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  • 7/22/2019 Supera3 Modulo6 Cap04 Reviso Marcelo

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    CAPTULO 4: O vnculo necessrio entre a sade mental e o PSF na construo da rede de ateno integralaos problemas relacionados ao uso de lcool e outras drogas Marcelo Santos Cruz e Salette Maria Barros Ferreira

    Como voc viu no decorrer do curso, os problemas relacionados ao uso abusivo e/ou dependncia delcool e outras drogas tm mobilizado, cada vez mais, os profissionais de sade das mais diversasespecialidades e reas de atuao. Todos se sentem convocados pela necessidade de construo deestratgias mais contnuas e integradas de cuidado, para o alcance da integralidade na assistnciano mbito do Sistema nico de Sade (SUS). (Ceclio, 2001)

    As situaes de cuidado em sade, relacionadas aos problemas do uso abusivo ou dependncia de lcool e outrasdrogas, podem e devem ser acolhidas pelo Sistema nico de Sade de forma integral, respeitando-se os diversos nveisde gravidade e as formas como ocorrem para cada indivduo, famlia, grupo e comunidade. Tratar e respeitar assingularidades pessoais e socioculturais dessas relaes problemticas com o lcool e outras drogas tem sido umimportante e constante desafio para as equipes de ateno bsica e para os profissionais de sade da famlia , quedevem constituir equipes multidisciplinares, fazendo conviver prticas e saberes diversos sobre uma mesma situao-problema, o que pode promover um cuidado mais amplo e integral.

    Tambm importante que esteja claro que, nessa empreitada, essas equipes multidisciplinares no podem, nemdevem, estar sozinhas. Para uma ateno integral quelas famlias, devem ser construdas, permanentemente,importantes parcerias, respeitando-se os princpios do SUS e as necessidades que aquelas situaes clnicas impem.

    As parcerias construdas devem ser complementares e as instituies e profissionais se constituem, no apenas, em

    parceiros, mas empessoas comprometidas com as configuraes e movimentos da Rede em construo.

    importante ressaltar que os recursos e servios com que contamos para a construo de uma Rede de ateno clientela em situao de dependncia de lcool e outras drogas variam e se apresentam em nveis diversificados. Estesrecursos vo do uso da mais leve das tecnologias de cuidado (MERHY, E. et all. 2004), o acolhimento e o vnculo,construdos no bom uso da palavra, ao recurso ltimo da internao hospitalar.

    Muitos e variados podem ser os desenhos da Rede, mas uma dimenso est sempre presente. Esse elemento comumque, segundo Antonio Lancetti (1994), marca a especificidade de um trabalho em sade mental nos programas desade da famlia a idia de que a inveno deve fazer parte do mtodo de trabalho. Ou seja, no haver frmulasou prescries que sirvam para ser aplicadas a todas as situaes. Alm disso, a complexidade dos problemas

    enfrentados permitir a criao de novas solues e alternativas, adequadas s caractersticas e recursos locais.

    Essas aes de identificao, construo e preservao de parcerias visam a ao de cuidado, alm de tornarem possvel arestaurao de laos afetados ou mesmos rompidos, em funo do uso contnuo do lcool e outras drogas. A clienteladependente do lcool e outras drogas apresenta, em geral, quadros graves de rompimento de laos sociais e de trabalho, oque poder, progressivamente se agravar ainda mais, em funo das situaes clnicas a envolvidas. Cabe aqui oredimensionamento da noo da clnica, uma vez que aquelas dimenses, familiares, sociais e de trabalho, tambm iro seapresentar como clnicas, na perspectiva de uma clnica ampliada de cuidados em sade mental. Essas dimenses soresponsveis, muitas vezes, pelo agravamento dos problemas de sade mental, e portanto pelas questes relativas ao usoabusivo ou dependncia de lcool e outras drogas. E esse um dos motivos pelos quais, nos PSFs, as Redes soorganizadas em torno das comunidades e das famlias, de seus problemas e dificuldades. Cabe como tarefa a essas equipesresgatar e re-instaurar laos perdidos ou esfacelados, pelo que for possvel a cada famlia, ou constru-los de

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    forma nova, pelo que for possvel no cuidado com os sujeitos, sempre contando para isso com a comunidade em quevivem, com suas possibilidades e limitaes.

    Entre as dificuldades encontradaspara que essas reconstrues sejam possveis, uma das que mais aflige os profissionais desade dos PSFs construir e garantir o acesso dessa clientela rede de cuidados . De incio, cabe chamar ateno que umarede no es t pro nt aem algum lugar, embora existam servios em diferentes nveis de complexidade, dirigidos s diferentessituaes clnicas encontradas na dependncia de lcool e outras drogas. A Rede ser identificada como um tecido de

    possibilidades, em permanente movimento, sensvel s necessidades das mudanas e s dinmicas ali apresentadas. E paratal, ela depende do fator mais importante nas aes de cuidado: ela depende das pessoas.

    Conforme a orientao do Ministrio da Sade (2004 a, 2004 b), a rede bsica de sade inclui os centros ou unidadesde sade locais e/ou regionais, o Programa de Sade da Famlia (PSF) e de Agentes Comunitrios de Sade (ACS).Sabemos tambm que, de acordo com a poltica do Ministrio da Sade para ateno integral a usurios de lcool eoutras drogas, as equipes da rede bsica de sade devem manter contato e integrao permanente com osCentros de

    Ateno Psicossocial (CAPS).

    Como possvel essa integrao entre as pessoas que formam a Rede?

    Uma das formas importantes dessa integrao o APOIO MATRICIAL, que tem uma lgica diferente doencaminhamento ou da referncia e contra-referncia.

    A Lgica Matricial: Incluso das aes de Sade Mental na Ateno Bsica

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    Embora estratgico, o CAPS no o nico, mas umdos vrios servios e espaos possveis de cuidado, em sademental, para os problemas relacionados ao uso ou dependncia de lcool e outras drogas. Entretanto, no CAPS quepodem se concentrar os encontros, as decises, sobre o tratamento dos casos graves, os manejos das dificuldadesencontradas, e a reviso dos projetos teraputicos, construdos pelas diferentes equipes de cuidado.

    Para os casos graves em que a ateno da rede bsica no seja resolutiva, pela lgica matricial, as equipes dos CAPSdevem fornecer apoio s equipes da Ateno Bsica, incluindo na programao de sua carga horria, encontrossemanais com os tcnicos das equipes bsicas. Nesses encontros, esses casos graves so discutidos e, portanto,compartilhados. Com isso, a responsabilidade dos casos distribuda por todos, comprometendo ambas as equipes econstruindo a ateno de forma complementar. Est excluda assim a antiga lgica do encaminhamento, da referncia econtra-referncia, responsabilizando todos os envolvidos no acolhimento e/ou nas aes de cuidado continuado.

    Alm das discusses de casos, as equipes podem atender conjuntamenteos pacientes ou seus familiares e realizarintervenes conjuntas nas comunidades. Assim, o apoio matricial significa uma nova proposta, modificando a lgicaanterior do encaminhamento de todos os casos que determinado servio no conseguisse resolver. De fato, a propostade um trabalho em rede supe que nenhum s erviopoder resolvertodas as necessidadesde cuidado em sadedetodasas pessoas de um dado territrio. Isto verdade, principalmente, se a necessidade de sade estiver relacionadaaotratamento para dependncia ou uso abusivo de lcool e outras drogas, ou mesmo situao onde a preveno aesse uso seja identificada como necessria.

    Vejamos o caso apresentado:

    Um profissional do CAPS de Guadalupe agenda, por telefone, com os profissionaisde um CAPS ad (Centro de Ateno Psicossocial para lcool e drogas) uma reuniopara discutir a situao difcil de um paciente. Na reunio, este e outrosprofissionais do CAPS de Guadalupe, relatam que um paciente de 38 anos, do sexomasculino, foi atendido em casa, em visita domiciliar. Isto foi necessrio, pois ame do paciente procurara o CAPS relatando que o paciente estava h vrios mesessem sair de casa, gravemente delirante e recusando a medicao. Aps 3 visitas, opaciente aceitou ser medicado em casa e apresentou progressiva melhora,passando a freqentar o CAPS assiduamente. No entanto, voltou a fazer uso decocana, como fazia antes do incio do atendimento. Apesar do bom vnculo com aequipe do CAPS, as aes do projeto teraputico no tinham sucesso em ajudar opaciente a interromper o uso da droga. Com isso, o paciente, continuamente, se

    colocava em situaes de muito risco. Na discusso com a equipe do CAPS ad, ficoudecidida a indicao de uma internao curta para ajudar o paciente a interrompero uso abusivo. Durante a internao, a equipe do CAPS manteve o contato com opaciente e a alta foi seguida do retorno do paciente ao CAPS, alm da suafreqncia, acompanhado por tcnico do CAPS, a grupos de mtua-ajuda. Tambmfoi proposto o estreitamento do contato com a me e outros familiares do paciente.Estas medidas permitiram importante melhora da situao do paciente. Alm disso,evitou-se o encaminhamento do caso para outro servio (o CAPS ad), mantendo obom vnculo do paciente com o CAPS do seu territrio.

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    A proximidade dos PSF do dia-a-dia das comunidades confere um privilgio no alcance das suas equipes e no

    seu potencial de abordagem dos problemas com lcool e outras drogas. Para isto, a capacitao destas equipes

    deve incorporar as tcnicas de identificao precoce e interveno breve. No entanto, importante que os

    profissionais dos PSF saibam que nem toda pessoa identificada como tendo problemas com drogas deve ser

    encaminhada para os CAPS ad ou outros servios especializados. Os PSF tm resolutividade na ateno a estas

    pessoas e o Apoio Matricial dado pelos CAPS as pode contribuir para a discusso dos casos mais difceis. Em

    todos os casos, no se deve peder de vista que a postura diante das pessoas que usam drogas deve ser de

    acolhimento e reflexo e no de imposio e exigncia.

    Tanto quanto nas outras dimenses de cuidado, desenvolvidas pelos profissionais dos PSFs, o foco do trabalho e dotratamento das questes relativas dependncia ou abuso de lcool e outras drogas deve tambm ser a famlia e acomunidade onde ela se insere, contemplando assim suas diversidades e suas peculiares formas de relao. Para osPSFs, est claro que existem formas diversas de funcionamento de cada famlia, em particular, que pode apresentar umde seus membros como o bode expiatrio ou sintoma de suas dificuldades relacionais. Muitas vezes, esse sintomafamiliar ou social se apresenta sob a forma da dependncia de lcool e outras drogas, atrelando-se a ela situaes maisou menos relacionadas violncia domstica e/ou envolvimento com o trfico. Assim, para desenvolver aesassistenciais integrais aos dependentes de drogas, os agentes comunitrios de sade e os profissionais das equipes desade da famlia devem atender - e entender - no apenas aos sujeitos dependentes, mas s situaes mais amplasque envolvem aquelas formas de uso. H necessidade de um campo de articulao intersetorial com os serviosassistenciais que no se inserem no campo da sade, mas que tambm representam o cuidado necessrio em umaRede de Ateno. Tomamos aqui a definio de Rede como um sistema capaz de reunir e organizar pessoas einstituiesde forma democrtica, visando a construo de novos compromissos e em torno de interesses comuns,fortalecendo atores sociais na defesa e implementao de seus projetos, e na promoo da melhoria da qualidade devida de suas comunidades (Projeto Casulo, 2006).

    Assim, alm dos servios mais tradicionais - ambulatrio, oficinas de sade mental, grupos de mtua ajuda, leitos emhospitais gerais, CAPS, CAPS ad, CAPS III, residncias teraputicas - a Rede que se prope tem como articuladoresprivilegiados os ACS (Agentes Comunitrios de Sade) e os profissionais dos PSF (Programas de Sade da Famlia),mas poder e dever ser composta pela comunidade em geral, e por outros atores e setores, tais como: a Assistnciaou Promoo Social - abrigos, albergues e casas de passagem, etc -; a Justia, por meio de seus representantes, porexemplo: o Ministrio Pblico e as Promotorias; a Educao, formal e informal, com escolas e Secretarias de Educao,de Cultura, Esporte e Lazer; a Segurana Pblica, com os bombeiros e a polcia - muitas vezes, importantes parceirosda sade nas aes pblicas; as ONGs (Organizaes no-Governamentais) e a iniciativa privada, tanto e sempre quepossvel; e os muitos e importantes Conselhos, que cumprem a funo de controle social, tais como os Conselhos deSade, os Conselhos Tutelares, os Conselhos Municipais Antidrogas, etc.

    Estas afirmaes de Toro so relevantes lembretes ao trabalho dos ACs e PSFs com pessoas dependentes de lcool eoutras drogas, seja com relao s dificuldades de relacionamentos interfamiliares enfrentados, seja com relao aoslimites da ao dos profissionais.

    Jos Bernardo Toro, cientista social colombiano, discutindo as formas

    possveis de vida e convivncia social na modernidade, prope quatro

    pressupostos bsicos de Aprendizados para a Convivncia:

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    Aprender a no se agredir; Aprender a cuidar de si; Aprender a dar valor s realizaes e saberes coletivos; Aprender a conhecer e aceitar as pessoas da maneira como elas so.

    (Toro, 1999, apud Lancetti, grifo nosso)

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    CAPTULO 4: O vnculo necessrio entre a sade mental e o PSF na construo da rede de ateno integralaos problemas relacionados ao uso de lcool e outras drogasMarcelo Santos Cruz e Salette Maria Barros Ferreira

    Vejamos, como exemplo, os impasses enfrentados no caso de Fabiana,

    usuria de crack(apresentado por Lancetti (1994), experincia vivida pelo PSF no

    municpio de Santos, e semelhante a tantos outros).

    Fabiana morava com o companheiro e uma filha do casal, de dez anos de idade, sendo

    procurada pelo PSF aps ter sido atendida no hospital local, em funo de um aborto

    provocado. O marido de Fabiana, Marco, tambm era dependente de crack, tendo

    vendido todos os mveis e utenslios da casa para comprar o produto. Os familiares de

    Fabiana se afastaram do casal, saindo da casa localizada em um terreno comum, indo

    residir em outro bairro. A partir do atendimento realizado no hospital, identificada a

    problemtica da famlia, a equipe foi informada e organizou uma visita residncia do

    casal. Marco e Fabiana no tiveram, inicialmente, boa receptividade aos visitantes.

    Fabiana inclusive recusou-se a falar com os profissionais na presena do marido, o

    que mostrou importante dado sobre o relacionamento do casal. Na ausncia do

    marido, queixou-se que Marco queimava pedra, e tinha vendido tudo que tinham e

    disse: Ele se mete embaixo da cama,fica olhando revista de sacanagem e me obriga

    a transar. Ele no pode saber que estou com Aids, porque me mata. A equipe

    conversou calmamente com Fabiana, insistindo em ajud-la. Na manh seguinte,

    Fabiana acordou, fumou um baseado e apareceu na casa da agente comunitria de

    banho tomado. Fazia trs meses que Fabiana no tomava banho. A partir da, foi

    iniciado o tratamento e Fabiana substituiu, progressivamente, o crack pela maconha,

    embora ela diga no gostar mais de maconha. O processo continuou nos meses

    seguintes, com perodos alternados de recadas, substituio e abstinncia,

    acompanhados pelas equipes de sade dos servios locais e pelos ACs. Depois de

    algum tempo, embora sem registro de mudanas nos hbitos de Marco, a famlia de

    Fabiana voltou a morar no terreno onde se encontram as duas casas, e a filha de dez

    anos passou a freqentar assiduamente a escola.

    Lancetti (1994) lembra neste trabalho a importncia da abordagem sensvel dos

    profissionais das equipes dos PSFs, o que no caso do dependente e de suas famlias

    de fundamental importncia. Acessados pelo hospital, que havia cuidado de Fabianaquando de seu aborto, quando foi identificada a Aids e o uso abusivo de crack, os

    amigos qualificados dos PSFs (nome inicialmente atribudo aos acompanhantes

    teraputicos) souberam tambm acolher e acompanhar Fabiana nas suas condies

    particulares de insero em um tratamento de substituio, sem desistir de ajud-la

    nos diferentes momentos que se apresentaram e de diferentes formas, inclusive no

    cuidado com sua filha e no respeito em sua relao com o marido. Mas,

    principalmente, sem desistir de Fabiana.

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    CAPTULO 4: O vnculo necessrio entre a sade mental e o PSF na construo da rede de ateno integralaos problemas relacionados ao uso de lcool e outras drogas Marcelo Santos Cruz e Salette Maria Barros Ferreira

    A integralidade e a acessibilidade so dois princpios importantes do Sistema nico de Sade, especialmente porapresentarem a dimenso de uma tica de cuidadosque deve estar presente nas aes desenvolvidas pelas pessoas eservios que constroem uma Rede de Ateno Integral. Na construo e consolidao desta Rede, as equipes de Sadeda Famlia so fundamentaispara que sejam identificadas e cuidadas inmeras famlias que, de outra forma, no teriamcomo acessar e serem atendidas pelos servios de sade. Isso especialmente verdadeiro nas situaes em que sonecessrias delicadeza e complexidade nas aes de cuidado, como o caso daquelas que envolvem o uso abusivo oua dependncia de lcool e outras drogas. Dessa forma, podero ser criadas as condies mnimas para que sejamcontempladas as direes apontadas pelas polticas em curso, estabelecendo-se, na interseco entre sade mental ePSFs, o vnculo necessrio ao alcance da integralidade do cuidado s situaes de uso abusivo e dependncia delcool e outras drogas.

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    CAPTULO 4: O vnculo necessrio entre a sade mental e o PSF na construo da rede de ateno integralaos problemas relacionados ao uso de lcool e outras drogas Marcelo Santos Cruz e Salette Maria Barros Ferreira

    Bibliografia Consultada

    1. BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Portaria SAS/MS. Braslia, 2005.

    2. BRASIL. A Poltica do MS para ateno integral a usurios de lcool e outras drogas Ministrio da Sade.Secretaria de Ateno Sade. SVC/CN - DST / AIDS. Ministrio da Sade, 2 Ed. Rev. Ampl. - Braslia, 2004a.

    3. BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Portaria SAS/MS n 305 - 30 de abril de 2002.

    4. Criao e implantao de rede de assistncia em Centros de Ateno Psicossocial para o Atendimento dePacientes com Transtornos Causados pelo Uso Prejudicial e/ou Dependncia de lcool e Outras Drogas (CAPS

    ad). Braslia, 2004b.5. CECLIO, LCO. As Necessidades da Sade como Conceito Estruturante na Luta pela Integralidade e Eqidade na

    Ateno em Sade. Em: Pinheiro, R. e Mattos, AR., (org.) Os Sentidos da Integralidade na ateno e no cuidado sade. Rio de Janeiro, 2001, pp. 113-126.

    6. LANCETTI, A. Sade e Loucura 7 - Sade Mental e Famlia. Sade em Debate 137. 2 edio. Editora Hucitec:

    So Paulo, 1994.

    7. MERHY, E. et all. O Trabalho em Sade - olhando e experienciando o SUS no cotidiano. 2 edio. Editora HucitecSo Paulo, 2004.

    8. PROJETO CASULO. Em http://www.ice.org.br. 2006.

    Pergunta para avaliao:

    I- Qual das afirmaes abaixo no faz parte da lgica do Apoio Matricial1- Servios mais especializados (como os CAPS ad) devem apoiar servios como os PSF disponibilizando

    tempo e espao para discutir aqueles casos atendidos pelos PSF que, em um primeiro momento, no tenham

    tido resolutividade.

    2- Todas as pessoas com problemas com drogas identificadas pelo PSF devem ser encaminhadas para

    tratamento nos CAPS ad (sistema de referncia e contra-referncia).

    3- A equipe dos CAPS pode discutir os casos trazidos pelo PSF e mesmo atend-los conjuntamente

    compartilhando sua responsabilidade.4- Com a lgica do Apoio Matricial evita-se que todos os casos graves sejam encaminhados para os serviosmais especializados, preservando o vnculo dos pacientes com os servios que os esto atendendo.