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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM BIOLOGIA CLÁUDIA DA FONSECA GOMES RUBENS FERNANDO GONÇALVES RIBEIRO JÚNIOR ESTUDO DA GENOTOXICIDADE EM ERITRÓCITOS DE TILÁPIAS Oreochromis niloticus EXPOSTAS AO DICROMATO DE POTÁSSIO

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERALMINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁCURSO DE LICENCIATURA PLENA EM BIOLOGIA

CLÁUDIA DA FONSECA GOMESRUBENS FERNANDO GONÇALVES RIBEIRO JÚNIOR

ESTUDO DA GENOTOXICIDADE EM ERITRÓCITOS DE TILÁPIAS Oreochromis niloticus EXPOSTAS AO DICROMATO DE POTÁSSIO

BELÉM2011

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁCURSO DE LICENCIATURA PLENA EM BIOLOGIA

CLÁUDIA DA FONSECA GOMESRUBENS FERNANDO GONÇALVES RIBEIRO JÚNIOR

ESTUDO DA GENOTOXICIDADE EM ERITRÓCITOS DE TILÁPIAS Oreochromis niloticus EXPOSTAS AO DICROMATO DE POTÁSSIO

Trabalho Acadêmico de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado Específico de Biologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA, como requisito para a obtenção do Grau em Licenciatura Plena em Biologia, sob a orientação do Prof. Dr. Carlos Alberto Machado da Rocha.

BELÉM2011

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁCURSO DE LICENCIATURA PLENA EM BIOLOGIA

Cláudia da Fonseca GomesRubens Fernando Gonçalves Ribeiro Júnior

ESTUDO DA GENOTOXICIDADE EM HEMÁCIAS DE TILÁPIAS Oreochromis niloticus EXPOSTAS AO DICROMATO DE POTÁSSIO

Data de Defesa: ___/ ___/ ___

Conceito: ________________

Banca Examinadora

_____________________________________________Prof. Orientador: Dr. Carlos Alberto Machado da Rocha, IFPA

_____________________________________________Prof. MsC. Carlos Manoel Fernandes - SEDUC

_____________________________________________Prof. MsC. Plínio Cerqueira dos Santos Cardoso - UFPA

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A Deus pela força em todos os momentos de nossas vidas, por meio da fé para enfrentarmos o desafio de alcançar um sonho;

A todos os nossos familiares que direta ou indiretamente ajudaram nessa conquista na conclusão de mais uma etapa de nossa formação profissional.

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AGRADECIMENTOS – CLÁUDIA GOMES

A Deus pela vida, pela oportunidade de estudar Biologia e pelos melhores 3 anos de minha vida.

Aos meus pais, Carlos Alberto e Maria de Nazaré, pelo apoio, demonstração de amor e pelo incentivo ao longo de minha vida.

Aos meus filhos, Christian e Carlinhos, pela compreensão devido à ausência nesses anos de formação acadêmica e amor a mim dedicado.

A toda minha família, em especial meu irmão, Rodrigo, pelo incentivo e apoio nesse período de minha vida.

Ao meu namorado, Rubens, pelo seu companheirismo, paciência, apoio e o amor a mim dedicado.

À minha segunda mãe, Ray, pelo fundamental apoio, paciência e dedicação durante o curso.

Ao meu professor orientador Dr. Carlos Alberto Machado da Rocha, pela atenção na orientação, apoio, confiança e pelos valiosos ensinamentos durante o desenvolvimento deste trabalho durante a graduação.

Ao professor Laudemir Araújo, pelo apoio, atenção e ensinamentos transmitidos.

Aos colegas de coordenação de recursos pesqueiros do IFPA, Henrique e Síntia que muito me ajudaram na realização deste trabalho.

A todos os professores do curso de Licenciatura Plena em Biologia que colaboraram com a minha formação.

Aos colegas de turma do curso, especialmente a Bixinho, Camila, Dani, Jeh, Bárbara, Fernando, Brenna e Augusto, pelos melhores momentos de alegria e descontração.

Aos amigos, em especial Airton, Lili e Seu Luiz, que direta ou indiretamente contribuíram nessa conquista.

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AGRADECIMENTOS – RUBENS FERNANDO JÚNIOR

A Deus pela vida, pela oportunidade de estudar Biologia e pelos melhores 3 anos de minha vida.

Aos meus pais, Rubens Fernando e Ray, pelo apoio, demonstração de amor e pelo incentivo ao longo de minha vida.

À toda minha família, em especial minha avó Maria das Dores, meus tios Reinaldo (in memorian), Ronaldo, Wilton, Wilson (in memorian) e, principalmente, tio Washington, pela grande ajuda e incentivo nesses 3 anos de curso.

Ao meu segundo pai, tio Zeca, por participar da minha criação de vida, por ter paciência e amor por mim.

À minha namorada, Cláudia, pelo seu companheirismo, paciência, apoio e o amor a mim dedicado.

Ao meu professor orientador Dr. Carlos Alberto Machado da Rocha, pela atenção na orientação, apoio, confiança e pelos valiosos ensinamentos durante o desenvolvimento deste trabalho durante a graduação.

Ao professor Laudemir Araújo, pelo apoio, atenção e ensinamentos transmitidos.

Aos colegas de coordenação de recursos pesqueiros do IFPA, Henrique e Síntia que muito me ajudaram na realização deste trabalho.

À aluna do 5º semestre de biologia do IFPA, Tassia Fernanda da Silva, pela grande ajuda na coleta do sangue e biometria dos peixes.

A todos os professores do curso de Licenciatura Plena em Biologia que colaboraram com a minha formação.

Aos amigos, em especial Éder Moreira e Moisés Júnior, que direta ou indiretamente contribuíram nessa conquista, através de incentivo e companheirismo.

Aos colegas de turma do curso, especialmente a Bixinho, Camila, Dani, Jeh, Bárbara, Fernando, Brenna, Augusto e Werena pelos melhores momentos de alegria e descontração.

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“Nunca se afaste dos seus sonhos, pois se eles se forem,

você continuará vivendo, mas terá deixado de existir”.

Charles Chaplin

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RESUMO

O crescimento urbano e industrial é um dos principais fatores responsáveis

pelo aumento da quantidade e complexidade dos resíduos que são lançados no

meio ambiente aquático, os quais provocam sérios problemas, ecológicos e

toxicológicos. O dicromato de potássio (K2Cr2O7) é um composto com diversas

aplicações na indústria, como: componente de cimento, objetos cromados, tintura de

tecidos e curtimento de couro. Diferentes organismos aquáticos como moluscos,

bivalves, peixes e anfíbios têm sido usados para investigação da genotoxicidade na

água, através de bioensaios. O objetivo deste trabalho é avaliar os efeitos

genotóxicos e mutagênicos do composto dicromato de potássio em tilápias do Nilo

(Oreochromis niloticus), através do Teste do Micronúcleo. O grupo (n = 7),

primeiramente não exposto, serviu de controle e após isso, foram submetidos à

concentração de 12 mg.L-1 (n = 7). Para cada 2.000 eritrócitos do sangue dos peixes

não foram encontrados micronúcleos no grupo controle. Já no grupo exposto ao

composto genotóxico durante 24h, a frequência foi 0.5 ± 0.94 e no grupo exposto por

48h foi 1.21 ± 1.42. Quanto às alterações morfonucleares, a frequência do grupo

controle, exposto 24h e exposto 48h foi de 2.14 ± 2.77, 2.93 ± 2.02 e 5.5 ± 5.98,

respectivamente. O resultado do teste paramétrico ANOVA: um critério mostrou

diferença significativa entre os grupos controle e expostos durante 48h para

micronúcleos e diferença estatisticamente não significativa para as anormalidades

morfonucleares. Os resultados confirmam o poder mutagênico do dicromato de

potássio e mostram que a espécie Oreochromis niloticus é um modelo experimental

adequado para monitorar a poluição de ecossistemas aquáticos.

PALAVRAS-CHAVE: Teste do Micronúcleo; Oreochromis niloticus; Dicromato de

potássio; Genotoxicidade.

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ABSTRACT

The urban and industrial growth is a major factor behind the increased

volume and complexity of waste being released into the aquatic environment, which

cause serious ecological and toxicological investigations. Potassium dichromate

(K2Cr2O7) is a compound with several applications in industry, such as: a component

of cement, chrome objects, dyeing cloth and leather tanning. Different aquatic

organisms such as mollusks, bivalves, fish and amphibians have been used for

investigation of genotoxicity in water, through the method. The aim of this study is to

evaluate the genotoxic and mutagenic effects of the compound potassium

dichromate in Nile tilapia (Oreochromis niloticus) through the micronucleus test. The

group (n = 7), first non-exposed was the control and after it underwent a

concentration of 12 mg.L-1 (n = 7). For every 2,000 blood erythrocytes of fish

micronuclei were not found in the control group. In the group exposed to the

genotoxic compound for 24 hours, the frequency was 0.5 ± 0.94 in the group

exposed for 48 hours was 1.21 ± 1.42. For amendments morfonucleares, the

frequency of the control group, exposed and exposed 24 hours 48 hours was 2.14 ±

2.77, 2.93 ± 2.02 and 05.05 ± 5.98, respectively. The outcome of the ANOVA: a

significant difference between test and control groups were exposed for 48h to

micronuclei and statistically not significant abnormalities morfonucleares. The results

confirm the mutagenic power of potassium dichromate and show that the species

Oreochromis niloticus is an adequate experimental model to monitor pollution of

aquatic ecosystems.

KEY-WORDS: Micronucleus test; Oreochromis niloticus; Potassium dichromate,

Genotoxicity.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Espécime de Oreochromis niloticus......................................................... 31

Figura 2Aquários do Laboratório de Biologia Aquática do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do Pará................................................32

Figura 3Aquários contaminados com dicromato de potássio (K2Cr2O7) na

concentração de 12 mg.L-1......................................................................33

Figura 4Biometria dos peixes da espécie Oreochromis niloticus. (A) Medida do

Peso (g). (B) Medida do Comprimento (cm)............................................ 34

Figura 5 Coleta do sangue através da punção da veia caudal.............................. 34

Figura 6 Esfregaço do sangue na lâmina............................................................... 35

Figura 7 Preparação de duas lâminas para cada peixe......................................... 35

Figura 8 Lâminas coradas com Giemsa 5% secando ao ar................................... 36

Figura 9Eritrócitos de O. niloticus corados com Giemsa 5%, em ampliação de

1.000X. A seta indica um micronúcleo.....................................................40

Figura 10Anormalidade Morfológica Nuclear (AMN) encontrada em eritrócito de

O. niloticus. A seta indica uma invaginação do núcleo............................40

Figura 11Resultado do Teste ANOVA: um critério evidenciando diferença

significativa entre o controle e o grupo exposto no tempo de 48h...........42

Figura 12Representação das frequências de micronúcleos típicos (por 2.000

eritrócitos) em Oreochromis niloticus.......................................................42

Figura 13Resultado do Teste ANOVA: um critério evidenciando diferença

significativa entre o grupo controle e os expostos (p = 0,0765)...............43

Figura 14Representação das frequências de AMN (por 2.000 eritrócitos) em

Oreochromis niloticus...............................................................................43

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 12

2. REVISÃO DA LITERATURA......................................................................... 18

2.1. Genotoxicidade em Organismos Aquáticos................................................... 18

2.2. Teste do micronúcleo (TMN).......................................................................... 21

2.3. Oreochromis niloticus..................................................................................... 24

2.4. Dicromato de Potássio................................................................................... 28

3. OBJETIVOS................................................................................................... 31

3.1. Objetivo Geral................................................................................................. 31

3.2. Objetivos Específicos..................................................................................... 31

4. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................. 32

4.1. Materiais......................................................................................................... 32

4.1.1. Organismos Utilizados Como Bioindicadores................................................ 31

4.1.2. Coleta e Aclimatação Dos Animais................................................................ 33

4.2. Métodos.......................................................................................................... 34

4.2.1. Tratamento Dos Animais e Obtenção Do Sangue Para o Bioensaio......... 34

4.2.2. Teste do Micronúcleo..................................................................................... 35

4.2.3. Bioensaio com Oreochromis niloticus............................................................ 39

4.2.4. Análises Estatísticas....................................................................................... 40

5. RESULTADOS............................................................................................... 41

5.1. Teste do Micronúcleo..................................................................................... 43

5.2. Anormalidades Morfonucleares (AMN).......................................................... 44

6. DISCUSSÃO.................................................................................................. 45

6.1. Teste do Micronúcleo..................................................................................... 48

6.2. Alterações Morfológicas Nucleares................................................................ 49

7. CONCLUSÃO................................................................................................ 50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 51

APÊNDICES................................................................................................... 62

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1. INTRODUÇÃO

Com o advento da revolução industrial, a capacidade do homem para

modificar o ambiente tem se tornado ampla e profunda. Assim, após esse período,

um grande número de substâncias químicas tem sido lançado nos ecossistemas

aquáticos, terrestres e na atmosfera (Bertoletti, 2001).

Durante as últimas três décadas, a comunidade científica e agências

regulatórias têm tomado consciência a cerca dos impactos ambientais sobre a saúde

humana e a sustentabilidade dos ecossistemas (Bickham et al., 2000). Devido ao

processo industrial, a descarga de efluentes com elevados níveis de resíduos

metálicos nos corpos d’água torna-se cada vez mais preocupante. A verificação do

impacto destes materiais nas populações naturais é um alerta quanto ao estado de

contaminação de seres vivos (Campana et al., 2003).

A grande variedade de compostos produzidos pela atividade humana ao

longo de sua evolução e principalmente com o avanço tecnológico, onde os resíduos

dessas atividades passaram a ser prejudicial ao meio ambiente e aos seres que o

habitam, criou-se a necessidade de uma ciência que estudasse os efeitos tóxicos

nos organismos expostos a essas substâncias. Essa ciência é denominada de

toxicologia e pode ser definida como: “a ciência que define os limites de segurança

dos agentes químicos, entendendo-se por segurança a probabilidade de uma

substância não produzir danos em uma situação específica” (Schvartsman, 1985).

O risco que um agente químico impõe ao ambiente aquático é avaliado

através do julgamento científico da probabilidade dos danos que suas concentrações

ambientais podem causar (Panhota & Rocha, 2005).

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Testes de toxicidade são experimentos, nos quais organismos vivos são

colocados frente à compostos ou substâncias químicas e suas reações são

observadas, sendo seus efeitos crônicos ou agudos (Harmel, 2004).

Segundo Goldstein (1990), os testes de toxicidade têm como objetivo avaliar

os efeitos deletérios causados a organismos aquáticos representativos do ambiente

em várias concentrações de uma ou mais substâncias, durante um determinado

período de tempo. Eles visam exatamente a determinar os efeitos deletérios para a

comunidade aquática, causados pela emissão de agentes tóxicos (Bassoi, 1990).

Metais pesados, também denominados elementos traço, podem ser

essenciais ao metabolismo de organismos vivos, e, ao mesmo tempo, dependendo

de suas concentrações, altamente tóxicos (Porto, 2009). Neste caso, eles podem

apresentar potencial genotóxico, citotóxico e carcinogênico, uma vez que elementos

metálicos (como por exemplo, o cromo) apresentam resultados positivos

relacionados à toxicidade genética (Westphalen, 2006). Os impactos ambientais

provenientes dos metais pesados são mais preocupantes do que as excessivas

cargas orgânicas degradáveis (Oliveira & Pasqual, 2004).

Várias substâncias são indicadas para serem utilizadas como substância de

referência em testes de sensibilidade, entre elas sulfato de cobre (CuSO4.5H2O),

cloreto de cádmio (CdCl2), cloreto de potássio (KCl), sulfato de zinco (ZnSO4.7H2O),

dodecil sulfato de sódio (C12H25NaSO4), cloreto de sódio (NaCl) e dicromato de

potássio (K2Cr2O7) (EPA, 1989; Lewis, 1995;Alves,2002).

O cromo é um metal de transição com três estados de oxidação: +2, +3 e

+6, formando diversos compostos coloridos. O cromo trivalente é essencial na

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nutrição humana, com atuação no metabolismo da glicose, mas o cromo

hexavalente é a forma menos estável e mais biologicamente reativa, altamente

tóxica, genotóxica e carcinogênica (Templeton, 2000; Csuros & Csuros, 2002).

A contaminação ambiental com os compostos tóxicos, produzidos por

atividades industriais, domésticas e agrícolas, resulta em alterações no equilíbrio

biológico e ecológico das populações de animais e vegetais presentes nos

ambientes aquáticos (Nakagome et al., 2007). Uma vez carreados para dentro dos

corpos d’água, os compostos tóxicos podem interagir diretamente com a biota por

ingestão e contato, ou se depositar nos sedimentos (Magalhães & Filho, 2008).

Essas interações podem afetar o crescimento, desenvolvimento, a

reprodução e favorecer a ocorrência de doenças, mudanças bioquímicas,

fisiológicas e comportamentais nos organismos aquáticos (Markaverich et al., 2002).

Além disso, esses poluentes podem também agir indiretamente alterando os ciclos

naturais de matéria e energia, provocando a desestabilização dos ecossistemas

aquáticos e, reduzindo significativamente a capacidade de reestruturação desses

sistemas (Rand & Petrocelli, 1985).

As substâncias químicas têm um potencial tóxico que depende da

concentração no ponto de contato dos organismos no ambiente. É baseado neste

ponto que os seres vivos desencadeiam sua capacidade de proteção, que consiste

principalmente na habilidade do organismo de metabolização e excreção dos

agentes agressores (Knie & Lopes, 2004).

A exposição a metais pesados é conhecida por causar alteração nos

parâmetros hematológicos em peixes (Heath, 1995). Um parâmetro utilizado na

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bioindicação é a geração de fragmentos de material genético, conhecidos como

micronúcleos (MN), devido à atividade de agentes clastogênicos que provocam

quebras cromossômicas. Esses fragmentos surgem no citoplasma quando uma

parte dos cromossomos, cromátides ou cromossomos inteiros não são incorporados

nos núcleos das células filhas na mitose, frequentemente, porque estes fragmentos

não têm centrômeros; estas partes deixadas para trás são incorporadas nos núcleos

secundários, conhecidos como micronúcleos (Schmid, 1975; Heddle et al., 1983;

Ribeiro et al., 2003).

O interesse crescente em genotoxicidade causados por poluentes

ambientais conduziu ao desenvolvimento de testes para detectar e identificar

genotoxicantes no ar, água e terra (Grisolia & Cordeiro, 2000). Embora haja um

número grande de ensaios para avaliar a genotoxicidade, apenas um número

relativamente pequeno é empregado na avaliação de misturas complexas (Claxton

et al., 1998). Alguns métodos são empregados de forma isolada ou combinados,

para verificar a habilidade de medir genotoxicidade, particularmente em águas de

superfície naturais (Reifferscheid & Grummt, 2000), tais como: SMART (Karekar et

al., 2000; Amaral et al., 2005; 2006; Pantaleão et al., 2007); Micronúcleos (Ma et al.,

1995; Wang, 1999; Moraes & Jordão, 2001; Çavas & Ergene-Gözükara, 2003; 2005;

Andrade et al., 2004; Buschini et al., 2004; Pantaleão et al., 2006); Cometa (Andrade

et al., 2004); Ames (Karekar et al., 2000; Ohe et al., 2003).

Neste trabalho foi utilizado o Teste do Micronúcleo que, quando comparado

com outras técnicas de detecção de danos no DNA, tem algumas vantagens: (1) é

feito rapidamente; (2) não é complexo; (3) apresenta baixo custo; (4) sua preparação

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e análise são simples e mais fáceis que o teste de aberrações cromossômicas

(Rocha et al., 2009a).

Os micronúcleos são, estruturalmente, núcleos representando o material

genético que foi perdido pelo núcleo principal, como conseqüência de um dano

genético que pode ser causado por agentes físicos, químicos ou biológicos, capazes

de interferir no processo de ligação do cromossomo às fibras do fuso, ou que

possam induzir a perda de material genético (cromossomos inteiros ou fragmentos).

O teste do micronúcleo, portanto, detecta mutagênese cromossômica em eucariotos

do tipo clastogênese, aneugênese e danos no fuso mitótico (Silva et al., 2003).

O teste do micronúcleo em eritrócitos e linfócitos pode ser utilizado como

indicador dos efeitos tóxicos em determinadas populações-alvo (Berces et al., 1993).

Em peixes, os testes do micronúcleo písceo geralmente são feitos utilizando

eritrócitos, embora os tecidos do fígado e das células branquiais também sejam

usados (Ferraro, 2003; Benincá, 2006).

Para biomonitorar esses elementos mutagênicos, a análise de micronúcleos

utilizando sangue periférico, em vez de tecidos é muito vantajosa, uma vez que

células vermelhas de sangue periférico são tão sensíveis quanto às células dos rins,

principal órgão hematopoiético dos peixes e, muito mais fácil de obter uma amostra.

Nos organismos com tamanho adequado, amostras de sangue periférico também

permitem o acompanhamento da reação do organismo ao poluente por meio de

amostragens diferentes (Grisolia, 2002).

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Neste sentido, utilizamos como bioindicadores de toxicidade as tilápias do

Nilo: Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1757). Considerando que os peixes estão

entre os organismos atualmente utilizados para a observação de micronúcleos nos

ensaios de genotoxicidade (Grisolia, 2002).

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Genotoxicidade em Organismos Aquáticos

A genotoxicidade é o setor da genética que estuda os processos que alteram

a base genética da vida, quer seja em sua estrutura físico-química, o DNA (ácido

desoxirribonucléico), processo este classificado de mutagênese; quer seja na

alteração do determinismo genético ao nível celular ou orgânico, identificados

respectivamente como: carcinogênese e teratogênese. Também, a genotoxicidade

estuda, sob o aspecto genético, o que perturba a vida ou induz a morte tanto em

nível de célula como de organismo. Por ser uma especialidade relativamente

recente, e se situa na interface entre toxicologia e genética, por isto denominada,

frequentemente, também, de genética toxicológica (Silva et al., 2003).

Entre os contaminantes aquáticos decorrentes das atividades

antropogênicas, os agrotóxicos são os mais perigosos, justamente pelo fato de

terem sido concebidos para eliminar alguma forma de vida e, por isso, atingirem

também de modo letal espécies não-alvo. No ambiente aquático, os agrotóxicos

provocam impactos em múltiplos níveis, incluindo moléculas, tecidos, órgãos,

indivíduos, populações e comunidades (Grisolia, 2005).

Os efluentes domésticos geralmente contaminam a água com patógenos,

substâncias orgânicas degradáveis por bactérias e com detergentes. Os efluentes

agropecuários apresentam alta carga de fertilizantes, praguicidas e detritos animais.

Já os efluentes industriais são constituídos por substâncias tóxicas, que podem ser

divididos em dois grupos, os compostos orgânicos (petróleo e derivados, fenóis) e

inorgânicos (metais pesados) (Felemberg, 1980).

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Os impactos ambientais provenientes dos metais pesados são mais

preocupantes do que as excessivas cargas orgânicas degradáveis (Oliveira &

Pasqual, 2004). Metais tóxicos e suas combinações tendem a se acumular nos

organismos (Ferraro et al., 2004) e muitos são potentes mutágenos capazes de

induzir tumores em humanos e animais experimentais (Matsumoto et al., 2006).

Sem dúvida, o crescimento urbano e industrial é um dos principais fatores

responsáveis pelo aumento da quantidade e complexidade dos resíduos que são

lançados no meio ambiente, os quais provocam sérios problemas ecológicos e

toxicológicos para a maioria dos países desenvolvidos e em desenvolvimento

(Barbosa, 2000).

Segundo Rand et al. (1995), tóxico é um agente que produz efeito adverso

no sistema biológico, alterando sua estrutura ou função, ou pode também provocar a

morte. Pode ser introduzido deliberadamente ou acidentalmente nos ecossistemas

aquáticos, prejudicando a qualidade da água e tornando-a desfavorável à

preservação da vida aquática e à saúde humana.

Na avaliação do impacto de substâncias tóxicas em sistemas aquáticos, as

análises químicas são muito importantes, mas são limitadas e insuficientes para a

real compreensão dos processos e interações com o meio e a biota, e na estimação

dos efeitos na estrutura e função ecológica (Manrique, 2009). Para suprir estas

limitações os testes ecotoxicológicos com organismos aquáticos são utilizados, pois

permitem testar hipóteses mais abrangentes relativas à saúde dos sistemas hídricos

submetidas às mais diversas formas de poluição química (Espíndola et al., 2003).

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Assim, duas grandes preocupações têm levado ao uso de testes de

toxicidade genética para identificar mutágenos químicos e caracterizar seus efeitos.

A primeira é a indução de mutação em células germinativas, que pode, tanto afetar a

desempenho reprodutivo do indivíduo, como resultar em doenças genéticas nas

gerações futuras. A segunda preocupação é baseada no papel da mutação em

células somáticas, na iniciação e progressão de doenças degenerativas como o

câncer (Ribeiro, 2003).

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2.2. Teste do micronúcleo (TMN)

O teste do micronúcleo (TMN), desenvolvido por Schmid (1975) utilizando

células da medula óssea de mamíferos, tem sido aplicado extensivamente para

testar a genotoxicidade de produtos químicos. O teste tem sido utilizado, com

sucesso, em invertebrados, peixes e anfíbios, sendo estes monitores biológicos de

áreas contaminadas (ensaio in situ), e na análise de compostos para determinar sua

genotoxicidade, após a exposição direta ou indireta em vivo (Jaylet et al., 1986;

Hose et al., 1987; Brunetti et al., 1988; De Flora et al., 1993; Nepomuceno et al.,

1997).

Pelo teste dos micronúcleos podem-se detectar compostos que interferem

na formação do fuso mitótico, alterando a distribuição equitativa dos cromossomos

durante a divisão celular, ou ao nível de proteínas diretamente envolvidas na

segregação cromossômica, com a vantagem de ser mais rápido que a análise de

aberrações cromossômicas (Al-Sabti & Metcalfe, 1995). Assim, este teste detecta

tanto eventos aneugênicos (alterações no número de cromossomos do genoma,

devido a erros na distribuição destes durante o processo de divisão celular), quanto

eventos clastogênicos (quebras que produzem alterações na estrutura dos

cromossomos).

Micronúcleos resultam de lesões no DNA ou cromossomos, ou em nível de

proteínas direta ou indiretamente envolvidas na segregação cromossômica (como a

tubulina, por exemplo). A formação de micronúcleos depende da perda de

fragmentos cromossômicos ou de cromossomos inteiros, e requer divisão mitótica

ou meiótica (Kirsch-Volders et al., 1998).

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22

Sabe-se que perdas cromossômicas e a não segregação de cromossomos

(não disjunção), são importantes eventos no câncer e que eles são causados por

defeitos no fuso, centrômero ou como uma conseqüência da não-condensação da

estrutura cromossômica antes da metáfase (Fenech, 2000).

As vantagens do teste do micronúcleo incluem, além da simplicidade e

rapidez: (1) MN pode ser observado durante o ciclo celular, e o número de células

contáveis é ilimitado; (2) A contagem pode ser feita por qualquer pessoa com pouco

treinamento em citogenética; (3) não é necessário um cariótipo favorável; (4) o MN

formado persiste pelo menos até a próxima intérfase; (5) não é necessário nenhum

reagente para bloquear o fuso (Heddle et al., 1983).

Uma das vantagens, também, é que pode ser aplicado em qualquer

população de células em proliferação sem depender do cariótipo envolvido. Devido

aos peixes terem um grande número de cromossomos, e muitas vezes de pequeno

tamanho, as análises das metáfases para avaliação de aberrações cromossômicas

são dificultadas, enquanto que o estudo de micronúcleos é fácil e possível de ser

realizado em eritrócitos, devido ao fato destes serem nucleados (Hayashi et al.,

1998).

Em avaliações ecotoxicológicas como as de Llorene et al. (2002), Porto et al.

(2005) e Nigro et al. (2006), o teste do micronúcleo também vem ganhando

importância. Gauthier et al. (1999) propuseram o uso desse teste em golfinhos para

monitorar populações expostas a ambientes contaminados. Cavas et al. (2005)

comprovaram em peixes os efeitos genotóxico e citotóxico de metais pesados, como

cádmio e cobre, observados previamente em mamíferos.

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23

Em estudo com animais de uma região poluída por rejeitos industriais,

verificaram que o número de micronúcleos em células sanguíneas de tartarugas

correlaciona-se positivamente com os níveis de mercúrio e DDT nos tecidos dos

animais. Ensaios envolvendo este tipo de abordagem são bons modelos para a

avaliação dos riscos da exposição a fatores ambientais e fornecem subsídios para o

potencial efeito sobre a saúde das populações residentes na mesma região e para o

manejo dos animais expostos (Swartz et al., 2003).

Normann et al. (2008) investigaram a genotoxicidade do composto dicromato

de potássio, utilizando o teste do micronúcleo, em Hypostomus plecotomus.

Na bacia amazônica este teste já foi utilizado para avaliação mutagênica de

altas concentrações de mercúrio encontradas no Rio Madeira, examinando-se três

espécies comercialmente importantes da região (Prochilodus nigricas, curimatã;

Mylossoma duriventris, pacu branco; e Hoplias malabaricus, traíra) onde se mostrou

ação genotóxica significativa quando comparado ao controle negativo (área não

poluída) utilizando-se peixes do Rio Solimões (Porto et al., 2005).

Page 24: TAC - ESTUDO DA GENOTOXICIDADE EM ERITRÓCITOS DE TILÁPIAS Oreochromis niloticus EXPOSTAS AO DICROMATO DE POTÁSSIO

24

2.3. Oreochromis niloticus

Segundo Elder (1990), a seleção da espécie que deverá ser utilizada como

indicadora dos efeitos contaminantes é uma característica importante em um teste

de toxicidade, pois a resposta do teste com um pequeno grupo de organismos,

geralmente é usada para representar uma comunidade inteira. Assim, a seleção do

organismo-teste é normalmente baseada em alguns critérios, tais como:

sensibilidade; fácil manutenção em laboratório, biologia e ecologia da espécie,

reprodutibilidade dos resultados; relevância econômica da espécie, entre outros.

No Brasil, os organismos-teste utilizados são geralmente espécies exóticas,

que, segundo Cairns (1993), são frequentemente utilizadas para determinar a

toxicidade de efluentes em ambientes aquáticos nos quais elas não possuem

nenhuma relevância ecológica, ou mesmo ocorrência. Entretanto, o uso de espécies

autóctones nos testes de toxicidade deverá gradualmente substituir as espécies

alóctones atualmente utilizadas nos testes já padronizados, Segundo Chapman

(1995), é ideal usar em testes laboratoriais as mesmas espécies que são

encontradas em campo, já que são esses os organismos que se deseja proteger.

Entre os peixes de água doce do Brasil, as tilápias são espécies exóticas

invasoras que têm sido usadas como organismos bioindicadores de poluição por

apresentarem ampla distribuição geográfica e características ecológicas conhecidas

(Arias et al., 2007; Souza & Fontanetti, 2007). As tilápias são peixes ósseos,

Actinopterygii: Perciformes, Cichlidae, de corpo alto e comprimido e apresentam

escamas dérmicas implantadas, boca terminal e brânquias (Nelson, 2006).

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Intensamente usada na piscicultura mundial, a tilápia está entre as espécies

mais indicadas para o cultivo intensivo em regiões tropicais. Essa espécie apresenta

qualidades interessantes para a produção piscícola como o curto ciclo de

reprodução e rápido crescimento (Ribeiro & Caetano-Filho, 1995). São também

peixes muito utilizados em estudos que unem a genética toxicológica e os estudos

de biomonitoramento ambiental (Souza & Fontanetti, 2007).

Tilápia é um nome comum utilizado para denominar um grande número de

espécies de ciclídeos (Perciformes), provenientes da África, pertencentes ao grupo

Tilapiine, divididos em 3 gêneros: Tilapia, Sarotherodon e Oreochromis, sendo este

último de grande importância na aquicultura mundial (Mc Andrew, 2000).

A ordem Perciformes engloba o maior número de vertebrados presentes no

planeta. Tal número é representativo de 18 subordens, 148 famílias,

aproximadamente 1500 gêneros e 9300 espécies; podendo ser encontradas em

habitats de água salgada, salobra e doce (regiões tropicais e subtropicais). Para a

identificação dessa ordem, os taxonomistas se utilizam das seguintes

características: escamas ctenóides ou ciclóides; nadadeiras dorsal, ventral e anal

quase sempre com espinhos; nadadeiras ventrais em posição anterior, logo abaixo

das peitorais; nadadeira dorsal com 17 raios principais; pré-maxila protrátil; escamas

na lateral da cabeça; ausência de nadadeira adiposa; ausência de duto na bexiga

natatória (Nelson, 1994). Segundo o mesmo autor, as principais famílias de

Perciformes de água doce da América do Sul estão incluídas nas subordens:

Percoidei (Scianidae) e Labroidei (Gobiidae e Cichlidae).

A família Cichlidae é representada na América do Sul por 50 gêneros e

cerca de 450 espécies, equivalente a 10% de sua ictiofauna. Os representantes

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desta família como os Tucunarés, Acarás, Jacundás ou peixes-sabão e as tilápias

apresentam as seguintes características em comum: um ocelo no corpo; uma narina

de cada lado do focinho; linha lateral dividida em dois segmentos, sendo o primeiro,

superior, entre o final do opérculo até a linha que passa pelo meio da nadadeira

dorsal e o segundo, inferior, desse nível até a extremidade do pedúnculo caudal; 16

ou excepcionalmente 14 raios caudais principais; raios, ductos e pungentes em

número de 7 a 25 na nadadeira dorsal; 3 a 15 na anal e 1 na ventral; escamas

ctenóides, ásperas ao tato. (Kullander, 1986).

As tilápias são naturais da África, de Israel e da Jordânia e devido a seu

potencial para a aquicultura, tiveram sua distribuição expandida para todos os

continentes nos últimos cinquenta anos. A motivação inicial deveu-se ao fato de ser

uma espécie apropriada para a piscicultura de subsistência em países em

desenvolvimento (Lovshin, 1997).

A tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) apresenta hábito alimentar onívoro e

utiliza eficientemente os carboidratos da dieta (Viola & Arieli, 1983; Anderson et al.,

1984; Degani & Revach, 1991; Shiau, 1997).

A espécie Oreochromis niloticus (tilápia do Nilo), foi introduzida no Brasil em

1971, procedente da Costa do Marfim, África (Castagnolli, 1992). É uma espécie

bastante rústica, de hábito alimentar fitoplanctófago que aceita, também, outros tipos

de alimento, inclusive alimentos artificiais, em todos os estágios de vida (Santiago et

al., 1987).

Oreochromis niloticus apresenta sistema de determinação sexual de tipo

XX/XY, demonstrado através da análise do complexo sinaptonêmico (Foresti et al.,

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27

1993; Carrasco; Penman; Bromage, 1999), neste caso o primeiro par cromossômico

seria o responsável pela determinação do sexo, apesar de não haver uma

diferenciação morfológica notável entre os membros desse par, o que dificulta sua

distinção em preparações cromossômicas mitóticas. Segundo Leonhardt et al.

(2006), a tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) apresenta um cariótipo com 44

cromossomos (2n = 44).

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28

2.4. Dicromato de Potássio

A ocorrência natural de sais de metais pesados é muito rara. Quando estes

compostos são encontrados no meio ambiente aquático têm origem em atividades

industriais. Estas substâncias são introduzidas no meio ambiente através de

efluentes não tratados de indústrias (Chepcanoff, 2001).

O cromo é definido como um elemento metálico de cor cinza. Classificado

como um dos elementos de transição, seu número atômico é 24 (Valko et al., 2005).

Este metal pesado ocorre naturalmente e pode ser encontrado em rochas, animais,

plantas, solo e gases, podendo também formar uma grande variedade de compostos

altamente tóxicos. O grau de toxidade do cromo pode variar com seu estado de

oxidação (Paulino, 1993).

O cromo (VI) existente no meio ambiente é quase todo proveniente das

atividades humanas, originando-se de emissões das fabricações de cimento,

fundições, soldagem, mineração de cobre, lixos urbanos e industriais, incineração,

utilização em curtumes e fertilizantes, entre outros. Nestas regiões o solo pode

apresentar teores acima do permitido, principalmente, devido ao mau descarte

desse elemento pelas atividades industriais. Os resíduos possuem alto poder de

contaminação, quando não são convenientemente tratados e simplesmente

abandonados em corpos d’água, aterros industriais ou mesmo lixeiras clandestinas.

Com facilidade, o cromo atinge o lençol freático ou mesmo reservatórios ou rios que

são as fontes de abastecimento de água das cidades (CETESB, 2005). Este metal

também pode entrar no sistema de água potável, oriundo de inibidores de corrosão

usados nos tanques de água (Visvanathan et al., 1989).

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29

O cromo metálico parece ser nocivo à saúde, o cromo hexavalente está

classificado pela CERCLA – The Comprehensive Environmental Response,

Composion, and Liability (1997) em 18º lugar na lista das substâncias perigosas

(AZEVEDO & CHASIN,2003).

Os compostos de cromo (VI) penetram através das membranas biológicas e

são reduzidos para cromo (III) causando danos à estrutura celular. Neste caso

também ocorre um aumento na concentração de cromo (III) acima do normal,

causando um desequilíbrio e transformando o cromo (III) em tóxico (Paulino, 1993)

O dicromato de potássio tem aparência de cristais laranja avermelhados

brilhantes, ponto de fusão a 398ºC, ponto de ebulição a 500ºC e densidade (g cm- 3)

de 2.676. No ambiente são três os números de oxidação do metal: cromo(0),

cromo(III) e cromo(VI). Cromo(III) tem ocorrência natural no meio ambiente,

enquanto cromo(VI) e cromo(0) são geralmente produzidos por processos

industriais. Os compostos hexavalentes de Cromo são, geralmente, mais tóxicos do

que os trivalentes, podendo chegar a ter efeito letal, se absorvido através da pele,

ingerido ou inalado (Harmel, 2004).

Essa substância é um composto químico com diversas aplicações na

indústria, como componente de cimento, tintas de impressão, objetos cromados,

tintura de tecidos, curtimento de couro, perfumes sintéticos, borracha, vernizes e

detergentes (Pecher & Fernandes, 1984). Segundo Felcman (1985), o dicromato de

potássio é um composto de cromo importante por sua utilização industrial e,

processos fotoquímicos, produção de pigmentos, formulações para preservar

madeiras, entre outras aplicações.

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A concentração total de um elemento químico não é um dado suficiente para

avaliar seus efeitos sobre os seres vivos e meio ambiente, pois dependendo de sua

forma físico-química (especiação), tem-se diferentes graus de toxicidade, de

solubilidade, taxa de absorção por seres vivos e reações de complexação

(Chepcanoff, 2001).

Este trabalho visa analisar a frequência de micronúcleos (MN) típicos e

anormalidades morfonucleares (AMN) em eritrócitos periféricos de tilápias do Nilo

(Oreochromis niloticus) expostas ao dicromato de potássio, substância altamente

genotóxica, a fim de analisar os efeitos genotóxicos e mutagênicos desse composto.

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3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo Geral

Avaliar os efeitos genotóxicos e mutagênicos do composto dicromato de

potássio nas tilápias do Nilo Oreochromis niloticus.

3.2. Objetivos Específicos

- Investigar a frequência de micronúcleos e outras anormalidades nucleares

em eritrócitos periféricos das tilápias do Nilo Oreochromis niloticus expostos ao

dicromato de potássio;

- Verificar (ou confirmar) se a tilápia do Nilo pode ser considerada um

modelo experimental adequado para o biomonitoramento da poluição de

ecossistemas aquáticos por compostos de cromo.

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32

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Materiais

4.1.1. Organismos Utilizados Como Bioindicadores

Foram utilizados peixes da espécie Oreochromis niloticus (Figura 1) que são

originalmente da África, porém, foram introduzidos na bacia Amazônica para a

piscicultura e já ocorrem naturalmente nessa região ocupando diferentes nichos

tróficos. Essa espécie foi escolhida por ser de fácil adaptação e manutenção nas

condições laboratoriais.

Figura 1 – Espécime de Oreochromis niloticus. Foto: Autores (2011).

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4.1.2. Coleta e Aclimatação Dos Animais

As tilápias utilizadas nos bioensaios foram adquiridas junto à Empresa

Pesque & Pague, no município de Belém. Os peixes foram mantidos em aquários

(Figura 2), sob manejo, no Laboratório de Biologia Aquática do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), em Belém – PA.

Figura 2 – Aquários do Laboratório de Biologia Aquática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará. Foto: Autores (2011).

Os aquários funcionaram em sistema semi-estático, com limpeza e troca de

1/3 da água a cada 48 horas. Durante este período os peixes foram alimentados

diariamente, com ração comercial (28% de proteína bruta). Estas condições foram

mantidas durante o período de aclimatação. Após a contaminação, apenas foi

suspensa a troca de água. Os peixes foram mantidos em água desclorificada,

temperatura controlada (em torno de 28ºC), aeração constante e periodicidade

luminosa (14/10 h) por um período de aclimatação de 15 dias.

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34

4.2. Métodos

4.2.1. Tratamento Dos Animais e Obtenção Do Sangue Para o Bioensaio

As tilápias foram submetidas ao tratamento com dicromato de potássio na

concentração de 12 mg.L-1 (Figura 3). Os espécimes foram expostos ao

contaminante a partir da água (via hídrica). Decorrido o período de aclimatação, o

bioensaio teve início.

Figura 3 – Aquários contaminados com dicromato de potássio (K2Cr2O7) na concentração de 12 mg.L-1. Foto: Autores (2011).

Foi realizada a biometria dos organismos. Os peixes apresentaram

comprimento médio de 16.79 ± 1.78 cm e peso médio de 83.76 ± 19.55 g (Figura 4).

Os dados sobre a biometria encontram-se no apêndice A.

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35

Figura 4 – Biometria dos peixes da espécie Oreochromis niloticus. (A) Medida do Peso (g). (B) Medida do Comprimento (cm). Foto: Autores (2011).

Para a obtenção do sangue, os peixes foram primeiramente anestesiados

com gelo, por cerca de 3 minutos (Normann et al., 2008). Em seguida, com o auxílio

de uma seringa heparinizada, uma gota de sangue foi coletada através da punção

da veia caudal (Figura 5), sendo posteriormente, colocada em lâmina e

imediatamente feito o esfregaço (Figura 6) para o Teste do micronúcleo, foram

confeccionadas duas lâminas de cada animal (Figura 7).

Figura 5 – Coleta do sangue através da punção da veia caudal. Foto: Autores (2011).

A B

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36

Figura 6 – Esfregaço do sangue na lâmina. Foto: Autores (2011).

Figura 7 – Preparação de duas lâminas por peixe. Foto: Autores (2011).

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37

4.2.2. Teste do Micronúcleo

Para a análise dos Micronúcleos (MN) foi empregada a técnica descrita por

Heddle (1973), com algumas modificações. Assim, uma vez coletado o sangue do

peixe, imediatamente foi pingada uma gota em lâmina bem limpa; com o auxílio de

uma lamínula, foi feito o esfregaço, que secou ao ar, em temperatura ambiente.

Após a secagem, fez-se a fixação em etanol absoluto por 10 minutos e a

lâmina foi corada com solução de Giemsa 5%, diluída em tampão fosfato a pH 6,8,

por 10 minutos e lavada em água corrente (Figura 8).

Figura 8 – Lâminas coradas com Giemsa 5% secando ao ar. Foto: Autores (2011).

Somente foram consideradas as células com a membrana citoplasmática

intacta. As lâminas para o escore de MN e AMN foram observadas ao microscópio

sob ampliação de 1000X, no Laboratório de Biologia Aquática do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do Pará. Foram analisados, em teste cego, 1.000

eritrócitos por lâmina e, assim, 2.000 por animal.

Em nosso estudo os MN foram definidos como corpos citoplasmáticos

esféricos ou ovais, não conectados ao núcleo principal, com diâmetro de 1/30 – 1/10

do núcleo maior e no mesmo plano óptico deste (Al-Sabti & Metcalfe, 1995; Ayllon &

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Garcia-Vazquez, 2000). Três outras anormalidades nucleares foram também

consideradas: brotos, lobos e invaginações (Ayllon & Garcia-Vazquez, 2000;

Bolognesi et al., 2006).

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4.2.3. Bioensaio com Oreochromis niloticus

Os espécimes de O. niloticus foram mantidos sob densidade de um indivíduo

por aquário de 30 L. Para esse bioensaio foram utilizados 7 tilápias, as quais

primeiramente, foram utilizadas como controle e depois contaminadas com o

dicromato de potássio. Após 24 horas (um dia) de exposição, foi coletado sangue e

as lâminas preparadas para a análise de micronúcleos. O mesmo procedimento foi

realizado depois de 48 horas (dois dias) de exposição.

O Teste de micronúcleos foi realizado pela análise de 2.000 eritrócitos por

animal, incluindo aquelas com micronúcleos típicos e alterações na forma do núcleo.

No total, foram averiguados 42.000 eritrócitos neste bioensaio.

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40

4.2.4. Análises Estatísticas

A normalidade dos dados foi avaliada por meio do teste de Kolmogorov-

Smirnov. Para comparar diferenças entre grupos controle e tratados, os resultados

foram avaliados por meio do teste paramétrico ANOVA: um critério. Quando da

presença de diferença significativa a ANOVA foi seguida do Teste de Tukey. Todas

as análises estatísticas foram efetuadas com o programa BioEstat 5.0 (Ayres et al.,

2007) e o nível mínimo de significância considerado nas análises foi de 0,05.

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5. RESULTADOS

No Teste do Micronúcleo, foram analisadas 2.000 células por espécime. Do

total de células contadas, o número de micronúcleos típicos encontrados (Figura 9)

foi bastante reduzido. Entretanto, de acordo com nossa proposta, as alterações

morfológicas nucleares (Figura 10) também foram analisadas e apareceram com

maior freqüência.

Figura 9 – Eritrócitos de O. niloticus corados com Giemsa 5%, em ampliação de 1.000X. A seta indica um micronúcleo. Foto: Autores (2011).

Figura 10 – Anormalidade Morfológica Nuclear (AMN) encontrada em eritrócito de O. niloticus. A seta indica uma invaginação do núcleo. Foto: Autores (2011).

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Das 42.000 células analisadas, 14.000 foram para cada grupo: controle,

exposto durante 24h e 48h de contaminação. No controle, 30 células se

apresentaram alteradas (apenas com alterações morfológicas nucleares); no grupo

exposto durante 24h foram encontradas 48 células alteradas (micronúcleos típicos +

alterações morfonucleares) e no grupo exposto durante 48h foram encontradas 94

células alteradas (micronúcleos típicos + alterações morfonucleares). No total dos

dois grupos (24h e 48h) expostos ao dicromato de potássio, foram encontradas 142

células alteradas (micronúcleos típicos + alterações morfonucleares).

Os resultados encontrados são também apresentados na Tabela 1, onde

estão disponibilizadas as médias e os desvios padrões de micronúcleos e alterações

morfológicas nucleares.

Tabela 1 - Médias e desvios de micronúcleos (MN) e alterações

morfonucleares (AMN) de Oreochromis niloticus expostos ao dicromato de potássio

em tempos diferentes.

MÉDIA E DESVIO PADRÃO DE MN E AMN / 2000 CÉLULAS

MN AMN MN+AMN

Controle 0 2.14 ± 2.77 1.07 ± 2.21

24h 0.5 ± 0.94 2.93 ± 2.02 1.71 ± 1.98

48h 1.21 ± 1.42 5.5 ± 5.98 3.36 ± 4.79

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5.1. Teste do Micronúcleo

Os dados obtidos no Teste do Micronúcleo foram tratados estatisticamente

com o teste de Análise de Variância (ANOVA: um critério) e a diferença mostrou-se

significativa apenas entre os grupos controle e tratado no tempo de 48h (Figura 11).

Figura 11 - Resultado do Teste ANOVA: um critério evidenciando diferença significativa entre o controle e o grupo exposto no tempo de 48h. Obtido no BioEstat 5.0 (Ayres et al., 2007).

A frequência de micronúcleos (MN) típicos apresentou-se nula no grupo

controle. Nos grupos expostos, com tempos distintos, foi observado um aumento

significativo dessa ocorrência (Figura 12).

Figura 12 – Representação das frequências de micronúcleos típicos (por 2.000 eritrócitos) em Oreochromis niloticus.

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5.2. Anormalidades Morfonucleares (AMN)

Os valores das anormalidades morfonucleares encontradas, também foram

avaliadas estatisticamente com o teste de Análise de Variância (ANOVA: um critério)

não apresentando diferença significativa entre os grupos controle, tratados 24h e

48h (Figuras 13 e 14)

Figura 13 - Resultado do Teste ANOVA: um critério evidenciando diferença significativa entre o grupo controle e os expostos (p = 0,0765).

Figura 14 – Representação das frequências de AMN (por 2.000 eritrócitos) em Oreochromis niloticus.

Page 45: TAC - ESTUDO DA GENOTOXICIDADE EM ERITRÓCITOS DE TILÁPIAS Oreochromis niloticus EXPOSTAS AO DICROMATO DE POTÁSSIO

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6. DISCUSSÃO

O uso de diferentes ensaios e sistemas biológicos garante uma triagem mais

apurada dos efeitos causados por contaminantes no ambiente aquático. Nesse

sentido, vários biomarcadores estão sendo desenvolvidos e dentre eles, os

biomarcadores genéticos vêm alcançando grande aceitação (Ramsdorf, 2007).

O desenvolvimento de novas metodologias e aplicação de técnicas mais

refinadas para a avaliação da genotoxicidade em ambientes aquáticos são objetos

de muitos estudos científicos (Van der Oost et al., 2003).

Os resultados obtidos nesta pesquisa científica demonstraram

primeiramente que os peixes da espécie Oreochromis niloticus podem desempenhar

um bom modelo experimental, sendo indicadores de efeitos genotóxicos de

xenobiontes.

No presente estudo observou-se também um índice basal nulo para

micronúcleos típicos, o que não é muito comum, apesar de não ser um resultado

extraordinário, já que outros trabalhos demonstram baixas frequências para o índice

basal de micronúcleos em peixes (Tabela 2).

ESPÉCIES FREQUÊNCIA REFERÊNCIAS

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46

BASAL BIBLIOGRÁFICAS

Astyanax bimaculatos 0.6 ± 0.7 Silva, 2009.

Hoplias malabaricus 0.33 ± 0.52 Ferraro et al., 2004.

Aequidens tetramerus 0.5 ± 1.15 Rocha et al., No prelo 2011.

Eigenmannia virescens 0.1 ± 0.31 Bücker et al.,2006

Tilapia rendalli 0.2 ± 0.3 Palhares & Grisolia, 2002.

Oreochromis niloticus 0.4 ± 0.4 Palhares & Grisolia, 2002.

Neste trabalho, os peixes O. niloticus foram expostos ao dicromato de

potássio na concentração de 12 mg.L-1, conforme valor encontrado na literatura

(Palhares & Grisolia, 2002). Maximizando assim, as chances de observação de

efeitos genotóxicos e direcionando o foco de nossa pesquisa para as diferenças

encontradas nos resultados entre os grupos estudados: controle, 24h e 48h.

Neste sentido, foi observado um aumento na geração de acidentes

clastogênicos, resultando na formação de micronúcleos típicos e anormalidades

morfológicas nucleares. Havendo, portanto, uma relação direta entre bioabsorção de

cromo e a formação de micronúcleos conjuntamente às alterações morfológicas

nucleares. Confirmando os resultados obtidos nas diferentes literaturas Al-Sabti &

Metcalfe (1995), Dillon et al. (1998) Kohlpoth et al. (1999) e Messer et al. (1999),

Palhares & Grisolia, 2002.

Um ponto favorável ao uso de O. niloticus em bioensaios de genotoxicidade

está relacionado a sua facilidade de manutenção em laboratório, onde os efeitos

antagônicos de substâncias presentes no meio podem ser totalmente ou

parcialmente eliminados. Por outro lado no teste de micronúcleo em peixes têm sido

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amplamente utilizado eritrócitos, por serem nucleados, de fácil manipulação e não

exigirem a etapa de dissociação celular requerida por outros tipos celulares.

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48

6.1. Teste do Micronúcleo

Em nossa pesquisa de micronúcleos e outras anormalidades nucleares,

analisamos 2.000 eritrócitos por espécime, porém há na literatura uma grande

divergência quanto ao número de células que devem ser utilizadas: 1.000 (Ayllon &

Garcia-Vazquez, 2000; Gravato & Santos, 2002; Russo et al., 2004); 1.500 (Cavas,

2008); 2.000 (Palhares & Grisolia, 2002; Ramsdorf, 2007; Normann et al., 2008,

Ferraro, 2009; Kirschbaum et al., 2009); 3.000 (Galindo & Moreira, 2009; Grisolia et

al., 2005; Grisolia et al., 2009); 4.000 (Metcalfe, 1988; Ferraro et al., 2004; Bolognesi

et al., 2006); 5.000 (Porto et al, 2005; Andreikënaitë et al., 2007).

Percebemos que o aumento na geração de micronúcleos nos animais

tratados nesse bioensaio, apresentou diferença significativa apenas entre os grupos

controle e exposto por 48h, o que foi demonstrado por meio do teste estatístico

paramétrico ANOVA : um critério (p < 0,01). Logo evidenciando que quanto maior o

tempo de exposição maior a incidência de MN.

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6.2. Alterações Morfológicas Nucleares

O registro de ocorrência de outras anormalidades nucleares, além dos

micronúcleos, também tem sido considerado como um indicador verdadeiramente

útil na avaliação de efeitos genotóxicos e citotóxicos de contaminantes em

organismos aquáticos (Cavas & Ergene-Gozukara, 2003; Dailianis et al., 2003;

Ferraro et al., 2004; Baršienë et al., 2006; Matsumoto et al., 2006).

Do mesmo modo que em Ferraro (2003), As alterações morfológicas

nucleares descritas em trabalhos anteriores foram encontradas e fotografadas no

presente estudo. Embora, muitas destas pudessem ser facilmente identificadas

dentro de um determinado tipo, outras mostraram-se dúbias quanto à sua

caracterização e, por este motivo, todas as alterações morfológicas nucleares foram

computadas em conjunto.

Foi verificado que para alterações morfológicas nucleares as diferenças não

foram estatisticamente significativas quando comparados os grupos: controle,

exposto 24h e 48h. Nossos resultados divergem dos resultados encontrados por

Ferraro et al., (2004), que estudaram os efeitos mutagênicos do tributilestanho (TBT)

e do chumbo inorgânico sobre peixes Hoplias malabaricus.

Em todo o caso, os resultados que encontramos confirmam os efeitos

clastogênicos do dicromato de potássio. Portanto, é necessário a prevenção de

acidentes ambientais e industriais, por conta deste composto ser tóxico e tal qual

muitos compostos de cromo devem ser tratados antes de sua liberação para o meio

ambiente, evitando assim a contaminação ambiental (Stern, 1982; Langard &

Vigander, 1983; Galvão & Corey, 1987; WHO, 1988; Bidstrup & Wagg, 1989).

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7. CONCLUSÃO

1 – As frequências de micronúcleos aumentaram significativamente nos

animais dos grupos submetidos ao dicromato de potássio em tempos de exposição

diferentes.

2 – Quando consideramos as anormalidades morfonucleares, a diferença

não foi significativa entre os grupos: controle, tratados 24h e 48h.

3 – Os resultados aqui obtidos com tilápias Oreochromis niloticus expostos

ao dicromato de potássio confirmam o poder mutagênico desse composto e indicam

maior efeito genotóxico sobre os eritrócitos.

4 – A espécie Oreochromis niloticus representa um modelo experimental útil

de monitoramente da poluição em ambientes aquáticos.

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Apêndice A – Biometria dos peixes (Oreochromis niloticus). Tabela com os

comprimentos e pesos dos peixes utilizados nos experimentos (comprimento médio:

16.79 ± 1.78 cm. Peso médio: 83.76 ± 19.55 g).

Peixe Comprimento (cm) Peso (g)

01 17 86,1

02 19 110,1

03 17 67,6

04 17 81,1

05 14 51,4

06 18,5 98,6

07 15 91,4

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Apêndice B – Dados da contagem de 2000 células (eritrócitos) por animal, de

girinos, com o aumento de 1000x. Tabelas exibidas na ordem de contagem

evidenciando os peixes, número de células normais, alterações morfonucleares,

micronúcleos e o total de células observadas. (1) Grupo controle, (2) Grupo exposto

durante 24h e (3) Grupo exposto durante 48h.

1 – Controle

PEIXE NORMALALTERAÇÃO

MORFONUCLEAR

MICRONÚCLE

OTOTAL

01 1999 1 0 2000

02 1987 13 0 2000

03 1993 7 0 2000

04 1995 5 0 2000

05 1998 2 0 2000

06 1999 1 0 2000

07 1999 1 0 2000

2 – Exposto durante 24h

PEIXE NORMALALTERAÇÃO

MORFONUCLEAR

MICRONÚCLE

OTOTAL

01 1997 3 0 2000

02 1994 5 1 2000

03 1994 3 3 2000

04 1988 10 2 2000

05 1990 10 0 2000

06 1995 4 1 2000

07 1994 6 0 2000

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3 – Exposto durante 48h

PEIXE NORMALALTERAÇÃO

MORFONUCLEAR

MICRONÚCLE

OTOTAL

01 1989 7 4 2000

02 1989 9 2 2000

03 1989 9 2 2000

04 1985 14 1 2000

05 1988 10 2 2000

06 1987 10 3 2000

07 1979 18 3 2000

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Apêndice C – Dados da contagem de 2000 células (eritrócitos) por animal, de peixes, com o aumento de 100x. Tabelas evidenciando os peixes, número de células normais, células alteradas (micronúcleos + alterações morfonucleares) e o total de células observadas. (1) Grupo Controle, (2) Grupo Exposto durante 24h e (3) Grupo Exposto durante 48h.

1 – Controle

PEIXE NORMALCÉLULAS

ALTERADASTOTAL

01 1999 1 2000

02 1987 13 2000

03 1993 7 2000

04 1995 5 2000

05 1998 2 2000

06 1999 1 2000

07 1999 1 2000

2 – Exposto durante 24h

PEIXE NORMALCÉLULAS

ALTERADASTOTAL

01 1997 3 2000

02 1994 6 2000

03 1994 6 2000

04 1988 12 2000

05 1990 10 2000

06 1995 5 2000

07 1994 6 2000

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3 – Exposto durante 48h

PEIXE NORMALCÉLULAS

ALTERADASTOTAL

01 1989 11 2000

02 1989 11 2000

03 1989 11 2000

04 1985 15 2000

05 1988 12 2000

06 1987 13 2000

07 1979 21 2000