tarefa 2 sessão 6 def
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O MODELO DE AUTOAVALIÇÃO DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES METODOLOGIAS DE OPERACIONALIZAÇÃO (Conclusão)
Maria Teresa Semedo Dezembro 2009
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INTRODUÇÃO Para a realização da análise e comentário crítico à presença de referências no que respeita às Bibliotecas Escolares
(BE), nos Relatórios de Avaliação Externa das Escolas e Agrupamentos que acompanho, e em virtude da maioria integrar
este processo no presente ano lectivo, optámos por analisar Escolas e Agrupamentos com as seguintes características:
Escolas de vários níveis de ensino – duas Escolas Secundárias c/ 3.º Ciclo, uma Escola Secundária, e um
Agrupamento de Escolas que dispõe de duas BE, uma na sede de Agrupamento (EB23) e outra numa EB1 do
Agrupamento;
Escolas e Agrupamentos que integraram o processo de Avaliação Externa nos anos lectivos de 2006/2007,
2007/2008 e 2008/2009;
Escolas e Agrupamentos que integraram a Rede de Bibliotecas Escolares desde 1999 a 2005.
Todas as Escolas/Agrupamentos mencionadas anteriormente são acompanhadas por mim desde 2006/2007.
Analisando os tópicos que constam nos Relatórios de Avaliação Externa das Escolas/Agrupamentos referidos
anteriormente, optámos por registar os itens ao nível de cada tópico onde é feita a referência às BE, apresentando os
resultados nas tabelas seguintes:
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AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS IGE ESCOLAS / AGRUPAMENTOS
ITENS QUE INCLUEM REFERÊNCIAS À BE ESCOLA SECUNDÁRIA C/ 3.º CICLO MOUZINHO DA SILVEIRA - PORTALEGRE
II CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE GESTÃO
Não é referenciada a existência da Biblioteca Escolar.
IV AVALIAÇÃO POR DOMINIO – CHAVE “As componentes lectivas e experimentais, bem como as dimensões culturais e sociais estão incorporadas na oferta educativa da escola, sendo complementadas pelos projectos e clube, dos quais se realçam: “Clube do Inglês”...Biblioteca Escolar...”
2.4. Abrangência do currículo e valorização dos saberes e das
aprendizagens
3.3. Gestão dos recursos materiais e financeiros
“A dimensão da Biblioteca não faculta a exposição condigna do seu acervo documental, aguardando a escola as prometidas e indispensáveis obras de beneficiação”.
4.4. Parcerias, protocolos e projectos
“A Escola desenvolve os projectos mencionados no ponto 2.4 e outros adstritos a turmas especificas – “Festas Participadas”, ..., estando ainda envolvida nos projectos das Bibliotecas Escolares e das TIC”.
5.1. Auto-avaliação
“No presente ano lectivo, por iniciativa do órgão de gestão, foram lançados inquéritos, junto da comunidade escolar, para auscultar a sua opinião sobre a qualidade do serviço prestado nos Blocos de aula, Bufete, Reprografia...Biblioteca...As conclusões obtidas conduziram a uma redefinição de objectivos e à redistribuição de serviços, tendo-se repercutido na classificação a atribuir aos funcionários, no âmbito da sua avaliação.”
Ano de integração na RBE – 1999; Data da avaliação externa – Março 2007
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AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS IGE ESCOLAS / AGRUPAMENTOS
ITENS QUE INCLUEM REFERÊNCIAS À BE AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ARRONCHES
II CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE GESTÃO
É referenciada a existência das duas BE que servem o Agrupamento. Uma na EB23 e outra numa EB1 do Agrupamento.
IV AVALIAÇÃO POR DOMINIO – CHAVE “A escola dispõe de salas climatizadas para actividades nos domínios da Educação Visual, Tecnológica e Musical, de duas salas para as TIC e de uma Biblioteca integrada na Rede Nacional de Bibliotecas escolares, com computadores destinados a actividades de natureza lúdica e de pesquisa.”
3.3. Gestão dos recursos materiais e financeiros
4.4. Parcerias, protocolos e projectos
“...Rede Nacional de Bibliotecas Escolares...”
Ano de integração na RBE – 2003; Data da avaliação externa – Janeiro 2008
NOTA: No Contraditório ao relatório da Avaliação Externa não é feita qualquer menção relativa às BE do agrupamento e suas potencialidades no que concerne aos índices de literacia, ao sucesso escolar e ao trabalho colaborativo com os docentes.
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AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS IGE ESCOLAS / AGRUPAMENTOS
ITENS QUE INCLUEM REFERÊNCIAS À BE ESCOLA SECUNDÁRIA S. LOURENÇO - PORTALEGRE
II CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE GESTÃO
É referenciada a existência da Biblioteca/ Centro de Recursos.
IV AVALIAÇÃO POR DOMINIO – CHAVE “A Biblioteca/Centro de Recursos sofreu obras de melhoramento. A ligação de duas salas permitiu o aumento da área ocupada, embora continue a ser exígua, atendendo ao acervo documental existente e ao número de utilizadores. Também, os computadores disponíveis, com vários anos, não viabilizam a execução a execução de trabalhos que implicam a pesquisa na internet. A sua localização, em andar superior, dificulta a acessibilidade de alunos com mobilidade condicionada ”
3.3. Gestão dos recursos materiais e financeiros
4.3. Abertura à inovação
“...o uso efectivo dos equipamentos e das novas tecnologias de comunicação ainda não se generalizou. Na realidade, os computadores existentes na Biblioteca/Centro de recursos estão desactualizados, não respondendo às necessidades dos utentes, ...”
Ano de integração na RBE – 1999;
Data da avaliação externa – Fevereiro 2008
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AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS IGE ESCOLAS / AGRUPAMENTOS
ITENS QUE INCLUEM REFERÊNCIAS À BE ESCOLA SECUNDÁRIA C/ 3.º CICLO CAMPO MAIOR
II CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE GESTÃO
É referenciada a existência da Biblioteca escolar.
3. Organização e gestão escolar
“A Biblioteca, espaço de aprendizagem por excelência, proporciona aos alunos aprendizagens dirigidas e lúdicas, enquadradas na estrutura curricular e nas competências gerais....”
4. Liderança
“ A Biblioteca, em termos de espaço e dos serviços que presta, surge referida como a maior inovação.”
IV AVALIAÇÃO POR DOMINIO – CHAVE “...quando solicitados a abandonar a sala de aula...os alunos vão para a biblioteca ou para salas de estudo...” 1.3. Comportamento e disciplina 2.4. Abrangência do currículo e valorização dos saberes e das
aprendizagens.
“A dimensão artística sobressai em actividades de Enriquecimento Curricular e na Área de Projecto de que são exemplo o desporto Escolar, o Clube de Teatro, a Biblioteca...”
3.3. Gestão dos recursos materiais e financeiros
“A Biblioteca, espaço de aprendizagem por excelência, proporciona aos alunos aprendizagens dirigidas e lúdicas, enquadradas na estrutura curricular e nas competências gerais, contribuindo para o desenvolvimento do Plano Nacional de Leitura. Dinamiza um vasto leque de actividades, alicerçadas nos vectores do Projecto Educativo (feira do livro, recepção a escritores e ilustradores, concursos de ortografia). O seu horário, das 8h às 22h30, cobre todo o tempo lectivo. O sítio da Escola, a plataforma Moodle, o blog e a Página da Biblioteca são serviços de difusão da informação, em particular, de documentação relevante.”
4.3. Abertura à inovação “ A Biblioteca, em termos de espaço e serviços que presta, é referenciada como a maior inovação. Acrescem a este ambiente inovador, os projectos que promovem a participação dos alunos, como o Parlamento Jovem ou o Empreendedor na Escola, de que esta tem sido a representante no Alentejo.”
V CONSIDERAÇÕES GERAIS “Pontos fortes: Os serviços disponibilizados pela Biblioteca e a sua repercussão nas aprendizagens dos alunos.”
Ano de integração na RBE – 2005; Data da avaliação externa – Novembro 2008
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CONCLUSÃO
Mantendo reservas quanto à diminuta amostra que não permite conclusões relevantes será útil apresentarmos
algumas conclusões sugeridas pelos relatórios que analisámos.
Como se pode verificar, na maioria dos Relatórios analisados, as referências à BE são escassas e as citações mais
comuns, foram registadas apenas nos seguintes sub-tópicos:
Caracterização da Unidade de Gestão;
Gestão dos recursos materiais e financeiros, integrado no tópico “Organização e Gestão Escolar”.
As referências encontradas, no âmbito da caracterização da escola, constatam a sua existência na escola, com
excepção de uma das Escolas Secundárias c/3.ª Ciclo que apesar de integrar a RBE desde 1999 não é citada neste tópico.
No sub-tópico “Gestão dos recursos materiais e financeiros” é citada a BE, em todos os relatórios, revelando-se em
duas das Escolas Secundárias as preocupações existentes com instalações pouco adequadas, as acessibilidades e
equipamentos obsoletos. Enquanto o Relatório, do único Agrupamento analisado, refere que a BE (talvez só a da sede de
Agrupamento) integra a Rede Nacional de Bibliotecas Escolares e dispõe de equipamento informático destinado a
actividades de natureza lúdica e de pesquisa, as referências contidas quanto à BE de uma das ES/3 apontam para um
espaço de aprendizagem por excelência, no qual são mencionadas algumas das actividades desenvolvidas pela BE no
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âmbito do Projecto Educativo da Escola e do Plano nacional de Leitura e enquadradas na estrutura curricular e nas
competências gerais.
Relativamente ao facto das BE não se encontrarem suficientemente apontadas nos relatórios, poderemos invocar
diversas causas:
1. A inexistência (ou quase) de reconhecimento do estatuto da BE, enquanto suporte ao desenvolvimento
curricular, sendo esta uma constante na maioria dos relatórios que analisámos. Contudo, nos relatórios dos
quatro agrupamentos/escolas aqui seleccionados o panorama é um pouco diferente numa das ES/3. Nesta
Escola a BE é referenciada, de forma inequívoca, como um recurso importante da Escola para a valorização
dos saberes e da aprendizagem – “Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem”;
2. A fragilidade na liderança das equipas e dos coordenadores das BE tem sido um factor que confina este
recurso a mais um canto da Escola;
3. A débil formação disponibilizada pelas Instituições de Ensino Superior e pelos Centros de Formação, na área
das BE;
4. A desadequada apropriação, desde recurso, por parte das Escolas/agrupamentos;
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5. Apesar do apoio no terreno, por parte da RBE, que nestas Escolas só se efectivou a partir de 2006/2007,
parece-nos que pode ter induzido que a BE tenha sido vista, nos últimos tempos, como fazendo parte de uma
realidade que não a das aprendizagens;
6. A inexistência de práticas colaborativas e cooperativas entre docentes e BE e entre BE e Bibliotecas Públicas;
7. A realidade muito recente da BE, como elemento essencial no apoio aos curricula e às práticas de avaliação;
Concluindo, talvez não seja desajustado colocar a hipótese de que, doravante, a IGE passe a incluir, de forma mais
explícita, a acção das BE no seu processo de avaliação. Contudo, para que tal se venha a verificar, julgamos ser necessário
que a RBE lhe transmita orientações sobre os indicadores da BE a analisar/avaliar e os campos/tópicos de análise a ter em
conta, que Escola e BE se reconheçam nestes processos de avaliação e de autoavaliação, focalizando nos seus Planos
Estratégicos a melhoria dos índices de literacia e o sucesso escolar dos alunos.
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