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TRÁFICO DE SERES HUMANOS
ENQUADRAMENTO LEGAL
Artigo 160º do Código Penal
Lei nº 23/2007, de 4 de Julho (Regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional)
Decreto Regulamentar n.º 84/2007, de 5 de Novembro
Decreto-Lei n.º 368/2007, de 5 de Novembro
Plano Nacional contra o Tráfico de Seres Humanos, RCM 94/2010, de 29 de Novembro
*Tráfico de Pessoas
1 — Quem oferecer, entregar, aliciar, aceitar, transportar, alojar ou acolher pessoa para fins de exploração sexual, exploração do trabalho ou extração de órgãos:
a) Por meio de violência, rapto ou ameaça grave;
b) Através de ardil ou manobra fraudulenta;
c) Com abuso de autoridade resultante de uma relação de dependência hierárquica, económica, de trabalho ou familiar;
d) Aproveitando -se de incapacidade psíquica ou de situação de especial vulnerabilidade da vítima; ou
e) Mediante a obtenção do consentimento da pessoa que tem o controlo sobre a vítima;
é punido com pena de prisão de três a dez anos.
* Artigo 160.ºTráfico de pessoas
2 — A mesma pena é aplicada a quem, por qualquer meio, aliciar, transportar, proceder ao alojamento ou acolhimento de menor, ou o entregar, oferecer ou aceitar, para fins de exploração sexual, exploração do trabalho ou extração de órgãos.
3 — No caso previsto no número anterior, se o agente utilizar qualquer dos meios previstos nas alíneas do n.º 1 ou atuar profissionalmente ou com intenção lucrativa, é punido com pena de prisão de três a doze anos.
4 — Quem, mediante pagamento ou outra contrapartida, oferecer, entregar, solicitar ou aceitar menor, ou obtiver ou prestar consentimento na sua adoção, é punido com pena de prisão de um a cinco anos.
* Artigo 160.ºTráfico de pessoas
5 — Quem, tendo conhecimento da prática de crime previsto nos nº 1 e 2, utilizar os serviços ou órgãos da vítima é punido com pena de prisão de um a cinco anos, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.
6 — Quem retiver, ocultar, danificar ou destruir documentos de identificação ou de viagem de pessoa vítima de crime previsto nos nº1 e 2 é punido com pena de prisão até três anos, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.
* Artigo 160.ºTráfico de pessoas
Prazo de reflexão – duração mínima de 30 dias e máxima de 60 dias
Em que seja solicitada a colaboraçãoEm que a pessoa manifesta vontade em colaborarNo momento em que é sinalizada como vítima de tráfico
Direitos:Assegurada a sua subsistênciaAcesso a tratamento médico urgente e adequadoAssistência psicológicaSegurança e protecçãoAssistência de tradução e interpretaçãoAssistência jurídica
* Lei nº 23/2007, de 4 de JulhoRegime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional
*Autorização de residência com a duração de um ano e renovável por iguais períodos
Requisitos:
- a sua importância para a investigação e procedimentos judiciais
- vontade clara em colaborar
- romper as relações com os presumíveis autores
Exceção – circunstâncias pessoais da vítima o justifiquem
* Lei nº 23/2007, de 4 de JulhoRegime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional
*Direitos:
*Assegurada a sua subsistência
*Acesso a tratamento médico urgente e adequado
*Assistência psicológica
*Segurança e proteção
*Assistência de tradução e interpretação
*Assistência jurídica
*Acesso a programas oficiais existentes, incluindo cursos destinados a melhorar as suas aptidões profissionais ou a preparar o seu regresso
* Lei nº 23/2007, de 4 de JulhoRegime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional
Cancelamento da autorização de residência
a) tiver reatado ativa e voluntariamente, por sua própria iniciativa, contactos com os presumíveis autores de tráfico de pessoas ou de auxílio à imigração ilegal; ou
b) A autoridade responsável considerar que a cooperação é fraudulenta ou que a queixa da vítima é infundada ou fraudulenta; ou
c) A vítima deixar de cooperar.
* Lei nº 23/2007, de 4 de JulhoRegime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional
Regime de excepção relativo ao pressupostos para uma autorização de residência
Quando circunstâncias pessoais da vítima o justifiquem, pode ser dada uma autorização de residência pelo Ministro da Administração Interna:
- por sua iniciativa ou
- proposta do órgão de polícia criminal competente
- ou do coordenador do Plano Nacional contra o Tráfico de Seres Humanos
Decreto-Lei n.º 368/2007de 5 de Novembro
As circunstâncias pessoais são ponderadas caso a caso e podem, designadamente, relacionar -se:
a) Com a segurança da vítima, seus familiares ou pessoas que com ela mantenham relações próximas;
b) Com a saúde dessas pessoas;
c) Com a sua situação familiar;
d) Com outras situações de vulnerabilidade.
* Decreto-Lei n.º 368/2007de 5 de Novembro
*II Plano Nacional Contra o Tráfico de Seres Humanos
TRÁFICO DE SERES HUMANOS
Conhecer, Sensibilizar e prevenir
Proteger e Assistir
Investigar Criminalmente e Cooperar
Educar e Formar
*PORTUGAL E O TSH
Observatório do TSHFacilitador da sinalização de situações
Maior conhecimento, Estratégia Coordenada e Legislação adequada intervenção mais directiva e
eficaz
Ratificação de
Instrumentos
Internacionais
Legislação Específica
Plano
Nacional
conta o
TSH
*Comissão para a Cidadania e Igualdade de
Género - CIG
“A coordenação deste Plano [II Plano Nacional contra o Tráfico de Seres Humanos]é da responsabilidade da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), mas a execução das acções depende da participação dos diversos parceiros envolvidos. Com efeito, embora seja atribuída à CIG a coordenação geral da sua execução, trata-se de uma intervenção partilhada entre vários parceiros e orientada para objectivos comuns.”
In “ II — Metodologia de operacionalização e de monitorização”, II Plano Nacional contra o Tráfico de Seres Humanos, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros nº 94/2010, de 29 de Novembro
* Comissão Técnica de Apoio à Entidade Coordenadora (CIG)
* Constituída pelos seguintes elementos:
a) O Relator Nacional para o Tráfico de Seres Humanos;
b) A chefe de equipa do Observatório do Tráfico de Seres Humanos;
c) Um/a representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros;
d) Um/a representante da Presidência do Conselho de Ministros;
e) Um/a representante do Ministério da Administração Interna;
f) Um/a representante do Ministério da Justiça;
g) Um/a representante do Ministério da Economia;
g) Um/a representante do Ministério da Solidariedade e Segurança Social;
h) Um/a representante do Ministério da Saúde.
i) Um/a representante da PGR (enquanto observador/a)
In, Resolução do Conselho de Ministros nº 94/2010 de 29 de Novembro, que aprova o II Plano Nacional Contra o Tráfico de Seres Humanos
Continuar a desenvolver o combate aos estereótipos, tendo como primado a defesa dos direitos humanos
Garantir que o combate ao TSH seja assegurado através de uma abordagem de género como é recomendado pelas Nações Unidas e mais recentemente na Nova Directiva Europeia Contra o Tráfico de Seres Humanos.
Definir um conjunto de medidas operacionais nas diferentes áreas estratégicas com objectivos claros e precisos, envolvendo diversos ministérios, organismos e a sociedade civil na sua execução
Aprofundar o conhecimento sobre as diferentes realidades que caracterizam o TSH, nomeadamente tráfico para exploração sexual e exploração laboral, na perspectiva de país de destino e de país de origem
II PNCTSHOrientações Estratégicas
4 Áreas estratégicas de intervenção
45 Medidas
10 Ministérios
20 Organismos participantes
Ministério Público
Organizações Internacionais
ONG
Ordens Profissionais
Sindicatos
Associações
II PNCTSHOrientações Estratégicas
CONHECER, SENSIBILIZAR E PREVENIR
*Consolidar o processo de recolha de dados nas diferentes vertentes do tráfico de seres humanos.
*Reforçar o investimento na sensibilização da população geral e de públicos específicos dando prioridade à prevenção do fenómeno.
*Contribuir para um conhecimento mais aprofundado sobre este tema capacitando instituições públicas e ou privadas e cidadãos.
Total -16 medidas
II PNCTSHÁrea Estratégica de Intervenção I
EDUCAR E FORMAR
*Promover o aprofundamento do conhecimento sobre o tráfico de seres humanos, nomeadamente através da investigação e da formação/qualificação dos agentes intervenientes no combate a este fenómeno.
Total - 13 Medidas
II PNCTSHÁrea Estratégica de Intervenção II
PROTEGER E ASSISTIR
Melhoria da protecção e da assistência às vítimas dos
diferentes tipos de tráfico de seres humanos, cujo objectivo é
consolidar as práticas de intervenção direccionadas às vítimas
através de uma maior especialização no seu atendimento,
tendo em conta os diferentes tipos de tráfico.
Total: 8 medidas
II PNCTSHÁrea Estratégica de Intervenção III
INVESTIGAR CRIMINALMENTE E COOPERAR
* Investigação de casos de tráfico de seres humanos através da estreita cooperação entre as diferentes forças de segurança.
*Desenvolver mecanismos de colaboração e de troca de boas práticas com organismos congéneres de outros países para melhorar e harmonizar procedimentos comuns no combate ao tráfico de seres humanos (crime que se caracteriza por movimentações transnacionais).
Total: 8 Medidas
II PNCTSHÁrea Estratégica de Intervenção IV
* Um exemplo de intervenção: A RAPVT – Rede de Apoio e Proteção a Vítimas de
Tráfico de Seres Humanos
* Medida 30, Área 3 – Proteger e Assistir, II PNCTSH
* Objetivo Geral
- Promover a proteção e (re) integração (social) plena das vítimas de tráfico de seres humanos através da implementação de mecanismos formais que concorram para a efetiva habilitação, quer das estruturas de apoio existentes, quer daquelas a serem criadas para o efeito.
- Garantir uma melhor forma de intervenção, de apoio articulado e de conhecimento mais organizado e sustentado com as vítimas de tráfico de seres humanos, assim como uma melhor fonte de informação para a investigação criminal.
- Implementar novos paradigmas de intervenção, através do reforço de competências dos/as diferentes agentes de intervenção e da melhoria das práticas organizacionais.
*Para uma boa e eficaz intervenção
Vítimas
CAP OCP’s
Importância da
participação da
população em geral
*Para uma boa e eficaz intervenção
É por isso necessário, sensibilizar e informar a população em geral para também possa
intervir adequadamente nesta problemática
Trabalho constante e local promovido pelas instâncias governamentais e não governamentais em articulação
* Campanhas nacionais
Campanha “Coração Azul” contra o Tráfico de Seres Humanos.
Trata-se de uma iniciativa que tem como objectivo alertar e combater um flagelo que atinge anualmente mais de 2.45 milhões (segundo a OIT) de pessoas em todo o mundo.
* Outdoor Mupi
* Folheto
* Televisão
*MANUEL ALBANO
RELATOR NACIONAL PARA O TRÁFICO DE SERES HUMANOS
Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género
Rua Ferreira Borges, 69, 2.º C
4050-253 Porto – Portugal
Email: [email protected]