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m SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTiÇA

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  • m SUPERIOR TRIBUNAL

    DE JUSTiA

  • Manual de

  • Belo Horizonte

    2011

  • 4 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    Responsvel tcnico pela redaoEditora Frum

    ColaboraoJorge Ulisses Jacoby Fernandes e Karina Amorim Sampaio Costa

    Projeto grfico, capa e diagramaoAlmindo Junior

    Informao bibliogrfica deste livro, conforme a NBR 6023:2002 da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT):

    MANUAL de gesto de contratos do STJ. Belo Horizonte: Frum, 2011. 232 p.

    M294 Manual de gesto de contratos do STJ / Colaboradores: Jorge Ulisses Jacoby Fernandes; Karina Amorim Sampaio Costa. Belo Horizonte: Frum, 2011.

    232 p. 1. Contrato Gesto. 2. STJ. 3. Licitao. I. Fernandes, Jorge Ulisses Jacoby. II. Costa, Karina Amorim Sampaio.

    CDD: 341.356 CDU: 342.9(088.4)

    Av. Afonso Pena, 2770 15/16 andares Funcionrios CEP 30130-007Belo Horizonte Minas Gerais Tel.: (31) 2121.4900 / 2121.4949

  • Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    15 Introduo

    21 Aplicao do Manual

    25 Parte I O Gestor de Contrato

    25 1 Definies

    25 2 Obrigatoriedade

    25 3 Designao do gestor

    26 4 Perfil do gestor 27 4.1 Recusa em ser gestor de contrato

    27 5 Atribuies do gestor 33 5.1 Diretrizes teis ao gestor de contrato 34 5.2 Das vedaes

    35 6 Responsabilidades

    35 7 Contratao de fiscal de contrato

    39 Parte II A Gesto de Contratos

    39 1 Definio

    40 2 Boa gesto

    Sumrio

  • 40 3 Formalizao da gesto41 3.1 Documentao41 3.2 Um s processo sem arquivos paralelos 42 3.3 Um s processo e um s Livro de Registros do Contrato 43 3.4 Arquivo para consulta do gestor do contrato44 3.5 Forma e autuao dos documentos45 3.6 Livro de Registros do Contrato46 3.6.1 Sobre a relao do contratado com seus empregados46 3.6.2 Sobre a relao do contratado com o Tribunal47 3.6.3 Sobre a relao do contratado com outros rgos pblicos47 3.6.4 Recusa do preposto em assinar o Livro de Registros do Contrato ou cincia de comunicao 48 3.7 Dos registros pertinentes ao SICAF

    48 4 Obrigaes a serem exigidas da empresa a ser contratada

    50 5 Execuo das prestaes do contrato

    51 6 Pagamento51 6.1 Documentos fiscais52 6.2 Atesto do cumprimento das obrigaes54 6.3 Processo de pagamento

    55 7 Prazos

    55 8 Garantias55 8.1 Garantia tcnica55 8.2 Garantia contratual

    57 9 Estimativa de custos

    58 10 Contratao emergencial

    59 11 Alteraes contratuais

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    59 11.1 Alteraes unilaterais60 11.2 Alteraes por acordo entre as partes61 11.3 Acrscimos e supresses63 11.4 Prorrogao da vigncia do contrato65 11.5 Termo aditivo65 11.6 Termo de apostilamento

    66 12 Equilbrio econmico-financeiro

    68 13 Reajuste de preos

    69 14 Repactuao

    74 15 Penalidades74 15.1 Regras comuns a todas as penalidades76 15.2 Advertncia76 15.2.1 Procedimento76 15.2.1.1 Notificao e defesa77 15.2.1.2 Forma e execuo77 15.2.2 Recurso78 15.3 Multa78 15.3.1 Procedimento78 15.3.1.1 Notificao e defesa79 15.3.1.2 Valor80 15.3.1.3 Forma e execuo82 15.3.2 Recurso82 15.4 Suspenso do direito de licitar e contratar83 15.4.1 Procedimento83 15.4.1.1 Notificao e defesa84 15.4.1.2 Forma e execuo85 15.4.2 Recurso85 15.5 Declarao de inidoneidade87 15.5.1 Procedimento87 15.5.1.1 Notificao e defesa88 15.5.1.2 Forma e execuo

  • 89 15.5.2 Recurso pedido de reconsiderao89 15.6 Impedimento de licitar e contratar

    89 16 Recebimento do objeto90 16.1 Prazo para recebimento90 16.2 Forma de recebimento

    95 Parte III Gesto de Contratos por Espcie

    96 1 Contratos de fornecimento97 1.1 Dos contratos de fornecimento integral97 1.2 Dos contratos de fornecimento parcelado

    99 2 Contratos de prestao de servios104 2.1 Dos contratos de prestao de servios contnuos104 2.1.1 Conceito104 2.1.2 Aplicao da Resoluo n 98/09 do CNJ e da IN/MPOG n 02/08 da SLTI/MPOG com as alteraes efetuadas pela IN n 05/09 da SLTI/MPOG106 2.1.3 Projeto Bsico ou Termo de Referncia111 2.1.4 Peculiaridades114 2.1.5 Gesto do contrato de servios contnuos114 2.1.5.1 Gesto da parte da documentao114 2.1.5.1.1 Documentos a serem exigidos no incio do servio115 2.1.5.1.2 Documento a ser exigido no final do servio, uma nica vez115 2.1.5.1.3 Documentos a serem exigidos mensalmente, semestralmente ou eventualmente117 2.1.5.2 Fiscalizao da parte da execuo fsica do contrato 117 2.1.5.2.1 Da fiscalizao preliminar feita pelo gestor118 2.1.5.2.2 Da fiscalizao sobre recursos humanos feita pelo gestor118 2.1.5.2.3 Da fiscalizao sobre segurana, materiais e equipamentos feita pelo gestor119 2.1.5.3 Da gesto para fiel execuo do contrato feita pelo gestor123 2.2 Dos contratos de prestao de servios de conservao e limpeza125 2.3 Dos contratos de prestao de servios de manuteno predial

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    126 2.4 Dos contratos de prestao de servios de vigilncia130 2.5 Dos contratos de prestao de servios de lanchonete e restaurante132 2.6 Dos contratos de prestao de servios de passagem area133 2.7 Dos contratos de prestao de servios de engenharia134 2.8 Guia para fiscalizao de contratos de terceirizao134 2.8.1 Fiscalizao inicial135 2.8.2 Fiscalizao mensal136 2.8.3 Fiscalizao diria136 2.8.4 Fiscalizao especial

    137 3 Contratos e servios TI

    142 4 Contrao de treinamento e consultoria

    147 5 Contratos de obras148 5.1 Gesto da parte da documentao148 5.1.1 Documentos a serem exigidos no incio da obra148 5.1.1.1 Documentos que devem ficar no local da obra, sob os cuidados do contratado148 5.1.1.2 Documentos que devem ser juntados ao processo de contratao pelo gestor149 5.1.2 Documentos a serem exigidos no final da obra150 5.1.3 Documentos a serem exigidos mensalmente ou eventualmente pelo gestor do contrato150 5.2 Gesto da parte da execuo fsica pelo gestor150 5.2.1 Da gesto preliminar151 5.2.2 Da gesto sobre recursos humanos152 5.2.3 Da gesto sobre segurana, materiais e equipamentos153 5.3 Da gesto para fiel execuo do contrato154 5.4 Da gesto para alterao de clusulas contratuais

    159 Parte IV Temas Diretamente Relacionados Gesto

    159 1 Termo contratual

    160 2 Resciso

  • 162 3 Peas que integram a contratao162 3.1 Projeto bsico170 3.2 Edital da licitao171 3.3 Proposta de preos

    171 4 Gesto de outros instrumentos171 4.1 Gesto de atas de registro de preos174 4.2 Notas de empenho

    179 Parte V Formulrios

    179 Gestor de Contrato Requerimento de Contratao180 Gestor de Contrato Requerimento de Designao de Servidor181 Ata de Reunio do Gestor do Contrato com o Preposto 182 Ordem de Servio183 As Built Determinao para Entrega184 Comunica a Necessidade de Nova Contratao185 Comunica Determinao para Substituio de Empregados186 Comunica Determinao para Substituio de Preposto187 Comunica Proposta do Gestor do Contrato pela Prorrogao Contratual188 Ficha de Execuo Contratual Ocorrncias189 Comunica Ocorrncia de Danos 190 Comunica Determinao para Correo de Irregularidade191 Notificao para Defesa Irregularidades em Geral192 Notificao para Defesa Advertncia193 Advertncia Comunica a Aplicao194 Notificao para Defesa Multa195 Multa Comunica a Aplicao196 Reteno Cautelar de Valor197 Notificao para Defesa de Irregularidades Passveis de Punio com Suspenso do Direito de Licitar e Contratar

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    198 Suspenso do Direito de Licitar e Contratar Gestor do Contrato Prope ao Secretrio de Administrao199 Suspenso do Direito de Licitar e Contratar Comunica-se ao Gestor do Contrato a Discordncia do Diretor-Geral200 Comunica a Aplicao de Suspenso do Direito de Licitar e Contratar201 Notificao para Defesa Declarao de Inidoneidade202 Declarao de Inidoneidade Gestor do Contrato Prope ao Secretrio de Administrao203 Declarao de Inidoneidade Secretrio de Administrao Encaminha Proposta ao Diretor-Geral204 Declarao de Inidoneidade Diretor-Geral Encaminha ao rgo Jurdico205 Declarao de Inidoneidade Parecer do rgo Jurdico206 Comunica a Aplicao de Declarao de Inidoneidade207 Sugestes e Reclamaes Formulrio208 Termo de Recebimento Provisrio209 Termo de Recebimento Definitivo Sem Ressalvas210 Termo de Recebimento Definitivo Com Ressalvas211 Livro de Registros do Contrato Termo de Abertura212 Livro de Registros do Contrato Termo de Anotao213 Livro de Registros do Contrato Termo de Encerramento

    217 Parte VI Glossrio

    227 Fluxo Referente Conta Vinculada do FGTS229 Fluxo Bsico dos Procedimentos de uma Contratao Pblica

  • Introduo

    Este Manual agrupa determinaes legais, conceitos, instrues ou orientaes tcnicas destinadas a subsidiar os gestores de contratos na execuo da sua misso.

    Evidentemente, o contedo do presente Manual dinmico, devendo ser adequado e atualizado de acordo com as mudanas frequentes das correntes jurisprudenciais e doutrinrias e, ainda, alteraes de dispositivos legais.

    Destaca-se que as aquisies de bens e as contrataes de servios ou de obras para atender as atividades e servios do Superior Tribunal de Justia (STJ) dependem das atividades de planejamento e programao e da definio de objetos, materializadas em Projetos Bsicos ou Termos de Referncia, destinados a instruir e integrar os Editais de Licitaes.

    Cabe s chefias ou servidores, com o necessrio conhecimento tcnico, desempenhar essas atividades, investidos das atribuies de gestores de contratos, para participar da preparao dos procedimentos licitatrios, indicar a proposta que atende ao objeto licitado, exercer a gesto do contrato, declarar/atestar a efetividade da execuo das avenas, etc.

    Cumpre destacar que sero descritas as atribuies do gestor do contrato que, especificamente no STJ, so realizadas de forma a facilitar essas atividades no curso da execuo contratual.

    necessrio que a Administrao faa a designao formal do gestor de contrato e que o contrato seja executado fielmente pelas partes, de acordo com as clusulas avenadas e as normas legais.

  • 16 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    A designao os investe de poderes para fiscalizar e atestar a efetividade da execuo do contrato, bem como para materializar a sua declarao de atesto de que os quantitativos e valores constantes do documento fiscal apresentado pela contratada esto corretos e vinculados ao contrato; a nota de empenho, ao objeto que se deve pagar; a importncia exata a pagar; e a quem se deve pagar a importncia para extinguir a obrigao.

    Outra orientao tambm fundamental que na gesto dos contratos no pode haver o interesse ou a vontade do gestor ou da Administrao. Dever prevalecer sempre o interesse pblico, na conformidade com os princpios bsicos da impessoalidade, da legalidade, da moralidade, da probidade administrativa e da vinculao ao instrumento contratual.

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    17Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    Saiba o que significam os smbolos de comunicao utilizados neste Manual

    Boa Prtica - Indica que outros rgos j implantaram o procedimento, com expressiva melhoria de rotinas de gesto.

    Boa Ideia - Apresenta a proposta de um procedimento que pode ser implantado para evitar ou resolver problemas comuns de gesto de contratos.

    Fique Atento - Destaca informao de ex-trema importncia para o leitor.

    Erro Comum - Indica que o procedimento recomendado com freqncia no observado ou que o fato narrado implica em erro.

    Erro Grave - Indica ao leitor que a inobser-vncia do procedimento considerada grave e pode ensejar a aplicao de penalidade civil, administrativa ou criminal.

    Assunto Polmico Destaca ao leitor as-suntos que indicaro a inexistncia de ju-risprudncia consolidada nos rgos de controle, de forma a recomendar ao gestor a consulta aos pronunciamentos mais recen-tes, bem como a necessidade de cuidado re-dobrado na conduo do procedimento.

  • Aplicao do Manual

    Aplica-se este Manual a todas as unidades do Superior Tribunal de Justia (STJ).

    Os contratados no esto sujeitos s disposies deste Manual, exceto se forem transcritas no edital ou se a presente norma for indicada no ato convocatrio e disponibilizada para acesso ao pblico.

    Considerando que o Manual contm informaes estrat-gicas sobre gesto de contratos, vedada, fora do mbito do STJ, a sua reproduo ou cesso, total ou parcialmente, na forma do art. 116, inciso VIII da Lei n 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e da Lei n 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

  • Parte IO Gestor de Contrato

    Sumrio: 1 Definies 2 Obrigatoriedade 3 Designao do gestor 4 Perfil do gestor 4.1 Recusa em ser gestor de contrato 5 Atribuies do gestor 5.1 Diretrizes teis ao gestor de contrato 5.2 Das vedaes 6 Responsabilidades 7 Contratao de fiscal de contrato

    1 DefiniesO gestor o representante da Administrao para acompanhar

    a execuo do contrato. Assim sendo, deve agir de forma pr-ativa e preventiva, observar o cumprimento, pela contratada, das regras previstas no instrumento contratual e, ainda, buscar os resultados esperados no ajuste e trazer benefcios e economia para o STJ.

    2 Obrigatoriedade Por imposio legal art. 58, inciso III, c/c art. 67 da Lei n 8.666, de 21 de junho de 1993 a execuo do contrato ser acompanhada e fiscalizada por representante da Administrao, especialmente designado para a funo de gestor, para tomar as providncias necessrias ao fiel cumprimento do ajuste, tendo por parmetro os resultados previstos no contrato.

    As decises e providncias que ultrapassarem a sua compe-tncia/atribuio1 devero ser encaminhadas aos seus superiores, em tempo hbil, para a adoo das medidas convenientes.

    3 Designao do gestorA indicao do gestor e de seu suplente deve ser feita pela

    unidade demandante. Diante da indicao, o titular da Secretaria Administrativa Financeira designar o gestor. Dever constar a in-dicao do gestor no Projeto Bsico ou Termo de Referncia, prefe-rencialmente privilegiando a gesto compartilhada.

    A designao do gestor, juntamente com seu suplente, ser feita por Portaria que dever estar inserida nos autos do processo administrativo de contratao.

    1 Vide item 5 da parte I deste Manual.

  • 26 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    Importante destacar que as frias dos gestores e suplentes devero ser escalonadas, de modo a no ensejar ausncia de gesto no rgo. Excepcionalmente, caso ocorra ausncia concomitante do gestor titular e de seu(s) suplente(s), dever a unidade demandante indicar novo gestor para substituir o titular durante suas frias, de-vendo ser este designado da mesma forma que o anterior.

    4 Perfil do gestor

    A Lei n 8.666/93 no faz referncia expressa ao perfil do gestor de contrato. Todavia, em face da relevncia de suas atribui-es, importante que o servidor designado seja dotado de certas qualificaes, tais como:

    a) gozar de boa reputao tico-profissional;b) possuir conhecimentos especficos do objeto a ser geren-

    ciado e/ou fiscalizado;c) no estar, preferencialmente, respondendo a processo de

    sindicncia ou processo administrativo disciplinar;d) no possuir em seus registros funcionais punies em de-

    corrncia da prtica de atos lesivos ao patrimnio pblico, em qualquer esfera de governo;

    e) no haver sido responsabilizado por irregularidades junto ao Tribunal de Contas da Unio ou junto a Tribunais de Contas de Estado, Municpios ou do Distrito Federal;

    f) no haver sido condenado em processo criminal por crimes contra a Administrao Pblica, capitulados no Ttulo XI, Captulo I, do Cdigo Penal Brasileiro, na Lei n 7.492, de 16 de junho de 1986 e na Lei n 8.429, de 02 de junho de 1992;

    g) no possuir, com o contratado, relao comercial, econ-mica, financeira, civil ou trabalhista;

    h) no ser amigo ntimo ou inimigo capital do contratado ou dos dirigentes do contratado;

    i) no possuir relao de parentesco com membro da famlia do contratado;2

    j) apresentar, por motivos ticos, impedimentos ao exerccio da funo com a austeridade exigida pelo interesse pblico

    2 Observar a Resoluo do Conselho Nacional de Justia CNJ n 07, de 18 de outubro de 2005, em especial seus art. 2, V e art. 3.

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    ou, em a exercendo, que comprometam a imagem pblica da instituio.

    A unidade encarregada de indicar o gestor poder solici-tar informaes unidade de pessoal do Tribunal acerca de possveis ocorrncias relativas s alneas a, c, d, e, f e j.

    O no atendimento a essas qualificaes configurar impedi-mento para a designao.

    Dever ser evitada, sempre que possvel, a designao de servidor que:

    a) participe da licitao do objeto ou elaborao do edital ou do contrato;

    b) seja responsvel pela liquidao da despesa ou pagamen-to do objeto;

    c) esteja respondendo a sindicncia ou processo admi-nistrativo disciplinar na condio de responsvel ou indiciado.

    4.1 Recusa em ser gestor de contratoO servidor no pode recusar-se a cumprir tarefas que sejam

    compatveis com o nvel de complexidade das atribuies do seu cargo.

    lcita a recusa quando a complexidade da tarefa no for compatvel com as atribuies do cargo e existirem outros servidores ocupantes de cargo compatvel em condies de exercer a atribuio.

    Como as atividades administrativas no podem ser inter-rompidas princpio da continuidade da Administrao em situaes excepcionalssimas, devidamente justificadas pela auto-ridade designante e sob sua responsabilidade pessoal, poder ser designado servidor com direito a lcita recusa. Nesse caso, o servi-dor informar, no processo o fato que poder, no futuro, atenuar a sua responsabilidade.

    5 Atribuies do gestorA eficincia de um contrato est diretamente relacionada

    com o acompanhamento de sua execuo. O gestor de contrato tem

  • 28 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    grandes responsabilidades pelos seus resultados, devendo observar o cumprimento integral das obrigaes contratuais, entrega dos bens, execuo dos servios e obras.

    A Lei n 8.666/93 atribui ao gestor autoridade para acom-panhar sistematicamente o desenvolvimento do contrato, o que lhe possibilita corrigir, no mbito da sua esfera de ao e no tempo certo, eventuais irregularidades ou distores existentes.

    Conforme preconiza o art. 66 da Lei n 8.666/93, o contrato dever ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as clu-sulas estabelecidas e as normas constantes da citada lei, respondendo cada qual pelas consequncias de sua inexecuo total ou parcial.

    Adiante, esto relacionadas, dentre outras que venham a ser estabelecidas, as atribuies do gestor de contrato:

    1. elaborar os Projetos Bsicos ou Termos de Referncia necessrios, com a colaborao das unidades tcnicas,3 atendendo aos prazos mnimos para a realizao das li-citaes ou contrataes pretendidas, inclusive em casos de trmino da garantia do fabricante;

    2. autuar os processos administrativos para anexar os Projetos Bsicos ou Termos de Referncia devidamente aprovados pela autoridade competente para dar-lhes o andamento devido;

    3. acompanhar o processo licitatrio em todas as suas fases, at a assinatura do contrato, de maneira a evitar, inclusive, descontinuidades;

    4. auxiliar a Unidade de Licitao, no que tange a seus conhecimentos tcnicos, nas respostas aos questiona-mentos, impugnaes e recursos;

    5. digitalizar e inserir no sistema documentos necessrios boa gesto do contrato;

    6. manter sob sua guarda os processos de contratao e pagamento;

    7. fornecer aos rgos competentes, nas aquisies e locaes de imveis, o rol de documentos a serem requeridos ao

    3 Sempre que necessrio dever a Unidade de Compras e Contratos prestar o devido auxlio na elaborao do Projeto Bsico/Termo de Referncia.

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    proprietrio do imvel e apontar, nos prprios autos, a ausncia ou expirao da validade de algum documento, quando for o caso;

    8. verificar se na entrega de materiais, na execuo de obras ou na prestao de servios, as especificaes e as quan-tidades encontram-se de acordo com o estabelecido no instrumento contratual;

    9. anotar em formulrio prprio4 todas as ocorrncias relacio-nadas com a execuo do contrato, determinando o que for necessrio regularizao das faltas ou defeitos observados, juntando, tempestivamente, o processo de contratao;

    10. encaminhar unidade de contratos pedido de alterao em projeto, servio, obra ou fornecimento, acompanhado das devidas justificativas e observadas as disposies do art. 65 da Lei n 8.666/93;

    11. solicitar unidade competente esclarecimentos de dvidas relativas ao contrato sob sua responsabilidade;

    12. comunicar unidade competente eventuais atrasos nos prazos de entrega e/ou execuo do objeto, bem como os pedidos de prorrogao, se for o caso;

    13. receber e dar o encaminhamento devido s dvidas ou questionamentos feitos pela contratada, centralizando as informaes;

    14. zelar pela fiel execuo da obra ou de servios contratados, sobretudo no que concerne qualidade dos materiais utili-zados;

    15. acompanhar o cumprimento, pela contratada, do cronogra-ma fsico-financeiro estabelecido, encaminhando autoridade competente eventuais pedidos de modificaes, substituies de materiais e equipamentos, formulados pela contratada;

    16. manter controle atualizado dos pagamentos efetuados, em ordem cronolgica, observando para que o valor do contrato no seja ultrapassado;

    17. receber e atestar as notas fiscais e encaminh-las, nos autos do processo respectivo, unidade competente para pagamento, aps conferncia completa da documentao necessria para tal;

    4 Ficha de Execuo Contratual, conforme modelo de formulrio, p. 188.

  • 30 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    18. confrontar os preos e quantidades constantes do documento fiscal com os estabelecidos no contrato, bem como as medies dos servios nas datas estabe-lecidas, antes de atestar o documento fiscal;

    19. notificar a contratada, para que regularize os documentos fiscais, quando necessrio;

    20. encaminhar junto fatura/nota fiscal, a nota fiscal de simples remessa ou o rol dos materiais utilizados na obra pela contratada, quando for o caso;

    21. acompanhar a evoluo dos preos de mercado referentes ao objeto contratado;

    22. receber e encaminhar Administrao os pedidos de reajuste/repactuao e reequilbrio econmico financeiro;

    23. controlar o prazo de vigncia do instrumento contra-tual sob sua responsabilidade e encaminhar o processo administrativo unidade de contratos, no prazo definido no item 11.4 da parte II deste Manual, com a solicitao de prorrogao, para confeco do pertinente Termo Adi-tivo;

    24. analisar os pedidos de prorrogao de prazos, de inter-rupes do objeto, de servios extraordinrios, de modi-ficaes no projeto ou alteraes relativas qualidade, segurana e a outras, de modo a subsidiar a deciso final por parte da Administrao;

    25. informar Unidade Financeira, prvia e formalmente, quando do trmino da vigncia do contrato, a liberao da garantia contratual em favor da contratada;

    26. receber as etapas de obra, servios ou fornecimentos mediante medies precisas e de acordo com as regras contratuais;

    27. apresentar, mensalmente ou quando solicitado, relatrio circunstanciado de acompanhamento de execuo da obra ou do servio contratado;

    28. manter, no local da obra, livro-dirio, e registrar todas as ocorrncias relevantes;

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    29. verificar o cumprimento das obrigaes trabalhistas por parte da contratada;

    30. estabelecer prazo para correo de eventuais pendncias na execuo do contrato e informar autoridade compe-tente ocorrncias que possam gerar dificuldades conclu-so da obra ou em relao a terceiros, cientificando-a competente da possibilidade de no concluso do obje-to na data aprazada, com as devidas justificativas;

    31. determinar que o contratado d incio correo dos defeitos ou desconformidades com o ajustado, constatados durante a execuo do objeto ou aps o recebimento provisrio, fixando prazo para o trmino da correo;

    32. informar Administrao as ocorrncias relacionadas com a execuo do contrato que ultrapassarem a sua com-petncia de atuao, objetivando a regularizao das faltas ou defeitos observados;

    33. observar, complementarmente, no caso de servios ter-ceirizados, as obrigaes abaixo:

    a) fazer contato com as unidades administrativas usurias dos servios, a fim de verificar os procedimentos de con-trole que esto executando, conscientizando-as do com-promisso de prestar informaes corretas;

    b) controlar e acompanhar a frequncia mensal dos profis-sionais alocados;

    c) fazer o levantamento por meio de relatrios de acompa-nhamento das unidades, conciliando as informaes e re-gistrando-as no relatrio de acompanhamento mensal do contrato;

    d) elaborar o relatrio de acompanhamento mensal do con-trato, de maneira concisa e clara, de forma que no pairem dvidas quanto s informaes e interpretaes ali regis-tradas, definindo-se, quando possvel, o clculo do descon-to das horas ou dias no trabalhados pelos profissionais ou encarregados, como tambm as penalidades e retenes/glosas aplicadas contratada nos termos do contrato;

  • 32 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    e) observar a compatibilizao das informaes referentes ao perodo abrangido pelo controle de frequncia adotado pela contratada;

    34. informar unidade de programao oramentria e fi-nanceira, at 15 de dezembro de cada ano, as obrigaes financeiras no liquidadas no exerccio, visando obten-o de reforo, cancelamento e/ou inscrio de saldos de empenho conta de restos a pagar;

    35. encaminhar unidade de programao oramentria e financeira at o ms de novembro de cada exerccio os pe-didos de emisso de empenhos para os contratos ainda em vigor no exerccio seguinte;

    36. acompanhar o saldo dos empenhos efetuados, solici-tando seu reforo, quando necessrio, e desde que haja prvia aprovao da despesa, bem como acompanhar o saldo contratual, mantendo sempre a rea financeira e oramentria informada acerca de pagamentos eventu-almente pendentes;

    37. encaminhar rea financeira, no incio de exerccio finan-ceiro, pedido de reforo ou novo empenho, para fazer face s despesas correntes;

    38. comunicar unidade competente, formalmente, irregula-ridades cometidas e sugerir a penalidade, aps os contatos prvios com a contratada;

    39. receber, provisria e definitivamente, as aquisies, obras ou servios sob sua responsabilidade, mediante recibo ou Termo Circunstanciado, quando no for designada Co-misso de Recebimento ou outro servidor;

    40. atualizar, mensalmente, as informaes relativas a mo de obra efetiva junto unidade competente para fins de publicao no Portal da Transparncia;

    41. prestar, no prazo estipulado, as informaes requeridas pelas unidades administrativas do STJ, AGU, TCU, r-gos do Poder Judicirio, rgos de fiscalizao e demais

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    entidades relativas ao objeto do contrato, devendo tais informaes serem transmitidas aos referidos rgos pela autoridade competente;

    42. dar incio s providncias de nova contratao, observando o disposto no item 11.4 da parte II deste Manual, quando for o caso;

    43. manter, em arquivo prprio, todas as observaes relativas a Contratos de mesma natureza feitas pela Assessoria Jurdica e pelo Controle Interno;

    44. entregar, ao Setor de Protocolo Administrativo, todos os pedidos formulados pela empresa contratada;

    45. encaminhar Unidade Financeira, aps anlise, os pedidos de restituio de garantia, devendo encaminhar Unidade de Compras os pedidos de outra natureza.

    5.1 Diretrizes teis ao gestor de contrato

    Sugerem-se as seguintes diretrizes ao gestor de contrato:a) leitura do ato de designao para conferncia de dados;b) leitura do edital e do contrato, com ateno especial para

    clusulas que disponham sobre:- objeto;- forma de execuo;- condies de entrega;- prazo de vigncia do contrato;- prazo de vigncia da garantia contratual;- condies de pagamento;- prazo de execuo;- prazos de pagamento;- penalidades;- leitura dos arts. 55 a 88 da Lei n 8.666/93;- no caso de servios, em geral, e obras, a leitura do Projeto

    Bsico e, se j tiver sido elaborado, o Projeto Executivo;- no caso de servios, em geral, e obras, conhecer a conveno

    coletiva de trabalho da respectiva categoria profissional;c) agendar datas e prazos de:

    - trmino de etapas ou parcelas do contrato;

  • 34 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    - trmino da vigncia do contrato;- trmino da garantia contratual;- pagamento;- vencimento de seguro adicional, se houver, na forma do

    art. 56, 4, da Lei n 8.666/93;- retorno dos bens que forem retirados da Administrao

    com obrigao de devoluo;

    d) solicitar consulta ao rgo Jurdico do Tribunal, em caso de relevante dvida jurdica, ao Diretor-Geral, via unida-de administrativa;

    e) observar as recomendaes da Assessoria Jurdica e da Secretaria de Controle Interno, acaso existentes, nos autos da contratao anterior com o mesmo objeto ou em banco de dados, seja na elaborao do Projeto Bsico/Termo de Referncia, seja na sua conferncia.

    5.2 Das vedaes vedado ao gestor de contrato:a) exercer poder de mando sobre os empregados da contra-

    tada, reportando-se somente aos prepostos e responsveis por ela indicados;

    b) promover acertos verbais com o contratado.

    vedado a qualquer servidor ou dirigente do Tribunal:a) exercer poder de mando sobre os empregados da contra-

    tada, reportando-se somente ao gestor do contrato;b) interferir nos trabalhos do gestor do contrato, influenci-lo

    direta ou indiretamente para que pratique ato contra ex-pressa disposio de Lei ou preceito tico, ou seja, omisso em relao a dever funcional;

    c) manter contato com o contratado, visando obter bene-fcio ou vantagem, direto ou indireto, inclusive para terceiro;

    d) indicar pessoal para ser admitido pela contratada, ainda que seja para prestar servio em outro contrato ou outra empresa do mesmo grupo.

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    6 Responsabilidades

    O gestor do contrato, por fora de atribuies formalmente estatudas, tem particulares deveres que, se no cumpridos, pode-ro resultar em responsabilizao civil, penal e administrativa. A Lei n 8.112/90, em seu art. 127, prev as penalidades disciplinares a serem aplicadas aos servidores pelo exerccio irregular de atribui-es a eles afetas, que so:

    a) advertncia;b) suspenso;c) demisso;d) cassao de aposentadoria ou disponibilidade;e) destituio de cargo em comisso;f) destituio de funo comissionada.Na aplicao dessas penalidades, sero consideradas a

    natureza e a gravidade da infrao cometida, bem como os danos que dela provierem para o servio pblico. As sanes administra-tivas podero cumular-se com as sanes civis e penais, sendo inde-pendentes entre si.

    De acordo com o art. 122 da Lei n 8.112/90, a responsabilidade civil decorre de ato omisso ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuzo ao errio ou a terceiros.

    No que se refere responsabilidade penal, esta abrange os crimes e as contravenes imputadas ao servidor nessa qualidade, conforme preconiza o art. 123 da citada Lei. Se a comisso de sindi-cncia ou de processo administrativo disciplinar concluir que a infra-o constitui ilcito penal, os autos sero encaminhados ao Ministrio Pblico. So crimes contra a Administrao Pblica: improbidade administrativa, aplicao irregular de dinheiro pblico, leso aos cofres pblicos e dilapidao do patrimnio nacional e corrupo.

    7 Contratao de fiscal de contrato A Lei de Licitaes e Contratos autoriza a Administrao P-

    blica a contratar profissional ou empresa para assistir ou subsidiar o gestor do contrato na fiscalizao e gesto dos contratos, conforme disposto no art. 9, III, 1, c/c art. 13, IV da Lei n 8.666/93.

    Quando entender necessria a contratao de profissio-nal para subsidi-lo na fiscalizao e gesto dos contratos, deve o gestor formular pedido devidamente fundamentado Unidade Administrativa e Financeira, que subsidiar, conforme o caso, a deciso discricionria do Diretor-Geral.

  • Parte IIA Gesto de Contratos

    Sumrio: 1 Definio 2 Boa gesto 3 Formalizao da gesto 3.1 Documentao 3.2 Um s processo sem arquivos paralelos 3.3 Um s processo e um s Livro de Registros do Contrato 3.4 Arquivo para consulta do gestor do contrato 3.5 Forma e autuao dos documentos 3.6 Livro de Registros do Contrato 3.6.1 Sobre a relao do contratado com seus empregados 3.6.2 Sobre a relao do contratado com o Tribunal 3.6.3 Sobre a relao do contratado com outros rgos pblicos 3.6.4 Recusa do preposto em assinar o Livro de Registros do Contrato ou cincia de comunicao 3.7 Dos registros pertinentes ao SICAF 4 Obrigaes a serem exigidas da empresa a ser contratada 5 Execuo das prestaes do contrato 6 Pagamento 6.1 Documentos fiscais 6.2 Atesto do cumprimento das obrigaes 6.3 Processo de pagamento 7 Prazos 8 Garantias 8.1 Garantia tcnica 8.2 Garantia contratual 9 Estimativa de custos 10 Contratao emergencial 11 Alteraes contratuais 11.1 Alteraes unilaterais 11.2 Alteraes por acordo entre as partes 11.3 Acrscimos e supresses 11.4 Prorrogao da vigncia do contrato 11.5 Termo Aditivo 11.6 Termo de Apostilamento 12 Equilbrio econmico-financeiro 13 Reajuste de preos 14 Repactuao 15 Penalidades 15.1 Regras comuns a todas as penalidades 15.2 Advertncia 15.2.1 Procedimento 15.2.1.1 Notificao e defesa 15.2.1.2 Forma e execuo 15.2.2 Recurso 15.3 Multa 15.3.1 Procedimento 15.3.1.1 Notificao e defesa 15.3.1.2 Valor 15.3.1.3 Forma e execuo 15.3.2 Recurso 15.4 Suspenso do direito de licitar e contratar 15.4.1 Procedimento 15.4.1.1 Notificao e defesa 15.4.1.2 Forma e execuo 15.4.2 Recurso 15.5 Declarao de inidoneidade 15.5.1 Procedimento 15.5.1.1 Notificao e defesa 15.5.1.2 Forma e execuo 15.5.2 Recurso pedido de reconsiderao 15.6 Impedimento de licitar e contratar 16 Recebimento do objeto 16.1 Prazo para recebimento 16.2 Forma de recebimento

    1 DefinioA gesto de contratos o procedimento que visa assegurar

    a efetividade da proposta mais vantajosa contratada pela Administrao Pblica na licitao e na contratao direta sem licitao.

  • 40 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    O xito de todo o procedimento anterior de seleo pode ficar comprometido se, no desenvolvimento do contrato, no forem adotadas as cautelas necessrias para preservar o interesse pblico. A fiel observncia das clusulas do contrato e a estrita vinculao ao ato convocatrio e proposta so fatores que garantem a isonomia dos licitantes. Por esse motivo, os rgos de controle externo da Administrao Pblica condenam com veemncia o gestor pblico que, depois de assinado o contrato, a pretexto de exercer o poder discricionrio, promove alteraes, afetando, por via oblqua, as regras da prpria convocao e ferindo o princpio da isonomia.

    2 Boa gestoQuando um contrato bem gerido pela Administrao

    Pblica, muitos erros so corrigidos e danos so evitados.

    Por esse motivo, escolher os profissionais com o perfil certo e qualific-los mediante um curso de capacitao feito no prprio rgo, com servidores mais qualificados e experientes, ou mediante processo de contratao de treinamento externo, mostra-se indispensvel.

    A imagem do Tribunal, da Administrao Pblica e de seus servidores depende, em boa parte, do correto desenvolvimento de atividades como a Licitao e a gesto de contratos, muitas vezes prejudicadas por fortes tenses, decorrentes da urgncia do atendimento, impreciso na definio do objeto e valores envolvidos. Embora seja verdadeira a assertiva de que a boa gesto depende de providncias anteriores como a correta definio do objeto Projeto Bsico, Termo de Referncia, edital preciso e claro, proposta consistente e honesta, contrato sem clusulas dbias , tambm possvel afirmar que a presena de um gestor competente consegue inibir a ocorrncia de problemas e at remediar alguns erros dos procedimentos antecedentes.

    3 Formalizao da gestoComo regra, a Lei de Licitaes e Contratos inverteu a

    presuno de legitimidade, significando que os responsveis pela gesto de contratos tm o dever de demonstrar a legalidade e regularidade dos atos que praticarem.

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    A formalizao da gesto, preliminarmente, ocorre com a indicao da unidade gestora feita no corpo do Projeto Bsico ou Termo de Referncia e, posteriormente, ocorre a designao do gestor por meio de portaria.

    3.1 DocumentaoO gestor de contratos deve juntar aos autos do processo todos

    os documentos necessrios comprovao da regular execuo do contrato, inclusive:

    - notas fiscais e faturas;- medies realizadas;- certides apresentadas;- notas tcnicas;- laudos de vistorias tcnicas;- memorandos, ofcios, e-mails e correspondncias recebidas

    e expedidas contratada;- formulrios preenchidos;

    - documentos comprobatrios do cumprimento das obriga-es trabalhistas, no caso de contratos de terceirizao;

    - demais documentos elencados nas clusulas de fatura-mento e pagamento de cada contrato, exemplo da folha de pagamento e comprovantes de contribuio de FGTS e INSS.

    O acompanhamento constante possibilita a correo de eventuais irregularidades no tempo certo, como colocado neste Manual.

    3.2 Um s processo sem arquivos paralelosPor fora da Lei n 8.666/93, somente pode haver um

    processo de contratao. Desse modo, no podem ser criados arquivos paralelos, exceo do arquivo eletrnico do Livro de Registro do Contrato e da reunio de cpias daqueles documentos estritamente necessrios, juntando-se aos autos principais todos os documentos originais relacionados ao contrato.

  • 42 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    O processo de pagamento, tratado no item 6.3, parte II deste Manual, deve ser autuado to somente para processamento e registro dos pagamentos atinentes ao processo principal, no constituindo em processo paralelo de contratao, sendo vinculado eletronicamente ao principal aps o trmino de sua tramitao.

    O processo de pagamento, com o advento do processo eletrnico, pode se destacar provisoriamente do processo de contratao, a fim de facilitar e agilizar o trmite de pagamento dos processos sem correr risco de perda de prazos avenados no cronograma fsico-financeiro do contrato.

    Os processos de pagamento so autuados anualmente e a solicitao de autuao feita pela Unidade de Oramento e Finan-as. Essa unidade solicita autuao do processo de pagamento e insere o Termo Contratual, Termos Aditivos e portaria de desig-nao do gestor/Comisso de Recebimento e notas de empenho.

    O processo de pagamento deve ser mantido no decorrer do exerccio sob a guarda do gestor. Cabe ao gestor anexar ao processo de pagamento o documento de cobrana, devidamente atestado, e demais documentos exigidos e encaminh-los Unidade Oramentria com solicitao de pagamento.

    O processo de pagamento, ao final do exerccio financeiro, deve ser encaminhado Unidade Oramentria com informao acerca de inexistncia de pendncia de pagamento, necessria para que se possa fazer o cancelamento de empenhos inscritos em restos a pagar.

    Importante destacar que, ao final da contratao, ser necessrio agrup-lo por apensao ou em pacotes de processos eletrnicos para dar cumprimento aos preceitos legais.

    3.3 Um s processo e um s Livro de Registros do Contrato

    Nessa hiptese, deve-se considerar que somente o processo de contratao auditado pelos rgos de controle documentos soltos ou desvinculados do arquivo eletrnico principal, pastas e livros guardados em gavetas, armrios e canteiro de obras no tm valor probante.

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    Logo, para demonstrar zelo pela funo de gestor do contrato, o servidor deve encaminhar imediatamente todos os documentos para integrar o processo de contratao e colocar neste um termo por escrito declarando se h ou no o arquivo eletrnico do Livro de Registros do Contrato e onde est arquivado. Desse modo, durante a execuo de uma auditoria, o servidor que receber o agente de controle deve chamar a ateno para a existncia do nico registro em paralelo, que por lei tem valor de prova: o arquivo eletrnico do Livro de Regis-tros do Contrato, e que, conforme termo expressamente colocado no processo principal, est em poder do gestor do contrato ou se j encer-rado o contrato apensado ou agrupado ao prprio processo principal.

    Quando o contrato se prolonga por mais tempo, aqui definido como razovel, mais de 3 (trs) meses, o processo ter vrias tramitaes e, por esse motivo, para ter fcil acesso in-formao, conveniente que o gestor do contrato tenha cpia de alguns documentos.

    Diante da necessidade de providncias inadiveis, se os autos do processo de contratao estiverem em outras unidades do Tribunal, deve-se requerer a tal unidade a devoluo do processo para a adoo das medidas pertinentes.

    No caso de o processo estar em outra rea tambm para tratativas urgentes deve o gestor do contrato, de posse das cpias que possuir, adotar as providncias formalmente necessrias, para dar consecuo soluo do caso, juntando ao processo de contratao, quando esse retornar, tudo o que foi produzido.

    Lembre-se: ningum dono dos autos, o processo pertence ao rgo e dever de todos contribuir para a boa instruo do mesmo. Por isso, a colaborao e a compreenso so fundamentais.

    3.4 Arquivo para consulta do gestor do contrato5Decidindo pelo arquivo eletrnico paralelo provisrio,

    dever providenciar:

    5 Possivelmente essas informaes estaro disponveis no Portal do Gestor.

  • 44 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    - cpia do edital/Ato Convocatrio e seus Anexos (p. ex. Projeto Bsico, descrio dos servios, cronograma fsico-financeiro provisrio e/ou definitivo);

    - cpia da proposta da contratada;- cpias do contrato administrativo e de seus Termos Aditi-

    vos e apostilamentos;- cpia da nota de empenho;- cpia(s) do(s) Formulrio(s) de Gesto Contratual apli-

    cado(s);- cpia de todos os documentos alusivos gesto do contra-

    to, inclusive das correspondncias expedidas e recebidas;- cpia das convenes coletivas de trabalho, se for o caso.Lembre-se: este arquivo paralelo no tem fora probante,

    serve apenas para consulta do gestor do contrato, no podendo conter documentos originais, visto que esses documentos devem estar inseridos nos autos do processo principal.

    3.5 Forma e autuao dos documentos6Quanto forma e autuao dos documentos, sugere-se:- o gestor do contrato deve evitar manter a posse de

    documentos. No s pelo risco de perda, extravio e danificao, quanto pela irregularidade que constitui no estar juntado ao processo de contratao;

    - quando se tratar de documentos oferecidos em cpia, o gestor do contrato deve pedir a apresentao do original para confronto, inserindo no documento ou verso a inscrio: o original me foi apresentado para verificao, mostrando-se em aparente conformidade, seguido de local, data, assinatura, cargo e matrcula;

    - quando a cpia vier autenticada por cartrio, por junta comercial, conselho profissional, CREA, por exemplo, ou rgo pblico, dispensvel o procedimento previsto no subitem anterior;

    - o gestor do contrato deve providenciar a imediata juntada aos autos do processo de contratao dos documentos que receber. A juntada dever ser feita pelo prprio gestor

    6 O Portal do Gestor encontra-se ainda em fase de implementao.

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    do contrato ou pelo servidor que estiver com a carga do processo, de acordo com as normas do Tribunal a respeito;

    - o gestor do contrato deve emitir por escrito todas as suas ordens, bem como as respostas aos pedidos e comunicaes da empresa contratada;

    - o gestor do contrato deve exigir, quando for o caso, que a contratada apresente os comprovantes de coletas de preos, alm de faturas, notas e outros documentos, relativos a despesas de custos variveis, previstos no contrato.

    3.6 Livro de Registros do Contrato7A Lei de Licitaes e Contratos impe que o gestor do con-

    trato promova registro prprio para anotar as ocorrncias relevantes da gesto. analisando esse documento eletrnico que o controle pode concluir se um gestor do contrato agiu ou no com responsa-bilidade no desempenho de suas funes.

    Recomenda-se o uso do arquivo eletrnico do Livro de Re-gistros do Contrato nas seguintes situaes:

    - servios a serem executados de forma contnua;- obras;- contratos de grande vulto.8

    Dispensa-se o uso do arquivo eletrnico do Livro de Regis-tros do Contrato nos demais casos.

    Quando for necessrio registrar atos e fatos e no for utilizado o arquivo eletrnico do Livro de Registros do Contrato, a anotao ser realizada por meio de formulrio ou memorando em 2 (duas) vias, sendo uma para o contratado e a outra autuada no processo eletrnico principal, mediante Termo de Juntada.

    Documentos, comunicaes, recibos, e tudo mais que estiver envolvido com o controle de cumprimento dos prazos, esto sob a responsabilidade e controle do gestor do contrato e devem compor o processo principal. No arquivo eletrnico dever constar mera anotao de cada ocorrncia.7 O Portal do Gestor encontra-se ainda em fase de implementao.8 Art. 6, V, da Lei n 8.666/93 Obras, servios e compras de grande vulto aquelas cujo

    valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alnea c do inciso I do art. 23 desta Lei;

  • 46 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    O arquivo eletrnico do Livro de Registros do Contrato ser processado com arquivos e digitalizao de documentos, que sero anexados no final de cada exerccio ou contrato ao processo principal.

    Devem ser anotadas as principais ocorrncias no arquivo

    eletrnico do Livro de Registros do Contrato, diariamente ou mensalmente, conforme a frequncia. O registro da atuao da empresa relativa ao contrato exigido conforme o art. 36, 2, da Lei n 8.666/93.

    Sempre que o gestor do contrato for substitudo, ainda que em carter eventual, deve-se lembrar de entregar os registros dos contratos ao substituto.

    O gestor do contrato deve providenciar Termo de Anotao da existncia do arquivo eletrnico do Livro de Registros do Contra-to para ser juntado ao processo principal, esclarecendo como sero feitos os registros e, at o trmino do contrato, onde se localizaro os arquivos correspondentes.

    A seguir, classificam-se os registros em trs categorias, conforme subttulos prprios.

    3.6.1 Sobre a relao do contratado com seus empregados

    - pagamento aos empregados fora da data estipulada;- vale transporte;- se previsto em conveno coletiva ou no contrato: cesta bsica; uniforme; outros benefcios e vantagens.Tambm deve ser anotada a forma como o gestor do contrato

    realiza a verificao do cumprimento das obrigaes trabalhistas e previdencirias.

    3.6.2 Sobre a relao do contratado com o Tribunal- bloqueio temporrio e reativao no SICAF por meio dos

    rgos internos do Tribunal;- atraso na entrega de materiais e servios;- entrega de materiais e servios fora da especificao;

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    - multa (inc. II, art. 87, Lei n 8.666/93);- descumprimento total ou parcial de outras clusulas con-

    tratuais;- penalidades e restries impostas.Tambm devem ser anotadas, mesmo que de forma resumi-

    da, as atas das reunies realizadas com o representante da contrata-da, juntando-se aos autos respectivos as negociaes estabelecidas para a eficiente execuo contratual. conveniente remeter cpia para a Administrao.

    Ao recomendar a regularizao ou correo de algum ato, deve-se lembrar de estabelecer prazo para soluo dos problemas apontados, bem como de dar cincia do fato a quem o deva resolver.

    Da mesma forma, importante colher a assinatura do preposto da contratada para instruir o possvel procedimento de sano contratual.

    3.6.3 Sobre a relao do contratado com outros rgos pblicos

    - descumprimento de normas referentes segurana e medi-cina do trabalho;

    - descumprimento de normas ambientais;- descumprimento de normas relativas a obrigaes traba-

    lhistas;- notificaes e multas recebidas e a situao referente a pa-

    gamentos de impostos, contribuies e taxas.

    3.6.4 Recusa do preposto em assinar o Livro de Registros do Contrato ou cincia de comunicao

    Pode, eventualmente, o preposto da empresa contratada se recusar a assinar o documento a ser acostado ao processo eletrnico.

    necessrio esclarecer-lhe que, normalmente, se solicita a cincia da empresa sobre os registros que so realizados e que a condio de preposto implica representar a empresa nos atos praticados no mbito da Administrao Pblica.

  • 48 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    Deve ser permitido, todavia, que o preposto faa alguma ressalva, por meio de documentao parte para descomplicar o processo ou, mesmo, que escreva que est ciente e que no concorda com tal ou qual providncia. Se pretender alongar-se no texto, faz-se necessrio orient-lo a apresentar suas declaraes em separado.

    Se for, no entanto, indispensvel que tome cincia logo e se houver recusa, o gestor do contrato dever registrar o fato no pr-prio arquivo do Livro de Registros do Contrato, informando a data, horrio e local da recusa e, sempre que possvel, as circunstncias e pessoas presentes ao fato.

    Ato contnuo, o gestor dever remeter a comunicao por escrito, em carta com Aviso de Recebimento (AR), ou outro meio de-finido no edital ou no contrato, para o estabelecimento do contratado. Analisar, em seguida, se o caso de pedir a troca do preposto.

    3.7 Dos registros pertinentes ao SICAF9O assunto regulado pela Instruo Normativa SLTI/

    MPOG n 2, de 11 de outubro de 2010, disponvel no site , e pelo Decreto n 3.722, de 09 de janeiro de 2001, alterado pelo Decreto n 4.485, de 25 de novembro de 2002.

    4 Obrigaes a serem exigidas da empresa a ser contratada

    O gestor de contrato tem inmeras atribuies. Dentre elas, a de exigir, da empresa contratada, o cumprimento das obrigaes estabelecidas no instrumento contratual e na legislao.

    Podem-se destacar as seguintes obrigaes a serem exigidas da empresa a ser contratada:

    1. fornecer a relao nominal dos profissionais e encarregados postos disposio, para a realizao dos servios, infor-mando sobre a ocorrncia de demisses e substituies (os profissionais e encarregados que executam efetivamen-te os servios devero fazer parte da relao analtica da folha de pagamento da contratada);

    9 O Portal do Gestor encontra-se ainda em fase de implementao.

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    2. manter seus empregados sujeitos s normas disciplinares do STJ;

    3. encaminhar, at o 5 (quinto) dia, aps o final do perodo do controle da frequncia, a respectiva relao analtica da folha de pagamento dos profissionais. Ocorrendo o con-trole da frequncia por quinzenas (da segunda quinzena de um ms, primeira quinzena do ms seguinte), o des-conto das faltas e penalidades, se for o caso, dever constar na fatura do ms de referncia;

    4. fornecer, sempre que solicitado pelo contratante, cpia integral da folha de pagamento;

    5. substituir prontamente os profissionais faltosos, por meio de seus encarregados. Havendo faltas justificadas, como definidas na Conveno Coletiva, o controle da assi-duidade ser de responsabilidade da contratada. A no substituio dos faltosos, de forma imediata, ter como consequncia, alm do desconto das horas ou dias no trabalhados e de adicionais, as penalidades definidas no contrato (o desconto das faltas e dos adicionais ser cal-culado pelo custo total do profissional ou encarregado, registrado na planilha de custos);

    6. apresentar, quanto aos substitutos dos profissionais faltosos, cpia da CTPS10 e documento individualizado de encaminhamento da contratada, contendo o seu nome e respectivo nmero do CPF. Esse documento ser retido na respectiva unidade da contratante, com o objetivo de formalizar as substituies (no caso do encarregado, o encaminhamento ser ao gestor do contrato);

    7. providenciar a confirmao da frequncia dos profissio-nais. Tal confirmao dever ser efetuada pelo respons-vel pelo controle dos servios, na unidade da contratante, por meio de carto de frequncia, com acompanhamento do encarregado da contratada;

    8. responsabilizar-se por danos causados aos equipamentos e/ou outros bens de propriedade do contratante, ou de terceiros, ocasionados por seus empregados, em virtude de dolo ou culpa, quando na execuo do objeto contratado;

    10 Importante verificar na CTPS se o substituto foi contratado para exercer as mesmas ati-vidades do substitudo.

  • 50 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    9. fornecer, sem nus adicionais, uniformes completos aos empregados destacados para a prestao dos servios, bem como todos os equipamentos de proteo individual e coletiva sempre que necessrio execuo dos servios;

    10. corrigir, s suas expensas, todos os servios executados em que se verificarem imperfeies, vcios ou incorre-es, dentro do prazo estipulado, em cada caso, pelo con- tratante.

    5 Execuo das prestaes do contratoAs formas de execuo devem estar previamente definidas,

    devendo ser observados, dentre outros:- a forma em que o objeto ser solicitado (requisio por es-

    crito, e-mail, fax, ofcio, etc.); - dias e horrios da execuo do objeto;- locais de execuo do objeto;- fases de execuo do objeto.Importante destacar: o incio da execuo dos servios, ou da

    obra contratada, pode ou no coincidir com o incio da vigncia do contrato.

    O inciso IV, do art. 55 da Lei n 8.666/93 estabelece ser clu-sula necessria em todo o contrato o estabelecimento de prazo de incio de etapas de execuo, de concluso, de entrega, de observa-o e de recebimento definitivo.

    No caso de omisso no contrato de cronograma fsico-financeiro, que determinaria o incio da execuo contratual, pode ser estabelecida, pelo Tribunal, uma rotina de expedio de Ordem de Servio, com data, para demarcar o incio da contagem do prazo contratualmente estabelecido.

    No caso de fornecimento de material com entrega nica, o recebimento da nota de empenho demarcar o incio da contagem do prazo estabelecido para a entrega, caso no haja instrumento de contrato.

    Tudo depender de avaliao a ser feita pelo Tribunal a respeito da necessidade imediata, ou, conforme o caso, em data a ser predefinida, do fornecimento do produto ou da prestao dos servios ou, ainda, realizao da obra.

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    No caso em que o contrato novo substituir o contrato vigente, deve-se aguardar o encerramento da vigncia do contrato anterior para que tenha consecuo o novo, mas essa avaliao deve ser feita caso a caso.

    Nessas hipteses, o fato de a vigncia ser alterada, sempre por intermdio de Termo Aditivo ao contrato, deve ser registrado nos autos.

    6 Pagamento6.1 Documentos fiscais

    Os documentos fiscais referentes aos contratos de prestao de servios e/ou fornecimento de material devem ser recebidos e atestados pelo gestor do contrato e encaminhados Unidade de Pagamento para os devidos trmites.

    O gestor do contrato, ao atestar o documento fiscal, est declarando que o servio ou material a que ele se refere foi satisfatoriamente prestado ou fornecido e que seu valor est em conformidade com o Termo Contratual.

    Aps o atesto, os documentos de cobrana devem ser enca- minhados Unidade Financeira no prazo de at 02 (dois) dias teis.

    Quando se tratar de fatura/nota fiscal de telefonia, gua, luz ou assemelhados, com a data de vencimento expressa no corpo do documento, este deve ser encaminhado rea financeira com a antecedncia mnima de 05 (cinco) dias teis da data prevista para o pagamento. Caso a fatura/nota fiscal seja encaminhada fora do prazo supracitado, e no haja possibilidade de efetuar seu pagamento na data aprazada, ela ser restituda ao gestor para as providncias necessrias prorrogao do prazo de vencimento.

    O documento fiscal, aps anlise da Unidade Financeira, poder eventualmente ser devolvido ao gestor para que ele interaja junto contratada, objetivando a substituio ou correo do documento fiscal.

    Caso os documentos fiscais sejam encaminhados sem que a documentao estipulada em contrato esteja completa, sero solicitadas ao gestor as providncias necessrias complementao da documentao, possibilitando, assim, a liquidao e pagamento.

  • 52 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    Checklist do gestor para efetuar o pagamento:- verificar se o servio ou material foi satisfatoriamente pres-

    tado ou fornecido e que seu valor est em conformidade com o Termo Contratual;

    - atestar o documento fiscal e encaminhar Unidade de Pagamento para os devidos trmites at dois dias antes de seu vencimento;

    - verificar se todos os documentos exigidos na clusula de faturamento e pagamento foram apresentados pela contratada;

    - acompanhar em conjunto com a contratada a conta vinculada aberta para depsito das provises de encargos trabalhistas, previstos no Termo Contratual.

    6.2 Atesto do cumprimento das obrigaesIncumbe ao gestor do contrato atestar as faturas, isto , decla-

    rar o cumprimento da obrigao. no ato do atesto que se expem ressalvas, retenes ou glosa-se a despesa pela irregular execuo.

    Frise-se que o atesto s dever ser produzido mediante rigorosa avaliao do gestor de todos os documentos trazidos pela empresa contratada, a fim de verificar a regularidade destes.

    Ao gestor do contrato incumbe:- atestar a prestao do servio, a entrega de material/

    equipamentos ou a concluso das etapas de obras e servios de engenharia (de acordo com o cronograma e a planilha de avaliao de servios executados previstos no contrato);

    - verificar, com o auxlio da rea de oramento e finanas, a adequao dos tributos incidentes na fatura e a correo das retenes que so indicadas.

    A atestao a declarao aposta no verso da primeira via da nota fiscal, declarando a regular execuo do contrato.

    Deve constar do atesto a data em que se deu a execuo do objeto do contrato, a assinatura, o nome legvel e a identificao da funo de gestor do contrato.

    O gestor do contrato que realizar o recebimento provisrio no dever ser encarregado do recebimento definitivo com

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    exclusividade, mas pode integrar a comisso na condio de membro.

    Como regra, os contratados conhecem o prazo de entrega do objeto, dispensando-se a prvia notificao do exaurimento do prazo pelo gestor do contrato.

    Vencido o prazo de cumprimento da obrigao, recomen-dvel que o gestor do contrato notifique a empresa sobre o venci-mento do prazo.

    Nesse caso:- a notificao deve deixar claras: a data do vencimento do

    prazo da obrigao e a concesso ou no de novo prazo para o cumprimento da obrigao;

    - o recebimento do objeto fora do prazo far-se- sem prejuzo da aplicao de penalidade;

    - a penalidade cabvel para o atraso a de multa e, se houver outros motivos alm do atraso, essa poder ser ou no cumulada com outras sanes, na forma permitida pelo art. 87, 2 da Lei n 8.666/93.

    No ato de notificao, devero ser transmitidas instrues sobre a forma e protocolizao da resposta notificao.

    Se for concedido novo prazo, justificado ou no o atraso, o material s poder ser recebido mediante autorizao expressa da Administrao. Nessa hiptese, deve ser agilizado o procedimento para evitar transtornos Administrao, com material depositado em local provisrio, e transtornos tambm ao contratado, pela incerteza do recebimento.

    Em relao ao recebimento do objeto, compete ao gestor do contrato:

    - testar o correto funcionamento de equipamentos e registrar a conformidade em documento que ser emitido em 2 (duas) vias assinadas pelas partes: a primeira para o fornecedor, a segunda para juntar ao processo respectivo;

    - receber, provisria ou definitivamente, o objeto mediante emisso de recibo ou Termo Circunstanciado assinado pelos representantes das partes interessadas.

    Observar, quando do recebimento do documento fiscal:- se foi emitido em nome do Tribunal;- se est datado;

  • 54 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    - se o material ou servio est especificado, conforme as discriminaes da nota de empenho e/ou contrato;

    - se o valor confere (unitrio e total);- se a nota fiscal foi emitida em, no mnimo, 02 (duas) vias

    e dentro do prazo de validade para emisso. Caso esteja vencida, exigir da contratada a troca do documento ou revalidao;

    - se no houver rasuras ou erros nos dados da nota fiscal/fatura dar o atesto, se esses documentos apresentarem erros ou rasuras, exigir a sua troca.

    Na hiptese de contrato, cuja execuo ocorra de forma descentralizada, dever o gestor dar o seu atesto aps receber informaes e documentos dos responsveis pelas unidades onde os servios/obras esto sendo executados.

    Recomenda-se o prazo de at 24 (vinte e quatro horas) para atestar as faturas nas hipteses de contrataes com fulcro no art. 24, inciso II, tendo em vista que pela Lei de Licitaes e Contratos, art. 5, 3, o prazo limite para pagamento de 05 (cinco) dias teis.

    Nos demais casos, verificado o cumprimento do cronograma fsico-financeiro, dever ser emitido em at 05 (cinco) dias teis, tendo em vista que, pela Lei de Licitaes e Contratos, art. 40, inc. XIV, a, o prazo limite para pagamento de 30 (trinta) dias consecutivos.

    6.3 Processo de pagamento O processo de pagamento, para cada ano de exerccio

    oramentrio/financeiro, aberto na Unidade Oramentria, contendo o contrato, os Termos Aditivos, notas de empenho, portaria do gestor e demais documentos necessrios tramitao.

    Os processos de pagamento so abertos para cada ano e todos os pagamentos realizados naquele ano estaro presentes neste processo.

    Haver um processo apenas de contratao e, no mximo, um processo de pagamento por exerccio financeiro.

    Aps o recebimento do processo de pagamento e anlise dos documentos fiscais, em confronto com o Termo Contratual e com a legislao vigente, a rea financeira providenciar a juntada aos

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    autos de toda a documentao obrigatria para o pagamento, com os lanamentos contbeis no Sistema Integrado de Administrao Financeira do Governo Federal (SIAFI).

    Aps sua abertura enviado ao gestor para a juntada das notas fiscais e demais documentos de faturamento. Findo o recebi-mento e juntada dos documentos o gestor envia o processo digital Unidade Oramentria para liquidao e pagamento da nota fiscal.

    Importante ressaltar que ao trmino de cada exerccio financeiro, ou do contrato, o gestor deve informar acerca de pen-dncias ou no de pagamento e o processo deve ser enviado rea financeira para as providncias de anulao do saldo de em-penho. Caso no haja saldo de empenho a anular, o processo pode ser enviado pela rea responsvel para anlise do controle interno ou para arquivamento.

    7 PrazosO Projeto Bsico ou Termo de Referncia dever prever, de

    acordo com a natureza de seu objeto, dentre outros prazos, os de incio de etapas de execuo, de concluso, de entrega, de testes, observao, garantia tcnica, recebimento definitivo, no caso de fornecimento de bens, o prazo que a contratada ter para entregar os bens solicitados pelo contratante ou para substituir o produto rejeitado.

    8 Garantias8.1 Garantia tcnica

    A contratada obrigada a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, a suas expensas, o objeto do contrato em que se verificarem vcios, defeitos ou incorrees resultantes da execuo ou de materiais empregados. O gestor dever informar o prazo de garantia tcnica pretendido.

    8.2 Garantia contratualO gestor o responsvel pela avaliao da necessidade de

    incluso no Projeto Bsico e Termo de Referncia da exigncia de garantia, nos termos do art. 56 da Lei n 8.666/93, de acordo com a complexidade do objeto do contrato, visando assegurar sua execuo e evitar prejuzos ao patrimnio pblico.

  • 56 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    A garantia contratual poder ser exigida se prevista no ato convocatrio e no contrato. Ser devolvida somente aps execuo e entrega do objeto contratado.

    Importante verificar que se o objeto for acrescido ou suprimido, a garantia deve ser atualizada em igual valor.

    O valor da garantia contratual, caso exigida, no poder exceder a 5% (cinco por cento) do valor do contrato, exceto para obras, servios e fornecimento de grande vulto envolvendo alta complexidade tcnica e riscos financeiros considerveis, demonstrados por meio de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, que o limite da garantia poder ser elevado para at 10% do valor do contrato.

    Caso seja verificada a necessidade de prestao de garantia contratual, o contratado pode optar por uma das seguintes modalidades:

    1. cauo em dinheiro;2. cauo em ttulos da dvida pblica;3. seguro-garantia;4. fiana bancria.O gestor dever autorizar expressa e formalmente, quando

    do trmino da vigncia do contrato, a liberao da garantia em favor da contratada. Cada tipo de garantia tem uma forma prpria para liberao, sendo recomendvel inteirar-se na rea financeira. No caso de garantia prestada em dinheiro, a devoluo ser feita depois de atualizada.

    Importante destacar que a IN/MPOG/SLTI n 02/08, com as alteraes efetuadas pela IN n 03/09, indicou a necessidade de que, quando couber, o instrumento convocatrio dever prever garantia, com validade de 03 (trs) meses aps o trmino da vigncia contratual, devendo ser renovada a cada prorrogao efetivada no contrato, nos moldes do art. 56 da Lei n 8.666/93, para os servios continuados com uso intensivo de mo de obra com dedicao exclusiva, com a previso expressa de que a garantia somente ser liberada ante a comprovao de que a empresa pagou todas as verbas rescisrias trabalhistas decorrentes da contratao.

    Caso esse pagamento no ocorra at o fim do segundo ms aps o encerramento da vigncia contratual, a garantia ser utilizada para o pagamento dessas verbas trabalhistas diretamente

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    pela Administrao, conforme estabelecido no art. 19-A, inciso IV da IN/MPOG/SLTI n 02/08.

    A unidade competente dever exigir da empresa contratada, no prazo estipulado em contrato, a prestao da garantia contratual; bem como deve zelar pela vigncia da garantia durante a execuo do contrato e por sua proporcionalidade ao valor total, solicitando sua complementao quando prorrogado o ajuste ou majorado seu objeto.

    importante destacar a conceituao de trs modalidades de garantia: a garantia legal, a convencional e a do fabricante.

    Garantia legal, como o prprio nome sugere, aquela fixada pela lei. O Cdigo de Defesa do Consumidor, por exemplo, estabelece garantia legal de 30 (trinta) dias, tratando-se de fornecimento de servio e de produtos no durveis e de 90 (noventa) dias para os durveis.

    Garantia convencional, ou contratual, a complementar legal e ser conferida mediante termo escrito. A garantia convencio-nal pode ser estabelecida livremente entre as partes.

    Garantia do fabricante aquela geralmente atrelada ao for-necimento do produto, ou prestao do servio, fixada livremente pelo fabricante, ou pelo prestador do servio, desde que no inferior garantia legal.

    9 Estimativa de custosA Lei n 8.666/93 preceitua que as obras e os servios

    somente podero ser licitados quando existir oramento detalhado em planilhas que expressem a composio de todos os seus custos unitrios.

    O Tribunal de Contas da Unio recomenda que deve a estimativa de custos ser elaborada com base nos preos colhidos em, no mnimo, 3 (trs) empresas do ramo pertinente ao objeto a ser contratado, no mercado em que vai ser realizada a licitao, seja ele local, regional ou nacional.

    Alm disso, sempre que possvel, deve-se verificar os preos fixados por rgo oficial competente, sistema de registro de preos ou os preos vigentes em contratos firmados por outros rgos ou entidades da Administrao Pblica.

  • 58 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    O gestor dever prever a estimativa do impacto orament-rio/financeiro no exerccio em que o contrato entrar em vigor, bem como nos dois anos subsequentes. Exemplo: no caso de aquisio de veculos, devero ser previstos os gastos com seguro, manuteno, combustvel etc.

    10 Contratao emergencialConforme entendimento do TCU, a situao de emergncia

    dever ser devidamente esclarecida, e com a formalizao adequada do processo que a justifique, com demonstrao razovel para a escolha da empresa e dos preos adotados, estando, a sim, fundamentados os argumentos que permitiro a adoo do instituto da dispensa de licitao.

    Para a validade da contratao direta conforme o inciso IV do art. 24 da Lei n 8.666/93 necessria acumulao de 4 (quatro) requisitos:

    - situao emergencial ou calamitosa;- urgncia de atendimento;- risco; e- contratao direta como meio adequado para afastar o

    risco.11Alm desses requisitos imperioso ressaltar que mesmo para

    contratao por emergncia ou calamidade pblica necessrio justificar o preo, em vista do art. 26, pargrafo nico, inciso III, da

    11 A questo sobre a possibilidade de contratao direta de empresas para procederem ao reparo nas rodovias, com base no art. 24, IV, da Lei n 8.666/93, foi exposta pelo TCU no Processo n TC-009.248/1994-3. Deciso n 347/1994 Plenrio. Relator Ministro Carlos tila lvares da Silva.a) alm da adoo das formalidades previstas no art. 26, caput e pargrafo nico, da Lei n 8.666/93, so pressupostos da aplicao do caso de dispensa, preconizado no art. 24, IV, da mesma lei:a.1) que a situao adversa, dada como de emergncia ou de calamidade pblica, no se tenha originado, total ou parcialmente, da falta de planejamento, da desdia admi-nistrativa ou da m gesto dos recursos disponveis, ou seja, que ela possa, em alguma medida, ser atribuda culpa ou dolo do agente pblico que tinha o dever de agir para prevenir a ocorrncia de tal situao;a.2) que exista urgncia concreta e efetiva do atendimento situao decorrente do es-tado emergencial ou calamitoso, visando afastar o risco de danos a bens ou sade ou vida de pessoas;a.3) que o risco, alm de concreto e efetivamente provvel, se mostre iminente e especial-mente gravoso;a.4) que a imediata efetivao, por meio de contratao com terceiro, de determinadas obras, servios ou compras, segundo as especificaes e quantitativos tecnicamente apu-rados, seja o meio adequado, efetivo e eficiente de afastar o risco iminente detectado.

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    Lei n 8.666/93 e observar os princpios basilares, impostos pela Lei de Licitaes, mantendo-se coerncia em relao situao e ao contrato firmado.

    A critrio da autoridade administrativa, podero ser convo-cadas empresas para apresentarem propostas no dia e hora defini-dos, informando que os preos a serem apresentados sero finais e definitivos, ou possibilitando a oferta de lances exclusivamente na sesso de recebimento das propostas.

    11 Alteraes contratuaisOs contratos podero ser alterados, e seu fundamento

    reside no art. 65 da Lei n 8.666/93, desde que haja interesse da Administrao para atender ao interesse pblico. Para que as alteraes sejam consideradas vlidas devem ser justificadas por escrito e previamente autorizadas pela autoridade competente para celebrar o contrato.

    As alteraes podem ser unilaterais ou por acordo entre as partes.

    11.1 Alteraes unilateraisA alterao unilateral pode ocorrer nas seguintes situaes:Alterao qualitativa: quando a Administrao necessitar

    modificar o projeto ou as especificaes para melhor adequao tcnica aos seus objetivos.

    As adequaes tcnicas so necessrias quando ocorre a descoberta de circunstncias no percebidas anteriormente pela Administrao ou quando a soluo tcnica anteriormente adotada no atende mais o fim que se buscava.

    Poder-se- exemplificar com o aparecimento superveniente de uma descoberta cientfica que demonstre a necessidade de inovaes no projeto inicial ou fatos preexistentes, mas somente verificados ao longo da execuo, como uma falha geolgica de terreno, que impede a implantao da obra como inicialmente prevista.12

    12 Acrdo n 2.352/06, Plenrio, rel. Min. Marcos Vincios Vilaa 8. Entendo que pra-ticamente impossvel deixar de ocorrer adequaes, adaptaes e correes quando da realizao do projeto executivo e mesmo na execuo das obras. Mas estas devem se manter em limites razoveis, gerando as conseqncias naturais de um projeto que tem

  • 60 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    Alterao quantitativa: quando for necessria a modificao do valor do contrato em razo do acrscimo ou diminuio nos quantitativos do seu objeto.13

    H de se ressaltar que para haver a alterao quantitativa do contrato esta deve refletir mera modificao quantitativa do objeto, para mais ou para menos, e que este acrscimo ou a diminuio se limite aos parmetros legais.

    Pode-se exemplificar: na execuo de uma obra a Administrao verifica que devem ser acrescidos, ou diminudos, 20 metros quadrados de rea construda, o que determinar um aumento no preo pactuado. Nesse caso, importante assinalar que este aumento deve corresponder a valor que no ultrapasse 50% do valor global do contrato, por se tratar de obra.

    11.2 Alteraes por acordo entre as partesPodem ocorrer, por exemplo:- quando for conveniente substituir a garantia efetuada para

    execuo do contrato;- quando for necessria a modificao do regime de execuo

    da obra ou servios ou do fornecimento;- quando for necessria modificao da forma de pagamento,

    por imposio de circunstncias que surgirem aps a assinatura do contrato, devendo ser mantido seu valor inicial atualizado;

    - quando for necessrio restabelecer as relaes inicialmente pactuadas, objetivando a manuteno do equilbrio econmico-financeiro inicial do contrato.

    por objetivo apenas traar as linhas gerais do empreendimento. (...) Quase sempre, as alteraes qualitativas so necessrias e imprescindveis realizao do objeto e, conse-quentemente, realizao do interesse pblico primrio, pois que este se confunde com aquele. As alteraes qualitativas podem derivar tanto de modificaes de projeto ou de especificao do objeto quando da necessidade de acrscimo ou supresso de obras, servios ou matrias, decorrentes de situaes de fato vislumbradas aps a contratao. Conquanto no se modifique o objeto contratual, em natureza ou dimenso, de se res-saltar que a implementao de alteraes qualitativas requer, em regra, mudanas no valor original do contrato.

    13 Jurisprudncia do STJ: assente nos contratos administrativos a possibilidade de sua reviso luz da clusula rebus sic stantibus hoje consagrada na Lei de Licitaes, verbis: art. 65 (...) (REsp n 612.123/SP, 1 T., rel. Min. Luiz Fux, j. em 08.03.2005, DJ de 29 ago. 2005).

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    11.3 Acrscimos e supressesA Administrao pode alterar o contrato quando forem

    necessrios acrscimos ou supresses nas compras, obras ou servios, respeitados os seguintes limites:

    - para compras, obras ou servios: acrscimos ou supresses de at 25% do valor atualizado do contrato;

    - para reforma de edifcio ou equipamento: acrscimos at o limite de 50% do valor atualizado do contrato;

    - acima desses percentuais, somente so permitidas supres-ses desde que resultante de acordo celebrado entre as partes.

    Independentemente dessa possibilidade, as alteraes podero ser evitadas se houver adequado planejamento para compras e servios, pois como fato no previsto, gera descontrole oramentrio.

    De acordo com a Lei n 8.666/93, o contratado obrigado a aceitar, nas mesmas condies do contrato original, os acrscimos ou supresses, respeitados os limites admitidos.

    Ressalta-se que o limite de 25% das modificaes se aplica sobre o valor inicial atualizado, ou seja, considerando o valor reajustado e revisto, nos termos do art. 65, inc. II, alnea d.

    Importante observar que o limite de 25% sobre o valor inicial atualizado deve incidir sobre cada item, conforme orientao do Tribunal de Contas em suas decises.14

    Os prazos de execuo do objeto contratado podero ser aumentados ou diminudos proporcionalmente aos acrscimos ou supresses que por acaso ocorrerem.

    O gestor dever informar a data em que iniciar a alterao do contrato.

    de se destacar que a Lei n 8.666/93 prev que o valor pactuado inicialmente entre as partes pode sofrer trs espcies de alteraes:

    - atualizao financeira em decorrncia de atraso no paga-mento, em consonncia com o disposto no art. 40, XIV, c;

    14 Acrdo n 1.330/08 Plenrio Prorrogue somente contratos de servios que conte-nham apenas prestao obrigatria pela licitante vencedora. Ademais, nas alteraes contratuais, calcule o limite de 25% previsto no art. 65, 1, da Lei n 8.666/1993, com base no custo unitrio do servio a ser adicionado ou suprimido, no no valor total do contrato.

  • 62 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    - reajuste/repactuao, que est previsto nos arts. 40, XI, e 55, III;15

    - reequilbrio econmico-financeiro, consoante dispe o art. 65, II, alnea d.

    Ponto importante a observar que, nos casos de acrscimos ou supresses que impliquem eventual variao dos custos unitrios do contrato, se forem feitos dentro do limite legal, devem ser acatados pelo contratado, no cabendo qualquer anuncia deste quanto a alterao do contrato.

    Se no contrato no houverem sido contemplados preos unitrios para obras ou servios esses sero estabelecidos mediante acordo entre as partes, respeitados os limites percentuais aqui mencionados.

    Quanto a alteraes qualitativas do objeto do contrato, o Tri-bunal de Contas da Unio recomenda sempre cautela e razoabilidade por parte da Administrao no redimensionamento do contrato.16

    Checklist para proceder alterao solicitada:- recebe o pedido de alterao;- autua no processo o pedido, caso no esteja;- solicita o clculo do impacto financeiro, se houver, e faz

    planilha de clculo;- caso seja alterao quantitativa e aumento de despesa, enca-

    minha o processo rea oramentria, para fins de reserva de recursos oramentrios;

    - a rea oramentria/financeira envia o processo ao ordena-dor de despesas para autorizao de empenho;

    - aps o empenho os autos so encaminhados unidade de elaborao de contratos, para elaborao do aditivo ou apostilamento;

    15 O art. 40, XI, no fala de repactuao, mas sim de reajuste. Infere-se que a repactuao um tipo de reajuste, ao ser prevista no art. 5 do Decreto n 2.271/97, que regulamenta os art. 40, XI e 55, III da Lei n 8.666/93, nos casos de contrato que tenham por objeto a prestao de servios executados de forma contnua.

    16 Acrdo n 2.352/06 Plenrio Os responsveis pela elaborao e aprovao de projeto bsico inadequado e sem assinatura ou identificao do responsvel tcnico devem ser sancionados.2. possvel a ocorrncia de mudanas no objeto do contrato, desde que no haja desvir-tuamento ou alterao radical do que foi ajustado.3. No irregular a postergao de obra de investimento vultoso, a depender de condi-o futura e incerta.4. Licena prvia expedida aps a licitao e a aprovao do projeto executivo no falha meramente formal.

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    63Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    - envia para a assessoria jurdica emitir parecer sobre a minuta, seja qualitativa seja quantitativa, no caso de adi-tivo;

    - aps o exame da assessoria jurdica, a unidade de contratos envia o termo para autorizao e assinatura das partes;

    - a unidade de contratos publica o extrato do aditivo fir-mado;

    - o gestor recebe comunicado/cpia do Termo vistado e assi-nado para a realizao da gesto.

    11.4 Prorrogao da vigncia do contratoO art. 57 da Lei n 8.666/93 regula a vigncia dos contratos.O prazo contratual para a prestao de servios de natureza

    continuada pode ser prorrogado por iguais e sucessivos perodos, at o limite de 60 (sessenta) meses, a fim de que se possa obter preos e condies mais vantajosos para a Administrao.

    dever do gestor informar, com a antecedncia descrita logo abaixo, a inteno de prorrogar ou no o contrato, cabendo-lhe instruir a manifestao com os seguintes elementos:

    - avaliao de desempenho da contratada;- levantamento de informaes quanto aos aspectos tcnicos

    e mercadolgicos que comprovem a existncia de condi-es e preos vantajosos para a Administrao, por meio de pesquisa de mercado realizada, em pelo menos trs empresas do ramo ou em rgos da Administrao Pbli-ca que mantenham contratos semelhantes, com o auxlio da unidade de compras e contratos;

    - avaliao da necessidade do objeto a ser contratado e ainda a reavaliao do gestor quanto ao dimensionamento deste objeto;

    - manifestao da contratada em relao prorrogao e eventual reajuste de preos;

    - nos casos de prorrogao de contratos de prestao de ser-vios, anexar aos autos cpia da conveno coletiva de tra-balho, devidamente registrada na Delegacia Regional do Trabalho e Emprego, ou do Dissdio Coletivo;17

    17 Convenes e acordos coletivos de trabalho so instrumentos de carter normativo, fir-mados entre entidades sindicais ou entre estas e empresas, que estabelecem condies de trabalho aplicveis no mbito de representao das partes envolvidas.Para que tenham validade e se apliquem a todos os envolvidos, precisam ser registrados no Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE). A obrigatoriedade de depsito dos instru-mentos no MTE, para fins de registro e arquivo, tem previso legal no art. 614 da CLT e objetiva a verificao dos requisitos formais exigidos para a sua celebrao e a publicida-de que deve ser dada a tais atos.

  • 64 Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    - nos caso de dispensa e inexigibilidade de licitao, informar se a contratada continua mantendo, em relao execuo do objeto, as condies que ensejaram sua contratao, de conformidade com a fundamentao legal pertinente.

    Na hiptese em que os contratos no puderem ser prorrogados em virtude de expirao do prazo limite de vigncia dever ser elaborado Projeto Bsico ou Termo de Referncia, visando elaborao de novo procedimento licitatrio.

    O processo, contendo o pedido de prorrogao ou, ainda, de denncia ou renovao do contrato, dever ser encaminhado antes da expirao da vigncia do respectivo contrato, nos seguintes prazos:

    - at 60 (sessenta) dias para os procedimentos relativos inexigibilidade e dispensa de licitao;

    - at 90 (noventa) dias para os procedimentos relativos licitao nas modalidades de Convite e Prego;

    - at 120 (cento e vinte) dias para os procedimentos relativos licitao nas modalidades de Tomada de Preos e Concorrncia.

    importante observar o cumprimento dos sobreditos prazos, pois a elaborao da minuta do contrato, bem como a do edital, exige detalhada anlise do Projeto Bsico ou Termo de Referncia. Vale ressaltar que os trmites processuais obrigatrios e o prprio procedimento licitatrio necessitam de tempo considervel.

    Muito importante observar que os contratos somente podero ser prorrogados caso no tenha havido interrupo do prazo de vigncia, ainda que a interrupo tenha ocorrido por apenas um dia.

    Na contratao com prazo superior a 12 (doze) meses dever ser previamente justificada a vantagem para o Tribunal.

    Os instrumentos coletivos devero ser, obrigatoriamente, transmitidos para registro ele-trnico pelo Sistema MEDIADOR, disponvel no endereo eletrnico do MTE na inter-net .O protocolo do requerimento do registro emitido por meio do Sistema MEDIADOR dever ser efetuado: na Secretaria de Relaes do Trabalho (SRT), quando se tratar de norma com abrangncia nacional ou interestadual; e nos rgos regionais do MTE, nos demais casos.Com o registro os instrumentos coletivos ficaro disponveis para consulta de qualquer interessado no endereo eletrnico do MTE na internet .

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    65Manual de Gesto de Contratos do STJManual de Gesto de Contratos do STJ

    Nos contratos cuja durao, ou previso de durao, ultrapasse um exerccio financeiro, indicar-se- o crdito e respectivo empenho para atender despesa no primeiro exerccio, bem como de cada parcela da despesa relativa parte a ser executada em exerccio futuro, com a declarao de que, em Termos Aditivos ou apostilamentos, indicar-se-o os crditos e empenhos para sua cobertura.

    Por ocasio da prorrogao da vigncia do contrato, o Tribunal dever:

    1. assegurar-se de que os preos contratados continuam com-patveis com aqueles praticados no mercado, de forma a garantir a continuidade da contratao mais vantajosa, em relao realizao de uma nova licitao; e

    2. realizar a negociao contratual para a reduo ou excluso de custos fixos ou variveis no renovveis que j tenham sido amortizados ou pagos no primeiro ano da contrata-o, sob pena de no prorrogao da vigncia do contrato.

    11.5 Termo AditivoTermo Aditivo o instrumento utilizado para formalizar as

    modificaes nos contratos administrativos, previstas em lei, tais como acrscimos ou supresses no objeto, prorrogaes de prazos, p