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Sustentabilidade e Direitos Humanos

Professor Mateus Silveira

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Direitos Humanos

LEI N 13.146/2015 ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICINCIA

Institui a Lei Brasileira de Incluso da Pessoa com Deficincia (Estatuto da Pessoa com Defi-cincia).

A PRESIDENTA DA REPBLICA

Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

LIVRO I

PARTE GERAL

TTULO I

Disposies Preliminares

CAPTULO IDISPOSIES GERAIS

Art. 1 instituda a Lei Brasileira de Incluso da Pessoa com Deficincia (Estatuto da Pessoa com Deficincia), destinada a assegurar e a pro-mover, em condies de igualdade, o exerccio dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficincia, visando sua incluso social e cidadania.

Pargrafo nico. Esta Lei tem como base a Conveno sobre os Direitos das Pessoas com Deficincia e seu Protocolo Faculta-tivo, ratificados pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo n 186, de 9 de julho de 2008, em conformidade com o procedimento previsto no 3 do art. 5

da Constituio da Repblica Federativa do Brasil, em vigor para o Brasil, no plano jur-dico externo, desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto n 6.949, de 25 de agosto de 2009, data de incio de sua vi-gncia no plano interno.

Art. 2 Considera-se pessoa com deficincia aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza fsica, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interao com uma ou mais barrei-ras, pode obstruir sua participao plena e efe-tiva na sociedade em igualdade de condies com as demais pessoas.

1 A avaliao da deficincia, quando ne-cessria, ser biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerar:

I os impedimentos nas funes e nas es-truturas do corpo;

II os fatores socioambientais, psicolgicos e pessoais;

III a limitao no desempenho de ativida-des; e

IV a restrio de participao.

2 O Poder Executivo criar instrumentos para avaliao da deficincia.

Art. 3 Para fins de aplicao desta Lei, conside-ram-se:

I acessibilidade: possibilidade e condio de alcance para utilizao, com segurana e autonomia, de espaos, mobilirios, equi-pamentos urbanos, edificaes, transpor-tes, informao e comunicao, inclusive

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seus sistemas e tecnologias, bem como de outros servios e instalaes abertos ao p-blico, de uso pblico ou privados de uso co-letivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficincia ou com mobili-dade reduzida;

II desenho universal: concepo de pro-dutos, ambientes, programas e servios a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptao ou de projeto es-pecfico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva;

III tecnologia assistiva ou ajuda tcnica: produtos, equipamentos, dispositivos, re-cursos, metodologias, estratgias, prticas e servios que objetivem promover a funcio-nalidade, relacionada atividade e parti-cipao da pessoa com deficincia ou com mobilidade reduzida, visando sua autono-mia, independncia, qualidade de vida e in-cluso social;

IV barreiras: qualquer entrave, obstculo, atitude ou comportamento que limite ou impea a participao social da pessoa, bem como o gozo, a fruio e o exerccio de seus direitos acessibilidade, liberdade de mo-vimento e de expresso, comunicao, ao acesso informao, compreenso, cir-culao com segurana, entre outros, classi-ficadas em:

a) barreiras urbansticas: as existentes nas vias e nos espaos pblicos e privados aber-tos ao pblico ou de uso coletivo;

b) barreiras arquitetnicas: as existentes nos edifcios pblicos e privados;

c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes;

d) barreiras nas comunicaes e na infor-mao: qualquer entrave, obstculo, atitu-de ou comportamento que dificulte ou im-possibilite a expresso ou o recebimento de mensagens e de informaes por interm-dio de sistemas de comunicao e de tecno-logia da informao;

e) barreiras atitudinais: atitudes ou com-portamentos que impeam ou prejudiquem a participao social da pessoa com defici-ncia em igualdade de condies e oportu-nidades com as demais pessoas;

f) barreiras tecnolgicas: as que dificultam ou impedem o acesso da pessoa com defici-ncia s tecnologias;

V comunicao: forma de interao dos cidados que abrange, entre outras opes, as lnguas, inclusive a Lngua Brasileira de Sinais (Libras), a visualizao de textos, o Braille, o sistema de sinalizao ou de co-municao ttil, os caracteres ampliados, os dispositivos multimdia, assim como a lin-guagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicao, incluindo as tecnologias da informao e das comunica-es;

VI adaptaes razoveis: adaptaes, mo-dificaes e ajustes necessrios e adequa-dos que no acarretem nus despropor-cional e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com deficincia possa gozar ou exercer, em igualdade de condies e oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos e liberdades fundamentais;

VII elemento de urbanizao: quaisquer componentes de obras de urbanizao, tais como os referentes a pavimentao, saneamento, encanamento para esgotos, distribuio de energia eltrica e de gs, iluminao pblica, servios de comunica-o, abastecimento e distribuio de gua, paisagismo e os que materializam as indica-es do planejamento urbanstico;

VIII mobilirio urbano: conjunto de ob-jetos existentes nas vias e nos espaos p-blicos, superpostos ou adicionados aos ele-mentos de urbanizao ou de edificao, de forma que sua modificao ou seu traslado no provoque alteraes substanciais nes-

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ses elementos, tais como semforos, postes de sinalizao e similares, terminais e pon-tos de acesso coletivo s telecomunicaes, fontes de gua, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de natureza anloga;

IX pessoa com mobilidade reduzida: aque-la que tenha, por qualquer motivo, dificul-dade de movimentao, permanente ou temporria, gerando reduo efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da coordena-o motora ou da percepo, incluindo ido-so, gestante, lactante, pessoa com criana de colo e obeso;

X residncias inclusivas: unidades de ofer-ta do Servio de Acolhimento do Sistema nico de Assistncia Social (Suas) localiza-das em reas residenciais da comunidade, com estruturas adequadas, que possam contar com apoio psicossocial para o aten-dimento das necessidades da pessoa acolhi-da, destinadas a jovens e adultos com de-ficincia, em situao de dependncia, que no dispem de condies de autossusten-tabilidade e com vnculos familiares fragili-zados ou rompidos;

XI moradia para a vida independente da pessoa com deficincia: moradia com estru-turas adequadas capazes de proporcionar servios de apoio coletivos e individuali-zados que respeitem e ampliem o grau de autonomia de jovens e adultos com defici-ncia;

XII atendente pessoal: pessoa, membro ou no da famlia, que, com ou sem remu-nerao, assiste ou presta cuidados bsicos e essenciais pessoa com deficincia no exerccio de suas atividades dirias, exclu-das as tcnicas ou os procedimentos iden-tificados com profisses legalmente estabe-lecidas;

XIII profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimentao, hi-giene e locomoo do estudante com defi-cincia e atua em todas as atividades esco-

lares nas quais se fizer necessria, em todos os nveis e modalidades de ensino, em ins-tituies pblicas e privadas, excludas as tcnicas ou os procedimentos identificados com profisses legalmente estabelecidas;

XIV acompanhante: aquele que acompa-nha a pessoa com deficincia, podendo ou no desempenhar as funes de atendente pessoal.

CAPTULO IIDA IGUALDADE E DA NO

DISCRIMINAO

Art. 4 Toda pessoa com deficincia tem direi-to igualdade de oportunidades com as demais pessoas e no sofrer nenhuma espcie de dis-criminao.

1 Considera-se discriminao em razo da deficincia toda forma de distino, res-trio ou excluso, por ao ou omisso, que tenha o propsito ou o efeito de preju-dicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exerccio dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficincia, incluindo a recusa de adaptaes razoveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.

2 A pessoa com deficincia no est obri-gada fruio de benefcios decorrentes de ao afirmativa.

Art. 5 A pessoa com deficincia ser protegida de toda forma de negligncia, discriminao, explorao, violncia, tortura, crueldade, opres-so e tratamento desumano ou degradante.

Pargrafo nico. Para os fins da proteo mencionada no caput deste artigo, so considerados especialmente vulnerveis a criana, o adolescente, a mulher e o idoso, com deficincia.

Art. 6 A deficincia no afeta a plena capacida-de civil da pessoa, inclusive para:

I casar-se e constituir unio estvel;

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II exercer direitos sexuais e reprodutivos;

III exercer o direito de decidir sobre o n-mero de filhos e de ter acesso a informa-es adequadas sobre reproduo e plane-jamento familiar;

IV conservar sua fertilidade, sendo veda-da a esterilizao compulsria;

V exercer o direito famlia e convivn-cia familiar e comunitria; e

VI exercer o direito guarda, tutela, curatela e adoo, como adotante ou ado-tando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.

Art. 7 dever de todos comunicar autoridade competente qualquer forma de ameaa ou de violao aos direitos da pessoa com deficincia.

Pargrafo nico. Se, no exerccio de suas funes, os juzes e os tribunais tiverem co-nhecimento de fatos que caracterizem as violaes previstas nesta Lei, devem reme-ter peas ao Ministrio Pblico para as pro-vidncias cabveis.

Art. 8 dever do Estado, da sociedade e da fa-mlia assegurar pessoa com deficincia, com prioridade, a efetivao dos direitos referentes vida, sade, sexualidade, paternidade e maternidade, alimentao, habitao, educao, profissionalizao, ao trabalho, previdncia social, habilitao e reabilita-o, ao transporte, acessibilidade, cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, informao, comunicao, aos avanos cientficos e tecno-lgicos, dignidade, ao respeito, liberdade, convivncia familiar e comunitria, entre outros decorrentes da Constituio Federal, da Con-veno sobre os Direitos das Pessoas com De-ficincia e seu Protocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu bem-estar pessoal, social e econmico.

Seo nicaDO ATENDIMENTO PRIORITRIO

Art. 9 A pessoa com deficincia tem direito a receber atendimento prioritrio, sobretudo com a finalidade de:

I proteo e socorro em quaisquer cir-cunstncias;

II atendimento em todas as instituies e servios de atendimento ao pblico;

III disponibilizao de recursos, tanto hu-manos quanto tecnolgicos, que garantam atendimento em igualdade de condies com as demais pessoas;

IV disponibilizao de pontos de parada, estaes e terminais acessveis de transpor-te coletivo de passageiros e garantia de se-gurana no embarque e no desembarque;

V acesso a informaes e disponibilizao de recursos de comunicao acessveis;

VI recebimento de restituio de imposto de renda;

VII tramitao processual e procedimen-tos judiciais e administrativos em que for parte ou interessada, em todos os atos e di-ligncias.

1 Os direitos previstos neste artigo so extensivos ao acompanhante da pessoa com deficincia ou ao seu atendente pesso-al, exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo.

2 Nos servios de emergncia pblicos e privados, a prioridade conferida por esta Lei condicionada aos protocolos de aten-dimento mdico.

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TTULO II

Dos Direitos Fundamentais

CAPTULO IDO DIREITO VIDA

Art. 10. Compete ao poder pblico garantir a dignidade da pessoa com deficincia ao longo de toda a vida.

Pargrafo nico. Em situaes de risco, emergncia ou estado de calamidade pbli-ca, a pessoa com deficincia ser conside-rada vulnervel, devendo o poder pblico adotar medidas para sua proteo e segu-rana.

Art. 11. A pessoa com deficincia no poder ser obrigada a se submeter a interveno clnica ou cirrgica, a tratamento ou a institucionaliza-o forada.

Pargrafo nico. O consentimento da pes-soa com deficincia em situao de curatela poder ser suprido, na forma da lei.

Art. 12. O consentimento prvio, livre e esclare-cido da pessoa com deficincia indispensvel para a realizao de tratamento, procedimento, hospitalizao e pesquisa cientfica.

1 Em caso de pessoa com deficincia em situao de curatela, deve ser assegurada sua participao, no maior grau possvel, para a obteno de consentimento.

2 A pesquisa cientfica envolvendo pes-soa com deficincia em situao de tutela ou de curatela deve ser realizada, em car-ter excepcional, apenas quando houver in-dcios de benefcio direto para sua sade ou para a sade de outras pessoas com defici-ncia e desde que no haja outra opo de pesquisa de eficcia comparvel com parti-cipantes no tutelados ou curatelados.

Art. 13. A pessoa com deficincia somente ser atendida sem seu consentimento prvio, livre

e esclarecido em casos de risco de morte e de emergncia em sade, resguardado seu supe-rior interesse e adotadas as salvaguardas legais cabveis.

CAPTULO IIDO DIREITO HABILITAO

E REABILITAO

Art. 14. O processo de habilitao e de reabilita-o um direito da pessoa com deficincia.

Pargrafo nico. O processo de habilitao e de reabilitao tem por objetivo o desen-volvimento de potencialidades, talentos, habilidades e aptides fsicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais, pro-fissionais e artsticas que contribuam para a conquista da autonomia da pessoa com deficincia e de sua participao social em igualdade de condies e oportunidades com as demais pessoas.

Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei baseia-se em avaliao multidisciplinar das necessidades, habilidades e potencialidades de cada pessoa, observadas as seguintes diretrizes:

I diagnstico e interveno precoces;

II adoo de medidas para compensar perda ou limitao funcional, buscando o desenvolvimento de aptides;

III atuao permanente, integrada e arti-culada de polticas pblicas que possibili-tem a plena participao social da pessoa com deficincia;

IV oferta de rede de servios articulados, com atuao intersetorial, nos diferentes n-veis de complexidade, para atender s ne-cessidades especficas da pessoa com defi-cincia;

V prestao de servios prximo ao do-miclio da pessoa com deficincia, inclusive na zona rural, respeitadas a organizao das Redes de Ateno Sade (RAS) nos territ-

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rios locais e as normas do Sistema nico de Sade (SUS).

Art. 16. Nos programas e servios de habilitao e de reabilitao para a pessoa com deficincia, so garantidos:

I organizao, servios, mtodos, tcnicas e recursos para atender s caractersticas de cada pessoa com deficincia;

II acessibilidade em todos os ambientes e servios;

III tecnologia assistiva, tecnologia de re-abilitao, materiais e equipamentos ade-quados e apoio tcnico profissional, de acordo com as especificidades de cada pes-soa com deficincia;

IV capacitao continuada de todos os profissionais que participem dos programas e servios.

Art. 17. Os servios do SUS e do Suas devero promover aes articuladas para garantir pes-soa com deficincia e sua famlia a aquisio de informaes, orientaes e formas de acesso s polticas pblicas disponveis, com a finalidade de propiciar sua plena participao social.

Pargrafo nico. Os servios de que trata o caput deste artigo podem fornecer informa-es e orientaes nas reas de sade, de educao, de cultura, de esporte, de lazer, de transporte, de previdncia social, de as-sistncia social, de habitao, de trabalho, de empreendedorismo, de acesso ao crdi-to, de promoo, proteo e defesa de di-reitos e nas demais reas que possibilitem pessoa com deficincia exercer sua cida-dania.

CAPTULO IIIDO DIREITO SADE

Art. 18. assegurada ateno integral sade da pessoa com deficincia em todos os nveis de

complexidade, por intermdio do SUS, garanti-do acesso universal e igualitrio.

1 assegurada a participao da pessoa com deficincia na elaborao das polticas de sade a ela destinadas.

2 assegurado atendimento segundo normas ticas e tcnicas, que regulamen-taro a atuao dos profissionais de sade e contemplaro aspectos relacionados aos direitos e s especificidades da pessoa com deficincia, incluindo temas como sua dig-nidade e autonomia.

3 Aos profissionais que prestam assistn-cia pessoa com deficincia, especialmente em servios de habilitao e de reabilitao, deve ser garantida capacitao inicial e con-tinuada.

4 As aes e os servios de sade pblica destinados pessoa com deficincia devem assegurar:

I diagnstico e interveno precoces, rea-lizados por equipe multidisciplinar;

II servios de habilitao e de reabilitao sempre que necessrios, para qualquer tipo de deficincia, inclusive para a manuteno da melhor condio de sade e qualidade de vida;

III atendimento domiciliar multidiscipli-nar, tratamento ambulatorial e internao;

IV campanhas de vacinao;

V atendimento psicolgico, inclusive para seus familiares e atendentes pessoais;

VI respeito especificidade, identidade de gnero e orientao sexual da pessoa com deficincia;

VII ateno sexual e reprodutiva, incluin-do o direito fertilizao assistida;

VIII informao adequada e acessvel pessoa com deficincia e a seus familiares sobre sua condio de sade;

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IX servios projetados para prevenir a ocorrncia e o desenvolvimento de defici-ncias e agravos adicionais;

X promoo de estratgias de capacita-o permanente das equipes que atuam no SUS, em todos os nveis de ateno, no atendimento pessoa com deficincia, bem como orientao a seus atendentes pesso-ais;

XI oferta de rteses, prteses, meios au-xiliares de locomoo, medicamentos, in-sumos e frmulas nutricionais, conforme as normas vigentes do Ministrio da Sade.

5 As diretrizes deste artigo aplicam-se tambm s instituies privadas que parti-cipem de forma complementar do SUS ou que recebam recursos pblicos para sua manuteno.

Art. 19. Compete ao SUS desenvolver aes destinadas preveno de deficincias por cau-sas evitveis, inclusive por meio de:

I acompanhamento da gravidez, do parto e do puerprio, com garantia de parto hu-manizado e seguro;

II promoo de prticas alimentares ade-quadas e saudveis, vigilncia alimentar e nutricional, preveno e cuidado integral dos agravos relacionados alimentao e nutrio da mulher e da criana;

III aprimoramento e expanso dos progra-mas de imunizao e de triagem neonatal;

IV identificao e controle da gestante de alto risco.

Art. 20. As operadoras de planos e seguros pri-vados de sade so obrigadas a garantir pes-soa com deficincia, no mnimo, todos os servi-os e produtos ofertados aos demais clientes.

Art. 21. Quando esgotados os meios de ateno sade da pessoa com deficincia no local de residncia, ser prestado atendimento fora de domiclio, para fins de diagnstico e de trata-mento, garantidos o transporte e a acomodao

da pessoa com deficincia e de seu acompa-nhante.

Art. 22. pessoa com deficincia internada ou em observao assegurado o direito a acom-panhante ou a atendente pessoal, devendo o rgo ou a instituio de sade proporcionar condies adequadas para sua permanncia em tempo integral.

1 Na impossibilidade de permanncia do acompanhante ou do atendente pesso-al junto pessoa com deficincia, cabe ao profissional de sade responsvel pelo tra-tamento justific-la por escrito.

2 Na ocorrncia da impossibilidade pre-vista no 1 deste artigo, o rgo ou a insti-tuio de sade deve adotar as providncias cabveis para suprir a ausncia do acompa-nhante ou do atendente pessoal.

Art. 23. So vedadas todas as formas de discri-minao contra a pessoa com deficincia, inclu-sive por meio de cobrana de valores diferencia-dos por planos e seguros privados de sade, em razo de sua condio.

Art. 24. assegurado pessoa com deficincia o acesso aos servios de sade, tanto pblicos como privados, e s informaes prestadas e recebidas, por meio de recursos de tecnologia assistiva e de todas as formas de comunicao previstas no inciso V do art. 3 desta Lei.

Art. 25. Os espaos dos servios de sade, tan-to pblicos quanto privados, devem assegurar o acesso da pessoa com deficincia, em con-formidade com a legislao em vigor, mediante a remoo de barreiras, por meio de projetos arquitetnico, de ambientao de interior e de comunicao que atendam s especificidades das pessoas com deficincia fsica, sensorial, in-telectual e mental.

Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmao de violncia praticada contra a pessoa com de-ficincia sero objeto de notificao compuls-ria pelos servios de sade pblicos e privados autoridade policial e ao Ministrio Pblico, alm

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dos Conselhos dos Direitos da Pessoa com Defi-cincia.

Pargrafo nico. Para os efeitos desta Lei, considera-se violncia contra a pessoa com deficincia qualquer ao ou omisso, pra-ticada em local pblico ou privado, que lhe cause morte ou dano ou sofrimento fsico ou psicolgico.

CAPTULO IVDO DIREITO EDUCAO

Art. 27. A educao constitui direito da pessoa com deficincia, assegurados sistema educacio-nal inclusivo em todos os nveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcanar o mximo desenvolvimento possvel de seus ta-lentos e habilidades fsicas, sensoriais, intelec-tuais e sociais, segundo suas caractersticas, in-teresses e necessidades de aprendizagem.

Pargrafo nico. dever do Estado, da fa-mlia, da comunidade escolar e da socieda-de assegurar educao de qualidade pes-soa com deficincia, colocando-a a salvo de toda forma de violncia, negligncia e dis-criminao.

Art. 28. Incumbe ao poder pblico assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:

I sistema educacional inclusivo em to-dos os nveis e modalidades, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida;

II aprimoramento dos sistemas educacio-nais, visando a garantir condies de aces-so, permanncia, participao e aprendiza-gem, por meio da oferta de servios e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a incluso plena;

III projeto pedaggico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim como os demais servios e adapta-es razoveis, para atender s caracters-ticas dos estudantes com deficincia e ga-

rantir o seu pleno acesso ao currculo em condies de igualdade, promovendo a conquista e o exerccio de sua autonomia;

IV oferta de educao bilngue, em Libras como primeira lngua e na modalidade es-crita da lngua portuguesa como segunda lngua, em escolas e classes bilngues e em escolas inclusivas;

V adoo de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadmico e social dos estudantes com deficincia, favorecendo o acesso, a permanncia, a participao e a aprendizagem em instituies de ensino;

VI pesquisas voltadas para o desenvolvi-mento de novos mtodos e tcnicas peda-ggicas, de materiais didticos, de equi-pamentos e de recursos de tecnologia assistiva;

VII planejamento de estudo de caso, de elaborao de plano de atendimento edu-cacional especializado, de organizao de recursos e servios de acessibilidade e de disponibilizao e usabilidade pedaggica de recursos de tecnologia assistiva;

VIII participao dos estudantes com de-ficincia e de suas famlias nas diversas ins-tncias de atuao da comunidade escolar;

IX adoo de medidas de apoio que fa-voream o desenvolvimento dos aspectos lingusticos, culturais, vocacionais e profis-sionais, levando-se em conta o talento, a criatividade, as habilidades e os interesses do estudante com deficincia;

X adoo de prticas pedaggicas inclusi-vas pelos programas de formao inicial e continuada de professores e oferta de for-mao continuada para o atendimento edu-cacional especializado;

XI formao e disponibilizao de profes-sores para o atendimento educacional es-pecializado, de tradutores e intrpretes da

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Libras, de guias intrpretes e de profissio-nais de apoio;

XII oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e participao;

XIII acesso educao superior e educa-o profissional e tecnolgica em igualdade de oportunidades e condies com as de-mais pessoas;

XIV incluso em contedos curriculares, em cursos de nvel superior e de educao profissional tcnica e tecnolgica, de temas relacionados pessoa com deficincia nos respectivos campos de conhecimento;

XV acesso da pessoa com deficincia, em igualdade de condies, a jogos e a ativida-des recreativas, esportivas e de lazer, no sis-tema escolar;

XVI acessibilidade para todos os estudan-tes, trabalhadores da educao e demais integrantes da comunidade escolar s edifi-caes, aos ambientes e s atividades con-cernentes a todas as modalidades, etapas e nveis de ensino;

XVII oferta de profissionais de apoio esco-lar;

XVIII articulao intersetorial na imple-mentao de polticas pblicas.

1 s instituies privadas, de qualquer nvel e modalidade de ensino, aplica-se obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste artigo, sendo ve-dada a cobrana de valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades e matrculas no cumprimento dessas determinaes.

2 Na disponibilizao de tradutores e in-trpretes da Libras a que se refere o inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar o seguinte:

I os tradutores e intrpretes da Libras atu-antes na educao bsica devem, no mni-mo, possuir ensino mdio completo e certi-ficado de proficincia na Libras;

II os tradutores e intrpretes da Libras, quando direcionados tarefa de interpretar nas salas de aula dos cursos de graduao e ps-graduao, devem possuir nvel supe-rior, com habilitao, prioritariamente, em Traduo e Interpretao em Libras.

Art. 29. (VETADO).

Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanncia nos cursos oferecidos pelas insti-tuies de ensino superior e de educao pro-fissional e tecnolgica, pblicas e privadas, de-vem ser adotadas as seguintes medidas:

I atendimento preferencial pessoa com deficincia nas dependncias das Institui-es de Ensino Superior (IES) e nos servios;

II disponibilizao de formulrio de inscri-o de exames com campos especficos para que o candidato com deficincia informe os recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva necessrios para sua participao;

III disponibilizao de provas em formatos acessveis para atendimento s necessida-des especficas do candidato com deficin-cia;

IV disponibilizao de recursos de acessi-bilidade e de tecnologia assistiva adequa-dos, previamente solicitados e escolhidos pelo candidato com deficincia;

V dilao de tempo, conforme demanda apresentada pelo candidato com deficin-cia, tanto na realizao de exame para sele-o quanto nas atividades acadmicas, me-diante prvia solicitao e comprovao da necessidade;

VI adoo de critrios de avaliao das provas escritas, discursivas ou de redao que considerem a singularidade lingustica da pessoa com deficincia, no domnio da modalidade escrita da lngua portuguesa;

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VII traduo completa do edital e de suas retificaes em Libras.

CAPTULO VDO DIREITO MORADIA

Art. 31. A pessoa com deficincia tem direito moradia digna, no seio da famlia natural ou substituta, com seu cnjuge ou companheiro ou desacompanhada, ou em moradia para a vida independente da pessoa com deficincia, ou, ainda, em residncia inclusiva.

1 O poder pblico adotar programas e aes estratgicas para apoiar a criao e a manuteno de moradia para a vida inde-pendente da pessoa com deficincia.

2 A proteo integral na modalidade de residncia inclusiva ser prestada no mbi-to do Suas pessoa com deficincia em si-tuao de dependncia que no disponha de condies de autossustentabilidade, com vnculos familiares fragilizados ou rom-pidos.

Art. 32. Nos programas habitacionais, pblicos ou subsidiados com recursos pblicos, a pessoa com deficincia ou o seu responsvel goza de prioridade na aquisio de imvel para moradia prpria, observado o seguinte:

I reserva de, no mnimo, 3% (trs por cen-to) das unidades habitacionais para pessoa com deficincia;

II (VETADO);

III em caso de edificao multifamiliar, ga-rantia de acessibilidade nas reas de uso co-mum e nas unidades habitacionais no piso trreo e de acessibilidade ou de adaptao razovel nos demais pisos;

IV disponibilizao de equipamentos ur-banos comunitrios acessveis;

V elaborao de especificaes tcnicas no projeto que permitam a instalao de elevadores.

1 O direito prioridade, previsto no ca-put deste artigo, ser reconhecido pessoa com deficincia beneficiria apenas uma vez.

2 Nos programas habitacionais pblicos, os critrios de financiamento devem ser compatveis com os rendimentos da pessoa com deficincia ou de sua famlia.

3 Caso no haja pessoa com deficincia interessada nas unidades habitacionais re-servadas por fora do disposto no inciso I do caput deste artigo, as unidades no utiliza-das sero disponibilizadas s demais pesso-as.

Art. 33. Ao poder pblico compete:

I adotar as providncias necessrias para o cumprimento do disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e

II divulgar, para os agentes interessados e beneficirios, a poltica habitacional previs-ta nas legislaes federal, estaduais, distri-tal e municipais, com nfase nos dispositi-vos sobre acessibilidade.

CAPTULO VIDO DIREITO AO TRABALHO

Seo IDISPOSIES GERAIS

Art. 34. A pessoa com deficincia tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitao, em ambiente acessvel e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.

1 As pessoas jurdicas de direito pbli-co, privado ou de qualquer natureza so obrigadas a garantir ambientes de trabalho acessveis e inclusivos.

2 A pessoa com deficincia tem direito, em igualdade de oportunidades com as de-mais pessoas, a condies justas e favor-

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veis de trabalho, incluindo igual remunera-o por trabalho de igual valor.

3 vedada restrio ao trabalho da pes-soa com deficincia e qualquer discrimina-o em razo de sua condio, inclusive nas etapas de recrutamento, seleo, contrata-o, admisso, exames admissional e peri-dico, permanncia no emprego, ascenso profissional e reabilitao profissional, bem como exigncia de aptido plena.

4 A pessoa com deficincia tem direito participao e ao acesso a cursos, treina-mentos, educao continuada, planos de carreira, promoes, bonificaes e incenti-vos profissionais oferecidos pelo emprega-dor, em igualdade de oportunidades com os demais empregados.

5 garantida aos trabalhadores com de-ficincia acessibilidade em cursos de forma-o e de capacitao.

Art. 35. finalidade primordial das polticas pblicas de trabalho e emprego promover e ga-rantir condies de acesso e de permanncia da pessoa com deficincia no campo de trabalho.

Pargrafo nico. Os programas de estmulo ao empreendedorismo e ao trabalho aut-nomo, includos o cooperativismo e o asso-ciativismo, devem prever a participao da pessoa com deficincia e a disponibilizao de linhas de crdito, quando necessrias.

Seo IIDA HABILITAO PROFISSIONAL E

REABILITAO PROFISSIONAL

Art. 36. O poder pblico deve implementar servios e programas completos de habilitao profissional e de reabilitao profissional para que a pessoa com deficincia possa ingressar, continuar ou retornar ao campo do trabalho, respeitados sua livre escolha, sua vocao e seu interesse.

1 Equipe multidisciplinar indicar, com base em critrios previstos no 1 do art. 2 desta Lei, programa de habilitao ou de

reabilitao que possibilite pessoa com deficincia restaurar sua capacidade e habi-lidade profissional ou adquirir novas capaci-dades e habilidades de trabalho.

2 A habilitao profissional corresponde ao processo destinado a propiciar pessoa com deficincia aquisio de conhecimen-tos, habilidades e aptides para exerccio de profisso ou de ocupao, permitindo nvel suficiente de desenvolvimento profissional para ingresso no campo de trabalho.

3 Os servios de habilitao profissional, de reabilitao profissional e de educao profissional devem ser dotados de recursos necessrios para atender a toda pessoa com deficincia, independentemente de sua ca-racterstica especfica, a fim de que ela pos-sa ser capacitada para trabalho que lhe seja adequado e ter perspectivas de obt-lo, de conserv-lo e de nele progredir.

4 Os servios de habilitao profissional, de reabilitao profissional e de educao profissional devero ser oferecidos em am-bientes acessveis e inclusivos.

5 A habilitao profissional e a reabilita-o profissional devem ocorrer articuladas com as redes pblicas e privadas, especial-mente de sade, de ensino e de assistncia social, em todos os nveis e modalidades, em entidades de formao profissional ou diretamente com o empregador.

6 A habilitao profissional pode ocorrer em empresas por meio de prvia formaliza-o do contrato de emprego da pessoa com deficincia, que ser considerada para o cumprimento da reserva de vagas prevista em lei, desde que por tempo determinado e concomitante com a incluso profissional na empresa, observado o disposto em regu-lamento.

7 A habilitao profissional e a reabili-tao profissional atendero pessoa com deficincia.

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Seo IIIDA INCLUSO DA PESSOA COM

DEFICINCIA NO TRABALHO

Art. 37. Constitui modo de incluso da pessoa com deficincia no trabalho a colocao com-petitiva, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, nos termos da legislao trabalhista e previdenciria, na qual devem ser atendidas as regras de acessibilidade, o forne-cimento de recursos de tecnologia assistiva e a adaptao razovel no ambiente de trabalho.

Pargrafo nico. A colocao competitiva da pessoa com deficincia pode ocorrer por meio de trabalho com apoio, observadas as seguintes diretrizes:

I prioridade no atendimento pessoa com deficincia com maior dificuldade de inser-o no campo de trabalho;

II proviso de suportes individualizados que atendam a necessidades especficas da pessoa com deficincia, inclusive a disponi-bilizao de recursos de tecnologia assisti-va, de agente facilitador e de apoio no am-biente de trabalho;

III respeito ao perfil vocacional e ao inte-resse da pessoa com deficincia apoiada;

IV oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores, com vistas definio de estratgias de incluso e de superao de barreiras, inclusive atitudinais;

V realizao de avaliaes peridicas;

VI articulao intersetorial das polticas pblicas;

VII possibilidade de participao de orga-nizaes da sociedade civil.

Art. 38. A entidade contratada para a realizao de processo seletivo pblico ou privado para cargo, funo ou emprego est obrigada ob-servncia do disposto nesta Lei e em outras nor-mas de acessibilidade vigentes.

CAPTULO VIIDO DIREITO ASSISTNCIA SOCIAL

Art. 39. Os servios, os programas, os projetos e os benefcios no mbito da poltica pblica de assistncia social pessoa com deficincia e sua famlia tm como objetivo a garantia da segu-rana de renda, da acolhida, da habilitao e da reabilitao, do desenvolvimento da autonomia e da convivncia familiar e comunitria, para a promoo do acesso a direitos e da plena parti-cipao social.

1 A assistncia social pessoa com de-ficincia, nos termos do caput deste artigo, deve envolver conjunto articulado de servi-os do mbito da Proteo Social Bsica e da Proteo Social Especial, ofertados pelo Suas, para a garantia de seguranas funda-mentais no enfrentamento de situaes de vulnerabilidade e de risco, por fragilizao de vnculos e ameaa ou violao de direi-tos.

2 Os servios socioassistenciais destina-dos pessoa com deficincia em situao de dependncia devero contar com cuida-dores sociais para prestar-lhe cuidados bsi-cos e instrumentais.

Art. 40. assegurado pessoa com deficincia que no possua meios para prover sua subsis-tncia nem de t-la provida por sua famlia o benefcio mensal de 1 (um) salrio-mnimo, nos termos da Lei n 8.742, de 7 de dezembro de 1993.

CAPTULO VIIIDO DIREITO PREVIDNCIA SOCIAL

Art. 41. A pessoa com deficincia segurada do Regime Geral de Previdncia Social (RGPS) tem direito aposentadoria nos termos da Lei Com-plementar n 142, de 8 de maio de 2013.

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CAPTULO IXDO DIREITO CULTURA, AO

ESPORTE, AO TURISMO E AO LAZER

Art. 42. A pessoa com deficincia tem direito cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as demais pes-soas, sendo-lhe garantido o acesso:

I a bens culturais em formato acessvel;

II a programas de televiso, cinema, tea-tro e outras atividades culturais e desporti-vas em formato acessvel; e

III a monumentos e locais de importncia cultural e a espaos que ofeream servios ou eventos culturais e esportivos.

1 vedada a recusa de oferta de obra intelectual em formato acessvel pessoa com deficincia, sob qualquer argumento, inclusive sob a alegao de proteo dos di-reitos de propriedade intelectual.

2 O poder pblico deve adotar solues destinadas eliminao, reduo ou su-perao de barreiras para a promoo do acesso a todo patrimnio cultural, observa-das as normas de acessibilidade, ambientais e de proteo do patrimnio histrico e ar-tstico nacional.

Art. 43. O poder pblico deve promover a par-ticipao da pessoa com deficincia em ativida-des artsticas, intelectuais, culturais, esportivas e recreativas, com vistas ao seu protagonismo, devendo:

I incentivar a proviso de instruo, de treinamento e de recursos adequados, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas;

II assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos servios prestados por pes-soa ou entidade envolvida na organizao das atividades de que trata este artigo; e

III assegurar a participao da pessoa com deficincia em jogos e atividades recreati-

vas, esportivas, de lazer, culturais e artsti-cas, inclusive no sistema escolar, em igual-dade de condies com as demais pessoas.

Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditrios, est-dios, ginsios de esporte, locais de espetculos e de conferncias e similares, sero reservados espaos livres e assentos para a pessoa com de-ficincia, de acordo com a capacidade de lota-o da edificao, observado o disposto em re-gulamento.

1 Os espaos e assentos a que se refere este artigo devem ser distribudos pelo re-cinto em locais diversos, de boa visibilidade, em todos os setores, prximos aos corredo-res, devidamente sinalizados, evitando-se reas segregadas de pblico e obstruo das sadas, em conformidade com as nor-mas de acessibilidade.

2 No caso de no haver comprovada pro-cura pelos assentos reservados, esses po-dem, excepcionalmente, ser ocupados por pessoas sem deficincia ou que no tenham mobilidade reduzida, observado o disposto em regulamento.

3 Os espaos e assentos a que se refere este artigo devem situar-se em locais que garantam a acomodao de, no mnimo, 1 (um) acompanhante da pessoa com defici-ncia ou com mobilidade reduzida, resguar-dado o direito de se acomodar proxima-mente a grupo familiar e comunitrio.

4 Nos locais referidos no caput deste ar-tigo, deve haver, obrigatoriamente, rotas de fuga e sadas de emergncia acessveis, conforme padres das normas de acessibi-lidade, a fim de permitir a sada segura da pessoa com deficincia ou com mobilidade reduzida, em caso de emergncia.

5 Todos os espaos das edificaes pre-vistas no caput deste artigo devem atender s normas de acessibilidade em vigor.

6 As salas de cinema devem oferecer, em todas as sesses, recursos de acessibilidade para a pessoa com deficincia.

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7 O valor do ingresso da pessoa com de-ficincia no poder ser superior ao valor cobrado das demais pessoas.

Art. 45. Os hotis, pousadas e similares devem ser construdos observando-se os princpios do desenho universal, alm de adotar todos os meios de acessibilidade, conforme legislao em vigor.

1 Os estabelecimentos j existentes de-vero disponibilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de seus dormitrios acessveis, garantida, no mnimo, 1 (uma) unidade acessvel.

2 Os dormitrios mencionados no 1 deste artigo devero ser localizados em ro-tas acessveis.

CAPTULO XDO DIREITO AO TRANSPORTE

E MOBILIDADE

Art. 46. O direito ao transporte e mobilida-de da pessoa com deficincia ou com mobili-dade reduzida ser assegurado em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, por meio de identificao e de eliminao de todos os obstculos e barreiras ao seu acesso.

1 Para fins de acessibilidade aos servios de transporte coletivo terrestre, aquavirio e areo, em todas as jurisdies, conside-ram-se como integrantes desses servios os veculos, os terminais, as estaes, os pon-tos de parada, o sistema virio e a prestao do servio.

2 So sujeitas ao cumprimento das dis-posies desta Lei, sempre que houver inte-rao com a matria nela regulada, a outor-ga, a concesso, a permisso, a autorizao, a renovao ou a habilitao de linhas e de servios de transporte coletivo.

3 Para colocao do smbolo internacio-nal de acesso nos veculos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen-

dem da certificao de acessibilidade emi-tida pelo gestor pblico responsvel pela prestao do servio.

Art. 47. Em todas as reas de estacionamento aberto ao pblico, de uso pblico ou privado de uso coletivo e em vias pblicas, devem ser reservadas vagas prximas aos acessos de cir-culao de pedestres, devidamente sinalizadas, para veculos que transportem pessoa com defi-cincia com comprometimento de mobilidade, desde que devidamente identificados.

1 As vagas a que se refere o caput deste artigo devem equivaler a 2% (dois por cen-to) do total, garantida, no mnimo, 1 (uma) vaga devidamente sinalizada e com as espe-cificaes de desenho e traado de acordo com as normas tcnicas vigentes de acessi-bilidade.

2 Os veculos estacionados nas vagas re-servadas devem exibir, em local de ampla visibilidade, a credencial de beneficirio, a ser confeccionada e fornecida pelos rgos de trnsito, que disciplinaro suas caracte-rsticas e condies de uso.

3 A utilizao indevida das vagas de que trata este artigo sujeita os infratores s san-es previstas no inciso XVII do art. 181 da Lei n 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Cdigo de Trnsito Brasileiro). (Vide Lei n 13.281, de 4/5/2016)

4 A credencial a que se refere o 2 deste artigo vinculada pessoa com deficincia que possui comprometimento de mobilida-de e vlida em todo o territrio nacional.

Art. 48. Os veculos de transporte coletivo ter-restre, aquavirio e areo, as instalaes, as es-taes, os portos e os terminais em operao no Pas devem ser acessveis, de forma a garantir o seu uso por todas as pessoas.

1 Os veculos e as estruturas de que trata o caput deste artigo devem dispor de siste-ma de comunicao acessvel que disponi-bilize informaes sobre todos os pontos do itinerrio.

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2 So asseguradas pessoa com defici-ncia prioridade e segurana nos procedi-mentos de embarque e de desembarque nos veculos de transporte coletivo, de acor-do com as normas tcnicas.

3 Para colocao do smbolo internacio-nal de acesso nos veculos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen-dem da certificao de acessibilidade emi-tida pelo gestor pblico responsvel pela prestao do servio.

Art. 49. As empresas de transporte de freta-mento e de turismo, na renovao de suas fro-tas, so obrigadas ao cumprimento do disposto nos arts. 46 e 48 desta Lei.

Art. 50. O poder pblico incentivar a fabrica-o de veculos acessveis e a sua utilizao como txis e vans, de forma a garantir o seu uso por todas as pessoas.

Art. 51. As frotas de empresas de txi devem reservar 10% (dez por cento) de seus veculos acessveis pessoa com deficincia.

1 proibida a cobrana diferenciada de tarifas ou de valores adicionais pelo servio de txi prestado pessoa com deficincia.

2 O poder pblico autorizado a instituir incentivos fiscais com vistas a possibilitar a acessibilidade dos veculos a que se refere o caput deste artigo.

Art. 52. As locadoras de veculos so obrigadas a oferecer 1 (um) veculo adaptado para uso de pessoa com deficincia, a cada conjunto de 20 (vinte) veculos de sua frota.

Pargrafo nico. O veculo adaptado dever ter, no mnimo, cmbio automtico, direo hidrulica, vidros eltricos e comandos ma-nuais de freio e de embreagem.

TTULO III

Da Acessibilidade

CAPTULO IDISPOSIES GERAIS

Art. 53. A acessibilidade direito que garante pessoa com deficincia ou com mobilidade re-duzida viver de forma independente e exercer seus direitos de cidadania e de participao so-cial.

Art. 54. So sujeitas ao cumprimento das dis-posies desta Lei e de outras normas relativas acessibilidade, sempre que houver interao com a matria nela regulada:

I a aprovao de projeto arquitetnico e urbanstico ou de comunicao e informa-o, a fabricao de veculos de transporte coletivo, a prestao do respectivo servio e a execuo de qualquer tipo de obra, quan-do tenham destinao pblica ou coletiva;

II a outorga ou a renovao de concesso, permisso, autorizao ou habilitao de qualquer natureza;

III a aprovao de financiamento de pro-jeto com utilizao de recursos pblicos, por meio de renncia ou de incentivo fiscal, contrato, convnio ou instrumento cong-nere; e

IV a concesso de aval da Unio para ob-teno de emprstimo e de financiamento internacionais por entes pblicos ou priva-dos.

Art. 55. A concepo e a implantao de pro-jetos que tratem do meio fsico, de transporte, de informao e comunicao, inclusive de sis-temas e tecnologias da informao e comunica-o, e de outros servios, equipamentos e ins-talaes abertos ao pblico, de uso pblico ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, devem atender aos princpios do

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desenho universal, tendo como referncia as normas de acessibilidade.

1 O desenho universal ser sempre to-mado como regra de carter geral.

2 Nas hipteses em que comprovada-mente o desenho universal no possa ser empreendido, deve ser adotada adaptao razovel.

3 Caber ao poder pblico promover a incluso de contedos temticos referentes ao desenho universal nas diretrizes curricu-lares da educao profissional e tecnolgica e do ensino superior e na formao das car-reiras de Estado.

4 Os programas, os projetos e as linhas de pesquisa a serem desenvolvidos com o apoio de organismos pblicos de auxlio pesquisa e de agncias de fomento devero incluir temas voltados para o desenho uni-versal.

5 Desde a etapa de concepo, as pol-ticas pblicas devero considerar a adoo do desenho universal.

Art. 56. A construo, a reforma, a ampliao ou a mudana de uso de edificaes abertas ao pblico, de uso pblico ou privadas de uso cole-tivo devero ser executadas de modo a serem acessveis.

1 As entidades de fiscalizao profissio-nal das atividades de Engenharia, de Arqui-tetura e correlatas, ao anotarem a respon-sabilidade tcnica de projetos, devem exigir a responsabilidade profissional declarada de atendimento s regras de acessibilidade previstas em legislao e em normas tcni-cas pertinentes.

2 Para a aprovao, o licenciamento ou a emisso de certificado de projeto executivo arquitetnico, urbanstico e de instalaes e equipamentos temporrios ou perma-nentes e para o licenciamento ou a emisso de certificado de concluso de obra ou de

servio, deve ser atestado o atendimento s regras de acessibilidade.

3 O poder pblico, aps certificar a aces-sibilidade de edificao ou de servio, de-terminar a colocao, em espaos ou em locais de ampla visibilidade, do smbolo in-ternacional de acesso, na forma prevista em legislao e em normas tcnicas correlatas.

Art. 57. As edificaes pblicas e privadas de uso coletivo j existentes devem garantir aces-sibilidade pessoa com deficincia em todas as suas dependncias e servios, tendo como refe-rncia as normas de acessibilidade vigentes.

Art. 58. O projeto e a construo de edificao de uso privado multifamiliar devem atender aos preceitos de acessibilidade, na forma regula-mentar.

1 As construtoras e incorporadoras res-ponsveis pelo projeto e pela construo das edificaes a que se refere o caput des-te artigo devem assegurar percentual mni-mo de suas unidades internamente acess-veis, na forma regulamentar.

2 vedada a cobrana de valores adicio-nais para a aquisio de unidades interna-mente acessveis a que se refere o 1 des-te artigo.

Art. 59. Em qualquer interveno nas vias e nos espaos pblicos, o poder pblico e as empresas concessionrias responsveis pela execuo das obras e dos servios devem garantir, de forma segura, a fluidez do trnsito e a livre circulao e acessibilidade das pessoas, durante e aps sua execuo.

Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas re-gras de acessibilidade previstas em legislao e em normas tcnicas, observado o disposto na Lei n 10.098, de 19 de dezembro de 2000, n 10.257, de 10 de julho de 2001, e n 12.587, de 3 de janeiro de 2012:

I os planos diretores municipais, os planos diretores de transporte e trnsito, os planos de mobilidade urbana e os planos de pre-

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servao de stios histricos elaborados ou atualizados a partir da publicao desta Lei;

II os cdigos de obras, os cdigos de pos-tura, as leis de uso e ocupao do solo e as leis do sistema virio;

III os estudos prvios de impacto de vizi-nhana;

IV as atividades de fiscalizao e a imposi-o de sanes; e

V a legislao referente preveno con-tra incndio e pnico.

1 A concesso e a renovao de alvar de funcionamento para qualquer atividade so condicionadas observao e certificao das regras de acessibilidade.

2 A emisso de carta de habite-se ou de habilitao equivalente e sua renovao, quando esta tiver sido emitida anterior-mente s exigncias de acessibilidade, condicionada observao e certificao das regras de acessibilidade.

Art. 61. A formulao, a implementao e a ma-nuteno das aes de acessibilidade atendero s seguintes premissas bsicas:

I eleio de prioridades, elaborao de cronograma e reserva de recursos para im-plementao das aes; e

II planejamento contnuo e articulado en-tre os setores envolvidos.

Art. 62. assegurado pessoa com deficincia, mediante solicitao, o recebimento de contas, boletos, recibos, extratos e cobranas de tribu-tos em formato acessvel.

CAPTULO IIDO ACESSO INFORMAO

E COMUNICAO

Art. 63. obrigatria a acessibilidade nos stios da internet mantidos por empresas com sede ou

representao comercial no Pas ou por rgos de governo, para uso da pessoa com deficincia, garantindo-lhe acesso s informaes dispon-veis, conforme as melhores prticas e diretrizes de acessibilidade adotadas internacionalmente.

1 Os stios devem conter smbolo de acessibilidade em destaque.

2 Telecentros comunitrios que recebe-rem recursos pblicos federais para seu cus-teio ou sua instalao e lan houses devem possuir equipamentos e instalaes acess-veis.

3 Os telecentros e as lan houses de que trata o 2 deste artigo devem garantir, no mnimo, 10% (dez por cento) de seus com-putadores com recursos de acessibilidade para pessoa com deficincia visual, sendo assegurado pelo menos 1 (um) equipamen-to, quando o resultado percentual for infe-rior a 1 (um).

Art. 64. A acessibilidade nos stios da internet de que trata o art. 63 desta Lei deve ser obser-vada para obteno do financiamento de que trata o inciso III do art. 54 desta Lei.

Art. 65. As empresas prestadoras de servios de telecomunicaes devero garantir pleno aces-so pessoa com deficincia, conforme regula-mentao especfica.

Art. 66. Cabe ao poder pblico incentivar a ofer-ta de aparelhos de telefonia fixa e mvel celular com acessibilidade que, entre outras tecnolo-gias assistivas, possuam possibilidade de indica-o e de ampliao sonoras de todas as opera-es e funes disponveis.

Art. 67. Os servios de radiodifuso de sons e imagens devem permitir o uso dos seguintes re-cursos, entre outros:

I subtitulao por meio de legenda oculta;

II janela com intrprete da Libras;

III audiodescrio.

Art. 68. O poder pblico deve adotar mecanis-mos de incentivo produo, edio, difu-

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so, distribuio e comercializao de livros em formatos acessveis, inclusive em publica-es da administrao pblica ou financiadas com recursos pblicos, com vistas a garantir pessoa com deficincia o direito de acesso lei-tura, informao e comunicao.

1 Nos editais de compras de livros, inclu-sive para o abastecimento ou a atualizao de acervos de bibliotecas em todos os nveis e modalidades de educao e de bibliote-cas pblicas, o poder pblico dever adotar clusulas de impedimento participao de editoras que no ofertem sua produo tambm em formatos acessveis.

2 Consideram-se formatos acessveis os arquivos digitais que possam ser reconhe-cidos e acessados por softwares leitores de telas ou outras tecnologias assistivas que vierem a substitu-los, permitindo leitura com voz sintetizada, ampliao de caracte-res, diferentes contrastes e impresso em Braille.

3 O poder pblico deve estimular e apoiar a adaptao e a produo de artigos cientficos em formato acessvel, inclusive em Libras.

Art. 69. O poder pblico deve assegurar a dispo-nibilidade de informaes corretas e claras so-bre os diferentes produtos e servios ofertados, por quaisquer meios de comunicao emprega-dos, inclusive em ambiente virtual, contendo a especificao correta de quantidade, qualidade, caractersticas, composio e preo, bem como sobre os eventuais riscos sade e segurana do consumidor com deficincia, em caso de sua utilizao, aplicando-se, no que couber, os arts. 30 a 41 da Lei n 8.078, de 11 de setembro de 1990.

1 Os canais de comercializao virtual e os anncios publicitrios veiculados na imprensa escrita, na internet, no rdio, na televiso e nos demais veculos de comuni-cao abertos ou por assinatura devem dis-ponibilizar, conforme a compatibilidade do meio, os recursos de acessibilidade de que

trata o art. 67 desta Lei, a expensas do for-necedor do produto ou do servio, sem pre-juzo da observncia do disposto nos arts. 36 a 38 da Lei n 8.078, de 11 de setembro de 1990.

2 Os fornecedores devem disponibilizar, mediante solicitao, exemplares de bulas, prospectos, textos ou qualquer outro tipo de material de divulgao em formato aces-svel.

Art. 70. As instituies promotoras de congres-sos, seminrios, oficinas e demais eventos de natureza cientfico-cultural devem oferecer pessoa com deficincia, no mnimo, os recursos de tecnologia assistiva previstos no art. 67 desta Lei.

Art. 71. Os congressos, os seminrios, as ofici-nas e os demais eventos de natureza cientfico--cultural promovidos ou financiados pelo poder pblico devem garantir as condies de acessi-bilidade e os recursos de tecnologia assistiva.

Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os projetos a serem desenvolvidos com o apoio de agncias de financiamento e de rgos e enti-dades integrantes da administrao pblica que atuem no auxlio pesquisa devem contemplar temas voltados tecnologia assistiva.

Art. 73. Caber ao poder pblico, diretamente ou em parceria com organizaes da sociedade civil, promover a capacitao de tradutores e intrpretes da Libras, de guias intrpretes e de profissionais habilitados em Braille, audiodes-crio, estenotipia e legendagem.

CAPTULO IIIDA TECNOLOGIA ASSISTIVA

Art. 74. garantido pessoa com deficincia acesso a produtos, recursos, estratgias, pr-ticas, processos, mtodos e servios de tecno-logia assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida.

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Art. 75. O poder pblico desenvolver plano especfico de medidas, a ser renovado em cada perodo de 4 (quatro) anos, com a finalidade de:

I facilitar o acesso a crdito especializado, inclusive com oferta de linhas de crdito subsidiadas, especficas para aquisio de tecnologia assistiva;

II agilizar, simplificar e priorizar procedi-mentos de importao de tecnologia assis-tiva, especialmente as questes atinentes a procedimentos alfandegrios e sanitrios;

III criar mecanismos de fomento pesqui-sa e produo nacional de tecnologia as-sistiva, inclusive por meio de concesso de linhas de crdito subsidiado e de parcerias com institutos de pesquisa oficiais;

IV eliminar ou reduzir a tributao da ca-deia produtiva e de importao de tecnolo-gia assistiva;

V facilitar e agilizar o processo de incluso de novos recursos de tecnologia assistiva no rol de produtos distribudos no mbito do SUS e por outros rgos governamentais.

Pargrafo nico. Para fazer cumprir o dis-posto neste artigo, os procedimentos cons-tantes do plano especfico de medidas de-vero ser avaliados, pelo menos, a cada 2 (dois) anos.

CAPTULO IVDO DIREITO PARTICIPAO NA

VIDA PBLICA E POLTICA

Art. 76. O poder pblico deve garantir pessoa com deficincia todos os direitos polticos e a oportunidade de exerc-los em igualdade de condies com as demais pessoas.

1 pessoa com deficincia ser assegu-rado o direito de votar e de ser votada, in-clusive por meio das seguintes aes:

I garantia de que os procedimentos, as instalaes, os materiais e os equipamentos para votao sejam apropriados, acessveis a todas as pessoas e de fcil compreenso e uso, sendo vedada a instalao de sees eleitorais exclusivas para a pessoa com de-ficincia;

II incentivo pessoa com deficincia a candidatar-se e a desempenhar quaisquer funes pblicas em todos os nveis de go-verno, inclusive por meio do uso de novas tecnologias assistivas, quando apropriado;

III garantia de que os pronunciamentos oficiais, a propaganda eleitoral obrigatria e os debates transmitidos pelas emissoras de televiso possuam, pelo menos, os recursos elencados no art. 67 desta Lei;

IV garantia do livre exerccio do direito ao voto e, para tanto, sempre que necessrio e a seu pedido, permisso para que a pessoa com deficincia seja auxiliada na votao por pessoa de sua escolha.

2 O poder pblico promover a partici-pao da pessoa com deficincia, inclusive quando institucionalizada, na conduo das questes pblicas, sem discriminao e em igualdade de oportunidades, observado o seguinte:

I participao em organizaes no gover-namentais relacionadas vida pblica e poltica do Pas e em atividades e adminis-trao de partidos polticos;

II formao de organizaes para repre-sentar a pessoa com deficincia em todos os nveis;

III participao da pessoa com deficincia em organizaes que a representem.

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TTULO IV

Da Cincia e Tecnologia

Art. 77. O poder pblico deve fomentar o desen-volvimento cientfico, a pesquisa e a inovao e a capacitao tecnolgicas, voltados melhoria da qualidade de vida e ao trabalho da pessoa com deficincia e sua incluso social.

1 O fomento pelo poder pblico deve priorizar a gerao de conhecimentos e tc-nicas que visem preveno e ao tratamen-to de deficincias e ao desenvolvimento de tecnologias assistiva e social.

2 A acessibilidade e as tecnologias assis-tiva e social devem ser fomentadas median-te a criao de cursos de ps-graduao, a formao de recursos humanos e a incluso do tema nas diretrizes de reas do conheci-mento.

3 Deve ser fomentada a capacitao tec-nolgica de instituies pblicas e privadas para o desenvolvimento de tecnologias as-sistiva e social que sejam voltadas para me-lhoria da funcionalidade e da participao social da pessoa com deficincia.

4 As medidas previstas neste artigo de-vem ser reavaliadas periodicamente pelo poder pblico, com vistas ao seu aperfeio-amento.

Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o desenvolvimento, a inovao e a difuso de tec-nologias voltadas para ampliar o acesso da pes-soa com deficincia s tecnologias da informa-o e comunicao e s tecnologias sociais.

Pargrafo nico. Sero estimulados, em es-pecial:

I o emprego de tecnologias da informao e comunicao como instrumento de su-perao de limitaes funcionais e de bar-reiras comunicao, informao, edu-cao e ao entretenimento da pessoa com deficincia;

II a adoo de solues e a difuso de nor-mas que visem a ampliar a acessibilidade da pessoa com deficincia computao e aos stios da internet, em especial aos servios de governo eletrnico.

LIVRO II

PARTE ESPECIAL

TTULO I

Do Acesso Justia

CAPTULO IDISPOSIES GERAIS

Art. 79. O poder pblico deve assegurar o aces-so da pessoa com deficincia justia, em igual-dade de oportunidades com as demais pessoas, garantindo, sempre que requeridos, adaptaes e recursos de tecnologia assistiva.

1 A fim de garantir a atuao da pessoa com deficincia em todo o processo judicial, o poder pblico deve capacitar os membros e os servidores que atuam no Poder Judici-rio, no Ministrio Pblico, na Defensoria P-blica, nos rgos de segurana pblica e no sistema penitencirio quanto aos direitos da pessoa com deficincia.

2 Devem ser assegurados pessoa com deficincia submetida a medida restritiva de liberdade todos os direitos e garantias a que fazem jus os apenados sem deficincia, garantida a acessibilidade.

3 A Defensoria Pblica e o Ministrio P-blico tomaro as medidas necessrias ga-rantia dos direitos previstos nesta Lei.

Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos de tecnologia assistiva disponveis para que a pessoa com deficincia tenha garantido o aces-

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so justia, sempre que figure em um dos polos da ao ou atue como testemunha, partcipe da lide posta em juzo, advogado, defensor pblico, magistrado ou membro do Ministrio Pblico.

Pargrafo nico. A pessoa com deficincia tem garantido o acesso ao contedo de to-dos os atos processuais de seu interesse, in-clusive no exerccio da advocacia.

Art. 81. Os direitos da pessoa com deficincia sero garantidos por ocasio da aplicao de sanes penais.

Art. 82. (VETADO).

Art. 83. Os servios notariais e de registro no podem negar ou criar bices ou condies dife-renciadas prestao de seus servios em ra-zo de deficincia do solicitante, devendo reco-nhecer sua capacidade legal plena, garantida a acessibilidade.

Pargrafo nico. O descumprimento do dis-posto no caput deste artigo constitui discri-minao em razo de deficincia.

CAPTULO IIDO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI

Art. 84. A pessoa com deficincia tem assegura-do o direito ao exerccio de sua capacidade legal em igualdade de condies com as demais pes-soas.

1 Quando necessrio, a pessoa com defi-cincia ser submetida curatela, conforme a lei.

2 facultado pessoa com deficincia a adoo de processo de tomada de deciso apoiada.

3 A definio de curatela de pessoa com deficincia constitui medida protetiva ex-traordinria, proporcional s necessidades e s circunstncias de cada caso, e durar o menor tempo possvel.

4 Os curadores so obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administrao ao juiz, apresentando o balano do respec-tivo ano.

Art. 85. A curatela afetar to somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimo-nial e negocial.

1 A definio da curatela no alcana o direito ao prprio corpo, sexualidade, ao matrimnio, privacidade, educao, sade, ao trabalho e ao voto.

2 A curatela constitui medida extraordi-nria, devendo constar da sentena as ra-zes e motivaes de sua definio, preser-vados os interesses do curatelado.

3 No caso de pessoa em situao de ins-titucionalizao, ao nomear curador, o juiz deve dar preferncia a pessoa que tenha vnculo de natureza familiar, afetiva ou co-munitria com o curatelado.

Art. 86. Para emisso de documentos oficiais, no ser exigida a situao de curatela da pes-soa com deficincia.

Art. 87. Em casos de relevncia e urgncia e a fim de proteger os interesses da pessoa com de-ficincia em situao de curatela, ser lcito ao juiz, ouvido o Ministrio Pblico, de oficio ou a requerimento do interessado, nomear, desde logo, curador provisrio, o qual estar sujeito, no que couber, s disposies do Cdigo de Pro-cesso Civil.

TTULO II

Dos Crimes e das Infraes Administrativas

Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminao de pessoa em razo de sua deficincia:

Pena recluso, de 1 (um) a 3 (trs) anos, e multa.

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1 Aumenta-se a pena em 1/3 (um tero) se a vtima encontrar-se sob cuidado e res-ponsabilidade do agente.

2 Se qualquer dos crimes previstos no ca-put deste artigo cometido por intermdio de meios de comunicao social ou de pu-blicao de qualquer natureza:

Pena recluso, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

3 Na hiptese do 2 deste artigo, o juiz poder determinar, ouvido o Ministrio P-blico ou a pedido deste, ainda antes do in-qurito policial, sob pena de desobedincia:

I recolhimento ou busca e apreenso dos exemplares do material discriminatrio;

II interdio das respectivas mensagens ou pginas de informao na internet.

4 Na hiptese do 2 deste artigo, cons-titui efeito da condenao, aps o trnsito em julgado da deciso, a destruio do ma-terial apreendido.

Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, pro-ventos, penso, benefcios, remunerao ou qualquer outro rendimento de pessoa com de-ficincia:

Pena recluso, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Pargrafo nico. Aumenta-se a pena em 1/3 (um tero) se o crime cometido:

I por tutor, curador, sndico, liquidatrio, inventariante, testamenteiro ou depositrio judicial; ou

II por aquele que se apropriou em razo de ofcio ou de profisso.

Art. 90. Abandonar pessoa com deficincia em hospitais, casas de sade, entidades de abriga-mento ou congneres:

Pena recluso, de 6 (seis) meses a 3 (trs) anos, e multa.

Pargrafo nico. Na mesma pena incorre quem no prover as necessidades bsicas de pessoa com deficincia quando obrigado por lei ou mandado.

Art. 91. Reter ou utilizar carto magntico, qual-quer meio eletrnico ou documento de pessoa com deficincia destinados ao recebimento de benefcios, proventos, penses ou remunerao ou realizao de operaes financeiras, com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem:

Pena deteno, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Pargrafo nico. Aumenta-se a pena em 1/3 (um tero) se o crime cometido por tutor ou curador.

TTULO III

Disposies Finais e Transitrias

Art. 92. criado o Cadastro Nacional de Incluso da Pessoa com Deficincia (Cadastro-Incluso), registro pblico eletrnico com a finalidade de coletar, processar, sistematizar e disseminar in-formaes georreferenciadas que permitam a identificao e a caracterizao socioeconmica da pessoa com deficincia, bem como das bar-reiras que impedem a realizao de seus direi-tos.

1 O Cadastro-Incluso ser administrado pelo Poder Executivo federal e constitudo por base de dados, instrumentos, procedi-mentos e sistemas eletrnicos.

2 Os dados constituintes do Cadastro--Incluso sero obtidos pela integrao dos sistemas de informao e da base de dados de todas as polticas pblicas relacionadas aos direitos da pessoa com deficincia, bem como por informaes coletadas, inclusive em censos nacionais e nas demais pesqui-sas realizadas no Pas, de acordo com os pa-rmetros estabelecidos pela Conveno so-

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bre os Direitos das Pessoas com Deficincia e seu Protocolo Facultativo.

3 Para coleta, transmisso e sistematiza-o de dados, facultada a celebrao de convnios, acordos, termos de parceria ou contratos com instituies pblicas e pri-vadas, observados os requisitos e procedi-mentos previstos em legislao especfica.

4 Para assegurar a confidencialidade, a privacidade e as liberdades fundamentais da pessoa com deficincia e os princpios ticos que regem a utilizao de informa-es, devem ser observadas as salvaguar-das estabelecidas em lei.

5 Os dados do Cadastro-Incluso somen-te podero ser utilizados para as seguintes finalidades:

I formulao, gesto, monitoramento e avaliao das polticas pblicas para a pes-soa com deficincia e para identificar as barreiras que impedem a realizao de seus direitos;

II realizao de estudos e pesquisas.

6 As informaes a que se refere este ar-tigo devem ser disseminadas em formatos acessveis.

Art. 93. Na realizao de inspees e de audito-rias pelos rgos de controle interno e externo, deve ser observado o cumprimento da legisla-o relativa pessoa com deficincia e das nor-mas de acessibilidade vigentes.

Art. 94. Ter direito a auxlio-incluso, nos ter-mos da lei, a pessoa com deficincia moderada ou grave que:

I receba o benefcio de prestao continu-ada previsto no art. 20 da Lei n 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e que passe a exer-cer atividade remunerada que a enquadre como segurado obrigatrio do RGPS;

II tenha recebido, nos ltimos 5 (cinco) anos, o benefcio de prestao continuada previsto no art. 20 da Lei n 8.742, de 7 de

dezembro de 1993, e que exera atividade remunerada que a enquadre como segura-do obrigatrio do RGPS.

Art. 95. vedado exigir o comparecimento de pessoa com deficincia perante os rgos p-blicos quando seu deslocamento, em razo de sua limitao funcional e de condies de aces-sibilidade, imponha-lhe nus desproporcional e indevido, hiptese na qual sero observados os seguintes procedimentos:

I quando for de interesse do poder pbli-co, o agente promover o contato necess-rio com a pessoa com deficincia em sua residncia;

II quando for de interesse da pessoa com deficincia, ela apresentar solicitao de atendimento domiciliar ou far representar--se por procurador constitudo para essa fi-nalidade.

Pargrafo nico. assegurado pessoa com deficincia atendimento domiciliar pela percia mdica e social do Instituto Na-cional do Seguro Social (INSS), pelo servio pblico de sade ou pelo servio privado de sade, contratado ou conveniado, que inte-gre o SUS e pelas entidades da rede socioas-sistencial integrantes do Suas, quando seu deslocamento, em razo de sua limitao funcional e de condies de acessibilidade, imponha-lhe nus desproporcional e inde-vido.

Art. 96. O 6-A do art. 135 da Lei n 4.737, de 15 de julho de 1965 (Cdigo Eleitoral), passa a vigorar com a seguinte redao:

"Art. 135. .....................................................................................................................................................................................

6-A. Os Tribunais Regionais Eleitorais de-vero, a cada eleio, expedir instrues aos Juzes Eleitorais para orient-los na escolha dos locais de votao, de maneira a garantir acessibilidade para o eleitor com deficincia ou com mobilidade reduzida, inclusive em

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seu entorno e nos sistemas de transporte que lhe do acesso.

......................................................................

........................." (NR)

Art. 97. A Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei n 5.452, de 1 de maio de 1943, passa a vigorar com as seguin-tes alteraes:

"Art. 428. ...................................................................................................................................................................................

6 Para os fins do contrato de aprendi-zagem, a comprovao da escolaridade de aprendiz com deficincia deve considerar, sobretudo, as habilidades e competncias relacionadas com a profissionalizao.

......................................................................

....................................

8 Para o aprendiz com deficincia com 18 (dezoito) anos ou mais, a validade do con-trato de aprendizagem pressupe anotao na CTPS e matrcula e frequncia em pro-grama de aprendizagem desenvolvido sob orientao de entidade qualificada em for-mao tcnico-profissional metdica." (NR)

"Art. 433. ...................................................................................................................................................................................

I desempenho insuficiente ou inadapta-o do aprendiz, salvo para o aprendiz com deficincia quando desprovido de recursos de acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessrio ao desempenho de suas atividades;

......................................................................

........................." (NR)

Art. 98. A Lei n 7.853, de 24 de outubro de 1989, passa a vigorar com as seguintes altera-es:

"Art. 3 As medidas judiciais destinadas pro-teo de interesses coletivos, difusos, individu-ais homogneos e individuais indisponveis da

pessoa com deficincia podero ser propostas pelo Ministrio Pblico, pela Defensoria Pbli-ca, pela Unio, pelos Estados, pelos Municpios, pelo Distrito Federal, por associao constituda h mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, por autarquia, por empresa pblica e por funda-o ou sociedade de economia mista que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteo dos interesses e a promoo de direitos da pes-soa com deficincia.

......................................................................

........................." (NR)

"Art. 8 Constitui crime punvel com recluso de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa:

I recusar, cobrar valores adicionais, sus-pender, procrastinar, cancelar ou fazer ces-sar inscrio de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, pbli-co ou privado, em razo de sua deficincia;

II obstar inscrio em concurso pblico ou acesso de algum a qualquer cargo ou em-prego pblico, em razo de sua deficincia;

III negar ou obstar emprego, trabalho ou promoo pessoa em razo de sua defici-ncia;

IV recusar, retardar ou dificultar interna-o ou deixar de prestar assistncia mdico--hospitalar e ambulatorial pessoa com de-ficincia;

V deixar de cumprir, retardar ou frustrar execuo de ordem judicial expedida na ao civil a que alude esta Lei;

VI recusar, retardar ou omitir dados tc-nicos indispensveis propositura da ao civil pblica objeto desta Lei, quando requi-sitados.

1 Se o crime for praticado contra pes-soa com deficincia menor de 18 (dezoito) anos, a pena agravada em 1/3 (um tero).

2 A pena pela adoo deliberada de cri-trios subjetivos para indeferimento de ins-crio, de aprovao e de cumprimento de

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estgio probatrio em concursos pblicos no exclui a responsabilidade patrimonial pessoal do administrador pblico pelos da-nos causados.

3 Incorre nas mesmas penas quem impe-de ou dificulta o ingresso de pessoa com de-ficincia em planos privados de assistncia sade, inclusive com cobrana de valores diferenciados.

4 Se o crime for praticado em atendi-mento de urgncia e emergncia, a pena agravada em 1/3 (um tero)." (NR)

Art. 99. O art. 20 da Lei n 8.036, de 11 de maio de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso XVIII:

"Art. 20. .......................................................................................................................................................................................

XVIII quando o trabalhador com deficin-cia, por prescrio, necessite adquirir rte-se ou prtese para promoo de acessibili-dade e de incluso social.

......................................................................

........................." (NR)

Art. 100. A Lei n 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Cdigo de Defesa do Consumidor), passa a vigorar com as seguintes alteraes:

"Art. 6 .........................................................................................................................................................................................

Pargrafo nico. A informao de que tra-ta o inciso III do caput deste artigo deve ser acessvel pessoa com deficincia, observa-do o disposto em regulamento." (NR)

"Art. 43. .......................................................................................................................................................................................

6 Todas as informaes de que trata o caput deste artigo devem ser disponibilizadas em for-matos acessveis, inclusive para a pessoa com deficincia, mediante solicitao do consumi-dor." (NR)

Art. 101. A Lei n 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com as seguintes alteraes:

"Art. 16. ...................................................................................

I o cnjuge, a companheira, o companhei-ro e o filho no emancipado, de qualquer condio, menor de 21 (vinte e um) anos ou invlido ou que tenha deficincia intelectu-al ou mental ou deficincia grave;

......................................................................

....................................

III o irmo no emancipado, de qualquer condio, menor de 21 (vinte e um) anos ou invlido ou que tenha deficincia intelectu-al ou mental ou deficincia grave;

......................................................................

........................." (NR)

"Art. 77. .....................................................................................................................................................................................

2 ...............................................................................................................................................................................................

II para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmo, de ambos os sexos, pela eman-cipao ou ao completar 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se for invlido ou tiver deficincia intelectual ou mental ou defici-ncia grave;

......................................................................

.....................................

4 ( VETADO).

......................................................................

........................." (NR)

"Art. 93. (VETADO):

I (VETADO);

II (VETADO);

III (VETADO);

IV (VETADO);

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V (VETADO).

1 A dispensa de pessoa com deficincia ou de beneficirio reabilitado da Previdn-cia Social ao final de contrato por prazo de-terminado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em contrato por prazo indeterminado somente podero ocorrer aps a contratao de outro trabalhador com deficincia ou beneficirio reabilitado da Previdncia Social.

2 Ao Ministrio do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer a sistemtica de fisca-lizao, bem como gerar dados e estatsticas sobre o total de empregados e as vagas pre-enchidas por pessoas com deficincia e por beneficirios reabilitados da Previdncia Social, fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, s entidades representativas dos empregados ou aos cidados interessa-dos.

3 Para a reserva de cargos ser considera-da somente a contratao direta de pessoa com deficincia, excludo o aprendiz com deficincia de que trata a Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decre-to-Lei n 5.452, de 1 de maio de 1943.

4 (VETADO)." (NR)

"Art. 110-A. No ato de requerimento de benef-cios operacionalizados pelo INSS, no ser exigi-da apresentao de termo de curatela de titular ou de beneficirio com deficincia, observados os procedimentos a serem estabelecidos em re-gulamento."

Art. 102. O art. 2 da Lei n 8.313, de 23 de de-zembro de 1991, passa a vigorar acrescido do seguinte 3:

"Art. 2 .........................................................................................................................................................................................

3 Os incentivos criados por esta Lei so-mente sero concedidos a projetos culturais que forem disponibilizados, sempre que tecnicamente possvel, tambm em forma-

to acessvel pessoa com deficincia, ob-servado o disposto em regulamento." (NR)

Art. 103. O art. 11 da Lei n 8.429, de 2 de junho de 1992, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IX:

"Art. 11. ........................................................................................................................................................................................

IX deixar de cumprir a exigncia de requi-sitos de acessibilidade previstos na legisla-o." (NR)

Art. 104. A Lei n 8.666, de 21 de junho de 1993, passa a vigorar com as seguintes alteraes:

"Art. 3 ........................................................................................................................................................................................

2 ...............................................................................................................................................................................................

V produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficincia ou para reabilitado da Previdn-cia Social e que atendam s regras de aces-sibilidade previstas na legislao.

......................................................................

.....................................

5 Nos processos de licitao, poder ser estabelecida margem de preferncia para:

I produtos manufaturados e para servios nacionais que atendam a normas tcnicas brasileiras; e

II bens e servios produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimen-to de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficincia ou para reabilitado da Previdncia Social e que atendam s re-gras de acessibilidade previstas na legisla-o.

......................................................................

........................." (NR)

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"Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do 2 e no inciso II do 5 do art. 3 desta Lei devero cumprir, durante todo o perodo de execuo do contrato, a reserva de cargos pre-vista em lei para pessoa com deficincia ou para reabilitado da Previdncia Social, bem como as regras de acessibilidade previstas na legislao.

Pargrafo nico. Cabe administrao fis-calizar o cumprimento dos requisitos de acessibilidade nos servios e nos ambientes de trabalho."

Art. 105. O art. 20 da Lei n 8.742, de 7 de de-zembro de 1993, passa a vigorar com as seguin-tes alteraes:

"Art. 20. .......................................................................................................................................................................................

2 Para efeito de concesso do benefcio de prestao continuada, considera-se pes-soa com deficincia aquela que tem impe-dimento de longo prazo de natureza fsica, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interao com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participao plena e efetiva na sociedade em igualdade de condies com as demais pessoas.

......................................................................

....................................

9 Os rendimentos decorrentes de estgio supervisionado e de aprendizagem no se-ro computados para os fins de clculo da renda familiar per capita a que se refere o 3 deste artigo.

......................................................................

.....................................

11. Para concesso do benefcio de que trata o caput deste artigo, podero ser utili-zados outros elementos probatrios da con-dio de miserabilidade do grupo familiar e da situao de vulnerabilidade, conforme regulamento." (NR)

Art. 106. (VETADO).

Art. 107. A Lei n 9.029, de 13 de abril de 1995, passa a vigorar com as seguintes alteraes:

"Art. 1 proibida a adoo de qualquer prtica discriminatria e limitativa para efeito de acesso relao de trabalho, ou de sua manuteno, por motivo de sexo, origem, raa, cor, estado civil, situao familiar, deficincia, reabilitao profissional, idade, entre outros, ressalvadas, nesse caso, as hipteses de proteo criana e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7 da Constituio Federal." (NR)

"Art. 3 Sem prejuzo do prescrito no art. 2 desta Lei e nos dispositivos legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito de etnia, raa, cor ou deficincia, as infraes ao dispos-to nesta Lei so passveis das seguintes comina-es:

......................................................................

........................." (NR)

"Art. 4 .....................................................................................

I a reintegrao com ressarcimento in-tegral de todo o perodo de afastamento, mediante pagamento das remuneraes devidas, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros legais;

......................................................................

........................." (NR)

Art. 108. O art. 35 da Lei n 9.250, de 26 de de-zembro de 1995, passa a vigorar acrescido do seguinte 5:

"Art. 35. ....................................................................................................................................................................................

5 Sem prejuzo do disposto no inciso IX do pargrafo nico do art. 3 da Lei n 10.741, de 1 de outubro de 2003, a pes-soa com deficincia, ou o contribuinte que tenha dependente nessa condio, tem pre-ferncia na restituio referida no inciso III do art. 4 e na alnea "c" do inciso II do art. 8." (NR)

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Art. 109. A Lei n 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Cdigo de Trnsito Brasileiro), passa a vi-gorar com as seguintes alteraes:

"Art. 2 .....................................................................................

Pargrafo nico. Para os efeitos deste C-digo, so consideradas vias terrestres as praias abertas circulao pblica, as vias internas pertencentes aos condomnios constitudos por unidades autnomas e as vias e reas de estacionamento de estabe-lecimentos privados de uso coletivo." (NR)

"Art. 86-A. As vagas de estacionamento regula-mentado de que trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei devero ser sinalizadas com as respec-tivas placas indicativas de destinao e com pla-cas informando os dados sobre a infrao por estacionamento indevido."

"Art. 147-A. Ao candidato com deficincia au-ditiva assegurada acessibilidade de comunica-o, mediante emprego de tecnologias assisti-vas ou de ajudas tcnicas em todas as etapas do processo de habilitao.

1 O material d