sustentabilidade da produção de gusa a cv: ações em curso no país

32
Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país Túlio Raad e Vamberto de Melo Seminário CGEE & DECOI da SDP/MDIC - Brasília, 20.05.2014 MODERNIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE CARVÃO VEGETAL

Upload: trandien

Post on 10-Jan-2017

223 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

Túlio Raad e Vamberto de Melo

Seminário CGEE & DECOI da SDP/MDIC - Brasília, 20.05.2014

MODERNIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE CARVÃO VEGETAL

Page 2: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

OBJETIVO

Ø Mapeamento  das  ações  em  curso  para  a  sustentabilidade  da  produção  do  ferro-­‐gusa  a  par8r  de  carvão  vegetal,  realizadas  pelas  empresas  siderúrgicas  e  pelos  produtores  independentes,  governos  estaduais  e  órgãos  do  governo  federal  

Ø  Dos  projetos  em  curso,  o  carvão  vegetal  produzido  deve  atender  as  especificações  que  permitam  o  melhor  desempenho  possível  do  alto  forno  e  a  sua  produção  deve  ser  feita  com  o  melhor  rendimento  possível  

Page 3: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

SUMÁRIO

1  –  Introdução                  

2  –  Desenvolvimento    

2.1  –  Melhoria  do  Rendimento  Gravimétrico    

2.2  –  Periféricos  –  Queimador  das  Fumaças  da  Carbonização  da  Madeira    

3  –  Conclusões  e  Recomendações          

2.3  –  Periféricos  –  Secadores  de  Madeira    

2.4  –  Novas  Tecnologias  de  Carbonização  da  Madeira    

2.5  –  Produtores  Independentes    

2.6  –  Governo  –  Financiamentos  para  o  setor  siderúrgico  a  carvão  vegetal    

Page 4: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

INTRODUÇÃO

Conceitos  básicos  do  Alto  Forno  a  Carvão  Vegetal  

Ø  Os   altos   fornos   a   carvão   vegetal   diferem  dos  altos   fornos  a   coque  basicamente  pela  menor   distância   entre   o   eixo   das  ventaneiras   e   o   nível   de   carga   no   topo,  denominada  altura  úLl.    

Ø  Esta  altura  limita  o  volume  interno  dos  altos  fornos  a   carvão  vegetal.  Atualmente  o  alto  forno   com   maior   volume   úLl   está   em  operação  na  Vallourec,   em  Belo  Horizonte,  com  volume  úLl  aproximado  de  500  m3.  

Ø    Quanto   maior   o   volume   úLl   dos   altos  fornos,  maior  a  necessidade  de  preparação  da  carga.    A  resistência  mecânica  do  carvão  vegetal   atualmente   produzido   é   o   que  limita  esta  altura  úLl.  

Page 5: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

INTRODUÇÃO

Conceitos  básicos  do  Alto  Forno  a  Carvão  Vegetal  

Ø  O   alto   forno   opera   em   regime   de   contra   corrente,   gases   quentes   no   senLdo  ascendente  e  carga  no  senLdo  descendente.  A  passagem  dos  gases  através  da  carga  é  conhecida  como  permeabilidade.    

Ø  A  permeabilidade  é  fortemente  afetada  pela  distribuição  granulométrica  da  carga  e  a  baixa   resistência   mecânica   do   carvão   afeta   a   distribuição   granulométrica,   devido   à  maior  geração  de  finos,  necessitando  de  maior   cuidado  no  manuseio  para  produção,  estocagem  e  enfornamento;  

Ø  A  maior  geração  de  finos  dificulta  o  contato  gás  /  carga  metálica,  através  da  formação  de  caminhos  preferenciais  dentro  do  alto   forno,  dificultando  a   remoção  do  oxigênio  do  minério,  denominado  reações  de  redução;  

Ø  Os  finos  de  carvão  gerados  no  processo  de  beneficiamento,  geralmente  menores  que  10  mm,  podem  ser  direcionados  para  processo  de  injeção  de  finos  ou  comercializados.  A  tecnologia  atual  permite  injetar  através  das  ventaneiras  na  faixa  de  100  a  200  Kg  de  pó  de  carvão  por  tonelada  de  ferro  gusa;  

Page 6: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

INTRODUÇÃO

Conceitos  básicos  do  Alto  Forno  a  Carvão  Vegetal  

Ø  A   injeção   de   carvão   pelas   ventaneiras   permite   aumentar   o   peso   da   carga   metálica   e  assim   aumentar   o   tempo   de   permanência   no   interior   do   alto   forno,   contribuindo   para  maior   contato   gás   /   carga  que   leva  à   redução  do   consumo  de   carvão  por   tonelada  de  ferro  gusa;  

Ø  O   ferro   gusa   produzido   pode   ser   consumido   líquido   o   que   ocorre   nas   empresas  integradas  ou  solidificado   formando   lingotes  pesando  até  30  Kg  para  uso  como  matéria  prima  na  fabricação  de  aço.    

Ø  O  ferro  gusa  produzido  com  carvão  vegetal  apresenta  baixo  nível  de  contaminantes  como  fósforo   e   enxofre,   o   que   o   qualifica   para   produção   aços   nobres   e   além   de   ser  ambientalmente  correto  pelo  balanço  de  emissões  de  CO2.  

Page 7: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

INTRODUÇÃO

Qualidade  exigida  do  carvão  vegetal  para  uma  boa  performance  dos  Altos  Fornos    

Ø  Quanto  à  análise  química,  os  processos  de  carbonização  almejam  a  composição  da  tabela  abaixo,   entretanto   as   faixas   de   atendimento   são  muito  mais   ampliadas   em   função   da  falta  de  padrões:  

Elemento   Faixa  -­‐  %  

Carbono   72<  C<78  

Cinzas   <  1  

Voláteis   20<V<28  

Umidade   <  7  

 

Page 8: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

INTRODUÇÃO

Qualidade  exigida  do  carvão  vegetal  para  uma  boa  performance  dos  Altos  Fornos    

Ø  Quanto  à  análises  bsicas,  a  geração  de  finos  é  fortemente  influenciada  pela  resistência  mecânica  e  não  deve  ser  maior  que  15%,  contabilizados  após  a   reLrada  do   forno  de  carbonização  e  passante  na  tela  de  9,52  mm;  

Ø  O  tamanho  máximo  do  carvão  não  pode  exceder  200  mm,  para  não  causar  problemas  no  carregamento  do  alto  forno;  

Ø  A   densidade   aparente   do   carvão   vegetal   para   as   caracterísLcas   químicas   relatadas,  pode  variar  entre  220  e  270  Kg/m3.  Para  a  operação  do  alto  forno,  maior  densidade  do  carvão   indica   número   maior   de   carga   dentro   do   alto   forno,   maior   tempo   de  permanência   da   carga   dentro   do   alto   forno,   implicando   redução   do   consumo  específico  por  tonelada  de  ferro  gusa;    

Page 9: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

INTRODUÇÃO

Qualidade  exigida  do  carvão  vegetal  para  uma  boa  performance  dos  Altos  Fornos    

Ø  Não  existe  método  aprovado  para  avaliação  da  resistência  mecânica  do  carvão  vegetal.  Em  estudos  realizados  em  grandes  empresas  siderúrgicas,  principalmente  as  integradas,  não   foram   ob8das   correlações   nos   resultados   experimentais   que   pudessem   fornecer  subsídio  para  normaLzar  alguma  metodologia;  

Ø  Madeira  mal  carbonizada,  denominada  a8ços,  geralmente  com  teor  de  carbono  menor  que   60%,   não   podem   ser   produzidas,   influenciando   no   rendimento   do   processo   e  causando   danos   ao   processo   do   alto   forno,   interferindo   no   sistema   de   limpeza   dos  gases;  

Ø  O   controle   do  processo  de   carbonização  permite   estreitar   a   faixa   de  Carbono   Fixo   do  carvão   e   controlar   a   resistência   mecânica.   A   faixa   estreita   de   carbono   e   maior  resistência  mecânica  influenciam  fortemente  na  estabilidade  operacional  do  alto  forno;    

Page 10: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

INTRODUÇÃO

Procedimentos  necessários  para  se  obter  um  carvão  de  qualidade  siderúrgica    

Ø  Os   processos   de   produção   atuais   com   controle   visual   da   carbonização,   sem   controle  rigoroso   das   diversas   fases   de   carbonização,   produzem   carvão   vegetal,   mas   com  resultados  muito  heterogêneos,  tanto  bsico  quanto  químico.  Contém  faixas  de  variação  de  análises   químicas   muito   amplas   e   sem   controle   da   geração   de   finos.   O   rendimento  gravimétrico  é  baixo,  em  torno  de  25%  e  não  há  estabilidade  da  qualidade.  

•  DI      –  Índice  de  resistência  Frio,  de  maior  que  83  para  maior  que  85%    

•  CRI  –  Índice  de  ReaLvidade,  de  menor  que  33  para  menor  que  20  

•  CSR  –  Índice  de  Resistência  após  Reação,  de  maior  que  55  para  maior  que  70%    

Ø  Fazendo   comparação   ao  outro   redutor   usado  para   produção  de   ferro   gusa,   o   coque,   as  caracterísLcas   metalúrgicas   vêm   melhorando   com   adoção   de   novas   tecnologias,  permiLndo  melhoria  dos  seguintes  indicadores:  

Ø  Essas   melhorias   aumentaram   a   compe88vidade   das   indústrias   com   o   redutor   Coque  possibilitado  pelo  aumento  da  produLvidade  e  redução  do  consumo  específico  do  redutor.  

Page 11: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

Procedimentos  necessários  para  se  obter  um  carvão  de  qualidade  siderúrgica    

INTRODUÇÃO

Ø  Para  produzir   carvão   com  qualidade  estável,   químico-­‐asico-­‐metalúrgico,   é   imperaLvo  num   curto   prazo   a   implantação   de   sistema   de   controle   da   carbonização   no   parque  industrial  hoje  existente  para  tornar  o  processo  o  menos  empírico  possível  

Ø  Como  medida  de  médio  prazo,   iniciar  a  subs8tuição  dos  modelos  atuais  de   fornos  de  alvenaria  por  processos  mais  eficientes,  com  recuperação  de  coprodutos,  atendendo  às  diretrizes   do  MDL,  Mecanismo  de  Desenvolvimento   Limpo,   com  menores   emissões   de  CO2  e  possibilidade  de  crédito  de  Carbono,  através  de  ações  coordenadas  pelo  governo  envolvendo  comunidade  acadêmica  e  setor  produLvo.  

Ø  Nas   unidades   produtoras   atuais,   que   uLlizam   os   fornos   de   alvenaria,   variando   desde  pequenos   com   carga   e   descarga   manual   até   os   grandes   totalmente   mecanizados,  entende-­‐se  que,  se  não  há  nenhum  sistema  que  consiga  visualizar  o  processo  interno  da   transformação   da   madeira   em   carvão,   o   forno   conduz   o   operador   que   fica  literalmente  diante  de  uma  caixa  preta,  aguardando  o  processo  finalizar  (controle  pela  cor  das  fumaças  e  pelo  tato).  

Page 12: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

Procedimentos  necessários  para  se  obter  um  carvão  de  qualidade  siderúrgica    

INTRODUÇÃO

Fica  portanto  a  pergunta:  

como  conseguir  um  mínimo  de  qualidade,  seja  asica  ou  química,  do  carvão  sem  um  controle   adequado,   sabendo-­‐se   que   o   resultado  final   do   produto   depende   de   inúmeras  variáveis  que  interagem  durante  o  processo,  citando  as  principais  como  segue:    

Ø  qualidade   da   madeira   quanto   ao   teor   de   umidade,   que   quando   elevada   reduz   a  resistência  mecânica  do  carvão;  

 Ø  quanLdade   dos   componentes   hemicelulose,   celulose   e   lignina   e   suas   disLntas  

velocidades  e  rendimentos  de  pirólises;    Ø  definição  da  quanLdade  e  distribuição  da  energia  durante  o  processo  sabendo-­‐se  que  a  

secagem  requer  cerca  de  70%  da  demanda  total;  

Ø  impacto   da   temperatura   no   resultado   do   carbono   fixo   como   qualidade   química  imprescindível  para  melhores  resultados  nos  altos  fornos.  

Page 13: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

DESENVOLVIMENTO

INDÚSTRIA  -­‐  Melhoria  do  Rendimento  Gravimétrico  

Mapeamento de Ações de Sustentabilidade

Ø  Além  das  grandes  siderúrgicas,  como  Vallourec,  ArcelorMipal,  Aperam  e  Gerdau,  que  iniciaram  a  práLca  de  monitoramento  do  processo  há  mais  de  uma  década,  diversas  outras  produtoras   independentes  de   gusa   já   estão  em  processo  de   implantação  de  sistemas   modernos   de   gerenciamento   de   processos,   com   destaque   para:   Plantar,  Metalsider,  Minasligas,  Vetorial,  Queiroz  Galvão  e  Ferroeste.    

Ø  Atualmente,  a  busca  por  melhores  rendimentos  gravimétricos  na  produção  de  carvão  vegetal,   através  de  controle  do  processo  de   carbonização  nos   fornos  de  alvenaria   via  medições   de   temperatura   e   perfis   térmicos,   já   faz   parte   dos   procedimentos  operacionais  de  várias  empresas  com  produção  própria  de  carvão  vegetal  no  Brasil  

Page 14: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

DESENVOLVIMENTO Mapeamento de Ações de Sustentabilidade

Ø  Apesar   do   grande   avanço   na   conscienLzação   de   melhores   práLcas   de   produção   de  carvão   vegetal   de   um   importante   número   de   empresas,   esLma-­‐se   que   hoje   a  carbonização  monitorada  por   sistemas   eficientes  de   controle  de  processo  não  passe  dos  20%  da  demanda  de  consumo  nacional  do  termoredutor.    

INDÚSTRIA  -­‐  Melhoria  do  Rendimento  Gravimétrico  

Ø  Para  um  consumo  de  carvão  vegetal  de  6,9  milhões  t./ano,  tem-­‐se  ainda  5,5  milhões  de  toneladas   sendo   produzida   anualmente   de   forma   rudimentar,   sem   condições   de  oferecer  a  qualidade  ideal  exigida  para  melhor  performance  dos  altos  fornos.  

Ø  Considerando-­‐se   um   RG   =   26%,   chegando   a   35%,   seria   o   equivalente   a   produção  adicional   de   1,9   milhões   de   t./ano.   A   um   preço   de   mercado   de   R$600,00   seria   o  equivalente  a  R$1,14  bilhões  por  ano  perdidos  sem  retorno  para  a  atmosfera.  

Page 15: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

DESENVOLVIMENTO

INDÚSTRIA  -­‐  Periféricos  –  Queimador  de  fumaças  da  pirólise  da  madeira  

Mapeamento de Ações de Sustentabilidade

Ø  Queimadores  de  Fumaça  em  desenvolvimento  há  mais  de  15  anos  pelos  setores  de  P&D  de  grandes  empresas  siderúrgicas  no  Brasil  

Page 16: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

DESENVOLVIMENTO Mapeamento de Ações de Sustentabilidade

INDÚSTRIA  -­‐  Periféricos  –  Queimador  de  fumaças  da  pirólise  da  madeira  

Ø  Para  entender  as  dificuldades  tecnológicas  da  queima  das  fumaças  provenientes  de  fornos  retangulares,  que  vem  impedindo  a  aplicação  em  larga  escala  desta  solução  de  miLgação  das  emissões,  vamos  analisar  o  comportamento  da  pirólise  e  dos  gases  condensáveis  e  não  condensáveis  emiLdos  

Ø  Carbonização  por  varredura:  Início  nas  extremidades  e  final  na  região  da  chaminé  

Ø  Gases  pobres  em  PCI  (poder  calorífico)  no  início  e  fim  de  processo.  Gases  ricos  em  PCI  no  tempo  intermediário  

Ø  Para  compensar  esta  diferença  de  fase  e  de  PCI  os  fornos  devem  obedecer  a  um  rigoroso  sincronismo,  caso  contrário  o  queimador  não  conseguirá  se  manter  aceso  e  estável,  a  menos  que  se  queime  biomassa  extra.  

Page 17: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

DESENVOLVIMENTO

Procedimentos  necessários  para  se  obter  um  carvão  de  qualidade  siderúrgica    

Mapeamento de Ações de Sustentabilidade

Ø  Resolvido   o   problema   tecnológico   de   queima   das   fumaças,   surge   outro   gargalo   de  processo:  quase  todos  os  parques  industriais  de  produção  de  carvão  vegetal  existentes  no  Brasil  são  construídos  com  os  fornos  dispostos  de  forma  paralela  formando  várias  fileiras  em  linha  reta.  

Ø   Assim,  ao  se  instalar  um  queimador  central,  para  atender  por  exemplo  um  conjunto  de  12  fornos,  as  tubulações  de  condução  dos  gases  terão  distâncias  bem  dis8ntas  uma  das  outras   o   que   dificulta   bastante   o   sincronismo   exigido   para   uma   queima   estável   das  fumaças.  

Vallourec  

Page 18: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

DESENVOLVIMENTO

Procedimentos  necessários  para  se  obter  um  carvão  de  qualidade  siderúrgica    

Mapeamento de Ações de Sustentabilidade

Ø  Neste   contexto,   algumas   empresas   já   começaram   a   mudar   seus   layouts   em   novas  implantações  de  fornos  de  alvenaria  como  é  o  caso  da  Saint  Gobain  e  Vetorial  EnergéLca.  

 Ø  Espera-­‐se  com  isto  poder  o8mizar  o  sistema  de  condução  das  fumaças  para  um  coletor  

central  que,  ao  fazer  a  mistura,  possa  ser  queimado  de  forma  mais  estável,  reduzindo  ao  máximo  ou  até  eliminando-­‐se  a  necessidade  de  biomassa  auxiliar  no  sistema  queimador.  

Vetorial  

Page 19: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

DESENVOLVIMENTO Mapeamento de Ações de Sustentabilidade

Vetorial  

INDÚSTRIA  -­‐  Periféricos  –  Secadores  de  Madeira  

Ø  Vencidas   as   barreiras   de   queima   estável   das   fumaças   da   carbonização   da   madeira,  surge  um  novo  desafio  que  é  a  secagem  da  madeira  uLlizando-­‐se  a  energia  dos  gases  combustos  vindos  do  queimador  central.  

Ø  Num  processo   convencional,   cerca  de  9  a  12%  da  madeira   total  enfornada  é  uLlizada  como  combusmvel  no  interior  dos  fornos  para  suprir  energia  ao  processo  de  secagem  e  carbonização.    

Ø  Deste   total   somente   a   secagem   irá   demandar   em   torno   de   7   a   10%,   ou   até   mais  dependendo  da  umidade  da  madeira  enfornada.  Este  consumo   irá  refle8r  diretamente  no  rendimento  gravimétrico  global  da  produção  do  carvão  vegetal.  

Page 20: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

Ø  Assim,  da  mesma  forma  que  a  queima  dos  gases,  a  secagem  da  madeira  vem  sendo  há  mais  de  15  anos  estudada  e  testada  como  pesquisa  e  desenvolvimento  por  empresas  Siderúrgicas  de  Minas  Gerais,  denominado  Grupo  G6  (ArcelorMipal,  Aperam,  Vallourec,  Gerdau,  Plantar  e  VotoranLm),  em  parceria  com  universidades  como  UFV  (Viçosa-­‐MG),  UFLA  (Lavras-­‐MG)  e  UFMG  (Belo  Horizonte-­‐MG).  

INDÚSTRIA  -­‐  Periféricos  –  Secadores  de  Madeira  

DESENVOLVIMENTO Mapeamento de Ações de Sustentabilidade

Grupo  G6  

Page 21: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

Ø  Apesar  de  avançarem  no  estudo  de  várias  soluções  técnicas  disponíveis  no  mercado,  as  empresas   vêm   esbarrando   nos   altos   custos   de   implantação   destas   tecnologias,  correspondendo  a   elevado   tempo  de   retorno  de   invesLmento   (>   5   anos).   Este   ponto  relevante   impede   que   se   aplique  a   curto   prazo  estes   equipamentos   em   larga   escala,  demandando  primeiro  testes  em  unidades  piloto.

INDÚSTRIA  -­‐  Periféricos  –  Secadores  de  Madeira  

Ø  Além  de  Minas  Gerais,  outras  empresas  vem  estudando  diversas  tecnologias  disponíveis  no  mercado  visando  acoplar  secadores  externos  aos  seus  fornos  de  alvenaria,  como  é  o  caso  da  Vetorial  EnergéLca  operando  no  Mato  Grosso  do  Sul.    

DESENVOLVIMENTO Mapeamento de Ações de Sustentabilidade

Page 22: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

Ø  Apesar  de  avançarem  no  estudo  de  várias  soluções  técnicas  disponíveis  no  mercado,  as  empresas   vêm   esbarrando   nos   altos   custos   de   implantação   destas   tecnologias,  correspondendo  a   elevado   tempo  de   retorno  de   invesLmento   (>   5   anos).   Este   ponto  relevante   impede   que   se   aplique   a   curto   prazo   estes   equipamentos   em   larga   escala,  demandando  primeiro  testes  em  unidades  piloto.

INDÚSTRIA  -­‐  Periféricos  –  Secadores  de  Madeira  

Ø  Além  de  Minas  Gerais,  outras  empresas  vem  estudando  diversas  tecnologias  disponíveis  no  mercado  visando  acoplar  secadores  externos  aos  seus  fornos  de  alvenaria,  como  é  o  caso  da  Vetorial  EnergéLca  operando  no  Mato  Grosso  do  Sul.    

DESENVOLVIMENTO Mapeamento de Ações de Sustentabilidade

Page 23: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

INDÚSTRIA  -­‐  Novas  Tecnologias  

DESENVOLVIMENTO Mapeamento de Ações de Sustentabilidade

Retorta  de  Carbonização  Conmnua  

Arcelor  Mi1al  e  Vallourec  Florestal  

•  Produção  de  5000  a  25000  t.cv/ano

•  Elevado  Rendimento  Gravimétrico  >  38%

•  Homogeneidade  química  do  carvão  vegetal

•  Altos  valores  de  inves8mento  (R$3mil/t.ano)

•  Necessidade   de   grandes   maciços   florestais  (>10.000  ha)  para  diluir  custos  operacionais

Page 24: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

INDÚSTRIA  -­‐  Novas  Tecnologias  

DESENVOLVIMENTO Mapeamento de Ações de Sustentabilidade

Tecnologia  DPC  (Drying,  Pyrolisis,  Cooling)  

•  Produção  Modulada  em  1000  t.cv/ano

•  Elevado  Rendimento  Gravimétrico  >  38%

•  Homogeneidade  química  do  carvão  vegetal

•  Médios  valores  de  inves8mento  (R$0,5mil/t.ano)

•  Alta dependência de sincronismo

•  Necessidade de operar unidade mínima de 12.000 t/ano para dirimir dúvidas técnico-econômicas da indústria do setor

Page 25: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

INDÚSTRIA  -­‐  Novas  Tecnologias  

DESENVOLVIMENTO Mapeamento de Ações de Sustentabilidade

Tecnologia  ONDATEC  –  Carbonização  via  Micro-­‐ondas  

•  Produção  Modulada  em  1000  t.cv/ano

•  Elevado  Rendimento  Gravimétrico  >  38%

•  Homogeneidade  química  do  carvão  vegetal

•  Médios  valores  de  inves8mento  (R$1,0mil/t.ano)

•  Alta   dependência   de   geração   de   energia   e  venda  de  subprodutos  como  o  bioóleo  

•  Necessidade   de   operar   unidade   mínima   de  12.000   t/ano   para   dirimir   dúvidas   técnico-­‐econômicas  da  indústria  do  setor  

Page 26: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

INDÚSTRIA  –  Produtores  Independentes  de  Ferro  Gusa  

DESENVOLVIMENTO Mapeamento de Ações de Sustentabilidade

Estado   Quantidade  de  Empresas  

Município   Número  de  Altos  Fornos  

Capacidade  instalada  t/ano  

Minas  Gerais   59   29   106   8.112.000  

Espírito  Santo   4   5   8   804.000  

Pará   10   1   17   2.412.000  

Maranhão   7   3   16   1.836.000  

Mato  Grosso  do  Sul   3   4   7   964.000  

Totais   83   42   154   14.128.000  

 

Ø  Tirando  as  grandes  usinas   integradas  que  representam  em  torno  de  20%  desta  capacidade,   tem-­‐se  11,3  milhões   de   t/ano.   Considerando   que   em   torno   de   5%  dos   produtores   independentes   já   vem  implantando  processos  de  controle  da  produção  de  carvão  vegetal,  restam  ainda  cerca  de  10  milhões  de  toneladas  anuais  de  potencial  de  produção  de  ferro  gusa  consumindo  carvão  vegetal  oriundo  de  processos   rudimentares.   Considerando-­‐se   um   consumo   médio   de   730kg/t   de   gusa   tem-­‐se   a  necessidade  de  7,3  milhões  de  toneladas  anuais  do  termoredutor  em  momentos  de  alta  demanda.  

Page 27: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

DESENVOLVIMENTO Mapeamento de Ações de Sustentabilidade

INDÚSTRIA  –  Produtores  Independentes  de  Ferro  Gusa  

Ø  O  fato  importante  neste  cenário  é  que  não  será  possível,  pelo  menos  nos  próximos  cinco  ou  até  mesmo  dez  anos,  uma  mudança  significaLva  destes  produtores  de  carvão  vegetal  com  relação  à  troca  dos  fornos  de  alvenaria  atuais  (que  na  sua  maioria  é  composta  por  fornos  circulares  de  pequeno  porte,  com  capacidade  de  50  t/ano),  por  inves8mentos  em  novas  tecnologias,  ou  mesmo  pela  troca  por  fornos  retangulares  de  alvenaria  de  grandes  capacidades  (750  t/ano).    

Ø  O  principal  mo8vo  se  deve  às  incertezas  do  mercado  mundial  (boa  parte  desta  produção  é  exportada)  quanto  à  uma  retomada  linear  e  sustentável  do  crescimento  e  consequente  demanda  por  ferro  gusa  que  viabilize  um  inves8mento  em  novos  parques  industriais  de  produção  de  carvão  vegetal.  

Ø  A   solução   mais   facmvel   para   uma   transição   de   meio   termo   seria   a   implantação   de  sistemas   de   controle   do   processo   de   carbonização   aplicáveis   a   este   Lpo   de   forno  existente,  com  baixo  custo  de  inves8mento  e  que  sejam  devidamente  regulamentados  e  financiados   pelos   programas   de   governo   (BNDES,   Propflora,   Pronaf   Florestal   e   Fundo  Clima  Projetos  Inovadores).    

Page 28: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

DESENVOLVIMENTO Mapeamento de Ações de Sustentabilidade

GOVERNO  –  Financiamentos  para  o  Setor  Siderúrgico  a  carvão  vegetal  

•  PROPFLORA  (Programa  de  PlanLo  Comercial  e  Recuperação  de  Florestas);  •  PRONAF  Florestal  (Programa  Nacional  de  Fortalecimento  da  Agricultura  Familiar);  •  PRONAF  ECO  (Energia  Renovável  e  Sustentabilidade  Ambiental);  •  BB  FLORESTAL  (Programa  de  InvesLmento  e  Custeio  e  Comercialização  Florestal  do  B.  do  Brasil);  •  BNDES  Florestal.    

Ø  Estes   programas   atendem   uma   larga   gama   de   produtores   desde   os   pequenos  produtores  rurais  até  as  grandes  empresas.  Portanto,  no  quesito  produção  de  matérias  primas  o  financiamento  não  pode  ser  considerado  um  gargalo.    

Ø  Existem   hoje   vários   Lpos   de   financiamentos   disponíveis   para   invesLmentos   em  planLo  de  florestas  que  podem  ser  usadas  para  produção  de  carvão  vegetal,  como:  

Page 29: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

DESENVOLVIMENTO Mapeamento de Ações de Sustentabilidade

GOVERNO  –  Financiamentos  para  o  Setor  Siderúrgico  a  carvão  vegetal  

Ø  Com   relação   à   produção   de   carvão   vegetal   em   si,   o   programa   disponível   hoje   de  destaque  é  sem  dúvida  o  Fundo  Clima  do  BNDES,  voltados  exclusivamente  para  apoiar  invesLmentos  voltados  para  a  melhoria  da  eficiência  e  sustentabilidade  da  produção  de  carvão  vegetal.  

Ø  Duas  modalidades  deste  fundo  atendem  diretamente  os  objeLvos  do  Plano  Setorial  de  Redução   de   Emissões   da   Siderurgia:   Fundo   Clima   -­‐   Carvão   Vegetal   e   Fundo   Clima  Projetos  Inovadores  e  mais  recentemente  o  Inova  Sustentabilidade  que  poderão  ajudar  para  acelerar  a  aprovação  e  implantação  das  tecnologias  modernas  de  carbonização.  

•  construção   e   instalação   de   laboratórios   de  monitoramento   de   emissão   de   gases   de   efeito  estufa  e  de  desastres  naturais;  

•  aquisição  e  instalação  de  equipamentos  visando  monitorar  desmatamentos;  projetos    •  experimentais  na  área  de  combate  à  deserLficação  beneficiando  mais  de  3.000  famílias  com  

assistência  técnica  e  capacitação  em  manejo  florestal  na  recuperação  de  áreas  degradadas  e  proteção  de  ecossistemas.  

Ø  Nos   úlLmos   três   anos   de   2011   a   2013   o   Fundo   Clima   apoiou   projetos   estratégicos   e  experimentais  como:  

Page 30: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

DESENVOLVIMENTO Mapeamento de Ações de Sustentabilidade

GOVERNO  –  Financiamentos  para  o  Setor  Siderúrgico  a  carvão  vegetal  

Ø  Entretanto,  com  relação  ao  foco  principal  do  Plano  Siderurgia,  somente  um  projeto  foi  contratado  ao  BNDES:  A  Empresa  Vallourec  Florestal  assinou  a  parLr  de  Junho  de  2013  projeto  para  aumentar  sua  capacidade  de  produção  de  250  mil  para  440  mil  toneladas  de  carvão  vegetal  por  ano  e  o  foco  do  projeto  será  exatamente  como  transformar  com  a  melhor  eficiência  a  madeira  em  carvão  vegetal.  

Ø  Levantamentos  feitos  recentemente  com  diversas  empresas  do  setor  siderúrgico  no  Brasil  mostraram  que  grandes  empresas  tem  conhecimento  das  linhas  de  financiamento,  já  as  uLlizam  há  algum  tempo  no  desenvolvimento  e  aumento  de  plan8os  de  eucalipto,  porém  quando  o  assunto  é  tecnologia  em  fornos  de  carbonização,  não  foi  esclarecido  o  moLvo  do  não  uso  deste  8po  de  financiamento,  que  as  vezes  são  feitos  com  recursos  próprios  do  grupo  a  que  pertencem  sob  a  forma  de  pesquisa  e  desenvolvimento.      

Ø  Com   relação   às   pequenas   e   médias   empresas   predominou   um   desconhecimento   do  corpo   técnico   sobre   o   uso   destes   financiamentos   na   modernização   de   seu   parque  industrial,   moLvo   este   que   pode   vir   a   explicar   parcialmente   a   total   ausência   de  contratos  firmados  com  o  BNDES  nestas  modalidades  disponíveis  nos  úl8mos  anos.  

Page 31: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Ø  Para   melhorar   as   qualidades   do   carvão   vegetal   e   promover   ganhos   do   planLo   ao  produto   Ferro   Gusa,   a   adoção   das   tecnologias   existentes  de   fornos   de   produção   de  carvão   vegetal  com  controle  e  monitoramento  de  processo  podem   trazer   resultados  saLsfatórios  de  aumento  da  taxa  de  conversão  de  madeira  em  carvão  e  aumento  da  produ8vidade   dos   altos   fornos,   reLrando   o   processo   de   carbonização   da   fase   atual,  fortemente  empírica,  minimizando  a  alta  variação  bsico-­‐química-­‐metalúrgica.  

Ø  É  preciso  definir  estratégias  para  aumentar  a  procura  e  u8lização  dos  diversos  recursos  disponíveis  no  Governo  para  implantação  das  melhorias  necessárias.  

Ø  Promover   a   criação   de   fundos   financeiros   pelas   siderúrgicas,   como   o   Fundo   Florestal  Carajás,   criado   com   atribuição   exclusiva   de   fomentar   e   fiscalizar   projetos   de  reflorestamento,  incluindo  aqui  os  projetos  de  melhorias  da  conversão  da  madeira  em  carvão  vegetal,  financiados  com  recursos  próprios  e  ICC,  Ins8tuto  Carvão  Cidadão,  para  orientar,   auxiliar   e   fiscalizar   todas   as   etapas   da   cadeia   produLva   do   carvão,   com   a  inclusão  dos  micro-­‐produtores  de  carvão  vegetal;  

Ø  Promover   a   harmonização   da   polí8ca   florestal   entre   a   União   e   os   Estados,   pois   é  imprescindível   a   estruturação   de   plataforma   de   apoio   dos   governos   federal   e  estaduais  às  ações  de  sustentabilidade  da  produção  de  gusa  a  carvão  vegetal  

Page 32: Sustentabilidade da produção de gusa a CV: ações em curso no país

CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES

MUITO  OBRIGADO  !