table of contents · era por isso que hu amava ir ao templo. um dia ele disse, “mamãe, quero me...

121

Upload: votu

Post on 24-Jan-2019

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Table of ContentsQuem é o Buda?Os muitos braços de um BodisatvaO Eremita e o poçoMomento Presente, momento

maravilhosoDesfrutando de sua comidaO Dia do HojeRetorno ao EremitérioQuando estamos com raivaUma pedrinha para o seu bolsoMeditação CaminhandoO Lago de Lótus

Uma pedrinha para o seubolso

Thich Nhat Hanh

Copyright © 2013 por ThichNhat Hanh

Todos os direitos reservados.Nenhuma parte desse livropode ser utilizada oureproduzida sob quaisquermeios existentes semautorização por escrito doautor.

Fotos: Leonardo Dobbin

Contato para Sanghas deThich Nhat Hanh no Brasil:

[email protected]

http://sangavirtual.blogspot.com

Plum Village:

http://www.plumvillage.org

Índice

Quem é o Buda?Os muitos braços de um BodisatvaO Eremita e o poçoMomento Presente, momentomaravilhosoDesfrutando de sua comidaO Dia do HojeRetorno ao EremitérioQuando estamos com raivaUma pedrinha para o seu bolsoMeditação Caminhando

O Lago de Lótus

Quem é o Buda?

Alguns anos atrás, eu visitei umavila na Índia chamada Uruvela.Dois mil e seiscentos anos atrás, umhomem chamado Sidarta morouperto dessa vila. Sidarta é o homemque depois ficou conhecido como oBuda.

A vila de Uruvela ainda é muitoparecida com aquela época. Não há

edifícios, supermercados e auto-estradas. É muito agradável. Ascrianças também não mudaram.Quando Sidarta morou aqui,crianças dessa vila se tornaramseus amigos e levavam para elecomida e presentes simples.

Há um rio que corre perto da vila.É onde Sidarta costumava tomarbanho. Uma grama chamada “kusa”ainda cresce nas margens do rio. Éo mesmo tipo de grama que uma dascrianças deu a Sidarta para usar

como almofada para sentar. Euandei ao longo do rio e cortei umpouco dessa grama e trouxe paracasa comigo.

No outro lado do rio há umafloresta. Foi lá que Sidarta sentouem meditação embaixo de umaárvore chamada “árvore Bodhi”.Foi embaixo dessa árvore que elese tornou o Buda.

Um Buda é qualquer um que édesperto – que é consciente de tudo

que acontece dentro e em volta delee que entende e ama profundamente.Sidarta se tornou um ser totalmentedesperto – um Buda. Ele é o Budaque aceitamos como nossoprofessor. Ele disse que cada um denós tem uma semente de despertardentro de nós e que todos nóssomos futuros Budas.

Um estudante meu quando era muitojovem lutava com a questão: quem éo Buda? O nome do estudante eraHu e esta é a sua história.

Quando Hu tinha 6 ou 7 anos, eleperguntou a seu pai e mãe se elepodia se tornar um monge. Huadorava ir ao templo budista. Elecostumava ir lá com seus pais nosdias de lua nova e de lua cheia paraoferecer flores, bananas, mangas etodo tipo de frutas exóticas para aBuda.

Quando Hu tinha 6 ou 7 anos, eleperguntou a seu pai e mãe se elepodia se tornar um monge. Hu

adorava ir ao templo budista. Elecostumava ir lá com seus pais nosdias de lua nova e de lua cheia paraoferecer flores, bananas, mangas etodo tipo de frutas exóticas para oBuda.

No templo, Hu era sempre tratadocom gentileza. Quando as pessoasvinham ao templo, pareciam maisrelaxados e amistosas. Hu tambémestava consciente que o mongechefe gostava dele. Ele davabananas e mangas para Hu cada vez

que ia ao templo. Era por isso queHu amava ir ao templo.

Um dia ele disse, “Mamãe, querome tornar um monge e morar notemplo.” Eu acho que ele queria setornar um monge porque ele gostavade comer bananas. Não o culpo. NoVietnã, há muitos tipos de bananasque são tão boas...

Mesmo sendo jovem, seu pai e mãedecidiram deixá-lo ir ao templocomo noviço. O monge chefe deu aHu um minúsculo robe marrom paravestir. No seu novo e bonito robe,ele parecia um monge bebê.

Quando se tornou um monge, Huacreditava que o Buda amavabananas, mangas e tangerinasporque sempre que as pessoasvinham ao templo elas traziambananas, mangas, tangerinas e

outras frutas e as colocavam nafrente do Buda. Na pequena cabeçade Hu aquilo só podia significarque o Buda gostava muito daquelafruta.

Uma noite, ele esperou no temploaté que todos os visitantes tivessemido para casa. Parou quieto fora daentrada da sala do Buda e verificoupara ter certeza que ninguém maisestava por perto. Então ele espiou asala do Buda. A estátua do Buda eratão grande como uma pessoa real.

Na cabeça jovem de Hu, a estátuaera o Buda.

Hu imaginava que o Buda sentavamuito parado durante todo o dia equando a sala estivesse vazia, elealcançaria uma banana. Hu esperoue observou, esperando ver o Budapegar uma das bananas empilhadasa sua frente. Esperou por muitotempo, mas não viu o Buda pegar abanana. Ele estava frustrado. Nãopodia entender porque o Buda nãocomia nenhuma das bananas que as

pessoas levavam para ele.

Ele não ousava perguntar ao mongechefe, porque estava com medo quepensassem que ele era bobo. Naverdade, constantemente nossentimos assim. Não ousamos fazerperguntas porque temos medo desermos chamados de bobos. Omesmo era verdade para Hu. Eporque não ousava perguntar, eleestava confuso. Acho que eu teriabuscado alguém para perguntar.Mas Hu não perguntou a ninguém.

Quando ficou mais velho, um dialhe ocorreu que a estátua do Budanão era o Buda. Que conquista! Estarealização o fez muito feliz. Masentão uma nova questão surgiu. “Seo Buda não está aqui, então aondeele está? Se o Buda não está notemplo, onde está o Buda?” Cadadia ele via pessoas virem ao temploe reverenciar a estátua do Buda.Mas onde estava o Buda?

No Vietnã, pessoas que praticam a

tradição do budismo Terra Puraacreditam que os Budas ficam naTerra Pura, na direção do Oeste.Um dia, Hu ouviu alguém dizer quea Terra Pura era a casa dos Budas.Isto fez Hu acreditar que o Budaestava na Terra Pura, o que odeixou muito triste. Porque, ele quissaber, o Buda escolheu viver tãolonge das pessoas? Portanto istocriou outra pergunta em sua mente.

Eu conheci Hu quanto ele tinha 14anos, e ainda estava querendo saber

sobre isso. Eu expliquei a ele que oBuda não está longe da gente. Eudisse a ele que o Buda está dentrode cada um de nós. Ser um Buda éser consciente do que está dentro denós e a nossa volta em cadamomento. Buda é o amor e oentendimento que cada um carregano seu coração. Isto fez Hu feliz.

Quando Hu cresceu, ele se tornoudiretor da Escola de Serviço Socialdo Vietnã. Ele treinou monges emonjas, homens e mulheres jovens,

para ajudar a construir vilas queforam bombardeadas durante aguerra do Vietnã.

Em qualquer lugar que você vejaamor e entendimento, há o Buda.Todos podem ser Buda. Nãoimagine que o Buda é uma estátuaou alguém com um halo elegantesobre sua cabeça ou usando robeamarelo.

Um Buda é uma pessoa que estáconsciente sobre o que está

acontecendo dentro de si e a suavolta e tem muito entendimento ecompaixão. Seja o Buda homem oumulher, jovem ou não, ele é sempreagradável e refrescante.

Os muitos braços de umBodisatva

Em minha experiência, há Budas eBodisatvas presentes aqui, no nossomeio. Um bodisatva é uma pessoacompassiva, alguém que se importamuito em ajudar outros seres,alguém que faz promessa de setornar um Buda.

Estátuas ou imagens de bodisatvas

às vezes os mostram um ser commuitos braços. Eles são mostradosdessa maneira porque um bodisatvaé alguém que pode fazer milharesde coisas ao mesmo tempo.Também, os braços de um bodisatvapodem ser extremamente longos,ajudando pessoas em terras muitodistantes.

Com apenas dois braços, podemossomente fazer duas coisas por vez.Mas quando você é um bodisatva,tem muitos braços e pode fazer

várias coisas ao mesmo tempo. Namaior parte do tempo, não vemostodos os braços de um bodisatva. Apessoa tem que ser muito atentapara ver todos os braços de umbodisatva.

Você pode já conhecer alguém que é

um bodisatva. É possível! Sua mãe,por exemplo, pode ser umbodisatva. Ela faz muitas coisas aomesmo tempo. Ela precisa de umbraço extra para cozinhar não émesmo? Mas ao mesmo tempo elatoma conta de você seus irmãos eirmãs, portanto precisa de umsegundo braço. E aí, ao mesmotempo ela tem que fazer outratarefa. Portanto precisa de umterceiro braço. E ela pode fazermuitas outras coisas que precisemde mais braços – pode ter uma

profissão ou pode ser voluntária nasua escola. Portanto a sua mãe podeser um bodisatva. O mesmo éválido para o seu pai. Olhe maisprofundamente para sua mãe e seupai e você verá que eles têm maisde dois braços.

Não pense que Budas e bodisatvassão seres que existem no paraíso.Eles estão bem aqui, em volta denós. Você também pode ser umbodisatva se você pensar nos outrose nas coisas que levam felicidade a

eles.

Se você estiver desperto, se vocêestiver presente no momento, aqui eagora, você também será um Buda.A única diferença entre você e oBuda é que ele é um Buda em tempointegral e você é apenas um Budaem tempo parcial. Portanto vocêtem que viver de um modo que dêao bebê Buda dentro de você umachance de crescer. Então o bebêBuda irá brilhar luz em todas ascélulas do seu corpo e você irá a

brilhar essa luz.

O Eremita e o poço

Eu gostaria de contar para você ahistória de meu encontro com oBuda dentro de mim. Quando eu erauma criança como você, vivia noNorte do Vietnã, na província deThanh Hoa. Quando eu tinha 9 anosde idade, achei uma revista comdesenhos em preto e branco doBuda na capa. Ele estava sentado nagrama. Sentava de modo bonito e

parecia muito pacífico e feliz. Suaface era calma e relaxada, com umleve sorriso. Eu olhei para a figurado Buda e aquilo me fez ficar empaz também.

Mesmo sendo um menino, eupercebi que as pessoas a minhavolta não eram habitualmentecalmas e pacíficas daquele modo.Portanto quando vi o Budaparecendo tão pacífico e felizapenas sentando na grama, eu quisser como ele. Embora eu não

soubesse nada sobre o Buda ousobre sua vida, quando eu vi aquelafigura, senti amor por ele. Depoisdisso, tive um desejo muito forte deme tornar alguém que pudessesentar como ele fazia, de modobonito e em paz.

Um dia quando eu tinha 11 anos,meu professor na escola anunciouque iríamos ao topo da montanhaNa Son fazer um piquenique. Eununca tinha ido lá antes. Oprofessor nos disse que no topo da

montanha vivia um eremita. Eleexplicou que um eremita era alguémque vivia sozinho e praticava dia enoite para se tornar como o Buda.Que fascinante! Eu nunca tinha vistoum eremita antes, e fiquei muitoexcitado com a perspectiva de subira montanha e o encontrar.

No dia anterior da saída,preparamos comida para opiquenique.

Cozinhamos arroz, fizemos os

bolinhos de arroz, e os enrolamosem folhas de bananas. Preparamossementes de gergelim, amendoim esal para o arroz ficar imerso. Vocêpode nunca ter comido uma bola dearroz imersa em sementes degergelim, amendoim e sal, mas euposso te dizer que é muitodelicioso. Também fervemos águapara beber, porque não era segurobeber água diretamente do rio. Terágua fresca para beber émaravilhoso também.

Cento e cinquenta estudantes daminha escola foram juntos à viagemao campo. Nos dividimos emgrupos de cinco. Carregando nossacesta de piquenique conosco,andamos um bom tempo, cerca de16 quilômetros, antes dealcançarmos os pés da montanha.Então começamos a subir.

Havia muitas árvores e pedrasbonitas ao longo do caminho. Masnão as apreciamos muito porqueestávamos ansiosos em alcançar o

topo da montanha. Meus amigos eeu subimos tão rápido quantopodíamos – nós praticamentecorremos montanha acima. Quandoeu era pequeno, não sabia, como seiagora, sobre a alegria da meditaçãocaminhando – sem correr, apenasdesfrutando cada passo, as flores,as árvores, o céu azul e acompanhia dos amigos.

Quando meus amigos e eu chegamosao topo, estávamos exaustos.Tivemos que beber toda nossa água

no caminho e não sobrou nada.Além disso, eu estava com muitodesejo de achar o eremita. Nósachamos sua cabana feita de bambue palha. Dentro, vimos uma pequenacama de bambu e um altar tambémfeito de bambu, mas ele não estavalá. Que desapontamento! Eu penseique o eremita poderia ter ouvidoque muitos garotos estavam subindoa montanha, e como ele não gostavade muita falação e barulho, teria seescondido.

Era hora do almoço, mas eu nãoqueria almoçar porque estava tãocansado e desapontado. Pensei quetalvez andando pela floresta teriauma chance de encontrar o eremita.Quando eu era pequeno tinha muitaesperança – tudo era possível.

Portanto deixei meus amigos ecomecei a subir ainda mais amontanha. Enquanto andava pordentro da floresta, ouvi o som deágua gotejando. Vocêprovavelmente já ouviu também. É

como o som do vento ressonando ouum piano sendo suavemente tocado– muito claro e leve, como cristal.Era tão apelativo e pacífico que eucomecei a subir na direção do somadorável, levado também pelaminha grande sede.

Não muito depois eu cheguei a umpoço natural feito de pedras. Eusabia que as águas das fontes vêmdas profundezas da Terra. Onde aágua surgia na superfície, um poçonatural feito de rochas grandes com

muitas cores a sua volta formandouma piscina pequena. A água eraprofunda mas tão clara que erapossível ver o fundo. A águaparecia tão fresca e convidativa queeu ajoelhei, peguei um pouco com apalma das minhas mãos e bebi.

Você não pode imaginar a minhafelicidade. A água tinha um gostomaravilhosamente doce. Era tãodelicioso, tão refrescante! Eu mesenti completamente satisfeito. Eunão tinha nenhum desejo restante em

mim – mesmo o desejo de conhecero eremita tinha ido. É o sentimentomais maravilhoso, o sentimento deuma brisa, quando não se desejanada mais.

De repente, me ocorreu que no finaldas contas, talvez eu tivesseencontrado o eremita. Eu comecei apensar que o eremita tinha poderesmágicos, que ele tinha setransformado no poço de forma queeu pudesse conhecê-lo, e que elecuidava de mim. Isto me fez feliz.

Deitei no chão perto do poço eolhei para o céu. Vi os galhos deuma árvore contra o céu azul. Euestava tão relaxado que logo caínum sono profundo. Não sei porquanto tempo dormi, talvez 3 ou 4minutos. Quando acordei, não sabiaonde estava. Quando vi o galho daárvore contra o céu e o poçomaravilhoso, eu me lembrei detudo.

Era hora de voltar e me juntar aosoutros meninos ou eles ficariampreocupados comigo. Eu disseadeus ao poço e comecei a voltar.Enquanto andava pela floresta, umafrase se formou no meu coração:“Eu provei a melhor água domundo.” Eu sempre me lembrareidessas palavras.

Meus amigos estavam felizes de mever quando retornei. Eles estavamrindo e falando alto, mas eu não

tinha vontade de falar. Não estavaainda pronto para dividir minhaexperiência com o eremita e o poçocom os outros garotos. O queaconteceu foi algo muito precioso esagrado, e eu queria manter issopara mim. Eu sentei no chão e comimeu almoço em silêncio. O arroz eas sementes de gergelim tinhamgosto muito bom. Eu me senti empaz e feliz.

De repente, me ocorreu que no finaldas contas, talvez eu o tivesse

encontrado. Eu conheci meu eremitana forma de um poço. A imagem dopoço e o som da água caindo aindaestão vivas em mim hoje. Vocêtambém pode conhecer seu eremita,talvez não como um poço mas comoalgo igualmente maravilhoso.Talvez uma rocha, uma árvore, umaestrela ou um lindo por do sol. Oeremita é o Buda dentro de você.

Talvez você não tenha conhecidoseu eremita ainda, mas se vocêolhar em profundidade ele se

revelará para você. Está dentro devocê. Na verdade, todas as coisasmaravilhosas que você estáprocurando – felicidade, paz ealegria – podem ser achadas dentrode você. Você não precisa procurarem outro lugar.

Momento Presente, momentomaravilhoso

“A vida só está disponível nomomento presente.” Este é umensinamento simples do Buda, masmuito profundo. Se alguém teperguntar: “O melhor momento dasua vida já chegou?” Muitos devocês provavelmente diriam que omelhor momento da sua vida aindanão aconteceu. Nós todos temos a

tendência em acreditar que omelhor momento de nossas vidasnão aconteceu ainda, mas que virámuito em breve. Mas se nóscontinuarmos a viver do mesmomodo, esperando que o melhormomento chegue, então ele nuncachegará.

Você pode acreditar que suafelicidade está em algum outrolocal, lá adiante, ou no futuro, masde fato você pode tocar suafelicidade bem agora. Você está

vivo. Pode abrir seus olhos, podever o brilho do sol, as cores bonitasdo céu, a vegetação maravilhosa,seus parentes e amigos a sua volta.Este é o melhor momento da suavida!

Desfrutando de sua comida

Muitas vezes quando estamoscomendo, estamos pensando emoutras coisas e não sabemosrealmente o que estamos comendo.Quando sabemos o que comemos,pode ser muito agradável. Quandovocê sentar e comer, olhe para suacomida e saiba o que está pegandoe colocando em sua boca. Se foruma cenoura, veja que é uma

cenoura que você está mastigando enão outra coisa. Se for ummacarrão, veja que é um macarrão enão outra coisa – não é a sua raiva,não são seus pensamentos sobre oque você vai fazer amanhã.

Leva apenas meio segundo paraolhar para a cenoura ou o macarrãoe reconhecer o que você estáprestes a comer. “Isto é umacenoura.” “Isto é um macarrão.” Émuito importante fazer isso. Seolhar para a comida que você está

comendo e ela ainda não se revelarpara você, chame-a pelo seu nome:“Cenoura” ou “Macarrão”. Depoisde chamar pelo seu nome, a comidade repente se revelará para você.

Se continuar a fazer isso, com otempo começará a ver a comida quevocê come muito profundamente.Então um dia verá o brilho do sol, anuvem de chuva e todas as coisas epessoas que se juntaram para fazercom que o macarrão e a cenourapudessem estar na sua frente.

Quando você coloca comida na suaboca e a mastiga com esse tipo deconsciência, está mastigando algomaravilhoso. Quando você estáverdadeiramente presente com suacomida, quando você come comtodo seu coração e corpo, seconecta com todo o cosmos. Vocêtem o brilho do sol, as nuvens, aTerra, tempo e espaço na sua boca.Você está em contato com arealidade, com a vida.

Depois de comer ameixas, umacriança em Plum Village tinha issoa dizer:

Um dia depois de comermosameixas, examinamos o caroço daameixa. Eu notei coisas que nuncatinha visto antes, como as váriasquebras que cada caroço tem.Também notei que a maioria delastem sulcos. No passado, eu apenasjogava fora os caroços. Poucos denós conseguem abri-los, mas nomeio há uma semente muito

pequena. É realmente maravilhoso.

Eu nunca havia aberto um caroçode ameixa antes. Aquilo me ajudoua estar no momento. Eu nãoapenas o joguei fora e fui procuraralgo para fazer. Percebi que dentrode cada caroço há várias árvoresde ameixa.

O Dia do Hoje

Temos todos os tipos de diasespeciais. Há um dia especial paralembrar os pais. Chamamos Dia dosPais. Há um dia especial paracelebramos nossas mães.Chamamos de Dia das Mães. Há odia de Ano Novo, Dia da Paz e Diada Terra. Um dia um jovemvisitando Plum Village disse: “porque não declarar hoje o ‘Dia do

Hoje’?” Todas as criançasconcordaram que deveríamoscelebrar hoje e chamá-lo de ‘Diado Hoje’.

Portanto cada manhã quandoacordar, decida fazer daquele dia, odia mais importante. Antes de sairpara a escola, sente-se ou deite-se,respire lentamente por algunsminutos, desfrute da sua inspiração,da sua expiração e sorria. Você estáaqui. Você está contente. Você estápacífico. Esta é uma excelente

maneira de começar o dia.

Tente manter esse espírito vivo todoo dia. Lembre de voltar à suarespiração, lembre de olhar para asoutras pessoas com bondadeamorosa, lembre de sorrir e serfeliz com a dádiva da vida. Tenhaum bom dia hoje. Isto não é apenasum desejo. Isto é uma prática.

Neste dia, o Dia do Hoje, nãopensamos sobre o ontem, nãopensamos sobre o amanhã,pensamos somente sobre hoje. ODia do Hoje é quando vivemosfelizes no momento presente.Quando comemos, sabemos queestamos comendo. Quandobebemos, estamos conscientes que éágua que estamos bebendo. Quandoandamos, realmente desfrutamos decada passo. Quando brincamos,estamos realmente presentes na

nossa brincadeira.

Hoje é um dia maravilhoso. Hoje éo mais maravilhosos dos dias. Istonão significa que ontem não foimaravilhoso. Mas ontem já foi. Nãosignifica que amanhã não serámaravilhoso. Mas amanhã aindanão está aí. Hoje é o único diadisponível para nós, hoje, epodemos tomar muito cuidado comele. É por isso que hoje é tãoimportante – o dia mais importantede nossas vidas.

Retorno ao Eremitério

Um dia decidi ir para o lindobosque perto de meu eremitério, olocal onde moro. Eu levei umsanduíche e um lençol comigo coma intenção de passar um dia quieto,sozinho nesse bosque.

Naquela manhã, antes de deixar oeremitério, abri todas as janelas eportas para o sol secar as coisas.

Mas durante a tarde o tempo mudou.O vento começou a soprar e nuvensnegras se amontoaram no céu. Aolembrar que havia deixado meueremitério aberto, decidi retornarpara casa imediatamente.

Quando cheguei, achei meueremitério em condições terríveis.Estava frio e escuro dentro de casa.O vento soprou meus papéis queestavam sobre a mesa e os espalhoupelo chão. Não estavaabsolutamente agradável.

A primeira coisa que fiz foi fecharas janelas e portas. Então acendi alâmpada para ter alguma luz. Aterceira coisa que fiz foi acender ofogo na lareira para aquecer olocal. Quando o fogo estava aceso,

recolhi os papéis no chão e oscoloquei na mesa e coloquei umapedra sobre eles.

Então eu voltei à lareira. O fogoestava queimando lindamente.Agora havia luz e eu estava quente.Sentei e ouvi o vento uivando láfora. Imaginei as árvores agitadaspelo vento e me senti feliz. Eramuito agradável sentar perto dofogo. Eu podia ouvir minharespiração, minha inspiração eexpiração. Eu me senti muito

confortável.

Há momentos na nossa vida diáriaquando nos sentimos miseráveis,muito vazios e frios e não ficamosfelizes. Parece que tudo está errado.Você também provavelmenteexperimentou um sentimento assimem algum momento da sua vida.Mesmo quando tentamos fazer asituação melhorar com as coisasque fazemos ou dizemos, nadaparece funcionar e pensamos: “Nãoé meu dia.” Era exatamente assim

que meu eremitério estava naqueledia.

A melhor coisa a fazer em períodosassim é voltar a si mesmo, para seueremitério, fechar todas as portas ejanelas, ligar uma lâmpada e fazerum fogo. Isto significa que vocêdeve parar. Não deve mais seocupar em olhar para as coisas, emouvir coisas ou dizer coisas. Vocêdeve voltar a si mesmo e se tornaruno com sua respiração. Isto é oque voltar para seu eremitério

significa.

Cada um de nós tem um eremitériopara ir dentro de si, um lugar parase tomar refúgio e respirar. Masisso não significa que você está sedesligando do mundo. Significa queestá ficando mais em contatoconsigo mesmo. Respirar é uma boamaneira de fazer isso. Tente.Apenas pare onde estiver e reparena sua inspiração e expiração. Nainspiração você diz: “Inspirando,estou no momento presente.” Na

expiração diga a si mesmo:“Expirando, é um momentomaravilhoso.” Após repetir essasfrases poderá simplesmente usar aspalavras “Momento presente”, paraa inspiração e “momentomaravilhoso” para a expiração.Respirar dessa forma poderá fazê-lo realmente se sentir maravilhosopor dentro.

Parar e respirar assim é chamadorespiração atenta ou meditação darespiração. Respirando atentamente

fará seu eremitério muito maisconfortável. E quando seueremitério interior está confortável,seu contato com o mundo exteriorse tornará mais agradável.

Quando estamos com raiva

Quando algo desagradávelacontece, você pode ficar chateadoou com raiva. Pode querer gritar ouchorar. Talvez sua irmã ou irmãotenha feito ou dito alguma coisa quevocê não gostou. Seria melhor sevocê pudesse calmamente perguntarao seu irmão ou irmã: “Porque vocêfez isso?” Mas quando você estámuito raivoso, comumente você

quer gritar para a outra pessoa ouchorar.

Como nos sentimos feridos,queremos dizer ou fazer algo paraferir de volta a pessoa que nosferiu. Pensamos que dizendo algocruel de volta para ele ou ela, nossentiremos melhor. Mas quandodizemos palavras que ferem, estapessoa procurará algo mais cruelpara dizer. E nenhum dos dois sabecomo parar.

Quando alguém te faz ficar comraiva, é melhor não responder compalavras. A primeira coisa a fazer éparar e retornar a sua respiração.Isto é o que eu faço: “Inspirando,sei que estou com raiva. Expirando,a raiva ainda está lá.” Eu continuopraticando assim por três ou quatrorespirações, e então normalmentehá uma pequena mudança em mim,uma suavização da raiva.

Nós podemos aprender como agirde modo a não criar infelicidade

para nós mesmos e para os queestão à nossa volta. Podemosaprender a mudar uma situaçãoinfeliz em uma alegre. Requeralguma prática, contudo. Emboraaprendamos muito na escola, nãotemos a oportunidade de aprender asermos felizes e como sofrermosmenos.

Nossa raiva é parte de nós. Nãodeveríamos fingir que não estamoscom raiva quando na verdadeestamos. O que precisamos

aprender é como tomar conta denossa raiva. Uma boa maneira detomar conta dela é parar e retornara nossa respiração.

Pense na sua raiva como umpequeno bebê, irmão ou irmã. Nãoimporta o que o bebê tenha feito,você precisa tratá-lo com ternura eamor, da mesma maneira que umamãe conforta seu bebê que chora.

Quando um bebê está chorando, amãe pega o bebê nos seus braços e

deixa-o chorar, enquanto ao mesmotempo ela o abraça com amor ecarinho. Pouco a pouco, o bebê ficamais calmo, até que finalmente parade chorar. Ela não força o bebê aparar de chorar, ela o envolve comcarinho e amor.

Assim é como você deveria tratarsua raiva também, com amor ecarinho. Quando estiver com raivadiga:

Inspirando, sei que

estou com raiva.Expirando, estoutomando conta deminha raiva

Enquanto você estiver respirando edizendo isto, pode ainda estar comraiva. Mas estará seguro, porqueestará abraçando sua raiva do jeitoque uma mãe abraça seu bebê quechora. Depois de fazer isso por umtempo, você começará a se acalmare será capaz de sorrir para sua

raiva:

Inspirando, vejo raiva em mimExpirando, sorrio para minharaiva

Quando tomamos conta de nossaraiva assim, estamos sendo“plenamente conscientes”. Plenaconsciência atua exatamente comoos raios do sol. Sem nenhumesforço o sol brilha em tudo e tudomuda por causa dele. Quando

expomos nossa raiva à luz da plenaconsciência ela irá mudar também,como uma flor se abrindo ao sol.

Uma pedrinha para o seu bolso

Às vezes quando ficamos com raivadurante o dia, é difícil lembrar deparar e respirar. Eu sei uma boamaneira de você se lembrar deparar e respirar quando estiver comraiva ou chateado. Primeiro, dê umaandada e ache uma pedrinha quevocê goste. Então, sente-se perto doBuda, se houver um na sua casa, oufora de casa embaixo de uma árvore

especial ou numa pedra especial, ouvá para o seu quarto. Com apedrinha na mão diga:

Querido Buda,Aqui está minha pedrinha. Estouindo praticar com ela quando ascoisas dão errado no meu dia. Seeu estiver com raiva ou chateado,irei pegar a pedrinha e respirarprofundamente. Farei isto atéacalmar.

Agora ponha a pedra no seu bolso e

a leve onde quer que você vá.Quando algo acontecer durante odia que te faça triste, ponha sua mãono bolso, pegue a pedrinha, respireprofundamente e diga a si mesmo:“Inspirando, eu sei que estou comraiva. Expirando, estou sendo bemcuidadoso com minha raiva.” Façaisso até que você se sinta muitomelhor e possa sorrir para suaraiva.

Meditação Caminhando

Outra forma maravilhosa de seacalmar quando estamos chateadosé andar. Enquanto andamos,prestamos atenção a cada passo quedamos. Notamos como cada pé tocao solo. A Terra é nossa mãe.Quando estamos longe da MãeNatureza, ficamos doentes. Cadapasso que damos nos permite tocarnossa mãe, de forma que possamos

ficar bem de novo. Muito dano temsido feito à Mãe Terra, portantoagora é hora de beijar a Terra comnossos pés, com o nosso amor.

Enquanto estiver andando, sorria –esteja no aqui agora. Fazendoassim, você transforma o lugar ondeestá andando no paraíso. Andedevagar. Não corra. Cada passotraz você ao melhor momento dasua vida, o momento presente.

Se você disser o gatha (poema) quese segue para si mesmo enquantoanda, sua caminhada será maisagradável:

Inspirando, sei que estouinspirandoExpirando, sei que estouexpirandoEnquanto minha inspiração ficamais profundaMinha expiração fica lentaInspirando, acalmo meu corpoExpirando, fico à tranquilo

Inspirando, sorrioExpirando, soltoHabitando no momento presenteSei que é um momento maravilhoso

Ao continuar caminhando erespirando, você pode encurtar ogatha para: Inspirando/ Expirando,Profundo/ Lento, Calmo/ Tranquilo,Sorrio/ Solto, Momento Presente/Momento Maravilhoso.

Durante a sua caminhada, pare para

observar as coisas belas ao seuredor, abaixo de você e acima devocê. Continue a inspirar e expirar,de forma a ficar em contato comessas coisas maravilhosas. Nomomento em que você parar, estejaconsciente da sua respiração, senãoas coisas bonitas podemdesaparecer e os pensamentos epreocupações podem se estabelecerna sua mente novamente.

Apenas permita a você mesmo ser!Permita a si mesmo desfrutar estar

no momento presente. A Terra é tãobonita. Desfrute do planeta Terra.Você é bonito também, é umamaravilha como a Terra. Andarassim é chamado de meditaçãocaminhando.

Lembre que enquanto você caminha,não está indo para nenhum lugar,assim cada passo te ajuda a chegar.Chegar aonde? Chegar no momentopresente – chegar no aqui e agora.Você não precisa de mais nada paraser feliz.

Alguma crianças de Plum Villageexpressaram dessa maneira:

GAIA: Meditação caminhando éportanto você notar tudo ao seuredor. Você ouve sua respiração.Se você nunca andar em plenaatenção, sua vida toda pode passarsem você notar. Pense que penaseria se você passasse por todasua vida pensando apenas no queia acontecer em seguida e nuncanotar nada mais, nunca conhecer

como o mundo é. Isto seria muitotriste. TY: Envolve muita paciência, ficaratento. Quando você está atento,sua mente está cheia das coisas emtorno de você, cheia da suarespiração, sentindo as pedrasabaixo de seus pés, e isto é plenaatenção. Você está no momentopresente, está consciente do queestá fazendo. Sabe que estáandando, e que está andando comThay. Sua mente não pode estar em

nenhum outro lugar, pensando nojantar. Tem que estar aonde vocêestá. Isto é meditação caminhando. OUTRA CRIANÇA DISSE: O queacho especial na meditaçãocaminhando é que se pode notartudo em torno. Você vê tudo, comoo céu azul. Podemos estar emcontato com muitas, muitas coisasmaravilhosas.

O Lago de Lótus

Em Plum Village onde vivemos naFrança, há um lindo lago de lótus.Talvez um dia você venha a PlumVillage é possa vê-lo. No verão, olago é coberto por centenas delindas flores de lótus quefloresceram. O que é surpreendenteé que todas as plantas de lótusvieram de uma semente minúscula.Eu te direi como crescer um lago de

lótus.

As sementes de lótus têm que serplantadas no solo. Elas não crescembem no solo seco. Mas há um truquepara plantas essas sementes. Sevocê apenas plantar as sementes nalama, ela não irá brotar, mesmo sevocê esperar três semanas, cincosemanas ou dez semanas. Mas elanão irá morrer também. Hásementes com mais de mil anos quequando foram plantadaspropriamente cresceram em plantas

de lótus.

A semente de lótus não brota sevocê apenas colocá-la na lamaporque ela precisa de alguma ajuda.A semente de lótus é um caroçocom uma pele muito dura acobrindo. De forma a brotar, a águaprecisa penetrar na semente de lótusatravés da pele dura. Este é otruque. Você precisa fazer umpequeno buraco na semente deforma que a água possa entrar.

Você pode furar a pele exterior acortando com uma faca ouesfregando-a contra uma pedra. Istodará à água a chance de penetrar nasemente. Agora se você colocá-lana água ou na lama, em cerca dequatro ou cinco dias a pequenasemente brotará e se tornará umaminúscula planta de lótus.

Primeiramente poucas folhas delótus aparecerão. Logo elas irãocrescer. Você pode manter umapequena planta de lótus no seu

jardim durante a primavera, verãoou outono. Mas quando estiver frio,você tem que trazê-la para dentro,onde ela continuará a crescer.

Na primavera, pode levá-la parafora novamente e colocá-la em umvaso maior, e a planta de lótus irácrescer ainda mais. Em um anovocê terá algumas flores de lótus, eem três anos você terá um lago delótus tão grande quanto o de PlumVillage.

Portanto veja que um enorme lagode lótus realmente está contidodentro de uma minúscula semente.Esta semente minúscula contémtodos os ancestrais da planta delótus – contém sua fragrância ebeleza e todas as suascaracterísticas. Quando essasemente brota e começa a crescer,oferece todos esses dons ao mundo.

Cada um de vocês é umamaravilhosa semente como a delótus. Você parece um pouco maior

que ela, mas mesmo assim você éuma semente. Em você háentendimento e amor e muitos,muitos diferentes talentos. Denossos ancestrais recebemosmaravilhosas sementes. Nossahabilidade de tocar música oupintar, correr rápido ou ser bom emmatemática, fazer coisas comnossas mãos ou dançar são todassementes que recebemos dosancestrais. Também herdamossementes que não são tão boas,como as sementes de medo e raiva.

Estas sementes podem nos fazermuito tristes e frequentemente nãosabemos o que fazer.

Algum tempo atrás, um garoto de 12anos suíço e sua irmã começaram avir regularmente a Plum Village. Ogaroto tinha um problema com seupai. Ele tinha muita raiva do paiporque o pai não falava gentilmentecom ele. Se o garoto caísse ou seferisse, ao invés de ajudá-lo econfortá-lo, seu pai ficava bravocom ele. Ele diria: ”Você é

estúpido! Porque fez tal coisa?”

O garoto, é claro, queria que seupai o confortasse com palavrasgentis quando ele estivesse comdor. Ele não conseguia entenderporque seu pai o tratava daquelejeito, e prometeu que nunca iria agircomo ele quando crescesse. Se eletivesse um filho, iria ajudá-lo econfortá-lo quando ele caísse ou seferisse.

Um dia, este garoto estava vendo

sua irmã brincar em uma rede comoutra garota. Elas estavambalançando para frente e para trás.De repente a rede virou e ambascaíram no chão. Sua irmã cortou suatesta. Quando o garoto viu a irmãsangrando, ele ficou furioso. Eleestava quase gritando com ela:“Você é estúpida! Porque você seferiu assim?” Mas como ele sabiacomo praticar, ele se segurou evoltou à sua respiração. Vendo quesua irmã estava bem, ele decidiufazer meditação caminhando.

Durante sua meditação caminhando,ele descobriu algo maravilhoso. Eleviu que era exatamente igual a seupai. Ele tinha o mesmo tipo deenergia que o empurrava para dizerpalavras grosseiras. Quando seuamado está sofrendo, você deveriaser amável, carinhoso e prestativo enão gritar com ele com raiva. Eleviu que estava que estava prestes ase comportar como seu pai. Isto foium insight. Imagine um garoto dedoze anos praticando assim. Ele

percebeu que era a continuação deseu pai e que tinha o mesmo tipo deenergia, as mesmas sementesnegativas.

Continuando a andarconscientemente, ele descobriu queele não poderia transformar a suaraiva sem prática e que se ele nãopraticasse, ele iria transmitir suaenergia de raiva a seus filhos. Eupenso que é fantástico para umgaroto de doze anos ter sucessoassim na meditação. Ele ganhou

esses dois insights em menos de 15minutos de meditação caminhando.

O terceiro e último insightaconteceu quando ele voltou paracasa e falou sobre as suasdescobertas com seu pai. Eledecidiu pedir a seu pai quepraticasse com ele de forma queambos pudessem transformar suaenergia. Com esse terceiro insight,a sua raiva de seu pai desapareceuporque ele entendeu que seu pai eratambém uma vítima. Seu pai podia

ter recebido essa energia do paidele. Portanto veja que a prática deolhar profundamente para ganharentendimento e liberdade da suaraiva é muito importante.