supremo decide: mensaleiros na cadeia · breve um pedido da defesa dejeffersonparaqueelefi-que em...

31QUINTA-FEIRA, 14 DE NOVEMBRO DE 2013 A GAZETA

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Prefeito reduzsalários e demiteservidores

O prefeito de MarechalFloriano, Lidiney Gobbi, reduziuo próprio salário e demitiumais de 100 servidorescomissionados para diminuirgastos com pessoal. Pág. 38

SUPREMO DECIDE:MENSALEIROS NA CADEIA

Dirceu, Delúbio e Genoino vão passar as noites na prisãoBRASÍLIA

Oitoanosapósadenúnciada existência do esquemadomensalãonogovernodoex-presidenteLula,oSupre-mo Tribunal Federal (STF)determinou ontem a prisãoimediata dos condenadosporenvolvimentonoesque-ma do mensalão. O ex-mi-nistroJoséDirceu,oex-pre-sidentedoPTJoséGenoino,o ex-tesoureiro do PT Delú-bio Soares e o empresárioMarcos Valério serão presosnos próximos dias.

Dirceu, Delúbio e Genoi-no começarão a cumprir apena pelo crime de corrup-ção ativa em regime semia-berto em colônias agrícolasou ao menos dormindo nacadeia. Assim, eles poderãodeixar o presídio durante odia para trabalhar.

Os três foram condena-dos tambémpor formaçãode quadrilha, mas o cum-primento dessa pena ain-da depende da análise deembargos infringentes.Esse julgamento está pre-visto para ocorrer em2014.Mantidaacondena-ção por formação de qua-drilha, os três poderãopassar a cumprir a penaem regime fechado.

Peladecisão,tambémco-meçarãoacumprirpenaemregime semiaberto o depu-tado federal Valdemar Cos-ta Neto (PR-SP) e o ex-de-putado Roberto Jefferson.O STF deverá analisar embreve um pedido da defesade Jefferson para que ele fi-que em prisão domiciliarsobaalegaçãodequeelees-tá com problema de saúde.

Valério, a ex-presidentedo Banco Rural Katia Ra-belo e outros cinco conde-

MICHEL FILHO/AG

RÉUS CONDENADOS

O esquemat Origem

O mensalão, como concluiuo Supremo, foi um esquemailegal de financiamentopolítico com a finalidade decorromper parlamentares econtar com o apoio doCongresso ao governo noinício do mandato doex-presidente Lula

O julgamentot Início

O julgamento foi iniciadoem agosto de 2012, seteanos após a denúncia,sendo concluído com acondenação de 25 réus

A retomadat Penas

Ontem, a Cortereconheceu a imediataexecução das penas paraos crimes que não sãoquestionados por meio dosembargos infringentes

Quem pode e quem

não pode ser presot Agora

16 réus poderão ter deiniciar o cumprimento daspenas, sete porque nãoapresentaram infringentes:Roberto Jefferson; Jacinto

Lamas; Romeu Queiroz e lHenrique Pizzolato

t Regime fechadoHenrique Pizzolato;Marcos Valério; o sóciodele Cristiano Paz; e aex-dirigente do BancoRural Kátia Rabello

t SemiabertoNo semiaberto, devemcumprir pena (semconsiderar as condenaçõesquestionadas): Dirceu,Delúbio, SimoneVasconcelos, José Genoino,Roberto Jefferson, RomeuQueiroz e Jacinto Lamas

t Não serão presosOito réus que estão comtodas as condenaçõespendentes de análise nosembargos infringentes:João Cláudio Genu, BispoRodrigues, BrenoFischberg, ViniciusSamarane, José RobertoSalgado, Pedro Henry,Ramon Hollerbach eValdemar Costa Neto. Odeputado João PauloCunha obteve direito anovo recurso, antes queo STF decida sobresua prisão

t Prestação deserviço

José Borba; EmersonPalmieri; e EnivaldoQuadrado

nados começarão a cum-prir desde já as penas emregime fechado. Mesmocom recursos pendentescontra a condenação porcertoscrimes,aspenasde-finitivas impostas a essescondenados por outroscrimes superam oito anos.Mesmo que em novo jul-gamento parte das conde-nações seja revertida, apena ainda será superior aoito anos. Nesses casos, alegislação estabelece queo réu deve cumprir a penainicialmente em regimefechado.

Adecisãodeontemrever-teaexpectativadequeaspri-sões dos principais réus docasoficariampara2014,emmeio às campanhas eleito-rais. A perda dos mandatosdos deputados só deve seranalisada no ano que vem.

BATE-BOCA

O ministro Joaquim Bar-bosa,relatorepresidentedoSTF,devetrazerhojeoresul-tadodasessão,comesclare-cimentos sobreo julgamen-to. Ou seja, por ora, aindanãoforamexpedidosquais-quer mandados de prisão.

Barbosa votou pela exe-cução integral das penas,mesmo para aqueles quenão tinhamdireitoaumno-vo julgamento por determi-nadas penas. Contudo, pre-valeceu o voto do ministroTeoriZavasckiquefoiafavorde não permitir a execuçãoimediata das punição ape-nas dos réus que entraramcom embargos infringentes.

Orelatorprotestoudura-mente contra a decisão damaioriadaCorte.“Nãocon-sigo ver de outra maneira,isso é chicana, chicana con-sentida, implícita”.

Ex-integrantes do comando petista, Genoino, Delúbio e Dirceu vão para a cadeia nos próximos dias

Valériovai seentregarO advogado de Mar-cos Valério, MarceloLeonardo, afirmouque, se o Supremodecidir pela prisãode seu cliente, elevai se entregar. “Elese apresenta imedia-tamente. Não temnenhum obstáculo”.

ADRIANO VIZONI/FOLHAPRESS AGÊNCIA ESTADO

Documento:AG14CAPO031;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:14 de Nov de 2013 00:34:59

32 POLÍTICAA GAZETA QUINTA-FEIRA, 14 DE NOVEMBRO DE 2013

Período no semiaberto seráabatido do regime fechadoBRASÍLIA

A decisão do SupremoTribunal Federal de orde-nar a prisão imediata doscondenados do mensalãopode reduzir o tempo quepartedos réus teráde ficarpreso em regime fechado.A possibilidade foi admiti-da pelo presidente da Cor-te, Joaquim Barbosa.

O caso do ex-ministroJosé Dirceu é ilustrativo.

Condenado pelos crimesde corrupção ativa e for-mação de quadrilha, Dir-ceu começará a cumpririmediatamente a puniçãopelo primeiro crime, cujapena definida pelo STF éde 7 anos e 11 meses.

A legislação estabeleceque a pena nesse patamardevecomeçarasercumpri-da em regime semiaberto.O tempo em que permane-

cer preso no regime semia-berto será abatido do tem-po que terá de cumprir emregime fechado, caso o tri-bunal, no ano que vem, de-cida manter a condenaçãopelo crime de quadrilha.

Dirceu recebeu uma pe-natotalde10anose10me-sesdeprisão.Sefossepresoem regime fechado, emaproximadamente 1 ano e10mesespoderiaprogredir

FELLIPE SAMPAIO/STF

Joaquim Barbosa admitiu que a decisão pode beneficiar os condenados

para o semiaberto.Com a antecipação do

cumprimento da pena fei-ta pelo Supremo, se elepassar10mesesnoregimesemiaberto aguardandoum novo julgamento e acondenação por formaçãodequadrilhaforconfirma-da, o ex-ministro da CasaCivil só passará um ano noregime fechado.

Mas se o tribunal rever-ter a condenação e absol-vê-lopelocrimedequadri-lha, em aproximadamen-te trêsmesesele já irápara

o regime aberto.

EM CASAPara o ministro Marco

Aurélio Mello, os réus po-dem ser beneficiados ain-da pela falta de vagas nosregimessemiabertoeaber-to. A jurisprudência do tri-bunal registra casos emque autoriza a “migração”para um regime mais favo-rávelquandonãohánodo-micíliodopresooestabele-cimentoprisionalondede-ve cumprir a pena.

“Senãohávagasemco-

lônias para o regime se-miaberto, se passa para oaberto; mas se não há va-gas nos albergues se vaipara a prisão domiciliar”.

Mas como essa decisãocaberáaopresidentedoSTF,Joaquim Barbosa, que on-tem afirmou que caberá aele decidir sobre indultos,progressãoderegime,entreoutros benefícios concedi-dos aos réus, nos bastidoresos advogados do réu admi-tem que esse benefício, porausência de vagas, dificil-mente será concedido. (AE)

DEPUTADO PRESO

Caso de Donadonvolta a ser analisado

AGÊNCIA CÂMARA

Donadon ainda podeperder o mandato

O deputado-presidiárioNatan Donadon (sem par-tido-RO) deve, ainda esteano, voltar a ter seu man-dato submetido ao plená-rio da Casa. Ontem, oConselho de Ética da Câ-mara ouviu duas testemu-nhas de defesa dele.

NO SENADO

Namorada de Dirceuterá ponto cortado

Desde a última segun-da-feira, o setor de mar-keting de relacionamentodo Senado está desfalcado.Nomeada em agosto paraum cargo comissionado naCasa, com salário de R$12.800, a ex-recepcionistaSimone Patricia Tristão,

namorada do ex-ministroJosé Dirceu, desapareceusem dar explicações e teráo ponto cortado.Nos últimos dois dias a di-reção do Interlegis, órgãoao qual está vinculada, ten-ta contato com a servidora,sem sucesso. Dirceu estariadescansando no sul da Ba-hia, mas a assessoria delenão confirma se a namo-rada o acompanha.

JOÃO PAULO CUNHA

Deputado não vaifugir, diz defesa

O advogado Alberto To-ron, que representa o de-putado João Paulo Cu-nha (PT-SP), disse on-tem que, se o STF de-cretar a prisão imediatado seu cliente, o depu-tado não tentará fugir.“Se for decretada a pri-

Lula: “Quero falar algumas coisas”O ex-presidente Luiz

Inácio Lula da Silva afir-mou ontem que preten-de “falar algumas coi-sas” sobre o que é consi-derado o maior escân-dalo de corrupção deseu governo, mas que sóo fará após o final do jul-gamento.

“Tenho dito para todomundo: eu, quando ter-minar toda a votação so-bre o mensalão, aí euquero falar algumas coi-

sas que eu penso a res-peito disso”, disse Lula,que conversou com a im-prensa após um encon-tro com militantes do PTem Campo Grande, noMato Grosso do Sul.

Questionado sobre apossibilidade de prisãodos condenados, Luladisse “não ter autorida-de para fazer qualquerjulgamento sobre qual-quer decisão de umaCorte suprema”.

“Ou seja, na hora queela tomar a decisão, estátomada a decisão. Euobedecia como presi-dente, acatava, acatocomo cidadão brasilei-ro”, completou.

Sobre o desejo de ex-pressarsuasavaliaçõesso-bre o caso, Lula disse quenãoofaráantesdofinaldojulgamento “pelo fato detersidoex-presidenteeterindicado vários ministrosque estão lá (no STF)”.

RICARDO STUCKERT/INSTITUTO LULA

Lula deve se manifestarapós o fim do julgamento

DIRCEU DEVEFICAR POUCOTEMPONA CADEIA

são, ele vai se apresen-tar. Pode botar isso aí, éo advogado dele que es-tá falando”, disse Toron.Cunha, de acordo comJoaquim Barbosa, nãoserá preso neste momen-to, pois seus segundosembargos de declaraçãoforam aceitos, logo,não pode haver o trân-sito em julgado.

Planalto ficou surpresocom decisão do Supremo

A retomada da discus-sãosobreexecuçãodaspe-nas dos mensaleiros peloSupremoTribunalFederalcausou completa surpresano Palácio do Planalto.

Ninguémesperavaqueareabertura do julgamentotratandodadecisãosobreaprisão dos envolvidos pu-desseocorreragora.Emui-to menos que ela pudesseser colocada em prática de

imediato. Houve quem in-terpretasse a iniciativa co-mo um golpe para os réus.

A presidente DilmaRousseff, no entanto, man-teve a mesma postura dequando o tema estava emdiscussãonoSupremo:nãotrata deste assunto e nemautoriza nenhum de seusassessores e ministros a fa-larem sobre ele. Ela quer semanter à distância. (AE)


POLÍTICA33QUINTA-FEIRA, 14 DE NOVEMBRO DE 2013 A GAZETA

RENÚNCIA É COGITADADeputados analisam saída da Câmara para evitar exposição

BRASÍLIA

Condenados pelo STF(SupremoTribunalFederal)no julgamentodomensalãoe com iminente pedido deprisão, os deputados Valde-mar Costa Neto (PR-SP) ePedro Henry (PP-MT) ava-liam renunciar ao mandatosegundo aliados.

Interlocutores dos doisparlamentaresouvidospelojornal “Folha de S. Paulo”sobacondiçãodeanonima-to disseram que eles anali-sam se a saída da Câmaraevitaria maior constrangi-mento e diminuiria a expo-sição daqui para frente.

A permanência na Câ-mara tem potencial paraprovocar outra crise entreJudiciário e Legislativo. NaCâmara, há parlamentaresque defendem que a perdadomandatosópodeocorrerdepois de um processo decassação ser analisado pelo

plenário,descumprindode-cisão do Supremo pela per-da automática.

Em público, no entanto,líderes do PR e do PP dizemque eles não discutem a hi-pótese de renúncia. “Estivecomele(Valdemar)ontemenão senti nenhuma inclina-ção (para renúncia)”, afir-mouo líderdoPR,AnthonyGarotinho (RJ). “Não vejovantagem em renunciar”,completou. A assessoria dodeputado também negouqueeleestejadispostoaen-tregar o mandato.

Valdemar não registroupresençaontemnaCâmara.Seu gabinete passou o tem-po todo trancado, mas as-sessores foram vistos en-trando e deixando o local.

NaliderançadoPR,ondeValdemar costuma despa-char, servidores disseramque ele não apareceu. Nogabinete de Henry, funcio-

JOSÉ CRUZ/ABR

Costa Neto foi condenado a 7 anos e 10 meses de prisão

nários disseram que ele es-tava fora de Brasília.

Costa Neto foi condena-do a 7 anos e 10 meses deprisão, e Henry a 7 anos e 2mesespeloscrimesdomen-salão, esquema de corrup-çãonogovernoLula.Osdoisvão cumprir regime semia-berto,podendodeixarapri-são para trabalhar.

“RACIONAL”O presidente da Câmara,

Henrique Eduardo Alves(PMDB-RN), disse ontem

queaCasavaiagirde forma“racional e com base naConstituição” em relaçãoaos deputados mensaleiros.

No caso das prisões, aCâmara deverá convocaros suplentes em seguida,adotando a mesma medi-da do caso do deputadopresidiário Natan Dona-don(sempartido-RO).Al-ves já avisou que vai cum-prir a Constituição, queprevêqueaperdademan-dato dos deputados sejaanalisada pela Casa.

“Osistemaéseletivo”,dizBarroso Y`W`LKMV hV ��¹ô ¦IíL

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Oposição exige cassação de mandatosLíderes dos partidos de

oposição criticaram a di-reção da Câmara por nãodecretarimediatamenteaperda do mandato dosparlamentares condena-dos pelo Supremo no pro-cesso do mensalão.

“OpresidentedaCâmaratem que declarar extinto omandato quando chegar acomunicaçãodoSTF.Senão

fizer isso, deve ser enqua-drado por crime de desobe-diência”, disse o líder doPPS,deputadoRubensBue-no (PR). Para ele, o STFcumpriuseupapel. “Nãoseipor que essa teimosia emnão decretar a perda domandato. O STF já decidiuque vale a sua decisão”, dis-se ainda Bueno.

AdireçãodaCâmaranão

decidirápelaperdadoman-dato.Vaiprimeiroabrirpro-cessocontraosparlamenta-res e o plenário dirá se de-vemounãosercassados.Naavaliação do senador JorgeViana (PT-AC), a decisão doSupremo é “final” e não de-ve ser motivo de discussõesou questionamentos. “É in-compatível condenaçãocom exercício de mandato.

Comcondenaçãotransitadaem julgado, não tem o quediscutir”, assinalou.

“Chega o vexame queocorreucomodeputadoNa-tan Donadon (Sem parti-do-RO), que mesmo conde-nado a 13 anos pelo Supre-mofoiabsolvidopeloplená-rio da Câmara”, disse o líderemexercíciodoDEM,depu-tado Mendonça Filho (PE).

VALTER CAMPANATO/AGBRASIL

Rubens Bueno disse que STF cumpriu seu papel


34 POLÍTICAA GAZETA QUINTA-FEIRA, 14 DE NOVEMBRO DE 2013

DECISÃO É MARCOCONTRA IMPUNIDADESTF contribuiu para o enfrentamento da corrupçãoBRASÍLIA

O cumprimento imediatodas penas por réus domensalão,definidoontempeloSupremoTribunalFe-deral, é visto como marcopara o combate à impuni-dade no país.

Em unanimidade, inte-grantes de entidades dasociedade civil, cientistaspolíticos e representantesdepartidosdeoposiçãoaoPT e ao governo federaldisseram que a decisãotambém colabora para oenfrentamento contra acorrupção.

DoMovimentodeCom-bate à Corrupção Eleitoral(MCCE), Luciano Santosconsiderou que a prisãodos réus é uma resposta à

impunidade na classe po-lítica, atingida fortementecom o envolvimento de fi-guras expoentes como oex-ministro José Dirceu:“O Judiciário está dandouma resposta que a socie-dade espera”.

Na mesma linha, o ju-rista Fábio Konder Com-parato, professor eméritoda USP, acha que a prisãoaté pode fazer o Brasil“avançar um pouco naquestão do combate à cor-rupção”. Mas, segundoele,acorrupçãonoBrasilé“endêmica e apartidária”:

“Você vê este caso ago-ra,comosfiscaisdaprefei-tura de SP. Passou de ges-tãoparagestão,departidopara partido. Por que ain-

danãosefoi,porexemplo,atrás das empresas cor-ruptoras, que pagarampropina, no caso dos fis-cais? Todos precisam serinvestigados, não apenaso PT”.

ParaoprofessordeFilo-sofia Política da UnicampRoberto Romano, a prisãodos condenados é respos-

NELSON JR./STF

Grupos da sociedade civil concordam que o Supremo fez história com a votação, mas ainda há muito o que se avançar no país

ANÁLISE

Oposição usaráisso contra o PT

Se os envolvidos nocaso do mensalão fo-rem para a cadeia, ospartidos de oposiçãovão usar isso contra oPT e isso pode afetar ascampanhas eleitoraisdo ano que vem. Poroutro lado, o PSDBtambém tem um fatorem São Paulo, onde en-frenta denúncias sobreo cartel do metrô, e ain-da tem o mensalão mi-neiro. Além da questãoeleitoral, há dois depu-tados com mandato quepodem ser mandadospara a cadeia: Valde-mar Costa Neto (PR-SP)e Pedro Henry (PP-MT).Isso mostra que não ésó o PT que está en-volvido. E a Câmara te-rá que decidir se cassaos mandatos desses de-putados. Ou vai se re-pertir o que ocorreucom Natan Donadonque, mesmo preso, ain-da é deputado?—DAVID FLEISCHERCIENTISTA POLÍTICO DA UNB

ta importantedaSupremaCorte contra a corrupção,masele consideraqueain-da há muito o que avançarno combate a irregulari-dades no poder público.

“(A prisão) É uma res-posta importante do Judi-ciário, mas não a superes-timo.AsituaçãodoEstadobrasileiro está muitoaquém de atender as ne-cessidades da população.Temos um poder do Esta-do como uma máquinaque está operando, emgrandeparte,novazio.Háa condenação desse gru-po, mas há milhares de ca-sosdecorrupçãoqueocor-remnoBrasil semquehajaum afastamento dos en-volvidos”. (AG)

“Começa a se fazerjustiça”, diz Foletto

Os deputados capixabasPaulo Foletto (PSB) e Rosede Freitas (PMDB) ressalta-ram o divisor de águas dasprimeiras prisões do dosmensaleiros. “Graças aDeus, começaase fazer jus-tiçanestepaís.Eponto”,dis-se Foletto, coordenador dabancada. “É a primeira vezque um caso de magnitudese resolve definitivamenteno Supremo Tribunal Fede-ral”, destaca Rose.

A parlamentar concor-da com a detenção ime-diata dos réus cujas chan-

ces de recurso já se esgo-taram.“Masnosoutrosca-sos a execução da pena sópodeocorrerapóstodososrecursos cabíveis seremjulgados”, destaca.

Mais comedido, o gover-nador Renato Casagrande(PSB)evitoucomentarade-cisão. Ele amenizou os im-pactos no cenário eleitoral:“Esseassuntojáfoimuitodi-luído no tempo, porque odebatejáéantigo.”Petista,asenadoraAnaRitafoiprocu-rada, mas não se manifes-tou. (Rondinelli Tomazelli)

REPERCUSSÕES

“Esse processo nãoanda para a frente, eleanda em círculos. Eagora vem se julgarmais embargos. Queousadia. A que pontoestamos chegando? Nósbeiramos o ridículo”—GILMAR MENDESMINISTRO

“Voto para que sejamlançados os nomesdos réus no rol dosculpados e que sejamexpedidos mandadosde prisão para finsde cumprimentodas penas”—JOAQUIM BARBOSAPRESIDENTE DO STF

“O STF fechou osolhos para as provasdo processo domensalão. Respeito adecisão do STF, masmais uma vez discordodo seu fundamento”—JOSÉ LUÍS OLIVEIRALIMA ADVOGADO DEJOSÉ DIRCEU

COMEMORAÇÃO

“O Judiciário está dandouma resposta que asociedade espera”LUCIANO SANTOSMOVIMENTO DE COMBATEÀ CORRUPÇÃO ELEITORAL

“O jogo um dia chegaao fim. Penso que, comrelação a esse processo,este dia chegou”—LUÍS ROBERTO BARROSO, MINISTRODO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL


supremo decide: mensaleiros na cadeia · breve um pedido da defesa dejeffersonparaqueelefi-que em...

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