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Este suplemento faz parte integrante da edição 1683 do JORNAL DE LEIRIA, de 13 de Outubro de 2016, e não pode ser vendido separadamente. RICARDO GRAÇA FÁTIMA VESTE-SE PARA O CENTENÁRIO PUBLICIDADE

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Este suplemento faz parte integrante da edição 1683 do JORNAL DE LEIRIA, de 13 de Outubro de 2016, e não pode ser vendido separadamente.

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GR

AÇA

FÁTIMAVESTE-SE PARA O CENTENÁRIO

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2 Jornal de Leiria, 13 de Outubro de 2016 FÁTIMA

ESTA CIDADE NÃO É (SÓ) PARA CRENTES

FICHA TÉCNICAEDIÇÃO: JORLIS - EDIÇÕES E PUBLICAÇÕES, LDA. / Director: João Nazário Serviços Comerciais: Lúcia Alves e Rui Pereira / Redacção: Paula Sofia Luz /Paginação: Isilda Trindade e Rita Carlos/ Impressão: Grafedisport / Tiragem: 15.000 exemplares / Nº de registo: 109980 / Depósito legal nº: 5628/84 / JORNAL DE LEIRIA, Edição n.º 1683, 13 de Outubro de 2016

A cidade que vai receber o Papa Francisco nopróximo 13 de Maio tem muito pouco daque-le lugar que há 100 anos atrás se tornou céle-bre no mundo inteiro. A Cova da Iria guarda pou-co mais que a Azinheira, Fátima cresceu e mul-tiplicou-se de tal forma que é legítimo, de vezem quando, ouvir-se o regresso da discussãoem torno do concelho que nunca chegou a ser.Continua a ser uma freguesia do concelho deOurém, mesmo que especial. Com a peregri-nação deste 13 de Outubro, Fátima entra empreparação para a recta final das comemora-ções do centenário das aparições. Quando 2017terminar, fecha-se um ciclo de sete anosonde cabe de tudo, entre a religião e a cultu-ra. O Santuário conseguiu assim chegar a di-versos públicos, com um programa que aindatem muito para dar. Por estes dias, o auditó-rio principal do Centro Pastoral Paulo VI rece-be o musical Entre o Céu e a Terra, uma superprodução da Elenco (do Porto) que há mais deum ano anda a preparar este espectáculo.

“Em 2010 sentámo-nos a primeira vez a pen-sar como é que deveria ser o centenário. Na al-tura não havia consenso sobre o que deveriaser, mas havia uma ideia geral: que fosse di-versificado, um centenário que trouxesse es-

pectáculos de qualidade, fossem eles músicapopular, fado, ou música erudita”, diz ao Jor-nal de Leiria o padre Vítor Coutinho, vice-rei-tor do Santuário. E por isso, sete anos depoisdessas primeiras reuniões e uma imensidão deeventos realizados, o objectivo parece cumprido:“que pudesse tocar o maior número possívelde pessoas, com gostos e sensibilidades dife-rentes. E até vivências da fé diferentes”. O pa-dre Coutinho costuma dizer “meio a brincar,meio a sério, que a mensagem de Fátima écomo o Santuário: é um espaço aberto, ondehá lugar para todos”: Uns aproximam-se maisda capelinha, outros ficam ao fundo, encosta-dos a uma árvore, ou ficam escondidos ao can-to. “Há pessoas que têm vivências da fé maisou menos intensas, com dimensões maioresou menores da espiritualidade, mas Fátima épara todos. Por isso as comemorações tinhamque versar tudo isso, com um largo programapastoral, mas também um vasto programa cul-tural”.

UMA TERRA PRÓSPERAA partir da fé e da religião, Fátima tem cres-cido todos os anos neste século. Nos últimostempos, é gritante a diferença da cidade e da

A poucos meses do auge das comemorações dos100 anos das aparições, Fátima dá mostras deuma vitalidade que vai muito para lá da religião edo negócio por ela alavancado. Do imobiliário àhotelaria, o crescimento está à vista de todos.

Jornal de Leiria, 13 de Outubro de 2016 3FÁTIMA

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ENTRE O CÉU E A TERRA

MUSICAL INSPIRADO EM FÁTIMA SOBE AO PALCO

“Vê-se que é século XXI, que Fátima está comuma abertura, com vontade de chegar a novospúblicos, com uma linguagem diferente. E o tea-tro musical chega a muitos públicos. Não é sópara crente, é para todos”. Bruno Galvão,produtor do musical “Entre o Céu e a Terra”,explica assim como é que a Elenco Produçõesencara “a grande honra” de aceitar o desafiolançado pelo Santuário de Fátima, há mais deum ano. Construído no Porto, onde está sediadaa Produtora, o espectáculo será exibido no Cen-tro Pastoral Paulo VI nos próximos dias: a 13para as escolas de Fátima, a 14 e 15 para o pú-blico em geral, às 21h30. É gratuito, de livreacesso, bastando aos interessados efectuar arespectiva reserva dos ingressos, através doSantuário.

Em palco vão estar 19 actores, cantores e bai-larinos, a que se juntam uma orquestra e umaequipa vasta de coreógrafos, encenadores, so-noplastas e outros técnicos. “O desafio que oSantuário nos lançou foi criar uma obra de tea-tro musical, algo contemporâneo. A ideia nun-ca foi retratar os acontecimentos de 1917, massim mostrar o impacto e a presença de Fátimaainda nos dias de hoje, 100 anos depois da apa-rição de Nª Senhora aos Pastorinhos”, afirmaBruno Galvão, que produz o espectáculo em par-ceria com João Ribeiro. A Elenco chegou a Fá-tima no final de Setembro, e desde então os en-saios decorrem de forma intensa no grande au-ditório do Centro Paulo VI, com capacidade paraduas mil pessoas. Depois desta exibição dos pró-ximos dias, o musical poderá ser visto noutrassalas de espectáculo do país, ao longo de 2017.

O que esperar, então, deste musical? “Fomosà simplicidade da vida. Espero que as pessoasque se se vão sentar na plateia se revejam na-quelas personagens, e que também se sintamtransformadas a ver este espectáculo, quechama a atenção para alguns valores, como asolidariedade e a vida”.

Um dos nomes sonantes deste musical é So-fia Escobar, que termina o espectáculo comuma interpretação sublime de “Avé Maria”, deArtur Guimarães. A seu lado estão autores con-sagrados como Joel Branco, ou Sofia de Por-tugal, entre outros.

“Este é um espectáculo que vive muito dogrupo inteiro. Não há uma personagem quemais se destaque. Todos temos um papel vi-tal”, declara Sofia Escobar, premiada diversasvezes em Londres, nomeadamente pela suaprestação como protagonista n’O Fantasma daÓpera. “Acho que vai ser uma surpresa parao público. Ninguém está à espera de umaabordagem tão contemporânea, tão dentro donosso tempo. O que conseguimos foi fazer comque o foco central de tudo isto fosse a fé, oamor e o que implica nas pessoas ao longo dostempos”, adianta a artista, que nunca tinha es-tado em Fátima. Nas últimas semanas per-cebeu que aquele é “um sítio onde se respi-ra uma paz muito especial. Estamos a viver istode uma forma muito intensa, e isso trazmuito ao espectáculo. Por isso, julgo que to-dos vão ficar surpreendidos, sejam crentes ounão”. O musical faz parte de um conjunto deeventos culturais que o Santuário tem ofere-cido ao longo do último ano. �

freguesia quando comparada com o todo na-cional, em contexto de crise. O crescimento doramo imobiliário, e de áreas de negócio comoa hotelaria e os serviços de saúde são visíveispara quem por lá passa com regularidade, numcenário que só é possível quando há pessoas,o capital mais precioso de qualquer terra. Fá-tima tem-no. De acordo com os últimos cen-sos (2011) eram mais de 11.500 os habitantesdo território, número que dispara quando lhejuntamos os que trabalham por ali diariamente.São esses que alimentam e beneficiam de umcerto registo cosmopolita que desponta em di-versas áreas, muito presente nos novos ne-gócios de bar e restauração, mas também nadecoração, na arquitectura. Em breve, junta-se a esse naipe uma loja da marca McDonal-d’s, perto da rotunda norte, na avenida BeatoNuno. Apesar de uma oferta gastronómica bas-tante diversificada (e rica, como poucas), fal-tava esse tipo de oferta, de certa forma ante-

cipada no ano passado com a abertura do “Se-gredo de Fátima”, noutra das avenidas maisconcorridas, a D. José Alves Correia da Silva.

Desengane-se quem julga que são ape-nas os peregrinos que fazem girar uma ter-ra como Fátima. É verdade que a religiãofunciona como âncora do território, mas seo ADN da sua gente não fosse assim, ge-nuinamente empreendedor, o progresso tal-vez se escrevesse apenas com lojas de ar-tigos religiosos e pouco mais. Assim, a ter-ra que o Papa Francisco vai pisar no próxi-mo ano, a 13 de Maio, é multifacetada. Eisso está bem patente na organização dascomemorações do centenário, que envol-veram em parceria instituições tão diversascomo o Santuário, a Associação Empresa-rial de Ourém e Fátima (ACISO), o Municí-pio e a Junta de Freguesia. Todos juntos, es-tão a contribuir para escrever a história des-te cenário a diversos níveis. �

RICARDO GRAÇA

RICARDO GRAÇA

4 Jornal de Leiria, 13 de Outubro de 2016 FÁTIMA

PRESIDENTE DA CÂMARA ESPERA QUE A VINDA DO PAPA DESPERTE A IMPORTÂNCIA DA CIDADE

“FÁTIMA É MAISCONHECIDA NOMUNDO DO QUE PORTUGAL”

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Tem dito desde há muito que Fátima é siste-maticamente esquecida pelo país, e que esperaque este acorde para a sua importância, coma vinda do Papa Francisco. O que espera queaconteça, em termos concretos?Espero que o país perceba o potencial que temaqui, pela marca, pela visibilidade, pela mon-tra mais conhecida de Portugal. É preciso apoiopara resolver um conjunto de problemas es-truturais, de há muitos anos… Por outro lado,é justo afirmar que, quando o Turismo de Por-tugal, na sequência do pedido que fiz à Secre-tária de Estado Ana Mendes Godinho, coloca Fá-tima na entrada do stand de Portugal naABAV, por exemplo, já está a fazer o trabalhoque nos parece correcto.Quando viaja pelo mundo em nome de Fátima,que impressão lhe transmitem as pessoas comquem fala? A devoção, o respeito e o desejo de conhecer.Fátima é mais conhecida no mundo do que Por-

tugal e isso é claro. Há uma mensagem de Paze espiritualidade que é muito admirada por mi-lhões de pessoas de tudo o mundo.O que está a ser feito pelo Município de Ourémno âmbito das comemorações do centenário,para além da parceria com outras entidades noprograma cultural? Há um conjunto de iniciativas já divulgadas cu-jas próximas iniciativas serão o congressomundial de destinos religiosos, o ciclo de con-versas co-organizadas com o Centro Nacionalde Cultura e que terminarão com uma Confe-rência da Organização Mundial de Turismo,questão de grande prestígio e relevância.Quanto é que isso vai custar à Câmara?Cada evento tem o seu orçamento, a partir doorçamento Municipal e de outros apoios. Porexemplo, o Turismo de Portugal patrocina oWorkshop de operadores de Turismo que serealiza em Março em 90.000 . Por exemplo, aLiberty Seguros patrocina a Caminhada da Paz

... made in Heaven

- Pintura à mão/makeover criativo em mobiliário- Transformação/reciclagem artística- Restauro- Workshops- Aulas particulares e de grupo

O QUE FAZEMOS

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Inspirados pela história do móvel, recuperamo-lo, preservamo-lo, enriquecemo-lo e transformamo-lo dando-lhe Vida e Almanovas ao serviço da sua beleza.

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que o GAF co-organiza com a Câmara. Fizemosuma candidatura em nome da ACISO que lideraesse processo, para promoção, a qual tem umavalor de base de apoio comunitário de duzen-tos e muitos mil euros. A Câmara assumirásempre a chamada componente nacional.

NOVAS INVESTIGAÇÕESEM DESTAQUE

PENSAR FÁTIMA, O CONGRESSO

Desse vasto programa das comemorações queainda falta cumprir, destaca-se o congressoPensar Fátima – leituras interdisciplinares, en-tre 21 e 24 de Junho do próximo ano. O Con-gresso Internacional do Centenário de Fátimapretende desafiar investigadores de diferen-tes áreas do saber a pensar sobre o fenóme-no e a mensagem de Fátima, numa perspe-tiva interdisciplinar. A iniciativa contará com acolaboração da Faculdade de Teologia daUniversidade Católica Portuguesa, no segui-mento dos simpósios já promovidos no âmbi-to do Centenário das Aparições de Fátima, aomesmo tempo que propõe estudar Fátima apartir de diferentes prismas, da História à Teo-logia, da Sociologia à Psicologia, da Arte e doPatrimónio. As intervenções dividem-se emconferências plenárias, conferências temáti-cas e comunicações paralelas dos investiga-dores, sendo que o período de submissão decomunicações decorre até ao final de de-zembro de 2016. Em destaque vão estar seteáreas científicas: Fátima e as dinâmicas sociais;Fátima na perspetiva de fenomenologia reli-giosa; a História de Fátima; Mariologia nas fon-tes escritas de Fátima; Fátima e as linguagensprofética e apocalíptica; a Espiritualidade e aTeologia de Fátima e a presença de Fátima aolongo de cem anos. De acordo com o Santuá-rio, “a celebração do centenário de Fátima éocasião para um olhar sobre a história do acon-tecer de Fátima e as suas implicações reli-giosas, sociais, culturais e artísticas; o impactoreligioso e sociocultural das aparições dentroe fora das fronteiras portuguesas; a influên-cia deste fenómeno na afirmação do catoli-cismo português; a atenção crescente que osPapas têm dado a Fátima projetando a men-sagem a uma escala global; as chaves de lei-tura que oferece Fátima para um olhar sobrea atualidade são naturalmente temas que po-dem despertar novas investigações”. �

FÁTIMA Jornal de Leiria, 13 de Outubro de 2016 5

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Espero que opaís percebao potencial

que tem aqui, pelamarca, pelavisibilidade, pelamontra maisconhecida dePortugal. É precisoapoio para resolverum conjunto deproblemasestruturais,de há muitosanos

O que vai mudar na cidade, na sua acessibi-lidade e fisionomia? Já está a mudar há muito. Obras de qualifi-cação, de modernização e de valorizaçãocontinuarão a ser desenvolvidas todos osdias. O nosso fito é o pós 2017.A um ano do final do mandato, o que ainda lhefalta fazer, do plano traçado para estes qua-tro anos? A qualificação da avenida D. Nuno Álvares Pe-reira, cujo financiamento comunitário já con-seguimos e cujo concurso já foi aprovado pe-los órgãos autárquicos. Embora confesseque neste país é quase impossível fazer pla-nos correctos…estamos sempre confrontadosem não saber o que sairá amanhã do Terrei-ro do Paço.E as obras que estamos a lançar, por mim jáestariam concluídas há muito. Só que a bu-rocracia é uma coisa doentia, em Portugal.A vinda do Papa Francisco será um momen-to alto para a vida do país e de Fátima em par-ticular. Já disse algumas vezes que é um ad-mirador da personalidade. Porquê?É um revolucionário do nosso tempo. Diz a ver-dade e promove rupturas com um mundo in-quinado pela deturpação dos valores e do sen-tido humanista. Falamos de uma personali-dade admirável que fazia muita falta ao mun-do….tal como a Europa precisava de uma pes-soa assim. Cada vez o admiro mais. Na jun-ta, Humberto Figueira da Silva continua a apos-tar “naquela que é sem dúvida a imagem demarca deste executivo que tenho o prazer deliderar: queremos sobretudo resolver os mui-tos problemas do dia-a-dia das pessoas e dasAssociações”. �

RICARDO GRAÇA/ARQUIVO

6 Jornal de Leiria, 13 de Outubro de 2016 FÁTIMA

RICARDO GRAÇA

COMÉRCIO E SERVIÇOS LIDERAM ACTIVIDADE

EMPRESAS DE FÁTIMA NUMA “DINÂMICA IMPARÁVEL”

A sete meses do auge das comemorações docentenário, A ACISO (Associação Empresarialde Ourém e Fátima) está já a preparar o futu-ro dos diversos sectores de actividade. O cres-cimento tem sido evidente no comércio e ser-viços, mas também no imobiliário, um dos quemais se evidencia, sobretudo quando compa-rado com a realidade de cidades e concelhosvizinhos. O presidente da direcção, Domingosdas Neves, considera que a região vai assistira “uma dinâmica imparável nos próximosanos”. Fátima demonstra “uma dinâmicacrescente, que reforça a captação de novos in-vestimentos e de uma diversidade de negócios,que por sua vez são factores de atracção de pú-blicos residentes nos concelhos limítrofes”, en-fatiza o administrador da Clinifátima, que ac-tualmente preside à direcção da ACISO.

A Associação ajudou a preparar o contribu-to da sociedade civil para as Comemoraçõesdo Centenário das Aparições de Fátima, inte-grando um grupo de trabalho em parceria coma Câmara Municipal de Ourém e a Junta de Fre-guesia de Fátima. “A determinado momento ejá após a apresentação do Programa, foi deci-dido, por uma questão de melhor operacio-nalização das actividades, cada entidade as-sumir directamente a realização das iniciati-vas que melhor se enquadravam com as suascaracterísticas. Daí a ACISO ter assumido a rea-lização do workshop Internacional de TurismoReligioso, já tendo realizado a edição de 2016e estando a preparar a de 2017”, revela ao Jor-nal de Leiria Domingos Neves. Entretanto, paraalém desses eventos promocionais ao nível in-ternacional, a ACISO lançou, excepcional-

836Um total de 836 associados faz ouniverso da ACISO, distribuídospor diversas áreas de actividade. Ocomércio por grosso e a retalho(incluindo aqui a reparação deveículos e motociclos) ocupam amaior fatia de associados, numtotal de 346. Segue-se, nessegráfico, o alojamento, restauraçãoe similares (261) e as indústriastransformadoras, com 76empresas. Têm crescido tambéma construção, a consultoriacientífica, técnica e similar. Asempresas sediadas em Fátimarepresentam a grande maioria dosassociados da ACISO.

mente, em parceria com o Santuário de Fáti-ma e a Imprensa Nacional – Casa da Moeda,um conjunto de artigos religiosos, entre os quaisse destaca o Terço Comemorativo do Cente-nário. “Para lá do seu simbolismo, parte da re-ceita reverte para o Centro de Recuperação eIntegração de Fátima, com o objectivo deconstruir um Lar para utentes adultos desteCentro”, acrescenta o presidente.

O que está a mudar no meio empresarialA diversificação das actividades de raiz co-

mercial é apontada por Domingos Nevescomo a principal alteração que se verificou nosúltimos anos no sector empresarial em Fáti-ma. “Para além dos sectores da hotelaria e docomércio de artigos religiosos, Fátima têm con-seguido crescer em número e diversidade deestabelecimentos comerciais, de diversas di-mensões, o que lhe confere uma interessan-te atracção enquanto centro urbano comercial”,sublinha o presidente, com a responsabilida-de de mobilizar uma cidade “que depende for-temente dos sectores do comércio, hotelaria erestauração, base crucial da sua actividade eco-nómica”, sem perder de vista que o sector daeducação, nomeadamente os diversos colégiosde iniciativa privada representa “uma indiscu-tível fonte de atração”, numa terra que não dis-põe de oferta pública a partir do ensino se-cundário.

No futuro, que começa já em 2017, depois dasgrandes comemorações, a ACISO vai concen-trar esforços nos impactos que daí advirão, vol-tando-se mais especificamente a partir do pró-ximo ano para “a dinamização e desenvolvimentodo centro urbano da cidade de Ourém”. �

Logo depois de anunciado o convite aoPapa Francisco para estar presente nacelebração dos 100 anos das aparições,os hotéis da cidade esgotaramrapidamente a sua capacidade por alturasdo 13 de Maio de 2017. "Assim que sesoube que o Papa queria vir, tivemos umvolume anormal de telefonemas e temospedidos de quartos para maio de 2017quase todos os dias", disse na altura àagência Lusa Natália Neves, gerente deum hotel a escassos metros do Santuário.Outro proprietário, Luciano Pereira,garantia que “mais quartos houvesse,mais vendíamos”. Entretanto, estasemana a notícia de que o novo HotelÁurea abrirá portas a tempo dessaefeméride veio animar o mercado doalojamento para esse período. Mas a novaunidade de quatro estrelas, que terá 108quartos, e fica na avenida D. José AlvesCorreia da Silva, a cinco minutos (a pé) doSantuário, “já não tem nada disponívelpara essas datas, nem para o 13 deoutubro seguinte”, disse ao Jornal deLeiria Alexandra Pereira, da FátimaHotels Group, empresa que se dedica àcomercialização, promoção e vendas donovo hotel (ainda em construção), bemcomo de outros como o Luz CharmingHouses, Hotel Estrela de Fátima, HotelCruz Alta, Hotel Coração de Fátima, HotelRegina, Hotel Genesis, Imperhotel e HotelSanta Mafalda. �

NOVA UNIDADEABRE EM MAIO HOTÉIS ESGOTAMPARA VINDA DOPAPA

DR

Jornal de Leiria, 13 de Outubro de 2016 7FÁTIMA

FESTIVAL DE FOLCLORE REALIZA-SE HÁ 37 ANOS

FOLCLORE NA CASA DO POVO: DE PEQUENINO SE APRENDE A DANÇAR

O dinamismo cultural e desportivo de Fátimaestá bem patente no número de colectividadesque se mantêm activas por toda a freguesia: 33.Uma das mais antigas e agregadoras é a Casado Povo, que integra uma das arte que mais en-tusiasmo desperta por lá – o folclore. Não ad-mira por isso que o primeiro fim-de-semana deoutubro tenha sido integralmente preenchidopor dois eventos que envolveram centenas depessoas: o 16º encontro de ranchos infantis, ea 37ª edição do Festival de Folclore da cidadede Fátima. A anteceder o Festival teve lugar odesfile etnográfico, desde as Pracetas de San-to António até ao Mercado de Fátima.

O jantar-convívio de sábado e o almoço-con-vívio de domingo envolveram um total de 400participantes, ambos no Salão Paroquial de Fá-tima. A oferta de lembranças aos grupos de fol-clore participantes foi realizada no Salão No-bre da Junta de Freguesia de Fátima, ao final

da manhã de Domingo. A iniciativa contou nãosó com a presença das entidades locais comotambém do presidente da Associação de Fol-clore da Região de Leiria e Alta Estremadura,Rodrigo Martins, e do representante da Fede-ração de Folclore Português, Manuel Duarte.Hélia Faria, presidente da direcção da Casa doPovo de Fátima, considera que “momentoscomo estes revelam-se um estímulo para a pro-moção do folclore português e uma possibili-dade de intercâmbio e convívio entre todos osenvolvidos”. �

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DR

Na Casa do Povo cabeum rol de actividadesmuito diversificado

8 Jornal de Leiria, 13 de Outubro de 2016 FÁTIMA

NOVOS ESPAÇOS JUNTAM-SE À TRADIÇÃO DE BEM-COMER

O PECADO MORA AO LADO E É SEMPRE IRRESISTÍVEL

Há de tudo e para todos os gostos, quan-do falamos de gastronomia em Fátima. OTia Alice será sempre incontornável, oCrespim também, quando queremos ele-var o nível a um patamar tão alto como aposição de Fátima no país e no mundo.No primeiro, a tia Alice Marto insistenuma lista curta, pratos específicos, queao longo dos anos fizeram daquele lugarna rua do Adro, em Aljustrel, um verda-deiro ponto de romaria composta porgente de todo o país. Quem já experi-mentou sabe que o arroz de peixe com ro-balo e tamboril, a açorda de camarão ouo célebre “bacalhau à Tia Alice” fazem asdelícias de quem prefere o peixe. Mas oque dizer do arroz de pato do campo ouda vitela assada em forno de lenha? Oudas sobremesas que viciam? Já no Cres-pim, não há quem passe por lá incólumeao bacalhau à lagareiro, ou à vitela mi-randesa servida em costeleta ou meda-lhão. Aqui a lista de pratos é maior, foicrescendo à imagem do restaurante, quecomeçou por ser uma pequena mercea-ria onde por vezes, e após as suas caça-das, José Crespim reunia os seus amigospara petiscar o que tinham conseguido ca-çar. Aos poucos, outros amigos se foramjuntando e o espaço foi ganhando noto-

riedade entre as pessoas da terra e nãosó. Inaugurado em Agosto de 1968 porJosé Crespim e Júlia Inácia, o espaço ga-nhou nova morada na década de 80,quando José Crespim Vieira (filho do fun-dador) e a mulher, Ana Maria, abriramesta casa, que agora vai já na terceira ge-ração, com neta Liliana. São três peque-nas salas, com capacidade para 90 pessoas,que no inverno ganham um ambiente aco-lhedor através das lareiras. No verão é a es-planada (abrigada) que faz a diferença.

O último ano foi pródigo na abertura decafés, restaurantes, tabernas e similares.Há um lado cosmopolita que desponta emFátima, e isso está bem patente no tipo deestabelecimentos comerciais que nos úl-timos meses abriram portas. Um deles éO Combo, na Rua João Paulo II, bem per-to do Santuário. É muito fácil perdermo--nos de amores por aquele espaço, àconta de um hambúrguer com fatias demaçã e rúcula, uma bifana com cebola ca-ramelizada e presunto, ou na diferençaque ali não está na fruta mas no bolo docaco. Se falamos de pão, não há como con-tornar o Doutor dos Cereais, na Rua SãoJoão de Deus. A padaria tem sede em Ca-xarias, Ourém, mas desde que chegou aFátima que não há mãos a medir, por cau-

sa das especialidades. Há uma variedadede pão (com sementes diversas) que dei-xa qualquer um de água na boca.

Na verdade, quem agora vai a Fátima ar-risca-se a ter de experimentar uma pe-regrinação pelos novos locais, tal é a va-riedade. Há espaços novos como a Ta-verna do Merceeiro, O Segredo de Fátima,ou a Taberna do Baco, mas há também orenovado Mr. Leitão, que há três anos de-cidiu apostar em Fátima e já renovou o es-paço. É ali que a simpática Cila recebe osfiéis de um negócio que, afinal, comemo-ra já 60 anos. O marido, José Miguel, fi-lho do primeiro assador de leitões na BoaVista, Leiria, dedica-se com afinco a essaarte. O espaço fica perto da Rotunda Nor-te, na Estrada da Batalha, e durante algumtempo ali se manteve sem concorrência.Mas diz-se em Fátima que sempre queabre um negócio lhe sucede uma réplica,e por isso nos últimos tempos abriramtrês estabelecimentos similares. Cila e ZéMiguel orgulham-se de ter clientes “quefazem quilómetros para saborear umasandes ou levar para casa” esta especia-lidade. E também há aqueles que levamembalagens de leitão camufladas nasmalas de viagem…mas isso não é paracontar! �

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Jornal de Leiria, 13 de Outubro de 2016 9FÁTIMA

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A PREGARIA, ESSA IDEIA GENIAL

Manuela Carma nunca tinha experimentadoa restauração como proprietária, mas apre-ciava-a como cliente. Uma vida inteira dedi-cada às vendas e a negócios diversos deu-lhea certeza de que faltava em Fátima “um es-paço diferente”, mas o clique só aconteceunuma conversa com a amiga Liliana Lopes.“Um dia, em conversa com uma pessoa ami-ga, que trabalha numa imobiliária, soubemosque este espaço estava para alugar, e foi as-sim, tudo muito de repente”. O espaço é o nú-mero 11 da Rua São João de Deus, ali à Bea-to Nuno, e tem sido “um sucesso como nemestava à espera”, contou Manuela ao Jornalde Leiria, um mês depois de ter aberto pelaprimeira vez as portas da Pregaria da Iria –numa alusão à Cova da iria. O conceito não éoriginal, mas inspirado num espaço similar emLisboa, mas tem sido um êxito sem prece-dentes. À hora de almoço não há mãos a me-dir para servir pregos e bifanas. “o segredoestá na forma como confeccionamos os pre-gos, tudo na hora, e também nalguns acom-panhamentos como a batata doce (frita) e omolho de alho com salsa. Todas as batatas sãofritas com casca, depois muito bem lavadas,e isso também faz a diferença”, acrescentaManuela.

A Pregaria da Iria está aberta todos os dias,das 10 da manhã às 22 horas, à excepção dodomingo. “É o dia da família e decidimos fe-char. Sabemos que o domingo é um dia demuito movimento em Fátima, mas como nãoestamos ao lado do Santuário, tomámosessa decisão”. Manuela e Liliana pensaramem tudo ao pormenor, no que diz respeito à

decoração: “aproveitámos tudo o que aquiexistia e reciclámos”. E por isso o espaço estáassim, tão original. Nos últimos anos váriosnegócios passaram por ali e fracassaram, masa julgar pela amostra dos primeiros tempos,é a Pregaria que vai mudar a história. �

Muitos dos novos espaços de Fátima já têmlugar cativo no blogue de Luísa Alexandra,uma residente de Fátima que assim vaihomenageando a terra com textos eimagens. O blogue existe desde 2007 e osseguidores encontram ali receitas e ideiasculinárias. “Sempre adorei cozinhar e gostode tudo o que envolve a cozinha, comoeletrodomésticos e utensílios de cozinha,ingredientes e técnicas, dicas e truques”,conta a autora, que confecciona, fotografa efilma ela mesma toda as receitas. Bastaclicar em www.luisaalexandra.com e entrarnesse admirável mundo da gastronomia. �

RECEITAS E CRÍTICAO BLOGUE DA LUÍSA

Av. D. José Alves Correia da Silva

2495-402 FátimaTel: 249 534 171/72. 249 531 088/09

[email protected]

Há novos espaços que estão amudar os hábitos de Fátima, numregisto moderno e económico

RICARDO GRAÇA

FOTOS: RICARDO GRAÇA

10 Jornal de Leiria, 13 de Outubro de 2016 FÁTIMA

TRÊS COLÉGIOS COMPÕEM A OFERTA EDUCATIVA

A TERRA ONDE O PRIVADO É SERVIÇO PÚBLICO

Ninguém estranhou ver Manuel Bento a li-derar o movimento Em Defesa da EscolaPonto, a propósito do diferendo entre os co-légios privados e o Estado, no âmbito doscontratos de associação. Afinal, o directordo Centro de Estudos de Fátima represen-ta uma parte importante do que é a cidadee a freguesia, enquanto exemplo paradig-mático no campo da Educação: só o 1.º ci-clo é público, os restantes níveis de ensinosão assegurados por colégios privados."Não surgiu uma resposta pública em Fá-tima devido à qualidade das escolas comcontrato de associação existentes”, decla-rava Manuel Bento em Junho último, no ve-rão quente dos colégios. A ligação estrei-ta da Igreja Católica ao ensino vem de lon-ge e chegou a Fátima há mais de 60 anos,

tendo sido pioneiro nessa presença o Co-légio do Sagrado Coração de Maria. As re-ligiosas da Congregação já marcavam pre-sença em Portugal desde 1871, e a cres-cente divulgação das aparições e atracçãode multidões fez nascer o desejo de cons-truir em Fátima uma casa, com o objecti-vo de alojar as religiosas e as antigas alu-nas que viessem em peregrinação. A ceri-mónia da bênção da primeira pedra acon-teceu a 1 de junho de 1948. Mais tarde, jános anos 70, o Colégio estendeu a sua ofer-ta aos cursos nocturnos. Em 1973 passouao regime de coeducação. E já em 1975, de-pois da Revolução de Abril e da paralela quese desenrolou no sistema educativo em Por-tugal, o ensino começou a ser subsidiadopelo Estado, uma vez que que não existiam

escolas públicas em Fátima. Menos antigomas igualmente importante no ensino e emFátima é o Colégio de São Miguel. Já queo primeiro era só para raparigas, esteacabou por nascer para os rapazes, nosanos 60. O mais novo dos colégios é o Cen-tro de Estudos de Fátima, igualmente umaescola católica. Nasceu da vontade de qua-tro instituições religiosas: Missionários doVerbo Divino, Missionários da Consolata, Pa-dres Monfortinos e Padres Marianos, emmeados dos anos 70. De resto, Fátima as-sume-se como o local onde a filosofia doscontratos de associação foi realmentecumprida: como não existia oferta pública,o Estado subsidiou os colégios e entendeunão ser necessária a construção de esco-las num local onde a oferta é grande. �

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FOTOS: DRJORNAL NOTÍCIAS DE FÁTIMADR

É uma das áreas de negócio que maiscresceu em Fátima recentemente, e 2017afigura-se um ano histórico também noque toca a abertura de novas residênciaspara séniores. Ainda em construção estáa Qualisenior – Residência Geriátrica,um edifício perto da rotunda norte, comcapacidade para 45 utentes e que, apesarde não estar concluído, tem já parte da ca-pacidade preenchida, através de pré-ins-crições. A directora técnica da instituição,Mónica Vieira, disse ao Jornal de Leiriaque a expectativa é abrir em Dezembro,ou logo no início de Janeiro. “Os proprie-tários já tinham este espaço, e entre umhotel e uma residência para sénioresoptaram por esta vertente”, acrescentaaquela responsável. A ideia é criar 25 pos-tos de trabalho. Também com aberturaprevista para 2017 está o Fátima Senior,um empreendimento similar. Já instala-do está o Fátima Spa Club, dirigido porSílvia Mendes. Naquela residência sénioré possível optar por estadia permanenteou temporária, e usufruir de um conjun-to de serviços que vão desde a prestaçãode cuidados de saúde à musicoterapia,sessões de relaxamento, massagens, en-tre outras. �

NOVAS UNIDADES

RESIDÊNCIAS SÉNIOR AUMENTAMOFERTA

� Danças de Salão� Dança Contemporânea� Ballet para adultos

Inscrições abertas: Fátima e Batalha

Ainda este anovamos colocarnas platafor-

mas digitais a nossa“APP CDF” umaaplicação que irá gerirtreinos, horários,convocatórias, sócios e resultados emtempo realAfonsoGuerreiro

Jornal de Leiria, 13 de Outubro de 2016 11FÁTIMA

APLICAÇÃO VAI GERIR A VIDA DE ATLETAS E SÓCIOS EM TEMPO REAL

CENTRO DESPORTIVO: O CLUBE QUE CRIOU UMA SAD, AOS 50 ANOS

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Este não é um clube qualquer: o CDF é diri-gido por um padre e tem um muçulmano ára-be como líder da Sociedade Anónima Des-portiva. Em breve, uma aplicação vai revolu-cionar mais ainda aquela colectividade

Em Fátima todos conhecem Afonso Guer-reiro, o rapaz que parece talhado para dirigire organizar colectividades, mesmo quando nopapel não tem qualquer cargo relevante. Foiele o grande impulsionador do jantar come-morativo dos 50 anos do Centro Desportivo deFátima, é ele que muitas vezes faz a ligaçãoentre a direcção do Clube e a SAD, dirigidaspor um cristão católico e um muçulmano, res-pectivamente o Padre António Pereira e o di-rector-geral Yasser Bem Hamida.

“A ligação entre a SAD e a Direção é posi-tiva, pois o que está em causa é a instituiçãoCDF, em que ambas as partes lutam para le-var ‘o barco a bom porto’”, afirma ao Jornalde Leiria Afonso Guerreiro, que aos 24 anosé uma figura incontornável do associativismo,a que está ligado desde sempre. “Já passei porcentenas de associações, e fundei outrastantas, vir para o CDF foi um desafio que mefoi lançado e que acolhi automaticamente comum sim, pois ainda não tinha passado por umclube como este. Estou a gostar imenso do tra-balho e das responsabilidades que tenho noclube. É uma grande casa e uma grande or-ganização”, sublinha Afonso, o mais jovem ele-mento dos corpos sociais do Centro Despor-tivo de Fátima.

A comemorar este ano 50 anos de existên-cia, o Centro Desportivo de Fátima tem umahistória farta para contar, que começa já em1958, conforme relata o jornal Notícias de Fá-tima numa das primeiras edições do ano. “OPadre Manuel Henriques, prior de Fátima, jun-

DR

tamente com António Figueira, José Cerejo,Manuel Gonçalves da Silva e Abílio Camposformaram um grupo de trabalho com o ob-jectivo de fundar um clube que abrangesse afreguesia, fomentasse a prática desportiva econgregasse a juventude em torno da paró-quia. Nascia o Centro Paroquial de Fátima, quesucedia ao Grupo Recreativo da Cova da Iria”.Durante oito anos, o clube participa e organizatorneios de futebol para jogadores não fede-rados “no saudoso Campo do Estoril, junto daactual Avenida João XXIII”. Desde a fundação,o percurso fez-se de altos e baixos, como sem-pre acontece na vida das colectividades. Afon-so Guerreiro não era nascido para acompa-nhar a maioria desses episódios, mas sabe oquão importante foram dois marcos: “a cria-ção desta nova SAD, e a criação da Academia

de Futebol Padre Pereira”. O dirigente sustentaque o importante “é que o clube possa ter umagrande formação e ao mesmo tempo umagrande classe de profissionais”, e por isso des-taca a subida dos seniores novamente aoscampeonatos nacionais, bem como dos ini-ciados. E o clube é apoiado pela população deFátima? “Sim, a população gosta do clube,mas infelizmente ou felizmente a maior par-te da população em Fátima trabalha aosfins-de-semana, pelo que a assistência aos jo-gos é diminuta. Todavia, interessam-se por sa-ber como está o clube, quais os resultados, eisso nota-se claramente no Facebook, ondeas pessoas partilham e comentam, cerca de80% são pessoas de Fátima, ou que estão emFátima”. É desse registo contemporâneo quese faz hoje a vida do clube. De resto, AfonsoGuerreiro arrisca dizer que “o CDF é cada vezmais coisas: isto quer dizer que o futuro estáa ser planeado passo a passo. Ainda este anovamos colocar nas plataformas digitais anossa “APP CDF” uma aplicação que irá ge-rir treinos, horários, convocatórias, sócios, re-sultados em tempo real, ligação à secretariae ao departamento médico”. Através dessanova ferramenta, qualquer um poderá fazer-se sócio e até mesmo pagar as quotas e/oumensalidades.

Nos planos para o futuro (muito próximo),o CDF tem inscrito um campo de relva sinté-tica para a prática de futebol de 11. “É im-possível continuar a crescer com apenasdois campos, um de futebol de 11 em relva na-tural e um de relva sintética, para futebol desete. “Para que isso seja uma realidade es-tamos a juntar esforços para avançar. Atual-mente temos 350 crianças a praticar desportoe queremos continuar a crescer. �

Encerra à 2.ª feiraTel. 249 538 120 . Tm. 913 545 992 . Rotunda Norte . 2495-405 FÁTIMA

12 Jornal de Leiria, 13 de Outubro de 2016 FÁTIMA

PROJETO DA JUNTA DE FREGUESIA DE FÁTIMA

PARQUE DE LAZER NASCE NA PEDREIRA DO MOIMENTO

Se há projecto que enche de orgulho a Jun-ta de Freguesia de Fátima, é este: o Par-que de Lazer que vai nascer na antiga Pe-dreira do Moimento, numa área de lazerque se estende por mais de 30 mil m2, eonde serão plantadas mais de cem árvo-res. A ideia é chamar-lhe “parque do Cen-tenário”, uma vez que as obras deverão ini-ciar-se no próximo ano, quando se come-mora o centenário das Aparições, emboranão devam estar prontas a tempo dasgrandes comemorações de Maio. De res-to, trata-se de devolver à terra o que delaos homens tiraram, pois que na primeirametade do século XX, o local foi comple-tamente esventrado para retirar parte dapedra utilizada na construção da basílicade Nossa Senhora do Rosário de Fátima.A antiga pedreira ganhará assim novavida, 50 anos depois. O terreno de Moi-mento é propriedade da Junta de Fregue-sia de Fátima, que apresentou recente-mente o projecto à Assembleia de Fre-guesia, depois de ter sido um dos desta-ques no Dia do Município de Ourém, a 20de Junho. Na ocasião, o presidente da Câ-mara anunciou o apoio a este projecto, comcusto estimado na ordem dos 700 mil eu-ros. “O parque dará uma nova centralida-de à freguesia”, sublinhou na altura Pau-lo Fonseca. Também o presidente da Hum-berto Silva, presidente da junta, que sem-pre considerou ser essa “uma das grandeslacunas da cidade”, regozija com a trans-formação do sonho em realidade. “Com ex-cepção das zonas verdes do Santuário e deum pequeno jardim, com cerca de 500 me-tros quadrados, construído junto à escolade Lomba d’ Égua, Fátima não tem um es-paço de lazer. Os fatimenses e os nossosvisitantes merecem-no”, considera.

Em finais de setembro, Humberto Fi-gueira da Silva mostrou à Assembleia deFreguesia esse projecto em papel, bem aco-lhido pelas diversas bancadas. Ao longo da-quele espaço (agora em pousio) hão-de nas-cer vários equipamentos, como um espe-lho de água onde será possível tomar ba-nho e mergulhar; um auditório ao ar livre,um campo de futebol, um campo de ténis,

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e um bar de apoio. Entretanto, nesse ter-reno foram já plantadas algumas árvores,prevendo-se que um total de 100 possamfazer analogia com as comemorações e adata de construção do parque. “Não se tra-ta de uma obra para um ou dois anos, maspara um mandato”, sublinha o presidente

da Junta, certo de que dificilmente o par-que estará concluído em 2017. O projectoavançará por fases, sendo que a plantaçãodas árvores é já a primeira delas.

Este é um dos projectos mais importan-tes do actual executivo da Junta, cujomandato termina em 2017, ano de eleições.

A autarquia liderada por Humberto Silvaestá também empenhada no centenáriodas aparições. “A nossa intervenção serámais a de mobilizar e colaborar com a po-pulação a demonstrar que está grata pe-los acontecimentos de 1917 na nossa ter-ra”, afirma o presidente da Junta. �

O projecto do parqueprevê um anfiteatro aoar livre e um espelhode água que serviráde piscina, uma vezque será possívelmergulhar

RICARDO GRAÇA

JORNAL NOTÍCIAS DE FÁTIMA