sustentabilidade: vitórias do cotidiano

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VITÓRIAS DO COTIDIANO SUSTENTABILIDADE VIDA CAIÇARA UMA INCURSÃO NO DIA A DIA DA ILHA DIANA, EM SANTOS HIDRELÉTRICA DE CHAGLLA, NO PERU PROJETO SE TORNOU REFERÊNCIA MUNDIAL

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contribuiçãoÉ imagem de liberdade, que inspira poetas e alegra o dia de quem apenas olha, entende e guarda para si o que viu. Mas também há pragma-tismo: a presença deles, dos que estão nessa imagem, é prova de que, naquele lugar, existem condições para a vida. Com o monitoramento de espécies da fauna no Parque Nacional das Emas, em Goiás, por exemplo, ocorre isso: elas são bioindicadores de que existe qualidade ambi-ental. É uma iniciativa da qual a Odebrecht participa, assim como ocorre com outras nesse sentido, no Peru e no Equador, também relatadas nesta edição. Aos poetas, aos amantes da natureza, aos que realizam obras em harmonia com os ecossistemas, aos que sabem (e aos que ainda não sabem) que nossa casa é a mesma: a tarefa de cuidar do mundo, todos os dias, é nossa.

VITÓRIAS DOCOTIDIANO

S U S T E N TA B I L I D A D E

VIDA CAIÇARA UMA INCURSÃO NO DIA A DIA DA ILHA DIANA, EM SANTOS

HIDRELÉTRICA DE CHAGLLA, NO PERU PROJETO SE TORNOU REFERÊNCIA MUNDIAL

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UM MUNDOMELHORPARATODOS

Viveiro de mudas no empreendimento imobiliário Reserva do Paiva, na Região Metropolitana do Recife

Na Organização Odebrecht, quando o assunto é sustentabilidade, o foco principal é o ser humano. Para ele são dirigidos os esforços de nossos integrantes, que buscam criar alternativas de desenvolvimento sustentável em todas as ações de que participam.Eles trabalham para a viabilidade econômica dos projetos, cuidam do meio ambiente, ajudam a resolver questões sociais, colaboram com políticas públicas e apoiam a diversidade cultural das regiões em que estão presentes. Com isso, transformam cada empreendimento em indutor do desenvolvimento sustentável e vetor de prosperidade, colaborando para que famílias tenham uma vida digna e o planeta possa atender às necessidades da geração atual e das gerações futuras.

RESPONSÁVEL POR COMUNICAÇÃO NA ODEBRECHT S.A.Sérgio Bourroul

RESPONSÁVEL POR CONTEÚDO, MARCA E COMUNICAÇÃO INTERNA NA ODEBRECHT S.A.Karolina Gutiez

COORDENAÇÃO EDITORIALVersal Editores Editor José Enrique BarreiroEditor Executivo Cláudio Lovato Filho Editora de Fotografia Holanda CavalcantiArte e Produção Gráfica Rogério Nunes

Tiragem 3.380 exemplares Pré-impressão e Impressão Ipsis

REDAÇÃO: Rio de Janeiro (55) 21 2239-4023São Paulo (55) 11 3641-4743e-mail: [email protected]

Você pode ler a revista Odebrecht Informa também: • na internet, no site www.odebrechtinforma.com.br, onde poderá acessar vídeos e outras reportagens• pelo iPad, baixando gratuitamente o aplicativo Revista Odebrecht na App Store

Fazem parte da Organização Odebrecht:

NegóciosOdebrecht Engenharia IndustrialOdebrecht Infraestrutura – BrasilOdebrecht Infraestrutura – África, Emirados Árabes e Portugal Odebrecht Infraestrutura – América Latina Odebrecht Estados UnidosOdebrecht Realizações Imobiliárias Odebrecht AmbientalOdebrecht LatinvestOdebrecht Óleo e GásOdebrecht PropertiesOdebrecht TransPortBraskemOdebrecht Agroindustrial Enseada Indústria Naval Odebrecht Defesa e Tecnologia

InvestimentosOdebrecht Energias Brasil Odebrecht Africa Fund Odebrecht Latin Fund

Empresa AuxiliaresOdebrecht Serviços de ExportaçãoOdebrecht Corretora de Seguros Odebrecht Engenharia de Projetos Odebrecht PrevidênciaOdebrecht Comercializadora de Energia

Ação SocialFundação Odebrecht

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UM MUNDOMELHORPARATODOS

Viveiro de mudas no empreendimento imobiliário Reserva do Paiva, na Região Metropolitana do Recife

Na Organização Odebrecht, quando o assunto é sustentabilidade, o foco principal é o ser humano. Para ele são dirigidos os esforços de nossos integrantes, que buscam criar alternativas de desenvolvimento sustentável em todas as ações de que participam.Eles trabalham para a viabilidade econômica dos projetos, cuidam do meio ambiente, ajudam a resolver questões sociais, colaboram com políticas públicas e apoiam a diversidade cultural das regiões em que estão presentes. Com isso, transformam cada empreendimento em indutor do desenvolvimento sustentável e vetor de prosperidade, colaborando para que famílias tenham uma vida digna e o planeta possa atender às necessidades da geração atual e das gerações futuras.

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E D I T O R I A L

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É um processo que avança e proporciona contribuições cada

vez mais consistentes. Em todos os empreendimentos realizados com a participação de equipes da Odebrecht, mundo afora, inexiste um dia, ou mesmo uma tarefa, em que a sustentabilidade esteja ausente das discussões. E das ações. Em quaisquer movimentos no cotidiano de trabalho dos integrantes da Organização, sobressai-se a convicção de que a atuação empresarial pode e deve ocorrer em consonância com as melhores práticas sustentáveis e que, sempre que possível, isso precisa incluir iniciativas que vão além do que exige a legislação.

Ao produzirem esta edição de Odebrecht Informa, os repórteres, fotógrafos e demais profissionais que compõem a equipe da revista tiveram o prazer de constatar o quanto os integrantes da Organização Odebrecht estão cientes dessa necessidade. Não foi difícil identificar contribuições qualificadas voltadas à sustentabilidade, em suas dimensões social, econômica, cultural, política e ambiental (esta última, o foco

HISTÓRIAS QUE INSPIRAM E ANIMAM

prioritário da presente edição). Nem verificar que o falso paradoxo entre crescimento econômico e conservação ambiental vai, dia após dia, fixando-se no lugar em que realmente deve estar: no passado.

Na Odebrecht, como você verá nas páginas a seguir, as iniciativas de sustentabilidade são atribuição de todos os integrantes, independentemente de sua área específica de atuação. A execução dessas ações é feita de modo que elas se tornem soluções para os empreendimentos e, ao mesmo tempo, aprofundem a conscientização do conjunto de seus participantes, sejam eles profissionais da Organização, seus parceiros ou pessoas das comunidades nas quais desenvolve-se a presença empresarial. Você conhecerá casos simbólicos, capazes de animar a todos nessa caminhada em que o avanço econômico e social pode e deve ocorrer com base nas melhores premissas do desenvolvimento sustentável, em uma relação harmônica, produtiva e inspiradora.Boa leitura. ]

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π Integrante da Odebrecht no viveiro de mudas construído do canteiro do Aproveitamento Hidrelétrico Manduriacu, no Equador: compromisso de contribuir

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D E S T A Q U E S

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Compromisso de todos na Odebrecht, a realização de iniciativas voltadas ao desenvolvimento sustentável no âmbito dos empreendimentos é, cada vez mais, parte essencial e indissociável da condução dos negócios

CAPA

Sustentabilidade

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Criatividade, capacidade de influenciar o cliente e espírito de servir levam equipes de projetos na Grande Caracas a realizarem ações inovadoras e, em alguns casos, inusitadas

VENEZUELA

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Do canteiro do Aproveitamento Hidrelétrico Laúca, em Angola, vem o exemplo de como gerenciar com eficácia os resíduos gerados na obra

ANGOLA

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MOÇAMBIQUENa construção do Aeroporto Internacional de Nacala, a execução de um viveiro de mudas abre oportunidade para a criação de uma estrutura de lazer e educação ambiental para crianças

EQUADORTrilha ecológica El Sendero del Yumbo, na área das obras do Projeto Hidrelétrico Manduriacu, possibilita aos visitantes um encontro com a natureza e com a cultura

Atividade de educação ambiental na trilha ecológica El Sendero del Yumbo, no Equador. Foto de Rodrigo Buendía – AFP

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5Odebrecht informa

Cleantho Leite, Alice Ponciano, Julio César Soares e Paulo Sá falam de viagem, cultura, esporte e família

GENTE

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FUNDAÇÃO ODEBRECHT Organização de Conservação da Terra contribui para o surgimento de uma relação mais harmônica e produtiva entre pequenos agricultores e o meio ambiente no Baixo Sul da Bahia

CIÊNCIAEscavações em trecho do Canal Adutor do Sertão Alagoano revelam a presença ancestral de animais como tigres-de-dente-de-sabre, mastodontes e preguiças-gigantes

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70Jorge Soto analisa o papel das empresas como propositoras e agentes das soluções para os desafios atuais do planeta

Luis Arditi Rocha destaca que as novas gerações esperam trabalhar em organizações que demonstrem profundo respeito pelo meio ambiente

ENTREVISTA

ARGUMENTO

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C A P A

UM COMPROMISSO DE TODOS. A TODO O MOMENTO PARA AS EQUIPES DA ODEBRECHT, A SUSTENTABILIDADE É, CADA VEZ MAIS, UMA FORMA DE VER E VIVER O TRABALHO, COM ALEGRIA, CONVICÇÃO E PERSISTÊNCIA

π Atividade na trilha ecológica El Sendero del Yumbo, no Equador: informação e orientação para as novas gerações

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O desafio foi colocado e tem recebido respostas à altura da sua importância: como pensar e praticar a sustentabilidade todos os dias, a cada tarefa realizada nos canteiros de obra, nas unidades industriais, nos projetos concessionados, nas arenas esportivas e em outros tipos de empreendimento sob responsabilidade das equipes da Odebrecht? A resposta a essa pergunta passa pela criatividade, a disciplina e o espírito de servir. Para fazer as reportagens desta edição, nossos repórteres e fotógrafos foram a campo em busca de iniciativas capazes de simbolizar o pensamento da Odebrecht em relação à sustentabilidade (principalmente pelo viés ambiental, no caso desta edição): são propostas de alteração de projeto para a conservação ou ampliação de áreas verdes, aproveitamento de espaços no entorno das obras para a criação de estruturas de lazer e de educação ambiental, iniciativas de capacitação de equipes para a elaboração e execução de programas cada vez mais amplos, eficientes e eficazes, ações de interação com as comunidades para o aprimoramento da conscientização e a mudança de atitude. Houve quem conseguisse “transformar” concreto em grama, houve quem descobrisse fósseis de animais pré-históricos, houve quem se preocupasse em garantir água quente nos chuveiros dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que se economizava energia. Exemplos resultantes da convicção de que é possível e necessário produzir e conservar, avançar no âmbito socioeconômico e cuidar dos ecossistemas. As histórias relatadas nesta edição ajudam a demonstrar isso - e, portanto, tornam-se, para todos nós, mensagens carregadas de alegria e esperança.

π Referência: Rodovia Interoceânica Sul, no Peru, é exemplo de obra de infraestrutura realizada de acordo

com as melhores premissas de sustentabilidade

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Texto Julio Cesar Soares

ATITUDE COTIDIANANAS OBRAS DA NOVA PISTA DO AEROPORTO DE FORT LAUDERDALE, PROJETO 365 CLIMATE CHANGE MOSTRA ÀS PESSOAS O IMPACTO DE SEU TRABALHO NO MEIO AMBIENTE

Concluída neste ano, a construção da nova pista do Aeroporto Internacional de Fort Lauderdale, no estado norte-americano da Flórida, teve co-mo um de seus destaques a execução do pro-grama 365 Climate Change. Para realizá-lo, as equipes alinharam as premissas de sustentabi-lidade que a Odebrecht adota em todos os seus projetos com um programa de redução do im-pacto ambiental diário. Com isso, aproveitavam qualquer oportunidade, com propostas que vi-savam mostrar a possibilidade de pensar e im-plementar iniciativas ambientais nos 365 dias do ano, sobretudo aquelas relacionadas às mu-danças climáticas.

“Nosso desafio era mostrar às pessoas o im-pacto que o trabalho delas causa no meio am-biente. Isso permitiu que todos se sentissem envolvidos e se vissem como parte essencial na conquista do nosso objetivo maior, que era ter um projeto sustentável construído todos os dias do ano”, diz Gregory Newman, Engenheiro de Projeto da obra.

Origem do conhecimentoUm ano antes do início da obra, em 2011, a Odebrecht tornou-se parceira da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) no programa WasteWise, que promove o uso sustentável e eficiente de recursos de um pro-jeto. Na construção da nova pista do aeroporto, com 2.747 m, os materiais foram manuseados de forma sustentável. Ao todo, 5 milhões de m3 de materiais necessários à construção da pis-ta teriam que ser transportados por caminhões,

o que resultaria em grande emissão de gases no meio ambiente. Uma das soluções encon-tradas pela equipe foi construir um ramal fer-roviário, em parceria com a Florida East Coast Railway, para transportar o material utilizado na obra. “Ao adotarmos o uso do trem, elimina-mos 700 viagens de caminhões por dia”, conta Greg Mears, Superintendente Geral do projeto. “Isso trouxe redução do consumo de combustí-vel e do congestionamento no entorno do pro-jeto, entre outras vantagens”, ele acrescenta.

De acordo com a Federal Railroad Administration, agência responsável pelo trans-porte ferroviário nos Estados Unidos, o trans-porte por trem economiza até quatro vezes mais combustível que o de caminhão. A iniciativa permitiu a redução das emissões de dióxido de carbono em 20 mil m3, o equivalente à recicla-gem do conteúdo de 1.300 caminhões de lixo.

Para a geração de energia, a equipe do projeto usou as fontes solar e eólica, instalando torres capazes de captar energia limpa. “A utilização da força do sol e dos ventos permitiu-nos traba-lhar com todas as possibilidades de clima”, con-ta Greg Mears. “Não poderíamos nos concentrar na energia solar e ficar sem produzir em dias chuvosos ou nublados”, salienta.

As iniciativas colocadas e prática no projeto incluíram o reúso do asfalto existente que deu lugar à nova pista. As fundações dos prédios onde ficava o canteiro de obras também foram reaproveitadas, bem como o material reciclável utilizado na obra, a exemplo de pneus e detritos gerados durante a expansão do aeroporto. Para

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isso, a Odebrecht teve como parceira a Southern Waste Systems, que conseguiu reciclar cerca de 90% do material produzido. Equipamentos como escavadeiras e rolos compressores foram atestados pelo programa Tier 3, desenvolvido pela EPA. Maquinários desse tipo produzem menos emissão de gases na atmosfera graças a tecnologias como injeção eletrônica de com-bustível e outros controles de última geração.

Relação com a comunidadeO relacionamento com a comunidade na área de abrangência da obra foi outra frente de atu-ação cotidiana. Para conversar com as pessoas que moram perto do canteiro e explicar-lhes o impacto do projeto, a equipe da obra trabalhou com o cliente para, juntos, criarem um canal de comunicação que funcionasse 24 horas por dia. Reuniões com a polícia local e o departa-mento de bombeiros também fizeram parte do trabalho. “Atuamos em parceria com o Broward County Aviation Department, nosso cliente, para nos comunicar com as pessoas”, ressalta Rodrigo Ariza, Executivo de Projeto.

A grande mudança, entretanto, tem relação com a atitude dos integrantes. “O 365 Climate Change mostrou-me o quão criativos pode-mos ser para preservar o meio ambiente”, afir-ma Deborah Hampton, Responsável por Saúde e Segurança do Trabalho da Odebrecht nos Estados Unidos. “O programa contribuiu para mostrar que é possível ser sustentável em qual-quer canteiro de obras”, ela argumenta.

“Era minha primeira experiência na implan-tação de um programa desse tipo e, também, a primeira vez que usei os trilhos para trazer ma-teriais para uma obra”, conta Greg Mears. “Foi gratificante o desafio diário de chegar ao can-teiro e, em vez de estocar o equipamento, reuti-lizá-lo”, comenta. Rodrigo Ariza destaca a parti-cipação dos jovens no projeto. “Ver os integran-tes mais jovens comprometidos em preservar o meio ambiente foi uma conquista profissional”, diz. Segundo Gregory Newman, o trabalho em equipe foi a grande vitória obtida no projeto. “O estado de espírito é a ferramenta mais impor-tante para preservarmos o meio ambiente”, ele afirma. ]

π A nova pista: iniciativas ambientais realizadas pelos

integrantes da Odebrecht nos 365 dias do ano

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UMA REFERÊNCIAPARA O MUNDO

Texto Luciana Lana | Foto Ernesto Benavides - AFP

PROJETO HIDRELÉTRICO DE CHAGLLA, NO PERU, CONSOLIDA-SE COMO EXEMPLO DE EXCELÊNCIA EM MANEJO AMBIENTAL

π Chaglla: iniciativas surpreendentes para a preservação do meio ambiente e para o desenvolvimento socioeconômico

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13Odebrecht informa

Na região central do Peru, os pequenos aeroportos de Huánuco, a 415 km de Lima, e de Tingo Maria, já em plena selva amazônica, a 790 km da capital, têm observado um movimento especial. Para se ter ideia, quem desembarcou na região em março deste ano foi o escritor peruano Mario Vargas Llosa. O ganhador do Prêmio Nobel da Literatura visitou as obras e apreciou as atividades do Projeto Hidrelétrico de Chaglla, em construção pela Odebrecht. Andou também pelas co-munidades vizinhas, conversou com as crianças das escolas públicas e conheceu o projeto do novo com-plexo educativo que começa a ser implantado no po-voado de Pampamarca. Ficaram evidentes para Llosa as mudanças que têm ocorrido no local, que já foi ce-nário para alguns de seus livros - sobretudo, os inves-timentos em educação.

Depois do escritor peruano, um grupo de executi-vos chineses chegou à região, em agosto, acompanha-do por representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Também visitaram as obras da hidrelétrica e arredores. “O BID tem em Chaglla um exemplo e, por isso, traz investidores de diversos paí-ses para mostrar os padrões de manejo ambiental que devem ser seguidos”, comenta Amalia Lorena Carrillo, Gerente de Sustentabilidade da Empresa Generadora Huallaga (EGH), controlada pela Odebrecht Energía del Perú e responsável pela concessão da Hidrelétrica de Chaglla.

Como representante cliente, que receberá o projeto concluído em 2015, Lorena fala da satisfação de per-correr as obras com autoridades, ambientalistas e re-presentantes dos organismos financiadores. “Chaglla cumpre todos os compromissos de sustentabilidade assumidos e lança iniciativas surpreendentes para a preservação do meio ambiente e para o desenvolvi-mento socioeconômico local.”

Controle, redução e compensaçãoDesde que se instalou na região de Huánuco, a Odebrecht desenvolve uma série de atividades para controlar, reduzir e compensar impactos ambientais. Sítios arqueológicos foram delimitados, e 1,5 milhão de toneladas de material arqueológico foi entregue ao Ministério da Cultura. O resgate de fauna protegeu mais de uma centena de animais e o de flora garantiu a propagação de quase 40 espécies num viveiro que hoje conta com 80 mil mudas. Ao lado dele, o orqui-dário de Chaglla é um dos maiores encantos para os visitantes: cerca de 9 mil orquídeas recebem o cari-nho de integrantes, como Isaías Atachagua, que, des-de o início do projeto trabalha na coleta, no plantio e na identificação das mudas. Com orgulho, ele sopra uma delas e respira fundo o perfume doce da planta.

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Depois mostra seus feitos mais recentes: experiên-cias de propagação das orquídeas em cascas de coco. “Aprendi isso no Crea”, conta.

O Curso Rápido de Especialização Ambiental (Crea) foi uma iniciativa dos Jovens Parceiros que tra-balham no Programa de Assuntos Ambientais da hi-drelétrica de Chaglla. Contou com a parceria do Creer (versão do Programa de Qualificação Profissional Continuada - Acreditar) e da Universidad Nacional Agraria de la Selva (Unas), em Tingo Maria.

Por 10 semanas, engenheiros e trabalhadores da área ambiental dedicaram parte de seu tempo livre ao aprendizado. Primeiro, em um módulo básico, re-forçaram os conceitos de segurança, de saúde e da TEO (Tecnologia Empresarial Odebrecht). Depois, no módulo de especialização, os JPs foram os instruto-res, apoiando docentes da Unas. Ao fim do curso, co-mo critério de avaliação, os participantes elaboraram projetos de sustentabilidade aplicáveis às comunida-des. Trinta e seis integrantes receberam certificados. “A maioria não tinha os estudos completos e jamais se imaginava numa sala de aula da universidade”, co-menta Davis Durán, que foi instrutor no Crea.

Um dos projetos desenvolvidos no curso foi apli-cado, com êxito, no canteiro da hidrelétrica: a com-postagem com micro-organismos eficientes. Do refeitório de Chaglla, restam, a cada mês, cerca de 95 t de resíduos orgânicos. Não fosse a compostagem, teriam que ser transportados por mais de 500 km até os aterros sanitários de Lima. Com um método

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convencional de decomposição, aproveitava-se me-tade dos resíduos. Agora, no processo acelerado por bactérias, 100% são transformados em adubo para recuperação de áreas degradadas. Quase 70 hectares já foram replantados.

Até o fim da obra, calcula-se a produção de mais de 230 t de fertilizante a partir dos resíduos dos refei-tórios. Sem o transporte desses resíduos, as emissões de gases de efeito estufa serão reduzidas em cerca de 450 t. “O melhor é que a técnica está sendo levada pe-los trabalhadores para as suas comunidades”, destaca Sara Cajahuanca Figueroa, que coordena as atividades de compostagem em Chaglla.

Na obra, também há tratamento de águas oleosas e reciclagem de mais de 80% dos resíduos sólidos. “Madeira, cilindros metálicos, papel, tudo encontra destino. O resultado é a economia de custos e a redu-ção de emissões de gases”, diz Daniel Jara, também JP na área de Sustentabilidade.

Centros de gestão de resíduosToda a educação ambiental promovida em Chaglla repercute nas comunidades. Huanipampa, Higronpampa e Pampamarca – os três povoados mais próximos – já contam com seus Centros de Gestão de Resíduos, construídos com madeira re-ciclada e mantidos pelos moradores. Os plásticos e metais são vendidos, e os orgânicos viram adubo. “Aqui se gera trabalho e renda para todos”, comenta Herlinda Diego, moradora de Pampamarca, enquanto

π Isaías Atachagua: coleta, plantio e identificação de mudas

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15Odebrecht informa

separava o lixo no Centro de Gestão de Resíduos inaugurado em agosto.

Trabalho e renda são o foco de outro programa da área de Sustentabilidade de Chaglla: depois de capa-citar agricultores ao ensinar técnicas de plantio e pa-drões para industrialização, a Odebrecht incentivou a formalização de 18 associações de produtores locais com mais de 800 integrantes. Elas foram certificadas pela APC Corporación, fornecedora de alimentos para os refeitórios da hidrelétrica; e, em 2013, atingiram a meta de vendas: 1 milhão de nuevos soles (o equiva-lente a US$ 343 mil).

Em seguida, algumas dessas associações formaram redes, visando atingir novos mercados competitivos. Não demorou para que passassem a comercializar produtos para os supermercados peruanos Plaza Vea, para a Pepsico Alimentos e até na Feira Gastronômica Internacional de Lima – Mistura, considerada uma das mais importantes da América Latina. Alguns agricultores foram incentivados ao cultivo de produ-tos de valor agregado – como a quinoa e o aguaymanto

(Physalis) – e também formaram associações com domínio da cadeia produtiva desses frutos e vegetais.

“A conscientização, a educação e a promoção do desenvolvimento das comunidades fazem par-te do nosso plano de saída. A obra estará finalizada no fim do próximo ano, e queremos que elas de-em continuidade às práticas sustentáveis”, contou Rodrigo Reategui, Encarregado de Meio Ambiente em Chaglla. Ele explica que, além de uma cul-tura empresarial baseada na sustentabilidade, a Odebrecht incentiva ações criativas. “Por isso, de-pois de embasada por profissionais de grande ex-periência, a equipe da área de meio ambiente, com-posta basicamente de jovens, tem conquistado tan-tos resultados positivos.”

O Diretor do Contrato Pedro Schettino diz que Chaglla é uma referência para outros projetos hi-drelétricos da Odebrecht. “Tivemos aqui muitos desafios, sobretudo pelas condições geográficas, e criamos uma série de soluções inovadoras, que podem ser replicadas”. ]

π Compostagem: produção de adubo para recuperação de áreas degradadas

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Texto Cláudio Lovato Filho | Foto Vladimir Marcano

A ARTE DAS BOAS PROPOSTASCRIATIVIDADE DAS EQUIPES POSSIBILITA CONTRIBUIÇÕES AMBIENTAIS QUALIFICADAS EM OBRAS NA GRANDE CARACAS

π A partir da esquerda, Alexander Suárez, Renato César Valese, Gerente de Equipamentos, e Raul Parra, em Guarenas, com (ao fundo) o talude que recebeu vegetação graças à mudança no projeto: identificação de oportunidades para obtenção de ganhos ambientais

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17Odebrecht informa

π A partir da esquerda, Alexander Suárez, Renato César Valese, Gerente de Equipamentos, e Raul Parra, em Guarenas, com (ao fundo) o talude que recebeu vegetação graças à mudança no projeto: identificação de oportunidades para obtenção de ganhos ambientais

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Mágica? Em certo sentido, sim – mas aplicada à mais tangível realidade. Raul Parra e sua equipe transformaram concreto em pastagem. Isso acon-teceu em Guarenas, na região metropolitana de Caracas, em meio às obras de um grande projeto de transporte urbano.

O concreto que o colombiano Raul e sua equipe transformaram em vegetação nunca chegou a exis-tir na prática, mas na teoria sim – e foi aí que en-trou a mágica da boa comunicação, da argumenta-ção técnica eficaz e da capacidade de influenciar o cliente. Raul é Responsável por Produção no Trecho Montanha do Projeto Sistema de Transporte Massivo Caracas-Guarenas-Guatire. O STMCGG, assim chamado no dia a dia do canteiro de obras, é formado por linhas férreas que percorrerão 15 km em via elevada e 17 km em túneis. Esta parte do tra-balho envolverá perfuração de maciço rochoso em uma área do Parque Nacional Waraira Repano.

Hoje, os trabalhos do Trecho Montanha estão concentrados na execução do primeiro emboque. Ali está se dando a transformação do concreto em vegetação. Segundo o projeto original, desenvolvido pelo cliente, o Metrô de Caracas, os taludes vizinhos à área do emboque deveriam ser estabilizados com concreto. Raul Parra e sua equipe demonstraram que, com o uso de vegetação, seria possível garan-tir a segurança da obra, ao mesmo tempo em que se reduziria o uso do concreto. A argumentação deu certo, e o cliente aceitou a proposta. Com isso, uma área de 10 mil m2 do talude, que receberia concre-to, foi coberta por manta geotêxtil com capim e se-mentes colhidas no bosque vizinho à obra.

“São 2 mil m3 de concreto projetado a menos”, diz Raul Parra. “Isso representa 286 caminhões car-regados com 7 m3. Há menos emissão de gases de efeito estufa, mais economia de insumos e, sobre-tudo, mais conservação ambiental”. Ele comenta: “Fazemos obras civis, mas não temos que pensar só em concreto”.

Acima do emboque, uma enorme bandeira da Venezuela, com 85 m de largura por 30 m de altura, foi pintada na rocha. Sua iluminação, recém-inaugu-rada, é feita por meio de energia solar, com painéis de LED de 2 mil watts. O visual é impactante. Para che-gar ao mirante que fica no topo da grande bandeira tricolor, uma trilha ecológica está sendo construída.

Reciclagem pela vidaEssas iniciativas exemplificam os muitos cuidados ambientais que vêm sendo tomados no STMCGG e no outro projeto a ele vinculado, o Cable Tren Bolivariano (CTB). Cuidados que vão além do que

determina a legislação ou do que aconselhariam os ditames do politicamente correto. “Temos uma fi-losofia que nos permite e nos incentiva a tentar fa-zer sempre mais”, afirma Luis Arditi Rocha, Diretor de Contrato do STMCGC e do CTB, referindo-se à Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO). (Veja ar-tigo de Luis Arditi Rocha na seção “Argumento” desta edição.)

Fazer sempre mais e melhor, ainda que isso signifique realizar o simples. Hector Kipp, Responsável por Produção no Trecho Elevado do STMCGC, e sua equipe, chegaram à conclusão de que seria perfeitamente viável fabricar barreiras do tipo new jersey (usadas para demarcar os limites do perímetro da obra) a partir de sobras de concreto e aço. Reciclagem. “Reduzimos o desperdício de insu-mos e aditivos e reforçamos o esquema de segurança na obra”, diz Hector. Quando a equipe de Odebrecht Informa visitou o canteiro de obras, em meados de novembro, 165 barreiras, em suas tradicionais cores amarelo e preto, já haviam sido fabricadas.

E há as crianças. O projeto SMTCGG man-tém convênio com a empresa recicladora de plás-tico Ecoplast, a única em sua especialidade na Venezuela. “A Odebrecht é umas primeiras em-presas privadas com que nos relacionamos”, revela Gabriela Aular, Gerente de Relações Institucionais da empresa recicladora. Todo o dinheiro resultan-te da venda, à Ecoplast, do material reciclável re-colhido nos escritórios do canteiro é revertido à Fundação Amigos da Criança que Requer Proteção (Fundana) e à Fundação Amigos da Criança com Câncer. A esse montante é acrescentado um valor exatamente igual, aportado pelo contrato, por su-gestão (desafiadora) de Luis Arditi Rocha. “São ex-periências que nos marcam como pessoas e como profissionais”, afirma Alexander Suárez, Gerente de Sustentabilidade.

La FraguaOs projetos com a participação da Odebrecht na re-gião metropolitana de Caracas vêm proporcionan-do bons exemplos de relação produtiva e respeito-sa com o meio ambiente. Nas obras da Linha 2 do Metrô de Los Teques, a necessidade de escolha de um local apropriado para instalação do bota-fora (área destinada ao descarte do material resultante da escavação dos túneis) abriu oportunidade para uma contribuição muito especial: a recuperação de uma área ambientalmente degradada e, ao mesmo tempo, a ampliação de um espaço comunitário usa-do para prática de motocross, softball, futebol, aero-modelismo e outros esportes.

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Los Teques é uma das cidades que, com Carrizal e San Antonio de los Altos, compõem a região dos Altos Mirandinos. Em San Antonio, um antigo pro-jeto imobiliário, inacabado e no qual o trabalho de canalização das águas não foi realizado da forma correta, terminou por ocasionar erosão profunda em grandes extensões de uma área chamada La Fragua. O Consórcio Linha II, formado por Odebrecht e Vinccler, propôs ao cliente, o Metrô de Los Teques, um projeto de recuperação ambiental, aceito com entusiasmo, a partir da implantação do bota-fora. “A comunidade tem muito apreço por La Fragua”, comenta Marlene Arias, Responsável por Meio Ambiente e a primeira integrante contratada pela Odebrecht para as obras do Metrô de Los Teques, há oito anos.

Executado de acordo com as mais avançadas téc-nicas, o bota-fora começou a ser utilizado em agos-to de 2014 e tem dimensões suficientes para depó-sito de 200 mil m3 de material escavado. Depois de utilizado, ele será coberto com vegetação nativa e

colocado à disposição do poder público e da comu-nidade.

“O bota-fora poderia ter sido feito em outros lugares”, explica Marcelo Colavolpe, Diretor de Contrato. “Mas escolhemos essa área degradada, em La Fragua, porque entendemos que seria uma boa oportunidade de contribuirmos para melhorias no entorno da obra. Encontramos uma solução que nos permite dar uso produtivo ao material resul-tante das escavações”, acrescenta. “Estamos recupe-rando a área e evitando que o problema da erosão volte a acontecer”, complementa Marcelo Matsui, Responsável por Engenharia.

Desenvolvimento habitacionalA execução de projetos como os Desenvolvimentos Habitacionais Multifamiliares é uma das formas de o Governo da Venezuela oferecer contrapartida so-cial para seus empreendimentos de infraestrutura. No caso dos projetos STMCGG, CTB e Linha 2 de Los Teques, isso está sendo feito nas comunidades

π Hector Kipp (de camisa xadrez, ao centro) e Yonel Rojas Araque, Responsável por Meio Ambiente (à direita), com as

barreiras do tipo new jersey: criatividade contra o desperdício de insumos e aditivos

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de El Chorrito (para Los Teques) e Santa Cruz (STMCGG e CTB), com a construção, respectiva-mente, de 49 e 38 edifícios, todos com cinco anda-res e quatro apartamentos por andar, além de posto de saúde, escola básica, quadras esportivas e outras instalações comunitárias. Várias frentes de contri-buição voltadas à sustentabilidade ambiental vêm recebendo investimentos da Odebrecht. “Nossa in-tenção é transmitir uma cultura de sustentabilidade pelo exemplo”, salienta Marcelo Walter, Diretor do Contrato. “É um valor intrínseco para nós e que pre-cisa ser compartilhado no dia a dia”, ele acrescenta. Bruno Cotta, Gerente de Sustentabilidade, comple-menta: “Existe aqui uma filosofia de sustentabilida-de que buscamos praticar e ensinar”.

A atuação voltada à reciclagem é um dos

símbolos mais eloquentes da prática dessa filoso-fia nas obras de El Chorrito e Santa Cruz. Carolina Oviedo, 38 anos, mãe de três filhos, esposa de um trabalhador da construção civil, é beneficiária das iniciativas de reciclagem no projeto de El Chorrito. Ela participou de sete oficinas até agora. Sua pre-dileção é trabalhar com tecidos. Ela produz lenços, fitas para cabelo, toucas e trajes de banho, tudo is-so feito a partir de materiais coletados na obra e reciclados e que depois são vendidos em eventos criados pela obra ou no dia a dia. “A reciclagem faz bem para o ambiente e é uma prática educativa”, diz Carolina, que observa: “As pessoas da comu-nidade percebem a importância da reciclagem e sabem que estão fazendo arte”. O que também é mágica, em certo sentido. ]

π Marlene Arias, Neomar González, Responsável por Produção em La Fragua, e José Gregório Ruiz Díaz,

Responsável por Obras Complementares, na área do novo bota-fora: recuperação de terreno degradado pela erosão e

ampliação de espaço comunitário voltado à prática de esportes

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ÁGUA QUE VALE POR DUAS. OU MAIS

Texto Thereza Martins

BRASKEM RESPONDE COM PROJETOS DE REÚSO AO DESAFIO DE PRODUZIR EM TEMPOS DE CRISE HÍDRICA

π Aquapolo: adutora leva água de reúso industrial ao Polo Petroquímico de Capuava

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Na divisa entre os municípios de São Paulo e São Caetano do Sul, funciona a Estação de Tratamento de Esgotos ABC, da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Nesse es-paço, há uma estrutura exclusiva para a produção de água de reúso industrial a partir de esgoto domésti-co tratado. Uma adutora de quase 20 km de exten-são atravessa o subsolo da região até chegar ao Polo Petroquímico de Capuava, em Mauá, onde a água é distribuída a indústrias.

A Braskem é a principal usuária, consumin-do em suas operações nas unidades do polo, cer-ca de 10 bilhões de litros de água de reúso por ano. Esse é o projeto Aquapolo, criado em parceria pela Sabesp e a Odebrecht Ambiental, em novembro de 2012. “Ao utilizar água de reúso em seus processos produtivos, a Braskem disponibiliza mais água para o acesso da população. Em 2013, consumimos cerca de 20 bilhões de litros de água de reúso, o que equi-vale ao consumo de cerca de 500 mil pessoas por ano”, salienta Mário Pino, Gerente Corporativo de Desenvolvimento Sustentável.

Projetos como o Aquapolo estão entre as soluções para o sério desafio ambiental colocado em pauta pela crise hídrica vivida nos estados do sudeste do país. Outro exemplo vem do Polo Petroquímico de Camaçari (BA), onde a demanda de água para consu-mo humano supera a quantidade e a capacidade de distribuição do recurso, o que caracteriza situação de estresse hídrico.

A Braskem, uma das empresas instaladas em Camaçari, respondeu a esse desafio ao implantar o projeto Água Viva, que possibilita a reutilização de efluentes industriais tratados e de águas pluviais. Em operação desde dezembro de 2012, o Água Viva foi desenvolvido em parceria com a Cetrel, que atua na área de efluentes e resíduos. “Entre os principais benefícios socioambientais do projeto, está a capa-cidade de produzir água de reúso para fins indus-triais em volume equivalente ao consumo anual de uma cidade de 150 mil habitantes”, compara Sérgio Hortélio, engenheiro responsável pelo projeto na Braskem. Ou seja, ao reciclar água para uso indus-trial, o Água Viva reduz o consumo de recursos hí-dricos in natura já escassos na região.

Compromissos públicosA contribuição da Braskem à agenda ambiental do desenvolvimento sustentável está expressa, também, no portfólio de produtos derivados de matéria-prima renovável, o etanol da cana-de-açúcar, e em compro-missos públicos assumidos perante a sociedade.

O mais recente deles foi a adesão a duas iniciativas

internacionais voltadas à economia de baixo carbo-no apresentadas em setembro, durante a Cúpula do Clima, em Nova York. O evento faz parte de uma rodada de reuniões promovidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) entre representantes de países, empresas e outras organizações, para debater formas de amenizar as mudanças climáticas a par-tir da redução das emissões de gás carbono. “Esses encontros propiciam a colaboração e a troca de in-formações entre os participantes, o que estimula a evolução das práticas em benefício do meio ambien-te”, afirma Luiz Xavier, Coordenador Cooperativo de Desenvolvimento Sustentável.

Nesse quesito, a Braskem tem resultados posi-tivos a apresentar. De 2008 a 2013, por exemplo, a empresa reduziu em 12,5% a intensidade de suas emissões de gases de efeito estufa (GEE), como con-sequência de melhorias de processo, aumento da eficiência energética e iniciativas identificadas nas plantas industriais.

No âmbito dos negócios, a opção pelo desenvol-vimento de produtos que utilizam fontes de maté-ria-prima renovável contribui para o desempenho

π Projeto Água Viva, em Camaçari: reutilização de efluentes industriais tratados e de águas pluviais

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ambiental da empresa. O polietileno verde, ou “plás-tico verde” da Braskem, diferencia-se da resina de origem fóssil (nafta) por capturar até 2,15 kg de gás carbônico (CO2) da atmosfera a cada quilo do produ-to fabricado no Polo Petroquímico de Triunfo (RS). O balanço ambiental, da matéria-prima (etanol) à re-sina, é favorável.

“O ‘polietileno verde’ é inovador, funcional e de de-sempenho ambiental positivo”, avalia Alexandre Elias, Diretor de Químicos Renováveis. “O produto tem boa aceitação no mercado. São mais de 70 clientes em di-ferentes partes do mundo, fabricantes de embalagens de alimentos, bebidas lácteas, produtos de higiene e limpeza, cosméticos, sacolas, tapetes para automó-veis, grama sintética, fios e cabos, entre outros.”

Projetos sustentáveisO foco em preservação ambiental é uma das caracte-rísticas dos projetos sociais de âmbito nacional apoia-dos pela Braskem. Os três mais abrangentes são: Ser + Realizador, Edukatu e Fábrica de Florestas. O Ser + Realizador busca promover a inserção social e eco-nômica de catadores de materiais recicláveis. Nesse

sentido, são feitos investimentos na infraestrutura de unidades de triagem, treinamentos e consultorias. “O projeto contribui para o desenvolvimento huma-no e a eficiência da gestão de resíduos pós-consumo nos municípios onde atuamos”, ressalta André Leonel Leal, Líder de Responsabilidade Social.

O Edukatu é uma rede de aprendizagem, da qual participam alunos e professores, que incentiva a troca de conhecimentos e práticas de consumo consciente e tem o ciclo de vida dos produtos como premissa. Até o presente, a rede chegou a mais de 1.300 escolas de ensino fundamental em todos os estados brasileiros.

Já o objetivo do projeto Fábrica de Florestas é contribuir para a recuperação e manutenção de áreas verdes a partir de ações de educação ambiental, re-alizadas em viveiros selecionados em parceria com o Instituto Fábrica de Florestas. “As ações incluem coleta de sementes, produção e plantio de mudas nativas da Mata Atlântica em áreas degradadas ou destinadas à arborização urbana, e, ainda, contempla a educação ambiental como ação fundamental para promover a valorização da floresta ‘em pé’”, explica André Leal. ]

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E N T R E V I S T A S u s t e n t a b i l i d a d e

PACTO POR UM MOVIMENTO POSITIVOJORGE SOTO, RESPONSÁVEL POR DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA BRASKEM

Texto Renata Meyer | Foto Paulo Fridman

A sustentabilidade precisa se tornar um movimento positivo para a sociedade, e as empresas

devem se posicionar como solução para os problemas atuais, oferecendo alternativas sustentá-

veis. Essa é a visão de Jorge Soto, engenheiro químico, doutor em planejamento ambiental e Res-

ponsável por Desenvolvimento Sustentável na Braskem. Nesta entrevista, ele fala, entre outros

assuntos, sobre o desafio da sustentabilidade para as organizações, a importância da inovação e

o Pacto Global, iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) que congrega empresas do

mundo inteiro e da qual ele é presidente no Brasil desde janeiro de 2013.

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π Você concorda que ainda existe uma visão mistifi-cada do conceito de sustentabilidade, atrelada exclu-sivamente ao pilar ambiental? Como esse conceito se aplica ao contexto das organizações empresariais? O conceito de sustentabilidade está em constante mutação. Alguns dizem que está se desgastando por ser mal utilizado, mas eu discordo. Quanto mais se falar no assunto, melhor. Na busca pela conceituação ideal, prefiro usar a expressão “desenvolvimento sustentável”, pois induz à ideia de movimento. A sustentabilidade precisa se tornar um movimento positivo para a socie-dade. Se as empresas se posicionarem como solução para os problemas atuais, oferecendo alternativas sustentáveis, estarão integrando a sustentabilidade às suas estratégias e garantindo a sua perpetuidade. Nessa perspectiva, a sustentabilidade deixa de ser apenas ambiental ou social, periférica, e se torna estratégica.

π Na prática, como as empresas podem incorporar a sustentabilidade às suas estratégias de negócio? Como isso tem sido feito na Organização?O importante é enxergar os desafios como oportuni-dades. Se existem 800 milhões de pessoas com sede no mundo, leve água para elas. Se 1 bilhão têm fome, analise como, por meio de seus negócios, você pode influenciar para que os alimentos cheguem a essas pessoas. A nossa Organização tem o apetite de se posicionar como solução. Esse é o nosso diferencial. Construir uma barragem para produzir energia ou uma estrada para escoar produtos é uma necessidades fundamental. No caso da Braskem, os filmes de polietileno, por exemplo, podem ser utilizados para aumentar a produtividade na agricultura, porque pro-tegem o solo, ajudam a reduzir o desperdício de nutrientes e permitem a irrigação de forma mais concentrada. Tudo isso usando um produto que levamos para a cadeia de alimentos.

π Pesquisas mostram que empresas com boa perfor-mance em sustentabilidade são aquelas que inse-riram o tema em sua governança. Qual a sua visão da Organização sobre o assunto e como ela tem avan-çado nessa questão? Por causa da Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO) e da lógica de focar não apenas a sobrevivência, mas também o crescimento e a perpetuidade, temos, em nossa raiz, o espírito de servir ao cliente com respon-sabilidade. Essa lógica sempre esteve conosco, o que não nos impede de melhorarmos nossas práticas com o tempo. As questões de governança fazem parte do processo de melhoria. As empresas de capital aberto, como a Braskem, estão sendo demandadas por uma transparência cada vez maior e temos buscado evoluir nesse tema. Hoje, quando você vê a sustentabilidade

com seus três pilares [econômico, social e ambiental], podemos afirmar que todos na Braskem possuem desa-fios nos seus Programas de Ação que se relacionam de algum modo com a sustentabilidade. A questão central está em reforçar estrategicamente essa posição.

π Tem se falado muito na Organização sobre a valoração da Sustentabilidade, ou seja, o quanto os pilares socioambientais afetam o econômico. Como você avalia essa questão?A sustentabilidade deve ser encarada pelo conjunto dos tripés econômico, social e ambiental. Uma empresa não pode ser sustentável focando os aspectos socioambien-tais em detrimento do econômico. Assim como não será sustentável se der resultado econômico, mas des-cuidar dos aspectos sociais e ambientais. Quando deci-dimos implantar no México o projeto do Etileno XXI, maior investimento estrangeiro naquele país, e esco-lhemos as melhores tecnologias disponíveis, buscando o menor impacto, quando conduzimos o processo de forma a ter uma boa relação com a comunidade, quando contratamos a maior parte dos integrantes locais, levamos desenvolvimento à região. Nesse projeto, qual porcentagem do investimento é relativa à sustenta-bilidade? Cem por cento. São esses 100% que darão retorno. Quando vemos dessa forma, não é preciso jus-tificar o resultado econômico do investimento naquela comunidade. No entanto, entendo a importância da valoração, pois podem existir falhas no processo de decisão se você olhar só para o lado ambiental, ou só para o social. Isso deve ser evitado.

π Nesse contexto, qual a importância da inovação?Hoje, já consumimos, em termos de recursos, um planeta e meio, ou seja, mais do que ele é capaz de renovar. Precisamos criar novas formas de produzir e consumir para que essa situação mude. Na Braskem, sustentabilidade e inovação são irmãs. Grande parte dos recursos de nossas equipes de inovação é desti-nada à investigação de novas soluções, usando recursos renováveis e também para os atuais produtos fósseis, de forma mais sustentável.

“É PRECISO VER O MUNDO DE FORMA MAIS AMPLA”

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π Quais os princípios e quem participa do Pacto Global?O Pacto Global surgiu por iniciativa do ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan, para mobilizar organizações empresariais a adotarem, em suas práticas de negócio, valores universais da sustentabilidade. Hoje, o Pacto possui cerca de 8 mil empresas signatárias, e, ao todo, 12 mil organizações, mais de 600 no Brasil. São empresas que se propõem a seguir princípios nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção e a reportar anualmente os avanços em sua implementação.

π Como as discussões internacionais sobre sustentabi-lidade têm evoluído e como influenciam as estratégias das organizações?Há dois movimentos acontecendo que terão muita influência na nossa vida, nos próximos anos. De um lado, as negociações em torno das mudanças climáticas, que forçarão as nações a reduzirem as suas emissões de gases de efeito estufa, com consequências importantes para os negócios. Aquelas empresas que se colocam como solução crescerão e as que ficam na defensiva perderão oportunidades. De outro lado, estão os Objetivos Globais do Desenvolvimento Sustentável, que deverão ser defi-nidos em 2015. Esses objetivos abordam, no momento, 17 aspectos relevantes para a vida. Considerando esses dois marcos, nós, do Pacto Global, esperamos influenciar e apoiar as empresas na revisão de seus negócios, para que identifiquem formas de contribuir para o alcance das

metas estabelecidas, e que, além de fazê-lo individual-mente, o façam de forma coletiva.

π Como Presidente da Rede Brasileira do Pacto Global, o que foi possível realizar no seu mandato? O principal avanço foi o aumento em 30% do número de membros. Contudo, a perspectiva do fazer coletivo ainda é desafiadora. Criamos um canal na internet para que as empresas compartilhem seus projetos, o que favorece a formação de parcerias, lançamos uma orientação cha-mada “Arquitetos para um mundo melhor”, que ajuda as empresas a analisar como incorporar a sustentabilidade em suas estratégias de negócio, e avançamos na estruturação da nossa Rede. Hoje temos uma secretaria consolidada, com cinco pessoas disponíveis para orientar as empresas.

π Por que algumas empresas ainda encontram dificul-dades para gerenciar a sustentabilidade de forma mais estratégica? Porque considerar mais de uma coisa ao mesmo tempo é complexo. As pessoas, às vezes, minimizam o processo decisório, querendo simplificar coisas que são ineren-temente complexas, e acabam tomando decisões que parecem certas no curto prazo, mas são erradas no longo prazo. Foi assim que chegamos à insustentabilidade da situação atual. É preciso ver o mundo de forma mais ampla. Quem tiver esse olhar terá mais capacidade de entrega e fará excelentes negócios para si e para a socie-dade em geral. ]

π Projeto Etileno XXI, no México: melhores tecnologias e redução de impactos

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O primeiro eBook da TEO agora também em espanhol!

Depois de ser lançada em português, a versão digital de Sobreviver, Crescer e Perpetuar foi também disponibilizada no idioma espanhol.

Os livros escritos por Norberto Odebrecht já podem ser lidos em seu computador, tablet ou smartphone. Para adquirir os eBooks da TEO, acesse:

WWW.FUNDACAOODEBRECHT.ORG.BR/TEO/LIVROS

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Nas grandes concentrações urbanas do Brasil, so-bretudo nas localizadas na região Sudeste, a crise no abastecimento de água faz soar o alarme para a necessidade de economia e do uso mais eficiente desse recurso natural e para a proteção ambiental das bacias e suas nascentes. No Brasil, a palavra de ordem é encontrar soluções sustentáveis e mini-mizar os impactos, recuperando áreas degradadas e contribuindo para o desenvolvimento das comu-nidades. Em outros países da América Latina, a si-tuação não é diferente: toda prudência, sensatez e eficácia são poucas quando o assunto é água.

Além de pauta governamental, essas preocu-pações são agenda das empresas. Há três anos, o Conselho Latino-Americano de Conservação – em inglês, Latin America Conservation Council (LACC) – reúne líderes empresariais para atuar sobre três temas principais: Segurança Hídrica, Segurança Alimentar e Infraestrutura Sustentável.

Desde 2012, a Odebrecht é membro participan-te, ao lado de outras companhias brasileiras, como Ambev e Marfrig, e de um seleto grupo de organi-zações das Américas. As empresas são convidadas de acordo com o alcance de sua atuação em um ou mais temas de discussão. O último encontro anual do LACC ocorreu de 6 a 8 de novembro, em Cali, na Colômbia. Participa como coordenadora dos trabalhos técnicos do LACC a Organização Não Governamental The Nature Conservancy (TNC).

“Por causa da característica dos nossos Negócios, atuamos principalmente nos gru-pos de Segurança Hídrica e Infraestrutura Sustentável”, explica Sergio Leão, Responsável por Sustentabilidade na Odebrecht S.A. Ele represen-tou a Organização no encontro de Cali e é mem-bro dos dois grupos de trabalho mencionados, ao lado de Emyr Costa, Responsável por Apoio ao Empresariamento na área de Engenharia da Odebrecht Ambiental. Segundo Sergio, o maior legado da participação é a capacidade de influen-ciar outras organizações no caminho do desenvol-vimento sustentável.

Bons exemplos“No LACC, os líderes empresariais assumem o compromisso de divulgar as ações do conselho e influenciar decisões, e essa influência se dá à me-dida que decisões de investimento e o desenvol-vimento em seus respectivos países são pautados por uma visão do caminho para a sustentabilida-de”, diz Sergio.

No Brasil e em outros países da América Latina onde possui Negócios, a Organização desenvol-ve projetos que são bons exemplos de obras de infraestrutura sustentáveis, como as iniciati-vas desenvolvidas com parceiros nas Rodovias Interoceânicas Norte e Sul, no Peru, onde progra-mas voltados ao turismo de natureza e à valori-zação da economia regional e da cultura mostram como uma obra de engenharia pode induzir solu-ções para a sustentabilidade. No Brasil, as ações socioambientais nas obras da Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, colocaram esse projeto como o mais bem avaliado no critério de sustentabilidade aplicado a usinas hidrelétri-cas em implantação, conforme o protocolo da IHA (Associação Internacional para a Energia Hídrica).

Quando o assunto é segurança hídrica, a relação entre as pautas do LACC e a crise no abastecimen-to instaurada na região Sudeste do Brasil revela que o Conselho já antevia questões que se tornariam urgentes do ponto de vista da atenção. “O tema da água, principalmente no Estado de São Paulo, tor-nou-se crítico em 2014”, salienta Sergio Leão.

Água de reúsoA crise hídrica em São Paulo evidenciou a im-portância das boas práticas que já ocorrem na Organização. É o caso do projeto Aquapolo, uma SPE (Sociedade de Propósito Específico) criada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e pela Odebrecht Ambiental, que produz água de reúso para fins industriais destinada ao Polo Petroquímico do ABC Paulista, tendo como um de seus clientes a Braskem.

O LEGADO DO EXEMPLO

Texto Emanuella Sombra

CONSELHO LATINO-AMERICANO DE CONSERVAÇÃO REÚNE LÍDERES EMPRESARIAIS PARA ATUAR EM SEGURANÇA HÍDRICA, SEGURANÇA ALIMENTAR E INFRAESTRUTURA SUSTENTÁVEL

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π Rodovia no Peru: turismo de natureza e valorização da economia regional e da cultura

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O Aquapolo gera uma economia de água potável equivalente ao consumo de uma cidade de 500 mil habitantes. Em 2011, o projeto foi reconhecido pela revista Global Water Intelligence como um dos maio-res projetos sustentáveis do mundo. “As empresas que formam o LACC acreditam que seus empreen-dimentos só serão plenos se forem sustentáveis e que não adianta esperar que o poder público resol-va sozinho as questões de infraestrutura sustentável, segurança alimentar e segurança hídrica”, ressalta Emyr Costa.

Além de empreendimentos que aplicam o reúso da água, a Odebrecht Ambiental participa de pro-postas de proteção e recomposição ambiental de ba-cias hidrográficas brasileiras, com o objetivo de recu-perar sua capacidade de produzir água. Instrumentos como os Fundos de Água remuneram agricultores e proprietários rurais que praticam a conservação de

mananciais. “A cada reunião dos grupos de trabalho do LACC, vemos maior engajamento e maturidade das empresas envolvidas, assim como exemplos prá-ticos de soluções para os problemas do nosso dia a dia”, assinala Emyr.

Ana Cristina Barros, Diretora da ONG TNC pa-ra a área de Infraestrutura Sustentável na América Latina, afirma que, por meio do LACC, exemplos de soluções e projetos estão sendo desenvolvidos nas áreas de energia e transportes. Ela destaca a inicia-tiva de propor um mecanismo financeiro voltado a apoiar os estudos de planejamento e viabilidade com a ótica da sustentabilidade, antecipando as agen-das ambientais e sociais associadas à infraestrutu-ra. “Com esse mecanismo, o objetivo é fazer com a que a sustentabilidade esteja na raiz das ideias da nova infraestrutura de desenvolvimento na América Latina”, observa Ana Cristina. ]

π A Hidrelétrica Santo Antônio e o Rio Madeira: o projeto mais bem avaliado pela IHA no critério de sustentabilidade

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CAÇADORES DE IDEIAS

Texto Boécio Vidal Lannes

EMPRESAS ESTRUTURAM UM PROGRAMA INOVADOR PARA A SUSTENTABILIDADE NA ODEBRECHT

π Viviane e Flávio: parceria pela sustentabilidade

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Flávio Maranhão e Viviane Pereira conhece-ram-se em 2013, quando participavam de dis-cussões sobre sustentabilidade na Organização, e selaram uma parceria que começa a dar frutos. Flávio, 38 anos, engenheiro civil, é Responsável por Meio Ambiente na Odebrecht Infraestrutura - Brasil. Viviane, 33 anos, psi-cóloga, é Responsável por Sustentabilidade na Odebrecht Engenharia Industrial. No início de 2014, eles começaram a estruturar um progra-ma que será referência para as duas empresas no âmbito da sustentabilidade.

Suas premissas baseiam-se na Política de Sustentabilidade da Organização, na qual as questões ambientais exigem uma abordagem mais sistêmica. Em seu escopo, foram eleitas quatro bases de sustentação: resíduos, água,

energia e emissão de gases de efeito estufa. O programa contará com uma matriz de monitora-mento, com indicadores de eficiência definidos e um guia referencial com boas práticas nessas quatro bases.

Como parte desse trabalho, Viviane e Flávio têm visitado, Brasil afora, canteiros de obra da Organização, para conferir o que está sendo fei-to em termos de sustentabilidade. Em conjunto, compilarão nesse guia referencial as boas práti-cas que garimpam nos canteiros. Esse guia será um roteiro básico para que os líderes de novos empreendimentos implantem ações sustentáveis desde o nascedouro do projeto. “Quando pen-samos estrategicamente em meio ambiente, ga-nhamos em produtividade e reduzimos custo”, diz Viviane.

π Comperj: economia no consumo de 260 chuveiros ligados ao mesmo tempo

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Odebrecht Informa acompanhou duas visitas de Flávio e Viviane a canteiros de obra, em no-vembro. A primeira, no Pipe Rack do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí (RJ), obra com a participação, em con-sórcio, da Odebrecht Engenharia Industrial. A segunda, no Programa de Desenvolvimento de Submarinos – Estaleiro e Base Naval (Prosub-EBN), em Itaguaí (RJ), uma iniciativa da Marinha do Brasil da qual participam a Odebrecht Infraestrutura-Brasil e a Odebrecht Engenharia Industrial.

ComperjO projeto ambiental “Sistema de Aquecimento de Água para Chuveiros dos Vestiários, Aproveitando os Gases de Escape dos Geradores de Energia” nasceu de uma necessidade interna. O ponto crítico de consumo de energia elétrica dava-se na hora do banho dos 2.600 integrantes, que ligavam 260 chuveiros ao mesmo tempo.

Cálculos feitos, a equipe do Consórcio Pipe Rack, do qual faz parte a Odebrecht, decidiu ela-borar um sistema de aquecimento de água pa-ra os chuveiros a partir do aproveitamento dos gases liberados por três geradores fixos da obra. Resultado: economia estimada de R$ 1,195 mi-lhão, com energia elétrica, e redução da emissão de 378 t de CO2 na atmosfera, ao fim do em-preendimento. A Topema Energia Sustentável,

empresa com experiência em soluções ecológi-cas, aceitou o desafio. Depois de dois meses de testes, acoplou aos geradores três trocadores de calor que capturam os gases e aquecem a água a 35ºC.

Com 10 anos de Odebrecht, José Geraldo Ferraz Lima, 59 anos, Gerente de Construção e Montagem, um dos responsáveis pela elaboração do projeto, comemora. “A gente não pensava em economia. Nosso objetivo era apenas levar água quente para os integrantes.”

Prosub-EBNOs resultados obtidos no “Projeto Biodiesel B20 do Prosub-EBN” animaram a equipe responsá-vel por sua elaboração: houve redução de 14,65% na emissão de gases de efeito estufa, principal objetivo do projeto. Por 12 meses, quatro cami-nhões rodaram pelo canteiro, com 20% de bio-diesel adicionado ao diesel comum. Antes roda-vam com apenas 5% de biodiesel. “Esperávamos redução de 15% e ficamos bem perto da meta”, comenta a engenheira ambiental Patrícia de Almeida, de 29 anos, responsável pelo controle das medições.

Ao analisar os dados, Ricardo Villaça da Cunha, 65 anos, engenheiro mecânico líder da área de Equipamentos, destaca o empenho das empresas parceiras: a MAN (Volkswagen), que trocou os componentes dos motores dos cami-nhões; a Parker, que ofereceu os filtros; o Centro Tecnológico Ambiental, que fez a medição dos gases; e a Ipiranga, que forneceu e analisou o combustível.

O Diretor de Contrato de Obras Civis do Prosub-EBN, Celso Rodrigues, é um entusias-ta da iniciativa. Mesmo sabendo que o biodiesel seria 3% mais caro que o diesel comum, apostou no projeto e alcançou 21% de redução de custos com combustível. Celso já autorizou a equipe a fazer testes com escavadeiras. “Considero isso um investimento. O retorno é uma atmosfera mais limpa”, observa.

Flávio e Viviane prosseguem em seu périplo pelos canteiros da Organização, em busca de ini-ciativas como essas, que possam, com seus re-sultados obtidos na prática, fortalecer a base teórica do programa que estão elaborando. ]

π Prosub-EBN: aumento do uso de biodiesel com

combustível para os caminhões possibilitou vantagens

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ESFORÇOS VITAIS

Texto Eduardo Souza Lima | Foto Kamene Traça

NAS OBRAS DA HIDRELÉTRICA DE LAÚCA, EM ANGOLA, A CENTRAL DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUO TORNOU-SE UMA CAUSA DE TODOS

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π Domingos Mateus Jorge trabalha na compostagem: restos de comida misturados à serragem para a produção de adubo

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“Todo mundo gosta de sombra, mas poucos plantam árvores.” Com essa frase, o técnico ad-ministrativo Sabino Gabriel Barraca ganhou um concurso promovido pela equipe do Programa de Meio Ambiente do Aproveitamento Hidrelétrico de Laúca, em Angola. Aliado a um meticulo-so trabalho de planejamento, as campanhas de conscientização, elaboradas pelo Gerente Nelson Alves, a Responsável Alice Ponciano e os Jovens Parceiros Zurema Tiago e Vicente Justino José, têm sido fundamentais para o êxito da Central de Gerenciamento de Resíduo (CGR) local.

“Projetamos que, em quatro anos, usaríamos oito células de aterro sanitário. A primeira, po-rém, durou nove meses, três a mais que o previs-to, graças ao manejo adequado de resíduos”, conta a pernambucana Alice. “Os restos de alimentos consumidos nos refeitórios vão para a central de compostagem, e 30% do resíduo gerado por dia é resto de comida, proveniente da cozinha e do re-feitório. Tirando isso do aterro sanitário, conse-guimos aumentar a vida útil das células”, explica Vicente.

A usina de Laúca começou a ser construí-da há dois anos, na Província do Kwanza Norte, e é o maior empreendimento da Odebrecht Infraestrutura - África, Emirados Árabes e Portugal no país. Usando as águas do Rio Kwanza como força motriz, produzirá 2.067 MW de energia elétrica, a partir de julho de 2017, e se-rá a maior de Angola e a segunda maior do con-tinente. A CGR começou a funcionar há um ano e meio, segue o sistema dos 4 Rs (Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Repensar) e é submetida à auditoria externa. “Foi feito um planejamen-to para atender ao pico da obra, quando teremos cerca de 6.500 pessoas trabalhando. Montamos uma estrutura autossuficiente e independente, de acordo com a realidade do país. A questão am-biental vem sendo aprimorada nos últimos dois anos, mas ainda há poucas empresas especializa-das em destinação de resíduos e reciclagem”, diz Alice.

À exceção dos resíduos de construção civil, dispostos em aterros e forros de acesso, os de-mais resíduos são encaminhados para a CGR. As células dos aterros sanitários são equipadas com drenos para coleta de chorume e estão sen-do impermeabilizadas com geomembranas de polietileno de alta densidade (PEAD) de 2 mm de espessura. “A legislação angolana não espe-cifica o uso de geomembranas. Portanto, opta-mos por seguir os padrões internacionais”, relata

Vicente. A CGR segue as normas estabelecidas pelo Plano Estratégico para Gestão de Resíduos Urbanos (Pesgru), de Angola, e pelos Princípios do Equador, criados em 2003 pelos 10 maiores bancos de financiamento internacional.

O chorume recolhido é tratado com os efluen-tes sanitários. Graças ao bom desempenho da coleta seletiva, o aterro tem recebido basicamen-te resíduos não recicláveis, além de resíduos de varredura das dependências do canteiro de obras. Por isso, a educação ambiental é feita no dia a dia. “O sucesso da coleta seletiva depende da se-paração do lixo no ponto de geração. O refeitório é um dos lugares mais importantes, dada a pro-dução de resíduo orgânico. Nos Treinamentos Diários do Trabalho (TDTs), temos uma conver-sa de 15 minutos com os trabalhadores em ca-da frente de serviço. Também usamos peças de teatro, durante as campanhas ambientais, para a conscientização, e contamos com uma equipe de inspetores ambientais”, explica Zurema.

Recuperação de área degradadaNa central de compostagem, restos de comida são misturados à serragem, processados e trans-formados em adubo. Por mês, são tratadas, em média, 100 t de resíduos orgânicos. “O objeti-vo é fazer um estoque de adubo orgânico para ser utilizado na recuperação de áreas degradadas e também no paisagismo do canteiro”, explica Alice. A serragem é produzida a partir da madeira residual, triturada em pátio e maquinário próprios. O material também é utilizado no atendimen-to a emergências ambientais, como derrames de óleos no solo. Nesses casos, a serragem é deposi-tada no solo, a fim de absorver o resíduo oleoso.

Resíduos perigosos (ambulatoriais e oleosos) são incinerados. “O incinerador também faz o tratamento de emissões atmosféricas, por meio de filtros que atendem aos padrões internacio-nais de lançamento. Esse tipo de equipamento já foi utilizado em outras obras da Odebrecht, com sucesso”, afirma Alice. O equipamento tem a ca-pacidade de incinerar 50 kg de resíduos por hora.

Na CGR funciona também uma prensa enfar-dadeira, que facilita o armazenamento de papelão e tubos de plástico que são destinados à recicla-gem, e uma empresa credenciada pelo Ministério do Ambiente de Angola recolhe a sucata metáli-ca. Vidros também têm sido encaminhados para a reciclagem. “Só pneus ainda não têm destinação certa, mas algumas opções para destinação, como o seu uso na contenção de encostas, como vasos

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para plantas em paisagismo e na seleção para re-cauchutagem, vêm sendo implementadas”, conta Alice. “Adotamos aqui técnicas que foram utili-zadas com sucesso em outros empreendimentos da empresa, adaptadas à nossa realidade. O lí-der de nossa equipe, Nelson Alves, trouxe para o projeto sua experiência em outras hidrelétricas, como Santo Antônio, em Rondônia. Nossa es-trutura poderia atender a uma cidade de 4,5 mil pessoas”, ela diz. A CGR tem destinado, em mé-dia, 70% dos resíduos produzidos pelas obras da Hidrelétrica de Laúca para a reciclagem.

“Como angolana, acalento o sonho de que o trabalho que desenvolvemos aqui se espalhe pe-las comunidades vizinhas e outros canteiros de obra, e, quem sabe, influencie também as auto-ridades do país”, diz Zurema. “Hoje, os próprios trabalhadores nos procuram para dar suges-tões, para avisar que os tambores de lixo já estão cheios e precisam ser trocados”, ressalta Vicente.

O exemplo da CGR já começa a se difundir. “Do jeito que estou aprendendo aqui, eu faço em minha casa e ensino a meus vizinhos. Devemos separar o lixo e jogá-lo em local próprio”, comen-ta Luis Domingos Teixeira, auxiliar técnico de Meio Ambiente, morador de Malanje, que opera a enfardadeira de tubos de plástico e de papelão.

Domingos Manuel, que cuida da central de compostagem, relata que, aos sábados e domin-gos, reúne os vizinhos para enterrar o lixo, li-vrando sua comunidade das moscas. E Gaspar Salvador e João Fernandes da Silva, que operam a trituradora do Pátio de Madeira, fazem chegar à vizinhança, em Malanje, o que aprenderam em Laúca. “Temos feito algumas campanhas e le-vado tambores para depositar o lixo, em vez de jogá-lo na rua. Também ensinamos os vizinhos a não fazerem queimadas. E nossas senhoras têm nos ajudado a passar essa mensagem”, diz Salvador. ]

π Gaspar Salvador (à esquerda) e Martins José Domingos colocam sobras de madeira no triturador: material

para compostagem e para recuperação de terrenos atingidos por óleos e graxas

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C O M U N I D A D E

VAMOS À LUTA

De segunda a sexta-feira, Evaristo Pedro, 19 anos, o Deixa (nome de combate retirado de uma canção de sucesso do astro ango-lano Dog Murras) percorre, a pé, os 6 km que separam seu bairro da escola onde estuda e do Centro de Formação Profissional de Cacuso. “A caminhada ajuda a me manter em forma”, diz, brincando. Ele sai de casa ao meio-dia e só volta às nove da noite. No ponto final de sua peregri-nação, funciona o projeto Palancas Negras, onde ele treina judô e jiu-jitsu e onde espera apren-der a dar um golpe no destino. “Arte marcial não ensina só a lutar, mas a ter uma boa conduta na vida”, explica.

A academia, que leva o nome do animal símbo-lo do país e é reconhecida pela Federação de Judô de Angola, foi criada por três integrantes da área de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente da Companhia de Bioenergia de Angola (Biocom): o brasileiro Albertoni Martins e os angolanos Adilson dos Santos e Nelson Mesquita. A empresa, que pro-duz açúcar, etanol e energia elétrica, é uma associa-ção da Odebrecht Infraestrutura - África, Emirados Árabes e Portugal com a Cochan e a Sonangol.

Localizado na Província de Malanje, o muni-cípio de Cacuso possui 100 mil habitantes. “Há muitas crianças na região que não têm pers-pectivas”, diz Mesquita. “As escolas estão de-fasadas. Às vezes, só há uma hora de aula por dia”, comenta Martins, que pratica o judô des-de os 4 anos e conhece bem o poder do esporte de transformar vidas. Foi graças a ele que pôde estudar Engenharia, como atleta universitário. “Tive a oportunidade de entrar para o programa brasileiro de formação de atletas de alto rendi-mento, mas escolhi continuar estudando”, relata.

O judô é um desporto bastante difundido em Angola, embora nem sempre praticado em condições ideais. O projeto Palancas Negras te-ve início em 18 de junho de 2013, pouco depois da chegada de Martins ao país. Ele logo tomou

Texto Eduardo Souza Lima | Foto Kamene Traça

NO PROJETO PALANCAS NEGRAS, JUDÔ E JIU-JITSU SÃO INSTRUMENTOS PARA O DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS E JOVENS

contato com a realidade local. “Eu vi um inte-grante, o Mateus Malonga, usando uma camisa com estampa de caratê. Puxei conversa, e ele me levou a um lugar onde havia um trabalho volun-tário com jovens. Eles treinavam a céu aberto, o tatame era uma lona estendida no chão, e nin-guém usava quimono”, relembra. Foi lá que ele conheceu Santos, outro entusiasta das artes marciais. “Comecei a treinar aos 8 anos, e o es-porte me transformou. Eu era uma criança in-disciplinada, não ia à escola. Até que meu pro-fessor me disse que eu só poderia treinar se ti-vesse boas notas.” Esse ensinamento foi levado ao projeto, que só aceita jovens matriculados na escola.

Hoje, a turma tem 60 alunos, entre meni-nos, meninas e jovens, dos 4 a 20 anos. As aulas acontecem em dias de semana, das 18 às 20 ho-ras. Sábados e domingos são reservados às ativi-dades extracurriculares. “Nelson e Adilson dão, adicionalmente, aulas de Português, Matemática e História. Os alunos também assistem a fil-mes sobre esporte, cuidam do tatame e lavam os seus quimonos.” No início, as aulas aconte-ciam em uma igreja local, onde Martins conhe-ceu Mesquita e o convidou a juntar-se à tur-ma. Assim como o tatame, os quimonos eram improvisados, feitos com velhos uniformes de trabalho. “Aos poucos, fomos conseguindo do-ações de equipamento, e a administração local nos emprestou este espaço para treinar”, conta Martins.

Com pouco tempo de atividade, o projeto já rendeu frutos: em sua primeira competição ofi-cial, 16 atletas conquistaram medalhas, sen-do quatro de ouro, no campeonato nacional de jiu-jitsu, em suas categorias. Uma deles, Nelma Bonifácio, 15 anos, foi convocada para integrar a seleção nacional de judô, enquanto os demais foram convidados a participar da primeira sele-tiva angolana para os campeonatos mundiais. ]

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π Nelson Mesquita orienta praticantes de judô: novas perspectivas para as crianças da região de Cacuso

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FOCO NA ALEGRIA

Texto Diego Damasceno

CONSTRUÇÃO DE ESPAÇO DE LAZER PARA CRIANÇAS É UM DOS BENEFÍCIOS GERADOS PELAS AÇÕES AMBIENTAIS NA REGIÃO DO AEROPORTO INTERNACIONAL DE NACALA, EM MOÇAMBIQUE

π Crianças da comunidade vizinha às obras do Aeroporto Internacional de Nacala: novo espaço para as brincadeiras e também para aprendizados sobre sustentabilidade

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Desde 2008, quando a cidade de Nacala, em Moçambique, foi transformada em Zona Econômica Especial, os investimentos estrangeiros na região não param de crescer. Possuidora do terceiro maior porto de águas profundas da costa da África, a cida-de precisava de um aeroporto à altura de seu fluxo de desenvolvimento. Sua construção, porém, não aten-deu apenas a fatores econômicos: o projeto, executa-do pela Odebrecht Infraestrutura - África, Emirados Árabes Unidos e Portugal, resultou da integração en-tre excelência técnica e respostas inovadoras a de-mandas ambientais.

A realização das obras do Aeroporto Internacional de Nacala foi amparada pela metodologia dos 3 Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), que se aplica direta-mente às decisões tomadas quanto ao encaminha-mento de resíduos e efluentes. Entre as soluções adotadas estão: o transporte de resíduos contami-nados para local apropriado por uma empresa espe-cializada, devidamente licenciada; o descarte de re-síduos de obra em aterro municipal; e a conversão de resíduos reciclados ou reutilizáveis em benefício interno do projeto ou em material para uso em ações pontuais na comunidade.

Um exemplo foi a ação “Transformando Resíduos em Boas Práticas Ambientais”. Diante do desafio de executar um projeto da magnitude do Aeroporto Internacional de Nacala, a Odebrecht buscou solu-ções que respondessem a especificidades do projeto sem se afastar de demandas da população local. Um exemplo: a necessidade de descartar corretamente resíduos deu origem à construção de um espaço de lazer para crianças.

“Por um lado, encontramos dificuldades para des-cartar resíduos não contaminados. Por outro, no-tamos que inexistiam áreas de lazer próprias para crianças nas proximidades do projeto. Daí surgiu a ideia de construir um espaço para a comunidade vi-zinha da área da obra”, explica Ligia Dias, Gerente de Sustentabilidade da Odebrecht Infraestrutura.

Depois da aprovação da iniciativa pela comu-nidade, a construção do parque foi realizada, em conjunto, por moradores locais e integrantes da Organização. “Além de incluir o aproveitamento dos resíduos de forma responsável, a criação do parque foi uma maneira prática de sensibilizar a comunida-de para o tema da sustentabilidade.”

Fernanda Reis, Gerente Administrativa da Odebrecht Infraestrutura, destaca: “Aproveitamos a oportunidade para transmitir conhecimento para a população local. É, sobretudo, uma maneira de fa-zer crescer a confiança das pessoas na Organização e aproximá-las de um projeto que vai beneficiar a

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π Crianças da comunidade vizinha às obras do Aeroporto Internacional de Nacala: novo espaço para as brincadeiras e também para aprendizados sobre sustentabilidade

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região”. Lídia Dias acrescenta: “Embora a maioria das pessoas daqui viva da atividade agrícola de subsis-tência e da pesca, existe uma compreensão de que essa infraestrutura irá contribuir para o crescimento e desenvolvimento da região”.

Projetos estruturantesEm Nacala, as frentes de atuação com foco na sus-tentabilidade são muitas. Para superar as dificul-dades impostas pela insuficiência das redes de abastecimento de água e energia, foram construí-dos poços artesianos e empregados geradores, que garantiram o fornecimento de energia para o pro-jeto. Outro obstáculo enfrentado pela Organização nesse projeto é que a infraestrutura de coleta e destinação de efluentes não é suficiente para aten-der às demandas domésticas e industriais locais. Nesse caso, foram erguidos uma estação de trata-mento de esgotos e um sistema separador de água e óleo, cujo funcionamento foi acompanhado de avaliações periódicas.

As obras foram antecedidas por uma Avaliação de Impactos Ambientais (AIA), conjunto de medi-das que inclui avaliações técnico-científicas, como Estudo de Pré-viabilidade Ambiental, uma Definição de Âmbito e a elaboração de Termos de Referência, além de um Estudo de Impacto Ambiental. Essa fase resultou na elaboração de um Relatório de Estudo e Impacto Ambiental (REIA) e de um Plano de Gestão Ambiental, documentos que reúnem as áreas geo-gráficas da região e orientam as ações de preservação do ecossistema local.

π O novo parque: resultado do esforço conjunto entre moradores da região e integrantes da Odebrecht

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Todo o processo foi acompanhado, avaliado e aprovado por órgãos do Ministério para Coordenação da Ação Ambiental de Moçambique, responsável pe-la concessão da licença ambiental para o projeto.

Tecnologia aéreaNacala situa-se em uma região de grande im-portância estratégica para o desenvolvimento de Moçambique. Inaugurado em 13 de dezembro de 2014, o Aeroporto Internacional da cidade aten-derá à crescente demanda de passageiros e carga que decorre do desenvolvimento regional, mas também absorverá parte da demanda doméstica que hoje utiliza o aeroporto de Nampula, distante cerca de 200 km. “Por causa da posição geográfi-ca de Nacala, o novo aeroporto será também um importante hub regional para ligação dos países vizinhos com o médio e extremo oriente. São es-perados voos para Qatar, Índia, Tailândia e China, entre outros”, explica Ligia Dias.

O projeto foi concebido de acordo com as tendên-cias dos aeroportos mais modernos do mundo em sua categoria. Os principais edifícios possuem ar-quitetura de referência, que privilegia a funcionali-dade e o conforto dos utilizadores. No âmbito das comunicações aeronáuticas, meteorologia e controle de tráfego aéreo, a tecnologia dos sistemas é a mais recente, e o aeroporto será o primeiro do país e um dos únicos da região a empregá-las. Vista do mar ou do céu, a paisagem de Nacala continua a mudar, e seu novo aeroporto demonstra que o progresso real é aquele que é sustentável. ]

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A R G U M E N T O

A gestão sustentável bem-sucedida é sempre resultado de uma convicção própria de líderes e liderados, e não de uma obrigação imposta pelo contrato ou por nossos clientes.

A atitude voltada à sustentabilidade começa com o in-divíduo, com base nos valores da Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO). Cada integrante deve espelhar um sen-timento que já lhe é próprio de antemão. O líder deve identificar, motivar e exaltar as características do parceiro Odebrecht. Assim, a atuação sustentável deve ser tratada, mais que nunca, como um valor básico, que cabe ao líder identificar e promover.

Os projetos Sistema de Transporte Massivo Caracas-Guarenas-Guatire e Cable Tren Bolivariano buscam supe-rar, com propostas próprias, os requerimentos do contrato. Por meio de parcerias com ONGs internacionais foi mon-tado, por exemplo, um programa de proteção dos aquíferos originais da Grande Caracas, com amplo benefício regio-nal. Nas comunidades vizinhas, multiplicamos a qualida-de de vida, ao combinarmos programas de compensação

florestal com novos espaços de lazer, custeados por fundos de responsabilidade social. As ideias são dos integrantes, e a transversalidade abraça a sustentabilidade: engenharia, produção, comercial, administrativo e financeiro juntam forças para a materialização desses projetos.

As novas gerações esperam trabalhar em organizações que demonstrem profundo respeito pelo meio ambiente, em um marco integralmente sustentável. Como líderes, es-pecialmente os mais maduros, devemos tomar a dianteira nesse caminho. Os jovens liderados certamente avaliarão negativamente aquele líder que não o faça, pois esses va-lores são marca registrada e bandeira própria das novas ge-rações.

Será o desafio de cada líder fazer que a sustentabilidade seja, para nossos integrantes, um ato reflexo, um instin-to de preservação primário. O resultado serão equipes que não respondem por obrigação nem aguardam a nossa ins-trução para atuar em prol da aldeia global. Líderes de hoje e amanhã: bem-vindos à era da pedagogia da presença e sustentável. ]

ATO REFLEXOL U I S A R D I T I R O C H A

Luis Arditi Rocha é Diretor de Contrato dos projetos Sistema de Transporte Massivo Caracas-Guarenas-Guatire e Cable Tren Bolivariano.

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"LÍDERES DE HOJE E AMANHÃ: BEM-VINDOS À ERA DA PEDAGOGIA DA PRESENÇA E SUSTENTÁVEL"

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π Jorge Luiz Lopes no sítio de escavações: retirada de rico material paleontológico descoberto na área do canteiro de obras

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DESCOBERTAS HISTÓRICAS

Texto Shirley Emerick

ESCAVAÇÕES NA ÁREA DO CANAL ADUTOR DO SERTÃO ALAGOANO REVELARAM PRESENÇA ANCESTRAL DE GRANDES MAMÍFEROS

As características mais conhecidas do sertão de Alagoas são o clima quente e seco, a terra seca e a vegetação de caatinga, típicos do semiárido brasi-leiro. A região, entretanto, já foi moradia de grandes mamíferos pré-históricos, em meio a ricas savanas. Escavações no trecho IV do Canal Adutor do Sertão Alagoano, realizadas pela Odebrecht Infraestrutura - Brasil, revelaram a presença ancestral de tigres-de-dente-de-sabre, mastodontes, preguiças-gigan-tes, tatus-gigantes, toxodon e paleolhama, animais do período compreendido entre 1,8 milhão e 11 mil anos atrás.

Esse rico material paleontológico foi desco-berto no fim do ano passado na área do canteiro de obras, em São José da Tapera, município localizado a 220 km de Maceió. Assim que foi identificada a pre-sença de material paleontológico, a equipe contatou o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e contratou uma empresa especializada pa-ra fazer a retirada e identificação dos fósseis.

Em duas semanas de trabalho, foram reco-lhidas mais de duas toneladas de material. “É a maior quantidade encontrada até hoje em Alagoas”, diz Jorge Luiz Lopes, responsável pelo recolhi-mento e diretor do Museu de História Natural da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que apoiou o trabalho de escavação. Em termos de diversidade, foi uma das maiores coletas de fósseis já realizadas no estado. “É uma descoberta histórica muito rele-vante para os estudos sobre essa época. Essa impor-tância fez aumentar nosso cuidado em discutir, em detalhes, a operação com os especialistas”, comenta Alexandre Biselli, Diretor de Contrato da Odebrecht Infraestrutura.

Extinção dos bebedouros naturaisPesquisas mostram que a mudança climática, ocor-rida entre o fim do Pleistoceno (na escala geológi-ca, o período compreendido entre 2.588 milhões de anos a 11,5 mil anos atrás) e o começo do Holoceno (11,5 mil anos atrás até o presente), extinguiu os úl-timos bebedouros naturais, e grande parte dos ani-mais morreu de sede e de fome nas proximidades

desses tanques. Após cuidadosa análise, verificou-se que a área fora escavada pelos moradores da re-gião há mais de 75 anos, mas o material fóssil per-maneceu em uma espécie de entulho. Foram então realizados o desmonte de todo entulho, varredura, coleta, triagem e acondicionamento do material, que, por fim, foi encaminhado ao Museu de História Natural da Ufal.

Entre os fósseis, foram encontrados molares e presas de mastodonte (parente dos elefantes), dentes de preguiça-gigante, placas ósseas (osteo-dermos) de tatu-gigante, cabeça do fêmur de um tigre-de-dente-de-sabre, vértebras de paleolhama (lhama grande, do tamanho de um camelo) e den-tes de taxodon (animal que se assemelhava a um hipopótamo).

“No momento em que a equipe especializada identificou o sítio paleontológico na área de escava-ção do canal, o local foi isolado, e os trabalhos fo-ram suspensos para que se pudesse fazer as pesqui-sas”, relata Omar Barreto, engenheiro de produção da obra. A área foi interditada e parte da equipe colabo-rou na retirada do material. “Tivemos todo o cuidado e preocupação para remover as peças sem provocar danos”, acrescenta Omar. Depois de uma vistoria minuciosa, veio a constatação de que todo o material de relevância paleontológica fora retirado, e, com a autorização do Iphan, a obra foi retomada.

O Canal Adutor do Sertão Alagoano é a maior obra de infraestrutura hídrica do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Alagoas. Ele compreende um megassistema de abastecimen-to – um canal adutor de água do rio São Francisco e seus diversos subrramais entre os municípios de Delmiro Gouveia e Arapiraca – que atenderá 42 municípios do semiárido alagoano, com uma popu-lação de cerca de 1 milhão de pessoas. Ele terá 250 km de extensão, divididos em sete trechos. Em um primeiro momento, o Governo de Alagoas optou por implantar a obra até seu km 150, chegando ao município de Olho D' Água das Flores. A Odebrecht Infraestrutura é responsável pela obra do trecho IV – situado entre os kms 92,93 e 123,40. ]

π Jorge Luiz Lopes no sítio de escavações: retirada de rico material paleontológico descoberto na área do canteiro de obras

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π Crianças na trilha ecológica Sendero del Yumbo: lazer, preservação e educação ambiental

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É POR AQUI QUE NÓS VAMOS

Texto Ricardo Sangiovanni | Foto Rodrigo Buendía – AFP

CONSTRUÇÃO DE VIVEIRO ABRE OPORTUNIDADE PARA CRIAÇÃO DE UMA TRILHA ECOLÓGICA VOLTADA À EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Se a equipe de Sustentabilidade do Projeto Hidrelétrico Manduriacu, entre as províncias de Imbura e Pichincha, na região Amazônica, no noroes-te do Equador, tivesse se limitado a realizar somente a tarefa que lhes cabia, já mereceria aplausos. Afinal, reflorestar uma área de, aproximadamente, 16 hecta-res, quase toda em aclive, plantando 17,5 mil mudas praticamente sem ajuda de máquinas, não é missão das mais fáceis. A equipe liderada pelos engenhei-ros Leonardo Robles, Natalia Idrovo, Patricio Dávila e Alex Ayala foi, entretanto, muito além do esperado. Quando eles perceberam que teriam de construir um viveiro, para produzir, em um espaço anexo ao cantei-ro de obras, as mudas de espécies nativas necessárias para o reflorestamento, aproveitaram a oportunidade para criar, nos 2 hectares de bosque existentes na área do projeto, uma trilha ecológica voltada à preservação de plantas, à proteção de animais nativos e à valori-zação da riqueza histórica e arqueológica da região. Assim nascia o Centro de Interpretação Cultural da Flora e da Fauna El Sendero del Yumbo.

O Sendero (em português, "caminho") é um es-paço lúdico pensado para proporcionar lazer recre-ativo e educação socioambiental aos integrantes da Odebrecht e ao público externo que vive na região ou a visita. Desde que foi inaugurado, em julho de 2013, o espaço já foi visitado por mais de 2 mil pes-soas, entre as quais estudantes das oito escolas loca-lizadas na área de influência do projeto e membros de instituições públicas e da comunidade.

Tamanho sucesso cativou inclusive o cliente – a Celec EP, empresa estatal responsável pela geração e transmissão de energia no Equador. O Diretor de Contrato Roberto Bacellar comenta: “Depois que a obra for entregue, a Celec irá manter o Sendero del Yumbo funcionando e aberto ao público. Nesse lo-cal onde fica o Sendero estava prevista a constru-ção de uma via de acesso, ligando a margem direi-ta à esquerda da barragem, mas, após solicitação do cliente, conseguimos mudar o traçado da via e pre-servar o Sendero”. Leonardo Robles, Responsável por Sustentabilidade, relata: “Até mesmo ecologis-tas da região, que não acreditavam que um espaço de

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preservação ambiental pudesse coexistir com uma obra como essa, admitiram que é possível. Muitos, inclusive, já estão replicando a iniciativa em espaços voltados ao ecoturismo".

Concebido desde o princípio dentro de uma ló-gica de sustentabilidade integral, o espaço foi cons-truído com o máximo reaproveitamento possível dos materiais recicláveis disponíveis, em grande parte

originados de resíduos da própria obra. O "pavimen-to" da trilha foi feito com serragem reaproveitada da madeira da construção, e as placas de sinalização e os brinquedos da área recreativa foram confeccionados com pedaços de tábuas, troncos e galhos.

Toda a decoração do espaço foi feita a partir de pneus, transformados em multicoloridos tucanos (um símbolo da floresta amazônica), por meio do

π Crianças na trilha ecológica Sendero del Yumbo: lazer, preservação e educação ambiental

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trabalho manual de 15 pessoas portadoras de neces-sidades especiais que integram o projeto. Eles con-feccionaram também uma gama de objetos de ar-tesanato a partir de papel, cipó e outros materiais recicláveis: a produtividade foi tanta (só de tucanos, foram 80), que grande parte desses objetos foi apro-veitada na sinalização e decoração de todo o acam-pamento da obra, que também ganhou vistosos pon-tos verdes (locais de coleta seletiva do lixo produzido na obra) feitos com tonéis reaproveitados.

Natureza e culturaO tour pelo Sendero dura, em média, 45 minutos. Além da área recreativa, há também um espaço des-tinado à recuperação de animais silvestres feridos. "Muitos já estão acostumados conosco e não fogem mais quando veem nossos coletes amarelos", conta Ayala, responsável pelas áreas de resgate de fauna e flora.

As visitas são lideradas por um guia - quase sem-pre o assistente ambiental Luis Ajila, que acabou se capacitando como guia turístico e hoje tem até cre-dencial do órgão turístico. Luis tem na ponta da lín-gua as características da fauna e da flora do bosque, de tipo subtropical úmido: são 72 espécies de aves e centenas de espécies de animais e plantas, entre as quais cerca de 170 tipos de orquídeas e 14 de plantas medicinais.

"O talo do camacho serve para fazer medica-mentos para infecções causadas por picada de ser-pente, o chá da caña agria é bom para tratar do-enças do sistema urinário e a palma da chonta é usada há séculos por povos indígenas para fazer uma deliciosa chicha (tradicional bebida andina)", informa o escolado guia.

Explicar tudo isso, principalmente às crianças da região, faz parte de um plano ambicioso. Natalia Idrovo, Responsável por Meio Ambiente, observa: "Queremos que esse espaço sirva para manter vivo o conhecimento ancestral, ao qual muitas vezes as crianças descendentes dos povos indígenas não che-gam a ter acesso".

História ali é o que não falta: o "Yumbo" que batiza o Sendero é uma referência ao povo anda-rilho que, segundo pesquisas, era, entre os anos 600 e 1.600, responsável pelo transporte de mer-cadorias entre o litoral do Pacífico e as regiões Amazônica e Andina. Em uma porção da trilha que, segundo Alex Ayala, foi identificada por estu-diosos como parte de um antigo culunco (caminho pelo qual os Yumbos transitavam), foi construído um pequeno memorial, com réplicas de objetos e símbolos ancestrais (como a espiral, que simboli-za a progressiva ciclicidade da vida). O engenhei-ro acredita: "Um desenvolvimento que preserve a cultura e a natureza é algo factível". ]

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π O viveiro cuja construção abriu oportunidade para a criação do Sendero: mudas para reflorestamento

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OUTRA COMPREENSÃO

Texto Livia Montenegro | Foto Almir Bindilatti

COM A AJUDA DA OCT, UMA NOVA FORMA DE SE RELACIONAR COM O MEIO AMBIENTE SURGE NO BAIXO SUL

No campo, o que mais encanta Francisca Antônia de Araújo, 48 anos, é o cheiro da ter-ra molhada e o canto dos pássaros. Moradora da comunidade Juliana, em Piraí do Norte (BA), um dos cinco municípios que compõem a Área de Proteção Ambiental (APA) do Pratigi, ela defen-de a conservação da natureza. “Precisamos cui-dar e preservar o meio ambiente. Somente dessa forma conseguiremos mudar o futuro de nossa região”, afirma.

Francisca tem o apoio da Organização de Conservação da Terra (OCT), que atua na APA do Pratigi e estimula três iniciativas: conserva-ção ambiental, reflorestamento e conservação produtiva. “Nosso objetivo é desenvolver um modelo prático para o tratamento adequado dos elementos da natureza e dos seus fluxos de vi-da. Isso significa estabelecer formas seguras pa-ra promover a sustentabilidade”, pontua Joaquim Cardoso, Presidente do Conselho Deliberativo da OCT. A instituição faz parte do Pacto de Governança do Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia (PDCIS), fomentado pela Fundação Odebrecht e parceiros.

Érico Araújo, 23 anos, é um dos técnicos da OCT. Ele liderou o processo de orientação a Francisca. Formado na Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves (CFR-PTN), unida-de de ensino ligada ao PDCIS, Érico demonstra satisfação em colaborar com o desenvolvimen-to local. “Sinto-me realizado, pois meu objetivo sempre foi transferir conhecimento aos que não tiveram acesso a uma educação voltada para o campo”, enfatiza.

π Francisca Antônia de Araújo e o técnico Érico

Araújo: transferência de conhecimento

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Francisca acredita que esse apoio é funda-mental e contribuiu para a mudança de seu pensamento e atitudes. “Antes, eu derrubava a mata e, hoje, tenho o que preciso aqui na mi-nha roça. Orgulho-me de tudo ter sido feito com minhas mãos”, garante.

Em sua propriedade, ela implantou eucalip-to como estratégia para diminuir a pressão por madeira e evitar o desmatamento. Além dis-so, aprendeu a fazer adubo orgânico ecológico e implantou, em um hectare, diferentes cultu-ras, como seringueira, cacau, banana e graviola, por meio do método conhecido como Sistema Agroflorestal (SAF).

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“O SAF foi inserido de forma gratuita, pa-ra garantir renda aos agricultores que destinam parte da sua terra à conservação ambiental”, explica Volney Fernandes, Diretor Executivo da OCT. Francisca completa: “Antes eu preci-sava pagar para ter assistência e usava produ-tos químicos. Agora eu mesma preparo o adu-bo. Isso resultou em mudança na qualidade dos cultivos, além da economia de renda e insu-mos”, diz.

Ela quer ir mais longe e sonha implantar uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). “A RPPN é criada em área privada, por ato voluntário do proprietário e promove

π Jairo de Sousa (à direita) e o técnico Jeoli dos Santos: lições que geram mudança

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“O aprendizado gera a mudança, e hoje sei a ma-neira correta e harmônica de trabalhar”, comenta.

Jairo participa do Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), uma das iniciati-vas da OCT, por meio do qual contribui para a conservação do meio ambiente. “Fiz o reflores-tamento de uma nascente que tenho na minha propriedade e aprendi a importância de conviver em harmonia com a natureza. Além disso, tenho um SAF que reforça minha renda mensal”, ele acrescenta.

Em sua área, que tem certificação socio-ambiental concedida pela OCT, Jairo tam-bém cultiva pupunha e é um dos associados da Cooperativa dos Produtores de Palmito do Baixo Sul da Bahia (Coopalm). “Temos tudo para nos desenvolver no campo”, avalia. No dia a dia, ele conta com a ajuda de sua esposa, Genilda Souza, 30 anos, que estudou no Colégio Casa Jovem, instituição que integra o PDCIS, assim como a Coopalm. “Tudo o que aprendi repassei para o meu marido. Trabalhamos juntos para um futu-ro melhor”, afirma Genilda.

Parcerias para o crescimento sustentávelEmpresas da Organização Odebrecht também estão contribuindo com ações de proteção am-biental fomentadas no Baixo Sul da Bahia. Entre elas, a Odebrecht Óleo & Gás, que neutrali-zou as emissões de 630 toneladas de carbono (CO2) dos escritórios localizados em Macaé (RJ) e Itajaí (SC). Para isso, mais de três mil mudas de árvores serão plantadas nas propriedades de agricultores familiares e três nascentes recupe-radas, por meio do programa Carbono Neutro Pratigi, também coordenado pela OCT.

“Criamos uma oportunidade, a partir de um projeto socioambiental, fazendo com que to-dos se sintam responsáveis em contribuir”, as-segura Renan Kamimura, Líder de Conservação Ambiental da OCT.

Como forma de compensar o CO2 emiti-do durante as cerimônias de entrega do Prêmio Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável nas edições de 2011 e 2012, mais de 570 mudas também foram plantadas. São considerados, pa-ra o cálculo da emissão, quesitos como energia elétrica, transportes utilizados pelos convidados e consumo de água. A restauração de mais de 155 hectares com espécies nativas da Mata Atlântica e a recuperação de 60 nascentes já permitiram a neutralização de mais de 32 mil t de carbono na APA do Pratigi. ]

a conservação da diversidade biológica”, escla-rece Fernandes. Para iniciar o processo, faltam apenas alguns documentos da propriedade de Francisca. “Só quero crescer e me desenvolver cada vez mais, com o compromisso de respeitar a natureza”, ela ressalta, em tom de comemo-ração.

Ações sinérgicasA aproximadamente 20 km da propriedade de Francisca, vive Jairo de Sousa, 36 anos. Morador da comunidade Vale do Riachão, em Igrapiúna (BA), ele acredita no alcance da sustentabi-lidade por meio do acesso ao conhecimento.

π Jairo de Sousa (à direita) e o técnico Jeoli dos Santos: lições que geram mudança

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BAIXOU EM SAMPA!

Texto Gabriela Vasconcellos | Foto Holanda Cavalcanti

EDIFÍCIO ODEBRECHT SÃO PAULO AMBIENTA SEMANA DO BAIXO SUL DA BAHIA, COM APRESENTAÇÃO DE INICIATIVAS QUE INTEGRAM O PACTO DE GOVERNANÇA DO PDCIS

Na manhã do dia 6 de outubro, os integrantes e par-ceiros que trabalham no Edifício Odebrecht São Paulo (EOSP) perceberam uma movimentação diferente. A curiosidade saltava aos olhos. No mezanino do sexto andar, perto do restaurante, um pedaço do Baixo Sul da Bahia ganhava vida. Um pouco mais tarde, na ho-ra do almoço, nova surpresa: canções no ritmo baiano invadiram o espaço e embalaram a refeição.

Estava aberta a Semana do Baixo Sul da Bahia, que só teria fim no dia 10 de outubro e envolve-ria mais de 2 mil pessoas. Durante o evento, foram

apresentadas as iniciativas as iniciativas que fa-zem parte do Pacto de Governança do Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia (PDCIS), fomenta-do pela Fundação Odebrecht, com o apoio de parcei-ros públicos e privados.

“Foi uma iniciativa na qual a Organização Odebrecht passou a conhecer a dimensão e o po-tencial do programa apoiado pela Fundação”, ava-lia Eduardo Odebrecht de Queiroz, Vice-Presidente

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do Conselho de Curadores da Fundação Odebrecht. O evento foi fruto da provocação de Isabela Alvarez Odebrecht, que destacou a importância de se valori-zar o trabalho realizado no Baixo Sul, com o compro-metimento de todos os integrantes na perpetuação do legado de Norberto Odebrecht.

A programação contemplou um cardápio espe-cial, no restaurante do EOSP, preparado com produ-tos das cooperativas ligadas ao PDCIS, além de ex-posição e comercialização desses produtos. No total, 1.118 unidades foram vendidas.

Ao longo dos cinco dias foi possível interagir com estudantes e jovens agricultores beneficiados pelas Casas Familiares Rurais – unidades de ensino que integram o PDCIS. Segundo Sérgio Leão, Responsável por Sustentabilidade na Odebrecht, esse foi o dife-rencial do evento. “A exposição permitiu às pessoas apreciarem os projetos de vida dos jovens. Lemos a respeito, conhecemos à distância, mas estar com eles é ver de fato uma realidade de transformação.” É o que também ressalta João Cumerlato, Responsável

pelo ConectCar na Odebrecht TransPort. “Estive na região em 2006, quando entrei na Organização Odebrecht, e me apaixonei pela revolução social que estava acontecendo lá. Hoje fico feliz em ver uma ação como essa. Os novos empresários rurais estão realmente dando frutos e produzindo.”

Camila Paz, integrante da equipe de Incorporação da Odebrecht Realizações Imobiliárias, também aprovou com entusiasmo a iniciativa. “Sou de São Paulo e só tenho acesso ao trabalho realizado pela Fundação por meio da divulgação interna da empre-sa. Pessoalmente, você começa a ter um outro ponto de vista. É interessante ver os jovens apresentando o que fazem e explicando como funciona.”

Interação que gera resultado Os visitantes conheceram ainda os programas Tributo ao Futuro, da Fundação Odebrecht, e Carbono Neutro Pratigi – iniciativa da Organização de Conservação da Terra (OCT), instituição que faz parte do PDCIS. Por meio do Tributo, integrantes da Odebrecht e parceiros destinam parte do Imposto de Renda e investem em ações que promovem a educa-ção do campo de qualidade e a formação profissional de jovens talentos do Baixo Sul. “Levo para todos o que é o PDCIS, o que é essa responsabilidade e o que é investir no Tributo ao Futuro, pois nós temos obri-gação de contribuir”, reforça Carmem Luci de Freitas, da Área Social da Odebrecht Ambiental (Aquapolo).

No espaço da OCT, os participantes puderam medir o impacto de suas ações no meio ambien-te e compensá-las. Marcela Nardelli, da equipe Jurídica da Braskem, foi uma delas. “A neutralização de carbono me chamou atenção porque, às vezes, as pessoas só pensam em comprar o carro novo e pas-sear de avião. A maioria não vê nisso a questão am-biental e é importante a gente fazer o rebate, pensar na outra ponta e não só no consumo insustentável.”

O Programa Carbono Neutro Pratigi permite que qualquer pessoa ou empresa calcule a quantidade de carbono que emite. Para isso, basta acessar o site da OCT (www.oct.org.br) e informar quantas viagens aéreas realiza por ano, qual combustível utiliza, se faz a separação do resíduo que pode ser reciclado, entre outros dados. O resultado é exibido em nú-meros de árvores e valores em reais de quanto cus-taria o plantio. É possível financiar o serviço para que a OCT o execute. As neutralizações realizadas

π A mostra de produtos no EOSP: contato dos

integrantes da Organização com os projetos de vida

dos jovens do Baixo Sul

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no EOSP permitirão a plantação de 136 árvores na Área de Proteção Ambiental do Pratigi, localizada no Baixo Sul.

Os livros que reúnem os princípios, conceitos e critérios da Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO) também puderam ser consultados e adqui-ridos no “Cantinho da Leitura”. Além disso, os in-tegrantes tiveram a oportunidade de doar publi-cações para as bibliotecas das Casas Familiares Rurais. Ao final do evento, foram contabilizados mais de 300 títulos.

A realização da Semana do Baixo Sul da Bahia no EOSP foi apoiada pela Odebrecht S.A. e pe-la Odebrecht Properties (OP), por meio da equipe de Facilities. De acordo com Marcos Lima, Líder de Facilities na OP, é importante levar essa experiência a outros escritórios da Organização. “Tive oportuni-dade de conhecer o trabalho da Fundação Odebrecht de perto, e a ideia era mostrar isso. É a nossa causa. Hoje é um prazer assistir à conclusão, os resultados que estamos colhendo. Espero que possamos repetir em outros lugares.” ]

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VENTOS DA INOVAÇÃO

Texto Edilson Lima | Foto André Valentim

WIND RESIDENCIAL, NO RIO DE JANEIRO, VEM MUDANDO PARADIGMAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Rita Belizete, 57 anos, vive há 30 anos na comuni-dade do Camorim, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Para aumentar a renda da família, ela produz, em casa, bolinho de bacalhau, quibe e pastel e os vende. Como esses produtos são feitos com óleo de cozi-nha, até recentemente Rita não sabia o que fazer com o óleo depois de utilizado. “Hoje o óleo usado vai para o lugar certo”, ela diz. E por quê?

Com o projeto Eco Camorim, criado no início de 2014, a reciclagem de resíduos chegou à comunida-de. A ideia surgiu depois que a equipe da Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR), no canteiro de obras do empreendimento Wind Residencial, percor-reu a comunidade, debatendo a sustentabilidade. “Entendemos que é importante. Colocar o lixo no

lugar certo evita enchentes e doenças em nossa co-munidade”, diz a moradora Maria Olívia de Assis Dantas, 37 anos. A cada 15 dias, a equipe de uma cooperativa recolhe o material.

O espírito que impulsionou os integrantes da OR a saírem pela comunidade é o mesmo que tem permitido a eles vivenciar, no canteiro, uma gran-de mudança de paradigma na construção civil. O Wind Residencial é o primeiro projeto da OR a utilizar métodos construtivos inovadores, como a Parede de Alta Performance (PAP), para as vedações internas, e o Sistema Aquapanel, para as fachadas do projeto. As novas tecnologias substituem a tra-dicional parede de alvenaria (de tijolos) e trazem grandes vantagens quanto à sustentabilidade.

π Parede de Alta Performance: alternativa para a obtenção de elevado desempenho técnico-acústico e solidez

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Inovação tecnológicaLocalizado na Estrada dos Bandeirantes, em uma área que protagoniza grande expansão imobiliária, próximo ao Parque Olímpico e à Vila dos Atletas dos Jogos Olímpicos de 2016, o Wind Residencial come-çou a ser construído em julho de 2013. Composto de quatro torres, ele terá 260 apartamentos, que variam de 63 m2 a 72 m2, em área construída de 21 mil m2, sendo mais de 3 mil m2 de áreas verdes e de lazer. O prazo de execução é de 23 meses.

Para superar a carência de trabalhadores espe-cializados, com o mercado aquecido, Túlia Ribeiro, Líder do empreendimento, e sua equipe optaram pelo uso dos dois novos métodos construtivos. A Parede de Alta Performance é fruto da criativida-de da equipe que juntou duas tecnologias existen-tes: a parede de Drywall (que utiliza placas de ges-so acartonado) e da argamassa Crupe, uma tecno-logia europeia para preenchimento que começou a

ser implementada no Brasil, pela primeira vez, no Wind Residencial. Depois de montadas, as paredes de Drywall são preenchidas com a argamassa Crupe por meio da utilização de uma máquina de projeção. Essa tecnologia garante solidez e alto desempenho térmico-acústico ao empreendimento.

No caso das fachadas das torres, o Sistema Aquapanel não utiliza a argamassa como preen-chimento, mas sua solidez é a mesma das PAPs. Na parte externa, utiliza-se uma placa cimentícia, com membrana impermeável (manta Tyvek), fixada à estrutura metálica (steel frame), tendo como acaba-mento uma argamassa industrializada que, além de padronizar a superfície, garante a impermeabiliza-ção de toda a fachada. Dentro, completa-se a parede com uma placa de madeira (conhecida como OSB – Oriented Strand Board) e mais uma placa de gesso acartonado. A parede é preenchida com uma cama-da de lã mineral, para isolamento térmico-acústico.

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π Preenchimento com lã mineral: Sistema Aquapanel, utilizado na execução das fechadas, dispensa o uso de argamassa

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Em seguida, faz-se o tratamento das juntas das pla-cas, deixando a fachada pronta para a pintura.

Produtividade e otimização de recursosAs vantagens dessas tecnologias são muitas. Com a utilização das PAPs e do Sistema Aquapanel, há um alívio de cargas na fundação e na estrutura. Para efeito de comparação, o peso da Parede de Alta Performance é de 75 kg/m2. Com alvenaria conven-cional, o peso é de 156 kg/m2. No geral, isso repre-sentou redução em 22% de carga sobre as fundações.

“Quanto ao efetivo de trabalhadores, hoje temos cerca de 240 pessoas. Em um projeto convencio-nal de igual proporção, teríamos cerca de 400. Com a PAP, também reduzimos etapas. Por exemplo: após fazermos o tratamento das juntas das placas, a parede está pronta para ser pintada. Na alvena-ria convencional, depois de erguida a parede com tijolos, ainda teríamos mais três etapas: chapisco, emboço e emassamento, ou seja, temos maior pro-dutividade com a PAP”, explica José Nilton Dantas, Responsável por Produção.

Além disso, com a PAP, a produção de CO2

é de 14,5 kg/m2. Em obras convencionais, são 55 kg/m2. No que diz respeito à produção de resíduos, a proporção é de 150 t com as PAPs contra 538 t da alvenaria. No caso do consu-mo de água, o método convencional consumiria 1.185 m3 de água. Com as novas tecnologias, o gasto é de 806 m3: “É uma obra limpa e enxuta”, diz o mestre de obras Carlos Alberto Gonçalves.

As novas tecnologias também permitiram otimização de tempo e recursos nas instala-ções elétrica e hidráulica. Em vez de compras de equipamentos separados, como canos, fios, caixas de luz, a equipe identificou fornecedores que desenvolvessem os equipamentos em for-ma de kits para cada pavimento e apartamento. “Tudo foi planejado para que cada equipamen-to seja instalado com precisão, sem desperdício”, argumenta Renato Perônico, Responsável por Instalações.

“Esta obra mostra que é possível realizar um empreendimento sustentável, com otimização de custos, e inovador no mercado”, afirma Túlia Ribeiro. ]

π Maria Olívia Dantas: consciência na luta contra enchentes e doenças na comunidade

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DIFERENTES DESDE O INÍCIO

Texto João Paulo Carvalho | Foto Bruna Romaro (SP), Américo Vermelho (RJ) e Élvio Luiz (PE)

BAIRROS PLANEJADOS EXPLICITAM OS CONCEITOS DE SUSTENTABILIDADE PRATICADOS PELA OR

Seletividade, diferenciação e sustentabilidade. Esse é o tripé que orienta a estratégia de atuação da Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR) na concepção, construção e comercialização de seus produtos, desde a compra do terreno até a relação pós-entrega das chaves com seus clientes. Prova disso são os bairros planejados que a empresa vem construindo em São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco.

“Sonhar o sonho do cliente é o que nos move e nos faz planejar cada detalhe de um produto”, afirma Saulo Nunes, Diretor de Incorporação da OR no empreendimento Parque da Cidade, bair-ro que surge na Marginal Pinheiros, em São Paulo, em meio à região onde está sendo implantada a Operação Urbana Água Espraiada. O bairro faz parte de um seleto grupo de 18 projetos ao redor do mundo escolhidos como referência em quesi-tos como desenvolvimento urbano e redução de emissão de gás carbônico. Esses projetos integram o Climate Positive Development Program, inicia-tiva do grupo C40 Cities Climate Leadership, de-senvolvido pela Fundação Clinton, em parceria com o U.S. Green Building Council (GBC), órgão cujo braço no Brasil tem a OR como membro-fun-dador.

A equipe de projeto elaborou, em detalhes, ca-da item de sustentabilidade a ser implantado no empreendimento. Isso envolveu visitas a diver-sas cidades do mundo, incluindo Estocolmo, ca-pital da Suécia, de onde trouxeram, por exemplo, um sistema automatizado de coleta de resíduos sólidos por meio de uma tubulação a vácuo. A tecnologia permite que os usuários e moradores do empreendimento depositem separadamente lixo comum, reciclável e orgânico em recipien-tes que são interligados por tubos subterrâneos a uma central de armazenagem e compactação, o que elimina barulhos e odores. Nesse local, o li-xo já separado e compactado é recolhido, e parte dele é destinada a cooperativas de reciclagem e compostagem, diminuindo o volume enviado aos aterros públicos.

Antes mesmo de o bairro começar a ser ergui-do, a sustentabilidade já estava impregnada no projeto do Parque da Cidade, a começar pelo can-teiro de obras. Nele foi instalada uma central de fabricação de concreto, capaz de produzir 500 m³ do material por dia, reduzindo, sensivelmente, o movimento de caminhões e contribuindo para a redução das emissões de gás carbônico na região, além de melhorar o trânsito. Isso sem falar no uso de vidros de alta eficiência, que reduzem o uso de luz artificial e barram a entrada de calor, e isso di-minui o consumo de energia pelos aparelhos de ar condicionado, que, por sua vez, são equipados com gás ecológico.

A gestão da água foi um capítulo à parte na es-truturação do canteiro. Os banheiros contam com mictórios que não necessitam de água, bacias com esgoto a vácuo, arejadores e reguladores de va-zão e torneiras automáticas de baixo consumo. A água da chuva também é reaproveitada, sendo coletada e armazenada em uma cisterna que su-pre a irrigação automatizada do canteiro. Além do benefício ambiental, todas essas inciativas repre-sentam também uma significativa redução de uso de, aproximadamente, 32 mil m³ de água durante a obra.

O conjunto de soluções dos projetos arqui-tetônico e paisagístico do Parque da Cidade ob-serva impactos ambientais, a qualidade de vida das pessoas e também os benefícios para a re-gião, o que fez dele o primeiro empreendimento na América Latina apto a ser pré-certificado pa-ra obter o selo LEED ND (Leadership in Energy and Environmental Design for Neighborhood Development ou Liderança em Energia e Design Ambiental para o Desenvolvimento de Bairros).

PioneirismoO selo LEED ND, como o nome diz, é concedi-do pelo GBC a empreendimentos capazes de in-fluenciar positivamente no desenvolvimento de seu entorno. Esse é o caso da Ilha Pura, no Rio de Janeiro, bairro que dará abrigo à Vila dos Atletas

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π Parque da Cidade, em São Paulo: referência na redução de emissões de gases de efeito estufa

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nos jogos olímpicos de 2016. Se, na OR, o Parque da Cidade foi o indutor das diretrizes sustentá-veis necessárias à obtenção do selo, a Ilha Pura, em função do estágio de evolução das obras para atender aos prazos do Comitê Olímpico Internacional, foi o primeiro empreendimento a recebê-lo de fato.

De acordo com o Diretor-Geral da Ilha Pura, Maurício Cruz, a certificação do bairro foi natural, uma vez que as próprias características da região e as cercanias do bairro exigiriam cuidado espe-cial com o meio ambiente. “Estamos cercados pelo complexo lagunar da Barra da Tijuca, pelo maciço da Pedra Branca e muito perto do mar. É uma re-gião exuberante, privilegiada pela natureza e que será ocupada por pessoas que exigem qualidade de vida e respeito ao meio ambiente. Por isso, adotar

critérios que são levados em conta pelo GBC esta-va presente desde o dia zero no planejamento des-te projeto”, ressalta.

O bairro Ilha Pura será permeado por um par-que linear de 72 mil m², com projeto paisagísti-co assinado pelo premiado escritório Burle Marx, e será povoado por mais de 35 mil mudas nativas da região, cultivadas em um viveiro próprio, com 163 espécies, cuidado pela equipe de sustentabi-lidade do empreendimento. Para se ter uma ideia da preocupação da equipe com o tema, toda ma-deira utilizada na construção tem garantia de pro-cedência. Para isso, foi desenvolvido um programa de capacitação de fornecedores, para obtenção de certificações de manejo sustentável, como o FSC e o Cerflor, o que elimina riscos de compra da cha-mada madeira “falsa-legal”.

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π Ilha Pura, no Rio de Janeiro: influência positiva no desenvolvimento do entorno do projeto

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Comunicação verdeNa Reserva do Paiva, bairro planejado desenvolvido pela OR desde 2007 em Cabo de Santo Agostinho, ao sul de Recife, a sustentabilidade ultrapassou o limite dos canteiros implantados e dos condomí-nios construídos no local. Além de possuírem as-pectos igualmente corretos do ponto de vista am-biental, como gestão de resíduos, reúso de águas, telhados verdes, vidros de alta performance, entre outros, o grande diferencial pensado pela equipe de marketing e incorporação é a utilização da tecnolo-gia para a apresentação de novos produtos.

Em vez dos tradicionais books impressos, en-traram em ação os aplicativos interativos pa-ra uso em tablets e smartphones. “Além de ser ecologicamente correto, já que elimina o corte

de árvores e uso de água para produção do pa-pel, o conteúdo pode ser atualizado a qual-quer hora, e conseguimos atingir um núme-ro maior de pessoas, potenciais clientes, com uma ferramenta online e inovadora”, avalia Luis Henrique Valverde, Diretor Regional da OR em Pernambuco. E a equipe foi ainda mais além. No mais recente lançamento da Reserva do Paiva, o Acqua Marine, ocorrido em novembro, em vez de utilizar apartamentos decorados, os clien-tes conheceram o empreendimento por meio de uma tecnologia de realidade virtual, os óculos RIFT. Três opções de plantas estavam à dispo-sição de quem quisesse passear pelo ambiente virtual. É a prova de que tecnologia e meio am-biente podem e devem andar de mãos dadas. ]

π Reserva do Paiva, em Pernambuco: inovações na apresentação dos produtos

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A vida de Iraci Fernandes Prata mudou de três anos para cá. Ela está entre os 27 assentados da região de Nova Alvorada do Sul (MS) contemplados pelo proje-to Hortas Circulares, que capacita pequenos produto-res rurais para realizarem produção orgânica susten-tável. O projeto, desenvolvido pelo programa Energia Social para Sustentabilidade Local, da Odebrecht Agroindustrial, permitiu que os beneficiados am-pliassem em até 89% a geração de renda familiar.

“Não aprendi só para mim. Quero que o conhe-cimento adquirido com a produção de alimentos or-gânicos beneficie toda a humanidade. São pequenas coisas que vão mudando a nossa vida e a dos outros”, afirma Iraci. A ex-dona de casa produz alface, rúcu-la, almeirão, couve, cheiro-verde, cebolinha e sal-sa, o que possibilita a ela a renda mensal próxima a

R$ 1.500,00. “Tem até médico e professor da cidade que comem da minha verdura”, conta, orgulhosa.

Em ação semelhante, o projeto Horta Sus-tentável, realizado em Mirante do Paranapanema (SP), envolve 20 famílias, que produzem horta-liças, frutas e vegetais que atendem ao mercado local e aos refeitórios das unidades do Polo São Paulo – Conquista do Pontal e Alcídia. Mais de 3 mil integrantes consomem por mês 9 mil kg de alimentos orgânicos. No município de Mineiros (GO), o projeto Fortalecimento da Agricultura Familiar atende à merenda escolar e deverá tam-bém fornecer alimentos ao refeitório da Unidade Morro Vermelho.

“Acreditamos que trabalhar para a conscientização da comunidade é peça-chave para o desenvolvimento

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VISÃO ABRANGENTE

Texto Guilherme Bourroul

TECNOLOGIA DE PONTA PARA A PRODUÇÃO DE COMBUSTÍVEIS E ENERGIA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL CAMINHAM LADO A LADO NA ODEBRECHT AGROINDUSTRIAL

π Iraci Prata: “Não aprendi só para mim”

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sustentável”, pondera Carla Pires, Responsável por Sustentabilidade na empresa.

Educação ambientalEstá em andamento a segunda etapa do projeto em parceria com o Instituto Onça-Pintada (IOP), cujo objetivo é monitorar oito espécies da fauna con-sideradas bioindicadores de qualidade ambien-tal, na região do Parque Nacional das Emas (PNE), próximo a unidades produtivas da Odebrecht Agroindustrial. Os resultados do mapeamento in-dicam que as operações e práticas de produção de etanol e energia pela empresa não vêm afetando o equilíbrio da fauna local. Tão importante quanto a produção é a sensibilização da comunidade e dos integrantes da Odebrecht Agroindustrial sobre a importância da biodiversidade.

“A vertente socioeducativa incentiva a comunida-de a valorizar o PNE, que tem muito potencial para o turismo ecológico e é fonte de renda aos municí-pios envolvidos”, observa Anah Jacomo, pesquisado-ra do IOP. Já participaram da ação cerca de 150 alu-nos de 40 escolas rurais e líderes da área agrícola da Unidade Morro Vermelho.

Também em Goiás, uma das iniciativas mais re-centes com foco na educação ambiental está sendo realizada em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) para a recuperação de nascentes de água no Assentamento de Reforma Agrária Três Pontes, em Perolândia. A ideia é mostrar que terra produtiva não pode ameaçar a disponibilidade e qualidade das águas na região.

Inaldo Gomes Pereira está na região há 56 anos. “Os jovens estão indo embora dessa terra, que é uma conquista nossa. Não é isso o que queremos. Precisamos valorizar o que é nosso”, defende o as-sentado.

Para a professora da UFG Raquel de Oliveira, uma das coordenadoras do projeto, a ação é importante no que diz respeito ao compromisso pessoal, fami-liar e comunitário dos assentados. “Isso agora acon-tece de forma participativa.”

Ainda na esteira da educação, o Energia Social re-alizou, ao longo de 2014, mobilizações com o público infantil, por meio de apresentações teatrais e ofici-nas de estímulo à leitura, tratando de temas ambien-tais relevantes localmente, como o cuidado com os rios. O espetáculo “O Cascudo Douradinho”, baseado

π Atividade do projeto Energia Social: mobilização do público infantil para tratar de temas ambientais

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na obra “Amiga Lata, Amigo Rio”, foi apresentado nos nove municípios de atuação da empresa, segui-do de contação de história e bate-papos com o autor do livro, Thiago Cascabulho. Ao todo foram realiza-das mais de 50 sessões para 9 mil crianças, de 5 a 12 anos, que frequentam escolas públicas.

BiodiversidadeO compromisso com a conservação ambiental nas áreas em que atua está incorporado à estratégia de negócio da Odebrecht Agroindustrial. Como sua atividade depende diretamente da biodiversidade, a empresa pode ser afetada pela escassez dos chama-dos serviços ambientais, que são os benefícios ob-tidos da natureza, como os rios de boa qualidade, as árvores que filtram o ar, entre outros.

De acordo com Carla Pires, a atuação de todos de-ve estar sempre pautada no fortalecimento dos es-forços pela conservação ambiental, manutenção dos serviços ambientais e bem-estar. “A preservação dos biomas é fundamental e tem relação direta com a qualidade de vida. O funcionamento dos ecossiste-mas influencia a disponibilidade da água, o clima e a qualidade do solo, o que, para nosso negócio, é fun-damental, pois dependemos disso para a nossa pro-dução. O importante é ter equilíbrio em tudo.”

A Odebrecht Agroindustrial desenvolve uma sé-rie de ações para valorizar a biodiversidade nos lo-cais em que atua. São contribuições que vão desde a redução do consumo de recursos naturais ao reú-so de subprodutos do processo operacional. Grande

parte dos subprodutos da cultura da cana-de-açúcar é reutilizada no próprio processo. Suas nove unida-des agroindustriais têm ainda uma equipe respon-sável pelo manejo e monitoramento da flora, o que inclui o plantio de mudas nativas.

Com o objetivo de integrar fragmentos florestais remanescentes e proteger os corpos hídricos, pe-la recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs), a Odebrecht Agroindustrial implanta os cha-mados corredores ecológicos nos arredores de suas duas Unidades paulistas.

Nilvana dos Santos, da equipe de Meio Ambiente, explica que a região tem o Parque Estadual Morro do Diabo, um dos maiores remanescentes florestais de Mata Atlântica, e a Estação Ecológica Mico-Leão-Preto. “São áreas importantes para a proteção de espé-cies ameaçadas de extinção, como o mico-leão-preto.”

Desde o início do programa, em 2007, a implan-tação da conectividade dessas áreas totalizou o re-florestamento de 1,1 mil hectares. “O corredor já cumpre sua função ambiental, pois encontra-se em estágio avançado de vegetação, sem necessidade de manutenção”, completa Nilvana.

Esses são alguns exemplos das ações da Odebrecht Agroindustrial referentes à preservação ambiental. A empresa desenvolve sua produção de maneira dire-tamente relacionada aos fatores que podem levar às mudanças climáticas, e, por isso, concentra-se em dar uma contribuição qualificada para o enfrentamento desse desafio, sobretudo produzindo combustível e energia mais limpos e renováveis. ]

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π Parque Nacional das Emas: monitoramento de espécies consideradas bioindicadores da qualidade ambiental

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A REDESCOBERTA DA ILHA

Texto Francisco Ornellas | Foto Holanda Cavalcanti

PRESERVAÇÃO DOS USOS E COSTUMES DA ILHA DIANA, EM SANTOS (SP), É O CORAÇÃO DO PROJETO VIDA CAIÇARA

π Antonio Gomes: morador da Ilha Diana e piloto da frota de catraias Marítima Bom Jesus

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A pele curtida pelo sol basta para identificá-lo como um caiçara. Antonio Gomes tem 67 anos, sorriso fá-cil e muito apreço por uma boa conversa. Ali cresceu, casou-se e criou os filhos. Agora, vê netos correrem pelas ruelas de Ilha Diana. Pertencente à área conti-nental de Santos (SP), Ilha Diana é um vilarejo de 53 casas e 200 pessoas, só acessível por barco. Está a 10 minutos das instalações da Embraport, empresa da qual a Odebrecht TransPort participa, em socieda-de com a DP World, uma das maiores operadoras de terminais marítimos do mundo. E nela desenvolve o Projeto Vida Caiçara, com foco na educação ambien-tal e turismo de base comunitária.

Desde a ocupação da ilha, na década de 1940, a atividade econômica predominante dos moradores era a pesca. Com a chegada da vizinha Embraport e a disposição da empresa de atuar em favor da comuni-dade, as coisas começaram a mudar. O Projeto Vida Caiçara é a mais visível das atividades: um programa de turismo de base comunitária que leva interessa-dos a viver, por algumas horas, a típica vida dos cai-çaras.

A par do diagnóstico que levou à concepção e execução do projeto, a Embraport cuidou de resol-ver outros problemas: providenciou a estabilização da energia elétrica, gerou oportunidades de trabalho e capacitação profissional e, hoje, desenvolve ações de educação ambiental, como o Ecoférias, que ocorre duas vezes por ano, durante as férias escolares, e tem o objetivo de despertar, nos jovens, a cultura de pre-servação da natureza.

Além do treinamento prévio e da orientação nas visitas, a Embraport providenciou a identidade visual nos painéis em pontos percorridos pelos visi-tantes e nas camisetas que, orgulhosamente, os mo-nitores vestem.

Mas que ninguém, na Ilha Diana, procure por Antonio Gomes. Não o identificarão assim. Lá, ele é o Sr. Avaria, piloto dos quatro barcos, frota de ca-traias da Marítima Bom Jesus.

Aos sábados, Avaria atraca às 10 horas no píer em frente à Alfândega do Porto de Santos. Embarca os passageiros e inicia a travessia de 8 km até a ilha. O passeio é a prova de que o projeto caminha bem.

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π Adriano Alves: na Ilha Diana desde 1962, ele tem muitas histórias para contar

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“Meus pais vieram de São Sebastião e estavam na área que foi ocupada pela Base Aérea”, ele conta. É a mesma história das quatro famílias pioneiras do lu-gar: Gomes, Hipólito, Quirino e Souza. Hoje, quase 70 anos depois da ocupação, todos os moradores são, por descendência ou matrimônio, integrantes das famílias pioneiras. “Era uma vida difícil, com luz de lampião e fogão a lenha, a luz elétrica, quando che-gou, oscilava demais, não permitia o uso de nenhum eletrodoméstico. A Embraport cuidou de resolver is-so”, diz Avaria.

Preservação da culturaO atracadouro da ilha aproxima-se, e uma sim-pática senhora recebe os visitantes. É Ana Maria Marins, bióloga por formação e coordenadora do Projeto Vida Caiçara. “Começou há dois anos e, já nessa época, ficou claro que o melhor caminho seria a preservação dos usos e costumes locais. Chegamos a imaginar outras ações, como a insta-lação de uma fábrica de brindes, mas não foram

aprovadas pela comunidade, que se uniu em tor-no do turismo de base comunitária”, lembra Ana Maria.

Ana Maria e os monitores do projeto – todos voluntários arregimentados entre os moradores – recepcionam os visitantes com um café coado a pano e acompanhado de bolo caseiro. Dão-lhes as boas-vindas e os convidam para um passeio pe-la ilha. Em uma das incursões recentes estavam Jhonny Alves Pereira, a esposa Fernanda e a filha de cinco anos, Gabriela. Jhonny trabalha há pouco mais de um ano, como auxiliar de operações e ca-patazia na Embraport.

Fernanda e a filha Gabriela entusiasmaram-se pela pesca do caranguejo de ostra e chegaram a aplaudir a maestria do pescador no lançamento de tarrafa. A cada indagação, um monitor aproxima-va-se e colocava em prática aquilo que aprende-ra nas aulas durante a semana. Também ouviram as histórias de Adriano da Silva Alves. O Prefeito, como é conhecido, faz de tudo um pouco. Ele che-gou à Ilha Diana em 1962, com 17 anos. “Vim de Iguape, onde não havia nada a fazer, trabalhei mui-to, casei-me com uma moça da família Hipólito e sigo aqui, vendo meus 15 netos crescerem.”

Quando a catraia apita, sabe-se que o passeio de barco vai começar. A bordo da ‘Bom Jesus I’ os turistas ouvem as explicações acerca da compo-sição do solo, da variação climática, das marés e também sobre a flora e a fauna.

De volta à Ilha Diana, o almoço é servido no Centro Comunitário. À mesa, camarão na mo-ranga, mariscos ao vinagrete, filé de peixe em-panado e filé de peixe com molho de camarão. Complementam arroz branco, feijão-carioca, feijão preto e, por fim, sobremesa com pudins e bolos. Para beber, sucos naturais. “Cada detalhe preserva a cultura caiçara. O treinamento foi para dar-lhes noções de recepção, apresentação de pratos, mos-trar-lhes como reagir a perguntas, enfim, prover a interação”, diz Ana Maria Marins.

Por volta das duas da tarde a despedida: turis-tas e caiçaras trocam cumprimentos e, à medida que o barco se distancia, todos acenam. Para os que vão, há um sentimento de descoberta pelas horas passadas na comunidade de vida simples; para os que ficam, o sentimento é de conquista, autoestima pelo trabalho novo.

Os passeios têm duração de quatro horas e ter-minam no mesmo píer do Porto de Santos, em frente à Alfândega. Podem ser agendados pela pá-gina do Facebook “Projeto Vida Caiçara” ou pelo telefone (13) 99741-8690.” ]

π Ana Maria Marins: respeito às necessidades e

expectativas da comunidade

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VIAGEM

FAMÍLIA

Integrante da Odebrecht há 34 anos, Paulo Sá, natural de Salvador, já atuou em diversas cidades do Brasil e em outros países. Desde 2008 está na Venezuela. É responsável pela associação entre a PDVSA Ingenieria & Construcción e a Odebrecht (Consórcio Converpro), a cargo da qual está a modernização da Refinaria de Puerto La Cruz e a Planta de Combustíveis de Catia La Mar. Ele conta que sua família teve uma impressão inicial muito positiva de Caracas. E acrescenta: “O papel da esposa é fundamental no processo de adaptação. Em nossa história, eu, minha esposa, Vera, e nossos filhos, Anna Paula e Paulo, temos mais de 17 mudanças. Sabemos que cabe a nós respeitar a cultura e a diversidade do lugar em que vivemos, valorizando o que há de melhor para acrescentar às nossas vidas. Assim estamos sempre em casa”.

Sempre em casa

π Cleantho: plenamente integrado ao México

π Paulo e família: respeito às culturas

Um nômade no MéxicoO carioca Cleantho Leite define-se como nômade, pois já estudou e trabalhou em muitos lugares. É engenheiro químico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com mestrado na Inglaterra e MBA pela Business School São Paulo. Está há 28 anos na Organização e é Responsável por Desenvolvimento de Negócios, Relações Institucionais e Comunicação na joint venture Braskem-Idesa, no México, onde vive há quatro anos. Totalmente integrado ao país, namora a mexicana Patrícia. Suas dicas para quem for ao México: passar as festas do Dia dos Mortos (1º de novembro) em Páscuaro-Mi-choacan – “uma experiência imperdível para explorar o misticismo e o colorido mexicanos” – e ir à Riviera Maia – Playa del Carmen, que possui excelentes hotéis e ruínas maias.

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Texto Eliana Simonetti

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ESPORTE CULTURA

Uma nova forma de viver a cidade Cultura e meio ambiente

π Julio: dicas aos iniciantes

O jornalista Julio Cesar Soares costuma fazer o percurso de 7 km entre sua casa e o Edifício da Odebrecht em São Paulo em sua “magrela”. Ele ingressou na empresa em 2002 e hoje atua na Odebrecht S.A., na área de Comunicação Digital, com o Programa de Redes Sociais. Como tantas pessoas, aprendeu a andar de bicicleta quando criança. Passou um longo período sem contato com as bikes e, então, aos 29 anos, voltou a pedalar. A bicicleta está hoje totalmente incorporada ao seu dia a dia. “Gosto de pensar que adotei a bicicleta não apenas pelos benefícios saudáveis, mas porque ela me proporciona uma forma nova de conhecer a cidade e de interagir com as pessoas. Às vezes até dou dicas para pessoas que querem começar a pedalar. É o tipo de coisa que vemos pouco em uma metrópole acelerada como São Paulo”, ele argumenta.

Alice Ponciano é pernambucana, de Recife, engenheira ambiental e engenheira de segurança. Vive em Angola há mais de cinco anos e ingressou na Odebrecht há pouco mais de dois anos, para liderar iniciativas de sustentabilidade nas obras do Aproveitamento Hidrelétrico Laúca. É a primeira vez que Alice trabalha fora do Brasil, mas sua admiração pela cultura do povo angolano é antiga, já que seu pai trabalhou por muitos anos no país e ela acostumou-se a ouvir a música e histórias e a ver fotos de Angola. “Sinto-me familiarizada com o colorido da diversidade angolana, com a alegria do povo”, diz Alice, casada com o brasileiro Diego Bressan de Oliveira, que ela conheceu em Angola. "Me encanta observar que as manifestações culturais angolanas são diretamente ligadas ao meio ambiente, uma vez que o desenvolvimento do saber popular e tradicional é produzido pelo que as comunidades aprendem no local onde vivem", acrescenta.

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π Alice: encanto pelas manifestações

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PENSAMENTO AMPLO

Texto João Marcondes

ATUAÇÃO DAS EQUIPES DA ODEBRECHT AMBIENTAL REFLETE O ENTENDIMENTO DE QUE A SUSTENTABILIDADE DEVE ESTAR PRESENTE NA CONDUÇÃO DOS NEGÓCIOS

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π A UVR Grajaú: transformação de entulho em insumos para diversas aplicações nas obras

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Para quem está na área central de São Paulo não é tarefa fácil chegar ao Grajaú, um dos distritos mais populosos da capital paulista. São 42 km de percurso, a maior parte dele em avenidas longas e engarrafadas, como a Washington Luís, Interlagos e Teotônio Vilela. Depois, ruazinhas labirínti-cas adentram o bairro que tem nada menos que 450 mil moradores. A questão da superpopulação é um problema ali, pois trata-se de uma área de mananciais, à beira de duas importantes represas, a Billings e a Guarapiranga. Pequenos estabeleci-mentos comerciais, típicos de periferia (botecos, mercadinhos, minúsculos salões de beleza), convi-vem lado a lado. O varejo é a principal atividade econômica.

Tomando-se uma estrada de terra rumo ao Jardim Varginha, onde trafegam caminhões pesa-dos, chega-se à área dos chamados portos de areia, as pedreiras. São três de grande porte. Além disso, há dois aterros e uma novidade: uma usina de re-ciclagem. Ou Unidade de Valorização de Resíduos da Construção Civil. A UVR Grajaú é uma área de 360 mil m2, que a Odebrecht Ambiental adquiriu em 2007 e funcionou como um simples aterro até 2013. Estão ali aterrados cerca de 5 milhões de to-neladas de resíduos da construção civil. Um olhar para o alto revela uma moldura verdejante. Uma Área de Preservação Permanente (APP). Mais de 80 mil m2 de mata nativa dentro da UVR estão preservados, com árvores como cabreúva, angico-vermelho, copaíba, juçara, cedro e muitas outras.

Com mais um ano, a capacidade de aterramen-to se encerraria com 6 milhões de toneladas. E de-veria "fechar" o negócio, restando apenas o traba-lho de manutenção. "Isso seria um problema, pois hoje há poucas áreas disponíveis para aterro em São Paulo", salienta Gerson Mortari, Diretor de Contrato da UVR Grajaú.

A empresa adquiriu em 2013 uma planta in-dustrial de processamento de resíduos com capa-cidade de 350 toneladas por hora. Ela transforma o entulho em insumos para diversas aplicações em obras. Ou seja, a nova atividade elimina a neces-sidade de "aterro" e dá nova vida a materiais que seriam descartados.

Um de seus produtos é uma brita, que se as-semelha a pedacinhos de um mosaico, resulta-do de um processo de reciclagem. A planta pos-sui sistema de triagem, onde nada é desperdiçado. Sistemas de ímãs separam metais, ciclones de ar dividem materiais como madeira, plástico e outros, de acordo com sua densidade, granulometria etc.

"Em uma área que teria no máximo dois anos

de vida útil, podemos chegar a 20 anos", destaca Mortari. “O mais interessante é que poderemos, em breve, aplicar o mecanismo da logística reversa, que já acontece com outros produtos, como lubri-ficantes, linha branca, pilhas e óleo”, explica.

A logística reversa fecha o ciclo sustentável do negócio. Um caminhão de carga pesada que che-ga ao aterro para despejar o resíduo da construção, antes voltava vazio. Hoje, pode retornar carregado, eliminando custos, economizando o combustível, poluindo menos, diminuindo viagens, trânsito, in-cômodo à população local. O empresário que de-posita o resíduo na UVR terá custo menor, pois o entulho que deixa ali agora é valorizado. "É um ga-nha-ganha", resume Mortari.

Compromisso com a atuação sustentávelSegundo Mônica Queiroz, Responsável por Sustentabilidade na Odebrecht Ambiental, a sus-tentabilidade na empresa é consequência da atu-ação sustentável dos integrantes na condução dos negócios, com foco em inovação, tecnologia, pro-dutividade e soluções de engenharia que incor-poram riscos e oportunidades socioambientais e, também, em desenvolvimento social e econômico, saúde e qualidade de vida das comunidades.

"O ideal é que essa área não exista mais nas em-presas, que o pensar sustentável esteja internalizado em todos", comenta. Ela enfatiza que "Eficiência" e "Valorização" são conceitos indispensáveis quando se fala de sustentabilidade na Odebrecht Ambiental, como na solução de novos ciclos de vida para resí-duos, caso da UVR Grajaú. A esses dois, soma-se o conceito de "universalização", compromisso da Odebrecht Ambiental nos serviços de água e es-goto, formando o tripé conceitual da Política sobre Sustentabilidade da Organização.

Essas premissas estão sendo praticadas em Limeira, cidade do interior paulista em que 100% do esgoto é tratado pela Odebrecht Ambiental. A média nacional é de cerca de 37%, segundo o Instituto Trata Brasil. O rejeito desse tratamento é o lodo, um material orgânico, altamente tóxico, que, geralmente, acaba sendo despejado em aterros sanitários, transformando-se em chorume.

Atualmente, na ETE Tatu, em Limeira, todos os dias são produzidas 30 t de lodo. Com a reforma e modernização da Estação de Tratamento de Esgoto (em fase final), a capacidade de tratamento será ampliada. A eficiência passará de 40% para 95%. Dessa forma, a quantidade de lodo aumentaria pa-ra 60 t por dia. Ou seja, duas vezes mais material tóxico para o aterro.

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Uma solução sustentável, no entanto, evitará a necessidade do uso do aterro sanitário. A empresa adquiriu um secador de lodo, máquina de fabrica-ção espanhola que retira a água do rejeito, transfor-mando-o em uma espécie de floco, um aglomera-do seco e comburente. Na realidade, ele diminui a concentração de água no lodo, de 80% para 20%.

O lodo gerado, que seria de 60 t/dia, cairá para 12 t/dia. Vale destacar: trata-se de um lodo seco, com baixíssimo grau de umidade, portanto, menos tóxico (é a umidade que gera o chorume). O grande turning point ambiental, no entanto, é que esse lodo seco não precisa ser descartado no aterro sanitário.

"Estamos em estudos avançados e negociações com parceiros e, em breve, teremos uma solução para o uso desse lodo seco", revela Tadeu Ramos, Diretor de Contrato da Odebrecht Ambiental em Limeira. Ele destaca algumas possibilidades de uso do lodo: na atividade agrícola, na recuperação de solos degradados ou contaminados, na produção de combustível renovável e na geração de energia elétrica.

Ramos observa ainda que o lodo seco pode di-namizar um negócio dentro do conceito de susten-tabilidade. Em uma fábrica de cimento na Espanha que ele visitou recentemente, o resíduo gerado em excesso era o calor, que deveria ser dissipado na atmosfera. O secador de lodo precisa de calor para funcionar. Os espanhóis compraram uma máquina do tipo e passaram a receber o lodo de uma ETE próxima, o que já gera uma receita. Com o calor, alimentavam a máquina, que produzia o lodo se-co, (uma espécie de palha resultante do processo), que voltava aos fornos da fábrica de cimento pa-ra gerar energia. E suas cinzas (um material inerte e não tóxico) eram adicionadas ao cimento como parte do material. Ou seja, todo rejeito era aprovei-tado tanto como energia como matéria-prima para o cimento.

Em Limeira, uma solução original está sendo desenvolvida para o lodo seco. E o mais impor-tante: em pouco tempo, veremos a aposentadoria definitiva do uso dos aterros sanitários pela ETE Tatu. ]

π Gerson Mortari: "É um ganha-ganha"

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“É PRECISO TER HUMILDADE PARA ENTENDER O TERRENO ONDE ESTAMOS PISANDO”

S A B E R E S

Texto Luciana Lanna | Foto Paulo Fridmam

“As pessoas têm experiências e conhecimentos que desco-nhecemos, e com cada uma, aprendemos alguma coisa. Ao acessar esses conhecimentos, mobilizá-las e provocá-las, encontramos as soluções”. As palavras são de um engenhei-ro que aperfeiçoa seu ofício dia a dia aprendendo com os outros: Sergio Leão, Responsável por Sustentabilidade na Odebrecht S.A. Exercendo sua função, ele percorre pratica-mente todos os projetos da Organização, aprimorando práti-cas para minimizar impactos.

Mineiro de Sete Lagoas, Sergio passou a infância per-to do campo: seu pai tinha um sítio e ele tornou-se, mui-to cedo, um amante da natureza. Ao completar o curso de Engenharia Civil na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi cursar pós-graduação, na área Sanitária e Ambiental, na Universidade da Califórnia, em Berkeley. De volta ao Brasil, em 1982, atuou como professor na UFMG e consultor em projetos ambientais, tendo ainda presidido a Fundação Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais. Em 1992, ingressou na Odebrecht e iniciou a implantação do

Programa Ambiental na CNO, que, cinco anos mais tarde, incorporou as áreas de Saúde e Segurança do Trabalho.

Ouvir as pessoas e compreender a realidade local é, se-gundo Sergio Leão, um princípio básico de sua atuação. Ele destaca a experiência na construção da Hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia. Ao longo de quase dois anos foram feitas reuniões com todas as comunidades ribeirinhas do Rio Madeira. “É preciso humildade para entender o ter-reno onde estamos pisando e aprender com as pessoas da região. O conhecimento delas é de grande valor.”

Nos últimos anos, Sergio coordenou a integração dos programas sociais e de mudanças climáticas ao conjunto de práticas e indicadores de sustentabilidade da Odebrecht e iniciou o inventário de emissões de gases de efeito estufa e a preparação da empresa para a conquista de créditos de carbono.

Muitas das histórias e lições de Sergio Leão são conta-das na entrevista concedida ao Projeto Saberes. Para assistir, acesse www.odebrechtonline.com.br ]

SERGIO PERCORRE OS PROJETOS DA ORGANIZAÇÃO PARA APRIMORAR PRÁTICAS E MINIMIZAR IMPACTOS

S E R G I O L E Ã O

Sergio Leão é o 14º entrevistado da série audiovisual Saberes – Gente que aprendeu no trabalho e na vida.

π Gerson Mortari: "É um ganha-ganha"

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Job: 21343-034 -- Empresa: africa -- Arquivo: AFF-21343-034-BRASKEM-REV-ODEBRECHT INTEGRANTES-450X275_pag001.pdfRegistro: 160137 -- Data: 18:55:04 01/12/201401a84.indd 74 12/12/14 6:06 PM

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Job: 21343-034 -- Empresa: africa -- Arquivo: AFF-21343-034-BRASKEM-REV-ODEBRECHT INTEGRANTES-450X275_pag001.pdfRegistro: 160137 -- Data: 18:55:04 01/12/2014 01a84.indd 75 12/12/14 6:06 PM

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NA ESTEIRA DA UNIÃO

Texto Fabiana Cabral | Foto Guilherme Afonso

PROJETO ROTA RECICLÁVEL ESTÁ PRESENTE NA CONSTRUÇÃO DE CENTRAIS DE TRIAGEM, CAPACITAÇÃO DE COOPERADOS E CONSCIENTIZAÇÃO DA COMUNIDADE

As cores fortes de plástico, papel e vidro não ocul-tam as “montanhas” de resíduos descartados pe-los moradores de Itatiba, no interior de São Paulo. Mãos rápidas separam item por item em uma es-teira curta e estreita: plástico colorido com plásti-co colorido, papel com papel, vidro com vidro, e o trabalho repete-se.

Por mês, são separadas 100 t de material reci-clado e 20 t de rejeito (aquilo que não pode ser reaproveitado). “Quando recebemos muitos obje-tos misturados, não conseguimos aproveitar na-da, porque perdemos muito tempo separando tu-do”, comenta Fabiana Alves Bassi, Presidente da Cooperativa de Reciclagem Reviver. Ela e outros 30 cooperados recebem o apoio do programa Rota Reciclável, desenvolvido pela concessionária Rota das Bandeiras – empresa da Odebrecht TransPort que administra o Corredor Dom Pedro.

Criado em 2013, o Rota Reciclável atua em três frentes: construção de novas centrais de triagem destinadas à cooperativas, capacitação dos coope-rados e campanhas para conscientizar a popula-ção. “A Reviver foi escolhida, pois estava prepara-da para receber o projeto e precisava de melhorias em sua infraestrutura”, relata Diogo Pires, líder de Responsabilidade Social da Rota das Bandeiras. Os cooperados careciam de incentivo para ges-tão e administração da cooperativa. “O objetivo é aumentar a produção e a renda dos trabalha-dores”, diz Marcela Rezende, coordenadora de Responsabilidade Social da concessionária.

Os cooperados passaram por 400 horas de ca-pacitação, que incluíram operação de máquinas e ferramentas modernas e aulas de gestão adminis-trativa, educação ambiental e segurança do tra-balho. “A presença constante das equipes da Rota das Bandeiras contribuiu para criarmos uma re-lação de confiança com o grupo. Até 18 meses após o início da operação da central de triagem,

acompanharemos os resultados”, conta Elaine Ricci, coordenadora do Rota Reciclável, que acres-centa: “Um dos maiores desafios do programa foi despertar o espírito empreendedor nos coopera-dos. Mostramos que há um mundo a ser explorado e uma rede de parcerias a ser estabelecida”.

A previsão é de que o início das operações da “nova casa” da Reviver ocorra em fevereiro de 2015. “A forma de trabalhar já mudou. Passamos a planejar e acompanhar melhor processos e resul-tados. Com a nova central, isso melhorará ainda mais. Teremos boas condições de trabalho, mais pessoas poderão entrar na cooperativa e nossa produção e renda aumentarão”, afirma Fabiana.

Conscientização que gera novos hábitosEliana Cândido Lourenço mudou-se para Itatiba, com o marido, há quase dois anos. Sua nova rotina na cidade passou a incluir a limpeza e a separação do lixo reciclável. “Não fazíamos isso antes, por-que pensávamos que guardaríamos lixo por uma semana. Depois de conhecer o programa, comecei a participar, e toda sexta-feira meu lixo está limpo e separado para que o caminhão de coleta o reti-re”, ela conta. Eliana também reaproveita muitos materiais para fazer móveis e artesanato para sua casa.

Em parceria com a Prefeitura Municipal, o Rota Reciclável foi às ruas de Itatiba, por meio de mu-tirões, para conscientizar as pessoas sobre a cor-reta separação de resíduos e coleta seletiva. Esse hábito também chegou ao escritório da Rota das Bandeiras, através de campanhas, ações e acompa-nhamento dos resultados. Por mês, cerca de 2,5 t de resíduos são destinadas à reciclagem. “A gestão de resíduos é um grande desafio das cidades que compõem o Corredor Dom Pedro, e Itatiba será referência no setor de reciclagem na região”, asse-gura Elaine Ricci. ]

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π Maria Aparecida Silva na central de triagem, em Itatiba: mais incentivo para a gestão e administração da cooperativa

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A INVENÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO

Texto Luiza Vilela

COM O LIVRO O MAPA QUE INVENTOU O BRASIL, O PRÊMIO ODEBRECHT DE PESQUISA HISTÓRICA CONQUISTA O PRIMEIRO LUGAR DO PRÊMIO JABUTI DE CIÊNCIAS HUMANAS

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π À esquerda, José Enrique Barreiro, da Versal Editores; ao centro, a autora Júnia Ferreira Furtado e, à direita, Karolina Gutiez, da

Odebrecht, com diretores da Câmara Brasileira do Livro, no evento do Prêmio Jabuti em que receberam o troféu de primeiro lugar na

categoria Ciências Humanas pela publicação do livro O mapa que inventou o Brasil

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Foram mais de 2 mil projetos inscritos, mas ape-nas 27 premiados. Os representantes de cada um deles subiram ao palco do Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, em 18 de novembro, para receber o Prêmio Jabuti, a mais importante premiação do mer-cado editorial brasileiro. Eles representavam autores e editores em 27 categorias, entre elas a de Ciências Humanas, vencida por O mapa que inventou o Brasil, de Júnia Ferreira Furtado, da Universidade Federal de Minas Gerais, realizado com patrocínio do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica – Clarival do Prado Valladares.

O livro de Júnia conta a história da formatação do território brasileiro, ocorrida em meados do sé-culo 18, após a assinatura do Tratado de Madri, en-tre Portugal e Espanha. A autora mostra, com ima-gens e cartografia da época, como esses dois países duelaram, ao longo de décadas, por porções de nosso território e como, afinal, Portugal, com a astúcia de sua diplomacia, acabou vitorioso. São 454 páginas de contundente pesquisa histórica e iconografia de pri-meiríssima qualidade

Essa é a sexta vez que um livro publicado com o apoio do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica recebe um Jabuti (veja quadro). Karolina Gutiez, Responsável por Conteúdo, Marca e Comunicação Interna na Odebrecht S.A., que representou o Comitê Cultural da Odebrecht na premiação, analisa: “O reconhecimento que nossos livros vêm receben-do ao longo dos últimos anos nos enche de alegria e mostra que a decisão de investir continuamente em pesquisa histórica é acertada, pois essa é uma área que não recebe tantos recursos no país”. Segundo Karolina, a cultura é uma das cinco dimensões da Política so-bre Sustentabilidade da Organização Odebrecht (juntamente com as dimensões Econômica, Social,

Ambiental e Política). “Por meio do Prêmio Odebrecht, estamos contribuindo para o fortalecimento da diver-sidade cultural e para a preservação da memória brasi-leira e fortalecendo, desse modo, a dimensão cultural do desenvolvimento sustentável do país.”

O livro de Júnia é importante para a historiogra-fia brasileira, pois, segundo a autora, costuma-se entender um mapa como a reprodução cartográfi-ca de um território existente, mas esse não é o caso do mapa encomendado ao cartógrafo Jean-Baptiste Bourguignon D’Anville pelo embaixador português na França. “O mapa de D'Anville inventa o território bra-sileiro. Entender o processo pelo qual foi construído é de extrema importância para a compreensão da for-mação das fronteiras brasileiras e de como os interes-ses europeus influenciaram nesse processo”, explica.

O próximo livro a ser publicado sob a chan-cela do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica já está pronto para distribuição. Trata-se de Luís de Albuquerque – Viagens e governo na Capitania de Mato Grosso (1771 -1791), das historiadoras Leny Caselli Anzai e Janaína Amado, que apre-senta os diários de viagem do governador Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres entre Lisboa, Rio, Goiás, Mato Grosso e Amazônia na-quele período, em sua missão de consolidar as fronteiras portuguesas na região oeste do Brasil.

Sobre o desafio de manter o padrão de qualidade após tantos prêmios, José Enrique Barreiro, da Versal, editora que publica os livros do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica, salienta: “A Odebrecht ofere-ce condições diferenciadas para a pesquisa e a edição, e nós colocamos em campo o que temos de melhor: entusiasmo criativo e rigor produtivo. Assim espera-mos continuar a produzir conteúdo relevante e trazer inovações a cada novo livro". ]

Vitórias muitocelebradasLivros publicados pelo PrêmioOdebrecht de Pesquisa Históricaque conquistaram o Jabuti

Projeto Gráfico(de Karyn Mathuiy)2009

A História do Brazilde Frei Vicente do SalvadorMaria Leda Oliveira (USP)

Projeto Gráfico(de Carina Flexor e Renata Kalid)2010

Igreja e convento deSão Francisco da BahiaMaria Helena Ochi Flexor (UFBA)e Frei Hugo Fragoso

Arquitetura e Urbanismo /Projeto Gráfico

(de Karyn Mathuiy)2011

Theodoro Sampaio –nos sertões e nas cidadesAdemir Pereira dos Santos(Centro Universitário Belas Artes de São Paulo)

Projeto Gráfico(de Eduardo Vilas Boas)2013

O comércio do açúcarDaniel Strum (USP)

Ciências Humanas2014

O mapa que inventou o BrasilJúnia Ferreira Furtado (UFMG)

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Renato Martins (1936 – 2014), homem de negócios e incentivador da cultura

A história de Renato Antonio Machado Martins é indissociável da história das últimas cinco décadas da Organização Odebrecht. Quando ingressou na Constru-tora Norberto Odebrecht, em 1958, como estagiário e auxiliar técnico, Renato tinha apenas 22 anos e estava na metade do curso de Engenharia Civil. A partir de então, foram 56 anos dedicados à Orga-nização. De estagiário a diretor, acompanhou as mais importantes obras da Odebrecht no Brasil e parti-cipou da viabilização de projetos na América do Sul, nos Estados Unidos e em Portugal, onde teve papel decisivo na construção da Ponte Vasco da Gama, em Lisboa, a segunda travessia sobre o Rio Tejo.

Em sua trajetória, Renato Martins atuou também em defesa da memória e da cultura. Exerceu papel importante na consolidação do programa de Contri-buição Cultural da Odebrecht, tendo acompanhado o desenvolvimento e a expansão do Prêmio Clarival do Prado Valadares, atual Prêmio Odebrecht de Pes-quisa Histórica. Guiado pelo mote “Cultuo valores, não cultuo indi-víduos”, Renato Martins destacou-se no desenvolvi-mento de negócios e na missão de contribuir para a preservação e valorização da memória cultural. Seu legado ficará para sempre na história da Organização Odebrecht.

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ALIADAS DE FÉ

Texto Carlos Pereira

CISTERNAS DE POLIETILENO SÃO ALTERNATIVA RÁPIDA, ACESSÍVEL E EFICAZ PARA REDUZIR O IMPACTO DA SECA NAS COMUNIDADES SERTANEJAS

O Nordeste, como outras regiões do país, passa por um momento de forte alteração dos fenôme-nos climáticos. Segundo dados do Ministério da Integração Nacional, somente na Bahia, 181 mu-nicípios decretaram situação de emergência em 2013, castigados pela pior estiagem dos últimos 50 anos. Entretanto, imagens de famílias carre-gando água em latões na cabeça ou no lombo de jegue, como ocorria em outras épocas, estão se tornando cada vez mais raras. A utilização de cis-ternas tem sido uma solução rápida, de baixo cus-to e eficaz, entre as várias ações para melhorar a convivência com a seca. A Braskem está contri-buindo para essa mudança na realidade do serta-nejo, ao apresentar ao mercado, em parceria com seus clientes, um novo modelo de cisterna de po-lietileno, produzido pelo processo de rotomolda-gem, com diversas vantagens em relação ao siste-ma convencional, que utiliza placas de concreto.

Água para todosO semiárido brasileiro tem 1 milhão de km2, onde vivem 22 milhões de pessoas. Ele cobre 1.133 mu-nicípios, em nove estados do Nordeste. Em 2011, o Governo Federal lançou o Programa Água para Todos, com o objetivo de beneficiar, com cister-nas, 750 mil famílias da região, ao longo de qua-tro anos. Segundo o gerente do segmento de roto-moldagem da Braskem, Fabiano Zanatta, a empre-sa vinha acompanhando a evolução da implanta-ção das cisternas no país e avaliando criticamen-te suas virtudes e fraquezas. “Apresentamos ao Governo Federal um novo produto, com maior ve-locidade de instalação, baixa necessidade de ma-nutenção, elevada estanqueidade e com vida útil superior a 20 anos”, informa Zanatta.

A expertise na produção de cisternas foi adqui-rida na troca de informações com especialistas do

setor, participação em seminários e visitas a fa-bricantes desse tipo de reservatório em países co-mo a Austrália, que também possui regiões com escassez de água crônica. “Os reservatórios per-mitem o armazenamento de 16 mil litros de água, o que garante condições para uma família de qua-tro ou cinco pessoas manter-se durante o perío-do de estiagem, oferecendo segurança hídrica para essas pessoas que têm a qualidade de vida dete-riorada em função da escassez de água”, detalha Zanatta.

Segundo Amauri Ramos, Diretor da Acqualimp, empresa fornecedora de cisternas de polietileno no país e parceira da Braskem, o material utilizado na fabricação do equipamento é o mais adequa-do à região. “A resina de polietileno somente pode fundir-se a uma temperatura de 147°C, e, na re-gião, a temperatura máxima pode oscilar em tor-no de 50°C, em períodos de clima mais severo”, diz Ramos. Ele salienta que é necessário desmis-tificar a ideia de que as cisternas possam “derre-ter” no calor do sertão. Na Bahia, 15 mil cisternas de polietileno já foram instaladas, e a previsão é de que 46.584 famílias, de 58 municípios, sejam beneficiadas.

No semiárido brasileiro, vivem 11,8% da po-pulação brasileira, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o semiárido mais populoso do planeta. E também o mais chuvoso. A média pluviométrica vai de 200 mm a 800 mm anuais, dependendo da região. O problema é que essa precipitação ocorre de for-ma esparsa e irregular. As cisternas capturam, por intermédio de canaletas, a pouca e preciosa água da chuva, armazenando-a para o consumo humano.

Na Bahia, a força da atual estiagem extrapo-lou os limites da região considerada semiári-da, atingindo cidades como Sapeaçu, distante

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apenas 150 km da capital, Salvador. Lá, a chega-da das novas cisternas trouxe alívio para as fa-mílias, garantindo-lhes condições mínimas pa-ra beber, cozinhar e criar suas crianças sob uma nova perspectiva, em que a convivência com a seca não maltrata ou assusta tanto os sertanejos como no passado.

“Agora sei que é água pura”No pequeno povoado de Tapera de Ilhéus, Maria

Barbosa de Oliveira criou seus seis filhos e, du-rante 40 anos, viveu de forma dramática a ex-pectativa da “trovoada”, período de chuvas mais fortes que acontece entre novembro e janeiro. Quando tudo ocorria como previsto, Maria tinha água salobra do seu poço artesiano para a limpe-za da casa e das roupas e para molhar a roça. Já a água para beber vinha de uma grande lagoa que se formava a dois quilômetros de sua casa.

Com o tempo, ela conseguiu construir um

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π O solo castigado pela estiagem e as irmãs Benedita e Luiza de Jesus, moradoras de Sapeaçu, na Bahia: com a cisterna, garantia de água potável de boa qualidade

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tanque e pagava um carro-pipa para abastecê-lo. Nunca, porém, confiou totalmente na água vendi-da e, muitas vezes, preferiu, por precaução, usar a água salobra do poço, que já conhecia. A situação mudou com a nova cisterna de polietileno. “Agora sei que é água pura, que veio da chuva. Não tenho mais medo de que minha família seja contamina-da”, enfatiza Maria.

No mesmo distrito, a pequena produtora ru-ral Maria Helena da Conceição vive com a mãe de

82 anos e um filho de 15. A quase total ausência de chuva nos últimos anos castigou muito a sua roça, que tem capacidade para produzir 3 t anuais de mandioca. Em 2014, no entanto, com a instala-ção da nova cisterna em sua propriedade, a situa-ção da família mudou. O reservatório é suficien-te para garantir água potável, e o dinheiro que era gasto com o carro-pipa é aplicado na produção. Maria Helena afirma: “Água limpa é saúde. Ter essa garantia melhora muito nossa vida”. ]

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π O solo castigado pela estiagem e as irmãs Benedita e Luiza de Jesus, moradoras de Sapeaçu, na Bahia: com a cisterna, garantia de água potável de boa qualidade

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O JOGO DECISIVO DA CONSERVAÇÃO

π Quando a sustentabilidade entrou em sua vida?Meu interesse surgiu quando morei por dois anos nos Estados Unidos. Aproveitei para me aprimorar, como voluntária, nas universidades de Chicago e do Colorado.

π Quais desafios você enfrenta no estádio mais famoso do mundo?Aqui pude colocar em prática meu aprendizado. No Tour Maracanã, por exemplo, mostramos ao visitante as ações sustentáveis do estádio, como o reaproveitamento de água e os pai-néis solares.

π O Maracanã é sustentável?Certamente. Há inovações por toda a parte. Nossa cobertura

A carioca Julia Monteiro Martins, 34 anos, Responsável por Sustentabilidade na Concessionária Maracanã, des-pertou para a área de meio ambiente quando morava nos Estados Unidos. Engenheira de Produção com MBA em Gerenciamento de Projetos, ela emociona-se quando fala dos catadores que ajudou a transformar em profissionais da reciclagem. “Hoje, eles sentem orgulho de trabalhar no Maracanã.”

JULIA MONTEIRO MARTINS, RESPONSÁVEL POR SUSTENTABILIDADE NA CONCESSIONÁRIA MARACANÃ

Texto Boécio Vidal Lannes / Foto Carlos Júnior

absorve água da chuva, usada no gramado e nos mictórios. Econo-mizamos 50% de água potável. Captamos energia do sol. Nos elevadores e nas escadas rolantes, o sistema é regenerativo, ou seja, funciona com a própria energia gerada por esses equipamentos.

π A reciclagem de resíduos é um diferencial?Utilizamos dois tipos de lixeira: a verde, para resíduos recicláveis, e a cinza, para resíduos orgânicos. A coleta é feita pela Cooperativa Recicla Rio. Reaproveitamos 35% do resíduo gerado, o que é um porcentual considerável.

π Como é a parceria com a Recicla Rio? A cooperativa assina a carteira

profissional dos recicladores, e nós pagamos os salários. Aqui trabalham seis pessoas. O mate-rial recolhido vai para um galpão e depois é vendido. Em cinco meses, reciclamos 35 mil t e geramos receita de R$ 25 mil para a cooperativa.

π E os planos para 2015?Estamos mapeando as necessidades das comunidades do entorno, caso do Morro da Mangueira, uma escola e a Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Em 2015, nosso foco será a inclusão social. ]

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UM MUNDOMELHORPARATODOS

Viveiro de mudas no empreendimento imobiliário Reserva do Paiva, na Região Metropolitana do Recife

Na Organização Odebrecht, quando o assunto é sustentabilidade, o foco principal é o ser humano. Para ele são dirigidos os esforços de nossos integrantes, que buscam criar alternativas de desenvolvimento sustentável em todas as ações de que participam.Eles trabalham para a viabilidade econômica dos projetos, cuidam do meio ambiente, ajudam a resolver questões sociais, colaboram com políticas públicas e apoiam a diversidade cultural das regiões em que estão presentes. Com isso, transformam cada empreendimento em indutor do desenvolvimento sustentável e vetor de prosperidade, colaborando para que famílias tenham uma vida digna e o planeta possa atender às necessidades da geração atual e das gerações futuras.

RESPONSÁVEL POR COMUNICAÇÃO NA ODEBRECHT S.A.Sérgio Bourroul

RESPONSÁVEL POR CONTEÚDO, MARCA E COMUNICAÇÃO INTERNA NA ODEBRECHT S.A.Karolina Gutiez

COORDENAÇÃO EDITORIALVersal Editores Editor José Enrique BarreiroEditor Executivo Cláudio Lovato Filho Editora de Fotografia Holanda CavalcantiArte e Produção Gráfica Rogério Nunes

Tiragem 3.380 exemplares Pré-impressão e Impressão Ipsis

REDAÇÃO: Rio de Janeiro (55) 21 2239-4023São Paulo (55) 11 3641-4743e-mail: [email protected]

Você pode ler a revista Odebrecht Informa também: • na internet, no site www.odebrechtinforma.com.br, onde poderá acessar vídeos e outras reportagens• pelo iPad, baixando gratuitamente o aplicativo Revista Odebrecht na App Store

Fazem parte da Organização Odebrecht:

NegóciosOdebrecht Engenharia IndustrialOdebrecht Infraestrutura – BrasilOdebrecht Infraestrutura – África, Emirados Árabes e Portugal Odebrecht Infraestrutura – América Latina Odebrecht Estados UnidosOdebrecht Realizações Imobiliárias Odebrecht AmbientalOdebrecht LatinvestOdebrecht Óleo e GásOdebrecht PropertiesOdebrecht TransPortBraskemOdebrecht Agroindustrial Enseada Indústria Naval Odebrecht Defesa e Tecnologia

InvestimentosOdebrecht Energias Brasil Odebrecht Africa Fund Odebrecht Latin Fund

Empresa AuxiliaresOdebrecht Serviços de ExportaçãoOdebrecht Corretora de Seguros Odebrecht Engenharia de Projetos Odebrecht PrevidênciaOdebrecht Comercializadora de Energia

Ação SocialFundação Odebrecht

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contribuiçãoÉ imagem de liberdade, que inspira poetas e alegra o dia de quem apenas olha, entende e guarda para si o que viu. Mas também há pragma-tismo: a presença deles, dos que estão nessa imagem, é prova de que, naquele lugar, existem condições para a vida. Com o monitoramento de espécies da fauna no Parque Nacional das Emas, em Goiás, por exemplo, ocorre isso: elas são bioindicadores de que existe qualidade ambi-ental. É uma iniciativa da qual a Odebrecht participa, assim como ocorre com outras nesse sentido, no Peru e no Equador, também relatadas nesta edição. Aos poetas, aos amantes da natureza, aos que realizam obras em harmonia com os ecossistemas, aos que sabem (e aos que ainda não sabem) que nossa casa é a mesma: a tarefa de cuidar do mundo, todos os dias, é nossa.

VITÓRIAS DOCOTIDIANO

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VIDA CAIÇARA UMA INCURSÃO NO DIA A DIA DA ILHA DIANA, EM SANTOS

HIDRELÉTRICA DE CHAGLLA, NO PERU PROJETO SE TORNOU REFERÊNCIA MUNDIAL

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