em
relação a progressão do aparelho, foi notado que 93,5% dos
exames adequados tiveram progressão completa contra apenas
44,6% dos exames inadequados (p<0,0001).
Quanto aos tipos histológicos, 21,8% dos pacientes
apresentaram displasia de baixo grau, e 5,9% com displasia de
alto grau. Adenoma tubular com displasia de baixo grau foi o
mais frequente dentre os pacientes com pólipos (52,3%). Os
outros tipos histológicos em ordem de frequência foram: Pólipo
hiperplásico (37,53%), Adenoma serrilhado com displasia de
baixo grau (12,67%), Adenoma tubular com displasia de alto
grau (11,38%), Adenoma túbulo viloso com displasia de alto
grau (6,7%). (Gráfico 1)
Pólipos e adenomas foram mais frequentes em cólon distal
(p=0,0058) e o tamanho elevado do pólipo foi associado a
displasia de alto grau (p=0,008). (Gráfico 2)
O grupo etário acima ou igual a 60 anos apresentou mais
pólipos e adenomas em relação ao grupo abaixo de 60 anos
(p=0,014). Não houve diferença significativa entre o tipos
histológicos dos pólipos em relação ao sexo.
OBJETIVOS
Trata-se de um estudo descritivo, observacional e
retrospectivo realizado com base nos dados contidos em
prontuários eletrônicos de pacientes que foram submetidos a
colonoscopia de rastreio entre os anos 2015 até 2018.
Apenas as colonoscopias de rastreio foram consideradas no
estudo. Pacientes com idade inferior a 50 anos, sintomáticos ou
com histórico familiar de CCR, exames sem indicação específica
e falta de informações nos prontuários foram excluídos da
análise.
Os exames realizados no período da tarde tiveram o preparo
intestinal com laxativos dividido em um dia antes e no mesmo
dia. Já as colonoscopias realizadas pela manhã, o preparo só foi
realizado no dia anterior.
Os preparos dos cólons definidos como “bom”, “adequado”,
“regular”, “excelente”, “ótimo” foram classificados em preparos
adequados, e os preparos “ruim”, “inadequado”, “mal”,
“péssimo” em preparos inadequados.
Foi adotado Ceco, Cólon ascendente, Cólon transverso,
Flexuras hepática e esplênica como Cólon proximal; Cólon
descendente, Cólon sigmoide, Reto alto, médio e baixo como
Cólon distal.
O exame foi considerado completo quando pode ser visto a
válvula ileocecal.
MÉTODOS
O estudo mostra TDAs no serviço de endoscopia do hospital
analisado de acordo com as preconizadas tanto pela Sociedade
Americana de Endoscopia Gastrointestinal quanto o Colégio
Americano de Gastroenterologia (ASGE/ACG).
A taxa de intubação cecal foi ótima nos pacientes com
preparo intestinal considerado adequado.
Padronizações para obter um melhor preparo do cólon e
aumentar assim o número de índice de exames completos pode
auxiliar no aumento da TDA e atuar na diminuição da incidência
de câncer de intervalo.
CONCLUSÃO
Estabelecer a Taxa de Detecção de Adenoma (TDA) no
serviço de endoscopia digestiva do Hospital Universitário
Evangélico Mackenzie, além de estabelecer análise sobre as
condições de preparo, intubação cecal e a epidemiologia dos
pólipos.
RESULTADOS
52,30%
37,53%
12,67% 11,38%
6,70%
Adenomatubular DBG
PólipoHiperplásico
Adenomaserrilhado DBG
Adenomatubular DAG
Adenomatúbulo viloso
DAG
Tipos Histológicos
Variável N ou limites % ou tendência
central
Sexo
feminino/masculino186/125 59,8% / 40,1%
Idade (anos) (IQR) 50-90 Mediana de 62
Faixa etária <60/>60
(anos)125/ 186 40,1% / 59,8%
Progressão do
aparelho
Incompleta =43/311
Completa = 268/31113,8%
86,1%
Preparo Adequado – 264/311
Inadequado – 47/31184,8%
15,1%
Pólipos
(Taxa de detecção de
pólipos no total)
Sem – 216/311
Com – 95/311
69,4%
30,4%
TABELA 1 - Variáveis
GRÁFICO 1 – Prevalência dos tipos histológicos por pacientes
que foram detectados pólipos. (DAG = displasia de alto grau;
DBG = displasia de baixo grau.)
GRÁFICO 2 – Displasia e tamanho do pólipo (p=0,008). (DAG
= displasia de alto grau; DBG = displasia de baixo grau).
DBG DAG
FONTE: o autor
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