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SUPER #CESPE

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SUPER #CESPE

APRESENTAÇÃO

“Nós SOMOS do tecido de

que são feitos os

SONHOS.” (Willian Shakespeare)

Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº

9.610, de 19/12/1998. Proibida a reprodução, total ou parcialmente,

sem autorização prévia expressa por escrito da editora e/ou dos au-

tores. Se você conhece algum caso de “pirataria” de nossos materi-

ais, pedimos que denuncie enviando um e-mail para: pontodoscon-

[email protected], ou em um dos meios de comunicação abaixo.

3

SUMÁRIO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO .............................................................. 4

LIÇÃO 1 – #MORFOLOGIA ...................................................................................6

1.1 – SUBSTANTIVO ................................................................................................................. 6

1.2 – PRONOMES ....................................................................................................................... 8

1.3 – ADJETIVO E SUBSTANTIVO ....................................................................................... 12

1.4 – CONCORDÂNCIA NOMINAL ....................................................................................... 15

1.5 – MODOS VERBAIS........................................................................................................... 18

1.6 – TEMPOS VERBAIS ......................................................................................................... 19

1.7 – FORMAS NOMINAIS ..................................................................................................... 21

1.8 – TEMPOS COMPOSTOS .................................................................................................. 22

LIÇÃO 2 – #SINTAXE I ............................................................................................. 24

2.1 – A TRANSITIVIDADE E A COMPLEMENTAÇÃO VERBAL ...................................... 24

2.2 – COMPLEMENTO NOMINAL VS. ADJUNTO ADNOMINAL .................................... 27

2.3 – A FUNÇÃO SINTÁTICA DOS PRONOMES PESSOAIS ........................................... 28

2.4 – PRONOME RELATIVO ................................................................................................... 29

LIÇÃO 3 – #SINTAXE II ........................................................................................... 32

3.1 – O ESTUDO DO SUJEITO ............................................................................................... 32

3.2 – CONCORDÂNCIA VERBAL ........................................................................................... 34

LIÇÃO 4 – #SINTAXE III ......................................................................................... 41

4.1 - VERBOS INTRANSITIVOS ........................................................................................... 41

4.2 – VERBOS TRANSITIVOS INDIRETOS ........................................................................ 42

4.3 – VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS OU INDIRETOS............................................... 43

4.4 – VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS .................................................. 44

4.5 – MUDANÇA DE TRANSITIVIDADE VS MUDANÇA DE SENTIDO ........................ 46

4.6 – CRASE ............................................................................................................................... 51

4.7 – COLOCAÇÃO PRONOMINAL ....................................................................................... 57

APÊNDICE I ............................................................................................................... 61

LIÇÃO 5 – #SEMÂNTICA .......................................................................................... 62

1. ORAÇÕES COORDENADAS ............................................................................................... 62

2. ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS ............................................................. 65

3. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS ...................................................................... 66

4. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS ................................................................... 68

5. SEMÂNTICA DAS PREPOSIÇÕES .................................................................................... 72

6. OS ADVÉRBIOS .................................................................................................................... 73

7. AS EXPRESSÕES DENOTATIVAS .................................................................................... 75

8. VOZES DO VERBO ............................................................................................................... 76

9. REESCRITURA DE SENTENÇA ......................................................................................... 79

APÊNDICE II .............................................................................................................. 82

APÊNDICE III ............................................................................................................ 92

1. INTERPRETAR x COMPREENDER ................................................................................... 93

2. TIPOS TEXTUAIS x GÊNEROS TEXTUAIS ..................................................................... 93

3. REFERÊNCIA TEXTUAL ...................................................................................................... 96

4

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

EDITAL CESPE

1. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. | 2. Reco-

nhecimento de tipos e gêneros textuais. | 3. Domínio da ortografia oficial.

| 4. Domínio dos mecanismos de coesão textual. | 4.1. Emprego de ele-

mentos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de ou-

tros elementos de sequenciação textual. | 4.2. Emprego de tempos e mo-

dos verbais. | 5. Domínio da estrutura morfossintática do período. | 5.1.

Emprego das classes de palavras. | 5.2. Relações de coordenação entre

orações e entre termos da oração. | 5.3. Relações de subordinação entre

orações e entre termos da oração. | 5.4. Emprego dos sinais de pontuação.

| 5.5. Concordância verbal e nominal. | 5.6. Regência verbal e nominal. |

5.7. Emprego do sinal indicativo de crase. | 5.8. Colocação dos pronomes

átonos. | 6. Reescrita de frases e parágrafos do texto. | 6.1. Significação

das palavras. | 6.2. Substituição de palavras ou de trechos de texto. | 6.3.

Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto. | 6.4. Re-

escrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade.

EDITAL ESQUEMATIZADO

LIÇÃO 1 – #MORFOLOGIA: classe de palavras (sintagma nominal); con-

cordância nominal; verbos (tempos e modos);

LIÇÃO 2 – #SINTAXE I: termos integrantes: TRANSITIVIDADE (comple-

mento verbal; complemento nominal); função sintática dos pronomes pes-

soais);

LIÇÃO 3 – #SINTAXE II: termos essenciais: estudo do sujeito; concordân-

cia verbal;

LIÇÃO 4 – #SINTAXE III: regência; crase; colocação pronominal; pontua-

ção; acentuação;

LIÇÃO 5 – #SEMÂNTICA: significação de palavras; reorganização da es-

trutura de orações e dos períodos do texto; substituição de palavras; re-

escrita de textos; (APÊNDICE)

LIÇÃO 6 - #OFICINA DE LEITURA: compreensão textual; Interpretação

textual; tipologia textual; gêneros textuais; elementos coesivos e referên-

cia textual. (APÊNDICE)

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TEORIA #CESPE

NO ESQUEMA!

Por Pedro Lima

6

LIÇÃO 1 – #MORFOLOGIA: classe de palavras (sin-

tagma nominal); concordância nominal; verbos (tempos e mo-

dos)

1.1 – UNIVERSO DA CONSTRUÇÃO: SUBSTANTIVO

DETERMINATES SUBSTANTIVO ADJETIVO/FUNÇÃO DE ADJETIVO

Artigo

Pronomes NÚCLEO

Numeral

1.1.1 – ARTIGO E SUBSTANTIVO: a primeira relação semântica do sin-

tagma!

a) O artigo é a palavra que acompanha e determina o substantivo de modo

definido (O, A, OS, AS) ou indefinido (UM, UMA, UNS, UMAS);

b) Os artigos são responsáveis por diversos detalhes de significação, em

diferentes situações comunicativas em que são empregados.

1.1.2. – EMPREGO DO ARTIGO DEFINIDO (QUESTÃO CESPE/REESCRI-

TURA DE SENTENÇA e CRASE!)

a) Junto de nomes próprios, denota familiaridade (podendo o artigo ser

omitido): “O Antônio comunicou-se com João.”

b) Costuma aparecer ao lado de certos nomes próprios geográficos: “A

Suécia” / “O Atlântico” / “O Brasil”.

DICAS#CASCA! No Brasil, os Estados que dispensam o uso do artigo

são: Alagoas, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Santa Catarina, São

Paulo, Pernambuco e Sergipe.

c) Em alguns títulos (é omitido em ordinais pospostos ao título: Pedro

I, Henrique VIII): “O historiador Tito Lívio.”

d) Usa-se o artigo em nomes de trabalhos literários e artísticos (se o

artigo pertence ao título, terá de ser escrito, obrigatoriamente, com le-

tra maiúscula, mesmo quando o nome da obra vier precedido de

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preposição, conserva-se o artigo: “No caso de Os Lusíadas.”): “Os Lusía-

das” / “A Tempestade”.

e) São omitidos antes da palavra casa designando residência ou família;

(quando seguidos de nome do possuidor ou de um adjetivo ou expres-

são adjetiva, pode o vocábulo casa acompanhar-se de artigo: “Da casa

de meus pais.”): “Estou em casa.” / Passei por casa.” / “Todos de casa.” /

“Fui a casa.”

*No exemplo “Fui a casa.”, o artigo é omitido, ou seja, só há a

preposição a, pois a palavra casa não é qualificada.

f) Nas indicações de tempo com uma hora, expressando a primeira hora,

a utilização do artigo é facultativa: “Era perto da uma hora. / Era perto

de uma hora.”

g) Na maioria dos casos, de emprego facultativo junto a possessivos em

referência a nome expresso: “Meu livro. / O meu livro.”

*É obrigatório o uso do artigo, quando o possessivo é usado sem subs-

tantivo: “Bonita casa era a minha.”

h) Não se repete o artigo em frases como a citada:

“O homem mais virtuoso do lugar.”

“O homem o mais virtuoso do lugar.” (Errado)

*É preciso saber distinguir o uso do conjunto o mais quando é para en-

fatizar o substantivo determinado por adjetivo como na frase: “Seu

rosto de leite e rosas, de um contorno o mais perfeito.”

i) Junto às designações de partes do corpo e nomes de parentesco, os

artigos denotam posse: “Traz a cabeça esbranquiçada pelas preocupa-

ções. Tem o rosto sereno, mas as mãos trêmulas.”

j) A palavra todo, no singular, pode vir ou não seguida de artigo, com os

significados de inteiro, total e cada: “O coração de todo o ser humano foi

concebido para ter piedade.”

*O conjunto o todo denota totalidade, inteireza. Ou também pode apa-

recer com o sentido de qualquer: “O coração de todo o ser humano foi

concebido para ter piedade.”

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*Em designações geográficas, o conjunto todo o ou a palavra todo en-

trará como correta se a região pedir ou não artigo: “Todo o Brasil.” /

“Todo Portugal.”

*Usa-se em algumas expressões como: todo o gênero, todo o mundo, a

toda a parte, em toda a parte, a toda a pressa, em todo o caso, etc.

*No plural, todos não dispensa artigo (salvo se vier se vier acompa-

nhado de palavra que exclua este determinante: “Todas as famílias.” /

“Todas estas pessoas.”

*Se exprimimos a totalidade numérica por numeral precedido do ele-

mento reforçativo todos, aparecerá artigo se o substantivo vier ex-

presso: “Todos os dois romances.” / “Todas as seis respostas.”

*Se omitirmos o substantivo, não haverá lugar para o artigo: “Fizeram-

me seis perguntas. Respondi, acertadamente, a todas seis.”

1.2 – PRONOMES

1.2.1 – INDEFINIDOS

São aqueles que se referem à 3ª pessoa gramatical de forma vaga, im-

precisa. Eles podem ser variáveis, sofrendo flexão de gênero e número e

podem também assumir papel de pronome substantivo e de pronome

adjetivo.

Variáveis Invariáveis Locução pronominal

indefinida

Algum (uns), alguma(s) Alguém Qualquer um

Nenhum(uns), nenhuma(s) Algo Cada um

Todo(s), toda(s) Cada Todo aquele que

Outro(s), outra(s) Nada Um ou outro

Muito(s), muita(s) Ninguém Todo mundo

Pouco(s), pouca(s) Tudo Seja quem for

Certo(s), certa(s) - -

Tanto(s), tanta(s) - -

Quanto(s), quanta(s) - -

Qualquer, quaisquer - -

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1.2.1.1 – Emprego de alguns pronomes indefinidos (QUESTÃO DE

PROVA!)

a) Algum(uns), alguma(s)

Quando eles aparecem antes do substantivo, possuem sentido afirma-

tivo. Se aparecerem depois, ganham sentido negativo.

Algum amigo ligará para você. (Sentido afirmativo; alguém ligará)

Amigo algum ligará para você. (Sentido negativo; ninguém ligará)

b) Certo(s), certa(s)

Dependendo da posição dessas palavras, a classe gramatical mudará.

Se alguma delas vier ANTES do substantivo, serão pronomes indefini-

dos; se vierem APÓS o substantivo, serão adjetivos.

Certas pessoas nunca tomam as decisões certas.

Certas pessoas caracteriza o pronome indefinido certas, mas decisões

certas caracteriza o adjetivo certas que é dado à palavra decisões.

c) Todo(s), toda(s)

Essas palavras possuem variações de sentido. Se forem empregadas no

plural, vão indicar a totalidade de um conjunto:

Todas as lojas estarão abertas até meia-noite.

Se forem empregadas no singular e sem artigo, essas palavras terão

sentido de qualquer e cada:

Em casa, toda decisão é tomada em conjunto. (toda decisão = cada deci-

são)

Se forem empregadas no singular e com artigo, essas palavras indica-

rão totalidade, funcionando como a palavra inteiro, transformando-se

em adjetivo:

Assistiam desenhos por toda a manhã. (Assistiam desenhos pela manhã

inteira.)

Se essas palavras forem empregadas no singular, depois de um subs-

tantivo, também serão como a palavra inteiro.

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Assistiam desenhos pela manhã toda. (Assistiam desenhos pela manhã

inteira.)

1.2.2 – POSSESSIVOS

Os pronomes possessivos são aqueles que se referem às três pessoas gra-

maticais, indicando algo que lhes pertence, estabelecendo a relação de

posse entre o pronome pessoal e o possessivo. São variáveis em gênero e

número, concordando sempre com a pessoa ao qual se refere.

Pessoa gramatical Pronome pessoal Pronome possessivo

1ª pessoa singular Eu Meu, minha, meus, minhas

2ª pessoa singular Tu Teu, tua, teus, tuas

3ª pessoa singular Ele/ela Seu, sua, seus, suas

1ª pessoa plural Nós Nosso, nossa, nossos, nossas

2ª pessoa plural Vós Vosso, vossa, vossos, vossas

3ª pessoa plural Eles/elas Seu, sua, seus, suas

1.2.3 – DEMONSTRATIVOS

São aqueles que possuem a função de indicar o lugar que um ser ou

alguma coisa ocupa em relação às três pessoas gramaticais. Essa locali-

zação pode ocorrer no tempo, no espaço ou no contexto. Os pronomes

demonstrativos podem ser variáveis ou invariáveis:

Variáveis Invariáveis

Este, esta, estes, estas Isto

Esse, essa, esses, essas Isso

Aquele, aquela, aqueles, aquelas Aquilo

DICAS#CASCA! A BANCA ABORDA, COM ESSES PRONOMES, A RE-

FERÊNCIA TEXTUAL! CUIDADO! Substitutos dos pronomes de-

monstrativos. (CAI NA PROVA!)

a) A palavra “tal” pode ser considerada sinônima dos seguintes prono-

mes: Este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela e aquilo.

Tal surpresa me deixou acanhada. (Esta)

Foi inesperada tal atitude, mesmo porque não conhecíamos esse seu lado.

(Aquela)

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b) No sentido de “exato, idêntico, em pessoa”, as palavras “mesmo” e

“próprio” atuam como pronomes demonstrativos:

Foi a própria professora quem nos deu a notícia. (Em pessoa)

Foi nesse mesmo lugar que nos encontramos pela primeira vez. (Exato)

c) A palavra “semelhante” pode atuar como demonstrativo de identi-

dade:

Você foi corajoso em proferir semelhante palavra.

d) AS PALAVRAS O, A, OS, AS

“A vida é uma tragédia para os que sentem e uma comédia para os que

pensam.”

A vida é uma tragédia para aqueles que sentem e uma comédia para aque-

les que pensam.

1.2.4 – RELATIVOS

QUADRO DOS PRONOMES RELATIVOS

Variáveis Invariáveis

Masculino Feminino

o qual os quais a qual as quais quem

cujo cujos cuja cujas que

quanto quantos quanta quantas onde

a) O pronome "que" é o relativo de mais largo emprego, sendo por isso

chamado relativo universal. Pode ser substituído por "o qual", "a qual",

"os quais", "as quais" quando seu antecedente for um substantivo.

O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)

A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)

Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)

As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)

b) O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pronomes rela-

tivos: por isso, são utilizados didaticamente para verificar se palavras

como "que", "quem", "onde" (que podem ter várias classificações) são pro-

nomes relativos. Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa

por motivo de clareza ou depois de determinadas preposições.

Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou

encantado. (O uso de "que" neste caso geraria ambiguidade.)

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Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvidas? (Não se

poderia usar "que" depois de "sobre".)

CUIDADO! os pronomes relativos podem vir precedidos de preposição

de acordo com a regência verbal dos verbos da oração.

Ex.:

Havia condições com que não concordávamos. (Concordar com)

Havia condições de que desconfiávamos. (Desconfiar de)

c) O pronome "cujo" não concorda com o seu antecedente, mas com o

consequente. Equivale a "do qual", "da qual", "dos quais", "das quais".

Ex.: O carro, cujo pneu está furado, pertence a papai.

d) "Quanto" é pronome relativo quando tem por antecedente um pronome

indefinido: tanto (ou variações) e tudo:

Ex.:

Emprestei tantos quantos foram necessários.

Ele fez tudo quanto havia falado.

e) O pronome "quem" refere-se a pessoas e vem sempre precedido de

preposição.

Ex.: O Deus a quem amo é poderoso!

f) "Onde", como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode

ser utilizado na indicação de lugar.

Ex.: A casa onde morava foi assaltada.

g) Na indicação de tempo, deve-se empregar "quando" ou "em que".

Ex.: Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no exterior.

1.3 – ADJETIVO E SUBSTANTIVO

A segunda relação semântica do sintagma!

(QUESTÃO DE CONCORDÂNCIA NOMINAL!)

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1.3.1 – O QUE É ADJETIVO?

Os adjetivos são termos que atribuem características, qualidades ou esta-

dos a um substantivo.

1.3.2 – O QUE É LOCUÇÃO ADJETIVA?

De mesmo valor que o adjetivo, as locuções adjetivas exercem o mesmo

papel que o adjetivo, atribuindo qualidades e caracterizando os seres. A

diferença, no entanto, é que as locuções adjetivas são expressões iniciadas

por preposições (de, em, com, sem, etc.).

Aquela árvore com flores na esquina.

DICAS#CASCA! As locuções adjetivas, apesar de exercerem o mesmo

papel de adjetivo, não são expressões que transformamos em adjetivo,

uma vez que às vezes elas não possuem um adjetivo equivalente ou este

adjetivo equivalente não traz o mesmo significado.

Tempero de receitas apetitosas.

Aqui, não há um adjetivo equivalente a receitas apetitosas.

Ela tem opiniões infantis.

Aqui, o significado do adjetivo e da locução proposta é divergente, por-

que a frase pressupõe opiniões ingênuas, não necessariamente da in-

fância.

1.3.3 – FLEXÃO EM GRAU

a) Superlativo

Indica característica atribuída ao substantivo em máxima intensidade. É

dividido em absoluto e relativo.

a.1) Superlativo Absoluto

O superlativo absoluto ainda admite duas formas: analítico e sintético.

a.1.2) Quando é analítico, temos uma palavra intensificadora + adje-

tivo.

Aqui será construído um prédio muito alto.

a.1.3) No caso do sintético, temos o adjetivo + um sufixo intensificador.

Aqui será construído um prédio altíssimo.

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b) Superlativo Relativo

Quando o superlativo é relativo, temos um adjetivo que atribui caracterís-

tica relacionando-o a outros seres com a mesma característica. Estes tam-

bém admitem duas divisões, sendo de superioridade:

Este prédio é o mais alto do mundo.

Ou de inferioridade:

Esta menina é a mais baixa de todas.

c) Comparativo

Indica comparação entre uma característica que dois seres possuem, es-

tabelecendo uma relação entre eles. Tem três tipos: comparativo de supe-

rioridade, de igualdade ou de inferioridade.

c.1) Comparativo de Superioridade

A árvore era mais alta que o poste.

c.2) Comparativo de Igualdade

A árvore era tão alta quanto o poste.

c.3) Comparativo de Inferioridade

A árvore era menos alta que o poste.

DICAS#CASCA! O USO DA PREPOSIÇÃO É FACULTATIVO! (QUESTÃO DE

PROVA!)

Lucas é menos extrovertido (do) que seu irmão.

Lucas é mais extrovertido (do) que seu irmão.

Este procedimento é melhor (do) que o outro.

Meu desempenho foi pior (do) que o seu.

A falta de segurança é maior (do) que a de saneamento básico.

DICAS#CASCA! As formas analíticas representadas por “mais bom”,

“mais mau”, “mais grande” e “mais pequeno”, apenas devem ser utili-

zadas quando se comparam duas características de um mesmo ser.

Exemplos:

Pedro é mais bom (do) que esforçado.

O garoto é mais mau (do) que esperto.

Aquele cão é mais pequeno (do) que bravo.

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1.4 – CONCORDÂNCIA NOMINAL

Conceito: é a adequação dos termos da oração feita para que estes har-

monizem e concordem em número e gênero com o substantivo.

Regra geral: em uma oração com dois ou mais substantivos, o adjetivo

pode concordar com todos estes termos (concordância lógica) ou com o

mais próximo dele (concordância atrativa).

Exemplos:

Menino e menina gordos. (Lógica, pois “gordos” abrange “menino” e “menina”)

Menino e menina gorda. (Atrativa, pois “gorda” se refere somente a “menina”)

CUIDADO! Na soma, o termo masculino SEMPRE prevalecerá. Para que

haja a forma FEMININA e PLURAL, na adição dos núcleos, é necessário

que TODOS os elementos, SEM EXCEÇÃO, sejam femininos.

Exemplos:

A mãe e filha bonitas chegaram cedo.

Chegou atrasada a mãe e o pai. (Atrativa, pois “atrasada” se refere somente

a “mãe”)

Chegaram atrasados a mãe e o pai. (Lógica, pois “atrasados” se refere a

“mãe” e “pai”)

a) Obrigado, anexo (incluso / apenso), quite, próprio, possível, tal qual,

nenhum: são variáveis.

Exemplos:

Muito obrigada, disse e mulher. Os documentos seguem anexos.

A lista de preços inclusa foi aprovada pela diretoria. A petição segue apensa

ao processo.

Posso dizer que agora estamos quites. Ela mesma trocou a lâmpada quei-

mada.

O autor escreveu três possíveis finais para a história. As mães eram tais

quais as filhas.

Nenhuns carros passaram por aqui.

Não vi nenhuma motocicleta também.

ATENÇÃO: “anexo” é variável, porém as expressões “em anexo”, “em

incluso” e “em apenso” são invariáveis.

Os documentos estão em anexo.

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A lista de preços em incluso foi aprovada pela diretoria.

A petição segue em apenso ao processo.

Menos é invariável:

Ela comprou menos roupas dessa vez. Também quis parcelar em menos

vezes.

Bastante, meio: quando modificam o substantivo, são variáveis; quando

são advérbios, invariáveis.

Havia bastantes pessoas dentro daquele ônibus. (Modifica o substantivo

“pessoas” – variável)

Choveu bastante ontem de manhã. (Função de advérbio – invariável)

Hoje eu estou meio desanimado. (Função de advérbio – invariável)

Ela comeu meia melancia! (Modifica o substantivo “melancia” – variável)

Haja(m) vista – o termo serve para exemplificação. Caso o exemplificado

esteja no singular, verbo SOMENTE poderá ficar no SINGULAR; caso o

elemento exemplificado esteja no PLURAL, o verbo PODERÁ VIR no

SINGULAR ou como no PLURAL.

Os últimos fatos foram alegres, HAJA VISTA O NASCIMENTO DE JOÃO.

A literatura brasileira é muito rica, HAJA(M) VISTA OS MARAVILHOSOS

LIVROS DE MACHADO DE ASSIS.

CUIDADO! A expressão fica invariável (seguida de preposição).

Haja vista aos fatos explicados por esta teoria.

MESMO – Quando significar “PRÓPRIO” é variável. Porém quando sig-

nificar ATÉ MESMO é invariável.

Ela mesma (PRÓPRIA) fez o almoço. Mesmo (ATÉ MESMO) ela fez o al-

moço.

POSSÍVEL – Com as estruturas com O MAIS – O MENOS – O MELHOR –

O PIOR – QUANTO, o adjetivo POSSÍVEL estará no SINGULAR;

Fiz todos os esforços QUANTO POSSÍVEL. / São alunos O MAIS estudiosos

POSSÍVEL.

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Já nas estruturas com OS MAIS – OS MENOS – OS MELHORES – OS PI-

ORES, o adjetivo POSSÍVEL virá no PLURAL.

São alunos OS MAIS POSSÍVEIS ESTUDIOSOS.

DECORE!

1 – Fica no SINGULAR o ADJETIVO que modifica dois ou mais SUBSTAN-

TIVOS que se referem à mesma pessoa ou coisa:

Ele sempre foi pai e marido EXEMPLAR.

Tom Jobim foi compositor, músico e arranjador GENIAL.

2 – Quando o adjetivo se refere a vários substantivos, a concordância

pode variar. Podemos sistematizar essa flexão nos seguintes casos:

a) Adjetivo anteposto aos substantivos:

O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo.

Encontramos caídas as roupas e os prendedores.

Encontramos caída a roupa e os prendedores.

Encontramos caído o prendedor e a roupa.

CUIDADO! Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de paren-

tesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.

As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.

Encontrei os divertidos primos e primas na festa.

3 – Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:

a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo não for acom-

panhado de nenhum modificador.

Água é bom para saúde.

b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for modificado por

um artigo ou qualquer outro determinativo.

Esta água é boa para saúde.

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4 - O adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais

a que se refere.

Juliana as viu ontem muito felizes.

5 - Quando um único substantivo é modificado por dois ou mais adjeti-

vos no singular, podem ser usadas as construções:

a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o artigo antes do úl-

timo adjetivo.

Admiro a cultura espanhola e a portuguesa.

b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do adjetivo.

Admiro as culturas espanhola e portuguesa.

6 – É PROIBIDO / É NECESSÁRIO

Essas expressões, formadas por um verbo mais um adjetivo, ficam inva-

riáveis se o substantivo a que se referem possuir sentido genérico (não

vier precedido de artigo).

É proibido entrada de crianças.

Em certos momentos, é necessário atenção.

No verão, melancia é bom.

Quando o sujeito dessas expressões estiver determinado por artigos,

pronomes ou adjetivos, tanto o verbo como o adjetivo concordam com

ele.

É proibida a entrada de crianças.

Esta salada é ótima.

A educação é necessária.

São precisas várias medidas na educação.

1.5 – MODOS VERBAIS

MODOS VERBAIS

INDICATIVO = CERTEZA;

SUBJUNTIVO = INCERTEZA, HIPÓTESE, DESEJO;

IMPERATIVO = ORDEM, PEDIDO, DESEJO.

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1.6 – TEMPOS VERBAIS

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação ex-

pressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos. Veja:

Tempos do Indicativo

Presente – Expressa um fato atual.

Eu estudo neste colégio.

CUIDADO! (QUESTÃO DE PROVA!)

SUBSTITUIÇÃO DO PRESENTE COM MESMO SENTIDO:

1 – Eu estudo todos os dias.

2 – Eu tenho estudado todos os dias. (tempo composto do pretérito per-

feito)

3 – Eu venho estudando todos os dias. (verbo vir + gerúndio)

Pretérito Imperfeito – Expressa um fato ocorrido num momento ante-

rior ao atual, mas que NÃO foi completamente terminado.

Ele estudava as lições quando foi interrompido.

Pretérito Perfeito (simples) – Expressa um fato ocorrido num momento

anterior ao atual e que foi totalmente terminado.

Ele estudou as lições ontem à noite.

Pretérito Mais-Que-Perfeito – Expressa um fato ocorrido ANTES de ou-

tro fato já terminado. (PASSADO DO PASSADO)

Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (Forma simples)

CUIDADO! (QUESTÃO DE PROVA!)

PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO:

Eu amara quando o verão acabou. (Forma simples)

Eu tinha amado quando o verão acabou. (Forma composta / MESMO SEN-

TIDO!)

Futuro do Presente (simples) – Enuncia um fato que deve ocorrer num

tempo vindouro com relação ao momento atual.

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Ele estudará as lições amanhã.

Futuro do Pretérito (simples) – Enuncia um fato que pode ocorrer pos-

teriormente a um determinado fato passado.

Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.

DECORE!

Pode veicular uma ideia de hipótese:

Não sei o que faria se não estivesses presente. (FUTURO CONDICIONAL)

Tempos do Subjuntivo

Presente – Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual.

É conveniente que estudes para o exame.

Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro

já ocorrido.

Eu esperava que ele vencesse o jogo.

DICAS#CASCA! O pretérito imperfeito é também usado nas construções

em que se expressa a ideia de condição ou desejo.

Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

Futuro do Presente (simples) – Enuncia um fato que pode ocorrer num

momento futuro em relação ao atual.

Quando ele vier à loja, levará as encomendas.

DICAS#CASCA! O futuro do presente é também usado em frases que

indicam possibilidade ou desejo.

Se ele vier à loja, levará as encomendas.

CUIDADO!

FUTURO DO SUBJUNTIVO OU INFINITIVO PESSOAL?

A diferença é que o futuro do subjuntivo vem regido por conjunção (nor-

malmente “quando” ou “se”), advérbio ou pronome relativo. Veja:

“Quando eu soltar a minha voz, por favor me entenda.”

“Se você não cantar agora, o público não perdoará.”

“A casa em que ela cantar sempre estará cheia de fãs.”

21

O infinitivo, por sua vez, pode ser regido por preposição:

“Ao soltar a minha voz, você me entenderá.”

“Para cantar agora, ela exige mil coisas absurdas.”

“Sem lutares, a vitória é improvável.”

“Chegou a hora de essa gente mostrar seu valor.”

Ou vir sem preposição:

“Navegar é preciso.”

“Viver não é preciso.”

“Convém chegares mais cedo.”

1.7 – FORMAS NOMINAIS

FORMAS NOMINAIS

INFINITIVO – equivale ao valor de um substantivo;

GERÚNDIO – equivale ao valor de um adjetivo ou de um advérbio;

PARTICÍPIO – equivale ao valor de um adjetivo.

1.7.1 – Emprego do infinitivo

Essa forma nominal do verbo deve ser utilizada quando há a intenção de

exprimir o processo verbal em eficiência, ou seja, exprime a noção de ação

do verbo, aproximando-o do substantivo.

“É preciso saber viver.”

“De amar, também se morre.”

1.7.2 - Emprego do gerúndio

O gerúndio deve ser utilizado quando há a intenção de expressar a conti-

nuidade do processo verbal, realizando as funções do advérbio ou do ad-

jetivo.

Ela perdeu o livro andando no parque. (valor adverbial = quando)

Tenho agonia de pessoa assobiando. (valor de adjetivo = pessoa que asso-

bia)

1.7.3 - Emprego do particípio

O particípio deve ser utilizado quando há a intenção de exprimir um re-

sultado da ação verbal, acumulando tanto as funções do verbo quanto do

adjetivo e, por isso, pode receber as desinências -a de feminino e -s de

plural.

22

Comprado o presente, fomos para a festa.

A roupa foi confeccionada por um estilista.

1.8 – TEMPOS COMPOSTOS (CAI NA PROVA!)

a) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO

Processo que ocorreu ANTES de outro processo passado.

Ele disse que tinha (havia) pegado o dinheiro pela manhã. (= pegara)

b) FUTURO DO PRESENTE

Expressa um fato ainda não realizado no momento presente, mas já

PASSADO em relação a OUTRO FATO FUTURO. Isso acontece por in-

fluência nominal particípio.

Quando estivermos lá, o dia já terá amanhecido.

CUIDADO! O TEMPO COMPOSTO DO FUTURO DO PRESENTE NÃO PODE

SER SUBSTITUÍDO PELA FORMA SIMPLES!

Quando estivermos lá, o dia já terá amanhecido. (Tempo composto / fato

ocorrido)

Quando estivermos lá, o dia amanhecerá. (Forma simples / fato futuro).

c) FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO:

Indica um fato que se realizaria no passado, entretanto, com uma con-

dição:

Se tivéssemos conversado antes, essa tragédia não teria acontecido.

Indica um processo ENCERRADO posteriormente a uma época passada

que mencionamos no presente:

Anunciou-se que no dia anterior o jogador já teria assinado contrato com

outro clube.

d) PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO:

É empregado para indicar processos que se REPETEM ou PROLONGAM do

passado até o presente:

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Tenho amado muito nestes últimos dias.

É natural substituirmos este tempo composto pela locução verbal VIR

+ GERÚNDIO.

Venho amando muito nestes últimos dias.

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LIÇÃO 2 – #SINTAXE I: termos integrantes: transitividade

(complemento verbal; complemento nominal); função sintática

dos pronomes pessoais)

2.1 – A TRANSITIVIDADE E A COMPLEMENTAÇÃO VERBAL

(objeto direto, objeto indireto, objeto direto e indireto)

#A TABELA DA TRANSITIVIDADE VERBAL

DECORE, PELO AMOR DE DEUS!!!

V.T.D. (verbo transitivo direto) /

QUEM AMA, AMA ALGUMA COISA;

DICAS#CASCA!

A banca cobra o objeto direto preposicionado!

O objeto direto pode ser preposicionado nos seguintes casos:

a) Acompanhado de verbos que exprimem sentimentos.

Não odeio a ninguém. (CASO FACULTATIVO)

b) Para evitar ambiguidade. (CASO OBRIGATÓRIO. QUESTÃO DE

PROVA!)

Na copa do mundo, venceram aos brasileiros os alemães.

c) Quando for expresso por pronome pessoal oblíquo tônico. (CASO

OBRIGATÓRIO)

Pedro, sua família, nesse dia ensolarado, festeja a ti.

d) Quando for expresso pelo pronome relativo QUEM. (CASO OBRIGA-

TÓRIO)

A pessoa a quem amo está presente.

e) Quando for o nome próprio “Deus”. (CASO FACULTATIVO)

A igreja orienta que todos amem a Deus.

f) Algumas expressões que indicam ideia de partitivo, ou seja, o objeto

direto transmite ideia de parte daquilo a que se refere. (FACULTATIVO)

“Celina bebeu do próprio veneno.” (Bebeu parte do veneno)

“Celina bebeu o próprio veneno.” (Bebeu todo o veneno)

25

V.T.I. (verbo transitivo indireto) /

QUEM PRECISA, PRECISA DE ALGUMA COISA;

DECORE AS PREPOSIÇÕES ESSENCIAIS!!!

A: a, ante, até, após;

S: sem, sob, sobre;

D: de, desde;

E: em, entre;

P: para, por, perante, per;

C: com, contra;

T: trás.

ASDEPCT!

V.I. (verbo intransitivo) /

QUEM MORRE, MORRE;

a) Não necessitam de complemento porque têm sentido completo. Por

esse motivo, eles conseguem formar o predicado sozinhos;

Carmem morreu.

Jordana chegou.

b) Os verbos intransitivos são, muitas vezes, acompanhados de adjunto

adverbial ou de predicativo.

Carmem morreu serenamente. (Advérbio)

Jordana chegou satisfeita. (Predicativo do sujeito)

c) PRINCIPAIS VERBOS INTRANSITIVOS: morrer, nascer, andar, correr,

sair, trabalhar, adormecer, dormir, etc.

V.T.D.I. (verbo transitivo direto e indireto /

QUEM ESCREVE, ESCREVE ALGUMA COISA PARA ALGUÉM;

V.L. (verbo de ligação)

a) Os verbos de ligação, também chamados de copulativos, têm a função

de ligar o sujeito e suas características (predicativo do sujeito);

b) Lista dos verbos de ligação:

b.1) Estado Circunstancial

• Estar. Exemplo: Estou exausta!

• Parecer. Exemplo: Ela parece feliz com os resultados.

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• Andar. Exemplo: Desde aquele episódio, andamos sempre conten-

tes.

b.2) Estado Permanente

• Ser. Exemplo: Eles são capazes de finalizar tudo até amanhã?

• Viver. Exemplo: Vivem doentes.

b.3) Mudança de Estado

• Ficar. Exemplo: Fico feliz com a notícia!

• Tornar-se. Exemplo: Ela se tornou um exemplo de vida.

• Virar. Exemplo: Depois de tudo, virou um santo...

b.4) Continuidade do Estado

• Permanecer. Exemplo: Ele permaneceu calado.

• Continuar. Exemplo: Ela continuou atenta ao trabalho.

DICAS#CASCA!

A) A BANCA COBRA O COMPLEMENTO VERBAL: OBJETO DIRETO E OB-

JETO INDIRETO! – (FIQUE DE OLHO!);

B) VERBO DE LIGAÇÃO NÃO TEM COMPLEMENTO! – A vida é bela. (“bela”

é PREDICATIVO DO SUJEITO);

C) CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS – A classificação dos verbos em intran-

sitivo, transitivo e verbo de ligação é feita mediante o seu CONTEXTO.

Isso porque o mesmo verbo pode ser classificado de formas distintas,

conforme verificamos nos exemplos a seguir:

Desde aquele episódio, andamos sempre contentes. (Verbo de ligação,

pois expressa um estado, que é o fato de se sentir contente);

Ela vive cansada. (Verbo de ligação, pois expressa um estado, que é o

fato de se sentir constantemente cansada);

Ela vive no Japão. (Verbo intransitivo, pois expressa a ação de residir no

Japão);

D) O PREDICATIVO DO SUJEITO É A CARACTERÍSTICA DO SUJEITO

QUE DEFINE OU MODIFICA O SUJEITO!

Ele é chamado de predicativo porque faz parte do predicado, mas não

acrescenta nada ao verbo e, sim, ao sujeito.

27

2.2 – COMPLEMENTO NOMINAL VS. ADJUNTO ADNOMINAL

2.2.1 – COMPLEMENTO NOMINAL

Complementa o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advér-

bio). Exemplos:

Tenho medo do escuro.

Paulo é fiel ao time.

O governo agiu contrariamente ao povo.

2.2.2 – ADJUNTO ADNOMINAL

Determina, especifica o valor do SUBSTANTIVO! Exemplos:

A casa de papai é bonita.

O carro bonito foi vendido.

#TABELA DO PODER!

ADJUNTO ADNOMINAL COMPLEMENTO NOMINAL

Substantivo abstrato;

Substantivo concreto.

Substantivo abstrato;

Adjetivo;

Advérbio.

Sentido de posse Sem sentido de posse

O uso da preposição

NÃO é obrigatório

O uso da preposição

É OBRIGATÓRIO

Sentido Ativo

(preposição DE)

Sentido Passivo

(qualquer preposição)

2.2.3 – COMPLEMENTO NOMINAL VS. OBJETO INDIRETO (os termos in-

tegrantes da oração e a técnica do estudo da preposição)

1. Ele pensa verdadeiramente na vitória.

1º PASSO: a técnica só é válida quando O TERMO DESTACADO ESTÁ POS-

POSTO AO VERBO!

2º PASSO: quebramos a estrutura do termo destacado:

na vitória = em + a vitória.

3º PASSO: descobrimos a origem da preposição (se for do verbo, temos

OBJETO INDIRETO; se for do nome, temos COMPLEMENTO NOMINAL).

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Como, na questão, QUEM PENSA, PENSA EM ALGUMA COISA, temos OB-

JETO INDIRETO.

Agora, veja:

2. Ele é fiel ao clube.

Ao clube = a + o clube (A é preposição / O é artigo)

Analisando o verbo da questão, descobrimos que trata-se de VERBO DE

LIGAÇÃO. Logo, a preposição tem origem no NOME FIEL.

ao clube = COMPLEMENTO NOMINAL.

2.3 – A FUNÇÃO SINTÁTICA DOS PRONOMES PESSOAIS

(QUESTÃO DE PROVA!)

A) CASO RETO

EU –TU – ELE – NÓS – VÓS – ELES

FUNÇÃO NA ORAÇÃO: SUJEITO

B) OBLÍQUO ÁTONO

ME – TE – LHE – SE – O/OS – A/AS – NOS – VOS – LHES

FUNÇÃO NA ORAÇÃO: COMPLEMENTO VERBAL (objeto direto ou indi-

reto).

Desejo-te boa sorte...

Faça-me o favor...

DICAS#CASCA!

A) O – A – OS – AS SÓ FUNICIONAM COMO OBJETO DIRETO.

Ontem, eu a vi.

B) Em verbos terminados em -R, -S ou -Z, elimina-se a terminação e os

pronomes o(s), a(s) se tornam lo(s), la(s).Em verbos terminados em -

AM, -EM, -ÃO e –ÕE os pronomes se tornam no(s), na(s);

29

C) FUNÇÕES DO PRONOME LHE:

C.1) COMPLEMENTO VERBAL: objeto indireto.

Disse-lhe a verdade!

C.2) COMPLEMENTO NOMINAL (SEMPRE COM VERBO DE LIGAÇÃO!)

Ele não lhe foi fiel.

C.3) ADJUNTO ADNOMINAL (SENTIDO POSSE / SEMPRE COM VERBO

TRANSITIVO DIRETO / PODE SER SUBSTITUÍDO POR SEU, SUA, DELE,

DELA)

Beijo-lhe a mão. (Beijo a sua mão. / Beijo a mão dele.)

D) OBLÍQUO TÔNICO (A PREPOSIÇÃO É OBRIGATÓRIA)

A MIM – A TI – A SI – A ELE/A ELES – A ELA/A ELAS – A NÓS – A VÓS

FUNÇÃO NA ORAÇÃO: COMPLEMENTO VERBAL (objeto indireto; objeto

direto preposicionado).

Disse a verdade a mim. (Objeto indireto)

Ninguém entende a nós.” (Objeto direto preposicionado)

2.4 – PRONOME RELATIVO – A FUNÇÃO SINTÁTICA REFE-

RENCIAL QUE / O QUAL / A QUAL / ONDE = EM QUE /

QUANDO = EM QUE / CUJO / QUEM

OBSERVE:

O CARRO QUE COMPREI É BONITO.

1 – O CARRO É BONITO;

2 – EU COMPREI O CARRO. (Objeto direto da oração subordinada adje-

tiva)

QUE = CARRO / CARRO = TEM FUNÇÃO DE OBJETO DIRETO / QUE = OB-

JETO DIRETO.

DICAS#CASCA: OS PRONOMES RELATIVOS INTRODUZEM AS ORAÇÕES

SUBORDINADAS ADJETIVAS. LOGO, POSSUEM FUNÇÃO DE ADJUNTO

ADNOMINAL!

O ALUNO QUE ESTUDA PASSA!

30

O PRONOME RELATIVO FUNCIONA COMO ADJUNTO ADNOMINAL DE

ALUNO E SUJEITO DA ORAÇÃO QUE ESTUDA.

CUIDADO! USO DO PRONOME RELATIVO (DECORE!)

1- Os pronomes relativos virão precedidos de preposição se a regência

assim determinar.

Este é o pintor a cuja obra me refiro.

Este é o pintor de cuja obra gosto.

2 - O pronome relativo quem é empregado com referência a pessoas:

Não conheço o político de quem você falou.

3 - O relativo quem pode aparecer sem antecedente claro, sendo clas-

sificado como pronome relativo indefinido.

Quem faltou foi advertido.

4 - Quando possuir antecedente, o pronome relativo quem virá prece-

dido de preposição.

Marcelo era o homem a quem ela amava.

5. O pronome relativo que é o de mais largo emprego, chamado de re-

lativo universal, pode ser empregado com referência a pessoas ou coi-

sas, no singular ou no plural.

Não conheço o rapaz que saiu.

Gostei muito do vestido que comprei.

Eis os ingredientes de que necessitamos.

6. O pronome relativo que pode ter por antecedente o demonstrativo o,

a, os, as.

Falo o que sinto. (O pronome o equivale a aquilo.)

7. Quando precedido de preposição monossilábica, emprega-se o pro-

nome relativo que. Com preposições de mais de uma sílaba, usa-se o

relativo o qual (e flexões).

Aquele é o livro com que trabalho.

Aquela é a senhora para a qual trabalho.

8. O pronome relativo cujo (e flexões) é relativo possessivo equivalente

a do qual, de que, de quem. Deve concordar com a coisa possuída.

Apresentaram provas em cuja veracidade eu creio.

31

9. O pronome relativo quanto, quantos e quantas são pronomes relati-

vos quando seguem os pronomes indefinidos tudo, todos ou todas.

Comprou tudo quanto viu.

10. O relativo onde deve ser usado para indicar lugar e tem sentido

aproximado de em que, no qual.

Este é o país onde habito.

a) onde é empregado com verbos que não dão ideia de movimento.

Pode ser usado sem antecedente.

Sempre morei no país onde nasci.

b) aonde é empregado com verbos que dão ideia de movimento e

equivale a para onde, sendo resultado da combinação da preposi-

ção a + onde.

Voltei àquele lugar aonde minha mãe me levava quando criança.

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LIÇÃO 3 – #SINTAXE II: termos essenciais: estudo do sujeito;

concordância verbal

3.1 – O ESTUDO DO SUJEITO

A) O SUJEITO SIMPLES / SUJEITO COMPOSTO (A BANCA COBRA EM

CONCORDÂNCIA VERBAL!)

B) SUJEITO DESINENCIAL / ELÍPTICO / OCULTO DETERMINADO

Ganhamos a loteria.

Paulo, SAIA!

C) SUJEITO INDETERMINADO (A BANCA COBRA AS FUNÇÕES DA PALA-

VRA SE!)

1º CASO: VERBO NA 3ª PESSOA DO PLURAL

Ex.: Roubaram meu carro.

2° CASO: O VERBO + “SE” (QUESTÃO DE PROVA!)

DECORE AS FÓRMULAS MÁGICAS!

2.1) V.T.I. + SE + PREPOSIÇÃO = SUJEITO INDETERMINADO

Ex.: Precisa-se de funcionários.

SE = Índice de indeterminação do sujeito.

DE FUNCIONÁRIOS = objeto indireto

VERBO NA 3ª PESSOA SINGULAR!

2.2) V.I. + SE = SUJEITO INDETERMINADO

Ex.: Vive-se bem em apartamentos.

SE = Índice de indeterminação do sujeito.

VERBO NA 3ª PESSOA SINGULAR!

2.3) VERBO DE LIGAÇÃO + SE

Ex.: Fica-se nervoso na casa da sogra.

SE = Índice de indeterminação do sujeito.

VERBO NA 3ª PESSOA SINGULAR!

2.4) V.T.D. + SE = SUJEITO DETERMINADO

Ex.: Alugam-se apartamentos. / Aluga-se apartamento.

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SE = Partícula Apassivadora

Apartamentos / apartamento = Sujeito simples

O verbo DEVE CONCORDAR com o sujeito!

D) ORAÇÃO SEM SUJEITO (os verbos IMPESSOAIS) é formada apenas

pelo predicado e articula-se a partir de um verbo impessoal.

Observe a estrutura destas orações:

Havia formigas na casa.

Nevou muito este ano em Nova Iorque.

É possível constatar que essas orações não têm sujeito. Constituem a

enunciação pura e absoluta de um fato, através do predicado. O conte-

údo verbal não é atribuído a nenhum ser, a mensagem centra-se no pro-

cesso verbal. Os casos mais comuns de orações sem sujeito da língua

portuguesa ocorrem com:

D.1) Verbos que exprimem fenômenos da natureza: Nevar, chover, ventar,

gear, trovejar, relampejar, amanhecer, anoitecer.

Veja:

Choveu muito no inverno passado.

Amanheceu antes do horário previsto.

DICAS#CASCA Quando usados na forma figurada, esses verbos podem

ter sujeito determinado.

Veja:

Choviam crianças na distribuição de brindes. (crianças=sujeito)

Já amanheci cansado. (eu=sujeito)

D.2) Verbos ser, estar, fazer e haver, quando usados para indicar uma

ideia de tempo ou fenômenos meteorológicos:

D.2.1) Ser:

É noite. (Período do dia)

Eram duas horas da manhã. (Hora)

DICAS#CASCA! Ao indicar tempo, o verbo ser varia de acordo com

a expressão numérica que o acompanha. (É uma hora. / São nove

horas.)

Hoje é (ou são) 15 de março. (Data)

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Obs.: Ao indicar data, o verbo ser poderá ficar no singular, suben-

tendendo-se a palavra dia, ou então irá para o plural, concordando

com o número de dias.

D.2.2) Estar:

Está tarde. (Tempo)

Está muito quente. (Temperatura)

D.2.3) Fazer:

Faz dois anos que não vejo meu pai. (Tempo decorrido)

Fez 39°C ontem. (Temperatura)

D.2.4) Haver:

Não a vejo há anos. (Tempo decorrido)

Havia muitos alunos naquela aula. (Verbo Haver significando existir)

DICAS#CASCA! Com exceção do verbo ser, os verbos impessoais devem

ser usados SEMPRE NA TERCEIRA PESSOA DO SINGULAR. Devemos ter

cuidado com os verbos fazer e haver usados impessoalmente: não é pos-

sível usá-los no plural.

Veja:

Faz muitos anos que nos conhecemos.

Deve fazer dias quentes na Bahia.

Veja mais:

Há muitas pessoas interessadas na reunião.

Houve muitas pessoas interessadas na reunião.

Havia muitas pessoas interessadas na reunião.

Haverá muitas pessoas interessadas na reunião.

Deve ter havido muitas pessoas interessadas na reunião.

Pode ter havido muitas pessoas interessadas na reunião.

3.2 – CONCORDÂNCIA VERBAL

3.2.1 - CASOS QUE ACEITAM O SINGULAR E O PLURAL

(Questão de prova!)

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A) EXPRESSÕES PARTITIVAS: A MAIOR PARTE, BOA PARTE, GRANDE

PARTE, A MAIORIA, A MINORIA, PARTE DE, METADE DE, UMA PORÇÃO DE,

O GROSSO DE, O RESTO DE, etc.

Ex.:

Boa parte das pessoas ACREDITOU/ACREDITARAM no que ele disse.

A maioria os alunos OBTEVE/OBTIVERAM boas noitas.

Metade dos professores PARTICIPOU/PARTICIPARAM do congresso.

DICAS#CASCA! O mesmo processo de concordância se aplica quando se

empregam COLETIVOS (bando, grupo, enxame, etc.). Quando o COLE-

TIVO é seguido de TERMO NO PLURAL, a concordância também é OP-

TATIVA:

Ex.: Um grupo de alunos EXIGIU/EXIGIRAM a presença da professora.

CUIDADO! O verbo ficará no SINGULAR se essas palavras (maioria,

parte, metade, etc.) NÃO FOREM ESPECIFICADAS.

Ex.: A maioria faltou.

Boa parte abandonou o projeto.

Um bando destruiu a sala.

CUIDADO! (CAI NA PROVA!) Com expressões partitivas + ser, o verbo

CONCORDA com o PREDICATIVO, e não com o SUJEITO:

Ex.: A maioria dos analistas SÃO EXPERIENTES.

B) SUJEITO COMPOSTO POSPOSTO: quando o sujeito composto é pos-

posto, ou seja, colocado depois do verbo, passam a existir duas possibili-

dades de concordância: VERBO NO PLURAL ou em CONCORDÂNCIA COM

O NÚCLEO MAIS PRÓXIMO.

Ex.:

FALTARAM ao time CORAGEM E DETERMINAÇÃO.

FALTOU ao time CORAGEAM E DETERMINAÇÃO.

ACABARAM O LEITE E OS OVOS.

ACABOU O LEITE E OS OVOS.

CUIDADO! Nos casos em que o SE indica IDEIA DE RECIPROCIDADE en-

tre os núcleos que constituem o SUJEITO COMPOSTO, a concordância

deve ser feita no PLURAL.

Ex.:

ABRAÇARAM-SE A MÃE E A FILHA.

OFENDERAM-SE muito O TÉCNICO E O JOGADOR.

36

C) PALAVRAS SINÔNIMAS (A CONCORDÂNCIA COM A UNIDADE DE

SENTIDO DOS NÚCLEOS).

Ex.:

DESCASO e DESPREZO sempre MARCOU seu comportamento.

O verbo no SINGULAR ENFATIZA a UNIDADE DE SENTIDO DOS NÚCLEOS.

DESCASO e DESPREZO sempre MARCARAM seu comportamento.

Também é possível a CONCORDÂNCIA LÓGICA, ou seja, o emprego do

VERBO NO PLURAL.

D) VERBO SER ENTRE PRONOME NÃO PESSOAL E SUBSTANTIVO (CON-

CORDA COM O SUJEITO OU PREDICATIVO).

Ex.:

Tudo ERA/ERAM delícias naquela mesa.

Isso É/SÃO coisas que dizem por aí.

Quem É/SÃO os integrantes da comissão?

E) VERBO SER NAS EXPRESSÕES QUE INDICAM NOÇÃO DE QUANTI-

DADE (MUITO, POUCO, BASTANTE / VERBO NO SINGULAR!).

Ex.:

Três quilos de carne É MUITO POUCO para um churrasco.

Cinco dias É POUCO tempo para conhecer Roma.

Cem reais É POUCO para comprar tudo o que é preciso.

F) VERBO SER NAS INDICAÇÕES DE TEMPO (CONCORDA COM O NÚ-

MERO DE MINUTOS, DE HORAS, OU DE DIAS MAIS PRÓXIMO).

Ex.:

É uma hora da tarde.

São quatro horas.

É meio-dia e vinte.

Hoje é/são vinte e dois de dezembro.

G) A EXPRESSÃO É QUE (VERBO NO SINGULAR)

Ex.:

É para essas pessoas QUE o novo governo deve trabalhar.

É nessas horas QUE se vê quem de fato é amigo.

Os elefantes fazem tudo, mas os macacos É QUE levam a fama.

37

H) Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade

aproximada (cerca de, mais de, menos de, perto de...), seguida de nu-

meral e substantivo, o verbo concorda com o substantivo.

Ex.:

Cerca de mil pessoas participaram da manifestação.

Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.

Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas Olimpíadas.

CUIDADO! Quando a expressão "mais de um" se associar a verbos que

exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório:

Ex.:

Mais de um colega se ofenderam na tumultuada discussão de ontem. (Ofen-

deram um ao outro)

I) Quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordância

deve ser feita levando-se em conta a ausência ou presença de artigo.

Sem artigo, o verbo deve ficar no singular. Quando há artigo no plural,

o verbo deve ficar no plural.

Ex.:

Os Estados Unidos possuem grandes universidades.

Alagoas impressiona pela beleza das praias.

As Minas Gerais são inesquecíveis.

Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.

Os Sertões imortalizaram Euclides da Cunha.

J) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural

(quais, quantos, alguns, poucos, muitos, quaisquer, vários) seguido por

"de nós" ou "de vós", o verbo pode concordar com o primeiro pronome

(na terceira pessoa do plural) ou com o pronome pessoal.

Ex.:

E quais de nós são/somos capazes?

Alguns de vós sabiam/sabíeis do caso?

Vários de nós propuseram/propusemos sugestões inovadoras.

CUIDADO!

Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver no singular, o

verbo ficará no singular.

Ex.:

Qual de nós é capaz?

Algum de vós fez isso.

38

L) PORCENTAGEM (Quando o sujeito é formado por uma expressão que

indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve concordar

com o substantivo).

Ex.:

25% do orçamento do país deve destinar-se à Educação.

85% dos entrevistados não aprovam a administração do prefeito.

1% do eleitorado aceita a mudança.

1% dos alunos faltaram à prova.

CUIDADO! Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida

de substantivo, o verbo deve concordar com o número.

Ex.:

25% querem a mudança.

1% conhece o assunto.

M) O PRONOME RELATIVO QUE

Quando o sujeito é o pronome relativo “que”, a concordância em nú-

mero e pessoa é feita com o antecedente do pronome.

Ex.:

Fui eu que paguei a conta.

Fomos nós que pintamos o muro.

És tu que me fazes ver o sentido da vida.

Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na presença de um homem.

N) O PRONOME RELATIVO QUEM

Quando o sujeito é o pronome relativo “quem”, pode-se utilizar o verbo

na terceira pessoa do singular ou em concordância com o antecedente

do pronome.

Ex.:

Fui eu quem pagou a conta. / Fui eu quem paguei a conta.

Fomos nós quem pintou o muro. / Fomos nós quem pintamos o muro.

O) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assumir a forma plural.

Ex.:

Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encantaram os poetas.

Se você é um dos que admiram o escritor, certamente lerá seu novo ro-

mance.

CUIDADO COM A IDEIA DE EXCLUSÃO (CAI NA PROVA!)

Se houver exclusão, a expressão um dos que leva o verbo para o singu-

lar:

39

Já foi um dos candidatos que venceu a última eleição presidencial. (So-

mente José venceu.)

P) Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões correlativas

como: “não só... mas ainda”, “não somente...”, “não apenas... mas tam-

bém”, “tanto... quanto”, o verbo concorda de preferência no plural.

Ex.:

Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o Nordeste.

Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia.

Q) VERBO PARECER

O verbo parecer, quando seguido de infinitivo, admite duas concordân-

cias:

– Ocorre variação do verbo parecer e não se flexiona o infinitivo.

Alguns colegas pareciam chorar naquele momento.

– A variação do verbo parecer não ocorre, o infinitivo sofre flexão.

Alguns colegas parecia chorarem naquele momento.

CUIDADO! Com orações desenvolvidas, o verbo parecer fica no singular.

Ex.:

As paredes parece que têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos.)

R) O VERBO NO INFINITIVO (Questão de prova!)

R.1) INFINITIVO PESSOAL COM SUJEITO IGUAL AO DO VERBO DA

ORAÇÃO ANTERIOR (FLEXÃO FACULTATIVA)

Ex.:

Os sindicalistas foram a Brasília para CONVERSAR / CONVERSAREM com o

presidente.

CUIDADO!

Se a oração infinitiva vier ANTES da principal, é mais frequente o INFI-

NITIVO FLEXIONADO:

Para CONVERSAREM com o presidente, os sindicalistas foram a Brasília.

R.2) INFINTIVO PESSOAL COM SUJEITO DIFERENTE DO SUJEITO DO

VERBO DA ORAÇÃO ANTERIOR (FLEXÃO OBRIGATÓRIA!)

Ex.:

O presidente fez o possível para os executivos estrangeiros ACEITAREM a

proposta.

40

R.3) INFINTIVO QUE É REGIDO POR PREPOSIÇÃO E FUNCIONA COMO

COMPLEMENTO DE SUBSTANTIVO, ADJETIVO OU VERBO. (NÃO SE FLE-

XIONA O INFINITIVO!)

Ex.:

Os jornalistas foram proibidos DE ENTRAR.

Eles não têm chance DE VENCER.

Foram incumbidos DE ABRIR a exposição.

Todos estão obrigados A COMPARECER.

R.4) RECIPROCIDADE (FLEXÃO OBRIGATÓRIA!)

Ex.:

Depois de brigas e brigas marido e mulher faziam o possível para SE SU-

PORTAREM.

R.5) DEIXAR – FAZER – MANDAR – OUVIR – SENTIR – VER + INFINITIVO

(FLEXÃO OPTATIVA!)

Ex.:

Faça os meninos DORMIR / DORMIREM cedo.

Mande os cozinheiros PREPARAR / PREPARAREM a comida.

CUIDADO! Se o SUBSTANTIVO for substituído por um PRONOME OBLÍ-

QUO, O INFINITIVO NÃO SERÁ FLEXIONADO.

Ex.:

Deixe-os ficar.

Faça-os dormir cedo.

Não os ouvi cantar.

R.6) LOCUÇÃO VERBAL

Só se flexiona o PRIMEIRO VERBO, chamado de auxiliar. O INFINI-

NITVO não deve ser flexionado.

Ex.:

Eles DEVEM chegar logo.

QUEIRAM comparecer ao estacionamento.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

41

LIÇÃO 4 – #SINTAXE III: Regência; Crase; Colocação prono-

minal

4.1 - VERBOS INTRANSITIVOS

Os verbos intransitivos não possuem complemento. É importante, no

entanto, destacar alguns detalhes relativos aos adjuntos adverbiais

que costumam acompanhá-los.

❖ CHEGAR - IR

Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de lugar. Na lín-

gua culta, as preposições usadas para indicar destino ou direção são: a,

para. Exemplos:

Fui ao teatro.

Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.

Adjunto Adverbial de Lugar

Eles chegaram de Santos.

Amanhã deves chegar cedo ao curso.

CUIDADO!

Quando cheguei A casa. (Certo)

Quando cheguei EM casa. (Errado)

Amanhã vou A ou PARA casa. (Certo)

Amanhã vou EM casa. (Errado)

DICAS#CASCA! “IR PARA algum lugar” enfatiza a direção, a partida.

“IR A algum lugar” sugere também o retorno.

Importante: reserva-se o uso de “em” para indicação de tempo ou

meio. Veja:

Cheguei a Roma em outubro. – Adjunto Adverbial de Tempo

Chegamos no trem das dez. – Adjunto Adverbial de Meio

42

❖ COMPARECER

O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a. Exemplo:

Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último jogo.

4.2 – VERBOS TRANSITIVOS INDIRETOS

Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indi-

retos. Isso significa que esses verbos exigem uma preposição para o

estabelecimento da relação de regência. Os pronomes pessoais do caso

oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são

lhe, lhes (ambos para substituir pessoas). Não se utilizam os pronomes

o, os, a, as como complementos de verbos transitivos indiretos. Com os

objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes

oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes

átonos lhe, lhes. São verbos transitivos indiretos, dentre outros:

❖ CONSISTIR

Tem complemento introduzido pela preposição “em”.

A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para todos.

❖ OBEDECER E DESOBEDECER

Possuem seus complementos introduzidos pela preposição “a”.

Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.

Eles desobedeceram às leis do trânsito.

❖ RESPONDER

Tem complemento introduzido pela preposição “a”. Esse verbo pede

objeto indireto para indicar “a quem” ou “ao que” se responde.

Respondi ao meu patrão.

Respondemos às perguntas.

Respondeu-lhe à altura.

Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando exprime

aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica. Veja:

O questionário foi respondido corretamente.

Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.

❖ SIMPATIZAR E ANTIPATIZAR

Possuem seus complementos introduzidos pela preposição “com”.

Antipatizo com aquela apresentadora.

43

Simpatizo com os que condenam os políticos que governam para uma mi-

noria privilegiada.

4.3 – VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS OU INDIRETOS (QUES-

TÃO DE PROVA)

Há verbos que admitem duas construções, uma transitiva direta, outra

indireta, sem que isso implique modificações de sentido. Dentre os

principais, temos:

❖ ABDICAR

Abdicou as vantagens do cargo. / Abdicou das vantagens do cargo.

❖ ACREDITAR

Não acreditava a própria força. / Não acreditava na própria força.

❖ ALMEJAR

Almejamos a paz entre as nações. / Almejamos pela paz entre as nações.

❖ ANSIAR

Anseia respostas objetivas. / Anseia por respostas objetivas.

❖ ANTECEDER

Sua partida antecedeu uma série de fatos estranhos. / Sua partida antece-

deu a uma série de fatos estranhos.

❖ ATENDER

Atendeu os meus pedidos. / Atendeu aos meus pedidos.

❖ ATENTAR

Atente esta forma de digitar. / Atente nesta forma de digitar. / Atente para

esta forma de digitar.

❖ COGITAR

Cogitávamos uma nova estratégia. / Cogitávamos em uma nova estratégia.

❖ CONSENTIR

Os deputados consentiram a adoção de novas medidas econômicas. / Os

deputados consentiram na adoção de novas medidas econômicas.

❖ DEPARAR

Deparamos uma bela paisagem em nossa trilha. / Deparamos com uma bela

paisagem em nossa trilha.

❖ GOZAR

Gozava boa saúde. / Gozava de boa saúde.

❖ NECESSITAR

Necessitamos algumas horas para preparar a apresentação. / Necessitamos

de algumas horas para preparar a apresentação.

44

❖ PRECEDER

Intensas manifestações precederam a mudança de regime. / Intensas ma-

nifestações precederam à mudança de regime.

❖ PRESIDIR

Ninguém presidia o encontro. / Ninguém presidia ao encontro.

❖ RENUNCIAR

Não renuncie o motivo de sua luta. / Não renuncie ao motivo de sua luta.

❖ SATISFAZER

Era difícil conseguir satisfazê-la. / Era difícil conseguir satisfazer-lhe.

❖ VERSAR

Sua palestra versou o estilo dos modernistas. / Sua palestra versou sobre o

estilo dos modernistas.

4.4 – VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS

Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de um ob-

jeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse grupo: Agradecer,

Perdoar e Pagar.

São verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto

indireto relacionado a pessoas. Veja os exemplos:

Agradeço aos ouvintes a audiência. Objeto Indireto Objeto Direto

Cristo ensina que é preciso perdoar o pecado ao pecador. Objeto Direto Objeto Indireto

Paguei o débito ao cobrador. Objeto Direto Objeto Indireto

O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com particular cui-

dado. Observe:

Agradeci o presente. / Agradeci-o.

Agradeço a você. / Agradeço-lhe.

Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.

Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.

Paguei minhas contas. / Paguei-as.

Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.

45

CUIDADO!

Com os verbos AGRADECER – PERDOAR - PAGAR a pessoa deve sempre

aparecer como OBJETO INDIRETO, mesmo que na frase não haja objeto

direto. Veja os exemplos:

A empresa não paga aos funcionários desde setembro.

Já perdoei aos que me acusaram.

Agradeço aos eleitores que confiaram em mim.

❖ INFORMAR

Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto ao se

referir a pessoas, ou vice-versa.

Informe os novos preços aos clientes.

Informe os clientes dos novos preços. (Ou sobre os novos preços.)

Na utilização de pronomes como complementos, veja as construções:

Informei-os aos clientes.

Informei-lhes os novos preços.

Informe-os dos novos preços.

Informe-os deles. (Ou sobre eles.)

Obs.: a mesma regência do verbo INFORMAR é usada para os seguin-

tes: AVISO, CERTIFICAR, NOTIFICAR, CIENTIFICAR, PREVENIR.

❖ COMPARAR

Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposições “a”

ou “com” para introduzir o complemento indireto.

Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança.

❖ PEDIR

Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma de oração

subordinada substantiva) e indireto de pessoa.

Pedi-lhe favores. Objeto Indireto Objeto Direto

Pedi-lhe que mantivesse em silêncio. Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

A construção “PEDIR PARA”, muito comum na linguagem cotidiana,

deve ter emprego muito limitado na língua culta. No entanto, é consi-

derada correta quando a palavra licença estiver subentendida.

46

Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.

Observe que, nesse caso, a preposição "para" introduz uma oração subor-

dinada adverbial final reduzida de infinitivo (para ir entregar-lhe os catá-

logos em casa).

A construção “dizer para”, também muito usada popularmente, é igual-

mente considerada incorreta.

❖ PREFERIR

Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto introduzido

pela preposição "a". Por Exemplo:

Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. / Prefiro trem a ônibus.

DICAS#CASCA! Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem

termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um milhão

de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no próprio

verbo (preferir).

4.5 – MUDANÇA DE TRANSITIVIDADE VS MUDANÇA DE SEN-

TIDO (QUESTÃO DE PROVA!)

❖ AGRADAR

Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, acariciar.

Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada quando o revê.

Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia não perde

oportunidade de agradá-lo.

Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a, satisfazer,

ser agradável a. Rege complemento introduzido pela preposição “a”.

O cantor não agradou aos presentes. (O cantor não lhes agradou.)

❖ ASPIRAR

Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o ar), inalar.

Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o.)

Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como ambição.

Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a elas.)

47

CUIDADO! (QUESTÃO CESPE!)

Como o objeto indireto do verbo “aspirar” não é pessoa, mas coisa, não

se usam as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” e sim as formas

tônicas “a ele (s)”, “a ela (s)”. Veja o exemplo:

Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela.)

❖ ASSISTIR

Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar assistência a,

auxiliar.

As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. As empresas de saúde

negam-se a assisti-los.

Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, estar pre-

sente, caber, pertencer.

Assistimos ao documentário.

Não assisti às últimas sessões.

Essa lei assiste ao inquilino.

DICAS#CASCA! No sentido de morar, residir, o verbo "assistir" é intran-

sitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar introduzido

pela preposição “em”.

Assistimos numa conturbada cidade.

❖ CHAMAR

Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a atenção

ou a presença de.

Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la. Chamei você

várias vezes. / Chamei-o várias vezes.

No sentido de repreender é V.T.D.I. com o complemento indireto regido

da preposição a:

O fiscal chamou o candidato à atenção.

Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar objeto di-

reto e indireto, ao qual se refere predicativo preposicionado ou não.

(QUESTÃO DE PROVA!)

I - A torcida chamou o jogador mercenário.

II - A torcida chamou ao jogador mercenário.

48

III - A torcida chamou o jogador de mercenário.

IV - A torcida chamou ao jogador de mercenário.

❖ CONSTAR

No sentido de ser composto ou constituído é V.T.I. e rege a preposição

“de” (objeto indireto).

Este processo consta de seis volumes.

No sentido de estar registrado, estar escrito é V.I. e deve ser empre-

gado com a preposição EM, que introduz termo que indicar lugar.

Seu aparte consta na ata.

Consta nos autos que o réu não tem habilitação.

No sentido de dizer-se, passar por certo é V.I.:

Consta que Edinéia será a coordenadora-geral.

❖ CUSTAR

Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou preço,

sendo acompanhado de adjunto adverbial.

Frutas e verduras não deveriam custar muito.

No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou transitivo in-

direto.

Muito custa viver tão longe da família.

Verbo intransitivo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela atitude.

CUIDADO! A Gramática Normativa condena as construções que atri-

buem ao verbo “custar” um sujeito representado por pessoa.

Custei para entender o problema.

Forma correta: Custou-me entender o problema. / Custa-me entender

o problema.

❖ IMPLICAR

Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:

Dar a entender, fazer supor, pressupor.

Suas atitudes implicavam um firme propósito.

49

Ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, pro-

vocar.

Liberdade de escolha implica amadurecimento político de um povo. I

Como transitivo direto e indireto, significa comprometer:

Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.

Com o sentido de envolver-se é V.T.I. com o complemento regido pela

preposição “em”.

O jogador implicou-se em drogas.

CUIDADO! no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indi-

reto e rege com preposição “com”.

Implicava com quem não trabalhasse arduamente.

❖ PROCEDER

Proceder é V.I. no sentido de ter fundamento ou agir. Nessa segunda

acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo.

As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las.

Você procede muito mal.

Nos sentidos de ter origem ou dar início é transitivo indireto.

O avião procede de Maceió.

Procedeu-se aos exames.

O delegado procederá ao inquérito.

❖ QUERER

Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobi-

çar.

Querem melhor atendimento.

Queremos um país melhor.

Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar.

Quero muito aos meus amigos.

Ele quer bem à linda menina.

Despede-se o filho que muito lhe quer.

❖ VISAR

Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria

e de pôr visto, rubricar.

O homem visou o alvo. / O gerente não quis visar o cheque.

50

No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transi-

tivo indireto e rege a preposição “a”.

O ensino deve sempre visar ao progresso social.

Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

DICAS#CASCA! Se o verbo “visar” estiver seguido de INFINITIVO, a

preposição pode ficar subentendida. Veja:

Raquel visava conseguir amizades = visava A conseguir amizades.

❖ ATENDER

É V.T.D. no sentido de deferir um pedido, conceder.

O chefe atenderá sua solicitação. / O chefe a atenderá.

No sentido de dar atenção é V.T.D. ou V.T.I. com a preposição “a” (ob-

jeto indireto).

João, atenda ao telefone. / João, atenda a ele.

❖ LEMBRAR

Se não estiver acompanhado de pronome oblíquo átono é V.T.D., tem o

sentido de não esquecer e pede complemento sem preposição (objeto

direto):

Lembrei o tempo bom que vivemos juntos.

Acompanhado de pronome oblíquo é V.T.I., tem o sentido de recordar

e pede complemento regido da preposição de (objeto indireto):

Cafu, ao erguer a taça, comemorando o penta, lembrou-se da mulher.

Com o sentido de trazer à lembrança e V.T.I. e rege a preposição “a”:

Lembrou a todos o tempo de menino.

DICAS#CASCA!

– Os verbos ESQUECER, ADMIRAR E RECORDAR apresentam a mesma

regência de LEMBRAR;

– Há ainda uma construção em que a coisa lembrada, admirada, esque-

cida ou recordada passa a funcionar como SUJEITO, ficando o verbo na

3ª pessoa do singular, sofrendo alteração de sentido. Veja:

Lembrou-me o ocorrido nesta sala. (= o ocorrido nesta sala me veio à me-

mória).

Esqueceram-me os desenganos. (= os desenganos caíram-me no esqueci-

mento).

51

❖ PRECISAR

É V.T.D. com o sentido de marcar, indicar com precisão.

O relojoeiro precisou o defeito do cronômetro.

Com o sentido de carecer, ter necessidade, é V.T.I. e rege a preposição

“de”.

Acho que ela precisa de carinho.

4.6 – CRASE

É a junção da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, ou ainda da

preposição “a” com as iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s),

aquele(s), aquilo ou com o pronome relativo a qual (as quais). Grafica-

mente, a fusão das vogais “a” é representada por um acento grave, as-

sinalado no sentido contrário ao acento agudo: à.

4.6.1 – A CRASE É LEGAL

A) Antes de palavras femininas (a – as)

O bom cidadão obedece à lei.

B) Cidades – Países

Fui à Bahia.

DICAS#CASCA! Troca o verbo ir por voltar. Veja:

Fui à Bahia. / Voltei da Bahia.

Fui a Brasília / Voltei de Brasília.

C) Na indicação do número de horas.

Cheguei às 10 horas.

DICAS#CASCA! Substitua a hora por “meio-dia”: se der “ao meio-dia”,

há crase; se não der, esqueça a crase.

A transmissão começa às 6h30.

(Com crase, porque A transmissão começa AO MEIO DIA.)

Cheguei à uma hora. / Cheguei AO MEIO DIA.

CUIDADO I!

À 0h do dia 1º de janeiro, começará a queima de fogos.

AO MEIO DIA do dia 1º de janeiro, começará a queima de fogos.

52

CUIDADO II!

Em cinco casos, porém, não há crase nesse “a” que acompanha horas:

Quando antes dele há as preposições "após", "desde", "entre" e "para".

Veja:

Os portões serão fechados após as 7h30.

O consumo de álcool está liberado desde a 0h de segunda-feira.

Há uma lei que proíbe a prática esportiva na praia entre as 8h e as 16h.

A sessão estava marcada para as 20h.

CUIDADO III!

A HORA, A CRASE E O PARALELISMO!

Observe:

I - A aula é de 8h às 10h. (Errado!)

II - A aula é das 8h às 10h. (Correto!)

D) Na expressão “À MODA DE”, “À MANEIRA DE”, mesmo que a palavra

moda venha oculta:

Usam sapatos à Luís XV. (= à moda de Luís XV)

E) Expressões adverbiais femininas. (LOCUÇÃO ADVERBIAL / Questão de

prova!)

À tarde

À noite

À vontade

Às claras

À toa

Às avessas

À direita

À esquerda

Às voltas

DICAS#CASCA!

1 – ÀS VEZES vs. TODAS AS VEZES

“Iracema às vezes vai à praia, mas nem todas as vezes banha-se no MAR.”

Substitua a palavra feminina “vezes” por uma masculina. Se antes da

palavra masculina empregada vier um “ao”, antes de “vezes” ocorrerá

crase.

Em vez de “vezes”, escreverei “domingos” (ou outra palavra masculina

qualquer: “Iracema AOS domingos vai à praia, mas nem todos OS domingos

banha-se no MAR.”

53

2 – Nas expressões adverbiais a pé, a cavalo, a sangue-frio, a lápis, etc.,

o uso da crase não é permitido por uma questão óbvia, as palavras que

formam as expressões são masculinas. Logo, não há a ocorrência de

crase.

Prefiro ir a pé.

A prova não pode ser feita a lápis.

3 – A locução adverbial “a distância” tem gerado polêmica. Isso ocorre

porque algumas gramáticas dizem que a crase só deve ser usada

quando a palavra distância estiver determinada.

A melhor praia fica à distância de 30 km.

Alguns estudiosos já defendem o uso da crase com a palavra distância,

ainda que esta não esteja especificada, pois seu uso elimina a possibi-

lidade de dupla interpretação. Veja os exemplos:

O menino estuda à distância.

Eu escrevo à distância.

O ensino da faculdade é à distância.

Outras expressões que trazem dúvidas são as que vêm acompanhadas

de adjuntos adverbiais de instrumento. Não há justificativa para o uso

da crase, no entanto, sua ausência gera duplo sentido. Por isso, seu uso

é recomendado. Além desses adjuntos, há algumas expressões que

também pedem o uso da crase para evitar a ambiguidade. Veja:

Bateu à máquina.

Cortou à faca.

Lavou à mão.

F) Locuções prepositivas constituídas de palavras femininas. (LOCUÇÃO

CRISTALIZADA.)

À força de

À beira de

À guisa de

À custa de

À força de

À ilustração de

À flor de

CUIDADO! A locução “ÀS CUSTAS DE” é usada APENAS com valor pro-

cessual, jurídico. Veja:

Ele foi condenado às custas do processo.

54

G) Locuções conjuntivas.

À medida que

À proporção que

CUIDADO! CRASE COM AS PALAVRAS CASA E TERRA.

Não ocorre crase com a palavra CASA no sentido de LAR, MORADIA e

com a palavra TERRA no sentido de CHÃO FIRME, a menos que venham

DETERMINADAS. Veja:

Vou a casa almoçar.

Vou à casa de minha tia almoçar.

Os passageiros da aeronave desceram a terra.

Passageiros da aeronave desceram à terra de seus avós.

4.6.2 – A CRASE É ILEGAL

A) Antes de masculino:

Andei a pé.

B) Antes de verbo:

Estou apto a discutir.

C) Antes de pronome de tratamento:

Dirigiu-se a V.Sª com aspereza.

CUIDADO! Senhora – senhorita – dona = Exceções!

D) Antes de pronome em geral.

Não me referi a ela. (Pronome pessoal reto)

a ele. (Pronome pessoal reto)

a qualquer. (Pronome Indefinido)

CUIDADO!

1 – Fiz alusão à mesma pessoa. (Alusão ao mesmo homem. / O pronome

mesmo admite artigo.)

Isto interessa à própria candidata. (Ao próprio candidato. / O pronome pró-

prio admite artigo.)

2 – Pode haver crase antes dos pronomes indefinidos pouca(s), muitas,

demais, outra(s) e várias:

55

O doutor atendeu às poucas mulheres que hoje foram à sua clínica.

BC equipara crédito consignado às demais operações.

De uma geração à outra, tudo pode mudar.

E) Quando um “a” (sem o “s” de plural) precede um nome plural:

Não falo a pessoas estranhas.

Não falo às pessoas estranhas.

F) Com palavras repetidas:

Cara a cara.

Face a face.

CUIDADO! CRASE OBRIGATÓRIA!

É preciso declarar guerra à guerra!

É preciso dar mais vida à vida!

Nesses casos, a crase é obrigatória devido à regência do verbo DECLA-

RAR e DAR.

G) Antes de numerais não determinados por artigo:

O político iniciou visita a duas nações.

CUIDADO! Se as nações forem determinadas... Crase!

...visita às duas nações europeias.

H) Antes dos pronomes relativos QUEM e CUJA:

Era geniosa a funcionária à quem se reportava. [Inadequado]

Era geniosa a funcionária a quem se reportava. [Adequado]

A mulher, à cuja filiação se unira, esgotava-se em lágrimas. [Inadequado]

A mulher, a cuja filiação se unira, esgotava-se em lágrimas. [Adequado]

4.6.3 - A CRASE É FACULTATIVA (QUESTÃO DE PROVA!)

A) Antes de nomes próprios femininos de pessoa.

DICAS#CASCA!

Nos casos em que o nome próprio vier especificado, determinado, ha-

verá o uso da crase:

Dirigi-me à bela Beatriz!

56

B) Antes dos pronomes possessivos femininos:

DECORE!

I – Não obedeço a sua coordenadora. (Com preposição a, mas sem o ar-

tigo a.)

II – Não obedeço à sua coordenadora. (Com a preposição a e com o artigo

a.)

III – Não obedeço a suas coordenadoras. (Com preposição a, mas sem o

artigo as.)

CUIDADO! CRASE OBRIGATÓRIA:

Não obedeço às suas coordenadoras. (Com a preposição a e com o artigo

as.)

Não obedeço à sua coordenadora, mas à minha. (Pronome “minha”: pro-

nome possessivo substantivo, o uso do artigo será obrigatório. Como

há a preposição “a”, o acento indicador de crase também será obriga-

tório.)

C) Depois da preposição ATÉ:

Cheguei até A/À muralha.

4.6.4 – CRASE COM OS PRONOMES DEMONSTRATIVOS. DECORE!

Àquela = a essa;

Àquele = a esse;

Àquilo = a isso.

4.6.5 – À QUE E À QUAL

A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais de-

pende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exigir a preposição

“a”, haverá crase.

A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.

O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.

Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase!

À QUE (A AQUELA QUE / AO QUE)

(…) é a realocação da comunidade para uma área equivalente à que ela

vive hoje.

57

(…) é a realocação da comunidade para uma área equivalente a aquela

que ela vive hoje. (Troca por “a aquela que”.)

(…) é a realocação da comunidade para um terreno equivalente ao que

ela vive hoje. (Troca por correspondente masculino.)

4.6.6 – A CRASE E O PARALELISMO (CAI NA PROVA!)

A) Trabalharemos das (de + a) 7h às (a + as) 13h. (preposição + artigo /

preposição + artigo)

B) Descansaremos da (de + a) 11h às (a + as) 7h. (preposição + artigo /

preposição + artigo)

C) O corredor vai da (de + a) cozinha à (a + a) sala de estudo. (preposição

+ artigo / preposição + artigo)

D) Trabalhamos de segunda a sexta-feira. (preposição / preposição)

E) Trabalhamos de 8 a 12 horas. (preposição / preposição)

F) Enumere de um a vinte. (preposição / preposição)

G) Disse a mãe, filha e sobrinha toda a verdade. (Preposição obrigatória

para o 1º elemento e facultativa para os demais.)

H) Disse à mãe, à filha e à sobrinha toda a verdade. (Preposição + artigo

para todos os elementos.)

4.7 – COLOCAÇÃO PRONOMINAL

4.7.1 – Próclise

A próclise é aplicada antes do verbo quando temos:

A) Palavras com sentido negativo: (NADA, NÃO, NUNCA).

Nada me faz querer sair dessa cama.

Não se trata de nenhuma novidade.

Nunca me disse a verdade.

58

B) Advérbios.

Nesta casa se fala alemão.

Naquele dia me falaram que a professora não veio.

C) Pronomes relativos.

A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje.

Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram.

D) Pronomes indefinidos.

Quem me disse isso?

Todos se comoveram durante o discurso de despedida.

E) Pronomes demonstrativos.

Isso me deixa muito feliz!

Aquilo me incentivou a mudar de atitude!

F) Preposição seguida de gerúndio.

Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais indicado à pes-

quisa escolar.

G) Conjunção subordinativa (SUBSTANTIVA, ADJEITVA, ADVERBIAL).

Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.

4.7.2 – Ênclise

A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não aceita ora-

ções iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A ênclise vai acontecer

quando:

A) O verbo estiver no imperativo afirmativo.

Amem-se uns aos outros.

Sigam-me e não terão derrotas.

B) O verbo iniciar a oração.

Diga-lhe que está tudo bem.

Chamaram-me para ser sócio.

C) O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da preposição “a”.

Naquele instante os dois passaram a odiar-se.

Passaram a cumprimentar-se mutuamente.

59

D) O verbo estiver no gerúndio.

Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreocupada.

Despediu-se, beijando-me a face.

E) Houver vírgula ou pausa antes do verbo.

Se passar no vestibular em outra cidade, mudo-me no mesmo instante.

Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.

F) Orações exclamativas e optativas (exprimem desejo)

Quanto se ofendem por nada, rapazes!

Deus te proteja!

4.7.3 – Mesóclise

A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no futuro do pre-

sente ou no futuro do pretérito:

A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã.

Far-lhe-ei uma proposta irrecusável.

DICAS#CASCA! (QUESTÃO DE PROVA!)

1 – A ÊNCLISE FACULTATIVA – Sujeito expresso na oração

Os candidatos me pediram exercícios.

Os candidatos pediram-me exercícios.

Ambos te abraçaram com cuidado.

Ambos abaçaram-te com cuidado.

2 – A ÊNCLISE PROIBIDA – Com verbos no futuro do presente ou no

futuro do pretérito:

Farão-se exercícios durante a aula. (ERRADO!)

Far-se-ão exercícios durante a aula. (CORRETO!)

3 – CASO ESPECIAL: APOSSÍNCLISE (QUESTÃO CESPE!)

A apossínclise é uma figura de estilo que consiste intercalar palavra(s)

entre o verbo e o pronome oblíquo, em casos de próclise. Seu uso mais

comum é com o advérbio NÃO:

É possível que o leitor ME NÃO creia. (M.de Assis)

4.7.3 – COLOCAÇÃO PRONOMINAL ESPECIAL: AS LOCUÇÕES VERBAIS

(INFINITIVO/GERÚNDIO/PARTICÍPIO)

60

A) QUANDO O VERBO PRINICIPAL FOR CONSTITUÍDO POR INFINITIVO

OU GERÚNDIO:

A.1) Se não houver palavra ATRATIVA, o pronome oblíquo virá depois

do verbo auxiliar ou depois do verbo principal.

INFINITIVO: Devo esclarecer-lhe o ocorrido. / Devo-lhe esclarecer o

ocorrido.

GERÚNDIO: Estavam chamando-me pelo alto-falante. / Estavam-me

chamando pelo alto-falante.

A.2) Se houver palavra atrativa, o pronome PODERÁ ser colocado antes

do verbo auxiliar ou depois do verbo principal.

INFINITIVO: Não posso esclarecer-lhe o ocorrido. / Não lhe posso es-

clarecer o ocorrido.

GERÚNDIO: Não estavam chamando-me. / Não me estavam cha-

mando.

B) QUANDO O VERBO PRINICIPAL FOR CONSTITUÍDO POR PARTICÍ-

PIO: O pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar. Haviam-me con-

vidado para a festa.

B.1) Se antes da locução verbal houver palavra atrativa, o pronome

oblíquo FICARÁ antes do verbo auxiliar. Não me haviam convidado para

a festa.

CUIDADO! Se o verbo auxiliar estiver no futuro do presente ou futuro

do pretérito, ocorrerá MESÓCLISE, DESDE QUE NÃO HAJA PALAVRA

ATRATIVA ANTES DELE. Haver-me-iam convidado para a festa.

CUIDADO! Se houver fator de próclise e depois uma intercalação, o

pronome pode ficar antes ou depois do verbo auxiliar.

Alega que a vítima que fulano de tal, o agressor, seu ex-amásio, a tem

perseguido...

Alega que a vítima que fulano de tal, o agressor, seu ex-amásio, tem-na

perseguido...

61

APÊNDICE I: SEMÂNTICA

✓ AS COORDENADAS

✓ AS SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS (sintaxe)

✓ AS SUBORDINADAS ADJETIVAS

✓ AS SUBORDINADAS ADVERBIAIS

✓ SEMÂNTICA DAS PREPOSIÇÕES

✓ OS ADVÉRBIOS

✓ AS EXPRESSÕES DENOMINATIVAS

✓ VOZES DO VERBO

✓ A REESCRITURA DE SENTENÇA

62

LIÇÃO 5 – #SEMÂNTICA: significação de palavras; reorganiza-

ção da estrutura de orações e dos períodos do texto; substitui-

ção de palavras; reescrita de textos

1. ORAÇÕES COORDENADAS

❖ ADITIVAS

Expressam ideia de adição, acrescentamento. Normalmente indicam fatos,

acontecimentos ou pensamentos dispostos em sequência. As conjunções

coordenativas aditivas típicas são "e" e "nem" (= e + não). Introduzem as

orações coordenadas sindéticas aditivas.

Discutimos várias propostas e analisamos possíveis soluções.

As orações sindéticas aditivas podem também estar ligadas pelas locu-

ções:

Não só... mas também;

Não só... como também;

Não só... mas ainda;

Não só... como ainda.

Essas estruturas costumam ser usadas quando se pretende enfatizar o

conteúdo da segunda oração. Veja:

Chico Buarque não só canta, mas também (ou como também) compõe

muito bem.

Não só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os pro-

jetos de reestruturação social do país.

DICAS#CASCA! Como a conjunção "nem" tem o valor da expressão "e

não", condena-se na língua culta a forma "e nem" para introduzir ora-

ções aditivas. Ex.:

Não discutimos várias propostas, nem (= e não) analisamos quaisquer solu-

ções.

63

❖ ADVERSATIVAS

Exprimem fatos ou conceitos que se opõem ao que se declara na oração

coordenada anterior, estabelecendo contraste ou compensação. "Mas" é a

conjunção adversativa típica. Além dela, empregam- se: porém, contudo,

todavia, entretanto e as locuções: no entanto, não obstante, nada obs-

tante. Introduzem as orações coordenadas sindéticas adversativas.

"O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da cidade." (Ferreira Gullar)

O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda miséria.

Tens razão, contudo controle-se.

Renata gostava de cantar, todavia não agradava.

O time jogou muito bem, entretanto não conseguiu a vitória.

DICAS#CASCA!

A) Algumas vezes, a adversidade pode ser introduzida pela conjunção

"e". Isso ocorre normalmente em orações coordenadas que possuem

sujeitos diferentes.

Deus cura, e o médico manda a conta.

Nesse ditado popular, é clara a intenção de se criar um contraste. Ob-

serve que equivale a uma frase do tipo: "Quem cura é Deus, mas é o

médico quem cobra a conta!"

B) A conjunção "mas" pode aparecer com valor aditivo.

Camila era uma menina estudiosa, mas principalmente esperta.

PARA PROVAS CESPE, CONTEXTUALIZAR É MELHOR DO QUE DECORAR!

❖ ALTERNATIVAS

Expressam ideia de alternância de fatos ou escolha. Normalmente é usada

a conjunção "ou". Além dela, empregam-se também os pares: ora... ora,

já... já, quer... quer, seja... seja, etc. Introduzem as orações coordenadas

sindéticas alternativas.

Diga agora ou cale-se para sempre.

Ora age com calma, ora trata a todos com muita aspereza.

Estarei lá, quer você permita, quer você não permita.

64

Obs.: nesse último caso, o par "quer...quer" está coordenando entre si

duas orações que, na verdade, expressam concessão em relação a "Es-

tarei lá". É como se disséssemos: "Embora você não permita, estarei lá".

❖ CONCLUSIVAS

Exprimem conclusão ou consequência referentes à oração anterior. As

conjunções típicas são: logo, portanto e pois (posposto ao verbo). Usa-se

ainda: então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista

disso, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas conclusivas.

Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar.

A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir cuidadosamente.

O time venceu, por isso está classificado.

Aquela substância é toxica, logo deve ser manuseada cautelosamente.

❖ EXPLICATIVAS

Indicam uma justificativa ou uma explicação referente ao fato expresso

na declaração anterior. As conjunções que merecem destaque são: que,

porque e pois (obrigatoriamente anteposto ao verbo). Introduzem as ora-

ções coordenadas sindéticas explicativas.

Vou embora, que cansei de esperá-lo.

Vinícius devia estar cansado, porque estudou o dia inteiro.

Cumprimente-o, pois hoje é o seu aniversário.

ESTUDO DO PERÍODO COMPOSTO

NATUREZA

Substantiva

Adjetiva

Adverbial

65

2. ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

Exercem as funções sintáticas dos substantivos no período composto.

a) SUBJETIVA

É subjetiva quando exerce a função sintática de SUJEITO do verbo da

oração principal. Observe:

Ex.: É necessário que você vá à reunião.

b) OBJETIVA DIRETA

É objetiva direta quando exerce a função sintática de OBJETO DIRETO

do verbo da oração principal.

Ex.: Eu juro que direi a verdade.

c) OBJETIVA INDIRETA

É objetiva indireta quando exerce a função sintática de OBJETO INDI-

RETO do verbo da oração principal.

Ex.: Eu preciso de que fale a verdade.

d) COMPLETIVA NOMINAL

É complemento nominal quando exerce a função sintática de COMPLE-

MENTO NOMINAL da oração principal.

Ex.: Roberto tem medo de que todos saiam da festa!

e) APOSITIVA

É apositiva quando exerce a função sintática de APOSTO da oração prin-

cipal.

Ex.: Nosso desejo era o mesmo: que ele fosse aprovado!

f) PREDICATIVA DO SUJEITO

É predicativa quando exerce a função de PREDICATIVO DO SUJEITO da

oração principal.

Ex.: Nosso desejo era que ele desistisse.

DICAS#CASCA!

A) As orações subordinas substantivas são iniciadas pelas CONJUN-

ÇÕES INTEGRANTES QUE ou SE.

B) Para reconhecer uma oração subordinada substantiva, fazemos a

troca dela por um substantivo ou pronome substantivo (isso, isto,

aquilo).

Peço-lhe que me dê a mão. / Peço-lhe isto.

Ele não sabe se passou no concurso público. / Ele não sabe isto.

66

C) ORAÇÕES SUBORDINADAS DESENVOLVIDAS VS. REDUZIDAS

(QUESTÃO DE PROVA!)

A garota afirmou QUE precisava de ajuda.

A garota afirmou PRECISAR de ajuda.

Eu juro QUE direi a verdade.

Eu juro DIZER a verdade.

3. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

3.1 – Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas

Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, as orações

subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras diferentes. Há

aquelas que restringem ou especificam o sentido do termo a que se refe-

rem, individualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa, sendo

chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações que

realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o antecedente, que já se

encontra suficientemente definido, as quais denominam-se subordinadas

adjetivas explicativas.

Exemplo 1:

Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um homem que pas-

sava naquele momento. (Oração Subordinada Adjetiva Restritiva)

Nesse período, observe que a oração em destaque restringe e particu-

lariza o sentido da palavra "homem": trata- se de um homem específico,

único. A oração limita o universo de homens, isto é, não se refere a to-

dos os homens, mas sim àquele que estava passando naquele mo-

mento.

Exemplo 2:

O homem, que se considera racional, muitas vezes age animalescamente.

(Oração Subordinada Adjetiva Explicativa)

Nesse período, a oração em destaque não tem sentido restritivo em re-

lação à palavra "homem": na verdade, essa oração apenas explicita uma

ideia que já sabemos estar contida no conceito de "homem".

67

DICAS#CASCA! Ao redigir um período escrito por outrem, é necessário

levar em conta as diferenças de significado que as orações restritivas e as

explicativas implicam. Em muitos casos, a oração subordinada adjetiva

será explicativa ou restritiva de acordo com o que se pretende dizer.

Saiba que:

A oração subordinada adjetiva explicativa é separada da oração princi-

pal por uma pausa, que, na escrita, é representada pela vírgula. É co-

mum, por isso, que a pontuação seja indicada como forma de diferen-

ciar as orações explicativas das restritivas: de fato, as explicativas vêm

sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não.

Exemplo 1:

Mandei um telegrama para meu irmão que mora em Roma.

No período acima, podemos afirmar com segurança que a pessoa que

fala ou escreve tem, no mínimo, dois irmãos, um que mora em Roma e

um que mora em outro lugar. A palavra "irmão", no caso, precisa ter

seu sentido limitado, ou seja, é preciso restringir seu universo. Para

isso, usa-se uma oração subordinada adjetiva restritiva.

Exemplo 2:

Mandei um telegrama para meu irmão, que mora em Roma.

Nesse período, é possível afirmar com segurança que a pessoa que fala

ou escreve tem apenas um irmão, o qual mora em Roma. A informação

de que o irmão more em Roma não é uma particularidade, ou seja, não

é um elemento identificador, diferenciador, e sim um detalhe que se

quer realçar.

DECORE, PELO AMOR DE DEUS!

As orações subordinadas adjetivas podem:

A) Vir coordenadas entre si;

É uma realidade que degrada E assusta a sociedade.

e = conjunção

B) Ter um pronome como antecedente.

Não sei O QUE vou almoçar.

o = antecedente / que vou almoçar = Oração subordinada adjetiva restritiva

68

CUIDADO!

ORAÇÕES SUBORDINADAS DESENVOLVIDAS VS. REDUZIDAS (QUES-

TÃO DE PROVA!)

Não raro ocorre com as subordinadas adjetivas, haja vista que elas tam-

bém se classificam em desenvolvidas e reduzidas. Assim, para que você

possa demarcar tais diferenças, analise:

Observávamos os alunos que estudavam na biblioteca. 1ª oração (principal) Or. subordinada adjetiva restritiva desenvolvida

Observávamos os alunos estudando na biblioteca. 1ª oração Or. subordinada adjetiva reduzida

4. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

1) CAUSA

A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca um determi-

nado fato, ao motivo do que se declara na oração principal. É aquilo ou

aquele que determina um acontecimento.

As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.

Principais conjunções: como, porque, porquanto, na medida em que,

visto que, já que, etc.

CUIDADO COM A PALAVRA SE! (CAI NA PROVA!)

Se não tinha competência para o cargo, não poderia ter aceitado a pro-

posta. (CAUSA)

#DIFERENÇAS ENTRE CAUSA E EXPLICATIVA

1 – Se a oração relacionada tem verbo no imperativo, a outra oração é

explicativa:

Fica, Juliana, porque eu quero.

2 – Se o acontecimento introduzido pela conjunção for IRRELEVANTE

para a existência da outra ação, tem-se explicação:

69

Choveu, porque a rua estava molhada. (A rua ficou molhada após a chuva

– não pode ser causa, somente explicação.)

3 – Havendo noção de PRECEDÊNCIA na oração introduzida pelo conec-

tivo, tem-se causa:

Foi levado para o hospital porque sentia dor no corpo. (O fato que o leva

para o hospital é a dor no corpo – causa.)

2) CONSEQUÊNCIA

As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem um fato que

é consequência, que é efeito do que se declara na oração principal.

Principais conjunções: que, de forma que, de sorte que, tanto que, etc.,

e pelas estruturas tão... que, tanto... que, tamanho... que.

Ex.: Sua fome era tanta que comeu com casca e tudo.

3) CONDIÇÃO

Condição é aquilo que se impõe como necessário para a realização ou não

de um fato. As orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o

que deve ou não ocorrer para que se realize ou deixe de se realizar o fato

expresso na oração principal.

Ex: Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, certamente o me-

lhor time será campeão.

Principais conjunções: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que,

desde que, a menos que, sem que, etc.

DICAS#CASCA! “DESDE QUE” PODE INDICAR TEMPO! Veja:

Desde que ele começou a estudar, tudo mudou por aqui. (Ideia de tempo)

CUIDADO!

4) CONCESSÃO

As orações subordinadas adverbiais concessivas indicam concessão às

ações do verbo da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou

um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente ligada ao con-

traste, à quebra de expectativa.

70

Principais conjunções: ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem

que, posto que, apesar de que, malgrado, a despeito de, apesar de, con-

quanto, embora, não obstante, etc.

Ex.: Embora fizesse calor, levei agasalho.

DECORE O ESQUEMA! (CAI NA PROVA!)

A) AINDA QUE, MESMO QUE, AINDA SE, MESMO SE (representação da

concessão como hipótese ou irrealidade):

Ex.: “...ele prefere ser lançado contra as pedras, ainda que se arrebente

todo.”

OBS.: Não é raro o emprego de AINDA QUE introduzindo FATO:

“Ainda que boa parte da carreira tenha sido dedicada ao judô, Hermanny

conta que um dos fatos mais marcantes de sua carreira foi a participação

na equipe...”.

B) EMBORA, APESAR DE (Introduzem SEMPRE uma informação vista

como fato real.).

C) NÃO OBSTANTE, NADA OBSTANTE, CONQUANTO, POSTO QUE (signi-

ficam o mesmo que EMBORA, mas são expressões conectivas praticamente

restritas a usos acadêmicos formais, como os discursos solenes e os textos

jurídicos).

D) AS CONJUNÇÕES USADAS COM VERBO NO SUBJUNTIVO (ainda que,

mesmo que, embora, não obstante, nada obstante);

AS CONJUNÇÕES USADAS COM VERBO NO INFINITIVO (apesar de, a

despeito de).

5) COMPARAÇÃO

As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem uma com-

paração com a ação indicada pelo verbo da oração principal.

Utilizam-se com muita frequência as seguintes estruturas que formam o

grau comparativo dos adjetivos e dos advérbios: como, assim como, tal

como, tanto como, tanto quanto, como se, do que, quanto, tal, qual, tal

qual, que nem, que (combinado com menos ou mais)... Veja os exemplos:

Sua sensibilidade é tão afinada quanto a sua inteligência.

“Não, meu coração não é maior do que o mundo.”

71

6) CONFORMATIVAS

As orações subordinadas adverbiais conformativas indicam ideia de con-

formidade, ou seja, exprimem uma regra, um modelo adotado para a exe-

cução do que se declara na oração principal.

Principais conjunções conformativas: como, consoante e segundo (to-

das com o mesmo valor de conforme).

Fiz o bolo conforme ensina a receita.

7) FINALIDADE

As orações subordinadas adverbiais finais indicam a intenção, a finalidade

daquilo que se declara na oração principal.

Principais conjunções finais: que, porque (= para que) e a locução con-

juntiva para que.

Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos.

“Orai, porque não entreis em tentação.”

“Vou-me agarrar aos teus cabelos, para não cair do teu galope.”

8) PROPORÇÃO

As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem ideia de pro-

porção, ou seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal.

Principais conjunções proporcionais: à medida que, à proporção que, ao

passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior... (maior), quanto

maior... (menor), quanto menor... (maior), quanto menor... (menor),

quanto mais... (mais), quanto mais... (menos), quanto menos... (mais),

quanto menos... (menos).

À proporção que estudávamos, acertávamos mais questões.

9) TEMPO

As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam uma ideia de

tempo ao fato expresso na oração principal, podendo exprimir noções de

simultaneidade, anterioridade ou posterioridade.

Principais conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal e locu-

ções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que, antes que,

depois que, sempre que, desde que, etc.

72

Quando você foi embora, chegaram outros convidados.

Sempre que ele vem, ocorrem problemas. Mal você saiu, ela chegou.

CUIDADO COM AS REDUZIDAS!

Terminada a festa, todos se retiraram. (particípio)

Ao chegar em casa, ligue-me. (infinitivo)

5. SEMÂNTICA DAS PREPOSIÇÕES

(DECORE, PELO AMOR DE DEUS!)

Peguei o livro DO professor com o compromisso de de-

volvê-lo amanhã. Posse

As esculturas DE cerâmica fizeram o maior sucesso du-

rante a exposição. Matéria

Estudar COM os amigos é muito mais proveitoso. Companhia

O conhecimento é a chave PARA o sucesso. Finalidade

Falamos SOBRE Machado de Assis durante a apresenta-

ção do seminário. Assunto

O garoto se feriu COM a faca. Instru-

mento

Aguardávamos COM ansiedade o resultado do con-

curso. Modo

O cachorro morreu DE uma epidemia desconhecida. Causa

A plateia protestou CONTRA o alto preço da mensali-

dade. Oposição

O orientador estipulou um prazo DE vinte dias para a

entrega da tese de dissertação. Tempo

Conheci uns amigos DE Fortaleza. Origem

❖ PREPOSIÇÃO A

CONDIÇÃO: A persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado;

FIM: João estudou A passar no concurso.

LUGAR: Estávamos Ao portão do curso.

TEMPO: Ao encontrar a solução, fiquei aliviado.

MODO: Falar Aos berros.

73

❖ PREPOSIÇÃO COM (principalmente com valor de CAUSA)

CAUSA – Os japoneses ficaram aflitos COM o Tsunami.

INSTRUMENTO – Lavei a roupa COM sabão de coco.

TEMPO – COM seis meses de uso, as peças começaram a ficar ruins.

MEIO – Fui COM minha moto para os lugares mais remotos do Brasil.

❖ A PREPOSIÇÃO DE (principalmente com valor de CAUSA e de POSSE)

MODO – Os espertos vão saindo DE fininho.

LUGAR – DE longe nada se via.

TEMPO – A reunião aconteceu DE manhã.

CAUSA – As frutas caíram do pé DE podre.

NEGAÇÃO – Não quisera regressar DE jeito algum.

POSSE – Ela bebeu com o dinheiro DE Maria.

❖ A PREPOSIÇÃO ATÉ (QUESTÃO DE PROVA)

LIMITE DE LUGAR – Segui você até o final da rua.

LIMITE DE TEMPO – Esperei até ontem.

LIMITE NUMÉRICO – O produto custará até três vezes mais.

❖ A PREPOSIÇÃO ENTRE

LUGAR – A moto estava entre os dois carros no trânsito.

TEMPO – Entre 1979 e 1985, foram vendidas três mil peças.

QUANTIDADE – O preço vai girar entre oito a dez dólares.

COMPANHIA – Vivia entre os mais pobres.

6. OS ADVÉRBIOS

Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou outro

advérbio. SÃO INVARIÁVEIS!

Lugar

Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, de-

trás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe,

debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures,

embaixo, externamente, a distância, à distância de, de longe,

de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta.

Tempo

Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, cedo, dan-

tes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, en-

tão, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve,

constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente,

74

provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de

manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando,

a qualquer momento, de

tempos em tempos, em breve, hoje em dia.

Modo

Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, de-

balde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade,

às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa ma-

neira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em

vão e a maior parte dos que terminam em "-mente": calma-

mente, tristemente, propositadamente, pacientemente, amoro-

samente, docemente, escandalosamente, bondosamente,

generosamente.

Afirmação Sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, de-

cididamente, deveras, indubitavelmente.

Negação Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma,

tampouco, de jeito nenhum.

Dúvida Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, tal-

vez, casualmente, por certo, quem sabe.

Intensi-

dade

Muito, demais, pouco, tão, em excesso, bastante, mais, menos,

demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão),

tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, ex-

tremamente, intensamente, grandemente, bem (quando apli-

cado a propriedades graduáveis).

Exclusão

Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente,

só, unicamente. Por exemplo: Brando, o vento apenas move a

copa das árvores.

Inclusão Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. Por exemplo: O

indivíduo também amadurece durante a adolescência.

Ordem

Depois, primeiramente, ultimamente. Por exemplo: Primeira-

mente, eu gostaria de agradecer aos meus amigos por compa-

recerem à festa.

DICAS#CASCA!

A) Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se ao advérbio o

mais ou o menos.

75

Ficarei o mais longe que puder daquele garoto.

Voltarei o menos tarde possível.

B) Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, em geral sufixa-

mos apenas o último:

O aluno respondeu calma e respeitosamente.

C) Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido.

Há palavras como muito, bastante, etc. que podem aparecer como ad-

vérbio e como pronome indefinido.

Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro advérbio e não sofre

flexões.

Eu corri muito.

Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e sofre flexões.

Eu corri muitos quilômetros.

7. AS EXPRESSÕES DENOTATIVAS

São palavras que, embora, em alguns aspectos (ser invariável, por exem-

plo), assemelhem-se a advérbios, não possuem, segundo a Nomenclatura

Gramatical Brasileira, classificação especial. Do ponto de vista sintático,

são expletivas, isto é, não assumem nenhuma função; do ponto de vista

morfológico, são invariáveis (muitas delas vindas de outras classes gra-

maticais); do ponto de vista semântico, são inegavelmente importantes no

contexto em que se encontram (daí seu nome). Classificam-se em função

da ideia que expressam:

Adição: ainda, além disso, etc.

Comeu tudo e ainda repetiu.

Afastamento: embora

Foi embora daqui.

Afetividade: ainda bem, felizmente, infelizmente

Ainda bem que passei de ano.

Aproximação: quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de, etc.

Ela quase revelou o segredo.

76

Designação: eis

Eis nosso carro novo.

Exclusão: apesar, somente, só, salvo, unicamente, exclusive, exceto, se-

não, sequer, apenas, etc.

Não me descontou sequer um real.

Explicação: isto é, por exemplo, a saber, etc.

Li vários livros, a saber, os clássicos.

Inclusão: até, ainda, além disso, também, inclusive, etc.

Eu também vou viajar.

Limitação: só, somente, unicamente, apenas, etc.

Só ele veio à festa.

Realce: é que, cá, lá, não, mas, é porque, etc.

E você lá sabe essa questão?

Retificação: aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc.

Somos três, ou melhor, quatro.

Situação: então, mas, se, agora, afinal, etc.

Mas quem foi que fez isso?

8. VOZES DO VERBO

A voz verbal transmite se o sujeito gramatical é agente ou paciente da

ação expressa pelo verbo. As três vozes verbais existentes no português

são a voz ativa, a voz passiva e a voz reflexiva.

COMO ISSO CAI NA PROVA:

1 – REESCRITURA DE SENTENÇA (VOZ PASSIVA SINTÉTICA = VOZ PAS-

SIVA ANALÍTICA / MANTÉM O SENTIDO!) VEJA:

Aluga-se apartamento. >>> Apartamento é alugado. (Mesmo sentido.)

O garoto se feriu. >>> O garoto foi ferido. (Não possui o mesmo sentido.) (sentido reflexivo) (sentido passivo)

77

2 – CLASSIFICAÇÃO DA PALAVRA “SE” (pronome apassivador; pro-

nome reflexivo; pronome recíproco). VEJA:

2.1 – PRONOME APASSIVADOR:

Vende-se casa.

2.2 – PRONOME REFLEXIVO (SE = A SI MESMO)

O garoto se feriu. (O garoto feriu a si mesmo.)

2.3 – PRONOME RECÍPROCO (SE = UM COM OUTRO / UM AO OUTRO)

Os jogadores se ofenderam. (um ao outro)

2.4 – VOZ ATIVA

O verbo está na voz ativa quando o sujeito gramatical é o agente da

ação, ou seja, quando o sujeito gramatical pratica a ação verbal.

Mariana leu o livro.

A avó fez o almoço.

O professor corrigiu as provas dos alunos.

2.5 – VOZ PASSIVA (SUA PROVA ESTÁ AQUI!)

O verbo está na voz passiva quando o sujeito gramatical é o paciente da

ação, ou seja, quando o sujeito gramatical sofre a ação verbal, praticada

pelo agente da passiva.

O livro foi lido por Mariana.

Leu-se o livro.

O almoço foi feito pela avó.

Fez-se o almoço.

As provas dos alunos foram corrigidas pelo professor.

Corrigiram-se as provas.

Existem dois processos distintos de formação da voz passiva: o analí-

tico e o sintético.

2.5.1 – VOZ PASSIVA ANALÍTICA

É formada por um verbo auxiliar (normalmente o verbo ser), mais o par-

ticípio de um verbo transitivo, seguindo quase sempre a estrutura: su-

jeito paciente + verbo auxiliar + particípio + preposição + agente da

passiva.

A dança foi coreografada por ela.

78

As capas dos cadernos foram enfeitadas pelas crianças.

Os pacientes serão atendidos pelo médico logo que possível.

2.6 – VOZ REFLEXIVA

O verbo está na voz reflexiva quando o sujeito gramatical é ao mesmo

tempo agente e paciente da ação, ou seja, quando o sujeito gramatical

pratica e sofre a ação verbal. É formada por um verbo na voz ativa mais

um pronome oblíquo reflexivo (me, te, se, nos, vos, se), atuando como

objeto. A voz reflexiva pode ser recíproca, ou seja, quando há dois su-

jeitos que praticam a ação um no outro.

O cozinheiro feriu-se com a faca.

DICAS#CASCA! Para saber se a palavra “SE” é reflexiva, basta trocá-la

por A SI MESMO. Veja:

O garoto feriu-SE com a faca. = Feriu A SI MESMO com a faca. (Pronome

Reflexivo).

2.6.1 – VOZ REFLEXIVA RECÍPROCA

A voz reflexiva também pode ser recíproca. Isso acontece quando o verbo

reflexivo indica reciprocidade, ou seja, quando dois ou mais sujeitos pra-

ticam a ação, ao mesmo tempo que também são pacientes.

Maria e João amam-se.

Os jogadores ofenderam-se.

Os carros chocaram-se.

DICAS#CASCA! Para saber se a palavra “SE” é recíproca, basta trocá-la

por UM COM OUTRO / UM AO OUTRO. Veja:

Maria e João amam-se. = Maria e João amam UM AO OUTRO. (Pronome

Reflexivo Recíproco).

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DECORE, PELO AMOR DE DEUS!

A TABELA PODEROSA DO “SE”

1. V.T.I. + SE + PREPOSIÇÃO = SUJEITO INDETERMINADO / ÍNDICE

DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO

Ex.: Trata-se de propostas duvidosas.

2. V.I. + SE = SUJEITO INDETERMINADO / ÍNDICE DE INDETERMINA-

ÇÃO DO SUJEITO

Ex.: Vive-se bem em aptos.

3. V.L. + SE = SUJEITO INDETERMINADO / ÍNDICE DE INDETERMINA-

ÇÃO DO SUJEITO

Ex.: Fica-se nervoso em audiências.

4. SE = A SI MESMO / PRONOME REFLEXIVO

Ex.: O garoto feriu-se.

5. SE = UM AO OUTRO; UM COM OUTRO / PRONOME REFLEXIVO RE-

CÍPROCO / ÍNDICE DE RECIPROCIDADE

Ex.: Pai e filho amam-se incondicionalmente.

9. REESCRITURA DE SENTENÇA (PRINCIPAIS CASOS)

9.1 – MUDANÇA DE POSIÇÃO DE VOCÁBULOS

A) Qualquer homem merece respeito.

Ricardo é um homem qualquer. (Houve mudança de sentido!)

B) Fábio Lucas é um alto funcionário.

Fábio Lucas é um funcionário alto. (Houve mudança de sentido!)

9.2 – LOCUÇÕES ADJETIVAS

Ele tem olhos de águia.

Ele tem olhos aquilinos.

9.3 – LOCUÇÕES VERBAIS

A) FORMA SIMPLES DO PRESENTE INDICATIVO = LOCUÇÃO VERBAL

(MESMO SENTIDO)

Ele estuda muito para a prova. (Forma simples)

80

Ele vem estudando muito para a prova. (Locução verbal)

Ele tem estudado muito para a prova. (Locução verbal)

B) FORMA SIMPLES DO PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO = LOCUÇÃO

VERBAL (MESMO SENTIDO)

Eu estudara muito para a prova. (Forma simples)

Eu tinha estudado muito para a prova. (Locução verbal)

C) ADVÉRBIO DE FINALIDADE

Ele estuda a fim de passar no concurso.

Ele estuda para passar no concurso.

D) LOCUÇÕES CONJUNTIVAS (ESTUDE AS SUBORDINADAS ADVERBI-

AIS)

Ainda que chova, irei à praia.

Mesmo que chova, irei à praia.

E) TRANSFORMAÇÃO DE ORAÇÃO REDUZIDA EM DESENVOLVIDA E

VICE-VERSA

E.1) REDUZIDAS DE GERÚNDIO PARA DESENVOLVIDAS

SENTIDO ADITIVO

Pagou a conta, quitando a dívida.

Pagou a conta e quitou a dívida.

SENTIDO DE CAUSA

Acreditando nas palavras do amigo, estudou para a prova.

Já que acreditava nas palavras do amigo, estudou para a prova.

SENTIDO DE TEMPO

Chegando à casa dos seus pais, ligue-me.

Quando chegar à casa dos seus pais, ligue-me.

E.2) REDUZIDAS DE INFINITIVO PARA DESENVOLVIDAS

SUBJETIVA (SUJEITO ORACIONAL)

É preciso amar a pessoa idosa.

É preciso que se ame a pessoa idosa.

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VALOR ADJETIVO

Leonardo não é homem de fazer grosserias.

Leonardo não é homem que faz grosserias.

VALOR DE TEMPO

Ao chegar à casa dos seus pais, ligue-me.

Quando chegar à casa dos seus pais, ligue-me.

NOTA: ESTUDE OS CASOS APRESENTADOS NAS LIÇÕES ANTERIORES:

Pronome relativo / Oração adjetiva (forma reduzida/desenvolvida) /

Oração adverbial / Crase e paralelismo.

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APÊNDICE II

✓ PONTUAÇÃO

✓ ACENTUAÇÃO

83

1. PONTUAÇÃO

1.1 – VÍRGULA

ENTENDA A LÓGICA!

A estrutura da frase em Língua Portuguesa é formada por pares indisso-

ciáveis:

SUJEITO + VERBO; VERBO + COMPLEMENTO.

A primeira regra de ouro do uso da vírgula é: não se separam esses

elementos com vírgula. VEJA:

O professor devolveu as provas corrigidas.

O professor = sujeito

devolveu = verbo

as provas corrigidas = complemento do verbo “devolveu”

Quando algo “se intromete” nessa estrutura, a vírgula será usada:

O professor, durante a aula, devolveu, em silêncio, as provas corrigidas.

O professor = sujeito

durante a aula = adjunto adverbial de tempo

devolveu = verbo

em silêncio = adjunto adverbial

as provas corrigidas = complemento do verbo “devolveu”

1.1.2 – USE A VÍRGULA PARA:

A) Separar o aposto (termo explicativo):

Recife, a Veneza brasileira, se desenvolveu muito nos últimos anos.

B) Isolar vocativo (termo que chama a atenção):

Marcos, estamos a sua espera!

Estamos, Marcos, a sua espera!

Estamos a sua espera, Marcos!

C) Isolar expressões que indicam circunstâncias variadas como tempo,

lugar, modo, companhia, entre outras (adjuntos adverbiais invertidos

ou intercalados na oração):

Todos, em meio à festa, se puseram a fazer brindes aos convidados.

Durante muitos anos, fiz trabalho voluntário. Isso foi muito gratificante!

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D) Antes dos conectivos mas, porém, contudo, pois, logo:

Faça suas escolhas, mas seja responsável por elas.

Estudou muito durante o ano, logo deve conseguir uma vaga na faculdade.

E) Isolar termos explicativos tais como: isto é, a saber, por exemplo,

digo, a meu ver, ou melhor, as quais servem para retificar, continuar ou

concluir o que se está dizendo:

O amor, isto é, o maior dos sentimentos deve reger nossas atitudes.

Voltaremos a nos falar na quinta-feira, ou melhor, na sexta.

F) Separar termos coordenados (uma lista, por exemplo):

Amor, fortuna, ciência. Apenas isso não traz felicidade.

Durante a juventude viveu no Brasil, na França, na Itália.

Saiu de casa, fechou a porta e foi-se, para sempre, daquele lugar.

1.1.3 – NÃO USE A VÍRGULA PARA:

A) Para separar sujeito e predicado:

O tapete persa (sujeito) nos serviu de cama durante muitos anos (predi-

cado).

2) Entre verbo e complemento:

O presidente mudou (verbo) os planos de viagem (complemento do

verbo).

O homem deve obedecer (verbo) a princípios éticos (complemento do

verbo).

ESQUEMA / NÃO SE USA VÍRGULA!

ESTRUTURA DA ORAÇÃO

SUJEITO VERBO COMPLEMENTO

DO VERBO

TERMOS ESSENCIAIS TERMOS INTEGRANTES

Sujeito / Predicado Objeto direto (João bebe água.) Objeto indireto (João precisa de água.)

Complemento nominal (João tem medo do escuro.) Agente da passiva (João foi ferido por um animal.)

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CUIDADO! (PREFERÊNCIA CESPE!)

A correção dos testes, a professora ainda não a fez.

(A vírgula separa um elemento pleonástico que vem antes do verbo).

O papagaio, que é um animal barulhento, incomoda toda a gente.

(A vírgula isola orações subordinadas adjetivas).

Eu quero ser bailarina; meu irmão, escritor.

(Supressão do verbo).

O uso da vírgula é facultativo no início ou meio da oração, quando o

adjunto adverbial for apenas um advérbio:

O Ontem, fomos ao cinema ver um filme de comédia.

Ontem fomos ao cinema ver um filme de comédia.

A vírgula pode ser usada antes da conjunção e quando houver sujeitos

distintos, repetição enfática do e/ou quando a conjunção transmite um

valor diferente de uma adição:

Eu fique esperando, e ele continuou trabalhando. (Sujeitos distintos).

Quero conhecer o mundo: o Brasil, e a Alemanha, e a Austrália, e a África

do Sul,... (Repetição enfática).

Ele estudou todos os dias, e mesmo assim reprovou no teste. (Valor dife-

rente de adição).

1.2 – DOIS-PONTOS

É um sinal de pontuação usado para marcar uma pequena pausa numa

frase que ainda não se encontra concluída.

Os dois-pontos são utilizados antes:

do discurso direto;

de uma enumeração;

de uma citação;

de uma explicação, resumo, esclarecimento, causa ou consequência;

de informações importantes como observações, notas e exemplos;

de orações apositivas;

do vocativo inicial de comunicações.

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A) Dois-pontos na introdução do discurso direto:

Paulo se esticou o mais que pode e berrou:

— Já chega!

B) Dois-pontos na introdução de uma enumeração:

Foram escolhidas cinco cores diferentes: verde, azul, vermelho, laranja e

lilás.

C) Dois-pontos na introdução de uma citação:

Descartes disse: “Penso, logo existo”.

D) Dois-pontos na introdução de uma explicação, resumo, esclareci-

mento, causa ou consequência:

Concluindo: será necessária a colaboração de todos, sem faltas.

E) Dois-pontos na introdução de palavras que indicam observações, no-

tas, exemplos, informações importantes…

Dica: não se usa crase antes de palavras no masculino.

F) Dois-pontos na introdução de orações apositivas:

Decidi abrir o jogo: já não consigo mais guardar este segredo.

1.3 – ASPAS

A) Enfatizar Discursos: para enfatizar palavras ou expressões, utiliza-se

as aspas, por exemplo: Que “Deus” é esse? Outro caso da utilização das

aspas é quando o locutor pretende ironizar algo, por exemplo: Após en-

contrar o vaso quebrado, minha mãe disse: Muito “bonito” o que você fez.

B) Citações Diretas: empregada para citar algum discurso proferido pelo

próprio autor, utiliza-se as aspas antes e após o discurso: Segundo o Pre-

sidente da República: “Iremos combater a crise”. (Note que as aspas vêm

identificar as palavras proferidas pelo presidente. Quando as citações di-

retas são escritas por meio digital, podemos acrescentar o itálico).

C) Estrangeirismo: o estrangeirismo (também chamado de neologismo

estrangeiro) é o uso muito frequente de palavras estrangeiras que, por

vezes, são acrescidas ao dicionário dependendo do uso, por exemplo,

show, chat, web, dentre outros. Geralmente quando usamos palavras es-

trangeiras no texto devemos colocar as aspas, ou quando digitamos no

computador, o itálico. Exemplo: Esperamos o “feedback” da professora.

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D) Neologismo: quando uma palavra é criada dentro de um texto, por

exemplo, um conceito novo, ela aparece entre aspas, com o intuito de de-

mostrar que aquele termo foi criado, sendo, portanto, um vocábulo que

ainda é inexistente nos dicionários. Exemplo: Essa noite vamos “caetanear”

muito no show de Caetano Veloso.

E) Gírias: quando na produção textual são empregadas as expressões po-

pulares, denominadas de gírias, utiliza-se as aspas, por exemplo: A Cibele

disse que “não rolou” as vendas de bilhetes. A expressão destacada signi-

fica, na linguagem denotativa, que não aconteceu.

F) Citar Obras: Quando queremos citar no texto o nome de uma obra,

artigo, dissertações, teses, capítulos de livro, filmes, dentre outros, deve-

mos utilizar as aspas (e ainda, o itálico), por exemplo: A “Gioconda” é a

obra mais famosa de Leonardo Da Vinci; O autor relata em seu artigo inti-

tulado “Memórias de um Soldado”, sua vida durante a guerra.

DICAS#CASCA! O ponto final antes do fechamento das aspas, quando a

frase está completa: Ex.: “Sabemos que procuramos na vida a felicidade.”

O ponto final depois do fechamento das aspas quando o discurso não

está completo: Ex.: “Sabemos que procuramos na vida a felicidade (...)”.

Além disso, as vírgulas não são colocadas dentro das aspas, por exem-

plo: Ex.: “O discurso do Presidente”, Lula da Silva, enfatizou o tema do de-

senvolvimento sustentável.

1.4 – PONTO E VÍRGULA

O ponto e vírgula indica uma pausa maior que a vírgula e menor que o

ponto. Quanto à melodia da frase, indica um tom ligeiramente descen-

dente, mas capaz de assinalar que o período não terminou. Emprega-se

nos seguintes casos:

A) Para separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que

guardem relação entre si.

O rio está poluído; os peixes estão mortos.

B) Para separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já

possui elementos separados por vírgula.

88

O resultado final foi o seguinte: dez professores votaram a favor do acordo;

nove, contra.

C) Para separar itens de uma enumeração.

No parque de diversões, as crianças encontram:

brinquedos;

balões;

pipoca.

D) Para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, con-

tudo, todavia, entretanto, etc.), substituindo, assim, a vírgula.

Gostaria de vê-lo hoje; todavia, só o verei amanhã.

E) Para separar orações coordenadas adversativas quando a conjunção

aparecer no meio da oração.

Esperava encontrar todos os produtos no supermercado; obtive, porém,

apenas alguns.

2. ACENTUAÇÃO

OXÍTONAS: a última sílaba é a tônica (chaminé);

PAROXÍTONAS: a penúltima sílaba é a tônica (mesa);

PROPAROXÍTNAS: a antepenúltima sílaba é a tônica (lâmpada).

2.1 – OXÍTONAS

Acentuam-se as oxítonas terminadas em:

A(s) – maracujá, Paraná;

E(s) – café, dendê;

O(s) – filó, rococó;

EM / ENS: Belém, parabéns.

CUIDADO!

Também acentuamos os MONOSSÍLABOS TÔNICOS terminados em A(S)

- E(S) – O(S): chá, pó, pé. E as FORMAS VERBAIS terminadas em A – E –

O tônico, seguidas de LA(S) – LO(S): apaziguá-las, amá-los, vencê-lo.

2.2 – PAROXÍTONAS

Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:

Ã(s), ão(s): órfã, órfão;

I(s), us: táxi, bônus;

89

Um, uns: álbum, médiuns.

R: açúcar;

X: clímax;

N: pólen;

L: fácil;

Ps: bíceps.

Ditongos orais (junção de duas vogais orais): mágoa, família, dicionário.

DICAS#CASCA! Não acentuamos os prefixos paroxítonos terminados

em “i” ou “r”: SEMIDEUS, INTERLOCUTOR.

2.3 – ACENTUAÇÃO DAS PROPAROXÍTONAS

Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas.

árvore, mármore, pedagógico, ouvíssemos, pêssego.

2.4 – REGRAS ESPECIAIS

2.4.1 – As oxítonas e monossílabas recebem acento agudo nos ditongos

de pronuncia ABERTA: ÉU – ÉI – ÓI:

Ex.: troféu, anéis, herói.

2.4.2 – Não recebem mais acento agudo as paroxítonas com ditongos

abertos ÉI – ÓI, desde o acordo ortográfico de 1990.

Ex.: ideia, assembleia, heroico.

2.4.3 – Nas paroxítonas acentuam-se as vogais I e U tônicas dos hiatos,

quando ficam sozinhas na sílaba ou são seguidas da letra s:

Ex.: saída, Luíza, saúde, balaústre.

2.4.4 – Acentuam-se os verbos TER e VIR, e todos os seus derivados

(DETER, MANTER ,INTERVIR, SOBREVIR, etc.). Na terceira pessoa do

plural no presente do indicativo:

Ex.: Eles vêm, eles têm, eles detém, eles mantêm, eles sobrevêm.

DICAS#CASCA!

A) Fica abolido o acento circunflexo na terceira pessoa do plural dos

verbos CRER – DAR – LER – VER. Ex.: creem – deem – leem – veem.

90

B) As duas únicas palavras que permanecem com o acento diferencial

são: PÔDE (pretérito perfeito) e PODE (presente do indicativo); PÔR

(verbo) e POR (preposição).

C) É FACULTATIVO o uso do acento diferencial em: FÔRMA (substan-

tivo), FORMA (substantivo ou verbo).

D) QUANDO HAVERÁ ACENTO NO HIATO? Haverá acento no segundo

elemento do hiato apenas quando se verificarem simultaneamente qua-

tro condições:

1. O segundo elemento do hiato for “i” ou “u”;

2. A tônica da palavra incidir sobre essas vogais;

3. Essas vogais estiverem sozinhas na sílaba ou acompanhada de “s”;

4. Essas vogais não forem seguidas de “nh”.

Exemplos do Acordo Ortográfico: adaís (plural de adail), aí, atraí (de

atrair), baú, caís (de cair), Esaú, jacuí, Luís, país, alaúde, amiúde, Araújo,

Ataíde, atraíam (de atrair), atraísse (de atrair), baía, balaústre, cafeína, ci-

úme, egoísmo, faísca, faúlha, graúdo, influíste (de influir), juízes, Luísa, mi-

údo, paraíso, raízes, recaída, ruína, saída, sanduíche.

Veja outros exemplos e observe o preenchimento das 4 condições:

sa-ú-va / cu-í-ca / ru-í-do / (eu)ca-í / sa-ú-de / e-go-ís-ta / ca-su-ís-mo.

– OBSERVAÇÃO 1:

A não ocorrência de qualquer uma das quatro condições citadas deter-

minará a não existência de acento no hiato.

É o que se verifica, por exemplo, em:

1. ca-o-lho, hi-gi-e-ne, le-vi-a-no: o segundo elemento não é nem “i” nem

“u”;

2. pro-i-bi-ção, des-tru-i-ção, re-u-ni-ão: a tônica da palavra não recai no

segundo elemento do hiato;

3. sa-ir-mos, ru-im, o-ri-um-do, con-tri-bu-in-te, in-clu-ir, ju-iz, ca-iu, pa-ul:

o hiato não está sozinho na sílaba;

4. ra-i-nha, cam-pa-i-nha, ta-i-nha, mo-i-nho: o segundo elemento do hi-

ato é seguido de “nh”.

91

– OBSERVAÇÃO 2:

O acento do hiato se mantém mesmo nas formas verbais com pronomes

enclíticos ou mesoclíticos. (QUESTÃO DE PROVA!)

Exemplos do Acordo Ortográfico: atraí-lo(s), atraí-lo(s)-ia, possuí-la(s),

possuí-la(s)-ia.

Outros exemplos: destruí-lo, destruí-lo-emos, distraí-lo, poluí-la, retribuí-

lhe, excluí-lo(s)-íamos, extraí-lo(s)-emos.

– OBSERVAÇÃO 3:

O acento no hiato tem por objetivo assinalar que o “i” ou “u” não forma

ditongo com a vogal anterior. Como, porém, não existe ditongo “ii”, es-

crevem-se sem acento palavras como xiita, xiismo, mandriice.

– OBSERVAÇÃO 4:

O acento em cheiíssimo, feiíssimo, seriíssimo não assinala o hiato, mas a

sílaba tônica dessas palavras, por serem proparoxítonas.

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APÊNDICE III

✓ INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

✓ COMPREENSÃO TEXTUAL

✓ GÊNEROS TEXTUAIS

✓ TIPOLOGIA TEXTUAL

✓ REFERÊNCIA TEXTUAL

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1. INTERPRETAR x COMPREENDER

INTERPRETAR SIGNIFICA: COMPREENDER SIGNIFICA:

– EXPLICAR, COMENTAR, JULGAR,

TIRAR CONCLUSÕES, DEDUZIR.

– TIPOS DE ENUNCIADOS:

• Através do texto, INFERE-SE que...

• É possível DEDUZIR que...

• O autor permite CONCLUIR que...

• Qual é a INTENÇÃO do autor ao afir-

mar que...

– INTELECÇÃO, ENTENDIMENTO,

ATENÇÃO AO QUE REALMENTE ESTÁ

ESCRITO.

– TIPOS DE ENUNCIADOS:

• O texto DIZ que...

• É SUGERIDO pelo autor que...

• De acordo com o texto, é CORRETA

ou ERRADA a afirmação...

• O narrador AFIRMA...

2. TIPOS TEXTUAIS x GÊNEROS TEXTUAIS

2.1 – TIPOLOGIA TEXTUAL

▪ Os tipos textuais são caracterizados por propriedades linguísticas,

como vocabulário, relações lógicas, tempos verbais, construções fra-

sais, etc.

▪ São eles: narração, argumentação, descrição, injunção (ordem) e

exposição (que é o texto informativo).

A) Narração

Um tipo textual muito conhecido é a narração que geralmente é apresen-

tada em formato de livros e histórias que contam o que, onde, como,

quando e quem. A narração deve ser uma história que envolve persona-

gens e acontecimentos, além do clímax. O espaço, o tempo e o enredo fa-

zem parte da estrutura.

B) Descrição

Já a descrição pode ser um complemento de qualquer tipo de texto (e de

gênero), afinal, ela serve para situar o leitor, fazendo-o imaginar a cena

que está sendo retratada. Geralmente, ela acompanha muito a narração,

para descrever o lugar, os personagens. Na descrição, há recursos extras

que podem melhorar a qualidade do texto:

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Enumeração: é quando você descrever a ação em ordem, como se fosse

retratar uma ação em movimento, por exemplo, para que o leitor compre-

enda o processo.

Comparação: na descrição é possível fazer comparações para permitir

que o leitor faça associações e compreenda o que queremos dizer. É um

recurso muito valioso, visto que podemos comparar situações e facilitar a

interpretação de texto.

Os cinco sentidos: é muito comum usar esse recurso no momento de des-

crever alguma ação, personagem. Podemos utilizar o olfato, tato, paladar,

visão e audição para que o leitor visualize e sinta as palavras, imaginando

perfeitamente. Você pode descrever um prato de comida, por exemplo,

caracterizando-o pelo cheiro e pelo paladar.

Quem descreve pode ser tanto objetivo quanto subjetivo, ou seja, pode

decidir se suas opiniões ficarão de fora ou não. Assim, o texto pode se

tornar imparcial ou íntimo, dependendo do objetivo. E em um texto des-

critivo há muita utilização de três classes gramaticais, os adjetivos, subs-

tantivos e locuções adjetivas, além de verbos no passado e no presente.

A descrição é apresentada em 3 estruturas: introdução (o que será des-

crito), desenvolvimento (caracterização) e conclusão (finalização).

C) Dissertação

A dissertação é um tipo de texto muito conhecido, principalmente em ves-

tibulares. O objetivo da dissertação é debater e expor um tema com argu-

mentos fortes, apresentando a sua opinião de forma clara. É permitido que

você exponha seu ponto de vista. Na dissertação você deve conhecer o as-

sunto, de modo que o texto fique claro e que aparenta autoridade sobre o

tema.

A estrutura da dissertação é dividida em três: introdução, desenvolvimento

e conclusão. Na introdução, deve-se apresentar o tema; no desenvolvi-

mento, deve-se apresentar argumentos que vão de encontro ao seu ponto

de vista sobre o assunto, guiando o leitor; e na conclusão, deve ser reto-

mado o tema para finalizá-lo ou concluir sobre o assunto.

D) Exposição

O texto expositivo é aquele totalmente imparcial e neutro, que serve ape-

nas para informar e não trazer a opinião do autor. É apenas uma exposição

95

sobre o assunto que será retratado. Um exemplo claro são as notícias vin-

culadas no jornal. Não deve ter interferência nenhuma da opinião do autor

e o objetivo é explicar.

E) Injunção

Já a tipologia textual da injunção diz respeito a instruções. Isso quer dizer

que são textos que nos guiam e nos instruem para completar uma tarefa,

seja por meio de um manual ou uma receita, por exemplo. Há duas formas:

o instrucional, que é apenas uma sugestão de como você pode fazer tal

coisa; e a prescrição, que enaltece uma norma, uma regra, como no caso

da bula de remédios ou uma receita.

2.2 – GÊNEROS TEXTUAIS

▪ Possuem função comunicativa e estão inseridos em um contexto

cultural.

▪ Possuem um conjunto ilimitado de características, que são deter-

minadas de acordo com o estilo do autor, conteúdo, composição e

função.

▪ São infinitos os exemplos de gêneros: receita culinária, blog, e-mail,

lista de compras, bula de remédios, telefonema, carta comercial,

carta argumentativa, etc.

Cada gênero textual possui seu próprio estilo e estrutura, possibilitando,

assim, que nós o identifiquemos através de suas características. Vejamos

alguns exemplos:

Carta: se caracteriza por ter um destinatário e um remetente específicos,

pode ser uma carta pessoal, ou uma carta institucional, pode ser ainda

uma carta ao leitor, ou uma carta aberta. Dependendo de qual seja seu

OBJETIVO, ela adquirirá diferentes estilos de escrita, poderá ser disserta-

tiva, narrativa ou descritiva. A estrutura formal da carta é também uma

característica marcante, pois é fixa, apresentando primeiramente a sau-

dação, em seguida o corpo da carta e por último a despedida.

Propaganda: este gênero costuma aparecer bastante na forma oral, mas

também pode ser escrito. Possui como característica marcante a lingua-

gem argumentativa e expositiva, podendo também haver pequenas

96

descrições. O objetivo é sempre o mesmo: divulgar o produto/serviço e

influenciar a opinião do leitor para que ele “compre” a ideia. O texto é

claro e objetivo, e as mensagens costumam despertar sentimentos, emo-

ções e sensações no leitor: calma, tranquilidade, emoção, adrenalina, ca-

lor, frio, inquietação. Outro elemento importante é o uso das imagens.

Receita: é um texto instrucional permeado de descrições. O objetivo é ins-

truir o leitor para preparar algo, geralmente uma comida. A estrutura tam-

bém é fixa, apresentando na sequência: os ingredientes, o modo de pre-

paro e o rendimento da receita. Quanto à linguagem, utiliza verbos no

imperativo, pois a partir da ordem, o leitor tenderá a seguir corretamente

as instruções para adquirir bom êxito.

Outros exemplos de textos instrucionais são a bula de remédio e o ma-

nual de instruções.

Notícia: este é um dentre os diversos gêneros jornalísticos, e pode ser

facilmente identificado. Possui como característica a linguagem narrativa

e descritiva, e seu objetivo é informar um fato ocorrido. Outra caracterís-

tica marcante é a presença de elementos como: o tempo, o lugar e as

personagens envolvidas no fato.

Há outros gêneros essencialmente jornalísticos como a Reportagem e a

Entrevista.

3. REFERÊNCIA TEXTUAL (O QUE MAIS CAI NA PROVA!)

São chamados de pronomes anafóricos aqueles que estabelecem uma

referência dependente com um termo antecedente, é uma palavra her-

dada do grego “anaphorá” e do latim “anaphora”. Designa-se ANÁFORA o

termo ou expressão que, em um texto ou discurso, faz referência direta ou

indireta a um termo anterior. O termo anafórico retoma um termo anterior,

total ou parcialmente, de modo que, para compreendê-lo dependemos do

termo antecedente.

Vejamos alguns exemplos de ANÁFORA:

João está doente. Vi-o na semana passada.

Ana comprou um cão. O animal já conhece todos os cantos da casa.

Maria é uma moça tão bonita que assusta. Essa sua beleza tem um quê de

mistério.

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PRINICPAIS PRONOMES ANAFÓRICOS:

RETOS: ELE, ELA / Ricardo chegou. Ele é o professor.

OBLÍQUOS: O, A, OS, AS, A ELE, A ELA / Comprei uma cadeira. Deixei-a

na casa de mamãe.

RELATIVOS: QUE, O QUAL, A QUAL, CUJO, ONDE, EM QUE, etc. / Com-

prei o carro que era do meu pai.

DEMONSTRATIVOS: ESSE, ESSA, ESSES, ESSAS, ISSO / Ele não conse-

gue entender nada. Isso se deve à falta de atenção.

Os pronomes catafóricos são aqueles que fazem referência a um termo

subsequente, estabelecendo com ele uma relação não autônoma, por-

tanto, dependente. Para compreender um termo catafórico é necessário

interpretar o termo ao qual faz referência.

Vejamos alguns exemplos de CATÁFORA:

A irmã olhou-o e disse: - João, estás com um ar cansado.

(O pronome “o” faz referência ao termo subsequente “João”, de modo

que só se pode compreender a quem o pronome se refere quando se

chega ao termo de referência.)

Os nomes próprios mais utilizados na língua portuguesa são estes: João,

Maria e José. (Neste caso o pronome “estes” faz referência aos termos

imediatamente seguintes “João, Maria e José”.)

Podemos dizer que a catáfora é um tipo de anáfora, pois estabelece os

mesmos tipos de relação coesiva entres os termos, porém o termo anafó-

rico se encontra antes do termo referente, acontecendo exatamente o con-

trário nas demais tipos de anáforas.

Anáfora - Retoma por meio de referência um termo anterior.

Catáfora - termo usado para fazer referência a um outro termo posterior.

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Bons estudos!

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ANOTAÇÕES

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“Estuda, que a vida muda!”

(Melissa Rollemberg)